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A caverna na qual esperava brilhava com uma luz dourada de uma fonte
invisível. A magia do dragão, o tipo mais simples, iluminava o lugar, perseguindo
as sombras dançando ao longo das paredes curvas e do teto alto. Leida visitou
essas cavernas uma vez, anos antes, durante os grandes festivais de fogo quando
os dragões da Terra se encontravam com o Rei Dragão. Foi um momento
emocionante, que a fez sentir medo e antecipação ao mesmo tempo, ao ver
coisas que poucos humanos viram.
Ela voltou, não por sua própria vontade desta vez, ainda temendo o que
a aguardava. Um duro tremor a sacudiu da cabeça aos pés e a garganta fechou-
se contra a ameaça de vomitar. Não havia ninguém ali para falar em sua defesa
e com todas as provas, era culpada do crime pelo qual agora era julgada. Leida
conhecia a natureza dos dragões, sua astúcia e inteligência, medo e orgulho, não
sabia de sua misericórdia ou se mesmo existia. Mas se existisse, pretendia
implorar por ela, de joelhos, se necessário. Poderiam tirá-la de sua magia, açoitá-
la e fazê-la andar nua pelas ruas. Se apresentaria alegremente, se apenas a
deixassem viver livremente. Alguém mais dependia dela, a esperava e negociaria
qualquer coisa para poder retornar.
Qualquer deidade que ouvisse sua súplica, ele ou ela escolheu não
responder e Leida sentiu o medo pesar sobre seus ombros.
O som dos passos do único corredor que levava à sala a fez se endireitar.
Tinha a boca seca, qualquer umidade que ainda permaneceu em sua língua secou
enquanto observava oito homens entrarem. Leida levantou-se, curvando-se
com respeito quando ficaram diante dela. Eram seus juízes, Senhores Dragões,
que julgavam e castigavam os dragões e todos aqueles associados a eles.
Seus dedos se apertaram mais quando o mais velho dos juízes falou, os
pelos finos em seus braços se levantaram em reação aos tons prateados e
enfeitiçados de sua voz. Esqueceu a beleza da voz de um Senhor Dragão.
Ele ergueu uma mão, mostrando um pequeno anel, uma criação de ouro
fosco e fino com uma safira tão azul que parecia preta na luz da caverna. —
Perguntarei formalmente Leida, roubou este anel de Magnus Silverclaw?
Ela já admitiu o crime, mas o desejo de mentir era forte, sua sensação de
autopreservação gritando um aviso interno de que admitir isso novamente seria
assinar sua própria sentença de morte. Muito tarde, pensou. Muito tarde.
Um dos juízes mais jovens falou. — Por causa de sua ligação anterior com
os dragões, permitiremos que tenha a chance de se explicar antes da sentença.
Sabe que roubar o tesouro de um Senhor Dragão é punível com a morte?
Ele olhou para ela, os olhos verdes estreitos em meras fendas. — Ladra.
— Ele disse em uma voz profunda, sedutora e cheia de aversão.
Sua primeira vista dela depois de quase quatro anos, golpeou-o com força.
Uma alegria amarga e ira entraram em ebulição na boca do estomago.
Observava desde as sombras do corredor enquanto ela enfrentava os juízes.
Suas feições, cansadas, foi de pálida a ruborizada enquanto respondia as
acusações e voltava-se para ele.
Eles saíram da sala com pés silenciosos, a luz do dragão lançando suas
verdadeiras sombras nas paredes polidas, revelando grandes formas e pés com
garras em vez de figuras humanas.
A sensação de ferro frio que o tocou logo acima de seu coração e foi como
água gelada no seu ardor, Magnus parou com uma mão subindo a saia enquanto
a outra provocava seu pequeno mamilo até deixá-lo duro. Terminou o beijo,
ignorando seu leve gemido de protesto.
Ela estava tão bonita quanto a quatro anos, especialmente agora com um
anseio que queimava claro e brilhante em seus olhos. Sua raiva voltou a vigorar,
alimentada pela lembrança de sua humilhação ao descobrir que sua favorita, não
apenas o deixou, mas também o roubou.
— Você cumpre seu papel de amante muito bem, Leida. Poderia pensar
que ficou longe apenas por um passeio prolongado, voltando para mim com
um coração cheio e um corpo ansioso pelo meu. — Ele apertou os dentes para
controlar sua fúria e esticou-se para forçar uma mão entre suas coxas. Segurou-
a com força o suficiente para que o calor de seu corpo fluísse pela saia e sobre
a palma da mão. — Pelo menos há alguma verdade para o segundo.
Ele a empurrou, não ajudando enquanto ela tropeçava, quase perdendo o
equilíbrio. Recuperou-se rápido o suficiente e encarou-o com a mesma
expressão assombrada e terrível de antes no tribunal Dragão. Ele ficou rígido
quando esse terror se acalmou e transformou-se em uma determinação, que
endureceu seus olhos cinza.
Ainda assim, Magnus podia vê-lo em seus olhos. Ela faria isso novamente
e mais, se necessário. Leida de Glimmer South queria viver desesperadamente
e faria qualquer coisa para ganhar clemência e salvar sua própria pele.
Ele teve o suficiente. Era hora de conversar com os juízes. Nunca houve
qualquer dúvida sobre o que faria com ela uma vez que fosse encontrada e
trazida de volta. Apenas cumpriu as formalidades de seu julgamento para
assustá-la e funcionou. Estava aterrorizada. Magnus escolheu não lhe dizer que
não era o tribunal que deveria temer, mas sua própria vingança.
As vozes dos juízes chegaram até ele enquanto caminhava até o corredor.
Virou-se por um momento, olhando para sua antiga amante com desprezo. Seus
lábios se apertaram e ela deixou cair o olhar em suas mãos.
Ele não parou quando ouviu a voz dela vagando pelas sombras no
corredor. — Você sabia, Magnus. Muito antes de mim.
O que ele disse? Ela roubou o que ele considerava mais caro. A
observação a deixou perplexa, pois em sua lembrança ele demonstrava
preferência por uma coroa incrustada de rubis e uma faixa de joias que gostava
de colocar em seus quadris nus uma vez que seu relacionamento se aprofundou
em intimidade.
Passos suaves a alertaram para o retorno dos juízes. Ela sabia de onde
vinham. As grandes cavernas pertencentes ao Rei Dragão desciam até a terra,
vigiada pelo maior Dragão da terra e seus seguidores. Abaixo de seus pés
estavam as salas cheias de riquezas surpreendentes e um Rei reptiliano
envelhecido que comandava seus próprios dragões e tinha uma equipe de
criados composta de humanos e duendes do bosque.
Seu olhar foi para Magnus. Ele a observava, impassível por suas frenéticas
tentativas de livrar-se do colar. — Você não pode removê-lo, Leida. Apenas eu
posso. É ferro disfarçado de prata, um meio para drenar sua magia, como as
algemas. — Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso. — Irá usá-la.
Leida deixou cair as mãos, curvando os punhos dos lados para evitar mais
uma vez tentar arrancar o colar.
