Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Metadados
Data de Publicação 2016-04-29
Resumo A presente dissertação aborda o tema de como a arquitectura se relaciona
com o mundo automóvel, tendo como objectivo principal comparar e
identificar dois processos criativos que dão origem a duas necessidades
humanas. Procuramos simultaneamente um paralelismo entre a relação da
morfologia dum automóvel com a concepção arquitectónica em periodos
de tempo similares. A primeira parte deste trabalho explora como a
arquitectura se relaciona com a produção, a indústria e a máquina nas
duas áreas apr...
Palavras Chave Arquitectura - Projectos e plantas, Automóveis - Projectos e construção
Tipo masterThesis
Revisão de Pares Não
Coleções [ULL-FAA] Dissertações
http://repositorio.ulusiada.pt
UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA
Faculdade de Arquitectura e Artes
Mestrado Integrado em Arquitectura
Realizado por:
Tiago Manuel Gonçalves Pimpão
Orientado por:
Prof. Doutor Arqt. Bernardo d'Orey Manoel
Constituição do Júri:
Lisboa
2015
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
Lisboa
Março 2015
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A
Lisboa
Março 2015
Tiago Manuel Gonçalves Pimpão
Lisboa
Março 2015
Ficha Técnica
Autor Tiago Manuel Gonçalves Pimpão
Orientador Prof. Doutor Arqt. Bernardo d'Orey Manoel
Título Relações e contaminações entre o design automóvel e a arquitectura
Local Lisboa
Ano 2015
LCSH
1. Arquitectura - Projectos e plantas
2. Automóveis - Projectos e construção
3. Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Teses
4. Teses - Portugal - Lisboa
LCC
1. NA2750.P56 2015
AGRADECIMENTOS
Agradeço ainda mais a todos que fizeram parte deste meu percurso académico
amigos, colegas de curso, conhecidos, familiares, principalmente os meus pais, tios ,
avós e namorada que sempre estiveram a meu lado contribuindo moralmente para
concluir esta fase da minha vida.
Concluindo este trabalho define e resume a fase escolar e académica da minha vida
do qual todos nós em média passamos parte dela a receber formação para mais tarde
aplica-la de forma profissional.
“A casa é uma máquina de morar”
“Une maison est une à habiter”
CORBUSIER, Le (1924) - Vers une architecture. Paris ed. : G.Crès. p. 73
APRESENTAÇÃO
Na segunda parte apresentam-se 3 casos de estudo que sustentam este tema, casos
de como a arquitectura interage com o automóvel apresentando projectos de
arquitectura que se relacionam com o automóvel sendo designados como contentores
de automóveis, o seu reflexo define como o automóvel gera espaço.
This dissertation addresses the issue of how architecture and is manifested in the
automotive world, with the main objective to analyze, compare, and identify two
different creative processes that give rise to two human needs while developing a
parallel relationship between the morphology of a Car design with the architectural
world.
The first part of this paper explores the concepts of how architecture relates to the
production, industry and the machine in both areas presenting a brief historical notes
followed by other aspects and influences in architecture at the same time the evolution
of car design, comparing the two areas in this period of time and as the car shows
contamination in architecture..
In the second part 3 case studies are presented supporting this topic, as the case
architecture interacts with the car showing architectural designs that relate to motorcars
being referred to as containers, which defines its reflection as motor generates and
relates in space.
Finally, to finish present the academic work of the Unit Curriculum Project III was the
development of a Cultural Centre in support of the homeless in Lisbon, looking around
establish and identify some of the issues previously addressed in particular the concept
of aspect adopted that based on mass production.
Ilustração 1 - Citroen 2cv Artigo Di Redazione Pubblicato sul Canale Flaminio Bertoni.
1948 (Motorfull, 2013) ................................................................................................. 26
Ilustração 2 - Imagem da esquerda modelo Pontiac à escala 1936, (imagem 31 de 58)
imagem do centro modelo Chrysler airflow 1933, (imagem 41 de 58) imagem da direita
modelo Packard 120 coupe 1935, (imagem 50 de 58) (McGuire, 2012)...................... 27
Ilustração 3 - Esboços Mercedes Benz SLR Stirling Moss 2006. (Idsketching, 2009) . 28
Ilustração 4 - Harley Earl, GM stylist 1950. (James, 2007) .......................................... 37
Ilustração 5- Projecto do veículo de Paul Jaray à direita; à esquerda desenho técnico
do veículo, Paul Jaray. (Oagana, 2009) ...................................................................... 37
Ilustração 6- Castagna alfa pela tesla motors club 1915. (Wheels of Italy, 2005) ........ 38
Ilustração 7- Fiat 500 em 1960. (FiatClubPT.com, 2012) ............................................ 38
Ilustração 8- Flaminio Bertoni macchione editore. (Bertoni, 1997) .............................. 39
Ilustração 9- Norman Bel Geddes + Otto Koller à esquerda e Motor Car No.8 à direita,
1929. (Heitlinger, 2007) .............................................................................................. 40
Ilustração 10 - Cistália Itália 1946. (Gustavo. 2012) .................................................... 41
Ilustração 11 - Perfil de veículo em cunha Bizzarrini Manta à esquerda (Site-
Mechanics, 2012) e Alfa Romeo Carabo Jablonsk 1968 à direita. (Classicdriver.com,
2012) .......................................................................................................................... 42
Ilustração 12 - Ferrari Testarossa frente à esquerda e traseira à direita 1984. (Better
Parts, 2014?) .............................................................................................................. 43
Ilustração 13 - Evolução Mini 1959-2014 à esquerda e Volkswagen Beetle à direita
1938-2014. (Blog do Luxo, 2013) ................................................................................ 43
Ilustração 14- Geração de modelos Lamborguini 1916-2014. (Ilustração nossa, 2014)
................................................................................................................................... 45
Ilustração 15 - Casa Schroder, Rietveld à esquerda e respectivas plantas á direita
1924. (Cortês, Oliveira, 2011 ; RR, 2009) .................................................................. 47
Ilustração 16 - Vladimir Tatlin “The Monument to the Third International” 1920. (DPR-
Barcelona, 2009) ........................................................................................................ 48
Ilustração 17- Projecto Torre Cloud Props, El Lissitzky and Mart Stam 1924 e
Perspective, Diesel Punk. (Lissitzky, 2015) ................................................................. 48
Ilustração 18 - Pintura à esquerda de Piet Mondiren e à direita uma casa Wissioming
House Robert M. Gurney 1930. (Bontempo, 2012) ..................................................... 49
Ilustração 19 - Pavilhão alemão Ludwing Mies Van Der Rohe Barcelona 1929. (Arivo,
2012) .......................................................................................................................... 51
Ilustração 20 - Antonio Santélia, Central Electrica Arquitectura Futurista. (La città,
2012) .......................................................................................................................... 52
Ilustração 21 - Filippo Tommaso Marinetti, 1916 à esquerda (Algo Sobre Vestibular,
2012) à direita a sua arte (Ronchi, 2012) .................................................................... 54
Ilustração 22- Palácio de Cristal Londres 1851. (Reis, 2013) ...................................... 56
Ilustração 23 - Palácio de Westminster à esquerda (Held, 2011) e respectivo Plano do
Palácio Westminster à direita, Frederick Crace desenho original produzido por Charles
Barry. (Park, 2009) ..................................................................................................... 57
Ilustração 24- Casa Cascata de Frank Lloyd Wright à esquerda (Basulto, 2009) e
Chapelle Notre-Dame-du-Haut de Le Corbusier à direita, Paul Koslowski. (Fondation
Le Corbusier, 2011) .................................................................................................... 59
Ilustração 25 - Arquitecto Philip Cortelyou Johnson 1964. (Abdullah, et al., 2013) ...... 61
Ilustração 26 - Edifício da Bauhaus, Dessau, Walter Gropius, 1925. (Stiftung Bauhaus
Dessau, 2011) ............................................................................................................ 63
Ilustração 27 - Edifício da Bauhaus, Dessau, Walter Gropius, 1925. (Stiftung Bauhaus
Dessau, 2011) ............................................................................................................ 63
Ilustração 28- Karl Benz à direita e o primeiro automóvel à esquerda 1844. (Vallejo,
s.d.) ............................................................................................................................ 65
Ilustração 29 - Panhard e Levassor em 1884. (Stein, 2011)........................................ 66
Ilustração 30- Edificio Cadillac 1919 à esquerda (Getchell, 2014) Packard Dearlership
à direita, Albert Kahn, 1928. (Patton, 2010) ................................................................ 69
Ilustração 31- Packard Motor Car Albert Kahn 1905 à esquerda (The University of
Oklahoma, 2011) e actualidade Detroit Albert Kahn à direita. (Cialdella, 2008) .......... 70
Ilustração 32 - Edificio de Engenharia Ford Detroit Albert Kahn 1905. (Alter, 2008) ... 70
Ilustração 33 - Fábrica Ford Detroit, à esquerda exterior e à direita interior Albert Kahn
1909, Albert Kahn Architects. (Rappaport, 2012) ........................................................ 71
Ilustração 34 - Edificio de fábrica Lingotto de Fiat à esquerda e à direita topo do
edifício 1935. (Dias, 2010) .......................................................................................... 72
Ilustração 35 - Modulor de Le Corbusier à esquerda (Ilustração nossa, 2014) e Modulor
de Le Corbusier à direita 1946. (Lambert, 2012) ......................................................... 74
Ilustração 36 - Modulor de Le Corbusier 1946. (Le Corbusier, 2014) .......................... 75
Ilustração 37- Car designed by Le Corbusier, 1929. (Basulto, 2010) .......................... 77
Ilustração 38 - Interior do Lingoto Factory à esquerda e à direita o topo, Giacomo
Matte-Trucco, Turim Italia 1923. (Dias, 2010) ............................................................. 78
Ilustração 39 - Le Corbusier com o modelo Villa Savoye 1929. (Patrick, 2009)........... 79
Ilustração 40 - Villa Savoye 1931, Flavio Bragaia. (Kroll, 2010) .................................. 80
Ilustração 41 - Villa Savoye 1931, Flavio Bragaia. (Kroll, 2010) .................................. 81
Ilustração 42 - Planta R/C Le Corbusier’s Villa Savoye com a geometria derivada das
capacidades dos automóveis 1931. (Kroll, 2010) ........................................................ 82
Ilustração 43- Montagens da Villa Savoye 1931. (Paccara, 2013) .............................. 82
Ilustração 44 - Desenhos Tecnicos Villa Savoye 1931. (Ilustração nossa, 2012) ........ 83
Ilustração 45 - Pátio Villa Savoye 1931, Flavio Bragaia. (Kroll, 2010) ......................... 84
Ilustração 46 - Escadas Villa Savoye à esquerda e respectiva Rampa de acesso à
direita 1931, Flavio Bragaia. (Kroll, 2010) ................................................................... 84
Ilustração 47 - Sala Villa Savoye à esquerda e acesso ao estacionamento à direita
1931, Flavio Bragaia. (Kroll, 2010) .............................................................................. 84
Ilustração 48 - Maison Citrohan 1922. (Manaugh, 2008)............................................. 85
Ilustração 49 - Maison Citrohan 1922. (Freya Su, 2013) ............................................. 86
Ilustração 50 - Desenhos rigorosos Maison Citrohan 1922. (Crook, 2011).................. 87
Ilustração 51- Maison Citrohan 1922. (BOUZAIDI, 2014) ............................................ 88
Ilustração 52 - Maison Citrohan 1922. (Cooney, Esperdy, 2009) ................................ 88
Ilustração 53 - Diferentes perspectivas da Villa Stein, em que os carros aparecem em
cenas, Garches 1923. (Foundation Le Corbusier, 2011) ............................................. 89
Ilustração 54 - Planta baixa da Vila Savoye com Le Corbusier ao volante/ Zona de
estacionamento do Pavilhão Suiço 1923. (García Odiaga, 2014) ............................... 90
Ilustração 55 - Págs 124 e 125 de “Vers úne Architecture” de Le Corbusier 1923. (Le
Corbusier, 1995) ......................................................................................................... 91
Ilustração 56 - Edifícios na Weissenhof Siedlung comparado com as obras de Le
Corbusier e Mies vander Rohe com presença de automóveis 1923. (Farcia Odiaga,
2014) .......................................................................................................................... 91
Ilustração 57 - Garagem Auguste Perret Société Ponthieu-Automobile, rue de
Ponthieu, Paris, 1970. (Quintans, 2012) ..................................................................... 93
Ilustração 58 - Interior da Garagem Marbeuf Paris 1929. (Quintans, 2012) ................ 94
Ilustração 59 - Parque Eugenio Miozzi Autorimessa à esquerda e rampa de espiral à
direita Veneza 1934. (Henley, 2007) ........................................................................... 95
Ilustração 60 - Escultura de Arman “Long Term Park” 1976. (Arman Studio, 2008) .... 98
Ilustração 61 - Escultura de Arman “Long Term Parking” 1976. (Arman Studio, 2008) 99
Ilustração 62 - Escultura de Arman “Long Term Parking” 1976. (Arman Studio, 2008) 99
Ilustração 63 - Giacomo Mattè-Trucco 1930. (Valchiusella.org, 2009) ...................... 101
Ilustração 64 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea 1928. (McAleer, 2014) .................... 102
Ilustração 65 - Fábrica Fiat Lingotto perspectiva atual. (Ilustração nossa, 2013) ...... 102
Ilustração 66 - Fábrica Fiat Lingotto perspectiva actual, 2014. (Camber, Pneus e
Gasolina, 2013) ........................................................................................................ 103
Ilustração 67 - Fábrica Fiat Lingotto perspectiva actual, 2014. (Camber, Pneus e
Gasolina, 2013) ........................................................................................................ 104
Ilustração 68- Fábrica Fiat Lingotto perspectiva actual, 2014. (Camber, Pneus e
Gasolina, 2013) ........................................................................................................ 104
Ilustração 69 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea, 1928. (Camber, Pneus e Gasolina,
2013) ........................................................................................................................ 105
Ilustração 70 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea, 1928. (Camber, Pneus e Gasolina,
2013) ........................................................................................................................ 105
Ilustração 71 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea, 2012. (Camber, Pneus e Gasolina,
2013) ........................................................................................................................ 106
Ilustração 72 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea, 1928. (Camber, Pneus e Gasolina,
2013) ........................................................................................................................ 106
Ilustração 73 - Fábrica Fiat Lingottovista do penúltimo piso à esquerda e à direita a
curva do último piso, 2012. (Camber, Pneus e Gasolina, 2013) ................................ 107
Ilustração 74 - Fábrica Fiat Lingotto vista pista no terraço Turim, Itália 1916 – 1923.
