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06 MAïERí\IIDADE
t Nucsns 17
Asvivênciasda mulher
durantea gravidez
ÍVIONUCTRT€RNRNDA NNRNGRNH€TR fI'IONFOSTC
Licanciodoom enfermogom, a dasamponhor funçõasno HospitolFarnondoFonsaco,
Serviçoda Obstatrício- Int@rnom@nto
de Puorperas;
monuelo.monforta@sooo.ot
RNRr€Or{O8 SRRRTVR nntil€tfiO
Licanciodo
am Çnfarmogam, o dasampanhor no HospitolGorcioda Orto,5Ê - Blocoda Portos
funçÕes
laonorl98.]@uohoo.com.br
rrurnoouçÃo
Todoo serhumano,no decorrerda vida,passapor
transformações, independentemente da idade:a criança,o jovem,
o adultoe o idoso,cadaum a seumodo,experimentam
mudanças. No entanto,existemcertasépocasnasquaisas
modificaçoes que ocorremnosnossoscorpose mentes,nos
nossosrelacionamentos e compromissos,sãoparticularmente
importantese rápidas.
Nestas,certamentese situaa gravidez,queconstituiuma etapa
da vida,ondese vai processarprofundasalterações na mulhere
famítia,as quaisconstituemuma ponteparaum projectode uma
vida,a maternidade/paternidade.Nesteâmbito" A mutherdeve
serencarada como alguémque necessita de cuidados,
principalmente no campoda aprendizagem do que é a gravidez,
poissendoestaum estado,acimade tudo novoe diferente,
surgemquestõese premissas quedevemserresolvidas, orientadas
e até reelaboradascom a própriagrávida"(COUTO,2003, 38).
1 8 rlr^='xro I MÂïERNIDADÊ JANETRO.Os
Íl mufhcr PÌoocupcì-se e Íesssnte-so am perc)et o suo outo-imogern, em ter do dcsistir do ontigos odoptoções o de relocionomontos
oquilibrodos em Íovor do novo scÌ, que se desenvolvs dootro do si.
0 prcporoçõo do mulher poÌo o oquisiçõo do novo popel de ser mõc obsorvo-lhe gronde porte do scu tempo. Duronto csto Íose,
o mulhcr gróvido diminui o scu investimcnto no meio ombicntc G contÍo-se sobro si Íncsmo.
poÌcspçõo dos movimcatos fetois o mulhsr ssnte pElo primeiro vcr ô Íoto Gomo uÍno reolidods concÍoto dcntro da si. Hó umo certo
diÍereocioçõocntreomõeooÍoto;elefiozportodesi mosédiÍerente;omõereconhoceoÍstocoínoumsordistintoeindcpenc,bntodelo.
nos braçosda mãe" (MARTINSe serádoloroso.lsto faz com que a pafto. A primíparapoderá estar
M O L E I R O1 , 994,26). grávidatema a dor do trabalhode temerosae apreensivapor não
"A progressãodesdea parto. sabero que vai acontecer,nâo
aceitaçãoda gravidez,a uma STERNe tendo conhecimentooréviodo
consciênciado íeto, a uma BRUSCHWEI LLER-STERN (2OOO) desenlacedo parto.
ligação ao bebé, é uma referemque o receio da chegada Nas últimassemanasde
progressãoda separação do momentoculminanteda gravidez,a mulher encontra-se
crescente.à medida oue a gestação- o pafto - e os receios Dovldo cr num estadode
individualidadeda criança acercada saúdedo bebé, aravtmirlarlo ram n
hipersensìbil idade,em que
aumenta(...)" dominamos pensamentos da pcrrtohcrum desinvestetudo em reoor oara se
(COLMAN&COLMAN, maioria das grávidasduranteeste oumanlodcr concentrarnela e no bebé. o oue
1994, 187). oeríodo. onsiodcrde@novo lhe vai permitiro estabelecimento
qzríododo
Devido à proximidadecom o Há uma certa ansiedaoee de um iaço afectivocom o
pafto há um aumento oa crmbivolêncicr. Por
aneústiarelativamenteao que
um lcrdo,ins[olcì-s@ recém-nascido visa a
ansiedadee novo oeríodo de naicimento do bebé, pois o parto - cla<e.iÕ
Õ - - ' - ) - rk>. ve.r a adaptação e identificação total
ambivalência.Por um lado, é vivido como momento filhoe [erminorcom da mãe às necessidades do seu
instala-se o desejode ver o Íilho i rreversível,i mprevisívele o grovrcr@Z, mcìspor filho-éaquiloaque
e terminar com a gravidez,mas desconhecido, sobreo qual não outro lodo hcr WINNICOTTchamaa
por outro lado há vontade de a se tem controle.A ambivalência vontcìd@ 0@cì "PreocupaçãoMaterna Primária"
prolongar,para adiar a crescenteé acompanhadapor nrnlnnnnr nnrn ( K E N N E L L1,9 9 5 ;K L A U Sl e t a l . ] ,
necessidadede novasadaptações queixassomáticas. A mulher odicrro 2000).
