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Diferenças de pressão
Viscosidade e atrito externo: Forças viscosas perda de energia
(calor)
Forças de inércia
83
Os recursos da análise dimensional (teorema de Buckingham) mostram
que existem quatro grupos adimensionais importantes, relacionados com o
escoamento, a saber:
∆p
Eu =
1. Número de Euler:
ρV 2 Fp/Fi (forças de
pressão/forças de inércia)
ρVD VD
Re = =
2. Número de Reynolds:
µ υ Fi/Fvis (forças de
inércia/forças viscosas)
ε
3. Rugosidade relativa: RR =
D
L
4. Comprimento relativo: CR =
D
∆p ε L
Eu = = φ R , ,
ρV 2
e
D D
∆p L
α
Experimentalmente é possível concluir que
ρV 2 D
∆p L ε ∆p 1 L ε
= ϕ R , = ϕ 2 R ,
Então
ρV 2 D e D ou ρV 2 2 D e D
Observar que o fator 2 foi introduzido no denominador para representar a
ε
expressar a carga cinética. A função ϕ 2 R ,
D é denominada de fator de
e
atrito para os escoamentos nas tubulações, sendo representado pela letra f e
84
será estudado com ajuda da experimentação, conforme será visto no capítulo
seguinte.
Logo:
L V2
∆p = f ρ
D 2
Dividindo ambos os membros por γ = ρ.g, tem-se:
∆p ∆p L V2
= = f
ρg γ D 2g
∆p
= h p perda de carga contínua nas tubulações e γ = ρ.g é o peso
Mas
γ
específico do líquido que está escoando com velocidade é constante ao longo
do tubo, visto que o diâmetro da tubulação também é constante, escreve-se
que:
L V2
hp = f
D 2g
A equação acima é denominada de fórmula universal da perda de carga
ou equação de Darcy-Weisbach. Henri-Philibert-Gaspard Darcy, engenheiro
francês, 1805-1858 e Ludwig-Julius Weisbach, engenheiro e professor
alemão, 1806-1871.
Muitos estudos foram feitos para a determinação do fator de atrito, f,
conforme será visto posteriormente.
85
8.2. VELOCIDADE DE ATRITO NO ESCOAMENTO UNIFORME
Velocidades: V1 = V2 = V;
Pressões p1 e p2;
Cotas z1 e z2;
Tensão cisalhante nas paredes da tubulação, τo;
Áreas: A1 = A2 = A;
senθ = (z2 – z1)/L
Volume: Vol = A.L;
Peso do fluido no volume: P = γ.Vol;
Para que o volume de fluido considerado esteja em equilíbrio, a
resultante de todas as forças deve ser nula. Assim, na direção do eixo x,
teremos forças de pressão, devido à tensão cisalhante na parede do tubo e
componente da força peso.
86
Assim, ∑F x =0 e
p1 A1 − p2 A2 − τ o Pe L − Psenθ = 0
τo = tensão cisalhante na parede da tubulação;
Pe = π.D = perímetro da tubulação
P = peso do fluido no volume Vol;
Então:
z 2 − z1
( p1 − p2 ) A − τ o Pe L − γAL =0 dividindo por A:
L
Pe L
p1 − p2 − τ o − γ ( z 2 − z1 ) = 0 dividindo por γ:
A
p1 p2 τ o Pe L
z1 + − z2 − =
γ γ γ A
Como as velocidades são V1 = V2 = V são constantes, podemos somar e
subtrair a carga cinética no primeiro membro da equação anterior,
encontrando:
p1 V12 p2 V22 τ o Pe L
z1 + + − z 2 + + =
γ 2 g γ 2 g γ A
O primeiro membro é igual à perda de carga entre os pontos 1 e 2, denotado
por hp. Então a equação fica reduzida a:
τ o Pe L
hp =
γ A
Mas considerando-se que A/Pe = Rh e substituindo na equação anterior, vem:
τo L
hp =
γ Rh
87
Essa equação permite determinar a perda de carga que acontece no trecho do
escoamento na tubulação de comprimento L, os pontos 1 e 2, na presença de
uma tensão cisalhante na parede.
