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CURSOS ON-LINE – SOCIOLOGIA DO TRABALHO

PROFESSORA TÂNIA LÚCIA MORATO FANTINI

1 - APRESENTAÇÃO

Caro estudante:

Estou aqui para apresentar e refletirmos juntos sobre um assunto


apaixonante: a Sociologia do Trabalho.
Psicóloga por formação, há 34 anos, sempre me senti atraída por dois
temas relacionados à Psicologia Social: a Sociologia e a Administração.
Esse fato levou-me a cursar o Mestrado em Administração, no qual
desenvolvi minha dissertação final sobre a Sociologia da Burocracia,
sob a orientação do sociólogo e professor Antônio Augusto Pereira
Prates. Durante o curso de Psicologia, participara com ele e a
psicossocióloga Marília Mata Machado, de algumas pesquisas em
Psicologia Social, entre as quais um trabalho extraordinário sobre uma
penitenciária de nosso Estado.
No final dos anos 60, a Fafich, na rua Carangola do bairro Santo
Antônio, em Belo Horizonte, era um “reduto” de jovens sonhadores e
idealistas. A proximidade física entre estudantes de Psicologia,
Ciências Sociais e Filosofia criou um elo entre nós, não só em nossos
interesses intelectuais, mas no modo de ver e perceber o mundo e a
sociedade. Posteriormente, alguns anos depois, tornei-me professora
da Escola de Engenharia da UFMG, permanecendo no Departamento
de Produção por vinte e cinco anos. Como docente do curso de
Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, desde 90,
tive a oportunidade de aprofundar-me nas questões da produção e do
trabalho, desenvolvendo a visão dos anos de juventude.
Espero que, ao final deste pequeno curso, você possa também se
deixar apaixonar por este assunto, além de dominar bem os conceitos
apresentados e conseguir elaborar seu raciocínio durante a realização
do concurso para AFT.
Ao ler cada texto, você terá a impressão de que conhece este
assunto. E é verdade. Todos nós sabemos o que vai pela sociedade,
pelo mercado de trabalho, pela realidade em que vivemos. Mas o
curso busca tratá-los de forma mais organizada. Os conteúdos dos
módulos/aula reúnem os tópicos apresentados no programa dos
concursos anteriores.
Nosso objetivo é levar até você - que pretende ser um Auditor Fiscal
do Ministério do Trabalho - os conhecimentos básicos de Sociologia
do Trabalho. Dentre as 15 disciplinas exigidas no último concurso, a

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Sociologia teve 10 questões, das quais eram necessários 40% de
acertos. Além disso, recebeu peso 3. Com certeza, seu conhecimento
representará uma grande diferença no resultado final.
Convido você a fazer esta viagem em busca de conhecimento,
desejando que ela seja feliz e bem sucedida, ao final.

2 - PROGRAMA

Na primeira aula demonstrativa, a seguir, apresento uma introdução


ao estudo da Sociologia do trabalho e sua importância para os AFTs.
Também vamos entender o que é a Sociologia e a Sociologia do
Trabalho, bem como os desafios atuais, principalmente em relação ao
significado do trabalho na sociedade atual. Contemplo, portanto,
alguns itens que constam do programa oficial. No final da aula há uma
questão de concurso, com explicações.
O restante do curso será dividido em cinco aulas, de acordo com todos
os tópicos do último edital (2003):

Aula 1. O conceito de trabalho. Trabalho como ação, necessidade e


coerção. Exploração e alienação pelo trabalho. O trabalho no
pensamento clássico. Valores do trabalho. O saber operário. Trabalho
e remuneração. O sistema de assalariamento. Psicopatologia do
trabalho.

Aula 2. Trabalho artesanal, manufatura e grande indústria. A divisão


social do trabalho. Divisão sexual do trabalho. Trabalho parcial e
integral. Processo de trabalho e organização do trabalho. Divisão do
trabalho e distribuição de tarefas. Trabalho e progresso técnico. O
determinismo tecnológico.

Aula 3. População e emprego. População, população ativa e população


ocupada. Trabalho profissional e trabalho doméstico. Orientação,
formação e qualificação profissional. Desemprego e subemprego. A
deficiência no mercado de trabalho. Discriminação e inserção de
pessoas portadoras de deficiência no mercado de trabalho.

Aula 4. Trabalho e empresa. Poder e decisão na empresa. Estrutura e


organização da empresa. A classe dirigente. Valores e atitudes da
classe trabalhadora.

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Aula 5. O movimento operário. Sindicalização e militantismo. A ação


sindical e sua tipologia. Greves e conflitos trabalhistas. A crise da
sociedade do trabalho.

