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Avicena (985-1036)

Avicena, esmagado sob o fardo da filosofia grega quis dele se liberar. Em vão! Permaneceu
mais peripatético do que qualquer outro filósofo árabe. Sua tentativa de fundar uma filosofia
oriental resultou num doloroso fracasso.

Bom poeta nas horas vagas, a prosa de suas curtas epístolas é de um grande e belo impulso-
místico.

Nascido em Bucara

Abu Ali al-Hussain ibu ‘Abdullah ibn Ali ibn Sina, conhecido entre os latinos sob o nome
deformado de Avicena

estudou filosofia, muito jovem

estudou lógica, geometria, o Almagesto de Ptolomeu, física e metafísica.

Terminou o estudo da medicina em pouco tempo. Foi chamado à cabeceira do sultão de Bucara,
Nub ibn Mansur, e conseguiu curá-lo. Em medicina, sua obra capital é o cânon, que
desempenhou um papel muito grande no ensino da medicina na Europa, do século XIII ao
século XVI.

Morreu aos 53 anos.

Escreveu sobre lógica, matemática, física e metafísica em sua obra capital: o Shifã.

Mas a quintessência de sua filosofia é: Livro dos Teoremas e das Advertências.

Comparado a al-Fârâbi, é bastante difícil encontrar nele ideias verdadeiramente originais.

E reconhecido como o maior organizador de ideias, não somente para o Islã, mas na história
do pensamento humano. Esse espírito de sistematização o tornou muito mais acessível do que
al-Fârâbi e Averróis.

Assimilou todo o pensamento grego, sem se prender muito estreitamente ao próprio texto do
Mestre (Aristóteles). Mesmo os seus comentários sobre algumas obras de Aristóteles (De
Anima) ou do Pseudo-Aristóteles (Teologia de Aristóteles) dão testemunho de uma
grande liberdade em face do texto explicado.

A METAFÍSICA

O Deus de Avicena está muito próximo do Uno de Plotino e muito distante do Deus dos
teólogos muçulmanos. Prefere chamá-lo: o Ser necessário. Com efeito, Avicena apossou-se
da distinção farabiana entre o ser necessário e o ser contingente, tanto para demonstrar a
existência de Deus como para edificar toda uma ontologia.
Para explicar o mundo, toma por princípio a regra seguinte: do uno não pode proceder
senão o uno. Do mesmo modo, do ser necessário não pode provir senão um ser somente, a
saber, a primeira inteligência que emana, e ela só, diretamente e imediatamente, do ser
necessário. É pensando a si próprio que este engendra aquela. Segundo o mesmo sistema, a
primeira inteligência engendra uma segunda e assim por diante, até a última, emanada da
inteligência que corresponde à esfera da Lua e que dirige o mundo sublunar. É difícil' saber
exatamente o número dessas inteligências separadas, em Avicena: varia entre 8 e 10, segundo
os textos do autor. Embora fale, às vezes, em criação, de fato, o ser necessário só cria
diretamente a primeira inteligência; é apenas desta que ele é causa eficiente. Vê-se com
issocomo a teoria da criação divina distingue-se totalmente da concepção muçulmana
professada pelos teólogos.
Um outro ponto de divergência concerne ao conhecimento divino 1. Al-Fârâbi afirmara
que Deus só conhece um número limitado de universais; ele não conhece os particulares
enquanto tais. Donde se segue que a providência divina só concerne aos grandes princípios do
universo. Nesse ponto o pensamento de Avicena é um pouco mais nuançado. Não pode rejeitar
a ideia de al-Fârâbi, mas estende-a um pouco num sentido que se aproximaria da tese dos
teólogos. Avicena diz a esse propósito que Deus conhece as coisas particulares “sob seu
aspecto universal” ou “enquanto são universais”. No Najâh, diz expressamente: “Deus
conhece em si próprio todas as coisas apenas na medida em que é o princípio do ser das coisas”
(p. 274). Como se vê, a resposta de Avicena a esse difícil problema, que dará motivo a Algazel
para uma séria censura aos filósofos muçulmanos, é bem evasiva.
Com al-Fârâbi também, Avicena sustenta a tese da eternidade do mundo, em pleno
acordo com o mestre de ambos, Aristóteles. Se Deus, que é a causa do mundo, é eterno, seu
efeito — o mundo — deve sê-lo também. Não há prioridade de Deus em face do mundo
segundo o tempo, mas somente uma prioridade de natureza. Deus engendrou o modo da
inteligência pensando a si próprio. Ora, ele se pensa a si próprio desde toda a eternidade.
Portanto, o universo é eterno.
Contudo, nosso filósofo afirmou a providência. Define-a como se segue: “A providência
é o envolvimento do todo pela ciência do ser primeiro; e é a ciência que o primeiro tem do que
é preciso que o todo seja para estar na mais bela ordem, juntamente com a consciência de que
isso resulta necessariamente dela e do envolvimento do todo por ele. O ser põe-se de acordo
com o que é conhecido como o melhor ordenado, sem que haja necessidade de uma
investigação ou de um esforço por parte do primeiro e do verdadeiro. A ciência que o primeiro
tem do modo de bondade aplicável à ordem universal é a fonte de onde o bem emana para o
todo2.’'
Avicena explica a existência do mal no mundo sem atribuí-la a Deus, pois o mal não
está no juízo divino por essência e... nele só entra por acidente. Há três espécies de mal: a
imperfeição ou falta, o sofrimento e o pecado. O mal por essência é o mal por imperfeição; por
conseguinte é negativo. Eis como Avicena o define (Nãjãh, p. 78; seção “sobre a providência
e como o mal entra no juízo divino”) :
“O mal é, por essência, a falta, não toda falta, mas a falta das perfeições que o gênero e
a natureza da coisa exigem. O mal por acidente é o que causa essa imperfeição e o que impede
que a perfeição seja realizada.” O mal supõe a potência e, nisso, essa teoria é essencialmente
aristotélica. “Tudo o que existe em seu acabamento extremo e sem que haja mais nada em