Definindo a perda de carga unitária como sendo J = hp/L:, a equação
anterior pode ser reescrita da seguinte forma:
τo 1
J=
γ Rh
Dessa equação pode-se explicitar a tensão cisalhante na parede:
τ o = γ Rh J
A expressão anterior é válida para se avaliar a tensão cisalhante na parede
para o escoamento permanente e uniforme em uma tubulação.
π D2
π D2 A 4 D
A= Pe = π D R = = R =
e
Pe π D
h h
4 4
Logo a perda de carga será:
4τ o L
hp =
γ D
A tensão cisalhante na parede será:
γ hp γ hp
τo = D ou τ o = R
4L 2L
Onde R é o raio da tubulação onde ocorre o escoamento.
88
4τ o L L V2 τo V2 ρ fV 2
hp = = f = f τ =
γ D D 2g
ρ 8 o 8
Velocidade de atrito:
τo V2 τo f
= f = V
Como
ρ 8 ρ 8
Sendo f um fator adimensional, cada lado da igualdade acima tem
dimensão de velocidade. Por isso define-se a velocidade de atrito ou
velocidade de cisalhamento, u*, como sendo:
τo
u* =
ρ
A velocidade de atrito assume papel importante no estudo dos
escoamentos turbulentos em condutos forçados e em canais. É usual
adimensionalizar a velocidade média do escoamento através da velocidade de
atrito, de forma que:
τo f V 8
u* = =V =
ρ 8 u* f
89
estabelecer uma velocidade média, V, definida pela relação entre a vazão e a
área da seção transversal do tubo.
v = f(r)
Se r = R v = 0
Se r = 0 v = Vmax = Vc.
Q 1
Q = ∫ vdA e V = = ∫AvdA
A A A
90
aparecimento de vórtices e turbilhões. Nesse caso diz-se que o escoamento é
turbulento. No escoamento turbulento as forças de inércia predominam sobre
as forças viscosas de forma que a tensão cisalhante na forma mostrada
anteriormente passa a ter pouca influência sobre o escoamento. Outros efeitos
característicos da turbulência predominam no escoamento.
91
• Q pequeno V baixa filete de corante presente e nítido
Laminar.
• Q médio V média filete intermitente ou difuso Transição
• Q alta V elevada filete inexistente com mistura total
Turbulento
D = diâmetro do tubo
L = comprimento do trecho no qual a perda de carga era medida
V = velocidade média no tubo, sendo V1 = V2 = V
z1 = z2
92
A equação de Bernoulli pode ser aplicada ao escoamento entre os
pontos 1 e 2 mostrados na figura, pertencentes a uma mesma reta horizontal,
obtendo-se:
p1 V12 p2 V22
z1 + + = z2 + + + hp
γ 2g γ 2g
Como as velocidades nos pontos 1 e 2 são iguais, assim como as cotas,
a equação fica sendo apenas:
p1 p2 ∆p
hp = − =
γ γ γ
A equação acima permite determinar a perda de carga do escoamento,
apenas medindo-se a diferença de pressão que se verifica entre os pontos 1 e
2.
Lembrete:
1. No caso de se usar um manômetro diferencial de mercúrio, a
93
• inversamente proporcional a D,
• proporcional à velocidade elevada a um expoente n,
• depende de uma função de e/D e Re.
• Aumentando V: 0 – 1 – 2 – 3 - 5
• Diminuindo V: 5 – 3 – 4 – 1 - 0
• Define-se Vi e Vs
• Aumentando V: 0 – Vi – Vs laminar
• Diminuindo V: Vs – Vi turbulento
94
Distribuições de velocidade
Nos escoamentos em tubulações, a velocidade é nula na parede e
máxima no centro. Entre a parede e o eixo a velocidade varia, dependendo do
tipo do escoamento. Quando o escoamento for laminar, a lei de variação será
parabólica. Quando o escoamento se tornar turbulento, a parábola se torna
achatada, ficando com maior variação junto às paredes e mais plana no centro.
Esse achatamento é tanto maior quanto maior for a turbulência do
escoamento, expressa pelo número de Reynolds. A figura seguinte ilustra os
perfis de velocidade para os dois tipos de escoamentos e mostra a velocidade
média, calculada com a relação entre a vazão e a área transversal ao
escoamento.
Laminar:
parábola
Tubos concêntricos de velocidade variável
95
Turbulento:
parábola achatada.
Quanto maior o Re mais achatada será a curva
Camadas mais lentas próximas à parede se misturam com
as camadas mais rápidas próximo ao centro turbilhões.