(Wolfe, 2013) ............................................................................................................ 107
Ilustração 75 - Planta Fábrica Fiat Lingotto 1930. (Ramos-Carranza, 2014) ............. 108
Ilustração 76 - Desenhos Técnicos Fábrica Fiat Lingotto 1930. (Ramos-Carranza,
2014) ........................................................................................................................ 108
Ilustração 77 - Arquitecto Peter Kunz fotografia Dominic Mark Wehrli 2004. (Peter Kunz
Architektur, 2014) ..................................................................................................... 109
Ilustração 78 - Garagem num Jardim à esquerda vista da Vila e á direita vista da rua
Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014) ............................................................. 110
Ilustração 79 - Garagem num Jardim vista frontal Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti,
2014) ........................................................................................................................ 110
Ilustração 80 - Garagem num Jardim à esquerda acesso e à direita paisagem da vila
Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014) ............................................................. 111
Ilustração 81 - Garagem num Jardim Entrada à esquerda e vão à direita Peter Kunz,
Leonardo Finotti. (Finotti, 2014) ................................................................................ 111
Ilustração 82 - Garagem num Jardim Entrada pedonal em escada Peter Kunz,
Leonardo Finotti. (Finotti, 2014) ................................................................................ 112
Ilustração 83 - Garagem num Jardim interior Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti,
2014) ........................................................................................................................ 112
Ilustração 84 - Garagem num Jardim Exterior e interior lugar de estacionamento Peter
Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014) ...................................................................... 113
Ilustração 85 - Garagem num Jardim Exterior Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti,
2014) ........................................................................................................................ 113
Ilustração 86 - Garagem num Jardim Exterior à direita à esquerda o ambiente interior
Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014) ............................................................. 114
Ilustração 87 - Garagem num Jardim Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014) .. 114
Ilustração 88 - Garagem num Jardim Desenhos Técnicos. (Peter Kunz Architektur,
2014) ........................................................................................................................ 115
Ilustração 89 - Ben Van Berkel, co-fundador e principal arquitecto. (Unstudio, 2014)116
Ilustração 90 - Museu Mercedes-Benz. (Unstudio, 2014) .......................................... 117
Ilustração 91 - Museu Mercedes-Benz estrutura em corte 3D. (Unstudio, 2014)....... 117
Ilustração 92 - Museu Mercedes-Benz. (Unstudio, 2014) .......................................... 118
Ilustração 93 - Conceito Museu Mercedes-Benz. (Unstudio, 2014) ........................... 119
Ilustração 94 - Museu Mercedes-Benz. (Unstudio, 2014) .......................................... 119
Ilustração 95 - Museu Mercedes-Benz interior. (Unstudio, 2014) .............................. 120
Ilustração 96 - Museu Mercedes-Benz interior. (Unstudio, 2014) .............................. 120
Ilustração 97 - Museu Mercedes-Benz conceito. (Unstudio, 2014)............................ 122
Ilustração 98 - Museu Mercedes-Benz conceito e maqueta. (Unstudio, 2014) .......... 122
Ilustração 99 - Museu Mercedes-Benz maqueta à esquerda. (Unstudio, 2014) ........ 123
Ilustração 100 - Museu Mercedes-Benz vista da auto estrada. (Unstudio, 2014) ...... 124
Ilustração 101 - Museu Mercedes-Benz interior à esquerda rampa e à direita átrio.
(Unstudio, 2014) ....................................................................................................... 124
Ilustração 102 - Museu Mercedes-Benz Desenhos Rigorosos. (Unstudio, 2014) ...... 125
Ilustração 103 - Ortofotomapa da cidade de Lisboa Vale de Alcântara. (Google.Inc,
2014) ........................................................................................................................ 129
Ilustração 104 - Ortofotomapa do lugar do Projecto Lisboa Vale de Alcântara.
(Google.Inc, 2014) .................................................................................................... 130
Ilustração 105- Projectos académicos efectuados no Ano Lectivo 2012. (Ilustração
nossa, 2012) ............................................................................................................. 131
Ilustração 106 - Maquete do Projecto Centro Cultural de Apoio ao Sem Abrigo.
(Ilustração nossa, 2012) ........................................................................................... 132
Ilustração 107 - Desenhos Técnicos da Torre 1 Recepção. (Ilustração nossa, 2012) 132
Ilustração 108 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Corte á direita do Projecto.
(Ilustração nossa, 2012) ........................................................................................... 133
Ilustração 109 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Corte e Alçado á direita do
Projecto. (Ilustração nossa, 2012)............................................................................. 133
Ilustração 110 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Oorte á direita do Projecto.
(Ilustração nossa, 2012) ........................................................................................... 134
Ilustração 111 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Alçados á direita do Projecto.
(Ilustração nossa, 2012) ........................................................................................... 134
Ilustração 112 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Corte á direita do Projecto.
(Ilustração nossa, 2012) ........................................................................................... 135
Ilustração 113 - Desenho Técnico Planta da Cobertura à esquerda e Oorte e Alçado á
direita do Projecto. (Ilustração nossa, 2012) ............................................................. 135
Ilustração 114 - Maqueta Torre 3 à esquerda e Torres 1, 2 à direita. (Ilustração nossa,
2012) ........................................................................................................................ 136
Ilustração 115 – Maqueta à esquerda Frontal e à direita Traseiras. (Ilustração nossa,
2012) ........................................................................................................................ 136
Ilustração 116 - Maqueta à esquerda das 3 Torres e á direita Torre 3,2. (Ilustração
nossa, 2012) ............................................................................................................. 137
Ilustração 117 - Maqueta de Pormenor Torre 1 Recepção. (Ilustração nossa, 2012)137
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS
1. Introdução ............................................................................................................... 19
2. Arquitectura e automóvel ........................................................................................ 23
2.1. Arquitectura e a máquina ................................................................................. 32
2.1.1. Construtivismo .......................................................................................... 46
2.1.2. Futurismo Marinetti.................................................................................... 52
2.2. Arquitectura e produção ................................................................................... 55
2.2.1. Modernidade ............................................................................................. 55
2.2.2. Bauhaus .................................................................................................... 62
2-3- Arquitectura e a indústria ................................................................................. 65
2.3.1. Le Corbusier Villa Savoye/ Maison Citrohan.............................................. 72
2.3.2. Primeiros parques de estacionamento ...................................................... 92
3. Casos de estudo ................................................................................................... 101
3.1. Fábrica Fiat, Itália........................................................................................... 101
3.2. A garagem num jardim, Suiça ........................................................................ 109
3.3. Museu Mercedes Benz, Alemanha ................................................................. 116
4. Relação estreita com projecto prático ................................................................... 127
4.1. Programa e ideia ............................................................................................ 127
4.2. Espaço e relação ........................................................................................... 128
4.3. Projecto Centro Cultural de Apoio ao Sem Abrigo, Lisboa ............................ 131
5. Considerações finais............................................................................................. 139
Referências .............................................................................................................. 141
Bibliografia ................................................................................................................ 151
Relações e Contaminações entre o Design Automóvel e a Arquitectura
1. INTRODUÇÃO
No que diz respeito ao automóvel que tem uma idade sensívelmente jovem em relação
à arquitectura, considera se o seu tempo de vida desde a sua invenção em finais do
séc. XIX até aos dias de hoje para estabelecer tempos e acontecimentos que reúnem
aspectos que enquadram estas duas temáticas ao longo da história. Neste período se
pretende perceber o que foi desenvolvido, tanto na arquitectura nomeadamente
questionar e situar os períodos que ocorreram mudanças em termos de mentalidades
e doutrinas e no design automóvel se pretende investigar a sua história e
desenvolvimento a par dos acontecimentos da arquitectura.
Para sedimentar esta investigação observamos três projectos que constituem os casos
de estudo, que podem ser designados e encarados por contentores de automóveis
para perceber e compreender como a arquitectura se relaciona com o automóvel,
nomeadamente num museu, numa fábrica e num parque de estacionamento onde o
automóvel é o tema principal da arquitectura sustentando as ideias que foram
defendidas na primeira parte da dissertação.
2. ARQUITECTURA E AUTOMÓVEL
padronizado que vivenciam um outro espaço mais amplo onde a arquitectura tem que
acomodar esse “corpo” espacialmente, segundo as suas dimensões e proporções.
Em meados dos anos 70 tudo parecia ser possível na arquitectura, mesmo o que
anteriormente era considerado como impróprio. Da coluna até à cobertura plana, das
tubagens de ventilação fortemente coloridas até ao revestimento caro em mármore, ao
lado das condutas de ar condicionado, de repente passou a ser possível misturar e
ligar tudo. O que tinha começado no inicio dos anos 60 como um leve protesto contra o
funcionalismo todo poderoso do Modernismo, tornou-se nos anos 70 num tumulto
desenfreado: um regresso aos estilos que dividiu não só os arquitectos, mas também
toda a sociedade, e se prolongou pelos anos 80. (Jurgen-Tietz, 2008, p. 86)
Por volta de 1914, a forma do veículo moderno se tornou diferente da forma das
carroçarias com cavalos. Designers e arquitectos alemães foram importantes nessa
transformação nos anos próximos da 1ª guerra mundial, na medida em que trouxeram
o conceito da simplicidade visual, adaptando-a ao automóvel, removendo soldaduras e
detalhes estranhos. A ideia do veículo detendor de uma estética própria e
personalizada era motivo de discussões nos círculos de arquitectura e design.
1 A Fabrica Italiana Automobili Torino (FIAT) fundada em 1899, foi um dos maiores fabricantes de
automóveis do mundo, com sede mundial na cidade de Turim, norte da Itália.
Fazem parte do Grupo Fiat, as marcas de automóveis FIAT, Ferrari, Alfa Romeo, Maserati, Chrysler,
Jeep, Dodge, Lancia, Autobianchi, Innocenti, Abarth, OM, Iveco, CNH, New Holland, Flexy-Coils, FIAT-
Hitachi, Case, FIAT-Allis. É proprietária da equipa da Juventus FC, bastante popular da Itália.
2 Dante Giacosa nasceu em Turim (1905 - 1996) foi um engenheiro e designer italiano que foi
fabricante italiana Fiat 1955-1969. Medindo apenas 3,22 m (10 pés 7 polegadas) de comprimento, que foi
o primeiro motor traseiro Fiat
4 Sir Alexander Arnold Constantine Issigonis (1906 —1988) foi um designer de automóveis greco-
britânico, famoso pela sua influência em diversos modelos, especialmente o Mini, lançado pela British
Motor Corporation (BMC) em 1959.
5 A British Motor Corporation Limited (BMC) foi um corporação do Reino Unido, que fabricava veículos
formada no início de 1952, para dar efeito a uma fusão acordada dos negócios Morris e Austin.
6 O Mini é um carro econômico produzido pela British Motor Corporation (BMC), desde 1959 até 2000. O
original é considerado um ícone britânico da década de 1960. O seu layout tinha tracção dianteira e
demonstrava uma economia de espaço que permite que 80 % da área do piso do carro possa ser usado
para passageiros e bagagem. Este modelo influenciou uma geração de fabricantes de automóveis.
Um veículo que foi apontado como exemplo da filosofia da escola Bauhaus, foi o
Citroen 2CV7 lançado para o mercado em 1948 e desenhado por Flaminio Bertoni8, um
Italiano com formação em escultura.
Ilustração 1 - Citroen 2cv Artigo Di Redazione Pubblicato sul Canale Flaminio Bertoni. 1948 (Motorfull, 2013)
Reflectindo, a forma do automóvel além de ter que ser funcional, tinha também que ser
atractiva, tal como na Bauhaus em que artistas e designers trabalhavam juntos
assegurando que as suas criações eram funcionalmente correctas, mas também que a
sua forma traduzia isso mesmo.
7
O Citroën 2CV (deux chevaux -dois cavalos, em francês) é um automóvel de baixo custo da montadora
Citroën. Produzido entre 1948 e 1990, foi um dos modelos mais populares da marca; mais de 5 milhões
de unidades foram vendidos, nas versões sedã e caminhonete. 1 . O ultimo modelo do 2CV foi produzido
em Mangualde. Os últimos 50 2CVs, produzidos no dia 27 de Julho de 1990, tiveram direito a um
Certificado emitido pela Citroën Lusitânia, atual PSA, Peugeot-Citroën Mangualde em Portugal.
8 Flaminio Bertoni (Masnago, Itália, 10 de janeiro 1903 - Paris, França, 07 fevereiro de 1964) foi um
designer de automóveis dos anos que precederam a II Guerra Mundial até sua morte em 1964. Antes de
seu trabalho em design industrial, Bertoni foi um escultor. Trabalhando na Citroën por décadas, Bertoni
projetou o Traction Avant (1934), 2CV, o H van, o DS, eo Ami 6. O DS foi muitas vezes expostos em
vitrines de design industrial, como o 1957 Trienal de Milão Exposição.
conceitos de design foram tão eficientes que tornaram certos automóveis em ícones
culturais de uma determinada época.
A primeira geração de “designers” era formada no início por pessoas com vasto leque
de conhecimentos e habilidades, que entregavam o seu amor e paixão ao automóvel.
Artistas com jeito para mecânica, engenheiros com algumas noções de estética ou
simplesmente artesãos com talento universal. Eram pensadores livres com grande
diversidade de conhecimento, tendo vivido numa altura em que era possível que uma
única pessoa determinasse a estética de um automóvel. Neste aspecto se assemelha
à arquitectura.
Depedendo do país, o design por vezes assume contornos bastante distintos, por
exemplo, os automóveis desenhados nos E.U.A., são concebidos ao extremo, são
grandes e excêntricos. Da Alemanha chegam automóveis caracterizados por um
design racional, severo e consistente. Já os automóveis italianos ajudaram a construir
a grande reputação que Itália tem relativamente ao bom design. O estilo deles é
clássico-elegante, radical-chic ou racional e belo, a obsessão pela beleza formal, fez
de Itália escola ideal na área do design.
Ilustração 2 - Imagem da esquerda modelo Pontiac à escala 1936, (imagem 31 de 58) imagem do centro modelo Chrysler airflow 1933,
(imagem 41 de 58) imagem da direita modelo Packard 120 coupe 1935, (imagem 50 de 58) (McGuire, 2012)
A partir dos anos 90, a forma dos automóveis sofreram grandes alterações, muitas
vezes devido ao uso de ferramentas computacionais, apoiadas no desenho e
ferramentas de modelação tridimensional que vão testando no ecrã as formas obtidas
nos esboços em papel.
O design automóvel actual exige que sejam equacionados vários factores: a função do
veículo, o Mercado, a produção, a distribuição, a promoção, a redução de peso, o
aumento da segurança, a ergonomia e as preocupações ambientais.
Este trabalho cientifico tem como objectivo, comparar o trabalho dos designers de
automóveis ao trabalho dos arquitectos e analizar as relações que o automóvel
enquanto máquina, provoca na arquitectura.
Ilustração 3 - Esboços Mercedes Benz SLR Stirling Moss 2006. (Idsketching, 2009)
O desenho surgiu com novas formas e detalhes, tudo é pensado e desenhado com
detalhe e como se fosse um produto singular, desde o interior dos faróis até todas as
peças do seu interior, as formas são trabalhadas plasticamente. Os faróis deixaram de
estar posicionados na horizontal e assumem agora grande destaque em toda a frente
do automóvel. Os interiores dos faróis são desenhados cuidadosamente. O corpo é
modelado com intensidade o que proporciona mais carácter aliado a uma comunhão
entre superficies rectas e cantos arredondados, uma linha de cintura elevada e
redução de superfície vidraçada acentuam a segurança e a solidez. Esta foi
abordagem estilistica usada por exemplo, no desenvolvimento do lamborguini
Murcielago9 e lamborguini gallardo10 que alcançou grande sucesso devido à sua
grande simplicidade formal.
9 O Murciélago é um modelo desportivo que foi apresentado pela Lamborghini em 2001 em substituição
do famoso Lamborghini Diablo.
10 O Gallardo é o modelo "de entrada" da Lamborghini, foi lançado em 2004. É o primeiro modelo da
Director de Design da Volkswagen desde 22 de julho 2011. Foi educado em vários países sul-americanos
e africanos antes de estudar engenharia industrial em Bruxelas e design de transportes na Suíça.
