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RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
E DIREITOS HUMANOS
cerne dos conflitos que o mundo vem atravessando, seja por causa das guerras entre
os povos, os constantes conflitos étnicos, por exemplo, no oriente médio, seja por
causa da exclusão social pela qual alguns grupos raciais passam em diversos países;
aqui no Brasil, negros e índios, nos EUA os latinos dentre outros. Contudo estes
realidade dos setores sociais que sofrem com estas questões, sobretudo os negros e
1
Todos têm algo diferente uns dos outros. Alguns são loiros, outros morenos,
pessoas com estatura baixa, outros com estatura alta. Estes aspectos são vistos sem
2
PROGRAMA DA DISCIPLINA
Objetivo: Conhecer a definição dos conceitos de raça, étnico e etnia; Definir cultura
ideia de cultura adquiriu e sua relação com as teorias evolucionistas do século XIX,
que procuravam identificar e estabelecer critérios de classificação para os diferentes
implicações dessas teorias sobre a vida das pessoas. Entender os princípios básicos
de algumas dessas teorias e suas possíveis aplicações sociais; Compreensão de duas
estudo produzido por Von Martius sobre a contribuição das três grandes raças
fundadoras na nacionalidade brasileira; Perceber a contribuição econômica e cultural
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o conceito de raça durante o século XX, com atenção às mudanças científicas que
colaboraram para essa reorientação sobre os estudos étnico-raciais; Definição do
legislação que garante o direito das pessoas com deficiência; Apresentar conceitos, atitudes e
práticas que são abordadas na gestão democrática, para a valorização da diversidade no
contexto educacional; Apresentar alguns grupos minoritários e ações que são realizadas para
a inclusão e cidadania.
século XIX e as teorias raciais do século XX; Identidade e constituição racial no Brasil;
Identidades culturais na pós – modernidade; Legislação e políticas públicas para as
cidadania.
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Avaliação: No sistema EAD o processo de ensino e aprendizagem faz com que o
aluno seja protagonista, ou seja, sujeito ativo no processo. Assim, a avaliação levará
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
1998.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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UNIDADE 01 - O QUE É ETNIA E CONCEITO DE CULTURA.
Objetivo: Apresentação dos temas centrais que compõem a disciplina e definição dos
identidades contemporâneas.
ESTUDANDO E REFLETINDO
Durante muito tempo a humanidade acreditou
passa a ser compreendida a partir de seus indivíduos e grupos sociais. Essa nova
orientação, na qual surge o conceito de "etnia", culminou nas lutas sociais
debates.
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Inicialmente, podemos analisar algumas definições para conceitos que serão
bastante importantes no decorrer do nosso curso. Essas definições são,
palavra etnia indica que ela tem origem na palavra grega "éthnos" que significa
"povo", normalmente utilizada para designar povos estrangeiros, não pertencentes à
que podemos generalizar como sendo "cultura". Mas será que esse significado é
mesmo tão diferente assim? Será que, quando pensamos em etnias, não pensamos
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Como já vimos, a ideia de cultura aparece em alguns trechos, como na
definição de etnia, que seria a composição de um grupo sociocultural específico, ou
seja, um grupo que compartilha alguns códigos sociais. Isso remete à forma de
organização de determinadas comunidades - e, também, a características culturais, o
que implica dizer, como na definição da palavra étnico, que podemos afirmar que
uma etnia compartilha também uma cultura específica, exemplificada na definição
relação entre a cultura de um povo e sua composição étnica. Assim, cabe perguntar,
o que é cultura? O sociólogo britânico Raymond Williams se ocupou do conceito de
cultura em boa parte de sua carreira acadêmica, propondo algumas reflexões que se
tornaram importantes para o pensamento social contemporâneo.
Acompanhe o texto:
Podemos perceber nesta definição algumas ideias que, de uma maneira geral,
nos vêm à mente quando pensamos no que significa cultura. Primeiro, em alguém
com cultura, como sinônimo de alguém com muitos conhecimentos, talvez uma
formam essa mesma cultura, como, por exemplo, professores de arte. Por fim,
Williams enumera uma terceira convenção, que seriam os meios pelos quais as
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pessoas teoricamente adquirem cultura, como, por exemplo, as artes, a literatura, o
cinema ou qualquer trabalho intelectual. Tudo é e pode ser associado à ideia de
mesmo mais precisa), duas grandes correntes que indicam o que é cultura:
BUSCANDO CONHECIMENTO
Os links a seguir contribuem para o conhecimento:
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UNIDADE 02 - O EVOLUCIONISMO CULTURAL.
ESTUDANDO E REFLETINDO
Ao lançarmos nosso olhar para a história
Esta é uma concepção bastante típica do romantismo, movimento cultural que teve
em intelectuais alemães seus principais expoentes.
usou pela primeira vez o termo cultura, com um sentido maior, que incluía os
significados básicos encontrados nas expressões anteriores. Essa formulação foi a
origem para o conceito moderno de cultura. Vejamos como Tylor inicia seu famoso
artigo de 1871.
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A Ciência da Cultura
Cultura ou civilização, tomada em seu amplo sentido etnográfico, é
aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei,
costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem
na condição de membro da sociedade. De um lado, a uniformidade que
tão amplamente permeia a civilização pode ser atribuída, em grande
medida, à ação uniforme de causas uniformes; de outro, seus vários graus
podem ser vistos como estágios de desenvolvimento ou evolução, cada um
resultando da história prévia e prontos para desempenhar seu próprio
papel na modelagem da história do futuro. À investigação desses dois
grandes princípios, em vários departamentos da etnografia, com atenção
especial à civilização das tribos como relacionada com a civilização das
nações mais elevadas, está dedicado este livro.
(TAYLOR, Edward. A ciência da cultura, 1871, In: CASTRO, Celso.
Evolucionismo cultural, p. 69.)
pertinente a alguns grupos humanos, pois nem todos eles foram ainda civilizados.
Outro ponto a ser observado trata das duas grandes correntes que o conceito
de cultura traz consigo. Quando Tylor afirma que "a uniformidade, questão que
amplamente permeia a civilização pode ser atribuída, em grande medida, à ação
Desta forma, existe primeiramente neste discurso a ideia de uma humanidade única,
com todas as pessoas tendo uma origem comum, e também, neste sentido, um
destino também comum, que é o de adquirir cultura. Porém, cabe aqui uma questão:
se todas as pessoas têm a mesma origem e caminham para a mesma direção, por
que existem grupos humanos menos desenvolvidos do que outros? Que fatores
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Para responder a essa questão podemos lembrar a outra grande corrente
implícita no próprio texto de Tylor, quando ele afirma haver "vários graus que
Assim sendo, algumas tribos indígenas, por exemplo, estariam vários estágios
evolutivos atrás do europeu, mas poderiam futuramente chegar ao mesmo grau de
europeu ocidental).
