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Sinopse

Um dragão da terra, antigo e habilidoso nos caminhos da magia, Magnus


Silverclaw perseguiu incansavelmente sua errante amante humana. Está
furioso e amargo pelo que considera uma traição de Leida e busca vingança ao
sentenciá-la por quatro anos de servidão forçada - em uma posição muito
abaixo daquela que uma vez ocupou como sua amante. Ele não antecipa sua
reação horrorizada ao castigo – a razão dele ou sua revelação, o deixam em
choque e com ciúmes.

Depois de quase quatro anos evadindo evitando ser capturada, Leida de


Glimmer South se vê presa a um tribunal de juízes dragões, acusada de roubo e
uso ilícito da magia de dragão. Uma vez favorita do senhor Dragão, Magnus
Silverclaw, ela enfrenta uma punição por um crime considerado uma alta traição
entre os dragões.

Leida ainda é apaixonada por Magnus, mas se recusa a divulgar as razões


pelas quais o roubou e o deixou quatro anos antes. Somente a ameaça da
escravidão faz com que ela revele um segredo cuidadosamente guardado, que
poderia fazer Magnus perdoá-la ou afastá-la para sempre...

Draconus © Copyright 2005 by Grace Draven


Ela sabia que seria apenas uma questão de tempo antes que fossem atrás
dela. Que conseguiu fugir por tanto tempo parecia nada menos que um milagre.
Leida sentou-se silenciosamente no banco de pedra e olhou para suas mãos, os
dedos pálidos entrelaçados firmemente, punhos de ferro ao redor de seus pulsos
deixando marcas vermelhas em sua pele.

A caverna na qual esperava brilhava com uma luz dourada de uma fonte
invisível. A magia do dragão, o tipo mais simples, iluminava o lugar, perseguindo
as sombras dançando ao longo das paredes curvas e do teto alto. Leida visitou
essas cavernas uma vez, anos antes, durante os grandes festivais de fogo quando
os dragões da Terra se encontravam com o Rei Dragão. Foi um momento
emocionante, que a fez sentir medo e antecipação ao mesmo tempo, ao ver
coisas que poucos humanos viram.

Ela voltou, não por sua própria vontade desta vez, ainda temendo o que
a aguardava. Um duro tremor a sacudiu da cabeça aos pés e a garganta fechou-
se contra a ameaça de vomitar. Não havia ninguém ali para falar em sua defesa
e com todas as provas, era culpada do crime pelo qual agora era julgada. Leida
conhecia a natureza dos dragões, sua astúcia e inteligência, medo e orgulho, não
sabia de sua misericórdia ou se mesmo existia. Mas se existisse, pretendia
implorar por ela, de joelhos, se necessário. Poderiam tirá-la de sua magia, açoitá-
la e fazê-la andar nua pelas ruas. Se apresentaria alegremente, se apenas a
deixassem viver livremente. Alguém mais dependia dela, a esperava e negociaria
qualquer coisa para poder retornar.

— Por favor. — Ela sussurrou, o som suave ecoando em repetição


melancólica em toda a sala vazia. — Não me deixe morrer.

Qualquer deidade que ouvisse sua súplica, ele ou ela escolheu não
responder e Leida sentiu o medo pesar sobre seus ombros.

O som dos passos do único corredor que levava à sala a fez se endireitar.
Tinha a boca seca, qualquer umidade que ainda permaneceu em sua língua secou
enquanto observava oito homens entrarem. Leida levantou-se, curvando-se
com respeito quando ficaram diante dela. Eram seus juízes, Senhores Dragões,
que julgavam e castigavam os dragões e todos aqueles associados a eles.

De diferentes idades, de cabelos brancos a jovens vibrantes, todos a


observavam com diferentes graus de desprezo e antipatia. Ela sentiu o sangue
sumir de seu rosto. Haveria pouca misericórdia ali.

Que não foi morta antes da descoberta já era uma compaixão, um


reconhecimento de seu status passado como favorita de um Senhor Dragão e
merecedora de uma pequena clemência por causa disso.

Seus dedos se apertaram mais quando o mais velho dos juízes falou, os
pelos finos em seus braços se levantaram em reação aos tons prateados e
enfeitiçados de sua voz. Esqueceu a beleza da voz de um Senhor Dragão.

— Leida de Glimmer South.


Ela lambeu os lábios secos. — Sou eu, meu senhor.

— Você já foi a favorita de Magnus Silverclaw.

A verdade de sua declaração e sua resposta deixou seu peito apertado.

— Sim, meu senhor.

As palavras do juiz eram cheias de desdém. — É acusada de roubo, Leida.


Roubo e o uso ilícito da magia de dragão para esconder seu crime.

Ele ergueu uma mão, mostrando um pequeno anel, uma criação de ouro
fosco e fino com uma safira tão azul que parecia preta na luz da caverna. —
Perguntarei formalmente Leida, roubou este anel de Magnus Silverclaw?

Ela já admitiu o crime, mas o desejo de mentir era forte, sua sensação de
autopreservação gritando um aviso interno de que admitir isso novamente seria
assinar sua própria sentença de morte. Muito tarde, pensou. Muito tarde.

Havia apenas um tremor na voz quando ela respondeu. — Sim, meu


senhor. Quando deixei o serviço de Magnus Silverclaw há quatro anos, levei
este anel.

Baixos rumores de desaprovação, que soavam mais como grunhidos do


que sopros ecoaram na sala. Leida estremeceu, seu medo se transformando
lentamente em terror. Eles usavam roupas masculinas finas sob a luz na sala,
feitas com suas magias. Suas formas verdadeiras eram de grandes asas e escamas,
garras curvas e cabeças enormes com bocas cheias de dentes mais afiadas do
que as lâminas de espadas. Qualquer um poderia mudar, mordê-la e a engolir
toda.

Um dos juízes mais jovens falou. — Por causa de sua ligação anterior com
os dragões, permitiremos que tenha a chance de se explicar antes da sentença.
Sabe que roubar o tesouro de um Senhor Dragão é punível com a morte?

Leida assentiu com a cabeça, quase surpresa com alívio com o


prolongamento temporário. O juiz franziu o cenho por suas ações até que ela
se lembrou do protocolo.

— Entendo, meu senhor, e agradeço a todos por sua consideração.

O primeiro juiz dirigiu-se a ela de novo. — Você está autorizada a declarar


seus motivos, mas fará isso ante nós e outro.

Um toque alto e fino começou em seus ouvidos enquanto o calor


ondulava por seu corpo e rosto. Ela se virou, observando as sombras do
corredor por onde os juízes entraram antes. A voz do juiz antes cheia de fascínio
e poder soou aborrecida e distante.

— Faça-o diante de seu acusador, Leida de Glimmer South e explique-


se.

A respiração parou em suas narinas quando Magnus Silverclaw, uma vez


que seu mestre, uma vez seu amante, entrou na sala. Ainda reservado e
orgulhoso, como a maioria de sua espécie, usava a ilusão de um homem alto e
magro, com cabelos longos e escuros, cheios de fios pratas. Leida olhou para
ele, atingida pela familiaridade de suas feições. Sua beleza austera assombrou
seus sonhos todas as noites.

Ele olhou para ela, os olhos verdes estreitos em meras fendas. — Ladra.
— Ele disse em uma voz profunda, sedutora e cheia de aversão.

Sua primeira vista dela depois de quase quatro anos, golpeou-o com força.
Uma alegria amarga e ira entraram em ebulição na boca do estomago.
Observava desde as sombras do corredor enquanto ela enfrentava os juízes.
Suas feições, cansadas, foi de pálida a ruborizada enquanto respondia as
acusações e voltava-se para ele.

— Ladra. — Ele disse, deixando todo o veneno percorrendo seu sangue


escorrer naquela palavra acusatória. Ela olhou para ele com uma expressão
angustiada antes de abaixar a cabeça para olhar suas mãos manchadas.

Magnus sorriu, o movimento facial agora desconhecido para sua forma


humana. Ele não se lembrava da última vez que sorriu e desta vez tinha pouco
a ver com humor ou prazer.

Ele enfrentou o juiz mais velho, Gersel, o dragão destinado a ser o


próximo Rei se os rumores dos votos dos dragões fossem verdadeiros. —
Quero de volta o que é meu, excelência.
Os olhos do juiz brilharam com o reconhecimento do duplo significado
de Magnus. Ele deu à mulher humana um último olhar mordaz antes de
caminhar até Magnus e deixar o anel em sua palma estendida.

— Você faria bem em simplesmente matá-la, Magnus. — Disse ele. —


Mas uma vez foi sua e não é um dragão. Iremos sentenciá-la de acordo com
seus desejos neste caso.

Magnus curvou-se. — Solicito um momento privado com ela.

— Como quiser. — Gersel fez um gesto para os outros juízes. —


Aguardaremos no salão principal. — Ao se juntarem, ele inclinou a cabeça. —
Chame-nos quando estiver pronto.

Eles saíram da sala com pés silenciosos, a luz do dragão lançando suas
verdadeiras sombras nas paredes polidas, revelando grandes formas e pés com
garras em vez de figuras humanas.

Os passos de Magnus pareciam altos no tenso silêncio enquanto se


aproximava de Leida. Ela se encolheu quando ele se aproximou, mas manteve
a cabeça baixa. Rodeou-a lentamente, observando sua roupa esfarrapada, o
simples laço de couro segurando o longo cabelo preto na nuca. Segurou suas
mãos, ignorando seu suspiro surpreso quando virou as palmas das mãos e
passou os polegares sobre eles. Estavam ásperas, marcadas por calos e
arranhões, sinais de trabalho duro. As algemas de ferro cortaram seus pequenos
pulsos e ele sentiu o efeito em sua própria magia, uma leve potência.
Eles a deixaram impotente, uma salvaguarda contra qualquer talento com
o qual nasceu ou as habilidades que adquiriu como feiticeira.

— Eu vivi mais de trezentos anos. — Ele disse, observando com


satisfação pequenos arrepios percorrendo seus braços em reação à sua voz. —
E ainda não entendo a mente humana, especialmente a de uma fêmea.

Ela se manteve obstinadamente em silêncio, embora sentisse sua


curiosidade. Ele deixou cair as mãos e puxou brevemente a saia. — Você deixou
uma vida de luxo e riqueza. Eu era um mestre generoso. Tinha seus próprios
servos e a envolvi em joias. Tudo o que pedi em troca foi sua companhia e sua
música. — Ele passou o dedo pelo braço dela, franzindo o cenho quando ela se
afastou do seu toque. — O que foi tão tentador que a fez não apenas me roubar,
mas se contentar em viver na pobreza?

Sua paciência o abandonou enquanto ela continuava olhando para o chão


sem dizer nem uma palavra. Um leve gemido escapou de sua boca quando ele
agarrou seu queixo e levantou sua cabeça. Seus olhos cinza escureceram quando
ela finalmente encontrou seu olhar. — Responda Leida. — Ele insistiu.

— Eu era uma posse. — Ela sussurrou. — Uma coisa destinada a ser


uma propriedade, como seus tesouros e seria deixada de lado quando não
brilhasse tão intensamente.

Magnus lutou para controlar a raiva fervendo e borbulhando em suas


veias. — Você era a favorita. Minha favorita. Eu a mantive acima de todos os
outros ao meu serviço.
Uma única lágrima quente pingou de seus olhos, deslizando entre os
dedos...

A tristeza da expressão de Leida transformou-se por um momento,


tornando-se ressentida. — Ah sim. Era sua favorita, mas por quanto tempo?
Quanto tempo antes de me colocar de lado para outra com a voz de sereia e o
rosto de uma rainha Fey? — Seu lábio superior curvou-se em um sorriso
despreocupado mesmo quando mais lágrimas escorriam por suas bochechas. —
Os dragões são criaturas caprichosas.

Sua raiva, controlada por um minúsculo fio de controle, submergiu diante


de sua hipocrisia. Ele soltou seu rosto para segurar os dois braços ao redor de
suas costas e puxá-la forte contra ele. Seus braços se pressionaram contra o
peito até o abdômen, as mãos em punhos em seu umbigo. As algemas de ferro
pulsavam com vida própria, a proximidade uma sensação doente que fazia seus
músculos abdominais se flexionarem em uma reação instintiva.

Leida fechou os olhos quando inclinou a cabeça e respirou suavemente


contra seus lábios. — No entanto, foi você quem me abandonou, não ofereceu
nenhum motivo, não deu nenhum aviso. Esperou o momento oportuno e fugiu,
atraída por algo que eu não poderia dar. E pegou o que mais significava para
mim. — Seus braços se apertaram contra suas costas. — Tenho certeza de que
nós dois reconhecemos a ironia de sua declaração sobre criaturas caprichosas.
Suas feições, já perversas, ficaram pálidas e ela caiu contra ele. Magnus
aproveitou o momento, atraído pela sensação da lembrança dela em seu abraço.
Havia diferenças agora.

Os quadris pareciam mais largos, os seios macios mais cheios, a cintura


longa e curva um pouco mais grossa. Mas isso a deixou mais atraente, uma nova
luxúria que se encaixava nos planos e ângulos de sua própria forma como se
fosse feita especificamente para ele.

Ele tomou sua boca em um beijo forte, não oferecendo gentileza ou


perdão enquanto abriu os lábios e deslizou a língua para dentro. Ela provou o
mesmo, sentiu o mesmo calor liso e úmido e uma língua que conhecia em uma
dança de acasalamento para enviar seus sentidos agudos em uma espiral louca.

Não houve protesto, nem resistência, quando Magnus passou as mãos


pelas costas e os ombros, deslizando mais baixo para segurar suas nádegas nas
mãos e levantá-la para que sua pélvis ficasse contra a dele. Ele esperava algo
dela, uma luta para se distanciar, mas Leida se afundou em seu abraço, abrindo
a boca para uma penetração mais profunda de sua língua.

Foi como sempre antes entre eles e quatro anos de separação


desapareceram ao pó quando Magnus a segurou, perdido no calor que geravam.
Seu pênis estava tão duro, que sofria. Ele a tomaria, aqui no chão de rocha nesta
sala de julgamento, com a saia levantada na cintura e as longas pernas em seus
ombros. A sabedoria dos séculos desapareceu sob o ataque de seu desejo
enquanto Leida movia seus braços parcialmente livres para levantá-los e
descansar as palmas das mãos contra o pescoço com uma leve carícia.

A sensação de ferro frio que o tocou logo acima de seu coração e foi como
água gelada no seu ardor, Magnus parou com uma mão subindo a saia enquanto
a outra provocava seu pequeno mamilo até deixá-lo duro. Terminou o beijo,
ignorando seu leve gemido de protesto.

Ela estava tão bonita quanto a quatro anos, especialmente agora com um
anseio que queimava claro e brilhante em seus olhos. Sua raiva voltou a vigorar,
alimentada pela lembrança de sua humilhação ao descobrir que sua favorita, não
apenas o deixou, mas também o roubou.

Magnus observou sua expressão mudar, de triste para vigilante enquanto


continuava encarando-a. Ele sabia o que via, o desprezo em seus próprios olhos,
a zombaria pairando em sua boca. Deslizou uma mão em seus cabelos presos e
desta vez ela se contorceu para evitar seu toque, lutando com ele em uma fútil
tentativa de libertar-se até apertar seu cabelo com força o suficiente para trazer
lágrimas aos olhos dela.

— Você cumpre seu papel de amante muito bem, Leida. Poderia pensar
que ficou longe apenas por um passeio prolongado, voltando para mim com
um coração cheio e um corpo ansioso pelo meu. — Ele apertou os dentes para
controlar sua fúria e esticou-se para forçar uma mão entre suas coxas. Segurou-
a com força o suficiente para que o calor de seu corpo fluísse pela saia e sobre
a palma da mão. — Pelo menos há alguma verdade para o segundo.
Ele a empurrou, não ajudando enquanto ela tropeçava, quase perdendo o
equilíbrio. Recuperou-se rápido o suficiente e encarou-o com a mesma
expressão assombrada e terrível de antes no tribunal Dragão. Ele ficou rígido
quando esse terror se acalmou e transformou-se em uma determinação, que
endureceu seus olhos cinza.

— Eu não quero o seu perdão, Magnus.

— Você se atreve a abordar-me tão familiarmente agora? — Ele grunhiu


com uma voz cheia de ameaça, sentindo uma satisfação primitiva quando sua
resolução vacilou.

