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1 - APRESENTAÇÃO
Caro estudante:
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Sociologia teve 10 questões, das quais eram necessários 40% de
acertos. Além disso, recebeu peso 3. Com certeza, seu conhecimento
representará uma grande diferença no resultado final.
Convido você a fazer esta viagem em busca de conhecimento,
desejando que ela seja feliz e bem sucedida, ao final.
2 - PROGRAMA
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TÓPICOS:
Vejamos porque:
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mostro e oriento como mudar. Mas, quando volto lá, se está tudo na
mesma, não mudo a cara, multo mesmo. A gente sabe que o
empresário tem dificuldades, mas ele deve conhecê-las antes de abrir
uma empresa. Ou então, o Brasil não vai melhorar nunca...”
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além das normas e das leis, as dinâmicas da sociedade, suas
estruturas e o entrelace entre elas para compreender seu próprio
papel, necessidades e desafios de mudanças.
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de cor verde ou amarela, seus gomos, o delicioso gosto. Mas, se
tentarmos caracterizá-la apenas pelo líquido extraído, teremos outra
coisa, um suco de laranja. Não podemos entendê-la pelas suas partes.
Aquilo que a torna uma laranja é exatamente a “organização” dos
diferentes elementos que compõem suas “estruturas”: casca, gomos,
sementes, líquidos. A organização é, portanto, a relação existente
entre esses elementos estruturais. Assim, há uma organização da
estrutura chamada “semente”, outra da “casca” etc. Todas essas
relações nas partes e destas para o todo formam uma laranja. Veja
também que cada parte não é algo imutável, eterno. A casca modifica
sua cor, sua textura, sua firmeza. Do mesmo modo, suas partes
internas se modificam de acordo com as condições “históricas”, isto é,
o tempo e o espaço. Esse exemplo simplificado serve para ilustrar a
dificuldade com que se defrontam os sociólogos.
Pois, de forma similar, o mesmo ocorre com a sociedade. Seu
funcionamento, organização e estruturas são coisas vivas, modificam-
se continuamente e são construídas e transformadas historicamente.
Grandes nomes da Sociologia Clássica, como Karl Marx (que é
considerado um economista político), Max Weber e Durkheim, no
final do século 19 e início do século passado, assentaram estes
fundamentos, analisando as sociedades daquela época. Eles estavam
interessados sobretudo nas transformações que estavam ocorrendo,
devido ao surgimento de uma sociedade industrial e moderna. Cada
um deles tinha uma visão própria do que é uma sociedade e estudou-a
a partir de diferentes ângulos e perspectivas.
Para a Sociologia, os homens não “vivem” na sociedade apenas. Eles a
produzem, fazendo isso porque têm a capacidade de transformar a
natureza que os cerca e à sua própria natureza (bem diferente de uma
laranja). Desse modo, enquanto se transformam e à sociedade,
constroem a História, uma História que é contraditória. E onde estão
as maiores contradições? Nas relações desiguais, nas relações de
dominação, nas relações em que um homem explora o outro. Ou seja,
a sociedade não é harmoniosa, igualitária, ela é feita de diferenças e
conflitos.
Nas sociedades capitalistas, predominantes no mundo atual, há um
conflito estrutural de interesses entre os proprietários dos meios de
produção (os donos do capital) e a classe trabalhadora, segundo Marx.
Contudo, também nas sociedades socialistas existem grandes
antagonismos. Embora tentem abolir as diferenças de classe, continua
a existir, em tais sociedades, uma elite que reprime e controla os
meios de produção e a distribuição de renda na população. Podemos
entender a expressão capitalista como a sociedade fundada sob
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influência do capital, ou seja, onde há a propriedade privada dos meios
de produção ou capital. Oposta, a expressão socialista significa uma
sociedade onde existe uma alteração na propriedade privada, de tal
modo a existir a igualdade e o bem comum entre as classes sociais.
A sociedade, na visão de Durkheim, teria por função tornar-nos
humanos, tornar-nos civilizados, ultrapassar nossas individualidades.
Raciocine: se fôssemos como as abelhas, também sobreviveríamos,
mas não seríamos capazes de modificar nada, nem criar novas
maneiras de existir e sobreviver juntos.