Estava preparada para perder sua magia, mas não assim. Não essa morte
lenta como o sangue escorrendo de uma ferida pequena, mas fatal. Sua voz
estava rouca, cheia de lágrimas quando ela se dirigiu a Magnus.
Sua voz poderia ter provocado tempestades de gelo, de tão fria. — Este é
seu castigo, Leida.
Um pânico cego ameaçou engoli-la. Não era a morte, mas estava perto o
suficiente. Escravidão e separação daquele que mais amava no mundo. Quatro
anos! Ele poderia ter dito que era uma eternidade e não poderia ser pior. Uma
névoa vermelha passou por sua visão, obscurecendo os rostos de seus juízes
que a observavam com olhos arregalados. Na euforia de seu desespero, seu
espírito pareceu deixar seu corpo por um momento e observou à distância,
enquanto seu ser físico ignorava o aviso de Magnus e corria para o corredor.
Uma parte distante, sem emoção dela o ouviu rosnar, quase um animal,
enquanto lutava com Magnus. Seu rosto estava branco com choque e fúria
enquanto a subjugava. O sangue manchava suas mãos. Seu sangue.
Ele não respondeu, mas fez uma pergunta, que desafiou sua determinação.
— E se eu disser não?
Ela tinha um filho, uma menina. Magnus caminhava pelo bosque oculto
na guarida do Rei Dragão. Os arbustos espinhosos se enganchavam em sua
túnica, mas os ignorava, concentrado mais em respirar. Isso ajudava a controlar
suas emoções em ebulição e tão à superfície. A escuridão envolvia a paisagem,
o sussurro das criaturas noturnas caçando em seus ouvidos. Nenhum ser
humano errante estava ao redor, já que seu estado de espírito atual dançava
precariamente no limite da violência.
Magnus estava certo de que não tinha parado mais do que o espaço de
uma respiração quando recuperou o equilíbrio, balançou a cabeça e jogou-se
contra o escudo mais uma vez, empurrando o ombro para dentro até que ele a
levantou em seus braços. Ela lutou como um animal selvagem, então,
contorcendo-se em seus braços com uma ferocidade de mente única.
Se ele fosse um mero homem humano, ela poderia ter se libertado, mas a
segurou facilmente, voltando-se para os juízes assustados atrás dele.
Ele a virou em seus braços, recitando um feitiço simples para acalmar não
apenas a ela, mas também ele. Algo de sanidade voltou aos olhos cinza e olhou
para ele, com a mesma mistura estranha de medo e determinação que viu
anteriormente. Ela quebrou o nariz, o sangue de sua lesão manchava a metade
inferior do rosto e as mãos dele.
Sangue e ossos esticaram-se, transformando-se até que ele não mais viu as
árvores como altos pilares acima dele, mas finos galhos de madeira, muitas agora
ao nível dos olhos. Suas garras cravaram na terra macia enquanto movia seu
peso, desdobrando asas para se preparar para o voo. Uma poderosa ondulação
de músculo e asas o elevou até pairar logo acima das árvores mais altas, a
paisagem se espalhou diante dele em um vasto manto de sombra e deslizou ao
luar.
Magnus se lembrou da primeira vez que levou Leida para voar. Era uma
noite clara como essa, um pouco mais quente e a lua pendia cheia e branca,
prateando tudo abaixo. No começo, ela sentou-se rígida e assustada, mas logo
relaxou, suas coxas se afrouxaram contra suas escamas quando começava a
aproveitar o passeio. Ele manteve-o calmo, um deslizar lento e fácil que permitiu
que visse o campo de uma perspectiva que poucos humanos jamais viram.
Quando pousaram perto de suas cavernas em casa, ela estava rindo, seus olhos
brilhantes com uma alegria que enviou um arrepio de prazer por ele. Abaixou a
cabeça para chegar ao nível dos olhos dela, fascinado pela animação em seus
traços pálidos.
Magnus olhou para ela, satisfeito por não manter seu medo de voar, mas
apreciando. — Sim. — Ele disse a voz do seu dragão rouca e sedosa. —
Amanhã se quiser. Mas agora, irá cantar para mim. Quero ouvir uma canção de
ninar.
Ela sorriu e o precedeu em suas cavernas onde o doce som de seu canto
logo encheu as altas câmaras abobadadas e a carícia de suas mãos em seu
pescoço o acalmou para dormir.
Essa lembrança melhorou seu humor, aliviou o ciúme quente queimando
em seu peito. Aqueles foram bons anos com ela, quando, como sua favorita,
cantava, recitava poesia e ria com ele e o acompanhava em vários voos noturnos.
Ao longo do tempo, seu carinho por ela se aprofundou, tornou-se mais
possessivo. Ele começou a usar mais o disfarce de homem para poder dançar
com ela ou sentir seus dedos acariciando seus cabelos. Ela sempre gostou de
sua forma humana, dizendo que a lembrava da primeira vez que o viu, um
trovador ricamente vestido, tão fora de lugar nos confins empoeirados de onde
vivia.
Aquele dia mudou sua vida, quando ele se aproximou de uma aldeia
próxima na época da colheita e descobriu a filha de um rico fazendeiro em meio
aos outros aldeões, separando o grão da palha e cantando com uma voz que fez
seu corpo inteiro tremer em reação.
Era inevitável que ficassem íntimos. Como um dragão, pensava nela como
uma joia brilhante e reluzente, que superava o diamante mais belamente
cortado. De todos seus numerosos tesouros, Leida era o mais valorizado, aquele
do qual se orgulhava mais. Como um homem, a considerava a manifestação de
seus sonhos mais bem vivos, uma fantasia sensual que ganhava vida ao segurá-
la, beijá-la, passar a língua ao longo de sua pele e enterrar seu pênis uma e outra
vez dentro da profundidade de seu corpo acolhedor.
Magnus riu, sua respiração vaporizando nas narinas enquanto voava para
um ar mais frio e mais fino. Sim, eles aqueles foram os melhores anos para ele,
mas algo mudou, um envenenamento lento entre eles que ainda não entendia.
Ela começou a dar desculpas ao se recusar a cantar quando pedia. Quando fazia
amor com ela, agarrava-o com um medo sem nome, que se recusou a
reconhecer quando perguntou o que a perturbava. No mês anterior, ela roubou
seu anel e desapareceu de sua vida, sem ao menos se despedir. Sua frustração e
confusão com a fuga se transformaram em raiva e muitas vezes saiu de suas
cavernas, desesperado para voar e limpar a cabeça. Durante todos seus anos e a
bênção da sabedoria que fazia parte de sua natureza, não conseguiu encontrar
uma maneira de romper este sudário de desânimo frio e trazê-la de volta. Seu
desespero, sua raiva e seu sentimento de fracasso não conheceram limites
quando descobriu que ela se foi.
Ela foi devolvida a ele agora, presa e acusada. O anel não significava mais
nada para ele do que um meio pelo qual poderia segurá-la às leis de seus irmãos.
Suas leis trabalhavam em seu benefício. Sua própria magia magistral suprimida
pela gargantilha, ela não conseguiria escapar dele novamente e estava muito mais
cauteloso agora. Teve quatro anos para encontrar a resposta à pergunta que
ainda estava correndo-o.