12 Valência é a Terceira cidade mais populosa da Espanha, com 800 666 habitantes no município e 1 738
Actualmente os automóveis tendem a ser vistos como um todo, como um corpo, como
uma unidade. Esta mesma noção de unidade é também procurada na evolução de um
projecto de arquitectura, logo existe um aspecto muito forte em comum entre
arquitectura e o automóvel. Patrick Le Quement14 reconhece a importância da imagem
de determinados monumentos arquitectónicos como o Museu Guggeenheim15 em
Bilbao do arquitecto Frank Gehry que procuram alinhar o design automóvel com estes
campos culturais que serviram de fonte de inspiração para novas formas no design
automóvel. Surge um novo desenho apoiado no desconstrutivismo16, como transição
entre arte e arquitectura. Le Quément foi o primeiro director de Design de uma marca
com formação como designer. Todos os outros eram pessoas com grande
capacidade, mas que se apoiavam mais na intuição do que numa verdadeira
metodologia formal nas suas criações. Os designers olharam também para o passado
e muitas das soluções de design actuais são uma interpretação actual de formas dos
anos 50 e 60.
larga influência na arte e cultura de todo o ocidente até meados do século XIX. Teve como base os ideais
do Iluminismo e um renovado interesse pela cultura da Antiguidade clássica, defendendo o equilíbrio e
idealismo como uma reação contra os excessos decorativistas e dramáticos do Barroco e Rococó.
Alguns automóveis do passado foram tão especiais que mereceram voltar à ribalta.
Esta nova abordagem surge no ano de 2000 e é como se fosse um resurgimento de
um determinado veículo do passado. O veículo é redesenhado o mais fiel possível ao
desenho original, adaptando-se algumas caracteristicas dos tempos modernos. Estes
veículos ganham novamente vida, por um lado mantêm toda a alma e carisma que
possuíam no passado, por outro lado são desenvolvidos com a mais recente
tecnologia automóvel. Permitem às marcas demonstrar que nem todos os valores do
passado são obsoletos, se estes forem interpretados com novos “ condimentos”
podem resultar em veículos modernos esteticamente, temos como exemplo o
Mercedes Benz SLS19
Todos estes aspectos são comparados aos métodos e aos processos projectuais na
arquitectura. Com a entrada no séc. XXI, novas iniciativas são visíveis no design
automóvel, especialmente nos concept cars, que se relacionam com a arquitectura na
medida em que nesta área elaboram-se estudos, esquissos e modelos tridimencionais
(maquetas).
Muitos Concept cars20 actuais são estruturados em novas direcções, as portas abrem
de uma maneira pensada e os interiores mostram um alto nível de flexibilidade. Muitos
protótipos do séc. XXI aplicam a ideia do carro ser um “espaço aberto” possível de ser
personalizado pelos seus proprietários.
novo estilo e / ou novas tecnologias. Eles são frequentemente mostrado em salões automóveis para
medir a reação do cliente para projetos novos e radicais que podem ou não ser produzidos em massa.
O automóvel há muito que faz parte do imaginário social das culturas industriais,
sendo assim um dos principais sonhos de consumo, principal conquista, quem não o
possui, o deseja e quem já tem um, quer outro melhor ou outros mais. Qualquer
individuo que viva numa sociedade capitalista se encontra nesse âmbito aquisitivo. As
caracteristicas utilitárias do automóvel, muito contribuem para que ele seja almejado
ou efetivamente consumido pois revela uma alta viabilidade para percorrer médias e
grandes distâncias devido a ser um importante recurso de exploração espacial
diminuindo o tempo para se transportar de um lugar para outro. È um objecto de
exímia utilidade, evitando transportes colectivos, possibilitando mais conforto para
O carro exerce um papel dentro da sociedade que amarra a vários outros valores
abstratos que o fazem ser querido. Seus significados dentro da cultura moderna
relacionam identidades sociais, segmentações de grupos, estratificações individuais e
coletivas, sexualidade, percepções de tempo e espaço, arte, hábitos, costumes,
tradições, entre tantos outros aspectos culturais.
21 Guillermo Giucci nasceu no Uruguai em 1965, professor do Instituto de Letras da Uerj e doutorado
pela Universidade de Stanford, sempre ficou intrigado com a paixão revelada por certos motoristas pelo
automóvel. Foi investigando essa e outras relações entre o homem e a máquina que ele escreveu A vida
cultural do automóvel, um ensaio sobre a história do automóvel vista sob o impacto do boom da indústria
automobilística na cultura. Giucci mostra como a biografia de um automóvel depende do contexto cultural
em que o veículo se insere: da forma como é adquirido ao modo como é descartado, dos usos e
passageiros que recebe às oficinas e estradas por onde passa. Um passeio pelo que essa máquina
fascinante tem de mais humano e cruel.
Após esta citação deduzimos que a questão dos bens de consume automóvel e casa,
são marcados como posses privadas no topo das mais revelantes. Tal elevação de
valores não se dá sobremaneira através do vinculo utilitário que proporcionam tanto a
moradia residencial quanto a mobilidade automobilística, mas por meio das
perspectivas em que esses bens são “vistos” ou percebidos pela sociedade. Sob as
considerações de visibilidade social que os bens ganham, o carro consegue sobrepôr
pelo seu carácter de circulação pública e portanto, de passagem pelos olhos das
pessoas. Para Baudrillard22 (1973) não percebe uma linha divisória entre essas duas
aquisições da vida moderna, encarando a casa não somente como imóvel em si, mas
como um conjunto dos objectos que compõem um sistema residencial, dentre eles o
automóvel. Para ele o automóvel é uma extensão do conjunto interno que conjectura a
arquitectura da casa, ou seja, para o sociólogo, o automóvel estende o sistema de
objectos que configuram o domínio privativo de bens que mantemos na nossa
residência. Segundo ele, a casa:
[...] é o campo privado da habitação que reúne a quase totalidade dos nossos objectos
do quotidiano. O sistema todavia não se esgota no interior doméstico. Comporta um
elemento exterior que constitui por si só uma dimensão do sistema: o automóvel (1973,
p. 73).
Para ele a importância desses dois bens de consumo se impõe mais como uma
articulação conjunta e reciprocamente interferente entre eles do que, como objectos
independentemente significativos.
Com isto, quer dizer que ao abordarmos um termo utilizado no léxico automobilístico
dos fabricantes e usuários de carros, que designa o espaço onde fica o motorista e os
passageiros: o Habitáculo. Ele faz referência ao local, no automóvel, onde eles
“habitam” enquanto estão conduzindo-o. Esse termo tem relação com “Habitação”, que
lembra casa ou lar. Esse aspecto salienta um parelismo entre:
22Jean Baudrillard (1929 -2007) foi um sociólogo e filósofo francês, desenvolveu uma série de teorias
que remetem ao estudo dos impactos da comunicação e transporte na sociedade e na cultura
contemporâneas.
Segundo Giucci, ele era um símbolo de distinção, tal como acontecia com um palácio
na arquitectura, o “automóvel-jóia” uma espécie de cartão de visitas.
[...] A pátina funcionava também como propriedade simbólica explorada com propósitos
sociais, pois funcionava como “mensagem de status” de um objecto.” A vida cultural do
automóvel (Giucci, 2004 p.74).
Contudo esta máquina moderna não tem só uma forte ligação somente com pessoas
das camadas socioeconómicas médias, mas também com as altas, pois o carro
também reproduz a sua posição social com modelos de maior padrão de luxo e
tecnologia. Tal como acontece na arquitectura, projectos contemporâneos e modernos
contra projectos de carácter normal e sem nenhuma quanlidade e criatividade.
24 Harley J. Earl (1893-1969) era o chefe inicial de Design da General Motors, tornando-se
posteriormente Vice-Presidente, o primeiro executivo de topo já nomeado em Design de uma grande
corporação na história americana. Ele era um desenhador industrial e um dos pioneiros do design de
transporte moderno. Fabricante de carroçarias de profissão, Earl foi pioneiro no uso de desenhar à mão
livre modelos de barro esculpidas como técnica de exploração do design de automóveis.
forma, a “secção de arte e cor”, pois percebeu que depois do automóvel estar
acessível a todos, os Americanos queriam agora mais emoção e viam o automóvel um
meio de expressar os seus modos e estilos de vida. Estava então criada a primeira
secção de design e desenvolvimento da indústria automóvel trazendo o luxo dos
automóveis do dia-a-dia e um novo patamar estético desta máquina com a ideia de
combinar automóveis e aviões.
Ilustração 5- Projecto do veículo de Paul Jaray à direita; à esquerda desenho técnico do veículo, Paul Jaray. (Oagana, 2009)
25 Paul Jaray nasceu em Viena, (1889-1974), foi um engenheiro mecânico e aerodinamicista austríaco.
Ilustração 6- Castagna alfa pela tesla motors club 1915. (Wheels of Italy, 2005)
26 Castagna surgiu em 1939 perfil profissional e lista completa de arquitetura e design de projetos
27 Alfa Romeo é um fabricante italiano de automóveis, fazendo parte do grupo Fiat desde 1987 mas foi
fundada em 1910 em Turim Itália.
28 Arte Nova (1892-1914) Europa, final do séc. XIX, antes da guerra, a Europa detinha muita riqueza, as
classes mé dia e alta, tanto a burguesia como a nobreza, podiam investir em pequenos objectos
decorativos, para poder afirmar a sua posição social
29 Carrozzeria Pininfarina é uma empresa italiana ligada ao sector das carroçarias para automóveis com
sede em Turim, Itália. Foi fundada em 22 de maio de 1930 com o nome Carrozzeria Pinin Farina pelo
segundo mais novo de uma família de onze irmãos de nome Giovanni Battista "Pinin" Farina. (a alcunha
"Pinin" significa "o pequeno" em dialecto de piemonte).
30 Fiat 500 (Cinquecento) foi um modelo de carro produzido pela montadora Italiana da Fiat entre 1957 e
Durante duas a três décadas a forma dos automóveis foi influenciada pelos princípios
científicos da aerodinâmica, o que melhorou esse aspecto do automóvel pois começou
apresentar-se com cantos arredondados, superfícies curvas, laterais baixas um
aspecto mais angular, eliminando detalhes. Outra personalidade que se dedicou ao
estudo do design foi Bell Geddes35
32 Citroën é uma fabricante de automóveis francesa fundada em 1919 por André Citroën e hoje faz parte
da PSA Peugeot Citroën. Sua sede é situada em Paris.
33 O Citroën 2CV (deux chevaux -dois cavalos, em francês) é um automóvel de baixo custo da Citroën.
Produzido entre 1948 e 1990, foi um dos modelos mais populares da marca; mais de 5 milhões de
unidades foram vendidos, nas versões sedan e van. O ultimo modelo do 2CV foi produzido em
Mangualde.
34 Flaminio Bertoni nasceu em Itália (1903 -1964) foi um designer de automóveis dos anos que
precederam a II Guerra Mundial até sua morte em 1964. Antes do seu trabalho em design industrial,
Bertoni foi um escultor. Trabalhando na Citroën por décadas, Bertoni projetou o Traction Avant (1934),
2CV, o H van, o DS, eo Ami 6. O DS foi muitas vezes expostos em vitrines de design industrial, em 1957
na Trienal de Milão.
35 Norman Bel Geddes Melancton (1893 - 1958) foi um designer teatral e industrial americano focado na
Ilustração 9- Norman Bel Geddes + Otto Koller à esquerda e Motor Car No.8 à direita, 1929. (Heitlinger, 2007)
O automóvel assim seria visto como peça de arte, pois todos perceberam o poder do
design, como técnica de criar uma imagem moderna de luxo e prestígio, que estava
virado para o futuro. Havia construtores de carros de luxo tanto nos E.U.A como na
Europa mas a Inglaterra tinha o maior número de empresas produtoras de veículos de
luxo para a alta sociedade como a Rolls Royce, Bentley36, Aston Martin37, e na
restante Europa a Daimler38, Maybach39, Bugatti40 entres outras.
Battista Farina41, foi um dos grandes impulsionadores desta prática, desde cedo
começou a tratar o design automóvel como um ofício. Interessado na influência da
natureza nas formas dos artefactos, desenvolveu os seus desenhos recorrendo a
formas fluidas com inspiração quer na natureza quer na aerodinânima. Em 1930,
fundou a empresa pininfarina42 do qual desenhou o Cistália43, que se tornou o primeiro
carro em exposição permanente no Museu de Arte Moderna em Nova Iorque, tendo
sido descrito como <<a mais bela expressão de beleza e simplicidade no campo
automóvel>>.
36 Bentley Motors Limited é uma empresa automóvel britânica de automóveis de luxo fundada 1919 pelo
engenheiro britânico Walter Owen Bentley (1888-1971). Actualmente faz parte da Volkswagen.
37 Aston Martin oficialmente Aston Martin Lagonda Limited, é uma fabricante britânica de automóveis
fusão entre a antiga Daimler Benz e a norte-americana Chrysler. Actualmente, é considerada o 2ª-maior-
fabricante-de caminhões e a 13ª maior fabricante de automóveis.
39 A Maybach é uma fabricante de automóveis de alto luxo pertencente ao grupo industrial Daimler AG.
Também faz parte do Mercedes Car Group e o grau de conforto e luxo das suas viaturas é superior ao
das fabricadas pela sua irmã Mercedes Benz.
40
Bugatti automobiles S.A.S é uma marca de automóveis fundada por Ettore Bugatti em 1909, com
sede na cidade francesa de Molsheim, na Alsácia.
41 Giovanni Battista "Pinin" Farina (1893 - 1966) Lausanne, foi Fundador da Companhia pela Carrozzeria
Industriale Sportiva Italia", um conglomerado empresarial fundado em Turim em 1946 e controlado pelo
rico industrial e desportista Piero Dusio. O Cisitalia 202 GT de 1946 é bem conhecido no mundo como
uma "escultura rolante”
Forma de Cunha - A forma dos veículos tornou-se mais angulosas e gráficas, com
cores mais brilhantes, iniciando a era dos automóveis com frente em forma de cunha,
tornando-se mais largos, mais baixos com linhas angulares e traseira em diagonal. A
parte frontal do automóvel foi basicamente eliminada em termos de desenho, iniciando
a moda dos automóveis desportivos. Começou-se a utilizar fárois escamoteáveis o
que tornava a frente mais indiferenciada de marca para marca. Esta mudança no
desenho sugeria dinâmica, aerodinâmica e velociadade para acompanhar o
movimento artistico Futurismo que influenciou a arquitectura também e que será
referido mais adiante.
Temos como exemplo os seguintes modelos Lancia Stratos44 1968, Bizarrini Manta45
1970, Lamborguini Countach46 1971.
Ilustração 11 - Perfil de veículo em cunha Bizzarrini Manta à esquerda (Site-Mechanics, 2012) e Alfa Romeo Carabo Jablonsk 1968 à
direita. (Classicdriver.com, 2012)
Estilo Gráfico – iniciou-se nos anos 70 até meados dos anos 90 tendo como
precursor principal Pininfarina que desenvolveu uma abordagem própria chamada
“corte a Fontana”, que consistia na divisão lateral em duas partes, sendo a parte
superior em metal pintado e a parte inferior em material plástico negro. O plásticos
támbem eram usados como material dominante na frente, em certos componentes
como espelhos retrovisores e puxadores de portas.
44 O Lancia Stratos HF (Tipo 829), foi um carro feito pela fabricante de automóveis italiana Lancia. O HF
significa High Fidelity. Era um carro de rali de muito sucesso, ganhando o Campeonato Mundial de Rali
em 1974, 1975 e 1976.