De fato, os animais também vivem em “sociedade”, como as formigas,
os cupins, os chimpanzés etc, porém o fazem de forma instintual, sob
o peso de seus condicionamentos genéticos. Eles têm uma “história”
biológica, porém não a podem reproduzir ou modificar, como nós.
Esta distinção é que nos torna senhores e servos, criadores e
criaturas: somos feitos à imagem da sociedade onde vivemos, mas
somos responsáveis por fazê-la ser uma imagem de nós mesmos. Esta
é a grande beleza da Sociologia e sua maior dificuldade. Pois, como
ciência, ela deveria não só ser capaz de compreender e explicar, mas
propor as melhores maneiras de viver em sociedade e aperfeiçoá-la.
Ou, voltando ao exemplo da laranja, entender as laranjas deveria nos
tornar aptos também a produzir laranjas melhores, com maior
resistência a pragas e ao tempo, que fossem mais docinhas e tivessem
mais vitaminas. E, sem dúvida, as laranjas já progrediram muito,
enquanto as sociedades...
Durante o século 20, vários tipos de estudos sociológicos tornaram-se
muito conhecidos e divulgados, principalmente os problemas sociais,
como violência e uso de drogas.
O fato social, que é o objeto de um estudo sociológico, é aquilo que
emerge da sociedade, que se torna um dado isolável, podendo ser
uma cidade, uma instituição (como a prisão que nós estudamos) ou
um tema, como a moda, a violência juvenil etc. O suicídio seria, na
visão de Durkheim, um fato social, acontecendo em todas as
sociedades.
No entanto, o fato social tem duas características, como Durkheim
expôs em As regras do Método Sociológico: objetividade - ele deve
ser externo à consciência, podendo ser observado e descrito, e
coercitividade - deve exercer força sobre todos os indivíduos.
Por exemplo, os indivíduos que perdem a raízes e as normas de seu
grupo tornam-se marginais à sociedade. Durkheim chamou de anomia
esta condição em que a vida pessoal e social desaparece. São os
indivíduos excluidos da sociedade, como os mendigos, indigentes, os
moradores de rua, os viciados. Incapazes de seguir e se
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comprometerem com as normas sociais, que são objetivas e
coercitivas para todos (como trabalhar para ganhar a vida), tornam-se
incapazes de modelar suas vidas de acordo com um projeto pessoal,
tornando-se indivíduos sem nome, anômicos.
Por que criar uma Sociologia “especializada” para o trabalho?
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trabalhadora recém-criada tornara-se miserável, suja, bêbada; as
mulheres eram prostituídas ou, juntamente com as crianças, tonavam-
se verdadeiras escravas nas fábricas. As moradias eram imundas. As
doenças, a fome, a insalubridade e falta de higiene matavam os
moços, as crianças e a população trabalhadora. Salários baixos,
jornadas de dezesseis horas e castigos corporais por parte dos patrões
eram a regra. Ao mesmo tempo, multas impostas pelos patrões
criavam as condições para uma consciência de seu próprio valor e de
seus direitos, levando-os a greves e movimentos políticos. Surgia a
figura do proletariado - classe que vende sua força de trabalho em
um mercado, como se fosse mercadoria, por não possuir mais nada, a
não ser seu próprio corpo e com consciência de si mesma como classe
social. Era uma nova classe que surgira com a Revolução Industrial e
que ia se tornando consciente de seu próprio poder como classe social
para fazer mudanças na sociedade.
Foi graças a Marx que a Sociologia pôde conceber um dos fenômenos
centrais da sociedade – a existência e o antagonismo das classes
sociais, geradas em torno do trabalho, o eixo principal nas idéias
marxistas. O trabalho passou a ser visto, sob essa ótica, como o
princípio organizador da estrutura social.
A sociedade moderna que surgiu com a revolução industrial construiu
toda a sua dinâmica, seu funcionamento como uma sociedade do
trabalho.
As sociedades se estruturam pelo modo de produzir coisas necessárias
para a vida humana e se transformam, na medida em que vão se
desenvolvendo as forças produtivas (a força de trabalho, as
ferramentas, máquinas, tecnologias, as ciências aplicadas à produção)
e as relações sociais de produção (relações de poder e de
propriedade).
O confronto entre esses dois aspectos gera conflitos de classes sociais,
que são propulsores da mudança social, na visão marxista. A luta de
classes transforma-se no motor da história, segundo Marx.
