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s210a2019 ‘A criagao iterdria como forma de raistincia de mulheres negras — Jornal da USP A criagao literaria como forma de resisténcia de mulheres negras Pesquisa apresentada em artigo se baseou em depoimentos de escritoras negras contempordneas de lingua portuguesa Por Redago - Editorias: Ciéneias Humanas - URL Cura: jornal.usp.br/?p=223981 en TI See) wig ~~ ~ As escritoras negras “tiveram ainda de enfrentar a recusa do gosto pautado numa estética literéria branca e uma cultura europeizada” — Foto: rawpixel via Pixabay / CCO A revista Crioula nos traz, no artigo de lan Souza Pereira, um tema pouco conhecido: uma reflexdo sobre a criagdo literdria de escritoras negras no contexto das literaturas de lingua portuguesa. A partir do depoimento e da andlise de obras literdrias de escritoras negras, Pereira aborda a escrita como a aco politica e a resisténcia dessas mulheres, “que agem politica ¢ ideologicamente para descolonizar a histéria e as mentes de leitores, movimentando 0 espago literario e seu discurso hegeménico”. Estudando quatro escritoras negras contemporaneas e de lingua portuguesa, as brasileiras Conceigao Evaristo e Esmeralda Ribeiro, e as mogambicanas Lilia Momplé e Paulina Chiziane, o artigo poe em pauta 0 contexto politico, cultural e histérico em que se observa a pobreza, a condigao dos Negros, a submissdo da mulher, o racismo e o fato de mulheres negras se sentirem e serem tratadas como objeto, na medida em que seus corpos so hipersexualizados e superexpostos nas midias de hoje. Aqui se cita Virginia Woolf, escritora americana que questionava a dificuldade da produgo literdria feminina em um mundo dominado pelos homens, mas, na realidade, para as escritoras negras os entraves so maiores: “Surgem ai os obstaculos levantados pelas préprias escritoras depoentes sobre a condicdo dos negros em sociedades dominadas por brancos que arquitetam, na verdade, os mecanismos materiais, econdmicos, sociais e politicos do mundo atual” hitps:fomal usp briclencasicencias-humanas/artigo-trata-da-cracao-IMerara-como-forma-de-esistencia-de-mulheres-negras! 1 ‘eazo19 Acting Hrdia come fra da resitncia da mulherosnogras Jornal de USP Mulheres negras, nas sociedades capitalistas, so as mais oprimidas e inferiorizadas socialmente. Ai é gerado um circulo vicioso: mulheres brancas e homens negros, a depender da situaco, agem como opressores, pois, de acordo com Bell Kooks, autora e ativista femininista, “os homens negros podem ser golpeados pelo racismo e pela classe social, mas seu género Ihes permite oprimir e explorar mulheres. As mulheres brancas, mesmo pobres, t8m os privilégios da branquitude e podem atuar como opressoras de pessoas negras, mas a mulher negra néo resta outra forma que nao a de explorada’, ‘As mulheres negras dos contos de Conceigao Evaristo sao: “insubmissas [...], desobedientes, inconformadas e independentes” — Foto: StockSnap via Pixabay / CCO As escritoras negras, além de terem de enfrentar o racismo, ‘tiveram ainda de enfrentar a recusa do gosto pautado numa estética literaria branca e uma cultura europeizada”, mas nem por isso esmoreceram, pois sao “mulheres que se fizeram livres para e com a escrita’” Essa é a forga de mulheres que sempre sofreram a privagdo, a rigidez de executarem trabalhos fisicos pesados, muito mal pagos, “impostos pelo simples fato de serem mulheres € negras, que alimentam, cuidam e limpam’ as casas e familias de outros e ainda de suas préprias. “Ler essas mulheres e estudar seus textos literarios é garantir-Ihes o direito basico de existirem como mulheres e como escritoras’, salienta Pereira As mulheres negras dos contos de Conceigao Evaristo so: “insubmissas [...], desobedientes, inconformadas e independentes. Jd 0 livro Malungos e Milongas, de Esmeralda Ribeiro, tem como objetivo “fazer ressoar entre negros e ndo negros a importancia da solidariedade entre seres humanos’, Nos contos de Lilia Momplé esto presentes o colonialismo na Africa e a miséria de sua populacdo. A obra As Andorinhas, de Paulina Chiziane, “aproxima o leitor do passado soterrado do colonialismo em Africa e da luta por sua libertacao”, e é um convite para se pensar “sobre acontecimentos que favoreceram todos os senhores herdeiros das injustigas da histéria” Concluindo, enfatiza-se a importancia de conhecermos a literatura de mulheres negras para se constatar que ela é um antidoto contra a rejeicao e a marginalidade instituidas pela “literatura ‘oficial”. Essas mulheres escrevem assumindo-se “protagonistas” contra os esteredtipos determinados para 0 corpo feminino negro, valorizando postura e pensamentos criticos diante da realidade herdada, e isso, sem duivida, mostra “o posicionamento politico das escritoras” hitps:fomal usp briclencasicencias-humans rigo-trata-da-criacao-Iteraria-como-forma-de-resistencia-de-mulheres-negras! 2

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