45 Bizzarrini SpA era um fabricante de automóveis na década de 1960. Fundada pelo ex-Alfa Romeo,
Ferrari e engenheiro ISO, Giotto Bizzarrini, a empresa construiu um pequeno número de desportivos.
46 Lamborghini Countach é um supercarro de motor central que foi produzido pela montadora italiana
Lamborghini em 1974-1990. Seu design é pioneiro e por ser acentuadamente inclinado em forma de
cunha popular em muitos carros desportivos de alto desempenho.
47 Giorgetto Giugiaro nasceu em 1938 em Garessio, Cuneo, Piedmont. Foi um designer de automóveis
é a terceira maior fabricante de automóveis do mundo e tem a sua sede mundial na cidade de Wolfsburg.
O Grupo Volkswagen, além da marca Volkswagen, é também proprietário das marcas Audi, Bentley,
Bugatti, Ducati, Lamborghini, Seat, Porsche, Skoda, MAN e Volkswagen Caminhões, Scania e Suzuki.
Ilustração 12 - Ferrari Testarossa frente à esquerda e traseira à direita 1984. (Better Parts, 2014?)
As formas do automóvel apartir dos anos 90, assumiram caminhos distintos, com um
conjunto de novas abordagens, todas elas válidas, sem que existisse uma norma ou
regra que determine qual a melhor tendência, um desenho com linhas arredondadas e
orgânicas estavam outra vez em grande, como por exemplo o Dodge Viper 51 com
aspecto musculado e linhas arredondadas, parecia ter mais a ver com um animal do
que com uma máquina. Alguns dos automóveis do passado existem com nome e
aspectos idênticos, mas numa construção totalmente nova, isto é adaptada ao
automóvel moderno ou seja uma interpretação contemporãnea.
Ilustração 13 - Evolução Mini 1959-2014 à esquerda e Volkswagen Beetle à direita 1938-2014. (Blog do Luxo, 2013)
construído pela Ferrari. Teve a sua produção iniciada em 1984 e foi lançado como o sucessor do Ferrari
Berlinetta Boxer. O estúdio Pininfarina desenhou o carro originalmente produzido de 1984 até 1991
51 O Viper SRT (anteriormente o Dodge Viper antes do ano-modelo 2013) é um automóvel desportivo
fabricado pela Dodge (SRT após 2013) divisão da Chrysler. A produção deste dois lugares começou em
New Mack, em 1991.
Alguns dos veículos do passado existem com nome e aspectos idênticos, mas numa
construção totalmente nova, isto é adaptada ao automóvel moderno. São automóveis
que herdaram do passado algumas caracterirticas formais, mas que utilizam na sua
construção uma tecnologia totalmente moderna. Este aspecto relaciona-se
completamente com um certo revivalismo que surge com uma interpretação
contemporânea que tambem está presente na arquitectura.
52 O diodo emissor de luz também é conhecido pela sigla em inglês LED (Light Emitting Diode). A sua
funcionalidade básica é a emissão de luz em locais e instrumentos onde se torna mais conveniente a sua
utilização no lugar de uma lâmpada.
53 Xenon é um elemento químico com o símbolo Xe e número atômico 54. É um gás incolor, pesado, gás
alto desempenho para competir com a Ferrari com sede no município Modena de Sant'Agata Bolognese.
A companhia, que foi fundada em 1963 por Ferruccio Lamborghini (1916–1993) como uma filial da sua
bem-sucedida fábrica de tratores Lamborghini Trattori S.p.A., atualmente a Volkswagen AG e tem como
subsidiaria a Audi AG onde intercambia tecnologias entre Audi R8 e os modelos mais recentes do
Lamborghini.
55 A Mercedes-Benz uma marca alemã de automóveis pertencente ao grupo Daimler AG criada em 1924
resultado de uma fusão entre a Benz & Cia. e a Daimler. É a mais antiga empresa de automóveis e
veículos comerciais da Alemanha e do mundo. Esta produz automóveis, caminhões, autocarros, e os
seus próprios motores.
Criada em 1871, a Benz & Cia foi a maior empresa criada pelo alemão Karl Benz. A Daimler foi fundada
por Gottlieb Daimler e pelo seu parceiro Wilhelm Maybach em 1890.
56 Bruno Sacco nascido em Udine (1933) é um designer de automóveis italiano que serviu como chefe de
estilo da gigante alemã de automóveis Daimler-Benz entre 1975 e 1999. Ele é reconhecido como um dos
maiores designers da história automóvel.
2.1.1. CONSTRUTIVISMO
[…] a Casa Shroder era inovadora e fora do vulgar, com a sua cobertura plana em
lugar do tradicional telhado de duas águas ou de quatro águas, torna-se especialmente
patente através do contraste estabelecido com a arquitectura convencional das casas
em banda que são rematadas num dos seus pelo projecto de Rietveld. Entre as
inovações radicais da Casa Shroder contam-se as fachadas que provocaram a
sensação, com o seu reboco liso pintado de branco e as superficies das paredes que
se intersectam, penetrando o espaço, assim como as frentes generosamente
envidraçadas. (Tietz, 2008, p. 34)
57
Antoine Pevsner (1886 -1962) foi um escultor bielorrusso e o irmão mais velho de Pevsner e Naum
Alexii Gabo. Ambos Antoine e Naum são considerados pioneiros da escultura do século XX. Pevsner
nasceu em Klimavichy, Belarus e foi um dos criadores do Construtivismo e pioneiro da Arte Cinética. Ele
foi um dos primeiros a usar o maçarico em escultura, soldagem hastes de cobre em formas esculturais
emitindo o Manifesto Realista em 1920.
58 Naum Gabo (1890-1977) nasceu em Waterbury e foi um escultor russo que se destacou no Movimento
administração da educação pública e pela maior parte das matérias relativas à cultura. Em 1946, foi
renomado como Ministério de Educação.
Ilustração 15 - Casa Schroder, Rietveld à esquerda e respectivas plantas á direita 1924. (Cortês, Oliveira, 2011 ; RR, 2009)
movimento construtivista.
62 Vladimir Tatlin, nasceu na Rússia (1885 -1953) foi um pintor, escultor e arquiteto ucraniano. Foi o
Ilustração 16 - Vladimir Tatlin “The Monument to the Third International” 1920. (DPR-Barcelona, 2009)
Outro projecto intrigante da época foi projectado por El Lissitzky63 e por Mart Stam64
como podemos verificar na citação seguinte:
Ilustração 17- Projecto Torre Cloud Props, El Lissitzky and Mart Stam 1924 e Perspective, Diesel Punk. (Lissitzky, 2015)
63 Lazar Markovich Lissitzky 1890 – 1941, conhecido pelo pseudónimo El Lissitzky nasceu na Rússia e
foi um artista, designer, fotógrafo, tipógrafo e arquiteto.
64 Mart Stam (1899-1986) foi um arquiteto holandês, urbanista e designer de móveis. Stam foi
Ilustração 18 - Pintura à esquerda de Piet Mondiren e à direita uma casa Wissioming House Robert M. Gurney 1930. (Bontempo, 2012)
No pátio de honra do Louvre, uma pirâmide de vidro, aparentada na sua forma aos
modelos do Antigo Egipto, do arquitecto nova-iorquino Leoh Ming Pei, anuncia as
profundas alterações que tornaram necessária uma intervenção maciça no património
histórico deste significativo complexo. A elegância vítrea da obra, celebrada como
super ou ultra moderna, contraste orgulhosamente com o barroco maciço do Louvre.
(Tietz, 2008, p. 91)
65 Pieter Cornelis Mondrian, conhecido por Piet Mondrian (1872-1944) foi um pintor Holandês
modernista. Criou o movimento artístico Neoplasticismo e colaborou com a revista De Stijl e depois com
as formas da pintura concreta que influenciaram a arquitectura da época.
Do ponto de vista das artes plásticas, usando uma acepção mais ampla da palavra,
toda a arte abstrata geométrica do período (décadas de 1920, 30 e 40) pode ser
chamada de construtivista (o que inclui as experiências artísticas na Bauhaus, o
Neoplasticismo e outros movimentos similares).
66
Kazimir Severinovich Malevich nasceu em São Petersburgo (1878 –1935) foi um pintor abstrato
soviético. Fez parte da vanguarda russa e foi o mentor do movimento conhecido como Suprematismo.
67 Aleksandr Mikhailovich Rodchenko nasceu em São Petersburgo (1891-1956) e foi um artista
plástico, escultor, fotógrafo e designer gráfico russo, um dos fundadores do construtivismo russo e design
moderno russo.
68 Theo van Doesburg (1883 -1931) foi um artista plástico, designer gráfico, poeta e arquitecto Holandês.
Barcelona, assinada por Mies van der Rohe70, que não era um neoplástico de raiz,
mas era sem dúvida o arquitecto mais equipado para estes altos vôos abstratos.
Ilustração 19 - Pavilhão alemão Ludwing Mies Van Der Rohe Barcelona 1929. (Arivo, 2012)
70 Ludwig Mies van der Rohe (1886 —1969) foi um arquiteto alemão naturalizado americano,
considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, sendo geralmente colocado no mesmo
nível de Le Corbusier ou de Frank Lloyd Wright. Foi professor da Bauhaus e um dos criadores do que
ficou conhecido por International style.
Ilustração 20 - Antonio Santélia, Central Electrica Arquitectura Futurista. (La città, 2012)
71 Filippo Tommaso Godoy Marinetti (1876-1944) foi um escritor, poeta, editor, ideólogo, jornalista e
ativista político italiano. Foi o iniciador do movimento futurista, cujo manifesto publicou no jornal parisiense
Le Figaro, a 20 de fevereiro de 1909.
Os futuristas italianos fizeram experiências diferentes das dos cubistas no que se refere
à decomposição da evolução do movimento em sequências temporais individualizadas
e a sua recombinaçãoo num plano focal único. O ideário artístico do Futurismo,
inicialmente desenvolvido na pintura, poesia e escultura, antes de se ter estendido à
arquitectura, pretendia tornar visível e evolução do movimento e a expressão da
dinâmica inerente à velocidade, reconhecida como um valor que iria marcar o futuro.
Se bem que os projectos arquitectónicos e urbanísticos dos futuristas italianos nunca
tivessem sido concretizados, os desenhos dessas visões, conduzidos pela negação do
passado e simultaneamente pela crença no progresso, contam-se entre as mais
importantes tendências da arte moderna do séc. XX. (Tietz, 2008, p. 29)
Para além de Filippo Tommaso Marinetti74, que produziu também o seu manifesto em
1909, outra personalidade de destacou no Futurismo, Antonio SantÉlia.
72 Antonio Sant'Elia (1888 -1916) foi um arquitecto italiano. Nascido na cidade de Como, Itália, esteve
ligado ao Futurismo, sendo o seu principal arquitecto e divulgador, influenciado pelas idéias de Otto
Wagner e pelas cidades industriais dos Estados Unidos.
73 Angiolo Mazzoni nasceu em Bolonha (1894 - 1979) foi um engenheiro e arquiteto italiano. Ele foi um
dos maiores designers de edifícios públicos, estações e edifícios de ferrovia e agências dos correios da
primeira metade do século XX.
74 Filippo Tommaso Godoy Marinetti nasceu no Egipto (1876 -1944) foi um escritor, poeta, editor,
ideólogo, jornalista e ativista político italiano. Foi o iniciador do movimento futurista, cujo manifesto
publicou no jornal parisiense Le Figaro.
Ilustração 21 - Filippo Tommaso Marinetti, 1916 à esquerda (Algo Sobre Vestibular, 2012) à direita a sua arte (Ronchi, 2012)
Toda esta época influenciou tanto a arquitecura como o automóvel que em muito se
desenvolveu neste tempo e protagonizou até mesmo uma fonte de inspiração e
iniciativa para com este manifesto artístico.
2.2.1. MODERNIDADE
O nosso quotidiano é em grande parte determinado pela arquitectura que nos envolve,
quer em casa quer no trabalho ou nos tempos livres, passados na piscina, no estádio
de futebol, no centro comercial ou num museu, a arquitectura está sempre presente
como conteúdo edificado onde nos movimentamos.
Para além disso o iluminismo veio fortalecer a importância e a posição social dos
burgueses do ponto de vista individual, contribuindo para uma mudança fundamental
da cultura politica, que conduziu à transformação de monarquias centenárias, cujos
ideários se foram disseminando cada vez mais, possibilitando novos investimentos
provenientes de outras classes sociais. Como podemos verificar na seguinte citação:
Nesta mesma altura, surgiram nas metrópoles mais importantes, como Paris, Londres e
Bruxelas, os primeiros grandes armazéns e as primeiras galerias comerciais, que eram
ruas cobertas, cheias de lojas, e que se tornaram no símbolo do mundo dos bens de
consumo, em ascensão no séc. XIX. (Tietz, 2008, p. 7)
A arquitectura de todo o século XIX assistiu a uma série de crises estéticas que se
traduzem nos movimentos chamados revivalistas: ou pelo facto das inovações
tecnológicas não encontrarem naquela contemporaneidade uma manifestação formal
adequada, ou por diversas razões culturais e contextos específicos, os arquitectos do
período viam na cópia da arquitetura do passado e no estudo de seus cânones uma
linguagem estética legítima de ser trabalhada. O Parlamento inglês é uma das
realizações mais exemplares da arquitetura revivalista inglesa.
Ilustração 23 - Palácio de Westminster à esquerda (Held, 2011) e respectivo Plano do Palácio Westminster à direita, Frederick Crace
desenho original produzido por Charles Barry. (Park, 2009)
76 John Ruskin nasceu em Londres (1819 –1900) foi um escritor mais lembrado por seu trabalho como
crítico de arte e crítico social británico sendo também poeta e desenhista.
O pensamento de Ruskin vincula-se ao Romantismo, movimento literário e ideológico (final do século
XVIII até meado do século XIX). Esteticamente, Ruskin apresenta-se como reação ao Classicismo e com
admiração ao medievalismo. A partir de 1851, foi um defensor inicial e patrono da Irmandade Pré-
Rafaelita, inspirando a criação do movimento Arts & Crafts.
77 William Morris nasceu em Londres (1834-1896) foi um dos pricipais fundadores do Movimento das
Artes e Ofícios britânico. Ele era pintor de papéis de parede, tecidos padronizados e livros, além de
escritor de poesia e ficção e um dos fundadores do movimento socialista na Inglaterra.
destaque: para eles, o artesão não deveria ser extinto com a indústria, mas tornar-se
seu agente transformador, seu principal elemento de produção. Com a diluição dos
seus ideais e a dispersão de seus defensores, as idéias do movimento evoluíram, no
contexto francês, para a estética do art noveau, considerado o último estilo do século
XIX e o primeiro do século XX. Alguns historiadores da arquitetura como Leonardo
Benevolo78 e Nikolaus Pevsner79, traçaram uma gênese histórica do moderno numa
série de movimentos ocorridos em meados do século XIX, como o movimento Arts &
Crafts80 que verificamos na seguinte citação:
78 Leonardo Benevolo nasceu em Orta San Giulio (1923) é arquiteto e historiador da arquitetura italiana.
79 Sir Nikolaus Pevsner nasceu na Alemanha (1902–1983), mas naturalizou-se Britânico, trabalhou na
área da história da arte, mas especialmente com arquitetura e design.