Por quê?
Ele seguiu sua direção e puxou para trás a cortina. Leida estava deitada
sobre um banco acolchoado, de seu lado, mas de frente para ele. O sangue
desapareceu, limpo por um servo assistente. Magnus foi o único a curá-la,
pressionando seus polegares gentilmente contra a ponte rachada de seu nariz.
Ele fez um bom trabalho. Pouca evidência permanecia de sua lesão auto
infligida. Um leve inchaço ao longo de suas bochechas, algumas contusões ao
redor de seus olhos fechados. Ele se agachou ao lado dela para um olhar mais
atento.
A gargantilha de prata era linda e repulsiva em sua garganta. Ela a puxava
no sono, franzindo a testa enquanto a tocava. Sua voz estava rouca quando
murmurou um nome: Vala e Magnus se perguntou se Vala era a amada filha ou
o homem que a gerou.
Ele a tocou então, curvando sua palma ao redor de seu rosto. Leida abriu
os olhos lentamente e dentro de suas profundezas, viu uma esperança quase
morta. Ele estremeceu. Queria dizer não, que qualquer criança nascida de seu
corpo deveria ter sido dele e nenhuma outra seria permitida em sua família. Mas
viu a determinação em seu olhar, acreditou em suas palavras quando disse que
ela se mataria tentando escapar e retornar a sua filha.
Por um momento, ele pensou que ela se jogaria em seus braços, mas o
momento passou e olhou para ele com uma expressão mais sombria.
— Obrigada, meu senhor. Não tenho o direito de pedir sua confiança,
mas quero que saiba que cumprirei minha sentença. Eu serei a serva perfeita.
Ele ignorou a pequena voz, alertando-o para não fazer a pergunta em sua
língua, aquela cuja resposta ele tanto temia e tinha fome de saber. — Você ama
o pai de sua filha?
Mais uma vez, ela o afligiu com suas palavras e se arrependeu de não ouvir
aquela voz interior. O ciúme negro voltou a vigorar com náuseas. Ele se
levantou, olhando para ela com o que esperava ser uma expressão em branco.
Gersel conversou em voz baixa com ele, palavras que Leida não conseguiu
ouvir. Mas os olhares reprovadores que enviou ao seu caminho falaram muito
e poderia adivinhar o argumento dele. Deixe-a em sua sorte. Havia outras mulheres
humanas para tomar como favoritas, mulheres mais jovens com rostos e vozes
mais bonitas, tiradas de fogo sagrado. Ela se perguntou se Gersel sabia que
Magnus já tinha outra favorita, uma linda garota chamada Sivatte.
Leida não culpava o senhor Dragão por tentar convencer seu parente, ela
não era digna de tal problema. Os dragões eram criaturas orgulhosas e generosas
com seus criados, mas frequentemente consideravam os humanos e outras raças
abaixo deles. Eles os mantiveram como criados, às vezes elevando-os ao status
de favorito. E em casos muito raros, um senhor dragão se unia a sua favorita,
apaixonava-se por ela e fazia dela sua companheira em todas as coisas. Essa se
tornava o equivalente a uma esposa bem amada. O próprio Magnus já contou a
ela de um antigo Rei Dragão que tomou uma mulher humana por esposa.
Quando morreu de velhice, seu sofrimento sobre sua morte finalmente o
destruiu. Ele a seguiu pelas Estradas das Sombras dois anos depois.
Os dragões gostavam dessa história. Isso representava um enigma para a
maioria deles, um enigma de emoção, um amor mais gentil e uma fé
permanente, que mesmo com seus vastos conhecimentos e longas vidas
dificilmente podiam compreender. Como uma raça, apenas se toleravam por
intervalos curtos.
Leida adorava tanto a história quanto os dragões, por uma razão diferente.
Entendia a devoção entre o Rei Dragão e sua esposa humana. Invejou e desejou
nas profundezas de seu ser que esta história fosse dela e de Magnus. Mas o
destino e a natureza do dragão interviram, deixando-a em um lugar bem abaixo
e mais desolada do que há quatro anos.
Mais uma vez, sua voz a tirou de seu enfeitiço e com dedos entorpecidos,
pegou o pequeno pano que ele ofereceu. Sentou-se em uma pedra de frente para
ela com uma expressão irônica e desafiadora. Concordou em levá-la a sua filha.
Ela prometeu obedecer-lhe. Agora era seu tempo de provar que suas palavras
foram verdadeiras.
Ela gemeu, um som fraco e trêmulo, quando Magnus acariciou seu rosto
contra ela, seus braços tocando suas costas para puxá-la.
Magnus fez uma pausa em seus cuidados, finalmente recuou para que
pudesse ver o ponto úmido que sua boca deixou no corpete. Ergueu a cabeça,
prendendo-a com um olhar rígido, seus traços arrogantes corados. Os olhos
verdes queimavam com promessas e sua boca se curvava.
— Eu não posso dar-lhe gentileza desta vez, Leida. Tive quatro anos para
imaginar isso. Você é novamente minha serva, mas dou-lhe uma escolha. Diga-
me agora que não ou a tomarei. Aqui, no sol, ao lado da correnteza, exposta ao
meu olhar. Irei montá-la até que clame meu nome e reconheça minha posse. —
Ele a beijou com força, chupando o lábio inferior antes de se afastar. — O que
você diz? — Ele perguntou com sua voz dura, desafiadora.
Leida não hesitou. Como Magnus, teve quatro anos para lembrar os
momentos entre eles, como este e imaginar mais deles. Havia muita amargura e
raiva ainda, perguntas sem resposta, ressentimentos não resolvidos. Mas ele
demonstrou bondade em levá-la para recuperar Vala e aceitá-la em sua casa.
Uma pequena chama de esperança queimou dentro dela, tão brilhante quanto a
falta que sentiu dele.
Ela o beijou de volta, um gesto mais terno do que o dele, mas não menos
apaixonado. — Eu digo sim. — Sussurrou contra sua boca.
Estas três palavras, inspiradas por mais que a fala, ecoaram em seus
ouvidos. Magnus pressionou as palmas entre seus ombros, arqueando-a de
forma que seus seios ficassem prensados contra seu peito. Leida inclinou a
cabeça para trás, o movimento destacando as linhas elegantes de seu pescoço.
Ele aceitou o convite silencioso, inclinando-se para deixar beijos suaves sobre a
pele acima da gargantilha. Ele a tocou e ficou mais duro à medida que o sangue
fluía por seu corpo. Ela tinha gosto de sal e maçã quando moveu a língua pelo
seu queixo, percorrendo os lugares que a faziam ofegar de prazer.
Ele riu, um som baixo triunfante, quando ela estremeceu em seus braços.
Era como antes. Aquelas curvas, únicas para seu corpo, ainda eram familiares
para ele. Conhecia os lugares que a faziam gemer e tremer com o toque dele. O
interior de sua coxa direita era especialmente sensível e estava ansioso
novamente para acariciar todos esses lugares e ouvir seu suspiro de prazer.