AULA 0 – INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TRABALHO

TÓPICOS:

1. Importância do assunto para os AFTs


2. O que é a Sociologia e a Sociologia do Trabalho
3. Os desafios atuais – trabalho e significados
4. Questões de concursos e comentários

1. Importância da SOCIOLOGIA DO TRABALHO para os AFTs

A Sociologia do Trabalho é tão importante para a atividade desses


profissionais quanto o Direito, a Saúde e a Segurança no trabalho.
Compreender bem a teoria não é, todavia, condição suficiente para
criar mudanças sociais. A teoria ajuda-nos a perceber a necessidade, a
natureza e a orientação para as mudanças, as dificuldades de
empreendê-las, devido às características próprias da sociedade. É,
portanto, uma condição necessária para toda atividade social. Para o
Auditor Fiscal do Trabalho isso não é menos verdadeiro.

Vejamos porque:

1 - O Auditor Fiscal do Trabalho exerce uma função de vigilância e


fiscalização, mas também de educação e mudança. Ele visa, em suas
atividades, à proteção ao trabalho da população ocupada - aqueles
membros da sociedade que produzem os bens e serviços que
consumimos. Em última análise, o trabalhador é quem deve ser
protegido, mas antes é preciso que se conheça o seu trabalho, as
condições em que ele é realizado e a origem dessas condições. Como
diz uma amiga, que é AFT, há anos: “Quando constato que tem
alguma coisa errada, primeiro eu chego no empresário, explico,

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mostro e oriento como mudar. Mas, quando volto lá, se está tudo na
mesma, não mudo a cara, multo mesmo. A gente sabe que o
empresário tem dificuldades, mas ele deve conhecê-las antes de abrir
uma empresa. Ou então, o Brasil não vai melhorar nunca...”

2 - O profissional precisa conhecer, além dos mecanismos legais de


proteção, as dificuldades de aplicação e mudanças nas leis, devido às
forças sociais, como os mercados de trabalho e a organização dos
grupos sociais, a evolução da própria sociedade. Por exemplo, as
greves dos estudantes na França, com o apoio dos sindicatos e da
sociedade, impedem a flexibilização dos direitos trabalhistas e
mudanças no CPE (Contrato de Primeiro Emprego) que prevê a
demissão de jovens até 26 anos, sem justa causa. Na verdade, uma
parte da sociedade vê esta idéia como perda de proteção ao trabalho,
enquanto o governo vê como alternativa de mais possibilidades de
empregos para os jovens.

3 - O profissional de proteção ao trabalho e ao trabalhador necessita


conhecer os impactos sobre a saúde da população trabalhadora
causados pela nova organização do trabalho, oriundos de um mercado
muito competitivo. Um exemplo que vocês conhecem é talvez um
parente ou amigo que seja portador de “LER”. Há um crescente
número de pessoas acometidas por doenças que envolvem os
músculos e os ossos (LER = lesões por esforços repetitivos) em
indústrias, bancos, supermercados, empresas de informática. Isso é
devido à redução do número de empregados e às pressões para maior
produtividade e velocidade, causando tensões corporais.

4 - O Auditor Fiscal do Trabalho estará também lidando com situações


de trabalhos terceirizados. Em geral, as condições são perigosas para
jovens e adultos iletrados ou miseráveis e formas de exploração do
trabalho, cabendo-lhe, muitas vezes, arregimentar verdadeiras frentes
de batalha para romper com essa realidade. Por exemplo, uma
pesquisa do IBGE, realizada no ano de 2000, mostrou que 1523
crianças, menores de 14 anos, trabalhavam em lixões em Minas
Gerais. Há 562 cidades mineiras que ainda mantêm esses lixões. Será
que houve alguma mudança?

Resumindo: todo profissional que se dedica à proteção ao trabalho e


ao trabalhador (como os AFTs, engenheiros de segurança, médicos do
trabalho, ergonomistas, técnicos de segurança) necessita conhecer,

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além das normas e das leis, as dinâmicas da sociedade, suas
estruturas e o entrelace entre elas para compreender seu próprio
papel, necessidades e desafios de mudanças.