80 Arts & Crafts foi um movimento estético surgido na Inglaterra, na segunda metade do século XIX.
defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa e pregava o fim
da distinção entre o artesão e o artista. Fez frente aos avanços da indústria e pretendia imprimir em
móveis e objetos o traço do artesão-artista, que mais tarde seria conhecido como designer.
81 Henry-Russell Hitchcock (1903-1987) foi o principal historiador de arquitetura americana da sua
geração. Foi professor no Smith College e Universidade de Nova York e foi mais conhecido por obras que
ajudaram a definir a arquitetura moderna.
82 Walter Gropius (Berlim, 18 de maio de 1883 — Boston, 5 de julho de 1969) foi um arquiteto alemão.1
É considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, tendo sido fundador da Bauhaus,
escola que foi um marco no design, arquitetura e arte moderna e diretor do curso de arquitetura da
Universidade de Harvard.
83 Ludwig Mies van der Rohe (Aachen, 27 de março de 1886 — Chicago, 17 de agosto de 1969) foi um
arquiteto alemão naturalizado americano, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século
XX, foi professor da Bauhaus e um dos criadores de que ficou conhecido por International style, onde
deixou a marca de uma arquitetura que prima pelo racionalismo.
84 CIAM - Os Congressos Internacionais da Arquitetura Moderna (do francês Congrès Internationaux
d'Architecture Moderne ou simplesmente CIAM) constituíram uma organização e uma série de eventos
organizados pelos principais nomes da arquitetura moderna internacional a fim de discutir os rumos a
Ilustração 24- Casa Cascata de Frank Lloyd Wright à esquerda (Basulto, 2009) e Chapelle Notre-Dame-du-Haut de Le Corbusier à
direita, Paul Koslowski. (Fondation Le Corbusier, 2011)
seguir nos vários domínios da arquitetura (Paisagismo, Urbanismo, Exteriores, Interiores, Equipamentos,
Utensílios, entre outros).
85 Adolf Loos foi um arquitecto, nascido a 10 de dezembro de 1870 em Brno, na República Checa, tendo
exercido durante largos anos a sua profissão na Áustria, onde morreu, em Kalksburg(hoje pertencente a
Viena), no dia 23 de agosto de 1933.
86 Frank Lloyd Wright nasceu na América (1867 -1959) foi um arquiteto, escritor e educador. Um dos
conceitos centrais em sua obra é o de que o projeto deve ser individual, de acordo com sua localização e
finalidade. No início de sua carreira, trabalhou com Louis Sullivan, um dos pioneiros em arranha-céus da
Escola de Chicago
87 Robert Charles Venturi nasceu em Filadélfia nos EUA em 1925, é um arquiteto norte-americano
como um dos The New York Five, Graves era conhecido primeiramente pelos seus projetos de construção
contemporâneas e algumas comissões públicas proeminentes.
Rossi90 na Itália, e na Inglaterra James Stirling91 e Michael Wilford92, entre outros. Com
a seguinte citação destacamos um projecto que estabeleceu essa evolução:
[…] a Casa Shroder era inovadora e fora do vulgar, com a sua cobertura plana em
lugar do tradicional telhado de duas águas ou de quarto águas, torna-se especialmente
patente através do contraste estabelecido com a arquitectura convencional das casas
em banda […] (Tietz, 2008, p.34)
A destruição do mundo antigo pela guerra. Muito antes da primeira Guerra mundial
tinha-se procurado, na América e na Europa, impor reformas políticas e culturais.
Novas tendências, como a Arte Nova e pouco tempo depois o Expressionismo, o
Futurismo ou o Cubismo, rompiam com a arte tradicional e procuravam, num mundo
marcado por um progresso vertiginoso e por inovações técnicas contínuas, novos
idearios e formas de expressão artística. (Tietz, 2008, p.30)
Outras tendências podem ser associadas aos pós-modernos, como o interesse pela
cultura popular e a atenção para o contexto de inserção do projeto. Robert Venturi94,
por exemplo, chamou atenção para as muitas formas de arquitetura vernacular
(produzidas segundo uma estética da cultura popular) em seu livro Aprendendo com
Las Vegas. Aldo Rossi, por sua vez, preocupou-se com a relação entre o novo projeto
e os edifícios existentes acompanhando a escala, altura e modulação destes. Esta
postura de congregação entre o novo e o antigo convencionou-se chamar de
contextualismo.
90 Aldo Rossi nasceu em Milão (1931-1997) foi um arquiteto e teórico italiano. Seu pai tinha uma fábrica
de bicicletas, cuja marca era Rossi. Em 1959 licenciou-se em arquitetura pela Escola Politécnica de Milão.
91 James Stirling (1926 -1992) foi um arquiteto do Reino Unido. Em 1981 recebeu o prêmio Pritzker.
92
Michael Wilford (nascido em 1938) é um arquiteto Inglês. Wilford estudou na Escola Politécnica do
Norte de Arquitectura, Londres, 1955-1962, e na Regent Street Polytechnic Escola de Planeamento, em
Londres, em 1967. Em 1960, juntou-se a prática de James Stirling e em 1971 e juntamente estabeleceu a
parceria Stirling / Wilford. Ele projetou a embaixada britânica em Berlim.
93 Philip Cortelyou Johnson (1906-2005) foi um Arquiteto norteamericano, de arquitectura Pós-Moderna,
foi tambem um dos principais Arquitetos do Século XX, e o Primeiro a Ganhar o Prêmio Que atualmente è
considerado o Mais Importante da Arquitetura Mundial, o Prêmio Pritzker.
94 Robert Charles Venturi (1925) é um arquiteto norte-americano vencedor do Prêmio Pritzker de 1991.
Formou-se em Princeton em 1947. Trabalhou com Eero Saarinen e Louis Kahn antes de formar sua
própria firma com John Rauch.
No texto Construir, Habitar, Pensar, Martin Heidegger95 afirma que “ somente sendo
capazes de habitar é que podemos construir”. Logo conlui-se que o Reviver algo
ajuda-nos a colecionar uma bagagem visual de referências que ajudam na tarefa de
projectar algo quer seja uma casa, um automóvel ou outra coisa.
95 Martin Heidegger (1889-1976) filosofo alemão, foi um dos mais importantes pensadores do século XX.
Dedicou-se ao estudo do “ser” do Homem e da sua conduta e principios gerais baseado no conhecimento
pela tradição e pela cultura.
96 Amédée Ozenfant (1886-1966) foi um pintor cubista francês e escritor. Junto com Charles-Edouard
Jeanneret (mais tarde conhecido como Le Corbusier), ele fundou o movimento purista.
2.2.2. BAUHAUS
A escola foi fundada por Walter Gropius em 25 de abril de 1919, a partir da reunião da
Escola do Grão-Duque para Artes Plásticas. A intenção primária era fazer da Bauhaus
uma escola combinada de arquitetura, artesanato, e uma academia de artes, e isso
acabou sendo a base de muitos conflitos internos e externos que se passaram ali. A
maior parte dos trabalhos feitos pelos alunos nas aulas-oficina foi vendida durante a
Segunda Guerra Mundial.
A Bauhaus tinha sido subsidiada pela República de Weimar. Após uma mudança nos
quadros do governo, em 1925 a escola mudou-se para Dessau, cujo governo
municipal naquele momento era de esquerda. Uma nova mudança ocorre em 1932,
para Berlim, devido à perseguição do recém-implantado governo nazista.
Em 1933, após uma série de perseguições por parte do governo de Hitler, a Bauhaus
é fechada, também por ordem do governo. Os nazis opuseram-se à Bauhaus durante
a década de 1920, bem como a qualquer outro grupo que não tivesse uma orientação
política de direita. A escola foi considerada uma frente comunista, especialmente
porque muitos artistas russos trabalhavam ou estudavam ali. Contudo, a Bauhaus teve
impacto fundamental no desenvolvimento das artes e da arquitetura do ocidente
europeu, e também dos Estados Unidos, Israel e Brasil nas décadas seguintes, para
onde se encaminharam muitos artistas exilados pelo regime nazista. A Cidade Branca
de Tel Aviv, em Israel, que contém um dos maiores espólios de arquitetura Bauhaus
em todo o Mundo, foi classificada como Património Mundial em 2003. A escola
Bauhaus também influenciou imensamente a América do Sul, tendo como seu
principal representante o arquiteto Oscar Niemeyer97.
97Oscar Ribeiro Teomar de Almeida Niemeyer Soares nasceu em Rio de Janeiro (1907-2012) foi um
arquitecto brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna.
Ilustração 26 - Edifício da Bauhaus, Dessau, Walter Gropius, 1925. (Stiftung Bauhaus Dessau, 2011)
Vista sob este aspecto, a produção é tão homogênea quanto se pode esperar de um
movimento, a partir do próprio edifício da Bauhaus de Dessau e do conjunto de
edifícios para o bairro Weissendorf, em Stutgard. Este conjunto reuniu obras dos mais
importantes arquitetos progressistas daquela época: Oud, Poelzig, Behrens, Stam,
Scharoun, Hilberseimer, Bruno e Max Taut, Mies, Gropius, Corbusier. A Bauhaus, ou
qualquer de seus membros, em nome da instituição jamais proclamou princípios claros
de sua poética, daí a importância dos outros movimentos contíguos. Era, entretanto, o
melhor, ou o único ponto de encontro e cruzamento de ideias.
Ilustração 27 - Edifício da Bauhaus, Dessau, Walter Gropius, 1925. (Stiftung Bauhaus Dessau, 2011)
Estas preocupações estão expressas num texto de 1935, The New Architecture and
the Bauhaus, onde Gropius escreve:
Em 1908 quando terminei os meus estudos e comecei a trabalhar como arquitecto com
Peter Berhens, os conceitos que prevaleciam na arquitectura e no seu ensino
obedeciam ainda ao estilo académico das “ordens” clássicas. Berhens foi o primeiro
que me mostrou uma abordagem aos problemas arquitectónicos de um modo lógico e
sistemático. Durante a minha colaboração activa nos importantes projectos de que
estava encarregue e nas frequentes discussões que tive com ele e com outros
membros da Deutscher Werkbund, comecei a cristalizar as minhas próprias ideias
sobre o que deveria ser a verdadeira natureza de um edifício. Estava obcecado pela
convicção de que a técnica construtiva moderna devia expressar-se na arquitectura e,
nessa expressão, exigiria formas novas.
Concluindo, e foi apartir desta nova vertente, o Design que se começou a desenvolver
outros tipos de arte ou seja aplicando arte em objectos do quotidiano que serviam para
melhorar a nossa qualidade de vida. Esta vertente era diferente das existentes como
pintura ou escultura, mas que até se baseavam nessas mesmas áreas artisticas para
desenvolver objectos e utensilios ou outros tipos de coisas que promovessem a
criatividade, imaginação e o progresso intelectual. Ou seja o Design surgiu para
complementar outros tipos de arte e se unir à arquitectura como uma contaminação
artística e útil. E como seria normal isso foi aplicado fortemente no desenvolvimento do
automóvel do qual se reflectiu fortemente na realização espacial ou seja arquitectura.
Mais precisamente na Alemanha, em 1885, tendo como seu inventor Karl Benz99 que
conferiu a essa máquina de três rodas, condição de representante da “era dos
motores”
Ilustração 28- Karl Benz à direita e o primeiro automóvel à esquerda 1844. (Vallejo, s.d.)
Com o passar do tempo, foram idealizados outros exemplares, muitos deles com o
que era chamado na época de “motor de dois tempos”, idealizado em 1884 por
Gottlieb Daimbler100. A partir de então teve início a corrida pela produção e venda de
automóveis, iniciada por uma empresa francesa conhecida pelo nome de Panhard et
Levassor101.
98 Guilhermo Giucci Nasceu no Uruguai, em 1954. Defendeu seu doutorado na Universidade Stanford,
lecionou em Princeton e atualmente é professor adjunto do Departamento de Letras da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É membro fundador do Programa de Estudos Americanos (PEA),
sendo um dos organizadores de A conquista do Novo Mundo: fontes documentais e bibliográficas
relativas à América hispânica (1991) e da antologia A conquista da américa espanhola (1992)
99 Karl Benz nasceu em 1844, filho de um conductor de locomotivas em Karlsruhe. O pai morreu apenas
dois anos depois do nascimento de Karl. Contudo sua mãe tratou de dar-lhe uma boa educação, estudou
na Escola Politecnica de Karlsruhe. Trabalhou como desenhista e constructor numa fabrica de balanças
em Mannheim e posteriormente numa fabrica de máquinas, que se dedicava à construção de pontes.
100 Gottlieb Wilhelm Daimler, originalmente Däumler, Schorndorf, (1834-1900) foi uma figura chave no
licença da patente Daimler. René Panhard nascido em 1841 nos arredores de Paris. Depois de se formar
como engenheiro no Collège Sainte-Barbe e da Escola Central de Paris, ele completou a sua formação
em Perin.
No ano de 1892, o conhecido Henry Ford102 fabricou seu primeiro carro, o Ford103, na
América do Norte.
O nome Ford ainda hoje está ligado, como praticamente nenhum outro, à marcha
triunfal do automóvel no séc. XX. Os edifícios para a produção dos seus automóveis
tinham de ser tão inovadores como os seus principios económicos e sociais. Ford
começou, em 1903, com a produção de automóveis na sua Ford Motor Company. A
sua formula de sucesso caracterizava-se pela modernidade: nos automóveis eram
aplicadas apenas poucas peças produzidas em série…a forte racionalização dos
processos produtivos, a repartição crescente das tarefas e os custos de produção
reduzidos daí resultantes, fizeram com que a Ford se tornasse uma das empresas
produtoras de automóveis de maior sucesso da altura. (Tietz, 2008, p.20)
102 Henry Ford nasceu em Springwells (1863-1947) foi um empreendedor, fundador da Ford Motor
Company e o primeiro empresário a aplicar a montagem em série de forma a produzir em massa
automóveis em menos tempo 1 e a um menor custo.
103 Ford Motor Company é uma produtora de automóveis Americana, uma das maiores do mundo,
fundada em 1903 por Henry Ford. Sediada em Dearborn, subúrbio de Detroit, no estado de Michigan nos
Estados Unidos, é constituída pelas marcas Ford, Lincoln, e recentemente a Troller, constructora de
veículos off-road do estado do Ceará. Actualmente o C.E.O. da empresa é o engenheiro e executivo norte
americano, Alan Mulally.
104 Como fundador da Morris Motor Company, ele fez automobilismo acessível para as massas. Ao
mesmo tempo, mais de metade de todos os carros vendidos na Grã-Bretanha foram feitas por sua
empresa. Nascido em Worcester em 1877, ele se mudou com sua família para Oxford com a idade de
três. Depois de deixar a escola aos 15 anos, mudou-se o negócio da bicicleta do seu quintal para
instalações High Street, e em 1901 se ramificou em reparação de motocicletas.
Em 1912, ele projetou seu primeiro carro - o Morris Oxford 'Bullnose'
Esta revolução não afectou somente a produção de carros, como também outros bens,
nomeadamente na fabricação industrial de produtos. Em 1904, a Panhard Levassor,
definiu a disposição dos componentes principais do automóvel, ficando assim a
arquitectura do carro moderno definida.
Este aspecto relaciona-se muito com o meu projecto académico, relativo à unidade
curricular Projecto III, nomeadamente com o principio estrutural e conceptual do
projecto.
105 André-Gustave Citroën (1878-1935) era um fabricante de automóveis francês que trouxe os métodos
de custo e de tempo de economia de produção em massa para a indústria automóvel europeia. Seu Tipo
Um carro, lançado em 1919, tornou-se a versão europeia do modelo T de Henry Ford, levando o
automóvel ao alcance do consumidor médio.