Seus olhos se arregalaram um momento enquanto Leida ficava de joelhos


diante dele. Deixando-o surpreso. Leida era humana e livre do orgulho ofensivo
que às vezes aparecia em sua espécie. Ainda assim, mesmo quando assumia o
papel de empregada mimada, nunca suplicou. Ele olhou para a cabeça inclinada
dela quando se ajoelhou diante dele na posição de um mendigo desesperado.

— Por favor, meu senhor. — Implorou e Magnus franziu o cenho ao


ouvir o tom em sua voz. — Sou culpada do crime de roubo. Mas peço sua
misericórdia. Não me condene à morte.

Magnus olhou para ela por longos momentos, evitando o desejo de


levantá-la e admoestá-la por implorar. Ela devia isso a ele, essa reverência. Em
meio a raiva e o desespero, mesmo quando voava iluminado pela lua, o frio não
fazia nada para acalmar suas emoções e imaginava apenas esse cenário. Mas
agora que acontecia ali, sentia-se enojado por isso.
— Levante-se. — Disse ele.

Leida levantou-se lentamente, erguendo o queixo. Seu rosto ruborizado,


um testemunho de sua humilhação.

Ainda assim, Magnus podia vê-lo em seus olhos. Ela faria isso novamente
e mais, se necessário. Leida de Glimmer South queria viver desesperadamente
e faria qualquer coisa para ganhar clemência e salvar sua própria pele.

Ele teve o suficiente. Era hora de conversar com os juízes. Nunca houve
qualquer dúvida sobre o que faria com ela uma vez que fosse encontrada e
trazida de volta. Apenas cumpriu as formalidades de seu julgamento para
assustá-la e funcionou. Estava aterrorizada. Magnus escolheu não lhe dizer que
não era o tribunal que deveria temer, mas sua própria vingança.

As vozes dos juízes chegaram até ele enquanto caminhava até o corredor.
Virou-se por um momento, olhando para sua antiga amante com desprezo. Seus
lábios se apertaram e ela deixou cair o olhar em suas mãos.

— Você ainda canta, Leida?

Seus olhos brilhavam quando voltou a encontrar seu olhar.

— Às vezes. — Ela sussurrou.

— Ainda é chamada de sereia?

Ele ficou intrigado com o sorriso dela, sem humor e melancólico.

— Não, meu senhor.


Ele encolheu os ombros, afastando-se novamente. — Pensei que não.
Deveria saber.

Ele não parou quando ouviu a voz dela vagando pelas sombras no
corredor. — Você sabia, Magnus. Muito antes de mim.

Os dragões eram avaros, acumulavam riquezas em um impulso instintivo,


arraigado tão profundamente neles como o instinto de sobrevivência. Criaram
seu próprio código com respeito aos seus tesouros, trocar ou roubas joias dos
seres humanos ricos. Mas quando se tratava de seres humanos fazendo-o, o
pendulo não girava em ambos os sentidos.

Os seres humanos que roubavam os dragões, geralmente enfrentavam


uma morte horrível e violenta.

Leida estava plenamente consciente do risco quando tirou o pequeno anel


do monte de moedas, conjunto de joias e colares emaranhados que compunham
o travesseiro sobre o qual Magnus descansava a cabeça quando estava em forma
de dragão. Ela sabia que sentiria falta de sua presença ao retornar à sua caverna,
provavelmente mais sensível à ausência do que à dela. Mas não pode evitar e o
deixou cair na bolsa pequena amarrada em sua cintura antes de fugir da caverna
enquanto os outros servos dormiam.

Esperava sua raiva ao descobrir. Não contou com a necessidade


permanente de caçá-lo e devolvê-lo à sua posse.
Ela esfregou os olhos, cansada do medo, da preocupação e da falta de
sono.

Quando os minutos após a saída de Magnus se prolongaram, encontrou


um lugar perto da entrada e sentou-se no chão duro para esperar. Ele parecia
impassível à sua súplica, mostrando pouca expressão, com um giro fraco e
desprezível em seus lábios quando ordenou que se levantasse. Em sua mente
de dragão, cometeu um crime impensável – humilhou o mestre roubando-o.
Poderia muito bem exigir sua morte, dar o próprio golpe mortal. Leida rezava
para que a recuperação do anel e sua admissão do roubo pudessem ganhar uma
pequena misericórdia dele.

O que ele disse? Ela roubou o que ele considerava mais caro. A
observação a deixou perplexa, pois em sua lembrança ele demonstrava
preferência por uma coroa incrustada de rubis e uma faixa de joias que gostava
de colocar em seus quadris nus uma vez que seu relacionamento se aprofundou
em intimidade.

Leida corou, lembrando as longas noites quando a tomou em sua forma


humana e se divertiu com a sensação dela contra ele, sob ele, sua única roupa,
o cinto delicado. Ela não esqueceu seu gosto ou como se sentia sob a ponta dos
dedos e se o pulsar lento entre suas coxas fosse qualquer indicador, seu corpo
não apenas se lembrava, mas continuava desejando-o. Ele tinha sua vida nas
mãos, mas não conseguia pensar em nada além do sabor quente de sua língua,
do jeito como agarrou seus quadris para puxá-la contra ele, a curva dura de sua
ereção enquanto a apertava. Quatro anos ou quarenta, ainda o desejava e o
amava tão ferozmente quanto o dia que o deixou.

Passos suaves a alertaram para o retorno dos juízes. Ela sabia de onde
vinham. As grandes cavernas pertencentes ao Rei Dragão desciam até a terra,
vigiada pelo maior Dragão da terra e seus seguidores. Abaixo de seus pés
estavam as salas cheias de riquezas surpreendentes e um Rei reptiliano
envelhecido que comandava seus próprios dragões e tinha uma equipe de
criados composta de humanos e duendes do bosque.

Ela se levantou devagar, seu estômago novamente revirando de medo.


Magnus seguiu o tribunal, mantendo uma curta distância entre ele e os outros.
Leida olhou para ele, enojada pelo brilho inconfundível de vingança em seus
olhos. Seus batimentos cardíacos trovejavam em seus ouvidos e ela lutou para
ouvir o que os Senhores Dragão diziam.

— Leida de Glimmer South, Magnus Silverclaw escolheu ser indulgente


com você. Poupou sua vida.

Falou o juiz mais antigo, o de cabelos prateados que a questionara pela


primeira vez. Uma onda de alivio surgiu através dela e suprimiu o desejo de
chorar incontrolavelmente. A suspeita sufocou com força a alegria quando o
Senhor Dragão levantou a mão, revelando uma gargantilha delicada de prata.
Uma pérola negra em forma de garra cercada por brilhantes estava no centro.
Era uma bela peça, feita para uma rainha ou uma nobre. Leida piscou em
confusão, congelada no lugar quando o juiz se aproximou e colocou a
gargantilha em volta de sua garganta, prendendo-a na nuca.

Ficou imediatamente evidente que a gargantilha era mais do que um


ornamento. Um peso esmagador se instalou em seus ombros. Invisível, mas
inegável, inclinando suas costas e apenas se endireitando quando o juiz soltou
suas algemas. Ela cambaleou, alcançando a garra na gargantilha.

Seu olhar foi para Magnus. Ele a observava, impassível por suas frenéticas
tentativas de livrar-se do colar. — Você não pode removê-lo, Leida. Apenas eu
posso. É ferro disfarçado de prata, um meio para drenar sua magia, como as
algemas. — Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso. — Irá usá-la.

Leida deixou cair as mãos, curvando os punhos dos lados para evitar mais
uma vez tentar arrancar o colar.

Estava preparada para perder sua magia, mas não assim. Não essa morte
lenta como o sangue escorrendo de uma ferida pequena, mas fatal. Sua voz
estava rouca, cheia de lágrimas quando ela se dirigiu a Magnus.

— Então, esse colar é meu castigo?

Suas feições se endureceram, sua austeridade se tornando mais


pronunciada à medida que sua expressão se tornava sombria. — Não. Isso é
apenas parte dele. Você me deve quatro anos serviço, pelo tempo que me
roubou. Irá me atender, não mais como a favorita, mas como o menor de meus
servos, obrigada por julgamento, se não pela lealdade.

Sua voz poderia ter provocado tempestades de gelo, de tão fria. — Este é
seu castigo, Leida.

Um pânico cego ameaçou engoli-la. Não era a morte, mas estava perto o
suficiente. Escravidão e separação daquele que mais amava no mundo. Quatro
anos! Ele poderia ter dito que era uma eternidade e não poderia ser pior. Uma
névoa vermelha passou por sua visão, obscurecendo os rostos de seus juízes
que a observavam com olhos arregalados. Na euforia de seu desespero, seu
espírito pareceu deixar seu corpo por um momento e observou à distância,
enquanto seu ser físico ignorava o aviso de Magnus e corria para o corredor.

Esse silêncio chegou a um final abrupto quando bateu em uma parede


invisível. A dor explodiu em seu nariz, abaixando-se através de suas maçãs do
rosto e seu crânio. Ouviu gritos atrás dela, Magnus gritava algum comando
incompreensível. Ela os ignorou, ignorou o fluxo de calor sobre a boca e
abaixou o queixo, o sabor de sangue gotejava na parte de trás da garganta. Até
que a dor desapareceu quando se jogou novamente contra a parede invisível que
a aprisionava na caverna.

Ela gritou enquanto braços fortes a cercavam, erguendo-a do chão. As


luzes dançavam através de sua visão enquanto agarrava e golpeava seu captor
na tentativa de libertar-se. Era inútil. Mesmo em forma humana, um Senhor
Dragão tinha uma enorme força física e Leida encontrou-se cara a cara com
Magnus, com os braços presos atrás das costas.

O pânico e a raiva ainda queimavam dentro dela, deixando-a quase


insensata.

Uma parte distante, sem emoção dela o ouviu rosnar, quase um animal,
enquanto lutava com Magnus. Seu rosto estava branco com choque e fúria
enquanto a subjugava. O sangue manchava suas mãos. Seu sangue.

— Se acalme, Leida. — Ele disse suavemente, as palavras tanto um


comando quanto um feitiço.

Leida sentiu a mágica sobre ela, um calor calmante subjugando o terror,


se não dissipou tudo. Seguiram as lágrimas, dificultando a respiração devido ao
sangue e o muco que entupiu suas narinas. Seus olhos se sentiam inchados, a
dor no nariz aumentando. Ela piscou lentamente para Magnus.

Onde antes ele demonstrou apenas desprezo, agora revelava uma


consternação atordoada, seguida de uma desoladora amargura. — Quando
chegou a isso, Leida? Quando precisei aprisioná-la para garantir sua companhia?
E quando ficou tão desesperada para se livrar de mim que quase se matou
tentando? — Sua voz já não tinha magia, mas sim o tom que tanto amava.

O sangue continuou escorrendo sob o queixo quando ela encontrou seu


olhar e resolver substituir seu medo mais uma vez. — Ficarei com você por dez
vidas, Magnus. Usarei este colar e me arrastarei sob o ventre, se me conceder
uma última misericórdia.

Ela não abaixou os olhos, mas o encarou fixamente e silenciosa, disposta


a implorar novamente.

Ele não respondeu, mas fez uma pergunta, que desafiou sua determinação.
— E se eu disser não?

Era um risco, mas também a verdade. — Procurarei todas as


oportunidades para ganhar minha liberdade e um dia morrerei tentando. De
qualquer maneira, fugirei.

Ele ficou rígido, o peito subindo e descendo contra o dela. Forçou as


palavras através dos lábios em uma linha dura. — O que mais me pede?

O silêncio entre eles se aprofundou quando Leida respirou fundo, presa


entre o impulso de vomitar e o alívio de contar um segredo muito tempo
guardado. — Deixe-me buscar minha filha.

Ela tinha um filho, uma menina. Magnus caminhava pelo bosque oculto
na guarida do Rei Dragão. Os arbustos espinhosos se enganchavam em sua
túnica, mas os ignorava, concentrado mais em respirar. Isso ajudava a controlar
suas emoções em ebulição e tão à superfície. A escuridão envolvia a paisagem,
o sussurro das criaturas noturnas caçando em seus ouvidos. Nenhum ser
humano errante estava ao redor, já que seu estado de espírito atual dançava
precariamente no limite da violência.

Suas palavras lhe fizeram o que nenhum humano já fez a um dragão: o


deixou sem palavras. Ficou perplexo com seu desespero por escapar da caverna.
Se ela houvesse atirado uma flecha em suas entranhas, não doeria tanto quanto
vê-la jogar-se contra a barreira protetora que protegia a entrada de intrusos e
prisioneiros. Ele e os outros Senhores Dragões gritaram avisos, mas Leida não
ouviu ou escolheu ignorá-los e golpeou o rosto primeiro na parede invisível.

Magnus estava certo de que não tinha parado mais do que o espaço de
uma respiração quando recuperou o equilíbrio, balançou a cabeça e jogou-se
contra o escudo mais uma vez, empurrando o ombro para dentro até que ele a
levantou em seus braços. Ela lutou como um animal selvagem, então,
contorcendo-se em seus braços com uma ferocidade de mente única.

Se ele fosse um mero homem humano, ela poderia ter se libertado, mas a
segurou facilmente, voltando-se para os juízes assustados atrás dele.

— Deixe-nos! — Ele gritou e eles concordaram, encolhendo os ombros


e balançando a cabeça com perplexidade. Conhecia seus pensamentos, as
perguntas. Perguntas que ele próprio queria fazer. Por que ser indulgente? Por
que insistir em manter uma serva tão rebelde e obviamente indigna?

Ele a virou em seus braços, recitando um feitiço simples para acalmar não
apenas a ela, mas também ele. Algo de sanidade voltou aos olhos cinza e olhou
para ele, com a mesma mistura estranha de medo e determinação que viu
anteriormente. Ela quebrou o nariz, o sangue de sua lesão manchava a metade
inferior do rosto e as mãos dele.

Seu orgulho, sua dignidade, queimada às cinzas diante da necessidade de


uma resposta, uma compreensão de por que tirar sua magia a entristeceu, mas
quatro anos de servidão a enviou em espiral e a um estado de quase loucura.
Sua resposta quase o deixou de joelhos. Leida tinha uma filha, uma criança a
quem estava frenética para retornar, uma cuidada por alguma camponesa
ignorante e desconhecida.

Magnus rosnou enquanto continuava por um caminho que levava a um


local onde a grama crescia, mas nenhuma árvore bloqueava a vista do céu. Era
uma grande clareira, grande o suficiente para um dragão se transformar em
humano e para transformar o dragão novamente. Ele ficou no meio do espaço
e abriu os braços, emitido um único som.

Sangue e ossos esticaram-se, transformando-se até que ele não mais viu as
árvores como altos pilares acima dele, mas finos galhos de madeira, muitas agora
ao nível dos olhos. Suas garras cravaram na terra macia enquanto movia seu
peso, desdobrando asas para se preparar para o voo. Uma poderosa ondulação
de músculo e asas o elevou até pairar logo acima das árvores mais altas, a
paisagem se espalhou diante dele em um vasto manto de sombra e deslizou ao
luar.

O ar fez redemoinhos sob seus pés enquanto continuava batendo as asas,


encontrando um ritmo lento e constante que logo o fez voar alto para a noite
fresca. O vento assobiou em seus ouvidos enquanto aumentava a velocidade,
permitindo a brisa livre e descomprometida limpar sua cabeça dos pensamentos
embaçados e irritados que o atormentavam.

Magnus se lembrou da primeira vez que levou Leida para voar. Era uma
noite clara como essa, um pouco mais quente e a lua pendia cheia e branca,
prateando tudo abaixo. No começo, ela sentou-se rígida e assustada, mas logo
relaxou, suas coxas se afrouxaram contra suas escamas quando começava a
aproveitar o passeio. Ele manteve-o calmo, um deslizar lento e fácil que permitiu
que visse o campo de uma perspectiva que poucos humanos jamais viram.
Quando pousaram perto de suas cavernas em casa, ela estava rindo, seus olhos
brilhantes com uma alegria que enviou um arrepio de prazer por ele. Abaixou a
cabeça para chegar ao nível dos olhos dela, fascinado pela animação em seus
traços pálidos.

— Podemos fazer isso novamente, meu senhor? Em breve? — Ela bateu


as mãos juntas, sorrindo. — É mágica do melhor tipo.