2. SOCIOLOGIA E SOCIOLOGIA DO TRABALHO

Não pretendo me estender na introdução ao estudo da Sociologia, pois


isto será de pequeno interesse para vocês, neste momento. Mas
gostaria que vocês soubessem alguns pontos básicos.
Qual é a questão básica que interessa à Sociologia?
Auguste Comte, o fundador da Sociologia, propôs que fosse ela uma
ciência “objetiva”, como as ciências físicas. Daí, chamou-a de Física
Social ou Sociologia. Pretendia ele que os fenômenos sociais pudessem
ser descritos e explicados por leis fundamentais, como as ciências
naturais. Ao apresentar suas idéias, no século 19, em sua obra, propôs
a Sociologia como uma nova e complexa ciência, capaz de dar conta
desse problema.
Posteriormente, esse pensamento positivista, essa ambiciosa
empreitada foi se modificando, ao longo do tempo, com diferentes
pontos de vista sobre os fatos sociais. De fato, esta ciência não é uma
ciência natural ou exata, é uma ciência do social, uma ciência social,
como a Economia e a História ou a Antropologia.
Assim, podemos entender a Sociologia como o estudo sistemático
da estrutura, organização e funcionamento da sociedade.
É o estudo objetivo das relações sociais, isto é, das relações que só se
estabelecem com fundamento na coexistência social. Ou ainda, a
ciência que estuda os grupos humanos, as relações sociais e as
instituições sociais. Seu objetivo é analisar os princípios que formam
as estruturas sociais, programam sua integração ou conflitos e
regulam seu desenvolvimento.
A idéia básica de sociedade como pedra angular da Sociologia significa
dizer que os sociólogos buscam entender “o todo”, formado pelo
conjunto de pessoas que vivem em certa faixa de tempo e de espaço,
segundo normas comuns e unidas pelo sentimento do grupo. A
sociedade (conceito que não tem unanimidade) é este sistema que é,
ao mesmo tempo, integrado, completo, total, mas é também
fragmentado, diferenciado e dividido.
Isso parece um tanto difícil, não é mesmo? Mas, pensemos por um
momento em algo como uma laranja. O que faz com que ela seja uma
laranja? Com certeza, são suas diversas partes, sua casca furadinha,

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de cor verde ou amarela, seus gomos, o delicioso gosto. Mas, se
tentarmos caracterizá-la apenas pelo líquido extraído, teremos outra
coisa, um suco de laranja. Não podemos entendê-la pelas suas partes.
Aquilo que a torna uma laranja é exatamente a “organização” dos
diferentes elementos que compõem suas “estruturas”: casca, gomos,
sementes, líquidos. A organização é, portanto, a relação existente
entre esses elementos estruturais. Assim, há uma organização da
estrutura chamada “semente”, outra da “casca” etc. Todas essas
relações nas partes e destas para o todo formam uma laranja. Veja
também que cada parte não é algo imutável, eterno. A casca modifica
sua cor, sua textura, sua firmeza. Do mesmo modo, suas partes
internas se modificam de acordo com as condições “históricas”, isto é,
o tempo e o espaço. Esse exemplo simplificado serve para ilustrar a
dificuldade com que se defrontam os sociólogos.
Pois, de forma similar, o mesmo ocorre com a sociedade. Seu
funcionamento, organização e estruturas são coisas vivas, modificam-
se continuamente e são construídas e transformadas historicamente.
Grandes nomes da Sociologia Clássica, como Karl Marx (que é
considerado um economista político), Max Weber e Durkheim, no
final do século 19 e início do século passado, assentaram estes
fundamentos, analisando as sociedades daquela época. Eles estavam
interessados sobretudo nas transformações que estavam ocorrendo,
devido ao surgimento de uma sociedade industrial e moderna. Cada
um deles tinha uma visão própria do que é uma sociedade e estudou-a
a partir de diferentes ângulos e perspectivas.
Para a Sociologia, os homens não “vivem” na sociedade apenas. Eles a
produzem, fazendo isso porque têm a capacidade de transformar a
natureza que os cerca e à sua própria natureza (bem diferente de uma
laranja). Desse modo, enquanto se transformam e à sociedade,
constroem a História, uma História que é contraditória. E onde estão
as maiores contradições? Nas relações desiguais, nas relações de
dominação, nas relações em que um homem explora o outro. Ou seja,
a sociedade não é harmoniosa, igualitária, ela é feita de diferenças e
conflitos.
Nas sociedades capitalistas, predominantes no mundo atual, há um
conflito estrutural de interesses entre os proprietários dos meios de
produção (os donos do capital) e a classe trabalhadora, segundo Marx.
Contudo, também nas sociedades socialistas existem grandes
antagonismos. Embora tentem abolir as diferenças de classe, continua
a existir, em tais sociedades, uma elite que reprime e controla os
meios de produção e a distribuição de renda na população. Podemos
entender a expressão capitalista como a sociedade fundada sob