Todas essas interpretações da sociedade moderna, na qual a economia
passa a determinar o sistema social, influenciaram a Sociologia do
Trabalho. O trabalho assalariado tornou-se o foco favorito dos estudos,
principalmente em relação às grandes indústrias e empregadores.
Vendo-o como um fato histórico novo e moderno, que substituiu as
relações do trabalho escravo e feudal, a Sociologia do Trabalho, de
tradição marxista, ainda defende a idéia de que a consciência humana
é, sobretudo, moldada pela economia.
Contudo, esse ponto de vista é oposto em Max Weber. Para ele, é a
consciência que molda a economia. Observando a sociedade daquela
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época, verificou que os praticantes da religião protestante eram os
patrões e capitalistas, enquanto os católicos tendiam a ser
empregados. Em geral, os protestantes eram donos de vários
empreendimentos industriais, sendo ativos e mais influentes. Segundo
Weber, a religião protestante, calvinista, encorajou o aparecimento de
um tipo de personalidade que promoveu o capitalismo industrial. Esta
religião estabelece uma ética de comportamento que conduz ao
sucesso. Para o calvinismo cada um de nós já está predestinado
quanto à vida eterna, se seremos condenados ou não. Mas devemos
ser bons: ser honestos, sérios, perseverantes, trabalhar duramente e
ser parcimoniosos em tempo e dinheiro. O tempo é breve e o trabalho,
longo, eis o seu lema. A riqueza é um sinal divino, ela não deve ser
perseguida, mas é um subproduto do trabalho disciplinado. É
necessário viver e trabalhar da maneira correta.
Em seu livro A ética protestante e o espírito do Capitalismo, ele
defendeu esta idéia. Embora outros estudos já tivessem tentado fazer
esta relação, seu livro despertou bastante impacto. Landes, que
estudou a formação da riqueza nas nações em processo de
industrialização, concorda com Weber. Para ele, o homem protestante
é racional, metódico, produtivo, como consequência de um tipo de
instrução (que é baseada na leitura diária da Bíblia) e da importância
que atribui ao tempo (a maioria dos fabricantes de relógios na Suiça é
de protestantes). Isto levou a uma personalidade empreendedora nos
negócios e a seu sucesso.
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formas de organizar os processos de trabalho e de produção (o melhor
meio de produzir) e uma racionalidade econômica, favorecendo a
busca incessante de aperfeiçoamentos tecnológicos nos processos
produtivos e a geração e a acumulação de riqueza.
Parece fácil dizer o que é trabalho. Usamos muito esta palavra, por
exemplo: “ela está em trabalho de parto”, “o professor marcou este
trabalho final”, “estou trabalhando esta idéia”, “eu não trabalho, sou
dona de casa: só lavo, passo, cozinho e cuido das crianças.”
Em inglês, há várias palavras para trabalho: job, work, labor, labour,
pois esta língua procura configurar muito bem o sentido de cada ação
(Job = em serviço, atividade específica, emprego. Work = trabalho
em geral. Labour e Labor = movimento sindical, trabalho
organizado).
Apesar de toda a imensa gama de tipos de trabalhos, só se configura
como um trabalho, segundo Offe, se houver:
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possíveis (horas que passa pilotando, tipo de contratos, tipo de avião,
remuneração etc).
Em segundo lugar, muitas atividades têm uma relação apenas nominal
com o trabalho, seja de forma objetiva ou como experiência subjetiva.
Exemplo: podemos produzir camisas numa empresa multinacional ou
em casa, em uma prisão ou nos fundos de um barracão, como
imigrante clandestino. Deste modo, dizer que um trabalho é de
costureira de camisas, nada diz se isto é, de fato, um trabalho.
Em terceiro lugar, pode-se trabalhar na produção de bens ou serviços.
Neste último, não é clara a relação entre o que é trabalho ou não, pois
em serviços, a produção se confunde com o controle do trabalho, não
buscando uma racionalidade econômica, mas sim técnica com o
trabalho. Por exemplo, um médico, um professor ou um consultor
produzem e controlam o trabalho de outras pessoas e nada ganham
nesta segunda tarefa de controle.
Resumindo: atualmente, não existe uma só racionalidade
organizando o trabalho, mas várias, simultaneamente.