Ela soltou um protesto fraco quando ele empurrou sua blusa para fora de
seus ombros e soltou os laços de seu corpete. A ação mostrou seus seios e
Magnus enterrou o rosto em sua plenitude, maravilhando-se com a suavidade
sedosa de sua pele, da maneira como ela o tocava. O aperto em seu eixo
aumentou, movendo-se de um lado para outro a um ritmo mais rápido quando
ele fechou os lábios sobre seu mamilo rosa. O atrito de sua mão deixou seus
sentidos tumultuados e ele chupou seu mamilo com um lento movimento de
um puxão enquanto provocava o outro com a mão.
Ela se contorceu em seus braços, sussurrando seu nome com uma voz
suplicante.
Agora, não podia esperar. Seu pênis latejava, o sangue fluindo em sua
virilha quase o queimava. Os quadris de Leida balançaram, atraindo-o com sua
plenitude lisa e nua. Ele abaixou a calça, liberando seu eixo e mergulhou,
afundando em seu calor úmido. Ela grunhiu com a invasão, um gemido sem
fôlego escapando de sua garganta quando ela se ajoelhava, empalada em seu
pênis.
Seu clímax o atingiu como uma onda, sua semente jorrando dele em
longos pulsos, enchendo-a. Ele apertou sua cintura, curvando-se para beijar sua
nuca e acariciando os longos cabelos negros sobre os ombros. Ela estremeceu
quando deu um último impulso e lentamente, se retirou, seu pênis escorregando
para fora de em um fluxo leitoso de sêmen. O suor derramava-se sobre ele e
respirava ofegante, hipnotizado pela visão a sua frente, as coxas trêmulas
estavam abertas, sua buceta pingando com o resultado de seu clímax e sua
própria excitação.
Ela fez o que pediu, soltando um suspiro quando ele deslizou dois dedos
dentro dela, sua entrada facilitada pela lubrificação de seus gozos. Mergulhou
os dedos nela, passando sua semente pelas dobras internas de sua boceta e seu
clitóris inchando a seu toque.
— Você goteja em minhas mãos, Leida. Tão molhada, cheia da minha
semente. — Ele abaixou a cabeça suavemente entre o pescoço e o ombro. —
Foda meus dedos, Leida, tão forte como fodeu meu pau.
Ele a seguiu, subindo a calça e ajudando-a a puxar a camisa para trás sobre
seus ombros. Seu murmúrio de decepção ao ver seus seios cobertos a fez sorrir
brevemente. Em algum momento, seu corpete caiu no chão, as cordas saindo
dos ilhós.
Magnus olhou-o com um pouco de desgosto. — É necessário que use
isso?
Ele olhou para ela. — Quando foi a última vez que viu o seu reflexo,
Leida? Você chama a atenção, independentemente desta triste desculpa para um
espartilho.
Ela corou ao seu elogio, abaixando os olhos. Ele encontrou divertido que
ela pudesse, por sua vez, ser despreocupada em seus braços um momento e uma
jovem tímida no próximo. Moveu um dedo para ela. — Aproxime-se. A magia
do dragão é boa para outras coisas, além de roubar navios de ouro e afogamento.
— Ele a ajudou a encolher os ombros até o corpete, passando os dedos pelos
laços até se esticarem sob seu toque, alongando-se até serem cordas de corpo
inteiro. Ele a deixou com os laços, sem paciência para a estranheza da roupa de
uma mulher.
Magnus fez uma pausa na base de um antigo carvalho, seus grossos galhos
criando um dossel de sombras que balançavam e se deslocavam no chão. Leida
passou por ele, sentando-se com um golpe sem graça.
Sua mochila criou uma almofada entre suas costas e a casca áspera da
árvore, suspirou com alívio ao se sentar. Foi com irritação que ela olhou para
Magnus, observando que ele parecia bem após a longa caminhada. Ele olhou
para ela, diversão dançando em seus olhos. A luz pálida que se filtrava sob os
galhos fazia a prata em seus cabelos escuros brilhar e esculpir a sombra em seu
rosto magro e altivo.
Magnus abaixou sua própria mochila, revirando-o até que tirou um pacote
colorido que ela reconheceu como sua mochila de comida. Ele não olhou para
ela quando a abriu. — Sim. E muito mais rápido. Você pode chamá-lo de
orgulho, Leida. Prefiro pensar nisso como eficiência. Infelizmente, caminhamos
à luz do dia. Não tenho vontade de ser derrubado por algum cavalheiro
vitorioso com visões de adicionar caçador de dragão ao nome de sua família. Não
há muitos humanos tão compreensivos como você quanto à proximidade de
um dragão.
O pensamento de tal coisa acontecendo com ele fez seu estômago revirar
e ela olhou para o pão de mel que ele entregava-lhe com pouco apetite.
Um frisson de calor a percorreu. Ele pode ter tomado Sivatte como sua
favorita e ainda a amaldiçoar por roubá-lo, mas em algum lugar nesse grande
coração de dragão, ainda cuidava dela. Suas bochechas se aqueceram e ficou
feliz pela escuridão. Ele ainda a desejava, se o seu amor no rio e a promessa de
mais fossem quaisquer indicações.
— Estou ansiosa para ver Vala. — Disse ela, separando o pão para
mastigar pequenos pedaços. — Ela é tudo para mim e sinto muita sua falta. Mas
está segura em mãos carinhosas.
Não havia dúvida no movimento de sua boca quando falou de sua filha
ou o aborrecimento rapidamente escondido. Estava na ponta da língua dizer-
lhe que estava enganado ao pensar que ela ficaria com outro e carregando sua
criança. Mas ele descobriria logo. Um olhar aos olhos de Vala e saberia. E então,
o que? Os machos dragões eram ferozmente protetores de sua prole. Magnus
já gerou e criou um macho e quatro fêmeas que estavam em idade adulta.
O orgulho deles era óbvio, mesmo o homem, Ariadoc, nascido com uma
asa retorcida e incapaz de voar.
Mas essa criança era humana, criada por Magnus quando estava com a
aparência humana. Leida ouviu falar de tal progênie, embora fossem raras. Na
maioria das vezes, eram tão bem-vindos na comunidade dragão como os de
sangue puro. Viviam por muito tempo, herdando a poderosa magia do dragão.
Ela já viu sugestões em Vala, jovem como era.
O que Magnus pensaria quando descobrisse que Vala era dele? O que
faria? Poucos dos cenários que ela imaginou davam qualquer conforto.
Ela inclinou a cabeça para trás contra a árvore, olhando para cima, as
estrelas brancas piscando para ela dos espaços claros entre os galhos do
carvalho. Um suspiro e uma risada tocaram seus ouvidos.
Magnus deve ter sentido que ela o observava quando preparava, depois
virou a cabeça, dando-lhe um olhar levemente divertido. — Há momentos,
poucos e distantes entre si, em que vou admitir minha pressa em dar uma
opinião. Este é um ritual calmante.
Ele arqueou uma sobrancelha escura para ela, dando um bufo audível de
desdém.
— O que faz você pensar que isso tem algo a ver com o anel?