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influência do capital, ou seja, onde há a propriedade privada dos meios
de produção ou capital. Oposta, a expressão socialista significa uma
sociedade onde existe uma alteração na propriedade privada, de tal
modo a existir a igualdade e o bem comum entre as classes sociais.
A sociedade, na visão de Durkheim, teria por função tornar-nos
humanos, tornar-nos civilizados, ultrapassar nossas individualidades.
Raciocine: se fôssemos como as abelhas, também sobreviveríamos,
mas não seríamos capazes de modificar nada, nem criar novas
maneiras de existir e sobreviver juntos.
De fato, os animais também vivem em “sociedade”, como as formigas,
os cupins, os chimpanzés etc, porém o fazem de forma instintual, sob
o peso de seus condicionamentos genéticos. Eles têm uma “história”
biológica, porém não a podem reproduzir ou modificar, como nós.
Esta distinção é que nos torna senhores e servos, criadores e
criaturas: somos feitos à imagem da sociedade onde vivemos, mas
somos responsáveis por fazê-la ser uma imagem de nós mesmos. Esta
é a grande beleza da Sociologia e sua maior dificuldade. Pois, como
ciência, ela deveria não só ser capaz de compreender e explicar, mas
propor as melhores maneiras de viver em sociedade e aperfeiçoá-la.
Ou, voltando ao exemplo da laranja, entender as laranjas deveria nos
tornar aptos também a produzir laranjas melhores, com maior
resistência a pragas e ao tempo, que fossem mais docinhas e tivessem
mais vitaminas. E, sem dúvida, as laranjas já progrediram muito,
enquanto as sociedades...
Durante o século 20, vários tipos de estudos sociológicos tornaram-se
muito conhecidos e divulgados, principalmente os problemas sociais,
como violência e uso de drogas.
O fato social, que é o objeto de um estudo sociológico, é aquilo que
emerge da sociedade, que se torna um dado isolável, podendo ser
uma cidade, uma instituição (como a prisão que nós estudamos) ou
um tema, como a moda, a violência juvenil etc. O suicídio seria, na
visão de Durkheim, um fato social, acontecendo em todas as
sociedades.
No entanto, o fato social tem duas características, como Durkheim
expôs em As regras do Método Sociológico: objetividade - ele deve
ser externo à consciência, podendo ser observado e descrito, e
coercitividade - deve exercer força sobre todos os indivíduos.
Por exemplo, os indivíduos que perdem a raízes e as normas de seu
grupo tornam-se marginais à sociedade. Durkheim chamou de anomia
esta condição em que a vida pessoal e social desaparece. São os
indivíduos excluidos da sociedade, como os mendigos, indigentes, os
moradores de rua, os viciados. Incapazes de seguir e se

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comprometerem com as normas sociais, que são objetivas e
coercitivas para todos (como trabalhar para ganhar a vida), tornam-se
incapazes de modelar suas vidas de acordo com um projeto pessoal,
tornando-se indivíduos sem nome, anômicos.
Por que criar uma Sociologia “especializada” para o trabalho?

2.1. A SOCIOLOGIA DO TRABALHO

A separação em um campo disciplinar dentro de qualquer ciência


recorta um ângulo da visão. Uma ciência aplicada a um dado campo
busca fazer uma ponte entre a teoria e a realidade concreta.
Também é assim com a Sociologia do Trabalho.
Por exemplo, sabemos que o trabalho dos profissionais liberais foi se
modificando gradualmente na sociedade moderna. Hoje, são raros os
médicos que não dependem de um hospital para desenvolver bem
suas atividades. Por que os profissionais liberais se tornaram
proletários? Essa é uma questão de interesse da Sociologia do
Trabalho. Outra, é o problema das greves na indústria automobilística.
A Sociologia do Trabalho ou Sociologia Industrial adquiriu grande
importância entre as décadas de 40 e 50 no século XX, quando a
indústria automobilística havia se tornado a maior empregadora de
mão-de-obra, com maior domínio tecnológico e os sindicatos haviam
se tornado extremamente poderosos. Nessa época, a Sociologia do
Trabalho tornou-se uma especialização dentro da Sociologia, mas
muito valorizada, com nomes como Seymor Lipset e Ely Chinoy.
Contudo, quem inaugurou o campo de observação sociológico sobre o
trabalho foi Karl Marx, no século 19. Com Friedrich Engels, amigo e
colaborador, autor de “A situação da classe trabalhadora na
Inglaterra em 1844”, escreveu seu Manifesto Comunista, publicado
em 1848. Conclamaram os trabalhadores para uma luta com o
objetivo de pôr fim às desigualdades sociais e construir uma nova
sociedade socialista, na qual os homens viveriam como iguais,
cooperando voluntariamente uns com os outros.
A realidade daquela época caracterizava-se por mudanças profundas:
consolidava-se uma verdadeira revolução industrial, que abrangia não
somente a passagem de uma sociedade agrícola para a produção de
bens materiais em fábricas, mas, sobretudo, no modo como as
pessoas viviam, em consequência de tais mudanças. A classe