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- A incapacidade dos sistemas coletivos de segurança social,
construidos no pós-guerra (previdência e assistência social,
aposentadorias), devido à falência do welfare state;
- Migração de trabalhadores para os países mais desenvolvidos;
- Migração de empresas para outros países para buscar mão-de-obra
barata ou incentivos fiscais ou legislação trabalhista menos onerosa;
- Fragmentação da força-de-trabalho pela terceirização ou novas
formas de contrato (autônomos, temporários etc);
- Redução do poder sindical, principalmente pela redução do número
de trabalhadores e empregos formais;
- Modificação do perfil da classe trabalhadora, passando da indústria
para o trabalho em serviços, passando a uma subproletarização desses
trabalhadores, devido ao trabalho parcial, precário, informal,
subcontratado;
- Polarização dos empregos pelos arranjos de nova organização do
trabalho e métodos de gestão, mas principalmente pelas inovações
tecnológicas. O mundo do trabalho, nos últimos anos, sofreu uma
grande transformação. Vários segmentos da força de trabalho foram
atingidos. Os trabalhadores são mais exigidos em sua capacidade
cognitiva, comportamentos e relacionamentos, sendo os mais
qualificados menos afetados pelo desemprego tecnológico. Os
trabalhadores menos qualificados são os que mais sofrem,
principalmente os que fazem trabalhos obsoletos ou atividades
repetitivas. Há uma diminuição dos operários dos ramos tradicionais.
- Fusões e incorporações entre empresas, absorvendo as pequenas e
médias.
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perguntava se deveria trabalhar ou não. Se fosse um nobre, jamais
cogitaria disso, pois o trabalho era coisa grosseira e rebaixadora do
espírito. Se não fosse nobre, seria obrigado a fazê-lo pelas condições
de nascimento, então não lhe ocorreria essa pergunta. Ela é própria ao
trabalho assalariado, em que somos “livres” em escolher trabalhar ou
não.
Hoje, parece cada vez menor o significado do trabalho. Para nos
constituirmos como um indivíduo, necessitamos de várias coisas em
nossa biografia. O trabalho é apenas uma delas.
Qual o significado do trabalho remunerado para a vida e a consciência
do trabalhador, hoje? Que atitudes e motivações existem frente ao
trabalho? Vamos analisar algumas delas, seguindo as idéias de Claus
Offe:
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2. O trabalho como imposição de uma necessidade
Um segundo significado do trabalho refere-se à psicologia econômica,
isto é, ao estímulo associado aos bens adquiridos pelo trabalho. Neste
caso, temos uma relação instrumental com o trabalho e a nossa
referência é a necessidade ou sobrevivência física. Ou seja, queremos
um trabalho devido ao salário.
O dinheiro, obtido com o trabalho, não contribui de forma igual para a
satisfação ou bem-estar, embora sua queda reduza a satisfação. Isso
ocorre porque mercadorias se relacionam fracamente àquilo que nos
torna felizes – autonomia, auto-estima, felicidade familiar, amizades.
Ou seja, a satisfação com coisas fora do trabalho gera satisfação com
a vida.
Em segundo lugar, a renda, se comparada ao desgaste do trabalho,
mostra discrepância cada vez maior entre a percepção dos custos e
redução dos benefícios. Cresce a sensibilização dos trabalhadores com
as sobrecargas físicas e psíquicas e seus riscos à saude.
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Contudo, no meu entendimento, o trabalho continua a ser essencial
para a sociedade moderna e, se há uma crise de valores e significados,
ela é o reflexo de um momento de transição e transformação no
trabalho, cuja amplitude não percebemos em sua totalidade.
Espero que vocês reflitam sobre essas questões.
Questão de Concurso
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d) Em virtude da doutrina protestante, o êxito no mundo terreno
através de uma atividade profissional é, antes de tudo, um meio
de glorificar a Deus.
Comentário: Correto segundo a doutrina protestante calvinista. Ser
bom é trabalhar e praticar o bem é glorificar a Deus.
e) Resta aos homens submeterem-se ao seu destino e no exercício
do seu trabalho, gozar dos bens deste mundo.
Comentário: Errado. Embora o trabalho e a riqueza não sejam
separados, como na religião católica, a ascese (elevação espiritural)
implica em disciplina e seriedade, inclusive no uso da riqueza. Usá-
la com parcimônia, no exercício de seu trabalho, é incompatível
com o gozar dos bens do mundo.
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