Magnus olhou para ela, satisfeito por não manter seu medo de voar, mas
apreciando. — Sim. — Ele disse a voz do seu dragão rouca e sedosa. —
Amanhã se quiser. Mas agora, irá cantar para mim. Quero ouvir uma canção de
ninar.

Ela sorriu e o precedeu em suas cavernas onde o doce som de seu canto
logo encheu as altas câmaras abobadadas e a carícia de suas mãos em seu
pescoço o acalmou para dormir.
Essa lembrança melhorou seu humor, aliviou o ciúme quente queimando
em seu peito. Aqueles foram bons anos com ela, quando, como sua favorita,
cantava, recitava poesia e ria com ele e o acompanhava em vários voos noturnos.
Ao longo do tempo, seu carinho por ela se aprofundou, tornou-se mais
possessivo. Ele começou a usar mais o disfarce de homem para poder dançar
com ela ou sentir seus dedos acariciando seus cabelos. Ela sempre gostou de
sua forma humana, dizendo que a lembrava da primeira vez que o viu, um
trovador ricamente vestido, tão fora de lugar nos confins empoeirados de onde
vivia.

Aquele dia mudou sua vida, quando ele se aproximou de uma aldeia
próxima na época da colheita e descobriu a filha de um rico fazendeiro em meio
aos outros aldeões, separando o grão da palha e cantando com uma voz que fez
seu corpo inteiro tremer em reação.

Era inevitável que ficassem íntimos. Como um dragão, pensava nela como
uma joia brilhante e reluzente, que superava o diamante mais belamente
cortado. De todos seus numerosos tesouros, Leida era o mais valorizado, aquele
do qual se orgulhava mais. Como um homem, a considerava a manifestação de
seus sonhos mais bem vivos, uma fantasia sensual que ganhava vida ao segurá-
la, beijá-la, passar a língua ao longo de sua pele e enterrar seu pênis uma e outra
vez dentro da profundidade de seu corpo acolhedor.

Magnus riu, sua respiração vaporizando nas narinas enquanto voava para
um ar mais frio e mais fino. Sim, eles aqueles foram os melhores anos para ele,
mas algo mudou, um envenenamento lento entre eles que ainda não entendia.
Ela começou a dar desculpas ao se recusar a cantar quando pedia. Quando fazia
amor com ela, agarrava-o com um medo sem nome, que se recusou a
reconhecer quando perguntou o que a perturbava. No mês anterior, ela roubou
seu anel e desapareceu de sua vida, sem ao menos se despedir. Sua frustração e
confusão com a fuga se transformaram em raiva e muitas vezes saiu de suas
cavernas, desesperado para voar e limpar a cabeça. Durante todos seus anos e a
bênção da sabedoria que fazia parte de sua natureza, não conseguiu encontrar
uma maneira de romper este sudário de desânimo frio e trazê-la de volta. Seu
desespero, sua raiva e seu sentimento de fracasso não conheceram limites
quando descobriu que ela se foi.

Ela foi devolvida a ele agora, presa e acusada. O anel não significava mais
nada para ele do que um meio pelo qual poderia segurá-la às leis de seus irmãos.
Suas leis trabalhavam em seu benefício. Sua própria magia magistral suprimida
pela gargantilha, ela não conseguiria escapar dele novamente e estava muito mais
cauteloso agora. Teve quatro anos para encontrar a resposta à pergunta que
ainda estava correndo-o.

Por quê?

Uma fina chama aparecia no horizonte oriental, um sinal para retornar a


terra, onde era mais seguro das lanças e flechas de homens que temiam o que
não entendiam. Magnus recuou para a direita, descendo a um ritmo acelerado,
de modo que suas garras rasparam as copas das árvores enquanto localizava a
clareira novamente. Uma coruja, banqueteando-se com a captura da noite,
abandonou o jantar assustada enquanto se afastava da monstruosa criatura que
pousou tão perto de onde estava.

Magnus recolheu as asas, murmurando suavemente o feitiço para voltar à


forma humana. O mundo ao seu redor se alterou e piscou lentamente para a
mudança de perspectiva, a consciência desconfortável de que de repente era
menor do que a maioria dos seus arredores.

A barreira invisível que bloqueava a entrada da caverna do Rei Dragão


ainda estava no lugar, mas o tronco de madeira que o guarda colocou estava de
lado para permitir-lhe acesso. A câmara em que Leida enfrentou seu tribunal
estava deserta, percorreu o corredor que conduzia aos aposentos dos criados.

Uma mulher pequena de cabelos encaracolados cumprimentou-o,


curvando-se e gesticulando para uma alcova em uma das paredes mais distantes.

— Ela está ali, Lorde Silverclaw, dormindo.

Ele seguiu sua direção e puxou para trás a cortina. Leida estava deitada
sobre um banco acolchoado, de seu lado, mas de frente para ele. O sangue
desapareceu, limpo por um servo assistente. Magnus foi o único a curá-la,
pressionando seus polegares gentilmente contra a ponte rachada de seu nariz.
Ele fez um bom trabalho. Pouca evidência permanecia de sua lesão auto
infligida. Um leve inchaço ao longo de suas bochechas, algumas contusões ao
redor de seus olhos fechados. Ele se agachou ao lado dela para um olhar mais
atento.
A gargantilha de prata era linda e repulsiva em sua garganta. Ela a puxava
no sono, franzindo a testa enquanto a tocava. Sua voz estava rouca quando
murmurou um nome: Vala e Magnus se perguntou se Vala era a amada filha ou
o homem que a gerou.

Os dedos de Magnus tocaram a borda da almofada, deixando pequenos


furos no tecido. Ele aceitaria a filha em sua casa, mesmo que soubesse que
reviraria seu estômago cada vez que a olhasse. Mas o pai... ele pretendia matar
o pai e deixar seus restos sangrentos e eviscerados aos pés de Leida.

Ele a tocou então, curvando sua palma ao redor de seu rosto. Leida abriu
os olhos lentamente e dentro de suas profundezas, viu uma esperança quase
morta. Ele estremeceu. Queria dizer não, que qualquer criança nascida de seu
corpo deveria ter sido dele e nenhuma outra seria permitida em sua família. Mas
viu a determinação em seu olhar, acreditou em suas palavras quando disse que
ela se mataria tentando escapar e retornar a sua filha.

— Está perto do amanhecer. Sairemos em breve e viajaremos a pé


durante o dia. O mapa de Gersel diz que sua aldeia é três dias de viagem pelo
voo do dragão.

Seus olhos se estreitaram quando ela sorriu, um verdadeiro sorriso de


grande alegria e alívio.

Por um momento, ele pensou que ela se jogaria em seus braços, mas o
momento passou e olhou para ele com uma expressão mais sombria.
— Obrigada, meu senhor. Não tenho o direito de pedir sua confiança,
mas quero que saiba que cumprirei minha sentença. Eu serei a serva perfeita.

Magnus olhou para ela, observando as pequenas mudanças que o tempo


e a maternidade fizeram. Suas emoções permaneceram retorcidas com
ressentimento, dor e o doloroso conhecimento de que alguém a amou como ele
e compartilhou uma criança com ela.

Ele ignorou a pequena voz, alertando-o para não fazer a pergunta em sua
língua, aquela cuja resposta ele tanto temia e tinha fome de saber. — Você ama
o pai de sua filha?

Seu olhar o surpreendeu e não confundiu a angústia em sua voz. — Ah


sim. Além da criança que ele me deu, é o meu amado.

Mais uma vez, ela o afligiu com suas palavras e se arrependeu de não ouvir
aquela voz interior. O ciúme negro voltou a vigorar com náuseas. Ele se
levantou, olhando para ela com o que esperava ser uma expressão em branco.

— Ele está perdido para você agora, Leida.

Ela se curvou sobre si mesma, como se a posição de alguma forma


ajudasse a conter as emoções dentro dela. — Ele nunca foi meu para perder.

Leida levantou a mochila sobre os ombros, ajustando o peso de modo que


ficasse cômodo sobre suas costas. Seria uma viagem cansativa entre a erva muito
grossa para poder montar a cavalo. Anos de magia transformou esta floresta em
um labirinto espesso e emaranhado, difícil de caminhar, fácil de se perder, quase
impossível de escapar. Ela olhou para Magnus, observando como segurava sua
própria mochila em suas costas, aparentemente não afetado pelo seu peso.
Carregava a maior parte de seus suprimentos, incluindo uma foice afiada e um
arnês de couro que usaria enquanto voasse a noite e ela estivesse em suas costas.

Gersel conversou em voz baixa com ele, palavras que Leida não conseguiu
ouvir. Mas os olhares reprovadores que enviou ao seu caminho falaram muito
e poderia adivinhar o argumento dele. Deixe-a em sua sorte. Havia outras mulheres
humanas para tomar como favoritas, mulheres mais jovens com rostos e vozes
mais bonitas, tiradas de fogo sagrado. Ela se perguntou se Gersel sabia que
Magnus já tinha outra favorita, uma linda garota chamada Sivatte.

Leida não culpava o senhor Dragão por tentar convencer seu parente, ela
não era digna de tal problema. Os dragões eram criaturas orgulhosas e generosas
com seus criados, mas frequentemente consideravam os humanos e outras raças
abaixo deles. Eles os mantiveram como criados, às vezes elevando-os ao status
de favorito. E em casos muito raros, um senhor dragão se unia a sua favorita,
apaixonava-se por ela e fazia dela sua companheira em todas as coisas. Essa se
tornava o equivalente a uma esposa bem amada. O próprio Magnus já contou a
ela de um antigo Rei Dragão que tomou uma mulher humana por esposa.
Quando morreu de velhice, seu sofrimento sobre sua morte finalmente o
destruiu. Ele a seguiu pelas Estradas das Sombras dois anos depois.
Os dragões gostavam dessa história. Isso representava um enigma para a
maioria deles, um enigma de emoção, um amor mais gentil e uma fé
permanente, que mesmo com seus vastos conhecimentos e longas vidas
dificilmente podiam compreender. Como uma raça, apenas se toleravam por
intervalos curtos.

Leida adorava tanto a história quanto os dragões, por uma razão diferente.
Entendia a devoção entre o Rei Dragão e sua esposa humana. Invejou e desejou
nas profundezas de seu ser que esta história fosse dela e de Magnus. Mas o
destino e a natureza do dragão interviram, deixando-a em um lugar bem abaixo
e mais desolada do que há quatro anos.

— Você está pronta, Leida?

A pergunta de Magnus tirou-a de seu devaneio. Ela assentiu com a cabeça


e chegou a ficar ao lado dele, curvando-se para Gersel enquanto passava por
ela. O juiz Dragão franziu a testa, balançou a cabeça e desapareceu de volta à
entrada da caverna, sua comitiva de retentores atrás dele.

Eles começaram a um ritmo acelerado, mas logo diminuíram quando o


mato ficou grosso e emaranhado. Magnus abriu um caminho para eles,
balançando a foice em um arco suave e contínuo através de videiras torcidas e
arbustos espinhosos. Ele às vezes usava um feitiço para liberá-los das ervas
daninhas, mas manteve o uso da magia no mínimo para não alertar qualquer
mago humano que pudesse estar nas proximidades. Ao meio dia, caminharam
por uma distância razoável e Leida estava com sede e com fome.
Chegaram a um rio pequeno e claro, um alimentado pelas neves das
Montanhas Parcius próximas. Ela sufocou um suspiro de alívio quando Magnus
virou-se para ela e fez uma parada.

Leida encolheu os ombros e fez um rápido uso da água. Estava gelada,


um choque com a pele, mas sentiu-se celestial quando banhou o rosto e o
pescoço, seus dedos contornando a gargantilha de prata. Ela fez uma pausa para
olhar Magnus quando deixou cair a mochila e a foice, pegando o arnês, tirando
sua túnica e camisa.

Ela perdeu a respiração ao ver a pele dourada e músculos duros brilhando


de suor. Ele era ainda mais bonito do que se lembrava, gracioso e musculoso
enquanto se inclinava para a água, deixando-a cair em cascata de suas mãos
colocadas de modo que escorresse em riachos brilhantes sobre seus ombros,
peito e abdômen.

— Você irá me atender, Leida.

Mais uma vez, sua voz a tirou de seu enfeitiço e com dedos entorpecidos,
pegou o pequeno pano que ele ofereceu. Sentou-se em uma pedra de frente para
ela com uma expressão irônica e desafiadora. Concordou em levá-la a sua filha.
Ela prometeu obedecer-lhe. Agora era seu tempo de provar que suas palavras
foram verdadeiras.

Este era um território familiar, um ritual realizado entre eles durante os


anos que passavam juntos. A nostalgia quase a levou as lágrimas enquanto ela
mergulhava o pano na água e espremia. Se lavasse as escamas lustrosas ou a
carne lisa e aquecida, seria o mesmo que sempre foi, um prazer servi-lo de tal
maneira.

Ele cheirava a suor e a luz do sol enquanto se ajoelhava diante dele,


mantendo o olhar em seu peito, mesmo quando sentia o peso de seu olhar fixo
nela. Banhou-o com movimentos pausados, passando o pano sobre seus
ombros e pelos braços, depois pela estreita cintura e os músculos abdominais
rígidos e planos. Seus mamilos se apertaram, sensíveis ao toque dela enquanto
se demorava, deslizando o polegar em cada um com uma caricia sedutora.

O ritmo de sua respiração mudou, acelerou e Leida arriscou um rápido


olhar para o rosto dele. Continuava olhando-a sem piscar, suas feições ainda em
branco. Se ela não estivesse tão perto dele, tocando-o, talvez não percebesse
que seu toque o afetava.

Ela lambeu os lábios, corando enquanto seu olhar se concentrava em sua


língua deslizando sobre o lábio inferior. Doía para que beijasse, abrisse sua boca
sobre a dela para que pudesse prová-lo novamente, sentir o calor de sua língua
quando penetrasse sua boca. Mas ficou imóvel sob suas mãos, atento e
silencioso enquanto se inclinava para mergulhar o pano na água mais uma vez.

Magnus inclinou a cabeça, apoiando-se nela enquanto ela se levantava para


alcançar suas costas e traseiro. Ele prendeu seus cabelos com uma tira de couro
e ela o puxou sobre um ombro, expondo a nuca.

A água escorria pelas costas enquanto continuava limpando o suor dele.


As pontas dos dedos estremeciam sensíveis à sensação de sua pele.
Ele se sentia bem, melhor do que bem e a tentação de abaixar a cabeça e
seguir o caminho do pano com seus lábios era grande. Ela conhecia o gosto
dele, lembrava-se da flexão dos músculos enquanto chupava e mordia
suavemente ao longo do pescoço, a forma como ele estremecia e arqueava o
peito enquanto lambia.

O canto dos pássaros e o ruído borbulhante da correnteza desapareceram


enquanto mundo se estreitava apenas as mãos, as costas largas de Magnus e a
sensação de sua respiração quando ele se aproximou e colocou um leve beijo
em seu peito acima do decote do tecido fino. Leida deixou cair o pano,
levantando as mãos para segurar a cabeça escura em suas mãos.

Ela gemeu, um som fraco e trêmulo, quando Magnus acariciou seu rosto
contra ela, seus braços tocando suas costas para puxá-la.

Leida arqueou-se sob ele, os dedos acariciando o couro cabeludo


enquanto ele deixava uma linha de beijos de boca aberta sobre seu peito,
parando para apertar seu mamilo e chupá-lo através do tecido. O desejo
percorreu seu sangue, viajando de seus dedos dos pés para suas coxas, juntando-
se a uma dor que a fazia se contorcer em seus braços e abrir as pernas em um
convite silencioso.

Magnus fez uma pausa em seus cuidados, finalmente recuou para que
pudesse ver o ponto úmido que sua boca deixou no corpete. Ergueu a cabeça,
prendendo-a com um olhar rígido, seus traços arrogantes corados. Os olhos
verdes queimavam com promessas e sua boca se curvava.
— Eu não posso dar-lhe gentileza desta vez, Leida. Tive quatro anos para
imaginar isso. Você é novamente minha serva, mas dou-lhe uma escolha. Diga-
me agora que não ou a tomarei. Aqui, no sol, ao lado da correnteza, exposta ao
meu olhar. Irei montá-la até que clame meu nome e reconheça minha posse. —
Ele a beijou com força, chupando o lábio inferior antes de se afastar. — O que
você diz? — Ele perguntou com sua voz dura, desafiadora.