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trabalhadora recém-criada tornara-se miserável, suja, bêbada; as
mulheres eram prostituídas ou, juntamente com as crianças, tonavam-
se verdadeiras escravas nas fábricas. As moradias eram imundas. As
doenças, a fome, a insalubridade e falta de higiene matavam os
moços, as crianças e a população trabalhadora. Salários baixos,
jornadas de dezesseis horas e castigos corporais por parte dos patrões
eram a regra. Ao mesmo tempo, multas impostas pelos patrões
criavam as condições para uma consciência de seu próprio valor e de
seus direitos, levando-os a greves e movimentos políticos. Surgia a
figura do proletariado - classe que vende sua força de trabalho em
um mercado, como se fosse mercadoria, por não possuir mais nada, a
não ser seu próprio corpo e com consciência de si mesma como classe
social. Era uma nova classe que surgira com a Revolução Industrial e
que ia se tornando consciente de seu próprio poder como classe social
para fazer mudanças na sociedade.
Foi graças a Marx que a Sociologia pôde conceber um dos fenômenos
centrais da sociedade – a existência e o antagonismo das classes
sociais, geradas em torno do trabalho, o eixo principal nas idéias
marxistas. O trabalho passou a ser visto, sob essa ótica, como o
princípio organizador da estrutura social.
A sociedade moderna que surgiu com a revolução industrial construiu
toda a sua dinâmica, seu funcionamento como uma sociedade do
trabalho.
As sociedades se estruturam pelo modo de produzir coisas necessárias
para a vida humana e se transformam, na medida em que vão se
desenvolvendo as forças produtivas (a força de trabalho, as
ferramentas, máquinas, tecnologias, as ciências aplicadas à produção)
e as relações sociais de produção (relações de poder e de
propriedade).
O confronto entre esses dois aspectos gera conflitos de classes sociais,
que são propulsores da mudança social, na visão marxista. A luta de
classes transforma-se no motor da história, segundo Marx.
Todas essas interpretações da sociedade moderna, na qual a economia
passa a determinar o sistema social, influenciaram a Sociologia do
Trabalho. O trabalho assalariado tornou-se o foco favorito dos estudos,
principalmente em relação às grandes indústrias e empregadores.
Vendo-o como um fato histórico novo e moderno, que substituiu as
relações do trabalho escravo e feudal, a Sociologia do Trabalho, de
tradição marxista, ainda defende a idéia de que a consciência humana
é, sobretudo, moldada pela economia.
Contudo, esse ponto de vista é oposto em Max Weber. Para ele, é a
consciência que molda a economia. Observando a sociedade daquela

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época, verificou que os praticantes da religião protestante eram os
patrões e capitalistas, enquanto os católicos tendiam a ser
empregados. Em geral, os protestantes eram donos de vários
empreendimentos industriais, sendo ativos e mais influentes. Segundo
Weber, a religião protestante, calvinista, encorajou o aparecimento de
um tipo de personalidade que promoveu o capitalismo industrial. Esta
religião estabelece uma ética de comportamento que conduz ao
sucesso. Para o calvinismo cada um de nós já está predestinado
quanto à vida eterna, se seremos condenados ou não. Mas devemos
ser bons: ser honestos, sérios, perseverantes, trabalhar duramente e
ser parcimoniosos em tempo e dinheiro. O tempo é breve e o trabalho,
longo, eis o seu lema. A riqueza é um sinal divino, ela não deve ser
perseguida, mas é um subproduto do trabalho disciplinado. É
necessário viver e trabalhar da maneira correta.
Em seu livro A ética protestante e o espírito do Capitalismo, ele
defendeu esta idéia. Embora outros estudos já tivessem tentado fazer
esta relação, seu livro despertou bastante impacto. Landes, que
estudou a formação da riqueza nas nações em processo de
industrialização, concorda com Weber. Para ele, o homem protestante
é racional, metódico, produtivo, como consequência de um tipo de
instrução (que é baseada na leitura diária da Bíblia) e da importância
que atribui ao tempo (a maioria dos fabricantes de relógios na Suiça é
de protestantes). Isto levou a uma personalidade empreendedora nos
negócios e a seu sucesso.

Resumindo: Por que o trabalho é tão importante para a


sociedade moderna ?