Sua garganta fechou-se, entupida com lágrimas que também borraram sua
visão.
Levaram duas tentativas para limpar a voz e falar com alguma aparência
de normalidade. — Não é o que você fez. É o que fará. — Deuses, mas estaria
profundamente em seu ser, uma vez que voltaram para suas cavernas e ela
tomasse seu lugar como sua serva mais baixa enquanto ele exibia sua atual
favorita ante ela.
Ele levantou-se para ficar sobre ela, seu rosto torcido com raiva.
Talvez a tivesse assustado se ela não tivesse ficado tão irritada, estimulada
pela coragem temporária do vinho do dragão. Ela se levantou para encará-lo,
ressentimento e fúria borbulhando nela como um rio.
— Por que não posso ter um amante? Você é bom para julgar-me! Como
acha que me senti quando cortejou Sivatte diante dos meus próprios olhos? —
Ela começou a passar diante dele, as mãos nos quadris. — Eu também tenho
meu orgulho, Magnus, humana inferior como sou. Você realmente acreditou
que eu esperaria até que me levasse para uma cidade distante, falando sobre as
relações temporárias dos dragões? — Ela afastou a mão dele quando a alcançou
e fez a pergunta que queimou dentro dela por quatro anos. — Quanto tempo
demorou depois que eu parti para Sivatte se tornar uma favorita?
Ela não sabia o que esperar dele então, zombaria e desprezo, surpresa de
ter sido ferida por suas ações, divertir-se com seus ciúmes, mas nada a preparou
para a reação que conseguiu. Seu grito de surpresa ecoou pelas árvores quando
Magnus estendeu a mão e agarrou seus ombros, agitando-a até que ela apertou
os punhos na camisa e implorou-lhe que parasse.
Ele a afastou, o rosto branco de fúria. Arrepios percorreram suas costas e
ela corou confusa pela profunda decepção, o insulto em seus olhos. — Você
esconde bem seus pensamentos, Leida de Glimmer South. Ao longo de todos
os anos, você viveu na minha casa e compartilhou minha cama, nunca pensei
que sua consideração fosse tão baixa. — Sua voz era mordaz e se perguntou
como ele conseguiu virar a mesa, mais uma vez a acusando. — E você diz que
sou pernicioso.
Ele não negou Sivatte, mas de alguma forma a fez sentir culpada, confusa
e suportou a sensação de que suas ações de quatro anos atrás podem ter sido
um erro colossal.
Seria pouco menos que um milagre se ele não a matasse antes do fim de
sua viagem. Leida colocava a prova sua paciência e controle com suas acusações,
seus insultos que o fizeram soar volúvel, inclusive malicioso. Magnus poderia
ter pensado que o incitou de propósito par fazê-lo perder a razão se não fosse
a expressão aflita em seus olhos, o ciúme em sua voz quando falou da mulher
elfa, Sivatte.
O vento corria sobre suas asas quando voava alto sobre a floresta escura,
vendo a distância o pasto pontilhado e seus montes suavemente salpicados.
Como sempre, a emoção do voo acalmou suas emoções, acalmou-o para que
pudesse pensar com mais clareza, atravessando os poços e armadilhas de suas
palavras para discernir o significado por trás delas. Se não acreditasse que ela
fugiria, trabalharia sua maior magia, transformaria Leida por um curto período
de tempo para que pudesse sentir as cócegas de nuvens baixas sob sua barriga,
o estiramento das asas em suas costas. Ele bufou, o vapor subindo de suas
narinas para fluir atrás dele. Os deuses sabiam que ela poderia se beneficiar de
qualquer passatempo que pudesse conter sua impulsividade. Era humana, mas
sua natureza era tão volátil quanto qualquer dragão que ele já encontrou.
Apesar de sua raiva, Magnus não pode deixar de ver quando ele se
transformou seus olhos se acenderem, praticamente brilhando ao vê-lo em seu
verdadeiro estado, asas gigantes se estendendo de cada lado, escamas âmbar
com obsidiana e esmeralda. Arqueou o pescoço, as narinas alongadas
queimavam enquanto levantava uma mão, correndo-a sobre sua pele com uma
reverente carícia. As escamas ali aumentaram em reação, sensíveis ao seu toque
mais leve.
Magnus pode ver que sua voz de dragão a assustou, sua força profunda e
poderosa ecoando. Leida assentiu e alcançou o arnês. Ele abaixou a cabeça para
aceitá-lo, encontrando um pouco de diversão enquanto ela se acalmava,
observando o movimento da língua perto de sua orelha enquanto provava o ar
ao redor dela. Limpou a garganta, sua própria voz carregava uma nota de
provocação coberta com uma medida de cautela.
Ele revirou os olhos e terminou a frase por ela. — Comê-la? Não, pelo
menos não como um dragão. — Mesmo no escuro, podia vê-la corar em sua
alusão.
Ela assentiu com a cabeça, rápida para obedecer-lhe e logo eles estavam
acima das árvores, cotando as nuvens baixas. Leida montava sobre seu pescoço,
pernas contra a coluna enquanto segurava o arnês para manter o assento. Seu
leve peso não o retardou e se perguntou se ela se lembrava de voos anteriores,
quando girou em acrobacias aéreas de tirar o fôlego e ela jogava a cabeça para
trás, rindo e gritando com alegria, agarrando o arnês.
Por enquanto, ela estava quieta, envolta em uma capa quente que ele lhe
deu para protegê-la do frio do voo noturno. Magnus sentiu uma mudança em
seu peso enquanto se inclinava para frente, com o menor calor da pele enquanto
pressionava seu rosto contra suas escamas. Ela adormeceu, embalada pelo
movimento rítmico de suas asas enquanto batiam no ar.
Eles voaram por horas, até que uma dor constante cresceu em seus
ombros e suas asas cansaram de seu movimento constante. Ainda estava escuro
quando Magnus passou por uma clareira gramada com salgueiros e um pequeno
lago na base. Ele circulou duas vezes antes de finalmente descer.
Uma vez que pairou a alguns metros acima do chão, curvou a cabeça para
as costas, o pescoço longo lhe dava um grande movimento. Como suspeitava,
Leida estava dormindo profundamente.
Ele não precisou dizer mais nada. Eles viajaram longas distancias antes e
Leida estava familiarizada com as precauções que ele tomava para não alertar os
outros de um dragão nas imediações. Ela deslizou os pés, movendo até a perna
esticada de Magnus ficando pendurada em uma garra de prata curvada. Soltou
as mãos, caindo no chão com um grunhido suave. A aba de suas asas ameaçou
derrubá-la enquanto trabalhava rapidamente para soltar o arnês e as mochilas.
Uma vez livre de seus fardos, Magnus emitiu o mesmo som alto, mudando
mais uma vez em um homem. Ele pousou em seus pés, ágil como um gato e
agarrou as mochilas com um movimento suave. Ninguém saberia que um
dragão pousou ali. Mesmo o caçador mais experiente iria ver apenas um
conjunto de pegadas, a de um homem e uma mulher.