Leida não hesitou. Como Magnus, teve quatro anos para lembrar os
momentos entre eles, como este e imaginar mais deles. Havia muita amargura e
raiva ainda, perguntas sem resposta, ressentimentos não resolvidos. Mas ele
demonstrou bondade em levá-la para recuperar Vala e aceitá-la em sua casa.
Uma pequena chama de esperança queimou dentro dela, tão brilhante quanto a
falta que sentiu dele.

Ela o beijou de volta, um gesto mais terno do que o dele, mas não menos
apaixonado. — Eu digo sim. — Sussurrou contra sua boca.

Estas três palavras, inspiradas por mais que a fala, ecoaram em seus
ouvidos. Magnus pressionou as palmas entre seus ombros, arqueando-a de
forma que seus seios ficassem prensados contra seu peito. Leida inclinou a
cabeça para trás, o movimento destacando as linhas elegantes de seu pescoço.
Ele aceitou o convite silencioso, inclinando-se para deixar beijos suaves sobre a
pele acima da gargantilha. Ele a tocou e ficou mais duro à medida que o sangue
fluía por seu corpo. Ela tinha gosto de sal e maçã quando moveu a língua pelo
seu queixo, percorrendo os lugares que a faziam ofegar de prazer.

Ele riu, um som baixo triunfante, quando ela estremeceu em seus braços.
Era como antes. Aquelas curvas, únicas para seu corpo, ainda eram familiares
para ele. Conhecia os lugares que a faziam gemer e tremer com o toque dele. O
interior de sua coxa direita era especialmente sensível e estava ansioso
novamente para acariciar todos esses lugares e ouvir seu suspiro de prazer.

Suas mãos deslizaram de seu pescoço, massageando e amassando


enquanto passavam por suas costas e pela calça, escorregando para dentro para
tocar seu abdômen e seu sexo. Ambos gemeram então e Magnus empurrou seu
corpo contra a mão dela enquanto esfregava levemente a pele sensível, os dedos
tocando a superfície arredondada.

Luxúria, paixão, ambos correram por suas veias, o deixaram desesperado


para entrar dentro dela, fodê-la até que gritasse seu nome enquanto esvaziava
quatro anos de sombria solidão em seu corpo disposto. Ele a beijou
bruscamente, enchendo sua boca com a língua, enquanto colocava a mão dela
em seu pênis inchado.

Ela soltou um protesto fraco quando ele empurrou sua blusa para fora de
seus ombros e soltou os laços de seu corpete. A ação mostrou seus seios e
Magnus enterrou o rosto em sua plenitude, maravilhando-se com a suavidade
sedosa de sua pele, da maneira como ela o tocava. O aperto em seu eixo
aumentou, movendo-se de um lado para outro a um ritmo mais rápido quando
ele fechou os lábios sobre seu mamilo rosa. O atrito de sua mão deixou seus
sentidos tumultuados e ele chupou seu mamilo com um lento movimento de
um puxão enquanto provocava o outro com a mão.

Ela se contorceu em seus braços, sussurrando seu nome com uma voz
suplicante.

Seus quadris se moviam ao ritmo de sua mão, a cabeça de seu pênis e a


palma da mão tornando-se lisa com sua semente quente. Magnus tirou a boca
do seio, deixando seu mamilo rosado e duro. Era difícil permanecer coerente,
especialmente agora, com sua mulher meio nua em seus braços, seu eixo
movendo-se em seu aperto escorregadio. Mas encontrou sua voz, ainda que um
pouco ofegante, para enfeitiçá-la ainda mais.

— Você se lembra. — Ele murmurou contra sua bochecha. — Os


festivais de fogo, quando as jovens rainhas Dragão preparavam seus primeiros
voos de acasalamento? Apresentei você ao Rei Dragão que observou sua beleza
incomum. — Leida ficou em seus braços, sua mão parando a doce tortura.
Magnus girou a língua em sua orelha, quase ronronando. — As cavernas eram
quentes, iluminadas com grandes tochas e cheias de dragões. Estava consumido
com a febre do acasalamento, embora escolhi não me juntar os machos no voo
de acasalamento e manter minha forma humana. Você se lembra? — Perguntou
novamente.

— Eu me lembro. — Ela disse com um gemido. — Você me tomou,


rápido e duro nas sombras de uma pira sem luz enquanto seus irmãos rugiam e
comemoravam ao nosso redor. — Ela o apertou em reação à lembrança e ele
ofegou com a dor e prazer.

— Você estava tão molhada. — Ele rosnou, acariciando seu pescoço. —


Tão pronta para mim. Gozou em alguns momentos, forte o suficiente para ter
que cobrir sua boca para sufocar seus gritos. Tirou sangue quando mordeu
minha mão.

— Estou pronta agora. — Ela ofegou e moveu-se contra ele, esmagando


sua boca contra a dele, abrindo-a para que fosse ela quem o saqueasse,
chupando sua língua e beijando-o com força o suficiente para que machucasse
seu lábio superior, uma picada dor que serviu apenas para aumentar sua luxúria.

Magnus girou-a em um movimento rápido, forçando-a em suas mãos e


joelhos. Ele empurrou a saia até a cintura, descobrindo o traseiro pálido e
arredondado ao seu olhar. Suas mãos eram escuras contra sua pele enquanto
abria as bochechas, expondo uma pequena sugestão de pelos escuros e a curva
rosa brilhante. O interior de suas coxas estava molhado e suas narinas
inflamaram com o cheiro de sua excitação. Mais tarde, ele prometeu a si mesmo,
mais tarde lembraria seu gosto, chuparia e se alimentaria dela até que não se
importasse com nada além do prazer.

Agora, não podia esperar. Seu pênis latejava, o sangue fluindo em sua
virilha quase o queimava. Os quadris de Leida balançaram, atraindo-o com sua
plenitude lisa e nua. Ele abaixou a calça, liberando seu eixo e mergulhou,
afundando em seu calor úmido. Ela grunhiu com a invasão, um gemido sem
fôlego escapando de sua garganta quando ela se ajoelhava, empalada em seu
pênis.

Magnus arqueou-se, seus olhos se fechando com a sensação incrível e


familiar dela ao redor dele. Ficou quieto por um momento, saboreando aquela
primeira onda de sensação e emoção que o inundou e permitiu que Leida se
ajustasse. Não demorou muito. A influência sedutora de seu traseiro, disparou
suas paixões e agarrou seus quadris com as mãos duras, movendo-se com golpes
longos e profundos.

Era um acasalamento, tanto primitivo quanto vigoroso e temperado pela


emoção que causou estragos ao seu coração, assim como o movimento de seus
quadris contra suas coxas causava estragos em seu corpo. Magnus rastreou
padrões intrincados sobre suas costas com os dedos, fazendo cócegas,
apertando, amando-a, mesmo enquanto a fodia com abandono. Seus
batimentos cardíacos trovejavam nos ouvidos, quase afugentando os sons de
seus gemidos, seus próprios gemidos e respostas guturais enquanto empurrava
mais rápido em sua buceta apertada.

Seu clímax o atingiu como uma onda, sua semente jorrando dele em
longos pulsos, enchendo-a. Ele apertou sua cintura, curvando-se para beijar sua
nuca e acariciando os longos cabelos negros sobre os ombros. Ela estremeceu
quando deu um último impulso e lentamente, se retirou, seu pênis escorregando
para fora de em um fluxo leitoso de sêmen. O suor derramava-se sobre ele e
respirava ofegante, hipnotizado pela visão a sua frente, as coxas trêmulas
estavam abertas, sua buceta pingando com o resultado de seu clímax e sua
própria excitação.

O sol caia quente e brilhante em seus ombros quando se sentou nos


calcanhares, puxando-a com ele, de modo que ficasse ajoelhada na posição
vertical, suas roupas se juntaram entre eles. Magnus olhou para a graciosa
inclinação que ligava o pescoço ao ombro, admirou seus seios, o rubor
manchando sua pele normalmente pálida e o avermelhado de seus mamilos
rosados.

A cabeça de Leida caiu contra o ombro enquanto segurava o seio


esquerdo, provocando o mamilo entre o polegar e o indicador. Sua outra mão
lutou através das camadas de saias e deslocou-se, deslizando sobre a coxa até
segurá-la, esfregando os pelos suaves e úmidos contra a palma da mão. Ela
empurrou contra sua mão, um pedido silencioso para fazer mais do que
simplesmente segurá-la.

Magnus mordiscou o lóbulo da orelha, dando instruções quando


continuou brincando com o mamilo. — Abra os joelhos, minha beleza.
Amplamente.

Ela fez o que pediu, soltando um suspiro quando ele deslizou dois dedos
dentro dela, sua entrada facilitada pela lubrificação de seus gozos. Mergulhou
os dedos nela, passando sua semente pelas dobras internas de sua boceta e seu
clitóris inchando a seu toque.
— Você goteja em minhas mãos, Leida. Tão molhada, cheia da minha
semente. — Ele abaixou a cabeça suavemente entre o pescoço e o ombro. —
Foda meus dedos, Leida, tão forte como fodeu meu pau.

Leida se contorceu em seus braços, gemendo e implorando sem palavras


enquanto ele empurrava os dedos dentro dela, esfregando-a até que gemeu alto,
molhando sua mão. Gozou forte, seu corpo ficou desossado enquanto respirava
ofegante e tentava controlar os arrepios percorrendo o corpo.

Magnus lambeu o suor escorrendo em sua têmpora, saboreando o sal. Ele


a segurou nessa posição por longos momentos, uma mão no seio, a outra
enterrada sob suas saias, seu rosto pressionado contra seus cabelos perfumados.
Ele saboreava sua quietude, a sensação de que descansava em seus braços.
Quaisquer que fossem os quatro anos de separação entre eles, seu desejo por
ele não diminuiu mais do que o dele por ela. Sua voz, quando ela falou, pareceu
fina aos seus ouvidos. — Eu preciso ficar parada, Magnus. Minhas pernas estão
entorpecidas.

Leida lutou com seus pés, cambaleando por um momento antes de


recuperar o equilíbrio. As saias caíram no lugar, amassadas.

Ele a seguiu, subindo a calça e ajudando-a a puxar a camisa para trás sobre
seus ombros. Seu murmúrio de decepção ao ver seus seios cobertos a fez sorrir
brevemente. Em algum momento, seu corpete caiu no chão, as cordas saindo
dos ilhós.
Magnus olhou-o com um pouco de desgosto. — É necessário que use
isso?

Ela balançou a cabeça. — Não é necessário, mas adequado. Eu poderia


chamar a atenção de outra maneira.

Ele olhou para ela. — Quando foi a última vez que viu o seu reflexo,
Leida? Você chama a atenção, independentemente desta triste desculpa para um
espartilho.

Ela corou ao seu elogio, abaixando os olhos. Ele encontrou divertido que
ela pudesse, por sua vez, ser despreocupada em seus braços um momento e uma
jovem tímida no próximo. Moveu um dedo para ela. — Aproxime-se. A magia
do dragão é boa para outras coisas, além de roubar navios de ouro e afogamento.
— Ele a ajudou a encolher os ombros até o corpete, passando os dedos pelos
laços até se esticarem sob seu toque, alongando-se até serem cordas de corpo
inteiro. Ele a deixou com os laços, sem paciência para a estranheza da roupa de
uma mulher.

Sua camisa estava onde ele a deixou antes e mergulhou no rio,


aproveitando-o para esfriar sua pele aquecida. — Tome um banho rapidamente,
Leida. Perdemos tempo e comeremos enquanto caminharmos. — Ele não se
incomodou em ver se obedecia às instruções dele, o som de respingos de água
deixando-o saber que ela cuidava de sua limpeza como pediu. Ele fez o mesmo,
abaixando a calça uma vez e ofegando quando a água gelada tocou seu pau
suavizado. A camisa sentia-se bem contra sua pele enquanto se aferrava, ainda
molhada. Secaria enquanto viajavam.

Ele terminou de se limpar, fechou a calça vestiu-se antes de pegar a


mochila uma vez mais. Observou pelo canto de seus olhos quando Leida
prendeu os cabelos, admirando seu perfil, a delicada linha de do queixo, o arco
do nariz que deixava feições muito fortes para ser classicamente lindas. A
sensação de formigamento em seu ventre voltou, um sinal que estava ficando
duro apesar de ter seu pau enfiado no seu doce corpo apertado apenas
momentos antes.

— Acontecerá novamente, Leida. — Ele disse, seu tom abrupto.


Perguntou se achava que sua declaração fosse uma advertência ou promessa. —
Esta noite, quando descansar do voo, a possuirei.

Ela continuou trabalhando em seus cabelos, finalmente fazendo uma


trança e amarrando o final com uma presilha de cabelo. Seu rosto permaneceu
sombrio enquanto olhava através do rio para a linha de árvores do outro lado,
embora ele percebesse a sugestão de um sorriso pairando em seus lábios. Suas
palavras o fizeram perder o fôlego. — Talvez eu o possua.

Caminharam ao acaso, apenas parando duas vezes quando Leida precisou


atender as necessidades de seu corpo. Manteve um ritmo constante com
Magnus, ficando um pouco atrás dele. Não conversaram, o que ela se alegrou.
Seus pensamentos eram uma confusão, especialmente depois do interlúdio no
rio. Não estava pronta para uma conversa, até mesmo a conversa mais
inconsequente. A atividade monótona de colocar um pé na frente do outro e
manter-se junto a Magnus serviu para acalmar suas emoções, mesmo que seus
pés doessem quando ele fez uma breve parada. O sol desapareceu no oeste e a
lua, ainda brilhante e quase cheia, subia no céu do crepúsculo.

Magnus fez uma pausa na base de um antigo carvalho, seus grossos galhos
criando um dossel de sombras que balançavam e se deslocavam no chão. Leida
passou por ele, sentando-se com um golpe sem graça.

Sua mochila criou uma almofada entre suas costas e a casca áspera da
árvore, suspirou com alívio ao se sentar. Foi com irritação que ela olhou para
Magnus, observando que ele parecia bem após a longa caminhada. Ele olhou
para ela, diversão dançando em seus olhos. A luz pálida que se filtrava sob os
galhos fazia a prata em seus cabelos escuros brilhar e esculpir a sombra em seu
rosto magro e altivo.

— Você está cansada. — Disse ele.

Ela não sentiu nenhuma compunção para negar isso. — Muito. —


Admitiu. — Mas não quero parar por muito tempo. Nós fizemos um bom
tempo hoje, sim?

Ele assentiu. — Sim, fizemos, mesmo caminhando.


Leida sorriu, ouvindo o escárnio em sua voz. — É muito mais digno voar,
é verdade.

Magnus abaixou sua própria mochila, revirando-o até que tirou um pacote
colorido que ela reconheceu como sua mochila de comida. Ele não olhou para
ela quando a abriu. — Sim. E muito mais rápido. Você pode chamá-lo de
orgulho, Leida. Prefiro pensar nisso como eficiência. Infelizmente, caminhamos
à luz do dia. Não tenho vontade de ser derrubado por algum cavalheiro
vitorioso com visões de adicionar caçador de dragão ao nome de sua família. Não
há muitos humanos tão compreensivos como você quanto à proximidade de
um dragão.

O pensamento de tal coisa acontecendo com ele fez seu estômago revirar
e ela olhou para o pão de mel que ele entregava-lhe com pouco apetite.

Uma lembrança surgiu, um momento terrível quando em seu sexto ano


como sua favorita, ele mancava até as cavernas, resmungando de dor. Ela e os
outros servos ficaram horrorizados ao ver dois eixos de flecha grossos entre as
escamas do lado direito. Entre as mãos experientes de um antigo Sprite da
floresta chamado Dagden e a magia considerável de Magnus, ele conseguiu se
curar em menos de um mês. Mas aquela vez ficou marcada em sua mente, nos
dias em que ele colocou sua enorme cabeça em seu colo, ofegando e sofrendo
enquanto Dagden limpava a ferida. Ela cantou para ele nesses momentos,
mesmo quando sua voz se rompeu com medo e apagou, não sendo mais o
instrumento sedutor que primeiro o atraiu para ela.
— Que pensamentos obscuros a atormentam, Leida? Se você se
preocupa com sua filha, vamos voar mais, até mesmo no amanhecer. Será
arriscado, mas diminuirá o tempo de viagem.