Perda de energia devida ao atrito nas parede e à dissipação
viscosa devida às ações internas das partículas nos
redemoinhos.
96
r = R v = 0 velocidade na parede do tubo
dv
dr é máximo junto às paredes do tubo
τ = τ o é máximo junto às paredes do tubo.
∆p
v=
4 Lµ
(
R2 − r 2 )
A equação acima mostra que para uma dada diferença de pressão e um
comprimento L de tubo, a velocidade varia com a posição radial segundo uma
parábola. Daí dizer que o perfil de velocidades nos escoamentos em
tubulações de seção circular é parabólico.
97
Observações:
1. Se r = R a equação prevê v = 0 parede
∆p 2
v = V = R velocidade na linha
2. Se r = 0 a equação prevê
4 Lµ
c
r2
v = Vc 1 − 2
R
Perfil de velocidades:
R r2 π
Q = 2π ∫ Vc 1 − 2 rdr Q = Vc R 2
0
R 2
98
Observação:
Como Q = AV = π R V
2
π V
πR V = Vc R 2 V = c
2
2 2
É possível determinar a posição onde ocorre a velocidade média no perfil de
r2 Vc r2 r 2
V = Vc 1 − 2 = Vc 1 − 2 1 − 2 = 0,5 r = 0,7071R ou
R 2 R R
y = 0,2929 R .
Então,
∆p 2
V = R
8µ L
Expressando em função do diâmetro da tubulação, D, já que R = D/2 e
∆p
lembrando que h p =
γ :
99
γ hp ∆p 2
V = D .
32µ L
Explicitando o valor da perda de carga:
32µ L
hp = V
γD 2
Q 4Q
Q = AV V = V =
Em termos de vazão, visto que ,
A e π D 2 a equação
anterior pode ser posta na forma:
128µL
hp = Q
πγD 4
Observações:
1. A perda de carga é diretamente proporcional à velocidade: hpα V .
2. A perda de carga é diretamente proporcional à vazão: hpα Q .
3. A perda de carga é inversamente proporcional à quarta potência do
1
h
diâmetro: pα
D4
4. A equação de Hagen-Poiseuille é válida para escoamentos com número
de Reynolds no máximo igual a 2.300.
100
L V 2 32µ L 64µ g
hp = f = V f =
D 2g γ D2 γ DV
64µ 64
f = =
Então: ρVD ρVD
µ
vD ρVD
R = =
Mas e
ν µ , de forma que:
64
f =
Re
Expressão muito útil para se calcular o fator de átrio para o escoamento
laminar em tubulações de seção circular.
Observações:
• f não depende de e/D;
• f só depende de Re;
• logf = log64 – logRe num gráfico cartesiano tem-se uma linha
reta, de inclinação -1.
101
8.5. ESCOAMENTO TURBULENTO EM DUTOS SOB
PRESSÃO
103
X = 0,8 Re 0,25 D
demonstrar que
11,6ν
δ = .
u*
104
8.5.2. Rugosidade das Tubulações
As paredes que confinam os escoamentos, paredes das tubulações, não
são absolutamente lisas. Elas possuem uma rugosidade que é denominada de
rugosidade absoluta e que representa a altura média das asperezas do tubo,
conforme mostra a figura seguinte. Esse parâmetro é de difícil determinação
na prática, razão pela qual costuma-se determinar a rugosidade absoluta
equivalente para os tubos comerciais existentes, conforme será visto mais à
frente, nesse curso.
Rugosidade absoluta: e
Altura média das asperezas do tubo
Tubo comercial: e = rugosidade absoluta equivalente.
105
Muitos autores apresentam tabelas que permitem obter a rugosidade
absoluta equivalente para os tubos comerciais existentes. Observa-se que
existem pequenas discrepâncias entre os valores fornecidos, em decorrência
da dificuldade em se medir a rugosidade. A tabela seguinte foi obtida do livro
Hidráulica Básica, do prof. Rodrigo de Melo Porto.
106
A tabela seguinte foi retirada do tradicional livro Manual de Hidráulica,
do prof. Azevedo Neto.