É importante lembrar que este tipo de pensamento, que contava com a
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BUSCANDO CONHECIMENTO
Os links abaixo trazem conceitos importantes para seus estudos.
http://www.pavablog.com/2012/06/01/livro-aborda-o-dialogo-criacao-evolucao/
http%3A%2F%2Fodiscursosocial.blogspot.com.br%2F2012%2F05%2Fevolucionismo-cultural-de-lewis-
h.html&h=XAQEuwjTt
Branca.
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UNIDADE 03 - O DETERMINISMO E A FORMAÇÃO DO SUJEITO NA
MODERNIDADE.
ESTUDANDO E REFLETINDO
Antes de abordarmos os aspectos históricos da
Determinismo geográfico
A definição mais objetiva do que seja determinismo geográfico diz que se
trata de uma teoria que explica as diferenças físicas e culturais entre os seres
humanos, usando como argumento o seu local de nascimento ou o ambiente físico
uma "raça" única vinculada ao local de nascimento. Este mesmo local também
determinaria aspectos culturais das comunidades humanas que pertencessem e
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Como veremos na unidade seguinte, essa teoria foi bastante comum desde
que os primeiros povos humanos passaram a observar outros grupos com um olhar
dessas correntes da geografia tenha sido a geopolítica, que tinha nas relações
políticas internacionais pautadas pela ideia de "território" como espaço de poder, um
Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, que traz em si uma máxima, a de que "o
sertanejo é, antes de tudo, um forte'' ou seja, por ter nascido no sertão e por
compartilhar das dificuldades que o meio lhe impõe, a força deste sujeito merece ser
considerada.” Acompanhe um trecho do livro:
O Sertanejo
"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo
dos mestiços neurasténicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao
primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o
desempenho, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. É
desgracioso, desengonçado, torto. Hércules quasímodo, reflete o aspecto, a
lealdade típica dos fracos. Agrava-o a postura normalmente abatida, num
manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente.
(...) É o homem permanentemente fatigado". (CUNHA, Euclides da. Os
Sertões, 2002, p. 47)
conclusão de que não é possível que o meio exerça toda a influência fundamental
para o desenvolvimento humano, que seria neste caso mero receptor do que a
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natureza teria a lhe oferecer. Fato é que em um mesmo território ou ambiente físico,
diferentes culturas podem surgir e se desenvolver, demonstrando uma relação mais
Esquimós e Lapões
Os esquimós constroem suas casas (iglu)
cortando blocos de neve e amontoando-os num
formato de colmeia. Por dentro a casa é forrada
com peles de animais e com o auxílio do fogo
conseguem manter o seu interior
suficientemente quente. É possível, então,
desvencilhar das pesadas roupas, enquanto no exterior da casa a
temperatura situa-se muitos graus abaixo de zero grau centígrado. Quando
deseja, o esquimó abandona a casa tendo que carregar apenas seus
pertences e vai construir um novo retiro.
Os lapões, por sua vez, vivem em tendas de pele de rena. Quando
desejam mudar os seus acampamentos, necessitam realizar um árduo
trabalho que se inicia pelo desmonte, pela retirada do gelo que se
acumulou sobre as peles, pela secagem das mesmas e o seu transporte
para o novo sítio.
Em compensação, os lapões são excelentes criadores de renas,
enquanto tradicionalmente os esquimós limitavam-se à caça desses
mamíferos. ( L A R A I A , R o q u e . p . 2 2 a p u d F e l i x K e s s i n g ,
1961).
Determinismo biológico
O determinismo biológico segue um princípio semelhante ao geográfico, só
que fundamenta suas explicações em argumentos da biologia. Também são teorias
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diversas descobertas científicas, especialmente na área da genética e muitas outras
que envolvem biotecnologia.
negros; que os alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus são
avarentos e negociantes; que os norte-americanos são empreendedores e
BUSCANDO CONHECIMENTO
https://docs.google.com/a/aedu.com/viewer?a=v&q=cache:-
NTous2PfZgJ:www.cefetsp.br/edu/geo/identidade_cultural_posmodernidade.doc+formacao+do+sujeito+na+mo
dernidade&hl=pt-
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UNIDADE 04 - CONCEPÇÕES NÃO CIENTÍFICAS.
ESTUDANDO E REFLETINDO
das identidades humanas durante a história. Uma das grandes questões que
envolvem o ser humano é a explicação da sua origem. Apenas recentemente (se
levarmos em conta o tempo histórico), talvez há menos de 200 anos, temos contato
com explicações pautadas em critérios científicos universalmente aceitos para a
explicação mais aceita e difundida sobre nossa existência foi que ela era derivada
dos desígnios de Deus. Assim, se temos uma origem comum, baseada na criação
divina, o grande dilema antropológico era conceber uma explicação plausível para o
fato de sermos tão diversos, de termos tantas diferenças culturais, étnico-raciais e
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suas comunidades, quase sempre usando o método comparativo nesse processo de
análise. Dessa forma, temos esboçados os princípios das ciências humanas e sociais,
Nesse primeiro quadro podemos perceber que há uma relação parecida com
despertaram a atenção dos romanos, mais ricos e poderosos, mas que tinham alguns
de seus costumes incorporados de outros povos.
"Eles têm o costume singular pelo qual diferem de todas as outras nações
do mundo. Tomam o nome da mãe, e não do pai. Pergunte-se a um licio
quem é, e ele responde dando o seu próprio nome e o de sua mãe, e assim
por diante, na linha feminina. Além disso, se uma mulher livre desposa um
homem escravo, seus filhos são cidadãos integrais; mas se um homem
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desposa uma mulher estrangeira, ou vive com uma concubina, embora seja
ele a primeira pessoa do Estado, os filhos não terão qualquer direito à
cidadania."
BUSCANDO CONHECIMENTO
Aprofunde seus conhecimentos sobre o tema.
Link: identidade_cultural_posmodernidade.doc
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UNIDADE 05 - O CONCEITO CIENTÍFICO DE RAÇA.
ESTUDANDO E REFLETINDO
das diferenças foi sempre uma referência para a própria construção das identidades.
Apesar de termos exemplos desde a Antiguidade Clássica (como os textos de
o homem como uma unidade, que por sua vez comporia o todo, a humanidade. A
ideia de individualismo surge nesse momento, compreendendo cada sujeito como
do século XIX.