106 Ford Modelo T foi o produto da fábrica Americana que popularizou o automóvel e revolucionou a
[…] Albert Kahn entendió inmediatamente esta necesidad y sobre todo, intuyó la
possibilidade de estabelecer un planteamiento de diseño que se basara en una
estrutura eficaz y que fuese capaz de proponer soluciones de vanguardia para la
arquitectura industrial. 109 (Bucci, 2000, p. 13)
En los edifícios de Albert Kahn, el recurso a elementos estruturales de nueva factura (el
hormigón armado y el vidro) iba acompañado de una inovadora concepción de los
interiores. En ellos, la ausencia de compartimentaciones y la presencia de superfícies
continuas y flexibles permitia relacionarlos con las tenciones de la época, que se
orientaban hacia un espacio puro, abstracto, absolutamente versátil y adaptable a
cualquier modificación de uso. Además, establecian una vital interrelación con esa
producción en linea sostenida por la lógica fordista de la organización industrial, en una
fase de indudable expansión del capitalismonorteamericano.
Por tanto, la significativa alianza entre Albert Kahn y Henrry Ford represento un modelo
supremo de acuerdo entre la profesión y el mundo de la industria...la edificación de las
fabricas norteamericanas- planteada a partir de un respeto escrupuloso de los
requisitos de eficácia funcional, del empleo de materiales modernos y del bienestar
107 "A historiografia da modernidade tem repetidamente sublinhado as relações fundamentais que foram
estabelecidas a partir de começo do século XX, incluindo o mundo das fábricas e expressões de nova
arquitectura, com efeito, no desempenho alguma produção nas primeiras décadas estabelecimentos pode
reconhecer um campo de experiência, que, em seguida, iria resultar a partir de importância central para o
desenvolvimento da arquitectura moderna.
Assim, o paradigma Mecânico (máquina de habitar) logo se tornou uma indicação metafórica de
organização espacial, que iria fornecer fórmulas inéditas de interação entre diferentes áreas de
arquitetura e influenciar tanto a iconografia do construído como as atitudes projetivas. A abordagem
conceptual surgiu na produção industrial também causou uma reorganizacão do pensamento artístico e
seus objetivos, induzindo parcerias genuínas entre as artes e o mundo do edifício ". (Tradução nossa)
108 Albert Kahn nasceu na Alemanha (1869-1942) foi o arquitecto industrial americano mais importante
possibilidade de projetar uma abordagem que foi baseada em uma estrutura eficaz e foi capaz de
oferecer soluções de ponta para a arquitetura industrial." (Tradução nossa)
Ilustração 30- Edificio Cadillac 1919 à esquerda (Getchell, 2014) Packard Dearlership à direita, Albert Kahn, 1928. (Patton, 2010)
Estas citações descrevem o elo de ligação que a arquitectura começou a ter com o
automóvel, nomeadamente na sua concepção e na ideia conceptual existente por trás
desta evolução. A indútria cresceu com produção do automóvel e a arquitectura
revestiu todo este processo com as infraestruturas e ambiente espaciais propícios a
esta actividade de grande prospecção económica e social.
110 "Nos edifícios de Albert Kahn, o uso dos novos elementos estruturais (betão armado e vidro) foi
acompanhada por um design inovador dos interiores. Neles, a ausência de compartimentalização e a
presença de superfícies contínuas e flexíveis permitiram relacionar as tensões da época, que foram
orientados em direção a um puro, abstrato, bastante versátil e adaptável a qualquer mudança de espaço
utilizado. Além disso, estabeleceu uma relação vital com a linha de produção realizada pela lógica fordista
de organização industrial, em fase de expansão capitalismo norte americano.
Portanto, a aliança significativa entre Henry Ford e Albert Kahn representam um modelo de acordo
supremo entre a profissão e o mundo da indústria ... para a construção de fábricas norteamericanas
levantado a partir de um escrupuloso respeito pelos requisitos de eficiência operacional, o uso de
materiais modernos e ambientes de trabalho bem estar assegurados constituiu uma referência essencial
para designers europeus lançaram uma desejada procura por uma redefinição radical dos parâmetros da
sua obra arquitetónica "p.11 (tradução nossa).
111 "... Estes homens estabelecem relações entre o mundo da produção e o mundo da arte. A longa
parceria entre Henry Ford e Albert Kahn tomou como ponto de partida a unidade da sua visão. Com as
mesmas idéias e os mesmos métodos, um com carros construídos e outro com edificios ... tudo o que eu
precisava era de um concretamente de um Designer capaz de responder às exigências específicas da
produção em massa ... A carreira Albert Kahn estava ligado à indústria automóvel, que tinha aberto
fábricas em Detroit, nos primeiros anos do século XX "
Ilustração 31- Packard Motor Car Albert Kahn 1905 à esquerda (The University of Oklahoma, 2011) e actualidade Detroit Albert Kahn à
direita. (Cialdella, 2008)
Albert Kahn is known for his architectural work in the early 1900’s. He designed vast
factories for the American auto industry during the automotive boom. Kahn is revered as
one of the first modernists, opting for designs with little or no ornamentation. 112
Ilustração 32 - Edificio de Engenharia Ford Detroit Albert Kahn 1905. (Alter, 2008)
El diseño del edifício nº 10 de la Packard fue la ocasión para establecer un nuevo punto
de partida en la arquitectura industrial: Albert y Julius Kahn realizaron un edifício de dos
plantas, construído con hormigón armado, ladrillo y vidrio (de 60 pies de ancho por 322
de largo, unos 18 x98 metros) que tal vez se ala primera fábrica moderna levantada en
Detroit para la producción de automóviles.
Este edifício supuso una nueva definición del lugar de trabajo. El diseño arquitectónico
ya no era simplesmente el estúdio de un caparazón decorativo para revestir la estrutura
subyacente o las funciones productivas; consistia, por el contrario, en la creación de un
edifício que expresaba la completa armonia de estos dos elementos...esta fábrica sirvió
como laboratório para probar y mejorar la revolucionaria idea de la linea de montaje así
como los nuevos métodos constructivos.”113 (Bucci, 2000. p. 15)
112 “Albert Kahn é conhecido pela sua obra arquitetónica no início de 1900. Ele projectou grandes fábricas
para a indústria automobilística americana durante o boom automobilístico. Kahn é reverenciado como um
dos primeiros modernistas, optando por modelos com pouca ou nenhuma ornamentação.” (tradução
nossa)
113 "O projeto do Edifício Packard No.10 foi uma oportunidade para estabelecer um novo ponto de partida
na arquitetura industrial: Albert e Julius Kahn realizaram um prédio de dois andares, construído de betão
armado, tijolos e vidro (60 metros de largura por 322 a cerca de 18 metros x98) asa longa, que, talvez, a
primeira fábrica moderna construída em Detroit para a produção de automóveis.
El espacio abierto resultante era ideal para realizar câmbios contínuos en la colocación
de la maquinaria y, sobre todo, permitió llevar a cabo los experimentos finales en la
linea de montage, que se inauguró oficialmente en 1913 para el Model T. 114 (Bucci,
2000. p. 16)
Ilustração 33 - Fábrica Ford Detroit, à esquerda exterior e à direita interior Albert Kahn 1909, Albert Kahn Architects. (Rappaport, 2012)
Um dos casos de estudo que se pode verificar mais adiante na presente dissertação, é
a fábrica Lingotto da Fiat que foi o exemplo ideal para demonstrar a relação entre o
automóvel e a arquitectura.
La fabrica de albert Kahn, la de Fiat Lingotto llegó a ser tanto un símbolo de la máquina
como un modelo de disciplina industrial…La estrutura formal era aditiva. Cada parte del
edifício y dela máquina, por tanto, se expresaba como una pequena máquina
independente; cada parte tenía única función.116 (Sosa Díaz, González, 2000. p. 45)
Este edifício foi uma nova definição do local de trabalho. O projeto arquitetónico não foi simplesmente um
escudo decorativo para cobrir a Estrutura subjacente ou funções produtivas; consistiu, no entanto, a
criação de um edifício que expressa a harmonia completa desses dois elementos ... esta fábrica serviu
como um laboratório para testar e melhorar a idéia revolucionária da linha de montagem e de novos
métodos de construção. " (Tradução nossa)
114 "O espaço aberto resultante era ideal para mudanças contínuas na colocação do equipamento e,
acima de tudo, permitiu a realização de experimentações na linha final de montagem, que foi oficialmente
inaugurado em 1913 para a T. Model" (Tradução nossa)
115 " Os principios fundamentais da produção em série da Ford se aplica neste edifício e inaugura uma
nova era, na história da arquitectura industrial. Esse edifício industrial da Ford se inspirou na Giacomo
Matte Trucco, entre 1914 e 1916 desenhada em Turim A Fábrica de Lingotto da Fiat, a primeira da europa
com uma linha de montagem ... em Turim se realizou uma espectacular pista de corridas situada no alto
do edificio, que levou a cabo um Único Edifício-Máquina " p.16 (tradução nossa)
116 "Fábrica de Albert Kahn, o Fiat Lingotto tornou-se um símbolo da máquina como um modelo de
disciplina industrial…Estrutura formal foi aditiva. Cada parte do edifício se expressa como uma pequena
máquina independente; cada lado tinha apenas a função." P. 45 (tradução nossa)
Ilustração 34 - Edificio de fábrica Lingotto de Fiat à esquerda e à direita topo do edifício 1935. (Dias, 2010)
"A casa é uma máquina de morar". Essa famosa frase de Le Corbusier, resume os
princípios de uma obra em que o arquiteto soube combinar os modernos projectos
funcionais ao tratamento escultórico das formas arquitetônicas.
Le Corbusier fixou residência em Paris, onde completou sua formação e ingressou nos
círculos artísticos de vanguarda. Em 1918 redigiu, em colaboração com o pintor e
desenhista francês Amédée Ozenfant118, o manifesto do purismo, movimento que
117 "Na arquitetura industrial, foi chamado o arquiteto que vestia o processo de produção isto é projetar as
características de uma monumentalidade artificial, ao contrário do arquiteto que deve saber interpretar as
necessidades dos clientes, este soube interpretar as da máquina afim de definir um espaço racional
adequada para uma produção eficiente. "(Tradução minha)
118 Amédée Ozenfant foi um pintor cubista francês (Saint-Quentin, 1886- 1966) e um dos fundadores do
Purismo, movimento de vanguarda dos anos 20. Estudou arquitetura e se apaixonou pela pintura e a
mecânica. A sua primeira exposição individual foi em 1908 no Salon de la Nationale, em Paris. Em 1919
publicou com Le Corbusier o manifesto Purista com o título de Après le Cubisme ("Após o Cubismo").
Amigo de Paul Dermée e de Le Corbusier, criou com eles a revista L’Esprit Nouveau, publicada entre
1921 e 1925 e que propunha a renovação das formas arquitetônicas e pictóricas. Em 1924 abriu um
estúdio livre com Fernand Léger. Fundou em 1936 a Ozenfant Academy, em Londres, e em 1939 a
Ozenfant School of Fine Art, em Nova Iorque.
119 Pessac é uma localidade comuna francesa da região administrativa da Aquitânia, no departamento
Gironde. Estende-se por uma área de 38,83 km². Em 2012 a comuna tinha 58 025 habitantes (densidade:
1 494,3 hab./km²).1 315 hab/km².
projectos realizados nos anos seguintes foram concebidos como edifício Centrosoyus,
em Moscovo; a Casa da Suíça, na cidade universitária de Paris; e a sede do Ministério
da Educação e Cultura (atual palácio Gustavo Capanema), no Rio de Janeiro, que
contou com a colaboração de Lúcio Costa120 e Oscar Niemeyer121.
Ilustração 35 - Modulor de Le Corbusier à esquerda (Ilustração nossa, 2014) e Modulor de Le Corbusier à direita 1946. (Lambert, 2012)
120
Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa nasceu em França (1902-1998) foi um arquiteto, urbanista
e professor brasileiro.
121 Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares nasceu no Rio de Janeiro (1907-2012) foi um arquiteto
brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi
mais conhecido pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília, uma cidade planeada que se tornou a
capital do Brasil em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de arquitetos que projetou a sede das
Nações Unidas em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Sua exploração das possibilidades construtivas do
concreto armado foi altamente influente na época, tal como na arquitetura do final do século XX e início
do século XXI. Elogiado e criticado por ser um "escultor de monumentos", Niemeyer foi um grande artista
e um dos maiores arquitetos de sua geração por seus partidários.
A criação do modulor foi de extrema importância nos períodos pós guerra, pois havia
uma grande necessidade de abrigar um considerável número de pessoas no menor
espaço possível, e a existência do modulor tornou viável a construção de grandes
blocos habitacionais na Europa. Tais blocos possuíam o minimo de espaço em casa
parte da habitação, variando as medidas de acordo com o recinto.
122Walter Gropius (1883 -1969) foi um arquiteto alemão. É considerado um dos principais nomes da
arquitetura do século XX, tendo sido fundador da Bauhaus, escola que foi um marco no design,
arquitetura e arte moderna e diretor do curso de arquitetura da Universidade de Harvard. Gropius iniciou
sua carreira na Alemanha, seu país natal, mas com a ascensão do nazismo na década de 1930, emigrou
para os Estados Unidos e lá desenvolveu a maior parte de sua obra.
A sua famosa frase “Arquitetura ou Revolução” surgiu da sua crença de que uma
arquitectura industrializada eficiente, era a única maneira de evitar uma revolução das
classes. Os seus argumentos surgiram no seu livro “Por uma Arquitetura” e
culminaram na sua famosa obra, a Villa Savoye e na Maison Citrohan que serão
apresentadas mais à frente.
123 Pieter Cornelis Mondrian, geralmente conhecido por Piet Mondrian (Amersfoort, 7 de Março de 1872
- Nova Iorque, 1 de Fevereiro de 1944) foi um pintor Holandês modernista. Participou do movimento
artístico Neoplasticismo e colaborou com a revista De Stijl.
Nessa linha encontramos o novo Nanjing Automobile Museum por 3gatti Architecture
Studio, que foi premiado com o primeiro prémio no concurso internacional. O projecto
124 Com esta declaração, Le Corbusier reconhece a relação entre a produção de tecnologia / massa e as
novas formas de viver que o movimento moderno tentou materializar. Para ele, a casa era um carro
estático, um objeto funcional projetado que pode ser produzido em massa. Quando a Villa Savoye foi
concluída em 1929, 5,3 milhões de carros foram produzidos em Detroit. (Tradução nossa)
125 Albert Kahn (1869 em Rhaunen, Reino da Prússia (Alemanha) - 1942, em Detroit, Michigan, EUA), foi
o arquiteto industrial americano mais importante da sua época. Ele é às vezes chamado de arquiteto da
Detroit.
126 Giacomo Matte-Trucco (nascido em 30 de janeiro, 1869 em Bois-Trevy, França e morreu 15 maio de
1934 em Turim) é um engenheiro italiano que devemos a fábrica da Fiat de Lingotto em Turim.
127 Herzog & de Meuron é um escritório suíço de arquitetura, fundado e mantido em Basiléia, Suíça,
desde 1978.
Seus sócios-fundadores são Jacques Herzog (19 de abril de 1950) e Pierre de Meuron (8 de maio de
1950), ganhadores do prêmio Pritzker de 2001.
não só mostra o carro de uma maneira incomum, mas também permite que você
experimente o museu do carro. Visualizemos a Fiat Fábrica de Giacomo Matte Trucco
que será um dos casos de estudo.