Ele estendeu a mão, fazendo sinal para ela. — Venha, vamos acampar no
abrigo das árvores e descansar até o meio dia. Você pode tomar um banho se
quiser, irei caçar. — Leida poderia ficar feliz o suficiente com o pão e o queijo
embalado pelos servos de Gersel para sua jornada, mas Magnus, mesmo em
forma humana, gostava de carne. Sua visão afiada de dragão notou movimento
tremendo entre os salgueiros enquanto circulava acima deles. Corujas caçando
significava que havia presas por perto.
— Você vai cantar para mim mais tarde? Quando terminar a refeição?
Ele olhou para ela por cima do ombro enquanto puxava a bolsa de tabaco
da mochila. — Você ainda gosta da música de dragão, Leida?
Seu sorriso era melancólico e ansioso. — Sim gosto. Sempre amei seu
canto. É a música das estrelas.
Se ela tivesse dito que ele era o dragão mais bonito do mundo, tais palavras
teriam empalidecido contra estas. Dragões fazem música e aqueles com talento
para produzir estão em alta consideração. Seu peito se inchou de orgulho e
sorriu indulgente enquanto embalava a tigela.
— Será um prazer. Fico feliz por ouvir que você ainda tem carinho por
isso.
O rosto de Leida ficou pálido, mas se recusou a olhar para longe. — Sim.
— Ela disse suavemente. — Sua lembrança me trouxe conforto e aliviou a dor.
Ele corou, desconfortável com uma pequena culpa por sua renúncia.
Ele assentiu uma vez, com prazer em fazê-la sorrir de novo. Um silêncio
confortável caiu entre eles enquanto continuava fumando e ela cozinhava sua
refeição. Eles também comeram em silêncio, apenas conversas enquanto
limpavam os restos da refeição e caminhavam juntos para o lago para limpar as
mãos.
Sua música chegou ao fim, caindo para um silêncio sem fôlego. Leida
sentou-se como hipnotizada, finalmente piscando e balançando a cabeça para
sair dos efeitos de sua voz. Seus olhos cinza escureceram, um anseio subindo
pelas profundezas enquanto enfrentava seu olhar.
Magnus riu. — Dagden nunca teve uma apreciação pelos pontos mais
finos de uma melodia bem cantada. — Ele ficou sério quase que
instantaneamente. — Continue. Posso sentir você hesitando em contar.
Um soluço ficou preso em sua garganta. Foi sua última noite feliz com
ele, quando elogiou sua voz com grande entusiasmo e a amou no amanhecer.
Quando saiu para a cidade do lago, sentiu-se segura em seu carinho, saciada e
aquecida por seu amor. Ele não lhe disse por que viajou para Hilltown, apenas
que ela e outros dois agentes humanos deveriam encontrá-lo lá naquela noite.
A cena que encontrou naquela noite ainda a deixava doente.
Havia uma nota cautelosa em sua pergunta. — Por que você não me
chamou?
Seus dedos estavam brancos. Se ela estivesse com as unhas mais longas,
teria machucado suas palmas. — Oh, isso é definitivamente sobre Sivatte,
Magnus. — Ela grunhiu. — Na verdade, todas as estradas levam de volta a sua
bonita elfo.
Leida soluçou uma vez, não mais querendo olhar para Magnus. Sentiu sua
quietude, uma espera tensa como se ele a levantasse uma vez que terminou o
conto. — Você foi para Hilltown várias vezes esse mês e sabia o por que.
Segurei a esperança de que talvez não o perdesse completamente se eu
simplesmente continuasse a melhorar minha voz. Afinal, ainda gostava de
apreciá-la quando cantava ou recitava poesia.
O rosto de Magnus ficou sem cor, suas pupilas se expandindo para que
seus olhos verdes se tornassem pretos. Leida esfregou os braços dela, o
estômago revirando enquanto ele a encarava horrorizada. Engoliu um grito
quando ele pulou para ela, levantando-a de seus braços e colocando-a contra o
tronco do salgueiro. Ele a esmagou contra a árvore com seu corpo e ela sentiu
os tremores violentos percorrendo-o.
— Você ficou louca? — Ele disse, forçando as palavras entre os dentes
apertados. Seu rosto magro estava tão branco que parecia um crânio. — Você
percebe que poderia ter se matado com sua própria estupidez?
Seus olhos ainda estavam negros, seu rosto pálido, mas o choque
desapareceu, substituído por um arrependimento e alguma outra emoção que
fez sua respiração parar no peito. Ela encolheu os ombros. — De qualquer
forma, foi um esforço inútil. Como você admitiu, Sivatte tornou-se sua favorita
três dias depois de eu ir embora. — Ele balançou a cabeça quando repetiu o
mesmo insulto que ela usou na câmara de julgamento. — Os dragões são
realmente caprichosos.
Seus olhos se fecharam quando ele inclinou a cabeça para trás, acariciando
seu pescoço e o queixo com a ponta dos dedos. Sua respiração tocou as suas
maçãs do rosto enquanto ele falava. — Eles podem ser. Caprichosos e
gananciosos, orgulhosos e sem senso de humor. — Leida suspirou quando ele
tocou sua testa com um leve beijo. — Olhe para mim, Leida.
Leida estava certa de que seu coração parou de bater por um momento,
antes de começar de novo e bater em seus ouvidos como um tambor de guerra
Glimmer.
— Você é desconfiada, uma tola favorita, com uma opinião pobre de seu
mestre. Por causa da asa torcida de Ariadoc, ele nunca voará rápido o suficiente
para se encaixar com um dragão fêmea. Pediu-me para ajudá-lo a encontrar uma
favorita. Sivatte era perfeita para ele e pelo que ouvi, está tão seduzida por
Ariadoc quanto ele por ela.
Era uma notícia deslumbrante e sentiu o desejo de rir e gritar. Uma voz
arruinada e quatro anos de miséria, iluminado apenas pela alegria da presença
de sua filha, que poderia ter sido evitado se apenas possuísse a coragem de
perguntar o que ele estava fazendo.
Ela pensou em Vala, três anos e abençoada com a magia transmitida pelo
pai que ainda tinha que conhecer. Seus braços envolveram a cintura de Magnus.
— Deuses Magnus, o que eu fiz?
Magnus se afastou dela para ver seu rosto. Estava manchado de lágrimas
e seus olhos inchados e vermelhos. Ela nunca pareceu mais bonita para ele. —
Você destruiu sua voz em uma tentativa fracassada de ter minha aprovação e
provavelmente minha lealdade. Fugiu de mim porque achou que a substituí com
outra favorita.
Ele colocou um dedo contra seus lábios para parar suas explicações
nervosas.
Seu gemido tocou sua boca quando ele capturou seus lábios em um beijo,
um gentil e longo, fazendo amor com a boca dela. O céu se iluminou ainda mais,
um toque do amanhecer pairando no horizonte, mas nem ele nem Leida
perceberam. Os dedos de Magnus trabalharam em seu corpete, soltando-o com
uma velocidade impressionante. Os sapatos e a roupa logo ficaram aos seus pés
e ele recuou para admirá-la, observou as mudanças em seu corpo desde a última
vez que a viu nua.