1º - Pelo surgimento da figura do trabalhador assalariado. O trabalho


foi personificado no trabalhador. Devido à separação entre a família e
a fábrica, surgiu o trabalho assalariado e a possibilidade de vender o
trabalho livre em um mercado. Além disso, o trabalhador tornou-se
consciente de sua classe social e sua força na sociedade;

2º - Com a sociedade industrial, o trabalho passou a ter um valor


próprio. Também a riqueza e a acumulação de bens passaram a ser
aceitas como legítimas, desde que vindas do trabalho, ocorrendo uma
inversão entre os valores sobre o trabalho,

3º - Para o surgimento da indústria era necessária a existência de uma


racionalidade científica, técnica, instrumental para justificar novas

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formas de organizar os processos de trabalho e de produção (o melhor
meio de produzir) e uma racionalidade econômica, favorecendo a
busca incessante de aperfeiçoamentos tecnológicos nos processos
produtivos e a geração e a acumulação de riqueza.

2.2. O QUE É O TRABALHO?

Parece fácil dizer o que é trabalho. Usamos muito esta palavra, por
exemplo: “ela está em trabalho de parto”, “o professor marcou este
trabalho final”, “estou trabalhando esta idéia”, “eu não trabalho, sou
dona de casa: só lavo, passo, cozinho e cuido das crianças.”
Em inglês, há várias palavras para trabalho: job, work, labor, labour,
pois esta língua procura configurar muito bem o sentido de cada ação
(Job = em serviço, atividade específica, emprego. Work = trabalho
em geral. Labour e Labor = movimento sindical, trabalho
organizado).
Apesar de toda a imensa gama de tipos de trabalhos, só se configura
como um trabalho, segundo Offe, se houver:

1º - Dependência de atividade remunerada;


2º - Submissão ao controle de relações de autoridades
empresarialmente organizadas;
3º - Risco permanente de perda de oportunidades de trabalho por
motivos objetivos (mudanças técnicas e econômicas) ou subjetivas
(doenças, invalidez);
4º - Efeito uniformizador de entidades do tipo sindicatos;
5º - Orgulho coletivo como auto-consciência do trabalho, advindas do
valor do trabalho na sociedade.

As dificuldades de caracterizar o trabalho são várias.


Em primeiro lugar, o trabalho tornou-se uma entidade abstrata. Há
muitas variações entre as situações de trabalho: renda, qualificação,
visibilidade e reconhecimento social, carga de trabalho e autonomia...
Por exemplo, se alguém diz que é piloto de avião, nós não temos a
menor idéia se esse é um bom trabalho ou não, devido às variações

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possíveis (horas que passa pilotando, tipo de contratos, tipo de avião,
remuneração etc).
Em segundo lugar, muitas atividades têm uma relação apenas nominal
com o trabalho, seja de forma objetiva ou como experiência subjetiva.
Exemplo: podemos produzir camisas numa empresa multinacional ou
em casa, em uma prisão ou nos fundos de um barracão, como
imigrante clandestino. Deste modo, dizer que um trabalho é de
costureira de camisas, nada diz se isto é, de fato, um trabalho.
Em terceiro lugar, pode-se trabalhar na produção de bens ou serviços.
Neste último, não é clara a relação entre o que é trabalho ou não, pois
em serviços, a produção se confunde com o controle do trabalho, não
buscando uma racionalidade econômica, mas sim técnica com o
trabalho. Por exemplo, um médico, um professor ou um consultor
produzem e controlam o trabalho de outras pessoas e nada ganham
nesta segunda tarefa de controle.
Resumindo: atualmente, não existe uma só racionalidade
organizando o trabalho, mas várias, simultaneamente.

Podemos dizer que, hoje, existe uma crise da sociedade do trabalho.


Em grande parte, o trabalho perdeu seu status central na sociedade
moderna, embora esse fato não seja aceito pelos sociólogos de
tradição marxista.

3 -OS DESAFIOS ATUAIS

As mudanças no mundo atual fizeram surgir uma crise na questão do


trabalho, gerando principalmente a exclusão social. Pessoas passam às
periferias da sociedade, em virtude de baixa qualificação, nível
educacional, falta de acesso às informações e às novas tecnologias e
ao consumo de bens e serviços.
Em qualquer sociedade, onde as possibilidades de participação da vida
social estejam vinculadas ao trabalho remunerado, seja diretamente
ou por meio de recursos públicos (o chamado Welfare State ou o
estado do bem estar, que é a assistência e benefícios à população,
assegurados pelo Estado), cria-se o exílio social para os que não
conseguem inserir-se no mercado de trabalho.
Vários fatores contribuem para os desafios ao trabalho, no mundo
atual:

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- A incapacidade dos sistemas coletivos de segurança social,
construidos no pós-guerra (previdência e assistência social,
aposentadorias), devido à falência do welfare state;
- Migração de trabalhadores para os países mais desenvolvidos;
- Migração de empresas para outros países para buscar mão-de-obra
barata ou incentivos fiscais ou legislação trabalhista menos onerosa;
- Fragmentação da força-de-trabalho pela terceirização ou novas
formas de contrato (autônomos, temporários etc);
- Redução do poder sindical, principalmente pela redução do número
de trabalhadores e empregos formais;
- Modificação do perfil da classe trabalhadora, passando da indústria
para o trabalho em serviços, passando a uma subproletarização desses
trabalhadores, devido ao trabalho parcial, precário, informal,
subcontratado;
- Polarização dos empregos pelos arranjos de nova organização do
trabalho e métodos de gestão, mas principalmente pelas inovações
tecnológicas. O mundo do trabalho, nos últimos anos, sofreu uma
grande transformação. Vários segmentos da força de trabalho foram
atingidos. Os trabalhadores são mais exigidos em sua capacidade
cognitiva, comportamentos e relacionamentos, sendo os mais
qualificados menos afetados pelo desemprego tecnológico. Os
trabalhadores menos qualificados são os que mais sofrem,
principalmente os que fazem trabalhos obsoletos ou atividades
repetitivas. Há uma diminuição dos operários dos ramos tradicionais.
- Fusões e incorporações entre empresas, absorvendo as pequenas e
médias.

Além disso, os modos de vida e a vida cotidiana passaram a dominar


os conflitos nas sociedades atuais, e não mais os conflitos em torno do
trabalho, entre patrões e empregados. Temas como paz e
desarmamento, ambiente e ecologia, questões de gênero ou
diferenças sexuais, casamento e família, violência, pedofilia, direitos
humanos e civis, religião, todos parecem ser mais centrais às
sociedades modernas do que o trabalho.
Trata-se, todavia, de uma dificuldade em entender a relevância das
questões sobre o trabalho, nesta nova sociedade. Ele não perdeu sua
importância. Outras questões novas surgiram.
Vejo também como enorme desafio o significado que damos ao
trabalho enquanto necessidade individual e coletiva, atualmente. Nas
sociedades tradicionais (e não nas modernas, industriais) ninguém se

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perguntava se deveria trabalhar ou não. Se fosse um nobre, jamais
cogitaria disso, pois o trabalho era coisa grosseira e rebaixadora do
espírito. Se não fosse nobre, seria obrigado a fazê-lo pelas condições
de nascimento, então não lhe ocorreria essa pergunta. Ela é própria ao
trabalho assalariado, em que somos “livres” em escolher trabalhar ou
não.
Hoje, parece cada vez menor o significado do trabalho. Para nos
constituirmos como um indivíduo, necessitamos de várias coisas em
nossa biografia. O trabalho é apenas uma delas.
Qual o significado do trabalho remunerado para a vida e a consciência
do trabalhador, hoje? Que atitudes e motivações existem frente ao
trabalho? Vamos analisar algumas delas, seguindo as idéias de Claus
Offe:

1. O trabalho como obrigação moral – a ação pelo trabalho


Se o trabalho é visto como obrigação moral de todos, torna-se ação
desejada, podendo levar a uma integração maior da sociedade.
Adquirimos, com esse significado, uma referência de vida moralmente
correta.
Na sociedade atual, a idéia do trabalho como obrigação moral
fracassa, em grande parte. A erosão das tradições culturais e
religiosas, o modo de viver baseado mais no consumo do que na
produção reduzem o sentido de agir pelo trabalho. Além disso, a
própria busca de racionalização técnica das empresas busca antes
eliminar o emprego do fator humano, do que criar mais oportunidades.
Isso leva à perda do orgulho profissional, à crescente
desprofissionalização e reconhecimento de um trabalho.
Os ambientes de vida passaram a valorizar mais o lazer, o consumo, a
educação e a cultura, reduzindo os espaços de valorização do trabalho
e profissão.
Tentar construir a vida pelo trabalho parece ser mais difícil, porque a
formação educacional não acaba nunca.
Há ainda a redução da parcela do tempo de trabalho no tempo de
vida, já que se expande a vida humana e o tempo livre de trabalho.
Além disso, os efeitos do desemprego involuntário se reduzem com o
tempo. Quanto maior a extensão do desemprego, mais baixo passa a
ser o limiar do efeito negativo da estigmatização moral; pois o
desemprego passa a ser visto não como fracasso individual, mas da
própria situação econômica.