Um frisson de calor a percorreu. Ele pode ter tomado Sivatte como sua
favorita e ainda a amaldiçoar por roubá-lo, mas em algum lugar nesse grande
coração de dragão, ainda cuidava dela. Suas bochechas se aqueceram e ficou
feliz pela escuridão. Ele ainda a desejava, se o seu amor no rio e a promessa de
mais fossem quaisquer indicações.

— Estou ansiosa para ver Vala. — Disse ela, separando o pão para
mastigar pequenos pedaços. — Ela é tudo para mim e sinto muita sua falta. Mas
está segura em mãos carinhosas.

Não havia dúvida no movimento de sua boca quando falou de sua filha
ou o aborrecimento rapidamente escondido. Estava na ponta da língua dizer-
lhe que estava enganado ao pensar que ela ficaria com outro e carregando sua
criança. Mas ele descobriria logo. Um olhar aos olhos de Vala e saberia. E então,
o que? Os machos dragões eram ferozmente protetores de sua prole. Magnus
já gerou e criou um macho e quatro fêmeas que estavam em idade adulta.

O orgulho deles era óbvio, mesmo o homem, Ariadoc, nascido com uma
asa retorcida e incapaz de voar.

Mas essa criança era humana, criada por Magnus quando estava com a
aparência humana. Leida ouviu falar de tal progênie, embora fossem raras. Na
maioria das vezes, eram tão bem-vindos na comunidade dragão como os de
sangue puro. Viviam por muito tempo, herdando a poderosa magia do dragão.
Ela já viu sugestões em Vala, jovem como era.

O que Magnus pensaria quando descobrisse que Vala era dele? O que
faria? Poucos dos cenários que ela imaginou davam qualquer conforto.

Ela mastigou lentamente o pão, aceitando o frasco de vinho que entregou


com um agradecimento suave. Ele se agachou ao lado dela, observando o céu
escurecendo. A luz dançava em seus traços e achava que ele era o homem mais
bonito que já viu. O vinho era doce em sua língua, calmante para sua garganta
seca, enquanto bebia.

— Cuidado com isso. Você ficará em suas costas, se tomar o vinho


temperado de Gersel desta forma. — Seus olhos verdes vibrantes, envoltos em
tons de cinza, brilhavam na meia luz enquanto lambia uma gota perdida do
canto da boca.

Leida passou a garrafa de volta para ele, já se sentindo eufórica com o


efeito do vinho. — Seu aviso vem muito tarde, eu acho. Estou tonta.

Ela inclinou a cabeça para trás contra a árvore, olhando para cima, as
estrelas brancas piscando para ela dos espaços claros entre os galhos do
carvalho. Um suspiro e uma risada tocaram seus ouvidos.

— Muito tarde, na verdade. Esperaremos um pouco antes de voar. Os


efeitos são fortes, mas passam rapidamente, mesmo em um ser humano.
Ela virou a cabeça, piscando lentamente quando sua visão girou em um
arco e finalmente alcançou o movimento. Magnus apareceu borrado ao redor
das bordas enquanto ele cavava mais uma vez em sua mochila, puxando um
tubo e uma pequena bolsa de couro. Mesmo em seu estado de embriaguez, ele
a surpreendeu. Em todos os anos como sua favorita, nenhuma vez o viu fumar.
Nunca se convenceu de suas virtudes ou vícios — Se tivesse que respirar fumaça
do nariz e da boca. — Ele disse a ela uma vez, desprezo forte em sua voz. —
Eu teria nascido um dragão de fogo. — O desprezo em sua voz deixou saber
exatamente o que pensava dos dragões de fogo.

Magnus deve ter sentido que ela o observava quando preparava, depois
virou a cabeça, dando-lhe um olhar levemente divertido. — Há momentos,
poucos e distantes entre si, em que vou admitir minha pressa em dar uma
opinião. Este é um ritual calmante.

Leida riu, os olhos arregalados quando um soluço seguiu a risada.

— Você quer dizer que admite quando está errado?

Ele arqueou uma sobrancelha escura para ela, dando um bufo audível de
desdém.

— Eu nunca estou errado, apenas incompreendido. — O humor em


seus olhos lhe disse que ele seu orgulho era às vezes ofuscante.

Ela soluçou novamente, sufocando uma risadinha. — Perdoe-me. — Ela


ofegou. — Eu não sabia que o vinho era tão forte.
Ele aceitou suas desculpas, mesmo quando uma pequena chama brilhante
apareceu entre os dedos dele acendia o tabaco no cachimbo, soprando
suavemente sobre ele até que pegou. Leida reconheceu o feitiço. Era um simples
que ensinou a ela em seu primeiro ano de serviço. Um que ela não podia mais
invocar com a gargantilha de ferro revestida de prata em sua garganta como
uma serpente venenosa. Ela segurou os elos delicados, suprimindo o desejo de
tentar arrancá-la do pescoço. O cheiro doce de fumo provocou suas narinas
quando Magnus chupou o cachimbo e a observou.

— Não removerei a gargantilha, Leida. Você não usará minha própria


magia contra mim para se esconder e fugir novamente. Preferiria não perder
mais quatro anos procurando por você.

A confusão surgiu juntamente com a pequena esperança que ela manteve


e quase se recusou a reconhecer no caso de estar errada. — Por que isso importa
agora? Você tem seu precioso anel de volta. Por que me caçar novamente?

Magnus afastou o cachimbo, soltando a fumaça através do nariz e da boca


de forma descontraída. Ele olhou para ela pelo canto de seus olhos, um olhar
observador que fez sua respiração se agitar no peito.

— O que faz você pensar que isso tem algo a ver com o anel?

Ela envolveu seus braços ao redor de si mesma, de repente sentindo frio.


— Vingança? Uma maneira de derramar sangue por ferir seu orgulho?
Ele resmungou, sua voz se voltou. — Diga-me, Leida, além das
precauções que tomei para mantê-la perto, o que fiz para exprimir essa vingança
da qual você fala? — O olhar em seus olhos a desafiou a enfrentar a verdade.

Sua garganta fechou-se, entupida com lágrimas que também borraram sua
visão.

Levaram duas tentativas para limpar a voz e falar com alguma aparência
de normalidade. — Não é o que você fez. É o que fará. — Deuses, mas estaria
profundamente em seu ser, uma vez que voltaram para suas cavernas e ela
tomasse seu lugar como sua serva mais baixa enquanto ele exibia sua atual
favorita ante ela.

Magnus soltou a fumaça, esvaziou o cachimbo de seu conteúdo e apagou


as brasas vermelhas com sua bota. A haste se quebrou enquanto ele a apertava
com um forte brilho. — O que eu farei? Que coisas acredita que sou capaz,
Leida? Que vingança acredita é apropriada para uma amante que abandona seu
companheiro, rouba dele, toma outro amante e carrega seu filho?

Ele levantou-se para ficar sobre ela, seu rosto torcido com raiva.

Talvez a tivesse assustado se ela não tivesse ficado tão irritada, estimulada
pela coragem temporária do vinho do dragão. Ela se levantou para encará-lo,
ressentimento e fúria borbulhando nela como um rio.

— Por que não posso ter um amante? Você é bom para julgar-me! Como
acha que me senti quando cortejou Sivatte diante dos meus próprios olhos? —
Ela começou a passar diante dele, as mãos nos quadris. — Eu também tenho
meu orgulho, Magnus, humana inferior como sou. Você realmente acreditou
que eu esperaria até que me levasse para uma cidade distante, falando sobre as
relações temporárias dos dragões? — Ela afastou a mão dele quando a alcançou
e fez a pergunta que queimou dentro dela por quatro anos. — Quanto tempo
demorou depois que eu parti para Sivatte se tornar uma favorita?

O olhar de Magnus estava gelado quando ele respondeu, suas palavras


duras. — Três dias.

Leida fechou os olhos, a bravura do momento anterior se afastou, apenas


para ser substituída por uma tristeza. — Três dias. — Sua risada parecia vazia
em seus ouvidos. — Lembro-me daqueles dias. Eu viajei com uma família de
ciganos ao longo da base das Montanhas Riori e me perguntei se você sentiria
minha falta. — Ela limpou a garganta novamente, limpando as lágrimas que
conseguiram escapar. — Obviamente não. Afinal, o que é a filha de um
fazendeiro com uma voz danificada em relação a uma donzela elfo que canta
para os deuses?

Ela não sabia o que esperar dele então, zombaria e desprezo, surpresa de
ter sido ferida por suas ações, divertir-se com seus ciúmes, mas nada a preparou
para a reação que conseguiu. Seu grito de surpresa ecoou pelas árvores quando
Magnus estendeu a mão e agarrou seus ombros, agitando-a até que ela apertou
os punhos na camisa e implorou-lhe que parasse.
Ele a afastou, o rosto branco de fúria. Arrepios percorreram suas costas e
ela corou confusa pela profunda decepção, o insulto em seus olhos. — Você
esconde bem seus pensamentos, Leida de Glimmer South. Ao longo de todos
os anos, você viveu na minha casa e compartilhou minha cama, nunca pensei
que sua consideração fosse tão baixa. — Sua voz era mordaz e se perguntou
como ele conseguiu virar a mesa, mais uma vez a acusando. — E você diz que
sou pernicioso.

Ela observou, chateada, enquanto deixava cair as mãos como se estivesse


queimando-o, afastando-se e caminhando até sua mochila. Ele juntou o
cachimbo quebrado e a bolsa de tabaco, empurrando-os para dentro de sua
mochila. Quando voltou para encará-la, foi com um rosto desprovido de
qualquer emoção. — É hora de partir. Temos uma curta caminhada até os
penhascos de Lomondari. Voaremos de lá.

Ele não se incomodou em ver se ela o seguia e Leida começou a caminhar,


agarrando sua mochila enquanto seguia Magnus através das crescentes sombras
entre as árvores. O vinho continuava em sua cabeça, mas enfraqueceu
rapidamente como Magnus disse. A euforia que trouxe se foi há muito tempo,
deixando o desespero e a perplexidade em seu rastro.

Ele não negou Sivatte, mas de alguma forma a fez sentir culpada, confusa
e suportou a sensação de que suas ações de quatro anos atrás podem ter sido
um erro colossal.
Seria pouco menos que um milagre se ele não a matasse antes do fim de
sua viagem. Leida colocava a prova sua paciência e controle com suas acusações,
seus insultos que o fizeram soar volúvel, inclusive malicioso. Magnus poderia
ter pensado que o incitou de propósito par fazê-lo perder a razão se não fosse
a expressão aflita em seus olhos, o ciúme em sua voz quando falou da mulher
elfa, Sivatte.

O vento corria sobre suas asas quando voava alto sobre a floresta escura,
vendo a distância o pasto pontilhado e seus montes suavemente salpicados.
Como sempre, a emoção do voo acalmou suas emoções, acalmou-o para que
pudesse pensar com mais clareza, atravessando os poços e armadilhas de suas
palavras para discernir o significado por trás delas. Se não acreditasse que ela
fugiria, trabalharia sua maior magia, transformaria Leida por um curto período
de tempo para que pudesse sentir as cócegas de nuvens baixas sob sua barriga,
o estiramento das asas em suas costas. Ele bufou, o vapor subindo de suas
narinas para fluir atrás dele. Os deuses sabiam que ela poderia se beneficiar de
qualquer passatempo que pudesse conter sua impulsividade. Era humana, mas
sua natureza era tão volátil quanto qualquer dragão que ele já encontrou.

Apesar de sua raiva, Magnus não pode deixar de ver quando ele se
transformou seus olhos se acenderem, praticamente brilhando ao vê-lo em seu
verdadeiro estado, asas gigantes se estendendo de cada lado, escamas âmbar
com obsidiana e esmeralda. Arqueou o pescoço, as narinas alongadas
queimavam enquanto levantava uma mão, correndo-a sobre sua pele com uma
reverente carícia. As escamas ali aumentaram em reação, sensíveis ao seu toque
mais leve.

— Você se lembra de como montar?

Magnus pode ver que sua voz de dragão a assustou, sua força profunda e
poderosa ecoando. Leida assentiu e alcançou o arnês. Ele abaixou a cabeça para
aceitá-lo, encontrando um pouco de diversão enquanto ela se acalmava,
observando o movimento da língua perto de sua orelha enquanto provava o ar
ao redor dela. Limpou a garganta, sua própria voz carregava uma nota de
provocação coberta com uma medida de cautela.

— Você não está pensando em...

Ele revirou os olhos e terminou a frase por ela. — Comê-la? Não, pelo
menos não como um dragão. — Mesmo no escuro, podia vê-la corar em sua
alusão.

— Venha, estamos desperdiçando a luz da lua. Encaixe o arnês e monte.


Temos certa distância a cobrir antes de descansarmos novamente.

Ela assentiu com a cabeça, rápida para obedecer-lhe e logo eles estavam
acima das árvores, cotando as nuvens baixas. Leida montava sobre seu pescoço,
pernas contra a coluna enquanto segurava o arnês para manter o assento. Seu
leve peso não o retardou e se perguntou se ela se lembrava de voos anteriores,
quando girou em acrobacias aéreas de tirar o fôlego e ela jogava a cabeça para
trás, rindo e gritando com alegria, agarrando o arnês.

Por enquanto, ela estava quieta, envolta em uma capa quente que ele lhe
deu para protegê-la do frio do voo noturno. Magnus sentiu uma mudança em
seu peso enquanto se inclinava para frente, com o menor calor da pele enquanto
pressionava seu rosto contra suas escamas. Ela adormeceu, embalada pelo
movimento rítmico de suas asas enquanto batiam no ar.

Eles voaram por horas, até que uma dor constante cresceu em seus
ombros e suas asas cansaram de seu movimento constante. Ainda estava escuro
quando Magnus passou por uma clareira gramada com salgueiros e um pequeno
lago na base. Ele circulou duas vezes antes de finalmente descer.

Uma vez que pairou a alguns metros acima do chão, curvou a cabeça para
as costas, o pescoço longo lhe dava um grande movimento. Como suspeitava,
Leida estava dormindo profundamente.

— Leida. — Ele disse tão suavemente quanto a voz do dragão permitiu


e ela se virou ereta, piscando para ele com confusão. Fios do cabelo escuro
escaparam de sua trança, movendo-se ao redor dela na corrente rápida causada
por suas asas rapidamente batendo.

Ele não precisou dizer mais nada. Eles viajaram longas distancias antes e
Leida estava familiarizada com as precauções que ele tomava para não alertar os
outros de um dragão nas imediações. Ela deslizou os pés, movendo até a perna
esticada de Magnus ficando pendurada em uma garra de prata curvada. Soltou
as mãos, caindo no chão com um grunhido suave. A aba de suas asas ameaçou
derrubá-la enquanto trabalhava rapidamente para soltar o arnês e as mochilas.

Uma vez livre de seus fardos, Magnus emitiu o mesmo som alto, mudando
mais uma vez em um homem. Ele pousou em seus pés, ágil como um gato e
agarrou as mochilas com um movimento suave. Ninguém saberia que um
dragão pousou ali. Mesmo o caçador mais experiente iria ver apenas um
conjunto de pegadas, a de um homem e uma mulher.

Ele estendeu a mão, fazendo sinal para ela. — Venha, vamos acampar no
abrigo das árvores e descansar até o meio dia. Você pode tomar um banho se
quiser, irei caçar. — Leida poderia ficar feliz o suficiente com o pão e o queijo
embalado pelos servos de Gersel para sua jornada, mas Magnus, mesmo em
forma humana, gostava de carne. Sua visão afiada de dragão notou movimento
tremendo entre os salgueiros enquanto circulava acima deles. Corujas caçando
significava que havia presas por perto.

Os salgueiros graciosos ofereciam um refúgio e privacidade sob sua capa


de folhas verdes, galhos esbeltos e arqueados. Magnus colocou uma mão
possessiva contra as costas pequenas de Leida, guiando-a para uma das maiores
árvores enquanto tropeçava sonolenta ao lado dele. Quando fez uma cama de
seus cobertores e colocou as mochilas contra o tronco da árvore, ela estava
dormindo mais uma vez, agarrando um dos cobertores sob o queixo.

Magnus olhou para ela por longos momentos, observando os círculos


escuros sob seus olhos, a palidez de sua pele. Ele suspeitava que a semana
passada a drenou até o ponto de exaustão. Sua captura, sua reunião com ele, seu
voo para a aldeia, o interlúdio intenso no rio e toda a agitação emocional que
veio com ele finalmente a desgastou. Beliscou a ponte do nariz, quase tão
cansado como ela, mas queria resolver as coisas entre eles.