Pálida e com os membros longos, seu corpo ficou mais cheio de curvas, a
magreza da menina desapareceu. Em vez disso, sua cintura se curvava e os
quadris estavam arredondados, conseguiu ver a trilha prateada de cicatrizes finas
que descia pelo abdômen, logo acima do triângulo de pelos escuros.
Leida ficou em silêncio enquanto continuava olhando para ela. Ele estava
ansioso para enterrar o rosto entre esses seios brancos e cheios mais uma vez.
Ela não poderia ter exaltado suas virtudes físicas de uma maneira melhor
e mais sensível, ele a alcançou, suspirando audivelmente com prazer quando ela
pressionou contra seu corpo, dos ombros aos joelhos. Leida soltou um suspiro,
colocando os braços ao redor do pescoço e deixando pequenos beijos ao longo
do ombro, sobre a clavícula e a garganta. Afundaram nos cobertores, um
emaranhado de braços e pernas.
Sua umidade contra a base de seu pau tentou Magnus a puxar sua perna
ao quadril e tomá-la tão rapidamente como ele fez no rio. Seria tão bom, tão
frenético, mas restringiu o desejo, querendo saborear esse encontro, aproveitar
de todas as maneiras que lhe foi negada nos últimos quatro anos.
Ele deitou Leida até suas costas, esticando os braços acima de sua cabeça.
Ele mudou para outro seio, gemendo contra a pele dela enquanto abaixava
os braços para acariciar seu peito, seus dedos parando em seus mamilos
sensibilizados e beliscando delicadamente. Ele quase gozou naquele momento,
uma forte onda de sensação inundando suas coxas, percorrendo seu pênis
rígido. Ela gemeu em protesto quando ele abandonou seus seios em favor de
sua barriga. Os gemidos rapidamente mudaram para sussurros quando Magnus
passou a língua em uma longa e úmida linha pelo meio, parando para mergulhar
no umbigo antes de deslizar sobre a suave curva de uma pele macia e cicatrizada
logo acima de sua feminilidade.
O vinho era doce em sua língua, nem muito frio nem muito quente.
Magnus engoliu o primeiro gole e ofereceu a garrafa para Leida. Ela negou
com a cabeça.
Ele agarrou suas mãos, usando seus polegares para separar as dobras
inchadas e revelar o minúsculo botão de carne rosa sensível a seu olhar. Sua
respiração o deixou em uma longa exalação, sua boca se enchendo de água à
vista.
As mãos de Leida ficaram mais frenéticas, puxando o cabelo com força
suficiente para causar uma sensação de dor. — Oh deuses! Magnus, por favor.
Magnus sorriu, movendo a língua pelo interior de sua coxa para tocar um
fio de vinho. — Por favor, o que, Leida? — Ele provocou. Era um ritual entre
eles, jogado nos anos anteriores, quando a fazia dizer exatamente o que queria
dele. Como antes, seus comandos sem fôlego enviaram fogo por suas veias e
seu pau pulsou em resposta.
Magnus não precisava ouvir duas vezes. Seu gemido continha luxúria e
alívio quando ele apertou sua boca sobre a pequena pérola em que se
concentrava tanta sensação. Ela tinha o gosto do céu e oceano, ainda melhor
do que se lembrava e ele se perguntou como encontrou controle para esperar
um dia inteiro antes de se entregar desse jeito.
Magnus a chupou lentamente, às vezes fazendo uma pausa para girar sua
língua pelas dobras internas e deslizar para dentro para provocar sua abertura
lisa.
Foi o toque que a enviou ao orgasmo e Leida quase atingiu seu nariz com
o movimento repentino de seus quadris. Magnus flexionou os ombros para
segurá-la enquanto gritava, empurrando-se contra sua boca. Ela era um calor
líquido e queria sentir que o cercava, mergulhava em seu corpo. Lambeu uma
última vez antes de mudar de posição, levantando-se e sentando-se sobre suas
panturrilhas.
De seu novo ponto de vista, tinha uma visão completa dela, a pele branca,
corada e brilhante com transpiração, o rápido movimento de seu peito enquanto
ela ofegava. Os olhos de Leida brilhavam nas sombras que se apagavam
enquanto esticava uma mão, com a ponta dos dedos roçando a cabeça de seu
pau. Magnus estremeceu e se inclinou para frente, apoiando os braços de cada
lado da cabeça.
Ela sorriu, sua mão se fechando mais firmemente sobre ele mesmo
quando suas pernas se moveram sobre seus quadris e sua cintura. Guiou-o para
ela e ele observou enquanto a cabeça inchada de seu pau desaparecendo entre
as dobras de seu sexo. Um músculo liso e apertado agarrou-o enquanto
afundava dentro dela e Magnus gemeu com prazer. Saiu lentamente, quase até
a ponta, fascinado pela visão de seu eixo, rosado e reluzente de umidade.
As pernas de Leida se apertaram ao redor dele, seus calcanhares cravando
na parte inferior de suas costas para impulsioná-lo para frente. Ele não precisava
de mais incentivos. Seus gemidos rítmicos, cronometrados com o movimento
de bombeamento de seus quadris, eram a música mais doce para seus ouvidos.
Ele lambeu sua garganta, o lugar logo abaixo da gargantilha que a aprisionava.
Suas mãos apertaram os braços quando ela encontrou cada impulso.
Suas coxas estavam escorregadias contra as dela, suas bolas estavam lisas
com seus sucos enquanto esfregavam contra a curva de seu traseiro. Ele a fodeu
com força, acariciando-se dentro e fora em um movimento que a empurrava
contra os cobertores retorcidos. Sua boca encontrou a dela, a língua imitando o
movimento de seus quadris.
Ela agarrou-o, puxando-o, os músculos apertando seu pau até que gemeu
em sua boca. Um arrepio floresceu na parte baixa de suas costas, acima do
traseiro e as coxas até que finalmente se concentrou em seu pau. Subiu,
avançando para o restante do corpo e ele se levantou contra ela, desesperado
para se aproximar o quanto possível, afundar-se nela, corpo e alma. Dois
movimentos fortes e suas costas arqueadas, seus profundos gritos ecoando pelas
árvores enquanto empurrava mais uma vez, seu pau latejando com uma dor
quase insuportável quando entrou em Leida com um jorro de calor.
Ela o observou com uma expressão saciada e sonolenta, seus olhos cinza
quase brilhando na luz apagada do fogo. — Não tenho certeza de poder andar
amanhã. — Disse ela, um sorriso em sua voz. Uma mão fazia cócegas na sua
nuca enquanto a outra acariciava seu lado e quadril.
Logo, ele pensou, logo ele a tomaria novamente, quando a sensação que
deixava as pernas dormente e tremendo passasse e ele conseguisse se afastar da
atração sedutora de sua boca. Deleitava-se com a sensação de seus dedos em
seus cabelos, a maneira como ela o tocava com mãos reverentes e amorosas,
como se adorasse a sensação dele sob suas palmas.