A passagem abaixo ilustra como se deu o embate entre estas duas
concepções:
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O Iluminismo e as Primeiras Teorias Raciais
Delineia-se a partir de então certa reorientação intelectual, uma reação ao Iluminismo em sua
visão unitária da humanidade. Tratava-se de uma investida contra os pressupostos igualitários das
revoluções burguesas, cujo novo suporte intelectual concentrava-se na ideia de raça, que em tal
contexto cada vez mais se aproximava da noção de povo. O discurso racial surgia, dessa maneira,
como variante do debate sobre cidadania, já que no interior desses novos modelos discorria-se mais
sobre as determinações do grupo biológico do que sobre o arbítrio do indivíduo entendido como "um
resultado, uma retificação dos atributos específicos de sua raça" (Francis Galton, Hereditary Genius,1869,
p. 86). SCHWARCZ, L M. O espetáculo das roças. São Paulo: Ga das Letras, 1993,47.
nos novos campos da ciência que surgem neste momento, como a genética, que
estuda a transmissão dos genes. Assim, não mais o sujeito é entendido apenas como
aptidões genéticas passam a ser consideradas, em uma relação que vai cada vez
mais associar o patrimônio genético das pessoas com sua futura capacidade
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Estas duas correntes, a monogenista e a poligenista, representam as duas
grandes tendências do pensamento científico europeu do século XIX. Enquanto o
responsáveis pela coloração da pele, cor dos olhos, cabelos, contornos do rosto, etc.
Acompanhe uma definição de raça dos anos 60 do século XX:
BUSCANDO CONHECIMENTO
http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/368594
23
UNIDADE 06 - DARWINISMO SOCIAL E EUGENIA.
povos tribais, reorganizando-os, para que isso pudesse acontecer, era necessário
da sociedade.
ESTUDANDO E REFLETINDO
A expansão da indústria, resultado das revoluções burguesas e industriais,
concorrência.
Essas empresas começam a se tornar grandes monopólios associados a
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consumidores. A Europa se volta para a conquista de impérios, tendo como
principais alvos, a Ásia e a África.
resistência se dava pelo fato de ambos os povos terem costumes diferentes, religiões
diferentes, modos de se relacionar diferentes. Assim, tornava-se necessário
organizar, sob novos moldes, as nações que conquistavam, para que possa tornar
possível a racionalização do trabalho e sua exploração e criar consumidores para
seus produtos.
Essa exploração tinha que
Essa “civilização” que era oferecida, mesmo contra a vontade dos nativos, era para
elevar essas nações do seu estado primitivo a um nível mais desenvolvido. Tal
argumento baseava-se na ideia inquestionável que a civilização europeia era o auge
de modernidade e desenvolvimento.
inglês Charles Darwin (1809 – 1882), que explica a evolução biológica das espécies
animais. Segundo o biólogo, a seleção natural pressiona as espécies no sentido da
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finalidade de se aperfeiçoar e garantir a sobrevivência. Vários políticos e cientistas
leram essa tese e consideraram como uma explicação teleológica das espécies. Tais
BUSCANDO O CONHECMENTO
A utilização de conceitos das áreas biológicas e naturais para os estudos das
relação com o artifício, ou seja, mesmo as sociedades mais “primitivas” não podem
ser julgadas por princípios de evolução natural, pois já existe uma separação com a
natureza.
A complexidade da cultura humana tem
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fundamentos para teorias sociais, como por exemplo, as evoluções das sociedades.
No link a seguir, está disponível um artigo dos pesquisadores brasileiros
pesquisador brasileiro.
LINK: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010269092008000300009
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UNIDADE 07 - A QUESTÃO RACIAL NO BRASIL: SÉCULO XIX E AS TEORIAS
o estudo produzido por Von Martius sobre a contribuição das três grandes raças
fundadoras na nacionalidade brasileira. Perceber a mudança de paradigma sobre o
ESTUDANDO E REFLETINDO
O Brasil foi privilegiado para várias experiências raciais durante o século XIX. A
questão racial sempre esteve entre os temas fundamentais no Brasil por conta de sua
anterior de diversas nações indígenas, que ocupavam a terra que veio a ser a
chamada América portuguesa. Assim, mesmo enquanto uma nação racialmente
misturada, no Brasil colonial pouco se discutia a importância desse fator, pois não
interessava à administração portuguesa. Entre finais do século XVIII e início do XIX,
tivemos no Brasil revoltas que eclodiram, entre elas a Inconfidência Mineira, e foram
as primeiras manifestações da busca por uma identidade própria.
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Carl Friedrich Philipp Von Martius, ou Carlos Frederico Von Martius, apresentado
oficialmente pelo instituto. Von Martius já vivia no Brasil e integrou expedições
Cada uma das particularidades físicas e morais, que distinguem as diversas raças,
oferece a este respeito um motor especial: e tanto maior será a sua influência para o
desenvolvimento comum, quanto maior for a energia, número e dignidade da sociedade de cada
uma dessas raças. Disso necessariamente se segue o português que, como descobridor,
condições e garantias morais e físicas para um reino independente; que o português se apresenta
como o mais poderoso e essencial motor. Mas também de certo seria um grande erro para todos os
importados, forças estas que igualmente concorreram para o desenvolvimento físico, moral e civil
da totalidade da população.
invés de fazer uma história cronológica da América Portuguesa desde sua ocupação,
V. Martius afirmou que a nossa história é a história da contribuição das três grandes
escreveu. Em sua tese, observa-se que Von Martius restringe a contribuição indígena
e negra para a identidade brasileira a questões como o idioma, pois o português
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Na transição entre os séculos XIX e XX uma série de políticas governamentais
que ainda se baseavam em critérios de raça e em ideais eugênicos. Tanto o governo
para o Brasil. Mas havia uma forte corrente eugenista nas administrações públicas
que via na imigração de europeus a possibilidade de se iniciar uma política de
observado na famosa lei 7967 que reproduzimos (em parte) no quadro abaixo:
concentração ainda recentes no imaginário das pessoas, teve início uma onda de
trabalhos que vieram a questionar a ideia de raça ou mesmo afirmar a sua
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A Invenção das Raças
Em conclusão, pelo final dos anos 60 do século passado, o conceito
de raça está muito mal definido, e sobre o número de raças cada um dá
uma opinião. Para essa grande confusão contribuíram não só fatores
psicológicos, pressões políticas e mitos de identidade nacional, mas,
também, dificuldades científicas reais. (...) Nenhum grupo humano, seja
qual for a definição que damos dele, é constituído por pessoas todas iguais,
e foi descoberto que traçar linhas divisórias ao seu redor é um
empreendimento problemático ou proibitivo. (...) Esses problemas são
agravados por uma segunda dificuldade, a saber, o fato de que os
caracteres morfológicos variam de maneira discordante. Dois caracteres
muito presentes nos primeiros estudos raciais são a cor da pele e a
estatura. As regiões em que a pele é mais escura ficam na África Centro-
Ocidental e na Nova Guiné. Isso que dizer que seus habitantes pertencem à
mesma raça? Seria preciso que eles também se assemelhassem por outros
caracteres. Mas se passarmos às estaturas veremos que não é assim.
Usando a estatura como critério de comparação, as populações da África
central seriam mais facilmente aparentadas com algumas populações
indígenas da América do Norte e do Sul, que são, porém, de pele clara.