1
Ver a esse respeito Louis Gardet : La pensée religieuse d’Avicenne, pp.
71-85; Paris, 1951.
2 Ichâràt, p. 185 (trad. Carra de Vaux, em Avicenne, p. 278; Paris, 1900)
.
potência não tem mal; o mal atinge somente o que está em potência e isso em razão da
matéria3.”
O bem absoluto não poderia existir num mundo onde há matéria. Aliás, o mal é relativo:
o que é considerado como mal para um ser pode ser para outro um bem. O fogo, por exemplo,
é bom para o aquecimento, porém mal, acidentalmente, quando provoca queimadura. Há no
mundo mais bem do que mal; e não seria sábio da parte de Deus abandonar os bens duráveis
por causa dos males passageiros nas coisas individuais.

D ESENVOLVIMENTO DA T EOLOGIA E SPECULATIVA


Com Avicena chega a seu término a filosofia muçulmana na parte oriental do Islã. Antes de
passar à exposição de sua evolução no Ocidente muçulmano, detenhamo-nos um pouco para
considerar rapidamente o desenvolvimento da teologia especulativa muçulmana.
Esta começa com os mutazilitas. A escola mutazilita foi fundada por Wasil ibn Atâ
(morto em 748) e Amr ibn Ubayd (morto cerca de 761) . Diversificou-se em várias escolas das
quais as mais importantes são as de Basourah e a de Bagdá. Os mais ilustres dentre os mestres
de Bagdá são: al-Allaf (morto cerca de 841), Ibrâhím al-Nazzâm (morto cerca de 846),
Muammar (morto em 830) e, um pouco mais tarde, Abu Ali al- Gubtãá (morto cerca de 915-
916) e seu filho Abu Hashin (morto em 921). A escola de Bagdá conta com mestres menos
ilustres, mas igualmente importantes, como Bishr ibn al-Mutamir (morto* cerca de 825-826),
Thumâmah ibn al-Ashras (morto cerca de 825-826), Abu al-Husain al-Khayyât e al-Kabi
(morto em 931) .
Os mutazilitas colocaram cinco princípios ou fundamentos que resumem seu
pensamento, a sa!5er:
1° A unidade (ou unicidade) de Deus. Professam que Deus é uno e que nada se lhe
assemelha; não tem corpo, nem forma, nem substância, nem acidente, nem cor, nem odor, nem
tato, nem comprimento, nem largura, nem profundidade, nem composição, nem partes, nem
órgãos, nem esquerda, nem direita, nem alto, nem baixo. Em suma, não é possível atribuir-lhe
nenhum atributo positivo próprio a uma criatura.
Em face deles, os antropomorfistas tomavam ao pé da letra todos os qualificativos pelos
quais Deus é designado no Corão. Os sunitas, com al-Achari à frente, sustentavam que Deus
tem atributos eternos, que são: a ciência, o poder, a vida, a vontade, o ouvido, a visão e a
palavra.
2. ° A justiça. Deus é justo para com a criatura. A justiça consiste em recompensar ou
em castigar um ser livre segundo seus atos e suas intenções, segundo uma justiça perfeita e
racional.
Seus adversários dizem que é a vontade de Deus que determina arbitrariamente se tal