Por enquanto, aproveitaria a escuridão e encontraria comida decente.


Criou uma ala protetora em seu acampamento, que dava a um transeunte um
forte sentimento de evasão. Armado com a pequena flecha que desempacotou,
percorreu as árvores, seus sentidos eram muito mais agudos do que um ser
humano verdadeiro. Não demorou muito para capturar e matar duas grandes
lebres. Quando voltou com os coelhos, limpos e prontos para assar, Leida
acordou novamente. Sentou-se quando o ouviu se aproximar.

Seus olhos se iluminaram a vista das lebres e se moveu rapidamente para


tirá-los dele para que pudesse começar um pequeno fogo. — Esta é uma boa
captura. — Ela disse. — Obrigada. Eu já estou cheia de pão e peixe nos últimos
dias. Esta é uma mudança bem-vinda.

Magnus sentou-se sobre os cobertores que ela desocupou, contente de vê-


la preparar sua refeição. Ele pegou a mochila, tirando o frasco de vinho e o
cachimbo. Ao igual que com seus laços, ele segurou os pedaços do tubo
juntando-os, cantando um canto sem palavras para fundir os pedaços
quebrados, tornando-o inteiro mais uma vez.

— Você vai cantar para mim mais tarde? Quando terminar a refeição?
Ele olhou para ela por cima do ombro enquanto puxava a bolsa de tabaco
da mochila. — Você ainda gosta da música de dragão, Leida?

Seu sorriso era melancólico e ansioso. — Sim gosto. Sempre amei seu
canto. É a música das estrelas.

Se ela tivesse dito que ele era o dragão mais bonito do mundo, tais palavras
teriam empalidecido contra estas. Dragões fazem música e aqueles com talento
para produzir estão em alta consideração. Seu peito se inchou de orgulho e
sorriu indulgente enquanto embalava a tigela.

— Será um prazer. Fico feliz por ouvir que você ainda tem carinho por
isso.

Seu sorriso desapareceu. — Foram apenas quatro anos, Magnus. Seria


preciso uma vida para eu esquecer sua voz.

Magnus acendeu o cachimbo, chupou-o e liberou um redemoinho de


fumaça preguiçoso de sua boca e nariz antes de responder. — Será? Você se
lembrou de minhas músicas enquanto trabalhava para trazer sua filha ao
mundo? — Ele podia ouvir o sussurro em suas palavras, mas era impotente para
detê-lo, a amargura mais uma vez acordada e viva nele.

O rosto de Leida ficou pálido, mas se recusou a olhar para longe. — Sim.
— Ela disse suavemente. — Sua lembrança me trouxe conforto e aliviou a dor.

Ele corou, desconfortável com uma pequena culpa por sua renúncia.

— Lamento que tenha sofrido.


Ela suspirou, o sorriso mais uma vez no lugar. — É todo o peso de cada
mulher e sua alegria. — A luz do fogo refletia-se em seus olhos quando ela
procurou seu rosto, pelo que, ele não sabia. — Mas obrigada pelas suas palavras.

Ele assentiu uma vez, com prazer em fazê-la sorrir de novo. Um silêncio
confortável caiu entre eles enquanto continuava fumando e ela cozinhava sua
refeição. Eles também comeram em silêncio, apenas conversas enquanto
limpavam os restos da refeição e caminhavam juntos para o lago para limpar as
mãos.

Quando voltaram, Leida voltou a sentar-se nos cobertores e Magnus


agitou as brasas do fogo. O céu estava cinza, as estrelas desaparecendo quando
a lua desceu e o amanhecer se aproximou.

— Que música você gostaria de ouvir? — Ele perguntou a ela.

Ela dobrou os joelhos, envolvendo seus braços ao redor de suas pernas e


inclinando a cabeça. — Não importa. Eu gosto de todas as músicas.

As brasas continuaram a desaparecer quando Magnus respirou fundo e


começou a cantar, uma melodia rica e baixa, tirada da mágica de dragão e
lembranças antigas.

Ele observou o rosto de Leida enquanto cantava, observava suas sutis


mudanças quando ela caiu sob o encanto fascinante de sua voz. Sua expressão
enviou o sangue correndo por suas veias, como era um arrebatamento, como
de uma mulher que acabou de encontrar seu maior prazer nos braços de seu
amante. Sabia que era muito parecido com sua própria expressão quando a
ouviu cantar a tantos anos antes.

Sua música chegou ao fim, caindo para um silêncio sem fôlego. Leida
sentou-se como hipnotizada, finalmente piscando e balançando a cabeça para
sair dos efeitos de sua voz. Seus olhos cinza escureceram, um anseio subindo
pelas profundezas enquanto enfrentava seu olhar.

— É como me lembrava. Um presente dos deuses. Você tem uma voz


maravilhosa, Magnus.

Magnus inclinou a cabeça em reconhecimento de seus elogios. Ele a


observou enquanto apoiava a bochecha nos joelhos, sua própria voz ficando
sonolenta. — Eu sei que Vala gostaria de ouvi-lo cantar.

Ele ficou rígido ao ouvir o nome da criança. O conhecimento de sua


existência tocava seu interior. Poderia empurrá-lo para o fundo de sua mente,
exceto por aqueles momentos, como agora, quando Leida insistia em lembrá-lo
dela. Refletiu, lembrando sua conversa anterior, incluindo a estranha observação
em relação à sua voz. Endireitou, olhando para Leida com os olhos estreitos,
uma percepção crescendo dentro dele.

— Leida. — Disse ele. Ela ergueu a cabeça, as sobrancelhas levantadas


em questão.

— É sua vez. Cante para mim.


Sua expressão de pânico confirmou suas suspeitas. Sua favorita, uma vez
abençoado com a mesma qualidade de voz que a elfo, Sivatte, não podia mais
cantar.

A bílis na garganta, acompanhada por um terror fez seu corpo congelar


no lugar. Magnus a observou, seus traços em branco. Mas havia um olhar de
cumplicidade nos vibrantes olhos verdes, um conhecimento da razão de seu
medo. No entanto, sua falta inicial de reação à notícia conduziu a esperança que
perdeu com o comentário, muito concentrada em suas observações sobre
Sivatte. Ela deveria saber melhor. Magnus perdeu muito pouco.

— Eu não posso cantar, Magnus. — Ela disse, balançando a cabeça. —


Pelo menos não da maneira que uma vez pude. — Seu silêncio a fez se
contorcer. — Você não tem nada para dizer?

Ele moveu-se da posição sentada, aumentando graciosamente para


avançar na frente dela. — Você diz que danificou sua voz. Como? Ficou ferida?
Nunca me falou sobre isso e não vi feridas em você. — Ele parou, prendendo-
a com um olhar rígido.

Leida lambeu os lábios, sentindo-se como uma criança pega em uma


infração. Quantas vezes, ela se perguntou se poderia incitar sua ira antes que ele
finalmente perdesse todo o controle fenomenal e a estrangulasse? Ela esfregou
as palmas úmidas sobre os joelhos.
— Leida?

Uma respiração profunda e ela soltou seu conto, falando rápido na


esperança de não ficar completamente incoerente antes de terminar. — Eu
queria melhorar meu canto, torná-lo ainda melhor do que era. Pratiquei cada
momento livre. — Ela sorriu um pouco tristemente, pensando no velho Sprite
da floresta de Magnus. — Dagden ameaçou amordaçar-me com o avental dela
se eu não lhe parasse um pouco todo aquele incessante uivo.

Magnus riu. — Dagden nunca teve uma apreciação pelos pontos mais
finos de uma melodia bem cantada. — Ele ficou sério quase que
instantaneamente. — Continue. Posso sentir você hesitando em contar.

Leida limpou a garganta, irritada com a facilidade com que conseguia


discernir suas emoções. — Eu bati notas que nunca o fiz antes e você percebeu.
Vi sua surpresa quando cantei para você na véspera de sua viagem para Meck's
Hilltown.

Um soluço ficou preso em sua garganta. Foi sua última noite feliz com
ele, quando elogiou sua voz com grande entusiasmo e a amou no amanhecer.
Quando saiu para a cidade do lago, sentiu-se segura em seu carinho, saciada e
aquecida por seu amor. Ele não lhe disse por que viajou para Hilltown, apenas
que ela e outros dois agentes humanos deveriam encontrá-lo lá naquela noite.
A cena que encontrou naquela noite ainda a deixava doente.

Magnus se agachou na frente dela, levantando o queixo com um dedo,


obrigando-se a olhar para ele quando tentou abaixar a cabeça e se esconder
dentro das abas de suas saias. — Foi então, não foi? — Sua voz ficou rouca. —
Foi então que você mudou, tornou-se alguém que não conhecia mais. — Ele
segurou seu queixo em um aperto mais firme. — O que foi Leida, que fez você
se virar contra mim? Fugir enquanto eu repousava minha cabeça no colo de
uma estranha com um rosto familiar? Uma mulher que não mais cantou quando
perguntei e me olhava com tanta repugnância?

Leida balançou a cabeça, afastando-se de seu aperto. Ela levantou-se,


contornando-o quando ele se levantou com ela. A raiva mais uma vez
borbulhou na superfície e ela ficou aliviada de que sua voz soasse firme e
quando respondeu. — Eu vi você com Sivatte. — Disse ela. Seus olhos se
estreitaram quando olhou para Magnus. — E você é um bom para mentir no
colo de uma estranha. Tinha sua cabeça no colo dela, seus olhos fechados
enquanto ela acariciava seu cabelo e lançava seu feitiço com sua voz. Parecia um
homem que acabou de encontrar o prazer entre as coxas de uma mulher. Eu
imagino que fez isso também, antes de me encontrar no limite do campo desse
fazendeiro.

Havia uma nota cautelosa em sua pergunta. — Por que você não me
chamou?

Leida ofegou, atordoada com o que considerava pura idiotice. —


Certamente, está brincando. — Ela soltou seus braços com exasperação. — O
que exatamente eu poderia dizer, Magnus? — Olá, você se importaria de não
seduzir, meu mestre? Ele já tem uma favorita. Eu. — Ela abriu as mãos,
escondendo-as na saia para que ele não visse a verdadeira medida de sua raiva,
sua dor. — O que você teria feito se a situação fosse ao inverso?

Suas sobrancelhas negras se ergueram em um movimento perigoso. — Eu


teria rasgado os braços do bastardo de seu corpo e deixado suas entranhas para
o fazendeiro usar como fertilizante para seus campos.

Os olhos de Leida se arregalaram. A voz de Magnus estava pesada de


ciúmes e poderia ter encontrado alguma alegria pequena se não fosse a imagem
horrível que ele descreveu. Estremeceu, sabendo que teria realizado tal ação sem
um segundo pensamento.

— Isto é sobre você, Leida e não Sivatte.

Seus dedos estavam brancos. Se ela estivesse com as unhas mais longas,
teria machucado suas palmas. — Oh, isso é definitivamente sobre Sivatte,
Magnus. — Ela grunhiu. — Na verdade, todas as estradas levam de volta a sua
bonita elfo.

As lágrimas não podiam ser reprimidas e caíam em cascata sobre suas


bochechas, agora era ela que estava de pé na frente dele, abraçando-se com
conforto solitário. — Eu não queria acreditar. — Ela murmurou. — Eu não
queria acreditar que você estava cortejando outra favorita. Mas como não
poderia? Eu a vi, ouvi-a. — O rosto de Magnus ficou turvo diante de seus olhos.
— Eu nunca ouvi ninguém cantar assim. Nem humano, nem dragão podiam
combinar uma voz como a dela. — Leida fungou, enxugando as lágrimas com
as mãos trêmulas. — E ela era muito mais do que jamais poderia ser. Longa
vida, sem idade. Seria jovem e bonita muito depois que meus ossos virassem
para o pó.

Leida soluçou uma vez, não mais querendo olhar para Magnus. Sentiu sua
quietude, uma espera tensa como se ele a levantasse uma vez que terminou o
conto. — Você foi para Hilltown várias vezes esse mês e sabia o por que.
Segurei a esperança de que talvez não o perdesse completamente se eu
simplesmente continuasse a melhorar minha voz. Afinal, ainda gostava de
apreciá-la quando cantava ou recitava poesia.

— Sempre encontrei um grande prazer em sua voz, entre outras coisas.

Ela soltou um pequeno sorriso. — Eu contava com isso. Mas a prática


não foi suficiente. Poderia levar Dagden a pura loucura e não seria o suficiente.
— Ela olhou para ele então, vendo uma nova simpatia em seus olhos. — Então
usei a magia do dragão, um feitiço arcano em um de seus livros. Era suposto
adoçar a voz de um dragão, então tentei isso sozinha.

O rosto de Magnus ficou sem cor, suas pupilas se expandindo para que
seus olhos verdes se tornassem pretos. Leida esfregou os braços dela, o
estômago revirando enquanto ele a encarava horrorizada. Engoliu um grito
quando ele pulou para ela, levantando-a de seus braços e colocando-a contra o
tronco do salgueiro. Ele a esmagou contra a árvore com seu corpo e ela sentiu
os tremores violentos percorrendo-o.
— Você ficou louca? — Ele disse, forçando as palavras entre os dentes
apertados. Seu rosto magro estava tão branco que parecia um crânio. — Você
percebe que poderia ter se matado com sua própria estupidez?

Leida se contorceu em seu aperto, sem conseguir nada além de cansar-se.


— Eu não pensei que seria tão perigoso. — Sua voz rompeu-se em um soluço
e ela abruptamente caiu em seus braços. — Não funcionou, Magnus. Pensei que
alguém tivesse arrancado minha garganta, doeu tanto. Estava com medo de
dizer o que eu fiz.

Seu aperto suavizou, mudando para um abraço reconfortante enquanto


ele recuava, levando-a com ele. — Eu me lembro. Você estava rouca. Dagden
pensou que fosse um resfriado, mas nenhum de nós entendeu por que não
consegui curá-la.

Leida sentiu o peito se expandido em um longo suspiro e ele falou


novamente. — Ah, Leida, por que você faria algo assim? Seu canto era lindo,
mas não vale a pena morrer por ele.

Ela usou sua camisa para secar as lágrimas.

Seus olhos ainda estavam negros, seu rosto pálido, mas o choque
desapareceu, substituído por um arrependimento e alguma outra emoção que
fez sua respiração parar no peito. Ela encolheu os ombros. — De qualquer
forma, foi um esforço inútil. Como você admitiu, Sivatte tornou-se sua favorita
três dias depois de eu ir embora. — Ele balançou a cabeça quando repetiu o
mesmo insulto que ela usou na câmara de julgamento. — Os dragões são
realmente caprichosos.

Seus olhos se fecharam quando ele inclinou a cabeça para trás, acariciando
seu pescoço e o queixo com a ponta dos dedos. Sua respiração tocou as suas
maçãs do rosto enquanto ele falava. — Eles podem ser. Caprichosos e
gananciosos, orgulhosos e sem senso de humor. — Leida suspirou quando ele
tocou sua testa com um leve beijo. — Olhe para mim, Leida.

Ela abriu os olhos novamente, flexível e dócil em seu abraço.

O olhar de Magnus era intenso, queria que o olhasse, que o ouvisse. — É


verdade. Sivatte é uma favorita, mas ela não é minha favorita. Eu a cortejei por
Ariadoc. Pertence ao meu filho.

Leida estava certa de que seu coração parou de bater por um momento,
antes de começar de novo e bater em seus ouvidos como um tambor de guerra
Glimmer.

— O que você está dizendo? — Ela sussurrou.

Sua boca se torceu, entre uma careta e um sorriso.

— Você é desconfiada, uma tola favorita, com uma opinião pobre de seu
mestre. Por causa da asa torcida de Ariadoc, ele nunca voará rápido o suficiente
para se encaixar com um dragão fêmea. Pediu-me para ajudá-lo a encontrar uma
favorita. Sivatte era perfeita para ele e pelo que ouvi, está tão seduzida por
Ariadoc quanto ele por ela.
Era uma notícia deslumbrante e sentiu o desejo de rir e gritar. Uma voz
arruinada e quatro anos de miséria, iluminado apenas pela alegria da presença
de sua filha, que poderia ter sido evitado se apenas possuísse a coragem de
perguntar o que ele estava fazendo.