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2. O trabalho como imposição de uma necessidade
Um segundo significado do trabalho refere-se à psicologia econômica,
isto é, ao estímulo associado aos bens adquiridos pelo trabalho. Neste
caso, temos uma relação instrumental com o trabalho e a nossa
referência é a necessidade ou sobrevivência física. Ou seja, queremos
um trabalho devido ao salário.
O dinheiro, obtido com o trabalho, não contribui de forma igual para a
satisfação ou bem-estar, embora sua queda reduza a satisfação. Isso
ocorre porque mercadorias se relacionam fracamente àquilo que nos
torna felizes – autonomia, auto-estima, felicidade familiar, amizades.
Ou seja, a satisfação com coisas fora do trabalho gera satisfação com
a vida.
Em segundo lugar, a renda, se comparada ao desgaste do trabalho,
mostra discrepância cada vez maior entre a percepção dos custos e
redução dos benefícios. Cresce a sensibilização dos trabalhadores com
as sobrecargas físicas e psíquicas e seus riscos à saude.

3- O trabalho como disciplina do comportamento - a coerção


pelo trabalho
Antes dos tempos atuais, em que o Estado é o grande provedor,
acreditava-se que “quem não trabalhava não devia comer”.
Você, com certeza conhece a história infantil da galinha ruiva: ela foi
fazer um delicioso bolo e perguntou: Quem me ajuda? Nenhum bicho
quis ajudá-la. Depois de pronto, ela perguntou: Vou comer o bolo,
quem me ajuda? Todos os animais se prontificaram, mas ela não
repartiu o bolo com quem não a ajudou.
Hoje isso não acontece. O Estado moderno, principalmente nos países
adiantados, coletiviza a solução ao problema de quem não consegue
trabalho, oferecendo certas garantias como seguro desemprego, renda
mínima etc. O trabalhador mais racional aproveita essas oportunidades
e prefere o investimento em um mercado de benefícios e subvenções,
principalmente diante das dificuldades de participar de um mercado de
trabalho competitivo. Na situação de contínuo desemprego e
subempregos, há uma tendência em responsabilizar a política
econômica ou trabalhista, mas não a lutar por suas mudanças.
Prefere-se entrar em uma condição marginal, fazendo surgir uma
economia clandestina, informal, na qual os trabalhadores adquirem
uma aversão às regras e valores da sociedade do trabalho. Surge uma
classe de sem trabalho ou subproletariado.
Todas essas considerações, discutidas pelos sociólogos do trabalho,
mostram o esvaziamento do significado do trabalho, atualmente.

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Contudo, no meu entendimento, o trabalho continua a ser essencial
para a sociedade moderna e, se há uma crise de valores e significados,
ela é o reflexo de um momento de transição e transformação no
trabalho, cuja amplitude não percebemos em sua totalidade.
Espero que vocês reflitam sobre essas questões.

Questão de Concurso

As opções abaixo dão seguimento coerente e lógico ao trecho citado,


exceto uma delas. Aponte-a.
Na interpretação de Max Weber acerca da doutrina calvinista em A
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, publicado
inicialmente em 1905, o conceito de trabalho no sentido ascese operou
uma ruptura com a tradição cristã que separava a vida espiritual do
mercado. A recompensa pelo trabalho passou a ser entendida como
sinal de cumprimento do dever espiritual e da escolha divina.
(ESAF – AFT - 1998)

a) Comportamentos individuais e de grupo voltados para uma vida


dedicada ao trabalho são considerados absolutamente
adequados à vida espiritual.
Comentário: Sim, a ética calvinista busca a dedicação ao trabalho.
b) Na Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo mostra-se que
se criou um ethos novo que conduz, na modalidade de um
imperativo moral, uma elite protestante a investir-se no
trabalho e na indústria.
Comentário: Sim, o imperativo moral é uma norma ética que obriga
o seguidor a adotar um comportamento coerente com ela. Ethos
significa o modo de ser. De fato, o protestantismo calvinista
propondo uma disciplina produtiva conduziu naturalmente a isto.
c) O fundamento da sociedade capitalista é caracterizado pela ética
social e divina do dever.
Comentário: Correto, o espírito do capitalismo seria o fundamento
da sociedade capitalista e consiste em uma ética social e no dever
moral.

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d) Em virtude da doutrina protestante, o êxito no mundo terreno
através de uma atividade profissional é, antes de tudo, um meio
de glorificar a Deus.
Comentário: Correto segundo a doutrina protestante calvinista. Ser
bom é trabalhar e praticar o bem é glorificar a Deus.
e) Resta aos homens submeterem-se ao seu destino e no exercício
do seu trabalho, gozar dos bens deste mundo.
Comentário: Errado. Embora o trabalho e a riqueza não sejam
separados, como na religião católica, a ascese (elevação espiritural)
implica em disciplina e seriedade, inclusive no uso da riqueza. Usá-
la com parcimônia, no exercício de seu trabalho, é incompatível
com o gozar dos bens do mundo.

Espero que tenham entendido.


Por hoje é só. Cordiais saudações e até breve.

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