Existem métodos estatísticos que tentam organizar essas comparações,
mas, não são de muita utilidade. (BARBUJANI, 2007)
BUSCANDO CONHECIMENTO
http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/12708-pensando-e-repensando-a-questao-
racial-no-brasil
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:8FAuSB9G7esJ:www.fafich.ufmg.br/varia/admin/pdfs/31
p261.pdf+teoria+raciais+do+seculo+xx&hl=pt-BR&gl=br
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UNIDADE 08 - IDENTIDADE E CONSTITUIÇÃO RACIAL NO BRASIL.
ESTUDANDO E REFLETINDO.
Carta dos Ex- Escravos do Engenho Santana ao seu Antigo Senhor-1789
Meu senhor, nós queremos paz e não queremos guerra; se o
senhor quiser nossa paz há de ser nessa conformidade, se quiser estar que
nós quisermos a saber:
Em cada semana nos há de dar os dias de sexta feira e de sábado
para trabalharmos para nós, não tirando um destes dias por causa do dia
santo. Para podermos viver, nos há de dar rede, tarrafa e canoas. (...) Faça
uma barca grande para quando for para Bahia nós metermos nossas cargas
para não pagarmos fretes. (...) Os atuais feitores, não os queremos, faça
eleição de outros com a nossa aprovação. (...) O canavial de Jabiru o iremos
aproveitar por esta vez, e depois há de ficar para pasto porque não
podemos andar tirando canas por entre mangues. Poderemos plantar
nosso arroz onde quisermos, e em qualquer brejo, sem que para isso
peçamos licença, e poderemos cada um tirar jacarandás ou qualquer pau
sem darmos parte disso.
A estar por todos os artigos acima, (...) estamos prontos para
servirmos como dantes, porque não queremos seguir os maus costumes
dos mais Engenhos. Podemos brincar, folgar e cantar em todos os tempos
que quisermos sem que nos impeça e nem seja preciso licença. (REIS, João
José e SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista.
São Paulo: Cia das Letras, 1989, p. 123-124.)
32
Porém, a carta que abre nossa unidade atesta uma relação entre senhores e
escravos um pouco diferente daquela que povoa nosso imaginário e que recheia
XVIII, época em que o abolicionismo era ainda uma tímida discussão restrita aos
círculos intelectuais.
O Brasil ainda não existia enquanto nação independente, mas tínhamos aqui
negros escravizados de diferentes regiões da África e que constituíam um corpo de
Alguns linguistas, etnólogos e folcloristas estudam desde essa época essa junção
linguística, e um bom exemplo podemos encontrar em Câmara Cascudo, quando
33
Banana. Pacova, pacoba, pac-oba,a folha de enrolar ou que se enrola.
Nome comum das musáceas. Alteração para pacó: Pará, Amazonas,
segundo Teodoro Sampaio.
Dalziel (1937) crê banana originar-se nos idiomas do oeste africano;
a bana, plural de e bana, do timé; bana, plural, mbana, do sherbro. Timé
fala-se no Estado de Samori, Costado Marfim, compreendendo também
mandingas e bambaras. Sherbro, cherbro, diz-se na ilha do mesmo nome,
adjacente à Serra Leoa, ambas na África Ocidental. (CASCUDO, L. da C.
2002, p. 17)
material não se resume à culinária, música ou idioma. Temos hoje estudos que
apontam a participação dos africanos escravizados, por exemplo, em alguns setores
Acompanhe o texto:
As Artes do Ferro e a Economia Brasileira
A fundição e forja do ferro se constituíram em atividades econômicas
básicas no interior dessas diferentes sociedades atlânticas, desde bem antes
do advento da época moderna, no caso das áreas africanas, e desde a fase
da exploração colonial nas diferentes sociedades americanas. Segundo
Douglas C. Libby, na passagem do século XVII ao XVIII, “o elemento
africano foi responsável pela introdução da fundição de ferro no Brasil. Os
proprietários escravistas mineiros, em especial os donos ou concessionários
de lavras, por não dominarem completamente as técnicas de fundição de
ferro, buscavam ferreiros africanos para a execução desse tipo de serviço.
Os conhecimentos técnicos da metalurgia do ferro, acumulados pelas
tradições centro-africanas e pelos povos da África Ocidental, eram
fundamentais para a produção não apenas das ferramentas agrícolas, dos
utensílios domésticos e dos apetrechos de transporte (tropas e carretos) da
Minas Colonial, mas, sobretudo, para a elaboração dos instrumentos
necessários à mineração de jazidas auríferas (principal atividade econômica
do período na região). (PENO, Eduardo Spiiler. Notas sobre a historiografia
da arte do ferro nas Áfricas Central e Ocidental). Anais do XVI encontro
34
Regional de História – O lugar da História. ANPUH/SO – UNICAMP.
Campinas, 2004.
BUSCANDO CONHECIMENTO
http://www.espacoacademico.com.br/091/91santos.htm
http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1008
35
UNIDADE 09 - IDENTIDADES CULTURAIS NA PÓS–MODERNIDADE I E II
ESTUDANDO E REFLETINDO
único, ou, características físicas individuais que até o início do século XX agrupavam a
humanidade em uma estrutura hierárquica baseada na ideia de raça.
O sociólogo britânico, de origem jamaicana, Stuart Hall, um exemplo vivo da
diáspora cultural, de como na contemporaneidade as identidades são móveis, ou
36
no pensamento moderno. Nessa concepção, a compreensão do sujeito moderno
passa pela necessidade de relacioná-lo com a sociedade na qual ele está inserido.
estabelecida. O que era estável e único torna-se fragmentado, fazendo o sujeito pós-
moderno portador de várias identidades que dialogam entre si. Como afirma Hall "o
p. 12).
É possível considerar a segunda metade do século XX, período denominado
americana. O nome indicado foi o de Clarence Thomas, juiz negro e com convicções
37
ele próprio ser um negro, representante da comunidade negra americana na
suprema corte. Como diz Hall "o presidente estava jogando o jogo das identidades".
Uma vez que a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito é
interpelado ou representado, a identificação não é automática, mas pode
ser ganhada ou perdida. Ela tornou-se politizada. Esse processo é, às vezes,
descrito como constituindo uma mudança de uma política de identidade
(de classe) para uma política da d i f e r e n ç a (HALL, 2005, p. 18-21).
abrangente, que acaba por definir estes novos comportamentos sobre a questão da
formação e transformação das identidades contemporâneas, chamado globalização.
Acompanhe os quadros abaixo que propõem uma breve reflexão sobre a questão:
38
encontro entre o centro colonial e a periferia colonizada imediato e intenso.
(ROBINS, K. Tradition and translation: national culture in global context, p.
25.)