— Eu teria dito a você, se tivesse perguntado. Não havia segredos. Mas


expressou pouco interesse em minhas viagens, então não mencionei.

Ela pensou em Vala, três anos e abençoada com a magia transmitida pelo
pai que ainda tinha que conhecer. Seus braços envolveram a cintura de Magnus.
— Deuses Magnus, o que eu fiz?

Magnus a segurou, saboreando a sensação dela em seus braços, o


conhecimento de que se voltou para ele em busca de conforto. Seus
pensamentos ainda giravam ao redor de suas revelações, as terríveis
repercussões de suas ações e as razões das mesmas. Quando ela disse que usou
um de seus feitiços arcanos e mortais para ajudar sua voz, pensou que explodiria
em chamas. O terror se misturava com a fúria enquanto considerava sua
imprudência e pensou que a gargantilha de prata pudesse ser um ornamento de
proteção no lugar de castigo. Certamente, proteção contra si mesma.

— Leida. — Ele murmurou, beijando o topo de sua cabeça, — Irei


prendê-la a uma das paredes da caverna com uma corrente de ferro se suspeitar
que tentará algo tão tolo novamente. — Ele sentiu seu soluço contra o peito.
— Acalme seus medos, Magnus. — Disse ela na camisa. — Foi uma
lição bem aprendida.

Magnus se afastou dela para ver seu rosto. Estava manchado de lágrimas
e seus olhos inchados e vermelhos. Ela nunca pareceu mais bonita para ele. —
Você destruiu sua voz em uma tentativa fracassada de ter minha aprovação e
provavelmente minha lealdade. Fugiu de mim porque achou que a substituí com
outra favorita.

Leida ruborizou e abaixando os olhos. — Sim.

— Você realmente tem uma consideração muito pobre por mim.

Sua cabeça ergueu-se. — Isso não é verdade! — Ela disse.

Ele sorriu para o protesto dela. — Tais medidas extraordinárias para


alcançar o que já pertencia a você. — Ela ofegou. — Lembra-se quando eu disse
que tirou de mim o que eu tinha de mais precioso? — Ele sentiu seu tremor.

— Sim e sinto muito, Magnus. Se soubesse que o anel significava tanto,


teria escolhido outra coisa. Apenas queria uma lembrança.

Ele colocou um dedo contra seus lábios para parar suas explicações
nervosas.

— Eu não estava falando do anel, Leida. — Seus olhos se arregalaram


quando seu significado ficou claro. Magnus segurou seu rosto nas mãos. — A
beleza de Sivatte permanecerá muito tempo depois de você e eu sou formos
ossos frágeis no abraço da Terra. Ela é de uma raça quase imortal. — Seus
polegares deslizaram através de suas maçãs do rosto, traçando as linhas finas
que apareceram no canto de seus olhos, marcas passadas, marcas de anos
passados com ele. — Mas ela contrasta em comparação com a minha favorita,
uma mulher com o cabelo como a noite e a lua no olhar. — Os dedos dela se
cravaram em suas costas. — Mesmo quando for velha, ainda a acharei a mulher
mais bonita que nasceu, Leida de Glimmer South.

Seu gemido tocou sua boca quando ele capturou seus lábios em um beijo,
um gentil e longo, fazendo amor com a boca dela. O céu se iluminou ainda mais,
um toque do amanhecer pairando no horizonte, mas nem ele nem Leida
perceberam. Os dedos de Magnus trabalharam em seu corpete, soltando-o com
uma velocidade impressionante. Os sapatos e a roupa logo ficaram aos seus pés
e ele recuou para admirá-la, observou as mudanças em seu corpo desde a última
vez que a viu nua.

Pálida e com os membros longos, seu corpo ficou mais cheio de curvas, a
magreza da menina desapareceu. Em vez disso, sua cintura se curvava e os
quadris estavam arredondados, conseguiu ver a trilha prateada de cicatrizes finas
que descia pelo abdômen, logo acima do triângulo de pelos escuros.

Leida ficou em silêncio enquanto continuava olhando para ela. Ele estava
ansioso para enterrar o rosto entre esses seios brancos e cheios mais uma vez.

— A maternidade fez bem a você, Leida.

Ela deu-lhe um pequeno sorriso tímido e silenciosa acenou, devolver o


olhar. Magnus ficou imóvel quando o olhar dela passou por ele, fazendo uma
pausa no peito e nos braços, na barriga lisa, a prova flagrante de seu desejo por
ela. — Você é lindo como um homem, Magnus. — Ela sussurrou. — Quase
tão bonito quando você é dragão.

Ela não poderia ter exaltado suas virtudes físicas de uma maneira melhor
e mais sensível, ele a alcançou, suspirando audivelmente com prazer quando ela
pressionou contra seu corpo, dos ombros aos joelhos. Leida soltou um suspiro,
colocando os braços ao redor do pescoço e deixando pequenos beijos ao longo
do ombro, sobre a clavícula e a garganta. Afundaram nos cobertores, um
emaranhado de braços e pernas.

Sua umidade contra a base de seu pau tentou Magnus a puxar sua perna
ao quadril e tomá-la tão rapidamente como ele fez no rio. Seria tão bom, tão
frenético, mas restringiu o desejo, querendo saborear esse encontro, aproveitar
de todas as maneiras que lhe foi negada nos últimos quatro anos.

Ele deitou Leida até suas costas, esticando os braços acima de sua cabeça.

A posição destacou a linha de sua barriga, a curva de seus seios e os


mamilos cor-de-rosa escuro rígidos com excitação. Magnus ficou sobre ela e
abaixou a cabeça, chupando mamilo enquanto tocava o outro com os dedos.
Os gemidos de Leida ecoavam em seus ouvidos, suaves súplicas sem palavras
que se espalhavam em zumbidos ainda mais suaves enquanto segurava sua
cabeça em suas mãos e o apertava mais perto.

Ele mudou para outro seio, gemendo contra a pele dela enquanto abaixava
os braços para acariciar seu peito, seus dedos parando em seus mamilos
sensibilizados e beliscando delicadamente. Ele quase gozou naquele momento,
uma forte onda de sensação inundando suas coxas, percorrendo seu pênis
rígido. Ela gemeu em protesto quando ele abandonou seus seios em favor de
sua barriga. Os gemidos rapidamente mudaram para sussurros quando Magnus
passou a língua em uma longa e úmida linha pelo meio, parando para mergulhar
no umbigo antes de deslizar sobre a suave curva de uma pele macia e cicatrizada
logo acima de sua feminilidade.

Magnus deslocou os braços para encontrar uma posição mais confortável


para o prazer. O movimento fez com que sua mão roçasse a garrafa de vinho
esquecida no chão perto dos cobertores. Ele fez uma pausa, observando por
um momento antes de levantar a cabeça para olhar Leida.

Suas sobrancelhas ficaram altas. — O que está errado?

Ele balançou a cabeça e pegou a garrafa, sentando-se entre suas coxas


abertas. Moveu suas próprias sobrancelhas para ela, fazendo-a rir.

O vinho era doce em sua língua, nem muito frio nem muito quente.

Magnus engoliu o primeiro gole e ofereceu a garrafa para Leida. Ela negou
com a cabeça.

— O que você está planejando, Magnus? — Suas mãos continuaram


sobre ele, deslizando sobre suas coxas e abdômen. Ele parou sua mão quando
alcançou seu pau.
— Ainda não, minha beleza. Não consigo pensar quando você me
acaricia.

Ela fez beicinho. — E isso é ruim?

— Não. — Ele murmurou, inclinando-se para deixar um beijo na barriga


dela. — Nunca é uma coisa ruim sentir suas mãos em mim. Mas é uma distração
e quero aproveitar.

Magnus voltou a inclinar a garrafa, enchendo a boca com o vinho. Mas


desta vez não engoliu. Em vez disso, o segurou na boca e lambeu em sua barriga,
entre as pernas, os ombros nas coxas e o rosto pairando logo acima e sua buceta.

— Oh meu... — Ela sussurrou em um suspiro sem fôlego.

O vinho, aquecido na boca, escorreu entre os lábios, pingando em um


fluxo fino em suas coxas e buceta. Ele seguiu seu caminho, acariciando os pelos
castanhos macios com seu rosto, molhado com vinho e o suco de suas próprias
paixões. Os joelhos de Leida ficaram mais distantes mesmo quando seus dedos
tocavam seus cabelos, pressionando a cabeça para aproximá-lo. Magnus aceitou
o movimento, estimulado tanto pelo aroma almiscarado e doce, como pelos
contínuos gemidos baixos que agora saiam de sua garganta.

Ele agarrou suas mãos, usando seus polegares para separar as dobras
inchadas e revelar o minúsculo botão de carne rosa sensível a seu olhar. Sua
respiração o deixou em uma longa exalação, sua boca se enchendo de água à
vista.
As mãos de Leida ficaram mais frenéticas, puxando o cabelo com força
suficiente para causar uma sensação de dor. — Oh deuses! Magnus, por favor.

Magnus sorriu, movendo a língua pelo interior de sua coxa para tocar um
fio de vinho. — Por favor, o que, Leida? — Ele provocou. Era um ritual entre
eles, jogado nos anos anteriores, quando a fazia dizer exatamente o que queria
dele. Como antes, seus comandos sem fôlego enviaram fogo por suas veias e
seu pau pulsou em resposta.

— Coloque sua língua dentro de mim. Por favor. Deuses, eu preciso


disso. — Ela se arqueou contra suas mãos, um pedido físico para acompanhar
suas palavras.

Magnus não precisava ouvir duas vezes. Seu gemido continha luxúria e
alívio quando ele apertou sua boca sobre a pequena pérola em que se
concentrava tanta sensação. Ela tinha o gosto do céu e oceano, ainda melhor
do que se lembrava e ele se perguntou como encontrou controle para esperar
um dia inteiro antes de se entregar desse jeito.

Magnus a chupou lentamente, às vezes fazendo uma pausa para girar sua
língua pelas dobras internas e deslizar para dentro para provocar sua abertura
lisa.

Leida lentamente se acalmou em seu abraço, seus gemidos ficando suaves,


mesmo quando seus músculos se enrijeceram. Ela estava no limite do clímax,
seus quadris movendo-se nos cobertores em um ritmo cada vez maior. Ele
conhecia os sinais, conhecia seu corpo tão bem. Voltou a chupar sua carne,
suavemente mais uma vez enquanto as mãos deslizavam para cobrir seus seios.
Seus mamilos pequenos, já rígidos, se endureceram ainda mais sob o
movimento sutil da ponta dos dedos.

Foi o toque que a enviou ao orgasmo e Leida quase atingiu seu nariz com
o movimento repentino de seus quadris. Magnus flexionou os ombros para
segurá-la enquanto gritava, empurrando-se contra sua boca. Ela era um calor
líquido e queria sentir que o cercava, mergulhava em seu corpo. Lambeu uma
última vez antes de mudar de posição, levantando-se e sentando-se sobre suas
panturrilhas.

De seu novo ponto de vista, tinha uma visão completa dela, a pele branca,
corada e brilhante com transpiração, o rápido movimento de seu peito enquanto
ela ofegava. Os olhos de Leida brilhavam nas sombras que se apagavam
enquanto esticava uma mão, com a ponta dos dedos roçando a cabeça de seu
pau. Magnus estremeceu e se inclinou para frente, apoiando os braços de cada
lado da cabeça.

Ela sorriu, sua mão se fechando mais firmemente sobre ele mesmo
quando suas pernas se moveram sobre seus quadris e sua cintura. Guiou-o para
ela e ele observou enquanto a cabeça inchada de seu pau desaparecendo entre
as dobras de seu sexo. Um músculo liso e apertado agarrou-o enquanto
afundava dentro dela e Magnus gemeu com prazer. Saiu lentamente, quase até
a ponta, fascinado pela visão de seu eixo, rosado e reluzente de umidade.
As pernas de Leida se apertaram ao redor dele, seus calcanhares cravando
na parte inferior de suas costas para impulsioná-lo para frente. Ele não precisava
de mais incentivos. Seus gemidos rítmicos, cronometrados com o movimento
de bombeamento de seus quadris, eram a música mais doce para seus ouvidos.
Ele lambeu sua garganta, o lugar logo abaixo da gargantilha que a aprisionava.
Suas mãos apertaram os braços quando ela encontrou cada impulso.

Suas coxas estavam escorregadias contra as dela, suas bolas estavam lisas
com seus sucos enquanto esfregavam contra a curva de seu traseiro. Ele a fodeu
com força, acariciando-se dentro e fora em um movimento que a empurrava
contra os cobertores retorcidos. Sua boca encontrou a dela, a língua imitando o
movimento de seus quadris.

Ela agarrou-o, puxando-o, os músculos apertando seu pau até que gemeu
em sua boca. Um arrepio floresceu na parte baixa de suas costas, acima do
traseiro e as coxas até que finalmente se concentrou em seu pau. Subiu,
avançando para o restante do corpo e ele se levantou contra ela, desesperado
para se aproximar o quanto possível, afundar-se nela, corpo e alma. Dois
movimentos fortes e suas costas arqueadas, seus profundos gritos ecoando pelas
árvores enquanto empurrava mais uma vez, seu pau latejando com uma dor
quase insuportável quando entrou em Leida com um jorro de calor.

Estremecimentos invadiram seu corpo quando ele entrou em colapso


sobre ela e levou esforço para encontrar a energia e rolar para o lado, para não
esmagá-la. Ele puxou os quadris de Leida confortavelmente contra o dele para
ficar enterrado dentro dela. Sua visão desfocou um momento antes de se
concentrar em seu rosto, ainda corada por seus esforços. Imaginou que ele
parecia igual.

Ela o observou com uma expressão saciada e sonolenta, seus olhos cinza
quase brilhando na luz apagada do fogo. — Não tenho certeza de poder andar
amanhã. — Disse ela, um sorriso em sua voz. Uma mão fazia cócegas na sua
nuca enquanto a outra acariciava seu lado e quadril.

Magnus esfregou a palma da mão sobre a parte traseira arredondada,


puxando-a mais perto, enquanto se suavizava dentro dela, sua semente saindo
dela para escorrer por ambas as coxas. Ele a beijou, puxando suavemente o lábio
inferior. — Lembre-se, viajaremos principalmente à noite. — Outro beijo, este
um pouco mais forte. — Haverá pouca caminhada. Montará quando for um
dragão... — Ele fez uma pausa para girar sua língua pela boca. — E novamente
quando for um homem. — Ela riu, sensual e conhecedora, o que se transformou
em um pequeno e acolhedor gemido quando ele apertou a boca sobre a dela,
pressionando os lábios sobre os dela e chupando sua língua.

Logo, ele pensou, logo ele a tomaria novamente, quando a sensação que
deixava as pernas dormente e tremendo passasse e ele conseguisse se afastar da
atração sedutora de sua boca. Deleitava-se com a sensação de seus dedos em
seus cabelos, a maneira como ela o tocava com mãos reverentes e amorosas,
como se adorasse a sensação dele sob suas palmas.

Magnus envolveu suas pernas ao redor dela, suprimindo o desejo de


abraçá-la e arriscar-se a feri-la com a necessidade de prendê-la de qualquer
maneira. Seria preciso mais do que um abraço esmagador. Ele pensou na
criança, sua filha e sentiu seu estômago se apertar com a dor do ciúme,
arrependimento e inveja. Ignorou-o, suprimindo por um momento. Não serviu
de nada, pois a criança não poderia ser ignorada.

Ele e seus irmãos eram criaturas astutas, procurando sempre aquela que
poderia beneficiar mais e mais as suas aspirações e desejos. Leida era seu desejo,
sua obsessão, sua necessidade. E se suas ações agora fossem indícios, ela o
amava tanto quanto ele a amava.

O truque agora era convencê-la a ficar com ele além dos quatro anos de
sua sentença, assegurando-lhe que não tinha intenção de substituí-la, apesar da
ruína de sua voz ou a filha que não poderia reivindicar como sua.

A manhã estava cheia sobre eles quando sentiu que a fadiga finalmente se
apoderava.

Magnus estava quase dormindo quando a respiração lenta de Leida mudou


de repente, alertando-o. Seus olhos se abriram quando ela endureceu em seus
braços e abaixou a cabeça para encará-la, questionando.

Ele ficou suspeito ao vê-la morder o lábio inferior, mesmo quando seus
dedos faziam círculos em seus ombros. O alarme cresceu com a timidez em sua
voz.