Ilustração 38 - Interior do Lingoto Factory à esquerda e à direita o topo, Giacomo Matte-Trucco, Turim Italia 1923. (Dias, 2010)
128 Giovanni Agnelli (1921 - 2003), mais conhecido como Gianni Agnelli foi um industrial italiano e
principal acionista da Fiat. Conforme o chefe da Fiat, ele controlava 4,4% do PIB da Itália, 3,1% de sua
força de trabalho industrial, e 16,5% do seu investimento industrial na investigação. Ele era o homem
mais rico da história italiana moderna.
Inauguração: 1931
Faz parte com a residência Farnsworth130 (de Mies van der Rohe131) e a Casa da
Cascata (de Frank Lloyd Wright) um conjunto de residências paradigmáticas das
diferentes tendências da arquitetura moderna que surgiam no início do século.
129 Pierre Jeanneret nasceu em Genebra (1896 -1967) foi um arquiteto e designer suiço, primo e
colaborador de Charles Edouard Jeanneret, mais conhecido como Le Corbusier.
130
Uma das casas mais famosas no mundo, a residência Farnsworth (conhecida, devido ao seu primeiro
proprietário, mas também chamada por a casa de vidro de Mies van der Rohe) está localizada na cidade
de Plano, Illinois, nos Estados Unidos. A residência foi projetada pelo arquiteto moderno Ludwig Mies van
der Rohe e é considerada por alguns críticos a sua obra máxima: nela ele pôde aplicar uma série de
conceitos nos quais estava trabalhando em toda a sua carreira.
131 Ludwig Mies van der Rohe (1886 —1969) foi um arquiteto alemão naturalizado americano,
considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, sendo geralmente colocado no mesmo
nível de Le Corbusier ou de Frank Lloyd Wright. Foi professor da Bauhaus e um dos criadores do que
ficou conhecido por International style, onde deixou a marca de uma arquitetura que prima pelo
racionalismo, pela utilização de uma geometria clara e pela sofisticação.
A casa foi pensada como uma residência de veraneio, para uma família nos arredores
da cidade francesa de Poissy132. A Villa expõe em si mesma os cinco pontos da nova
arquitetura, propostos na obra teórica de Le Corbusier a respeito da arquitetura
moderna. Tais características são:
Construção sobre pilotis. Os pilotis são um sistema, proposto por Corbusier, no qual o
terreno das construções fica livre, de forma a transformá-lo em uma extensão do
espaço externo e elevando a residência do solo.
A residência foi relativamente pouco usada por seus proprietários originais, pois foi
abandonada quando da ocupação alemã em França, durante a II Guerra Mundial. No
fim da guerra, a casa permaneceu em um estado de quase ruínas, até que em 1963
foi considerada patrimônio arquitetônico por parte do governo francês. Actualmente, é
mantida como uma "casa-museu".
Ilustração 42 - Planta R/C Le Corbusier’s Villa Savoye com a geometria derivada das capacidades dos automóveis 1931. (Kroll, 2010)
Ilustração 46 - Escadas Villa Savoye à esquerda e respectiva Rampa de acesso à direita 1931, Flavio Bragaia. (Kroll, 2010)
Ilustração 47 - Sala Villa Savoye à esquerda e acesso ao estacionamento à direita 1931, Flavio Bragaia. (Kroll, 2010)
Desde o ínicio da era moderna, sempre houve uma forte relação entre a arquitectura e
o automóvel, como podemos constatar com a Villa Savoye. Para concluir este
subcapítulo e resumir toda esta investigação em relação aos pensamentos de Le
Corbusier temos que salientar que por causa do seu fascínio pela sua viatura Voisin
C7 Lumineuse anteriormente ilustrada, cuja a estética desta máquina funcional
produzida em massa influenciou profundamente os seus projectos. O ênfase dado na
função é traduzida através da ideia de que as casas devem ser “máquinas de morar” e
inspirou uma série de experiências de casas pré fabricadas produzidas em massa, de
fabrico industrial como a Maison Citrohan, que seguidamente será referida e
registada. A maior parte destes conceitos foram posteriormente materializados através
da Villa Savoye, anteriormente exposta, cuja planta térrea fora concebida para
acomodar o raio de giro de um carro.
“Se casas fossem construídas industrialmente em massa, como chassis, uma estética
de precisão surpreendente seria formada.” (Le Corbusier apud Basulto, 2013)
A casa Citrohan é, dentro de três protótipos básicos (Domino, monol, Citrohan) criados
pelo Le Corbusier para criar habitação que pode ser construído em séries como
máquinas, o mais desenvolvido ao longo de sua carreira.
Esta nova forma de habitação teve como infuência a industrialização como conceito na
medida em que as casa eram pré fabricadas em série para serem econômicas.
A Maison Citrohan era composta por duas paredes paralelas com duplo pé direito
entre um loft e com uma entrada de luz na sua extremidade. Le Corbusier reconheceu
as virtudes presentes nesta formulação simples, especialmente a sua capacidade de
permitir uma secção que tinha uma estrutura Domino de pilares e vigas de betão
armado com escada aberta para não perfurar a laje, seguindo uma estrita lógica
construtiva.
Este protótipo, desde a sua designação reflete efeitos claros que desenharam a sua
concepção. Le Corbusier chamou casa Citrohan "se não Citroen", se referindo como
"máquina de morar". Estas são directrizes óbvias de se referir às suas principais
preocupações em relação a essa célula, que podiam ser construídas em série como
se tratasse de automóveis. A pré-fabricação foi proposta, o que reduziu o seu
conteúdo para um equipamento mínimo necessário para o benefício dos espaços de
vida, isto é, em suma, para viver como os carros-conceito, barcos e aviões para ter a
movimentação e manipulação de espaços como conceito.
A casa Citrohan (1920) consistia de três andares sobrepostos. No piso térreo, foram
focalizados na parte da frente, as áreas de estar e de jantar, e no fundo, a cozinha e
serviço. No primeiro andar, o fundo era o quarto principal com casa de banho privativa,
e comparou-os com o “boudoir”, uma espécie de antedormitorio ou seja um balneário
íntimo sobre a dupla altura da sala de estar. O segundo andar contido na parte inferior
continha dois únicos quartos com casas de banho mínimas e na frente um terraço com
jardim, que oferecia a possibilidade de recuperar no telhado, o terreno natural ocupado
pelo movimento da célula. Este jardim no terraço mais tarde se tornaria um dos cinco
princípios fundamentais deste primeiro período de Le Corbusier. Os três níveis de esta
célula foram ligados por uma escada que subia ao longo de uma das paredes laterais.
A origem desta célula viva um protótipo com pé direito duplo deve ser procurada nos
estúdios parisienses de pintores e artistas da época, eles costumavam ter um estúdio
com janela dupla, altura essa virada para norte (luz, mas sem sol) e quartos como
parte do pé direito duplo neste atelier.
Decía Le Corbusier que prefería dibujar a hablar. Es más rápido y deja menos espacio
para la mentira. Al igual que los arquitectos, también la propia disciplina prefiere
expresarse en el dibujo, en la imagen, para manifestar su razón de ser. La arquitectura,
tal vez por su necesidad de expresar y concretar un futuro aún imaginario, ha
encontrado siempre en lo gráfico su mejor aliado para comunicarse. 133
Ilustração 53 - Diferentes perspectivas da Villa Stein, em que os carros aparecem em cenas, Garches 1923. (Foundation Le Corbusier,
2011)
Cuando en 1923 se publicó la primera edición del libro de Le Corbusier, Vers une
Architecture, éste recurrió a la imagen del automóvil y a su producción en serie para
explicar lo que la vivienda moderna debía ser. Son muchas sus obras fotografiadas con
la presencia de un automóvil de época, que además introduce cierta tensión a la
composición de la fotografía, o si se prefiere, la transforma en una especie de
secuencia cinematográfica.”134
[...]Le Corbusier de la Ville Stein en Garches, son un buen ejemplo de ésta idea. En
varias tomas los vehículos aparecen parcialmente, dando idea de la dirección que
tomarán y entrando en conversación con la arquitectura. También podríamos recordar
aquella fotografía en la que un coche ejecuta el giro de la planta baja de la Ville
Savoye, en su recorrido hacia el garaje de la villa[...]”135
134 “Quando a primeira edição de Le Corbusier foi publicado em 1923, Vers une Architecture, ele virou-se
para a imagem do automóvel e da produção em massa para explicar o que casa moderna deve ser.
Muitos são fotografados com as suas obras, a presença de um automóvel vintage, apresenta alguma
tensão com a composição da fotografia, ou a transforma em uma espécie de sequência
cinematográfica.“(Tradução nossa)
135 [...] Le Corbusier Ville Stein em Garches, são um bom exemplo desta ideia. Vários veículos aparecem
parcialmente, dando uma ideia da direção que vai tomar e entrar em diálogo com a arquitetura. Podemos
também lembrar que a fotografia de um carro de corrida virando o piso térreo da Ville Savoye, a seguir o
seu caminho para a garagem da casa de campo [...] (Tradução nossa)
Ilustração 54 - Planta baixa da Vila Savoye com Le Corbusier ao volante/ Zona de estacionamento do Pavilhão Suiço 1923. (García
Odiaga, 2014)
136 “A Construção ou a produção em série de veículos, não é projetado para otimizar o processo industrial
do sistema de produção, mas o produto em si apresenta uma dinâmica de melhoria contínua. Cada
modelo corrige os erros do seu antecessor, amadurece, evolui sabendo um elo de uma cadeia de
melhoria contínua.”(Tradução nossa)
137 “Este processo de concepção e construção do automóvel moderno, respondendo por Le Corbusier,
Ilustração 55 - Págs 124 e 125 de “Vers úne Architecture” de Le Corbusier 1923. (Le Corbusier, 1995)
Ilustração 56 - Edifícios na Weissenhof Siedlung comparado com as obras de Le Corbusier e Mies vander Rohe com presença de
automóveis 1923. (Farcia Odiaga, 2014)
138“Estas fotografias fazem perseguir o domínio público, que a arquitetura pode e deve assemelhar-se na
sua produção a um carro da série, porque a partir da perspectiva da modernidade, a arquitetura é para
servir e não para representar.” (Tradução nossa)
De acordo com o livro “The architecture of parking” neste sub capítulo abordaremos
como a arquitectura se manifesta e se relaciona espacialmente e fisicamente com o
automóvel no dia a dia. Através das seguintes citações irá ser tratado como surgiram e
como se proliferaram os parques de estacionamentos, infraestruturas necessárias de
apoio ao automóvel e como esta máquina é acolhida e tratada pela abordagem
arquitectónica.
“A hymn to the true temples of the automobile age”139 J. G. Ballaard, The Guardian
The parking structure has captured the imagination of novelista, photographers and
film-makers, and yet it remains peripheral to our culture, best understood as a
forbidding fictional setting or as an often imposing, silent building that we encounter on
the way to work or shop. As a child i thought of these places as dynamic but secret,
where the rules did not apply, and as an adult i have grown to enjoy their mysterious,
inhumane beauty, born outo f an extreme obligation to the car. This book seeks to
explain the unique aesthetic of these radical structures, and their uncanny ability to distil
and project ideas about building. Above all, the culture of the car parkseems to have
made a lasting impressiono n contemporany architects. 140(Henley, 2007, p. 7)
139
“Um hino para os verdadeiros templos da era do automóvel” Ballaard, The Guardian (tradução nossa)
140 “A estrutura de um parque foi captada pela imaginação dos romancistas, fotógrafos e produtores de
filmes e ainda permanece periférico à nossa cultura, melhor entendido como um cenário fictício proibido
ou como muitas vezes imponente edifício em silêncio que encontramos no caminho para o trabalho ou
para as compras. Quando em criança, eu achava esses lugares como uma dinâmica secreta, onde as
regras não se aplicam como um adulto, quando eu cresci desfrutei da sua beleza desumana e misteriosa
nascida fora de uma obrigação extrema para o carro, este livro procura explicar a estética única destas
estruturas radicais e sua incrível capacidade de destilar e projetar ideias sobre a construção acima de
tudo da cultura do parque de estacionamento que parece ter feito uma impressão duradoura sobre
arquitetos contemporâneos” ( tradução nossa) p.7
Despite our dependency on the car a trend that shows no sign of reversing, its physical
by products, in particular roads and multi-storey parking garages, have become
increasingly unpopular. Somehow the very mobility of the car ensures that it largely
eludes criticism. Criticism of parking garages , unlike those of the car are not abstract
concepts, such as the impact of the combustion engine on global warming and the
health risks of pollution, but concern the very real imposition that these structures place
on our physical environment. 141 (Henley, 2007, p. 8)
Ilustração 57 - Garagem Auguste Perret Société Ponthieu-Automobile, rue de Ponthieu, Paris, 1970. (Quintans, 2012)
Today there are two clear trends: the first emphasizing the importance of technique and
the second delirious in its search to create new typologies and to generate new
landscape forms. but when and where did this definition of the car park as a distinct
building type begin? can we pinpoint the moment when the parking structure ceased to
mimic other buildings, such as the warehouse, office block, or department store, and
became identified in its own right? J.B.Jackson´s description of the evolution of the
domestic garage provides a good starting point. He identifies the car is role at the
beginning of the twentieth century as that of a pleasure vehicle and a toy, costly,
exciting, and of extraordinary elegance...but when the vehicle became a tool rather than
a toy the need to park in massa arose. Only a few notable parking structures existed
before the 1920, the earliest examples in both europe and the us predating world war I.
These inclued included Auguste Perret´s garage in the rue de Ponthieu (1905) in Paris
Marshall & Fox´s chicago Automobile Club (1907), and Marvin & Davis´s garage for
Palmer &Singer in New York, completed in 1908, a date that coincides with the launch
of Henry Ford´s Model T. At true de Ponthieu, Perret employed his unique knowledge of
concrete construction, although the internal order was concealed from the outside by a
symmetrical façade with a central rose window. this generation of buildings had
appropriated the ware house idiom and indeed Jackson noted that the word´garage´is
derived from the French word for storage space [...]142 (Henley, 2007, p. 8)
141
“Apesar da nossa dependência em relação ao carro (uma tendência que não mostra sinais de
reversão), o produto físico são as estradas e vários andares de parques de estacionamento e garagens,
tornaram-se cada vez mais populares. De alguma forma, a própria mobilidade do carro garante que ele
escapa em grande parte à crítica. Crítica de parques de estacionamento, ao contrário daqueles do carro
não são conceitos abstratos, Como o impacto do motor de combustão sobre o aquecimento global e os
riscos da poluição na saúde, mas a preocupação da imposição é muito real de que estas estruturas
colocam no nosso ambiente físico.” (Tradução nossa) p.8
142 “Hoje há duas tendências Claras: a primeira enfatizando a importância da técnica e a segunda uma
busca para criar novas tipologias e gerar novas formas de paisagem. Mas quando e onde é que esta
definição do parque de estacionamento como um tipo distinto edificio começou? Podemos identificar o
As was noted in the Architect & Building News of 1928, many garages in Paris were
several adaptations of existing buildings´(the same was true in London), but there
were´several schemes for circular ramp garages, a type which has also been favoured
by German architects. In Venice the gargantuan cream form of Eugenio Miozzi is 2.500
space Autorimessa (1931-34) established the model of the multi-storey car park as a
terminus in the city, quite literally the end of the road for visitors arriving at the Piazza de
Roma by car. Although Miozzi´s scheme gave an idea of what was to come in its sheer
scale and use of helical ramps, its symmetrical nature, together with the Art déco
façade, concealed an unusual interior…much as Perret´s garage in the rue de Ponthieu
had in 1905.143 (Henley, 2007, p. 9)
momento em que a estrutura de estacionamento deixou de imitar outros prédios, como o armazém,
edifício de escritórios, ou loja de departamento, e passou a ser identificada em seu próprio direito?