BUSCANDO CONHECIMENTO
http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/hall1.html
http://www.alucinando.com.br/web30/a-identidade-cultural-na-pos-modernidade/
39
UNIDADE 10 - LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-
RACIAIS.
ESTUDANDO E REFLETINDO
cotidiano.
Essa conscientização é manifestada em algumas iniciativas de movimentos
pelo governo federal, o que abriu o debate para toda a sociedade brasileira.
Acompanhe abaixo o texto opinativo, retirado de um blog pessoal, que procura
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O Que é a Política de Cotas?
A política de cotas raciais é uma política de ação afirmativa implantada
originalmente nos Estados Unidos. No Brasil, em vigor desde 2001, ela visa a garantir
espaço para negros e pardos nas instituições de ensino superior.
que 57,7% dos candidatos de cor preta possuem renda familiar inferior a 1.500 reais,
já em relação ao grupo de cor branca esse percentual é bem menor, 30%. A mesma
vagas.
Resultados Negativos
Muitos alunos que são aprovados entram no lugar de outros alunos mais
Alunos de cor branca e de classe média se declaram pardos para participar das
cotas.
41
Caboclos da amazónia se sentem constrangidos em se declarar negros para
participarem das cotas. Foi criado inclusive um movimento dos mestiços para
cotas de pobreza. Só o fato de ser negro não torna a pessoa incapaz de frequentar
boas escolas, alimentar-se bem, ter saúde e amparo familiar - que o prepare para
coisa que impede os brancos pobres de fazerem o mesmo caminho: a pobreza. Para
todos, brancos e negros, a discriminação afirmativa deve começar com boas escolas
maneira tal que limita a oferta de soluções para os problemas de nosso país.
42
Outro argumento a favor das cotas raciais é que na Bahia 85% da população
é constituída por negros. E frequentam o Ensino Superior em torno de apenas 10%
pobres não têm acesso a universidades públicas, negros e brancos, o que é verdade.
Na Bahia, a cota social resolveria o problema. Como a maioria arrasadora d a
Mas, e nos outros Estados, onde a maioria dos pobres é branca, como se
poderia regenerar a passos largos a discriminação ancestral contra os negros?
Nunca se daria.
Acabaria acontecendo que mais brancos ingressassem nas universidades
http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_clipping_dcfde.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_cotas
http://jorgerorizwordpressxom/politicos-de<otas-rociois-jorge-roriz/
BUSCANDO CONHECIMENTO
O link a seguir traz uma discussão importante a cerca do tema discutido nesta
unidade.
HTTP://www.ub.edu%2Fgeocrit%2Fb3w-729.htm&h=XAQEuwjTt
43
UNIDADE 11 - A INCLUSÃO.
.
ESTUDANDO E REFLETINDO
especiais, sem levar em conta que o processo de inclusão é diferente, pois todas as
crianças têm direito à escola da comunidade. A educadora Maria Teresa Eglér
Mantoan diz que: “Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças.” Para ela, na
escola inclusiva, professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente
ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo para construir uma sociedade
justa.
44
A individualização é a ação pedagógica para atender às particularidades de
um determinado aluno, permitindo que, independente de qualquer necessidade
culturais, étnicas, raciais, sexuais, físicas, intelectuais, emocionais, linguísticas. Ela tem
como objetivo alterar a estrutura tradicional da escola.
45
Política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva
A finalidade da educação inclusiva é promover o acesso à participação e à
superior;
• Atendimento educacional especializado;
O currículo:
46
O Professor:
É o agente da transformação que deve ser respeitado. O professor também
possui medos, insegurança, preconceitos. Ele busca acertar, busca o sucesso em sua
profissão. Porém, para que isso aconteça, ele deve se preparar, se capacitar,
ou portfólio.
É importante ter sempre em mente quais são os objetivos, os conteúdos
BUSCANDO CONHECIMENTOS
Boa leitura.
http://www.pro-inclusao.org.br/textos.html#intgr
http://www.brasil.gov.br/sobre/cidadania/direitos-do-cidadao/diversidade-e-inclusao
47
UNIDADE 12- A ESCOLA INCLUSIVA E O PROFESSOR.
ESTUDANDO E REFLETINDO
Esta visão já foi diferente, pois, no século XIX, as escolas não se incomodavam
com esta parcela da população. Por anos, a inclusão teve como base a investigação
alunos que não tinham condições de acompanhar a educação formal passariam para
uma educação especial a fim de serem acompanhados.
da “educação para todos”, o que veio auxiliar em muito o acesso de uma quantidade
maior de pessoas à educação.
48
ocasionavam rigidez no currículo. O processo de ensino era centrado na exposição e
memorização dos conteúdos, que sabemos, hoje, não serem métodos efetivos.
Para concebermos uma escola inclusiva é fundamental que esta seja um local
de transformação do aluno, que ela faça com que ele cresça em todos os sentidos e
que a deficiência seja vista em último lugar. A escola deve ser acessível a todos e rica
em aprendizagens significativas, independentemente das necessidades e
fazendo parte dela de forma autônoma, responsável e livre, sendo educado como
tal.
falar com os alunos da classe com naturalidade a respeito do aluno que está
chegando e de sua necessidade. Assim as crianças o tratarão de forma natural.
dos interesses e conhecimentos que ele já possui, da área afetada pela deficiência,
visando escolher quais adaptações poderão ser feitas.
as barreiras arquitetônicas, fazendo com que todos os alunos tenham acesso a todos
os setores da escola. Informar - se sobre a deficiência em livros, Internet, com o
49
qualidade do ensino oferecido. Deve-se eliminar a superproteção e tratá-lo de forma
igual aos demais alunos, sem discriminação.
perceptivas;
• Avalie o rendimento em relação às suas aptidões, habilidades e competências;
• Evite sentimentos de medo, ansiedade, culpa ou piedade que podem ter sérios
efeitos para a autoimagem da criança;
50
• Deixe claro quais são os objetivos com este aluno;
• Quais são as aprendizagens mínimas para a etapa, série ou ciclo;
BUSCANDO CONHECIMENTOS
http://www.revistapontocom.org.br/edicoes-anteriores-artigos/o-papel-do-professor-na-educacao-inclusiva
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:CRVMAyY93KsJ:www.anped.org.br/reunioes/28/textos/
gt15/gt151153int.rtf+A+ESCOLA+INCLUSIVA+E+O+PROFESSOR&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
51
UNIDADE 13 - AS LEIS SOBRE DIVERSIDADE.
Objetivos: Ter conhecimentos legais sobre diversidade, por meio de uma cronologia
sobre a legislação que garante o direito das pessoas com deficiência.
ESTUDANDO E REFLETINDO
educação.