107
RUGOSIDADE ABSOLUTA EQUIVALENTE PARA TUBOS
SEGUNDO ABNT P-NB - 591/77, em milímetros
Item Descrição do Tubo ε (mm)
II. TUBO DE CONCRETO
II.1 Acabamento bastante rugoso: executado com formas de 2,0
madeira muito rugosas, concreto pobre com desgastes por
erosão, juntas mal alinhadas
II.2 Acabamento rugoso: marcas visíveis de forma 0,5
II.3 Superfície interna alisada a desempenadeira, juntas bem feitas 0,3
II.4 Superfície obtida por centrifugação 0,33
II.5 Tubo de superfície lisa, executado com formas metálicas, 0,12
acabamento médio com juntas bem cuidadas
II.6 Tubo de superfície interna bastante lisa, executado com formas 0,06
metálicas, acabamento esmerado e juntas bem cuidadas
108
Na literatura encontram-se muitos valores para a rugosidade equivalente dos tubos, não havendo uma concordância
entre os autores, em decorrência da grande variabilidade nos fatores que influenciam a rugosidade absoluta.
82
No escoamento turbulento, verifica-se a existência de grandes massas
se movimentando em turbilhões ou em vórtices, provocando flutuações na
velocidade em relação ao tempo. Assim a velocidade instantânea num
escoamento turbulento, V, pode ser considerada como sendo a soma de duas
parcelas: a velocidade média temporal V e a flutuação de velocidade, v´.
Assim, em um intervalo de tempo, T, considerado, V = cons tan te e
v ´ = variando no tempo, de forma que:
1 T T
V =
T ∫
0
Vdt e ∫
0
v´dt = 0
82
Onde η é denominada de viscosidade turbulenta ou viscosidade de
redemoinho, sendo uma propriedade do escoamento, dependendo do fluido e
da intensidade da turbulência. Os valores da viscosidade turbulenta são mais
elevados que a viscosidade dinâmica definida no escoamento laminar. Em
estudos menos complexos de turbulência a equação anterior pode ser muito
útil.
83
uma coordenada norma a v, medida à partir do contorno sólido que encerra o
escoamento. Assim, se
dv
u´≈ v´≈ l
dy
dy
Perfil de velocidades
A obtenção do perfil de velocidades para o escoamento turbulento, que
expresse a variação da velocidade ao longo da posição transversal ao
escoamento, denominada genericamente de v = f(r), tradicionalmente decorre
do conceito de comprimento de mistura introduzido por Prandtl. Para a
dedução do perfil de velocidades, é comum fazer as seguintes hipóteses:
1. Os esforços que ocorrem na região turbulenta são equivalentes aos que
se desenvolvem junto à parede da tubulação.
2. Os esforços que ocorrem são previstos pela equação da tensão
cisalhante turbulenta vista anteriormente.
84
3. Variação linear do comprimento de mistura com a distância à parede, y,
já que nessa região as flutuações de velocidades se anulam: l = κy
2
dv τo dv dv
Assim, τ t = τ o = ρ .κ . y
2 2
= κ . y u* = κ . y
dy ρ dy dy
Separando as variáveis:
u* dy
dv =
κ y
Sabe-se que para y = R v = Vc, a equação acima pode ser integrada entre
os limites dados, tendo-se:
y u dy v − Vc 1
v − Vc = * ln y ]R = (ln y − ln R )
v u
∫ dv = ∫ *
y
R κ y κ κ
Vc
u*
Finalmente, tem-se:
Vc − v 1 R
= ln
u* κ y
85
Apesar das inconsistências apontadas, a teoria de Prandtl não invalida a
aplicação prática do perfil de velocidades, que tem demonstrado ser bom.
86
1
r 7
v = Vc 1 − lei da raiz sétima para a distribuição de velocidades
R
no escoamento turbulento em tubos de raio R.
Para n = 7 V = 0,8167Vc
L V2 8f Q2
equação universal da perda de carga: h p = f ou h p = 2 L 5
D 2g π g D
e
f = ϕ , Re
D
88
Se: e ≥ 12,5δ o efeito da rugosidade torna-se muito importante.
Na prática:
e ue
e ≥ 8δ ou Re f > 198 ou * > 70 considera-se o E.T.H.R.
D υ
Obs: Alguns autores consideram e ≥ 3δ para se ter E.T.H.R.