— Eu tenho outra coisa para dizer. — Disse ela, limpando a garganta


duas vezes antes de continuar. — E acho que você ficará com raiva novamente.
— Minha filha? — Gritou Magnus. Levantou-se sobre ela, nu e
enfurecido. — Vala é minha filha?

Leida agarrou um dos cobertores, pedindo-lhe que abaixasse a voz com


um movimento frenético de suas mãos. Ela gritou quando ele a empurrou de
onde estava ajoelhada no cobertor. Seus olhos verdes queimaram de raiva, dor
e descrença.

— Você escondeu minha filha e nunca disse uma palavra! — Seus dedos
cravaram em seus braços até ela se encolher e a afastar dele. — Quanto tempo
planejava manter essa notícia para você, Leida? Outro dia? Quando finalmente
chegássemos à aldeia e a apresentasse?

Ela segurou uma mão suplicante, sem saber como responder. Sua raiva
era justificada, mas escondeu a filiação de Vala dele, não por despeito, mas por
medo. — Eu estava com medo!

Magnus a olhou com um olhar impetuoso. — Com medo de quê? Você


continua falando sobre esse medo de mim, mas não fiz nada para ganhá-lo. E
como pode pensar que machucaria minha própria filha?

Ele mostrou os dentes e Leida ofegou, agradecida por ele ainda estar em
forma humana, pois, como dragão, esse gesto teria sido realmente aterrador.
Roupas voaram enquanto ele atirava suas saias para ela e se esquivou de quase
ser atingida por seus sapatos desgastados.
Leida segurou suas roupas, observando enquanto Magnus rasgava sua
mochila, tirando uma nova troca de roupa. — Mentiu, cadela enganosa. — Ele
rosnou. — Você manteve minha filha escondida de mim por causa de um medo
que nem pode sequer nomear? — Sua mão se fechou ao redor de seu pulso e a
arrastou atrás dele.

Ela ofegou, tentando segurar suas roupas e ainda manter o cobertor ao


redor dela com uma mão. — Para onde vamos? — Perguntou, tentando se
manter no chão. Era inútil.

Magnus era muito mais forte do que a maioria dos homens. Sua resistência
não era mais efetiva contra ele do que a de um mosquito.

— O lago. Preciso desesperadamente de um banho. — Ele olhou para


ela por cima do ombro, sua mensagem era clara. Ele queria lavar o cheiro dela.

Aquela aparência, de uma superioridade assustadora, fez seu


temperamento aumentar para combinar com o dele. Ela não conseguiu se
libertar de seu controle, mas não facilitara o trabalho. Seu grunhido surpreso
permitiu que ela soubesse que cumpriu sua tarefa quando se sentou
abruptamente. A grama densa estava fria e úmida em seu traseiro nu, mas Leida
apertou os dentes, recusando-se a deixá-lo ver o desconforto.

— Levante-se, Leida. — Ele disse, puxando seu braço.

— Não. Não até que você me deixe explicar. Eu sei que está com raiva,
mas se apenas... — Sua frase terminou em um grito quando ele de repente
deixou cair a mochila de roupas, curvou-se e a elevou sobre seu ombro. O
movimento afastou a respiração dela enquanto seu ombro duro batia no
estômago.

O tapa penetrante em seu traseiro provocou apenas um gemido sem


fôlego. Ela bateu em suas costas com os punhos e ele ajustou-a para que pudesse
respirar novamente. Houve tempo apenas para tomar um enorme folego antes
que se encontrasse voando pelo ar. Um caleidoscópio de cores brilhou em sua
visão, o verde dos salgueiros, o azul do céu da manhã, antes que um choque de
água fúria encontrou suas costas, fechando-se rapidamente sobre sua cabeça.

A expressão de Magnus estava cheia de vingança quando ressurgiu,


limpando a água de seus olhos e tossindo.

Leida passou a mão sobre a superfície da água, enviando um spray para


ele. — Bastardo! — Ela gritou. — Você está tentando me afogar?

— Não me tente. — Ele gritou de volta e mergulhou sob a superfície,


subindo brevemente antes de mergulhar de novo, apenas para reaparecer na
frente dela.

Ele a circundou de uma maneira preguiçosa e predatória, lembrando-a dos


grandes tubarões-marinhos dos quais ouviu contos horríveis.

Ela ficou de pé na água até o ombro, seus dentes batendo forte o suficiente
para causar dor na cabeça. O cabelo escuro de Magnus estava longe de seu rosto,
destacando seus planos e ângulos afiados. Parecia completamente inalterado
pela água fria, nem mesmo um único arrepio se via nele, enquanto ela ficava
parada, tremendo e quase azul com frio.

Seus olhos verdes já não queimavam enquanto a encarava. Em vez disso,


brilharam com desprezo. — Agora. — Ele disse com uma voz sem qualquer
emoção. — Estou pronto para ouvir.

Leida apenas olhou para ele e começou a se mover, seus dentes batendo
tanto que era impossível formar uma palavra coerente. E ele a chamou de louca?
Qual pessoa em sua mente sã decidia conversar no meio de um lago gelado?
Além de nu, para que qualquer intruso testemunhe?

Ela apenas pode rosnar quando seus braços se envolveram ao redor de


sua cintura, levantando-a e virando-a de modo que o encarasse, o peito contra
seu peito duro. Magnus falou suavemente contra sua orelha, palavras que
pareciam estranhas e confusas. Ela soltou um suspiro de agradecimento quando
a água ao redor deles se aqueceu instantaneamente, afugentando os arrepios que
a deixavam tremendo em seus braços.

— Melhor? — Ele perguntou, acariciando as costas com uma mão


enquanto a outra apoiava seu peso, segurando-a para ele.

Ela ainda estava irritada, mas grata pela água aquecida. — Sim muito.
Obrigada.

Ele assentiu, mas não ofereceu piedade em seu olhar hostil. — Diga-me,
Leida. Faça-me entender por que você manteria minha filha em segredo.
Leida balançou a cabeça. — Eu não a escondi, Magnus. Não sabia que
estava grávida até depois de um mês de ter ido embora.

Seu rosto escureceu de novo. — E ainda continuou fugindo. — Ela podia


ver os músculos em seu maxilar enquanto apertava os dentes.

— O tribunal de Dragon encontrou você, forçaram a retornar para mim.


Você manteve seu silêncio sobre ela, fez de mim um tolo, me deixando acreditar
que outra pessoa a gerou. Não me diga que não a escondeu intencionalmente.
— Um rugido áspero escapou. — Você é cruel, Leida. Apenas se veste com a
elegância da auto piedade e imagina a perseguição.

Sua mão se afastou da água, uma vez que suas reações foram mais rápidas
do que as dele. O tapa contra a bochecha dele ecoou por vários segundos. A
cabeça de Magnus recuou com a força do golpe e ele respondeu
instantaneamente, a mão previamente pressionada contra suas costas,
segurando ambos os pulsos em um aperto implacável.

Leida não lutou, mas se manteve rígida em seus braços, ofegante e


olhando para ele com olhos cheios de lágrimas. — Não é piedade, nem é
perseguição. Mas sou uma pessoa, Magnus, não gado. Mesmo como sua
favorita, ainda não era maior do que qualquer outro servo em sua casa,
facilmente descartada, facilmente substituída. — Ela soluçou, suas palavras
saindo juntas em uma frase sem fôlego pontuada por lágrimas. — E havia Vala.
Eu poderia ter retornado. A vida poderia ter sido mais fácil. Não teria que
trabalhar nos campos como fiz, mas agradeci o trabalho. Minha vida e a da
minha filha, não dependem dos caprichos de um senhor Dragão.

Os olhos de Magnus se estreitaram. — Essa é a coisa mais tola que ouvi


em muitos anos, Leida. — Ele criticou. — Então, você tirou um jugo imaginário
que coloquei em seus ombros, encontrou sua liberdade por assim dizer e
colocou seu bem-estar e o da sua filha, minha filha, nas mãos da natureza e do
destino. — Ele balançou a cabeça, seus dedos apertando os pulsos dela. — E
se houvesse problemas com a colheita? Praga? Todas as coisas que perseguiram
os homens desde antes das lembranças dos dragões? — Ele apertou os pulsos
com força o suficiente para fazê-la estremecer. — Você e sua estranha e mal
colocada nobreza. Se tivesse algum senso de razão, teria retornado para mim.

Sua raiva sumiu, deixando apenas uma triste melancolia.

— Voltar para o que? — Ela suspirou. — Você com sua nova favorita?
— Ela balançou a cabeça quando iria interrompê-la. — Eu apenas agi com o
que sabia então. E teria recebido Vala com celebração? Iria reivindicá-la, mas se
recusar a me permitir ficar? Não podia correr esse risco, Magnus. Vala é tudo
para mim, a melhor coisa que já fiz. Minhas decisões podem ter parecido tolas
para você, mas minha sabedoria não tem mais de trezentos anos. E juro por
qualquer coisa sagrada que colocar diante de mim, não escondi sua existência
como uma forma de vingança contra você. Tem todas as razões para não
acreditar em mim, mas eu amo você demais para ser tão cruel.
Ela finalmente disse em voz alta e ficou feliz por isso. Agora, esperaria e
veria como Magnus lidaria com tal declaração. Em algum momento de seu
discurso, ele soltou as mãos para que descanse em seus ombros. Seu silêncio a
enervou e Leida não teve coragem de levantar o olhar mais alto do que a
cavidade de sua garganta.

— Olhe para mim.

Sua voz era suave, sedutora, como se preparasse para cantar para ela.
Leida ergueu os olhos, atordoada e ficou encantada com a expressão neles. A
raiva ainda estava lá, a frustração e a dor, mas também via amor. O mesmo amor
que declarou para ele se refletia sobre ela, profundo e permanente. As lágrimas
borraram sua visão enquanto ele a beijava, um toque de adoração de seus lábios
contra os dela. Ela o beijou de volta, deslizando os braços sobre os ombros para
mantê-lo perto. A sensação de seus dedos em sua nuca fez com que terminasse
o beijo e ela gritou exaltada ao sentir o peso da gargantilha desaparecer de sua
garganta. Um fraco formigamento de poder fluiu através dela, fraco, mas ainda
presente.

Magnus balançou a gargantilha da ponta dos dedos, observando como a


luz do sol brilhava sobre os elos prateados. — Sem mais restrições, Leida. Você
é livre para usar sua magia. Livre para fazer seu caminho no mundo, sem mim,
se desejar. — Ele franziu a testa para isso. — Temia que a mandasse embora.
Temia que a forçasse a ficar. Tem medo suficiente entre nós. — Ele jogou a
gargantilha no lago e ambos observaram o reflexo da luz do sol nele antes de
afundar.
— O que você diz? — Ele perguntou, um pouco de urgência em seu
tom. — Você ficará?

Leida o abraçou, quase o estrangulando em sua alegria. — Eu ficarei, para


sempre, enquanto você me tiver.

A risada de Magnus foi abafada contra a garganta recém-descoberta e ele


tirou as mãos do pescoço dela. — Então envelhecerá em minhas cavernas e
veremos Vala crescer.

Ele a beijou de novo e eles flutuaram juntos, perdidos um no outro


enquanto o mundo se estreitava até a volta rítmica da água magicamente
aquecida e suas pernas ao redor de sua cintura. Leida gemeu quando Magnus
entrou nela, deslizando para dentro e para fora em movimento lentos e fáceis
enquanto ela deixava beijos em seu pescoço e mordiscava o lóbulo da orelha.
Ele a acariciava debaixo da água, segurando seu traseiro quando entrava nela,
gozando e logo ele a seguiu.

Um som distante, de vozes e assobios, tirou Leida de um deslumbramento


agradável. Ela olhou para Magnus que estava alerta em seus braços. Ele olhou
para ela, seu sorriso fugaz, mas íntimo. — É hora de deixar a água, Leida.
Outros já começaram seu dia. Não desejo oferecer a algum grupo errante de
soldados cheios de bebidas ou trabalhadores, seu corpo adorável.

O cenário que ele descreveu a fez nadar imediatamente para a margem, a


água de repente gelada estimulando-a a nadar mais rápido. No momento em
que voltaram para o abrigo do salgueiro, secaram e vestiram-se, ela estava
balançando-se com fadiga. Magnus reforçou o feitiço ao redor da árvore e a
ajudou a espalhar os cobertores. Leida suspirou com prazer enquanto ele se
deitava ao redor, aquecendo as costas e as pernas debaixo dos cobertores. Desta
vez foi ele quem a puxou do limite do sono com uma pergunta.

— Vala. Ela parece exatamente com você, não é? Com exceção de seus
olhos. Eles são verdes, como os meus.

Leida virou-se para encará-lo, surpresa. — Sim. Isso é incrível. Como


adivinhou?

Magnus sorriu, a mesma expressão superior que frequentemente a levava


a distração. — Nós dragões, somos criaturas astutas e sagazes, Leida.

Ela revirou os olhos, voltando para o lado para aconchegar-se contra ele.
— Ela também é muito parecida com você em espírito. Considera-se a rainha
de todas as coisas.

Sua risada suave fez cócegas em seu ouvido. — Estou ansioso para
conhecê-la.

Leida se sentou em uma rocha plana perto da entrada das cavernas de


Magnus, desfrutando da tarde e o sol em seu rosto. O movimento sussurrante
de uma brisa de outono bagunçou seu cabelo e fez um redemoinho de folhas
amarelas aos seus pés. O bosque parecia se calar, sonolento enquanto o dia
desaparecia. Ela desfrutava da tranquilidade, a busca de um descanso da
conversa constante de sua filha.

Em sete temporadas, Vala era uma criança faladora, inquisitiva e insistente


que seus pais tinham todas as respostas para suas numerosas perguntas. Leida
muitas vezes se encontrava escondendo um sorriso atrás de sua mão quando a
criança fazia perguntas a Magnus que fazia seus olhos se alargarem antes de
franzir o cenho e exigir saber exatamente onde ela ouviu algo assim. Ainda
assim, sempre respondia paciente com a conversa incessante de Vala, mesmo
quando Leida queria cobrir seus ouvidos e pedir-lhe que ficasse em silêncio por
pelo menos três respirações curtas.

Um eco de alegria infantil, carregado na suave brisa, entrou em seus


ouvidos. Leida olhou para o labirinto de bordos e bétulas, vislumbrando uma
onda de escarlate enquanto Vala passava por ela, seu manto e longos cabelos
pretos ondulando atrás dela como bandeiras. Ela era de pernas longas e rápida
como uma jovem corça, desaparecendo rapidamente mais uma vez no bosque.

Leida não teve muito tempo de esperar antes que Magnus aparecesse. Ele
corria também, parando onde ela estava sentada, observando.

Ele se curvou, envolveu um braço em volta da cintura e ergueu-a contra


ele. Ela deu as boas-vindas a seu beijo, o breve brilho provocante de sua língua
sobre a dela. — Use o cinto de rubi esta noite. — Ele sussurrou em seu ouvido.
Soltou-a tão rapidamente quanto a abraçou, seu sorriso provocante prometendo
uma longa noite de amor. Ela retomou ao assento e ele se curvou uma vez antes
de seguir o caminho de Vala, em seu jogo favorito de perseguição.

Alguns poderiam dizer que ela era uma mãe ruim, permitindo que Vala
percorresse a floresta como uma coisa selvagem, em vez de estudar etiqueta por
esse tempo distante, quando algum nobre importante poderia cortejá-la. Tais
advertências imaginárias não diziam respeito a Leida. Sua filha era uma criança
e deveria ter permissão para seguir as atividades de uma criança. Além disso,
suspeitava que Magnus teria dificuldade em aceitar a maturidade de Vala de
criança para mulher. Ele já estava lidando com a questão de suas rebeliões de
curta duração. Criar uma criança humana era bastante diferente de criar um
dragão e o senhor Dragão às vezes lançava olhares desconcertados. Nada em
seus séculos de vida o preparou para as surpresas que Vala muitas vezes jogava
nele.

Ela sorriu enquanto a risada de Vala flutuava para ela mais uma vez,
acompanhada pela mais profunda de Magnus. O amor inchou em seu peito,
uma feroz onda de emoção que a fez querer perseguir os dois e abraçá-los. —
Minhas bênçãos. — Ela sussurrou para si mesma. — Meus presentes de
generosos deuses.

Fim

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