Aprovado pelo Decreto Legislativo n.º 226, de 12.12.1991e assinado pelo Brasil
em 24.1. 1992. Vigorando em 24.2.1992. Promulgado pelo Decreto n.º 591, de
52
(Capítulo VII) Estabelece garantias para criação de programas de prevenção e
atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial
1989 - LEI Nº 7.853/89- Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou
extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer
curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode
variar de um a quatro anos de prisão, mais multa. “recusar, suspender, procrastinar,
deficiência”.
53
• 1992 - Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
O dia 3 de dezembro foi proclamado pela Assembleia Geral da ONU em
outubro de 1992 para ser o “Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”. Seu
objetivo tem sido promover a compreensão universal de assuntos relacionados a
pessoas com deficiência e a mobilizar apoios para garantir sua dignidade, seus
direitos e seu bem-estar.
• 1991 - LEI Nº 9.249
• 1993 – NORMAS SOBRE EQUIPARAÇÃO DE OPORTUNIDADES PARA
O texto, que não tem efeito de lei, diz que também devem receber
atendimento especializado crianças excluídas da escola por motivos como trabalho
infantil e abuso sexual. As que têm deficiências graves devem ser atendidas no
mesmo ambiente de ensino que todas as demais.
(LBD)
A redação do parágrafo 2o do artigo 59 provocou confusão, dando a
54
A primeira garante atendimento prioritário de pessoas com deficiência nos
locais públicos. A segunda estabelece normas sobre acessibilidade física e
define como barreira obstáculos nas vias e no interior dos edifícios; meios de
transporte e tudo o que dificulte a expressão ou o recebimento de mensagens por
BUSCANDO CONHECIMENTO
vigorar em maio de 2008. O fato marca uma importante etapa nos esforços para
55
promoção, proteção e garantia do pleno e igual gozo de todos os direitos humanos
e liberdades fundamentais das pessoas com deficiência, e promoção do respeito
dos políticos e da sociedade para que as leis sejam cumpridas. É preciso despertar e
buscar estratégias e metodologias para atender este público. O gestor da escola
O gestor deve priorizar a inclusão, receber esses alunos e colocá-los nas salas
de aulas comuns, para que convivam com quem não tem deficiência.
de classe.
A Lei 9.394/96, diz que a “inclusão é uma proposta que condiz com a
56
UNIDADE 14 - GESTÃO PARA A INCLUSÃO.
ESTUDANDO E REFLETINDO
A citação de Mantoan, expressa o que precisa ser uma Gestão para a Inclusão.
Nosso país, com base em Leis e Diretrizes dos Direitos Humanos, precisa de
adequações em todos os níveis do sistema educacional, uma vez que as leis têm por
57
A gestão educacional é fundamental para que o processo de inclusão seja
efetivado, é um elemento dinâmico e transformador que faz com que as políticas
• Desenvolver comunicações;
• Estimular o trabalho colaborativo;
58
• Desenvolver a construção de uma rede de relacionamentos, nas famílias, nos
trabalhos, nas escolas, nos movimentos sociais;
59
no que tange às políticas públicas, é preciso considerar que estas não
devem estar restritas a garantia de acesso, mas que as mudanças devem se
efetivar em nível dos processos de gestão, com a estrutura organizacional
das escolas, a formação dos professores e o ambiente escolar voltado para
a questão da permanência e qualidade.” (Universo autista, 2007).
BUSCANDO CONHECIMENTO
Boa leitura!
http://coralx.ufsm.br/revce/ceesp/2005/02/a1.htm
http://tede.unoeste.br/tede/tde_arquivos/1/TDE-2009-03-03T173420Z-117/Publico/dissertacao%20Roberta.pdf
60
UNIDADE 15 - GRUPOS MINORITÁRIOS .
ESTUDANDO E REFLETINDO
61
modos como são processadas as informações sobre esses membros.
3 – Comportamental – são as tendências ou atitudes que se tomam em
Não demonstramos isso por meio de atitudes, porém pensamos desta forma.
Afinal, de onde vem os preconceitos contra os grupos minoritários?
http://4.bp.blogspot.com/-yxl0E4hVJzk/TbRtkScyFeI/AAAAAAAABUc/my-
uNNWNRFc/s1600/racismo+%25281%2529.jpg
família, porém ainda hoje a mulher é vista por muitos como progenitora e dona do
lar. Então, cada caso, merece um estudo aprofundado.
62
Muitas teorias foram apresentadas com o passar do tempo e, mais
recentemente, a abordagem cognitiva teve predomínio na compreensão e
assumindo que o foi por preconceito, mas dizemos que ele, por exemplo, não possui
experiência ou algo parecido. Os homens com o preconceito sexista dizem que as
mulheres não são tão capazes quanto eles, que ficam de licença maternidade, que se
têm filhos pequenos é problema na certa para contratar, porque se ele ficar doente
BUSCANDO CONHECIMENTO
Se aprofunde um pouco mais:
e podem ter consequências negativas para as vítimas. Assim, é comum que estas
sofram de stress, depressões e outros transtornos mentais relacionados com a perda
63
acabam por causar doenças psicossomáticas, das quais jamais recuperam
totalmente.
dentro de si, que, embora se resigne face à situação, o vai “roendo”, pouco a pouco
por dentro.
se, pois, trabalhar com a educação e com estratégias para que tais sentimentos e
que essas práticas diminuam e, quem dera, desapareçam.
um processo de discriminação.
O homem não consegue viver sozinho, é um ser social, precisa das demais
pessoas para sua realização, das relações interpessoais, buscamos nos integrar na
sociedade, no grupo em que estamos envolvidos, queremos ser aceitos por este
64
UNIDADE 16 - INCLUSÃO, EXCLUSÃO E CIDADANIA.
Objetivos: Apresentar alguns grupos minoritários e ações que são realizadas para a
inclusão e a cidadania.
ESTUDANDO E REFLETINDO
Cultura como a dimensão simbólica da existência social brasileira. Como
usina e conjunto de signos de cada comunidade e de toda a nação. Como
eixo construtor de nossas identidades, construções continuadas que
resultam dos encontros entre as múltiplas representações do sentir, do
pensar e do fazer brasileiros e a diversidade cultural planetária. Como
espaço de realização da cidadania e de superação da exclusão social, seja
pelo esforço da autoestima e do sentimento de pertencimento, seja,
também, por conta das potencialidades inscritas no universo das
manifestações artístico-culturais com suas múltiplas possibilidades de
inclusão socioeconômica. Também como fato econômico, capaz de atrair
divisas para o país, gerar empregos e renda. (Gilberto Gil, no prefácio do
livro Projetos Culturais)
Esta citação é ampla e nos faz pensar que, por meio da Cultura, temos e
buscamos como vemos e aceitamos o outro. A cultura nos faz enxergar o diferente e
é “Tecnologias Assistidas”.