ato é bom ou mau. Para eles o castigo e a recompensa dependem da graça divina.
3. ° O pecador encontra-se num estado intermediário entre o crente e o infiel (Kâfir).
4. ° A promessa e a ameaça. Deus prometeu aos verdadeiros crentes a entrada no
palácio; ameaçou os pecadores com castigos no inferno. Ele cumprirá sua promessa com
relação aos primeiros e não condescenderá com os segundos. Sua justiça o exige.
5. ° Ordenar o bem e proibir o mal. É um dever que incumbe necessariamente a todo
muçulmano, dizem os kharijitas; mas os mutazilitas contentam-se em vê-los aplicados por um

3
Ver Carra de VCLKX: Avicenne, p. 279.
grupo, um organismo ou uma autoridade especificamente qualificada para fazê-lo. Mas as duas
seitas estão de acordo para fazer da "ordenação do bem e da proibição do mal” uma obrigação
racional, isto é, onde quer que a razão possa fazer a distinção entre o bem e o mal. Os sunitas
são de outro parecer: o exercício desse dever compete primeiro ao Imâm, chefe supremo da
comunidade; em seguida, aos crentes capazes de conhecer as qualificações jurídicas dos atos.
Os mutazilitas são designados, às vezes, como “os livres pensadores do Islã”. É que eles
afirmam o livre arbítrio do homem. Este é o criador de seus atos. Ao contrário, os ash’aritas
dizem neste particular que o criador de todas as coisas, tanto dos seres quanto dos atos
humanos, é Deus, mas o homem “adquire” seu ato; portanto, ao homem não cabe senão a
aquisição (kasb) do ato, graças a uma capacidade que Deus nele criou.
Afirmam também o poder da razão de conhecer a verdade. É o motivo por que
empregam a argumentação racional, ao lado da argumentação fundada nos textos sagrados
(Corão e Tradição do profeta) .
Elaboraram uma física racional que serve de fundamento à sua doutrina religiosa. Eis
por que seus escritos abundam em discussões sobre o átomo, o corpo, a substância e os
acidentes, o vazio, o espaço, o tempo, o infinito, o contínuo e o descontínuo. Um dos grandes
mestres nesse gênero de especulações físicas foi al-Naz- zam (morto entre 835 e 845) .
Combateu o atomismo servindo-se de argumentos próximos dos de Aristóteles; para explicar
o movimento de um ponto a outro, inventou a ideia de “salto” (tafrach) : o que quer dizer que
•o corpo, ao se transportar de um para outro ponto, pode saltar o espaço intermediário.
O mutazilismo conheceu seu grande desenvolvimento e seu sucesso nos séculos IX e X. Mas,
a partir do século XI, a doutrina de al-Ash’ari (morto em 935) começa a segui-lo de perto até
tornar-se, pouco a pouco, a doutrina sunita por excelência, com grandes espíritos, como
Baqillani (morto em 1012), Abel al-Zahir al-Ba- ghdâdi (morto em 1036), al-Isfrayini (morto
em 1078), al-Juwaini (morto em 1085) e Algazel (morto em 111).

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