RESUMO:
90
1 Re f
Von Karman: = 2 log Re>105
f 2,51
ESCOAMENTO HIDRAULICAMENTE RUGOSO:
1 D
Von Karman e Nikuradse: = −2 log 3,71
f e
ESCOAMENTO DE TRANSIÇÃO:
1 e 2,51
Colebrook e White: = −2 log +
f 3,71D Re f
Observações:
1. A equação de Colebrook e White é particularmente indicada para a faixa de transição
que se observa entre os escoamentos turbulentos hidráulicamente liso e
hidráulicamente turbulento.
2. A equação de Colebrook e White se reduz à equação de von Kárman para ETHL
quando a rugosidade relativa se aproxima de zero. Da mesma forma ela se aproxima
da equação de von Kárman para ETHR, quando o número de Reynolds cresce muito,
tendendo para infinito.
3. Fórmula explícita aproximada para 4000 < Re < 1.107:
6 3
1
f = 0.00551 + 2000 +
e 10
D Re
91
Fórmula aproximada de Swamee-Jain(1976), para 10-6 ≤ e/D ≤ 10-2 e 5.103 ≤ Re ≤ 108:
0 ,25 1 e 5,74
f= 2
ou = −2 log − 0,9
e 5,74 f 3,71D Re
log + 0 ,9
3,71D R e
1 e 5,16 e 5,09
= −2 log − log + 0,87
f 3,71D Re 3,71D Re
1 e 1,11 6,9
= −1,8 log +
f 3,71D Re
1 e 5,15
= −2 log − 0,892
f 3,71D Re
1 e 7
0, 9
= −2 log +
f 3,71D Re
6- Camargo-Barr-Colebrook-White (2001):
1 e 5,02 e 5,15
= −2 log − log + 0,892
f 3,71D Re 3,71D Re
7- Camargo-Swamee-Jain-Colebrook-White (2001):
1 e 5,02 e 5,74
= −2 log − log + 0,9
f 3,71D Re 3,71D Re
92
Para o cálculo da perda de carga unitária:
0 ,203 Q 2
gD 5
J= 2
e 5 ,74
log + 0 ,9
3 ,71 D Re
Para o cálculo da vazão no escoamento:
πD 2 gDJ e 1 ,78 ν
Q = − log +
2 3 ,71 D D gDJ
Para o cálculo do diâmetro da tubulação:
0 ,04
−0 ,2 0 ,2 1,25
0 ,2
gJ gJ 1
D = 0 ,66 2 e 2 + ν
3
Q Q gJQ
93
8.6. CÁLCULO AUTOMÁTICO
x1 − x0 1 F ( x0 ) F ( xm )
= ∴ x1 = x0 − Generalizando: x m +1 = x m −
F ( x0 ) − 0 − dF
dx
( )x0
(
dF )
dx x0
(
dF )
dx xm
1 e 9,35
Se F ( f ) = − 1,14 + 2 log + =0
f D Re f
dF −1 9,35 log e
Então: = −
df 2f f e 9,35
f + Re f
D Re f
Partindo de um valor f0 iteramos até encontrar f com a precisão desejada:
F( fm )
f m +1 = f m −
dF
df
xm
hl = fL/D * V2/2g
94
Francois Marie Riche de Prony, 1755-1839) amplamente usada na ocasião;;
onde c, d e e são coeficientes empíricos para um dado tipo de tubo. Darcy desta
forma introduziduziu o conceito de coeficiente de atrito escalonado por diâmetro; o
que nós atualmente chamamos de rugosidade relativa, quando aplicando o
Diagrama do Moody. Portanto, é tradicional chamar f de "fator f de Darcy", ainda
que Darcy nunca tenha proposto isto naquela fórmula.
Os dois conceitos foram juntados por Fanning em 1880 (eu penso). Ele publicou
uma compilação dos valores de f como uma função do tipo de tub e da
velocidade. Contudo, seria notado que Fanning utilizou o raio hidráulico, ao invés
de D na equação do atrito, e assim os valores do "f de Fanning" são apenas 1/4
dos valores do "f de Darcy". A equação de Darcy-Weisbach não foi
universalmente proveitosa até o desenvolvimento do diagrama de Moody (Moody,
1944) que o construiu com base nos trabalhos de Poiseuille, Reynolds, Blasius,
Kármaán, Prandtl, Colebrook, White, Rouse e Nikuradse. Rouse (1946) dá um
bom sentido ao desenvolvimento do fator f, mas ele não faz referência a Moody.