As tecnologias assistidas são desenvolvidas, para trazer, além da
65
comunicação, mobilidade, controle do ambiente, habilidades com relação ao
aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.
repetição – Teclado;
• Opções de acessibilidade: Iniciar/Programas/Acessórios/Acessibilidade, Lente de
• Voz do Mudo;
• Multiplano;
• Braille;
• Reglette;
• Soroban;
• Fixar folha;
66
• Apoio de livro;
• Materiais Pedagógicos ampliados ou modificados;
• Alfabeto-móvel;
• Material Dourado;
• Lápis engrossado.
demais grupos?
São Paulo recebe pessoas todos os dias que vêm na esperança de encontrar
um emprego e ter uma vida melhor. A maior parte delas é nordestina. O governo
criou o CTN – Centro de Tradições Nordestinas, com o objetivo de fazer com que
O que é feito, hoje, ainda é muito pouco, pois há várias pesquisas, assinalando
que, pelo simples fato de nascer negro, você tem duas vezes mais chances de ser
pobre, não frequentar a escola, morar em casa sem abastecimento de água, ou três
vezes mais possibilidade de não ser alfabetizado. Há a tese de que a exclusão do
mas há que ser mais trabalhado com alguns acadêmicos que insistem em
marginalizá-los pela forma de falar ou de comer. Portanto a sociedade deve rever a
ideia e a imagem deturpada que possui do índio. Ações de inclusão digital são
67
realizadas em algumas tribos como a dos Tupinambás, no sul da Bahia. Outra ação
foi o seminário realizado para aproximadamente três mil índios cujo tema é “Direitos
BUSCANDO CONHECIMENTO
Os links abaixo apresentam conceitos importantes para seus estudos.
Boa leitura!
Racismo - Preconceito e Discriminação Racial - Cola da Web
Educação
MEC Brasil -em: http<://portal. mec. gov. br/setec/ …, 2001 - porlainclusionmercosur.educ.ar>.
68
UNIDADE 17 - A CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES EDUCATIVOS NA
MULTIPLICIDADE DOS ESPAÇOS E QUESTÕES IMPORTANTES ACERCA DA
ESTUDANDO E REFLETINDO
É preciso ter claro que refletir sobre a educação atual não é tarefa fácil em
uma época caracterizada pela diversidade de pensamentos, paradigmas e ações.
69
“A escola, a fábrica e as comunidades têm apresentado grandes
problemas de entendimento e entrosamento, que desencadeiam
ações não pertinentes ou inócuas, em função da pouca
percepção que se tem de novas exigências interativas entre
homem – meio - relações humanas. O resultado disso são
problemas infindáveis nas organizações de trabalho no futuro.
Essas organizações são e serão o paradeiro dos alunos em
inclusão.”(ALMEIDA, 2008, p.06)
conceito de prontidão, ou seja, estar apto a algo para “passar adiante”. Incluir refere-
novo grupo se este novo grupo não considerar todas as mudanças que ocorrerão
com essa criança.
forte e vivo.
Em função da necessidade de atender a estes papéis, o professor precisa se
70
está no cerne do exercício de uma profissão, pelo menos quando
a consideramos sob o ângulo da especialização e da inteligência
no trabalho. (PERRENOUD, 2002, p.13)
adaptações deverão ser feitas. Entretanto, devemos ter claro que não é uma simples
rampa na frente de um restaurante que vai apontar e garantir uma inclusão social.
Não é uma simples rampa que vai dizer que ali naquela
comunidade, acontece realmente um processo de inclusão. A
rampa é uma atitude que deve ser somada a uma porção de
outras, para que esta percepção seja cada vez mais forte e cada
vez mais pertinente. As ações conjuntas devem tornar os
ambientes cada vez mais dialogáveis. Assim será possível
perceber que no mesmo restaurante em que há uma rampa,
também pode haver um cardápio adaptado em braile ou pode
ainda ser oferecido um trabalho a um portador de deficiência ou
simplesmente, passar a ver que o portador de deficiência
também pode ser recebido ali como qualquer outro que a tenha,
ou não, aparentemente. Uma ação deve dar condições de outra
existir. Uma deve desencadear outras e todos devem confluir em
um mesmo ponto: inclusão é no ambiente. (ALMEIDA, 2008, p.
14 e 15).
BUSCANDO CONHECIMENTO
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/10_espaco.pdf
Indicadores de Qualidade na Educação - Ministério da
...portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_indqua.pdf
escolaportal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/.../educacaoambiental_naescola.pdf
71
UNIDADE 18 - O MERCADO DA EDUCAÇÃO; DESAFIOS PARA OS PROFISSIONAIS
NOS TRÂMITES DOS ESPAÇOS; AVALIAÇÃO INICIAL E FINAL APLICADAS PARA
BRINQUEDOTECA; ETC.
colaboram para uma avaliação significativa e não apenas em notas que ameaçam a
inclusão.
ESTUDANDO E REFLETINDO
A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
72
social em ambiente, respeitando-se as diferenças individuais. A integração escolar é
gradual e dinâmico com formas distintas, segundo as habilidades e performances
permanência na escola.
No fim dos anos 1990, modelos distintos de salas de recursos chegaram ao
Brasil. Algumas cidades começaram a montar suas próprias configurações, sem que
os especialistas os tenham elegido como padrão ideal.
quem se encaixa nos padrões de aluno ideal do que para medir o seu progresso.
Os alunos superdotados também são negligenciados, pois, geralmente, vão
bem às avaliações e não dão trabalho com o conteúdo. A escola que não valoriza a
diversidade, o conteúdo é determinante. Municípios conscientes já oferecem
atendimento educacional especializado para essas crianças nas mais diversas áreas,
no contra turno.
proposta pela nova lei está a criação de um plano pedagógico específico para cada
aluno e a elaboração de material. O professor deve estar ciente de que a inclusão
cresce a cada ano e, com ela, o desafio de garantir uma educação de qualidade para
todos. Na escola inclusiva, os alunos aprendem a conviver com a diferença e se
73
• Não reduzir o aluno à sua deficiência. Apesar de ter características peculiares,
possui personalidade e experiências que o tornam único;
qualquer nível;
• A lógica de exclusão, que se baseia na homogeneidade inexistente;
2- Escrita, leitura e cálculo são objetivos a serem alcançados até o final do ensino
fundamental, portanto, aluno nenhum poderia ser impedido de prosseguir
74
3- A avaliação é válida para conhecer o aluno e seus progressos, identificando o
que ainda precisa ser melhorado e trabalhado, e não para rotulá-lo.
4- Total liberdade quanto à forma de avaliação pode ser feita com base em
relatórios bimestrais, etc., e não necessariamente com base em notas.
5- Como vemos isto é real e lógico, mas a crença tradicional do tipo: “senão tiver
nota o aluno não estuda”, parece ter mais força do que todos os dispositivos
enfoques que a escola poderia trabalhar com todos os alunos, provando que
a diversidade só enriquece.