Ele e seus irmãos eram criaturas astutas, procurando sempre aquela que
poderia beneficiar mais e mais as suas aspirações e desejos. Leida era seu desejo,
sua obsessão, sua necessidade. E se suas ações agora fossem indícios, ela o
amava tanto quanto ele a amava.
O truque agora era convencê-la a ficar com ele além dos quatro anos de
sua sentença, assegurando-lhe que não tinha intenção de substituí-la, apesar da
ruína de sua voz ou a filha que não poderia reivindicar como sua.
A manhã estava cheia sobre eles quando sentiu que a fadiga finalmente se
apoderava.
Ele ficou suspeito ao vê-la morder o lábio inferior, mesmo quando seus
dedos faziam círculos em seus ombros. O alarme cresceu com a timidez em sua
voz.
— Você escondeu minha filha e nunca disse uma palavra! — Seus dedos
cravaram em seus braços até ela se encolher e a afastar dele. — Quanto tempo
planejava manter essa notícia para você, Leida? Outro dia? Quando finalmente
chegássemos à aldeia e a apresentasse?
Ela segurou uma mão suplicante, sem saber como responder. Sua raiva
era justificada, mas escondeu a filiação de Vala dele, não por despeito, mas por
medo. — Eu estava com medo!
Ele mostrou os dentes e Leida ofegou, agradecida por ele ainda estar em
forma humana, pois, como dragão, esse gesto teria sido realmente aterrador.
Roupas voaram enquanto ele atirava suas saias para ela e se esquivou de quase
ser atingida por seus sapatos desgastados.
Leida segurou suas roupas, observando enquanto Magnus rasgava sua
mochila, tirando uma nova troca de roupa. — Mentiu, cadela enganosa. — Ele
rosnou. — Você manteve minha filha escondida de mim por causa de um medo
que nem pode sequer nomear? — Sua mão se fechou ao redor de seu pulso e a
arrastou atrás dele.
Magnus era muito mais forte do que a maioria dos homens. Sua resistência
não era mais efetiva contra ele do que a de um mosquito.
— Não. Não até que você me deixe explicar. Eu sei que está com raiva,
mas se apenas... — Sua frase terminou em um grito quando ele de repente
deixou cair a mochila de roupas, curvou-se e a elevou sobre seu ombro. O
movimento afastou a respiração dela enquanto seu ombro duro batia no
estômago.
Ela ficou de pé na água até o ombro, seus dentes batendo forte o suficiente
para causar dor na cabeça. O cabelo escuro de Magnus estava longe de seu rosto,
destacando seus planos e ângulos afiados. Parecia completamente inalterado
pela água fria, nem mesmo um único arrepio se via nele, enquanto ela ficava
parada, tremendo e quase azul com frio.
Leida apenas olhou para ele e começou a se mover, seus dentes batendo
tanto que era impossível formar uma palavra coerente. E ele a chamou de louca?
Qual pessoa em sua mente sã decidia conversar no meio de um lago gelado?
Além de nu, para que qualquer intruso testemunhe?
Ela ainda estava irritada, mas grata pela água aquecida. — Sim muito.
Obrigada.
Ele assentiu, mas não ofereceu piedade em seu olhar hostil. — Diga-me,
Leida. Faça-me entender por que você manteria minha filha em segredo.
Leida balançou a cabeça. — Eu não a escondi, Magnus. Não sabia que
estava grávida até depois de um mês de ter ido embora.
Sua mão se afastou da água, uma vez que suas reações foram mais rápidas
do que as dele. O tapa contra a bochecha dele ecoou por vários segundos. A
cabeça de Magnus recuou com a força do golpe e ele respondeu
instantaneamente, a mão previamente pressionada contra suas costas,
segurando ambos os pulsos em um aperto implacável.
— Voltar para o que? — Ela suspirou. — Você com sua nova favorita?
— Ela balançou a cabeça quando iria interrompê-la. — Eu apenas agi com o
que sabia então. E teria recebido Vala com celebração? Iria reivindicá-la, mas se
recusar a me permitir ficar? Não podia correr esse risco, Magnus. Vala é tudo
para mim, a melhor coisa que já fiz. Minhas decisões podem ter parecido tolas
para você, mas minha sabedoria não tem mais de trezentos anos. E juro por
qualquer coisa sagrada que colocar diante de mim, não escondi sua existência
como uma forma de vingança contra você. Tem todas as razões para não
acreditar em mim, mas eu amo você demais para ser tão cruel.
Ela finalmente disse em voz alta e ficou feliz por isso. Agora, esperaria e
veria como Magnus lidaria com tal declaração. Em algum momento de seu
discurso, ele soltou as mãos para que descanse em seus ombros. Seu silêncio a
enervou e Leida não teve coragem de levantar o olhar mais alto do que a
cavidade de sua garganta.
Sua voz era suave, sedutora, como se preparasse para cantar para ela.
Leida ergueu os olhos, atordoada e ficou encantada com a expressão neles. A
raiva ainda estava lá, a frustração e a dor, mas também via amor. O mesmo amor
que declarou para ele se refletia sobre ela, profundo e permanente. As lágrimas
borraram sua visão enquanto ele a beijava, um toque de adoração de seus lábios
contra os dela. Ela o beijou de volta, deslizando os braços sobre os ombros para
mantê-lo perto. A sensação de seus dedos em sua nuca fez com que terminasse
o beijo e ela gritou exaltada ao sentir o peso da gargantilha desaparecer de sua
garganta. Um fraco formigamento de poder fluiu através dela, fraco, mas ainda
presente.
— Vala. Ela parece exatamente com você, não é? Com exceção de seus
olhos. Eles são verdes, como os meus.
Ela revirou os olhos, voltando para o lado para aconchegar-se contra ele.
— Ela também é muito parecida com você em espírito. Considera-se a rainha
de todas as coisas.
Sua risada suave fez cócegas em seu ouvido. — Estou ansioso para
conhecê-la.
Leida não teve muito tempo de esperar antes que Magnus aparecesse. Ele
corria também, parando onde ela estava sentada, observando.
Alguns poderiam dizer que ela era uma mãe ruim, permitindo que Vala
percorresse a floresta como uma coisa selvagem, em vez de estudar etiqueta por
esse tempo distante, quando algum nobre importante poderia cortejá-la. Tais
advertências imaginárias não diziam respeito a Leida. Sua filha era uma criança
e deveria ter permissão para seguir as atividades de uma criança. Além disso,
suspeitava que Magnus teria dificuldade em aceitar a maturidade de Vala de
criança para mulher. Ele já estava lidando com a questão de suas rebeliões de
curta duração. Criar uma criança humana era bastante diferente de criar um
dragão e o senhor Dragão às vezes lançava olhares desconcertados. Nada em
seus séculos de vida o preparou para as surpresas que Vala muitas vezes jogava
nele.
Ela sorriu enquanto a risada de Vala flutuava para ela mais uma vez,
acompanhada pela mais profunda de Magnus. O amor inchou em seu peito,
uma feroz onda de emoção que a fez querer perseguir os dois e abraçá-los. —
Minhas bênçãos. — Ela sussurrou para si mesma. — Meus presentes de
generosos deuses.
Fim