O nome da equação através do tempo é também curioso e pode ser localizado
em livros-textos de hidráulica e mecânica dos fluidos. Textos mais antigos
geralmente não davam nome à equação. Começando em meados do século 20
alguns autores, incluindo pelo menos um alemão, chamaram-na de "Equação de
Darcy", um óbvio ponto de confusão com a "Lei de Darcy". Rouse, em 1946,
parece ser o primeiro a chamá-la de "Darcy-Weisbach", porém este nome não se
torna universal até perto de 1980. O nome é suficientemente bom, mas como
mostrado anteriormente, ele deixa de lado importantes contribuições. Então se
você quiser dar crédito completo e nome confuso, chame-a de "equação de
Chézy-Weisbach-Darcy-Poiseuille-Reynolds-Fanning-Blasius-Kármaán-Prandtl-
Colebrook-White-Rouse-Nikuradse-Moody".
De um ponto de vista prático, a equação de Darcy-Weisbach somente tornou-se
popular a partir do advento das calculadoras eletrônicas. Ela requer uma grande
95
quantidade de operações quando comparada a relações empíricas, tal como a
equação de Hazen-Williams, que são válidas para estreitas faixas de aplicação.
Portanto, por causa de sua precisão geral e ampla faixa de aplicação, a equação
de Darcy-Weisbach deveria ser considerada padrão e as outras deveriam ser
deixadas para os historiadores. Uma recente e interessante discussão sobre este
tema é apresentada por Liou (1998), Christensen (2000), Locher (2000) e
Swamee (2000).
Referências
Christensen, B.A., 2000. Discussion of "Limitations and Proper Use of the Hazen-
Williams Equation. Journal of Hydraulic Engineering", ASCE.
Darcy, H. 1857. Recherches Experimentales Relatives au Mouvement de L'Eau
dans les Tuyaux, 2 volumes, Mallet-Bachelier, Paris. 268 pages and atlas.
("Experimental Research Relating to the Movement of Water in Pipes")
Fanning, 1877. Treatise on Water Supply.
Liou, C.P., 1998. Limitations and Proper Use of the Hazen-Williams Equation.
Journal of Hydraulic Engineering, ASCE. Vol. 124.
Locher, F. A., 2000. Discussion of "Limitations and Proper Use of the Hazen-
Williams Equation. Journal of Hydraulic Engineering", ASCE.
Moody, L. F., 1944. Friction factors for pipe flow. Transactions of the ASME, Vol.
66.
Rouse, H., 1946. Elementary Mechanics of Fluids. John Wiley and Sons, New
York.
Swamee, P. K., 2000. Discussion of "Limitations and Proper Use of the Hazen-
Williams Equation. Journal of Hydraulic Engineering", ASCE.
Weisbach, J., 1845. Lehrbuch der Ingenieur- und Maschinen-Mechanik,
Braunschwieg.
RUGOSIDADE EQUIVALENTE
Alumínio 0,004
96
Concreto muito rugoso 2
Concreto rugoso 0,5
Concreto liso 0,1
Concreto muito liso 0,06
Concreto alisado centrifugado 0,3
Concreto liso formas metálicas 0,12
Fibrocimento 0,1
Manilha cerâmica 0,3
Latão, cobre 0,007
Plásticos 0,06
Rocha (galeria) não revestida 0,35
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
∆p = γ.hp = 379.052,1 Pa
97
zB + PB/γ = zA
PA/γ = 10,026 m.
E = 0,43 mm
Q = 20,35 m3/s
6. Uma tubulação horizontal de aço soldado (e = 1,2 mm) deve conduzir 500
l/s de água a 10ºC (ρ = 999,8 kg/m3 e ν = 1,31.10-6 m2/s). Supondo que a
perda de carga unitária é igual a 5 m/km, dimensionar a tubulação necessária.
D = 0,628 m.
V = 1,80m/s
Q = 0,031m3/s
12. Qual a vazão de água que passa através de uma tubulação horizontal de
aço comercial de 150 mm de diâmetro (e=0,05mm), sabendo que a carga
piezométrica em um ponto da tubulação vale 1,5 mca e que 90 metros após a
carga piezométrica somente vale 0,3m?
Q = 0,0263m3/s.
99