8- Geraldo Peçanha sugere uma avaliação inicial e outra final para que o
professor possa direcionar práticas e operacionalizar ações. A avaliação inicial
75
para crescer. Não se rotula um aluno, mas avalia-se seu comportamento e
entende-o. Observar a criança na biblioteca; brinquedoteca; salas
ambientadas, etc...; perceber se ela aproveita ou não esse espaço para uma
interação. A partir daí já podemos começar uma observação avaliativa.
BUSCANDO CONHECIMENTOS
Declaração de Salamanca - Educação - InfoEscola
http://redeinclusao.web.ua.pt/files/fl_9.pdf
76
UNIDADE 19 - A) VISITAS MONITORADAS, PASSEIOS E EXCURSÕES COM OS
ALUNOS E O APROVEITAMENTO DESSES AMBIENTES EDUCATIVOS INFORMAIS;
B) PRÁTICAS INCLUSIVAS
individuais.
B) Objetivo: Compreender como ocorrem as práticas inclusivas dentro do sistema
ESTUDANDO E REFLETINDO
Para que o processo de avaliação do resultado escolar dos alunos seja útil e
parâmetros onde as respostas dos alunos são comparadas entre si, como se o ato
de aprender não fosse individual; o caráter de controle, adaptação que a avaliação
alunos.
Na escola, onde a avaliação se define pelos itens acima, não há aceitação da
77
Antes, a “inclusão” educacional era só para alunos com deficiência que
acompanhavam a turma. Bastava que fossem avaliados da mesma maneira
contrário, pode ser feita de acordo com critérios bastante amplos, inclusive idade,
afinidade por projetos, etc.;
2- Escrita, leitura e cálculo (04 operações) são objetivos a serem alcançados até o
final do ensino fundamental, portanto, aluno nenhum poderia ser impedido de
prosseguir porque ainda não aprendeu isso até as chamadas terceira ou quarta
séries;
4- Há total liberdade quanto à forma de avaliação, logo, ela pode ser feita com base
em relatórios bimestrais, etc., e não necessariamente com base em notas.
A crença tradicional: “senão tiver nota o aluno não estuda”, parece ter mais
força do que todos os dispositivos constitucionais e legais aplicáveis.
78
No que diz respeito à avaliação, há profissionais favoráveis a notas e outros
totalmente contra. O importante é perceber se o aluno teve progresso. Há escolas
mesma sala de aula. O resultado é o de que temos alunos aprendendo com base no
interesse. Assim esse aluno consegue reter o conteúdo sem necessidade de aprender
conteúdos formais de forma tradicional, não porque a escola não lhes ensina, mas
por ter limitações para esse tipo de aprendizado.
Alunos de inclusão podem ser avaliados pelo progresso que tiveram podendo
indicar outros enfoques que a escola poderia trabalhar com todos os alunos,
práticas e ações. A avaliação inicial seria uma avaliação que englobasse todos os
conteúdos prioritários do ano anterior. Teríamos um mapeamento real do que restou
capacidades do aluno, eles têm tudo para crescer. Não se rotula um aluno, avalia-se
seu comportamento e procura entendê-lo. Quando uma criança na biblioteca, não
79
Na realidade brasileira surgiu a proposta da construção de um sistema
educacional que fizesse com que essas pessoas, “diferentes”, passassem a fazer parte
necessário entender que não há alunos normais, há apenas alunos: os tipos e graus
de necessidade que cada indivíduo tem para aprender são diferentes e, mais do que
dividi-los em categorias “x” e “y”, é necessário verificar, sempre, quais são os limites
do próprio professor para lidar com tal diversidade.”
Ana Lúcia Cortegoso, não há nada mais injusto do que tratar todo mundo
perceberem que seus próprios amigos são diferentes em vários aspectos e que ela
80
própria é diferente em muitas características e que, no entanto, todos podem
conviver e extrair o melhor dessas diferenças. Quando há essa compreensão das
naturalmente tendem a aceitar o outro e colaborar para que ele se sinta bem” (DEL
PRETTE citado em CLIKCIÊNCIA, 2010)
BUSCANDO CONHECIMENTO
81
UNIDADE 20 - ATIVIDADES, BRINCADEIRAS E DINÂMICAS PARA PRÁTICAS.
ESTUDANDO E REFLETINDO
82
Se a atividade lúdica traz tantos benefícios por que não utilizá-las como
ferramenta de ensino para as práticas inclusivas. Almeida (2008) sugere algumas
atividades que podem auxiliar no trabalho e “que farão a diferença entre um estado
completo de passividade e a coragem de tentar algo novo em prol do aluno
também o quanto a não percepção destas características pode auxiliar nas perdas
das relações sociais.
Material necessário: massa de modelar
Desenvolvimento: coloque a massa de modelar em um saco deixando mais ou
menos um centímetro entre a massa e o saco. Tape os olhos das crianças, coloque a
mão dela sobre a massa e peça que ela vá tentando colocar todos os dedos dentro
da massa sem furar o pacote. Durante esta atividade é necessário dialogar com a
criança para que a ansiedade da criança não seja tanta a ponto de fazer com que
83
Desenvolvimento: pedir que as crianças façam uma pesquisa junto aos pais e
familiares contando casos em que a deficiência foi ou não, atendido dentro dos seus
para duas ou três pessoas virem à escola participar de um debate, contando sua
história, dando seus depoimentos.
Objetivo da atividade: adaptar materiais para serem usados em sala onde há crianças
com problemas leves de memorização.
e façam a representação de algo bem objetivo: como o vento. Depois que eles
realizarem essa tarefa, pedir que eles troquem de material e façam exatamente a
mesma representação. Repetir essa ação por mais uma vez. Ao final resgatar o que
eles acharam da atividade. Verificar com qual material representaram melhor a ideia.
Depois pedir que julguem o trabalho do amigo. Discutir sobre valores sociais: como
84
CIA E DELÍCIA: esta atividade trabalha a socialização e a solidariedade.
primeiro grupo é de alunos que não podem ver, o segundo é de alunos que não
podem falar, e o terceiro grupo, é de alunos que não podem andar.
Determine que todos os alunos possam pegar um bombom que está sobre a mesa.
No entanto, eles precisam criar estratégias para tal, de modo que todos possam ter
um bombom ao final do tempo dado. Eles irão perceber que um ouviu a ordem, mas
não pode andar, o outro pôde andar, mas é cego. Deixar que eles se virem
livremente. É uma atividade muito gostosa e muito rica, pois cada trio de alunos cria
a suas próprias estratégias.
BUSCANDO CONHECIMENTO
As cinco atividades acima são apenas alguns exemplos que podem ser
desenvolvidas com esse grupo tão especial; os materiais necessários e os objetivos
de cada atividade.
85
POLOS EAD
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Bairro: Pq. Santa Cândida Bairro: São Miguel Paulista
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