exigidaspelo nascimentodo oode demonstrarmaior nocassidado da Tal como refereBRAZELTON
nô\/ôq ôaiôôfô.õ?.<
bebé (CRUZ,1990; i rritabiIidade.oueixar-seqos (1992),nestetrimestrehá uma
a.vinieln< naln
C A N A V A R R O , 2 0 0 1O ). desconíortosÍísicos.Ao mal estar reorganização psicológicaque
momento do parto é encarado ncrscimento do
provocadopela dimensãodo permiteà mulher grávida
baba (CRUZ, ì990;
pela grávidasob duas formas feto, associa-sea íantasiaacerca controlar e aoroveitar
CÍìNÍìVíìRRO,
opostas:"representaum ganho das dorese sofrimentosque 200r saudavelmente a ansiedade
relacional(...)e ao mesmotempo
).
ooderãoocorrer duranteo própria destafasede
representauma perda, na medida nascimentodo bebé. Sentimentos desenvolvimento. A agitação
em que retiraà mãe os benefícios negativospodem ser facilmente e a ansiedadesão oartes
de estargrávida"UUSTOcit. por disfarçadosem desconfortofísico inevitáveisda gravidez,surgem
CAMPOS,2000, 18).Tambéma e possíveisexpectativas como um processode
proximidadedas potenciais desagradáveis da experiênciado preparaçãoda energiaemocional
"doresde Dafto".é indutora de parto. E vulgar ocorrerem oos novos parspara o passo
angústiadifícil de gerir. pesadelos, os quaispermitem mais importante- o de apegar-se
De acordocom JOAQUIM exteriorizarmedose receios,que ao novo bebé.A energia
( 1 9 8 3 )C
; O U T O ( 2 0 0 3 )a, inda são positivos,ajudandoa mulher emocionalmobilizadadurantea
hoje, apesardos avanços a preparar-se para o parto e gravidezpermite que a
tecnológicos,as nossasvidas nascimento.E exoressoo reorganizaçãoaconteça.A
carregamo peso de uma herança temor/medoà morte no oarto. à agitaçãoda gravideztem como
cultural,à qual estáligadaa ideia dor, ao parto traumático,por principalfinalidadeprepararos
de que o nascimentode uma fórceps,ventosaou cesariana,ao futuros pais para o apego ao
criança deve ser com dor. Esta filho disforme,à mortedo filho bebé e oara o seu novo
ideia é culturalmentetransmitida (COLMAN&COLMAN, relacionamento como pais,não
e assimilada,muito cedo na 1994; KITZINCER,1995; RATO, só ao nível da esferapessoalmas
nossavida. Desdea infânciaque 1 9 9 8 ; S T E R Ne tambémsocial.As fantasias
a mulherouve descrições BRUSCHWEILLER.STERN, 2OOO; maternas,bem como a ansiedade
dramatizadasde partosdifíceise KLAUSlet al.], 2000). pré-natal,constituemassim
dolorosos.Estatransmissão SegundoBOBAKlet al.] mecanismossaudáveisoue
culturalcontribuioarao aumenro (1999),a ansiedadeface ao parto permitemà mulher reajustar-se a
da ansiedadee dos meoos pode surgiríruto de uma esta nova realidade.
inconscientes da erávidae muitas preocupaçãosobreo que irá Os nove mesesda gravidez
mulherespensamque o pafto acontecerà mãe e filho duranteo preparama mulher de uma forma
JANEtRO.*6 i"i..1,ï*fr.hinÂÜi:NueslNo 23
Tendo prescnte que o vivêncio do motcrnidods é uma <onstruçõopessool, que roflecte todo o vido possodo do mulher,ontsrior oo noscimentodo
belxá, evidenciou-sco importôncio de conhccerolgumos dos vivênciosdo mulher,oo longo dc umo otopo iínpoÍtontc do seu ciclo do vido, o gÍoüdoz.
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