JBJackson's descreve a evolução da garagem doméstica fornecendo um bom ponto de partida. Ele
identifica o carro como o papel principal do início do século XX, como a de um veículo de prazer e um
brinquedo, caro, emocionante e de elegância extraordinária ... mas quando o veículo tornou-se uma
ferramenta e não um brinquedo a necessidade de estacionar em massa surgiu. Apenas algumas
estruturas de estacionamento notáveis existiam antes de 1920, tendo como primeiro exemplos na Europa
o Auguste Perret's garagem na rue de Ponthieu (1905), em Paris Marshall & Fox's chicago Automobile
Club (1907), e Marvin & Davis's garagem para Palmer & Singer, em Nova York, concluída em 1908, data
que coincide com o lançamento de Henry Ford's Modelo T. A verdade de Ponthieu, Perret empregou seu
conhecimento único na construção de betão, embora a ordem interna foi escondida do lado de fora por
uma fachada simétrica com uma central de rosácea. Esta geração de edifícios se apropriou da linguagem
de casa e certamente Jackson observou que garagem derivava de uma palavra francesa para o espaço
de armazenamento[...] (Tradução nossa) P.8
143 "Como foi observado no Architect & Building News of 1928, muitas garagens em Paris são várias
adaptações de edificios existentes (o mesmo aconteceu em Londres), mas há esquemas para garagens
de rampa circular, um tipo que também tem sido favorecido por arquitetos alemães. Em Veneza a forma
de creme gigantesco de Eugenio MIOZZI é 2,500 espaço Autorimessa (1931-1934) estabeleceu o modelo
do parque de estacionamento de vários andares como um terminal na cidade, literalmente o fim da
estrada para os visitantes que chegam na Piazza de Roma de carro. Embora esquema Miozzi's deu uma
idéia do que estava por vir em sua própria escala e uso de rampas helicoidais, sua natureza simétrica,
juntamente com a fachada Art déco, oculta um interior incomum…tanto quanto Perret's garagem na rue
de Ponthieu tinha em 1905” p.9 (tradução nossa)
Ilustração 59 - Parque Eugenio Miozzi Autorimessa à esquerda e rampa de espiral à direita Veneza 1934. (Henley, 2007)
From the late 1940's to the early 1970, the parking structure proliferated throughout the
United States and Europe...Car parks were typically drawn as cylinders or spirals, and
were shown forming the dark core of mixed-use buildings, wrapped in an outer layer of
shops, flats, or offices.144 (Henley, 2007, p. 9)
Dutch practice OMA, NL Architects, MVRDV and UNSTUDIO all began to explore the
formal and spatial possibilities of parking structures, applying ideas about continuous
landscapes and developing the type away from its mid-century model to create a new
paradigm in which parking is integrated into housing, offices, shops [...]145(Henley, 2007,
p. 15)
In 1989, i came across Dietrich Klose´s Multi-Storey Car Parks and Garages, a practical
guide to car park design and survey of 1950 and 1960 car parks. Photographed in black
and white, it had an unfamiliar calmness. i found it intriguing and unfamiliar in the
current context of High Tech, Postmodernism and Deconstructivism. The
buildings…were made to respond dimensionally and anatomically to the module and
trajectories of a moving car. the singular, straight-forward requirement of arranging
decks of parked cars led designers to seek the ingenious and elegant use of matter
(concrete), form (inclined decks and helical ramps), and expressive and witty
elevations.146(Henley, 2007, p. 19)
144 "Desde o final de 1940 para o início de 1970, a estrutura de estacionamento proliferaram nos Estados
Unidos e na Europa ... Os parques de estacionamento foram tipicamente desenhados com cilindros ou
espirais, e foram mostrados formando um núcleo escuro de edifícios de uso misto, envolto em uma
externa camada de lojas, apartamentos ou escritórios. "p.9 (tradução nossa)
145 " A prática de ateliers holandeses como o OMA, NL Architects, MVRDV e UNStudio começaram a
explorar as possibilidades formais e espaciais das estruturas de estacionamento, aplicando idéias sobre
paisagens contínuas e desenvolver o tipo de distância de modelo em meados do século para criar um
novo paradigma em que o estacionamento é integrado em habitação, escritórios, lojas... "p.15 (tradução
nossa)
146 “Em 1989, me deparei com Dietrich Klose's parque de estacionamentos e Garagens, um guia prático
Compared to other buildings, the car park is autonomous, its shape derived from its own
internal order and from that of the car [...]147(Henley, 2007, p. 23)
It is the module of the car body that governs the shape of the car park and by repeating
it, the building displays its own internal logic. Columns are positioned so that they do not
obstruct the carriageway or parked cars, and provide a consistent rhythm [...]. The
narrative garage In most cases, the journey on foot from car to street and back again is
straightforward. But for some, this transition is what gives the parking structure its
significance. It is narrative journey, a journey that might also include the passage of the
car. 148(Henley, 2007, p. 24)
estacionamento, em fotografia a preto e branco, que tinham uma calma estranha. Eu achei intrigante e
desconhecido no contexto atual de alta tecnologia, pós-modernismo e desconstrutivismo. Os edifícios…
foram feitos para responder dimensionalmente e anatomicamente ao módulo e trajetórias de um carro em
movimento, uma singular exigência, directa ao organizar baralhos de carros estacionados levou os
designers a buscar um uso engenhoso e elegante da matéria (betão), forma (plataformas inclinadas e
rampas helicoidais) e elevações expressivas e espirituosas.” p. 19
147 “Em comparação com outros edifícios, o parque de estacionamento é autônomo, a sua forma deriva da
edifício exibe a sua própria lógica interna. Colunas são posicionados de forma que não obstruirem os
carros, as rodovias ou estacionamentos, fornecendo um ritmo consistente...A narrative da garagem na
maioria dos casos, é uma viagem a pé, do carro para a rua e vice-versa é simples. Mas para alguns, esta
transição é o que dá à estrutura de estacionamento o seu significado. É um percurso narrativo, uma
viagem que também pode incluir a passagem do carro." p. 24 (Tradução nossa)
Esta nova visão do edifício industrial, não foi mais visto como mero contentor,
estruturado a partir de formas e linguagens historicistas mas sim importando estruturas
formais predefinidas que configuraram envolventes que “suavizavam” e “melhoravam”
a dureza industrial, como um espaço construído sem quaisquer considerações
configuradoras, ou preocupações higienistas e sociais, mas sim como um espaço
capaz de proporcionar a flexibilidade e segurança necessárias para a nova
organização científica da produção. Esta ideia está bem patente nos edifícios da
indústria automóvel americana surgidos da colaboração entre Henry Ford e Albert
Kahn, a partir da primeira década do século XX que foram citados na presente
dissertação.
O sucesso da longa colaboração entre Ford e Kahn teve como ponto de partida uma
mesma visão assente nas mesmas ideias e nos mesmos métodos, sendo que o
primeiro produz automóveis e, o segundo, produz edifícios. Por um lado, Kahn, com a
sua famosa frase “Architecture is 90% business and 10% art”149, está mais próximo, na
sua forma de conceber o trabalho de projecto, do sentido prático dos industriais, do
que dos princípios intelectuais dos arquitectos. Por outro lado, Ford não procurava um
artista que lhe construísse uma imagem celebrativa do seu potencial económico, nem
estava interessado em criar novas tendências estéticas industriais, pretendia, sim, um
arquitecto capaz de responder correctamente às exigências específicas da produção
em massa. Ford tinha ideias muito claras sobre os princípios que deviam reger a
concepção de um edifício industrial:
Uma condição que é essencial para uma eficácia maior e um processo produtivo
humano é um espaço fabril limpo, luminoso e bem ventilado. (Henry Ford)
Ilustração 60 - Escultura de Arman “Long Term Park” 1976. (Arman Studio, 2008)
150 Armand Pierre Fernandez (Nice, Novembro de 1928 - Nova Iorque, outubro de 2005), conhecido por
Armand foi um pintor e escultor franco-americano.
Desde a sua infância, Arman, familiarizou-se com os objectos da loja de antiguidades do seu pai. Aluno
brilhante, começou a pintar aos 10 anos e estudou na Ecole Nationale d'Art Decoratif de Nice. Em 1949
foi para a École du Louvre em Paris, foi um dos fundadores do grupo Nouveau réalisme em 1960. Em
1961 realizou a sua primeira exposição em Nova Iorque.
Ilustração 61 - Escultura de Arman “Long Term Parking” 1976. (Arman Studio, 2008)
Ilustração 62 - Escultura de Arman “Long Term Parking” 1976. (Arman Studio, 2008)
3. CASOS DE ESTUDO
Lingotto é um distrito de Turim, Itália, que nomeou o Edifício Lingotto como uma
enorme fábrica de automóveis Fiat. Construído apartir de 1916 e inaugurado em 1923,
o projeto (criado pelo jovem arquiteto Mattè Trucco) tinha cinco andares, com
matérias-primas lá dentro desde o piso térreo e os carros eram construídos em linha
do qual subiam pelo edifício. Os andares eram especializados na construção de partes
específicas do carro, do chassi ao acabamento no penultimo, e no último andar havia
uma pista de corrida. Foi a maior fábrica de automóveis do mundo no seu tempo. Por
sua vez, o edifício Lingotto projectou com uma enorme vanguarda, influência e poder.
Le Corbusier chamou-lhe "um dos projectos mais impressionantes na indústria ", e "
um guia para planeamento de cidades ". Cerca de 80 modelos diferentes de carros
foram produzidos lá, na sua vida, incluindo o famoso Fiat Topolino de 1936 que foi
descrito no primeiro subcapítulo.
De acordo com o artigo “ Alcune opere del Dr. Ing. Giacomo Mattè-Trucco (30 Gennaio
1869-15 Maggio 1934)”
151Renzo Piano nasceu em Gênova, (1937) é um arquiteto e politico italiano, seguidor da arquitetura
high-tech, a sua obra mais conhecida é o Centro Georges Pompidou, em Paris.
Ilustração 66 - Fábrica Fiat Lingotto perspectiva actual, 2014. (Camber, Pneus e Gasolina, 2013)
A visão de Giacomo Mattè-Trucco era de facto muito simples e daí, genial. Uma
fábrica automóvel em que fosse feita a recepção de matérias primas no rés do chão e
a montagem feita à medida que o carro passava para o próximo andar.
Ilustração 67 - Fábrica Fiat Lingotto perspectiva actual, 2014. (Camber, Pneus e Gasolina, 2013)
A subida até ao próximo andar era feita por uma de duas serpentinas que delineava a
fábrica. A passagem pelos cinco andares resultava num Fiat completo e pronto a
conduzir. O quinto andar apesar de ser o último andar de produção, não era o último
andar da fábrica. O último andar era um circuito de testes pronto a rodar o automóvel
para testá-lo. Em termo de conceito foi algo que se apoiou na produção em série e
registou muito bem esse processo e esse principio onde arquitectura cobriu esse
sistema e essa ideia de maneira bem evidente.
Ilustração 68- Fábrica Fiat Lingotto perspectiva actual, 2014. (Camber, Pneus e Gasolina, 2013)
Ilustração 69 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea, 1928. (Camber, Pneus e Gasolina, 2013)
O circuito tinha uma forma redonda muito simples, com duas curvas inclinadas de
cada lado do edifício. Esta inclinação era apoiada por um conjunto de “costelas” de
betão, algo nunca visto numa obra tão grande, muito menos num circuito empoleirado
no sexto andar de uma fábrica.
Ilustração 70 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea, 1928. (Camber, Pneus e Gasolina, 2013)
No sexto andar era verificado o produto final para ver se os cinco andares tinham feito
bem o seu trabalho. Ao longo da sua vida foram feitos mais que 80 modelos Fiat em
Lingotto e todos os que foram produzidos estavam sujeitos a este teste. Qualquer Fiat
produzido entre 1923 e 1970, a primeira vez que ele andou foi ali naquela pista.
Ilustração 71 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea, 2012. (Camber, Pneus e Gasolina, 2013)
Depois de dada a confirmação, o carro voltava para baixo pela segunda serpentina e
seguia para distribuição nos showrooms. Lingotto apenas garantiu a produção do
volume total da Fiat até 1970. Devido à sua capacidade limitada de suportar técnicas
de fabrico modernas, a fábrica foi perdendo utilidade, até que em 1982, foi oficialmente
fechada. Neste dia, o último Lancia Delta deu a última volta pela mais mítica pista de
testes.
Ilustração 72 - Fábrica Fiat Lingotto vista aérea, 1928. (Camber, Pneus e Gasolina, 2013)
Existiu uma grande revolta na região de Turim acerca do fecho, futuro e recuperação
do declínio industrial em geral. Com este dilema, as entidades locais resolveram lançar
um concurso para a recuperação de Lingotto.
Ilustração 73 - Fábrica Fiat Lingottovista do penúltimo piso à esquerda e à direita a curva do último piso, 2012. (Camber, Pneus e
Gasolina, 2013)
A proposta de Renzo Piano ganhou o concurso que abraçava a antiga fábrica da Fiat
num espaço público para a cidade de Lingotto e a região de Turim. Hoje em dia, a
fábrica de Lingotto serve como casa ou sala de concertos, teatro, hotel, centro de
convenções e shopping. Uma lateral da antiga fábrica serve de sede para o curso de
engenharia automóvel do Politécnico de Torino.
Ilustração 74 - Fábrica Fiat Lingotto vista pista no terraço Turim, Itália 1916 – 1923. (Wolfe, 2013)
Ilustração 77 - Arquitecto Peter Kunz fotografia Dominic Mark Wehrli 2004. (Peter Kunz Architektur, 2014)
De acordo com a publicação Peter Kunz Editor: Heinz Wirz apresentamos o seguinte
projecto que define a relação mais banal e directa que a arquitectura estabelece com
um automóvel, um simples lugar de estacionamento, ou seja um Silo de
Estacionamento.
Projectaram uma nova garagem de sonhos constítuida por 5 cubos de betão que
surgem duma colina de uma encosta, incorporados na paisagem, revelando
parcialmente o invólucro sólido pelo terreno em declive da montanha.
Ilustração 78 - Garagem num Jardim à esquerda vista da Vila e á direita vista da rua Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
Ilustração 79 - Garagem num Jardim vista frontal Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
Este projecto situa-se dentro de uma paisagem natural, constituindo-se também como
uma maravilha da engenharia, totalmente escondida de olhares curiosos sob um véu
de árvores, rochas e flora. Na sua maioria a intervenção tem mais presença do que a
demolição e escavação feita no local para inserir a programação estratégica e
integrada, com a terra e o seu conteúdo ser reduzido a um tapete verde fino, caído
sobre as estruturas elaboradas à espreita logo abaixo da sua superfície. O que só
aumenta o ambiente sinistro e intrigante da intervenção.
Ilustração 80 - Garagem num Jardim à esquerda acesso e à direita paisagem da vila Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
Ilustração 81 - Garagem num Jardim Entrada à esquerda e vão à direita Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
Ao todo são cinco cubos, em que cada um dos compartimentos é estabelecido por
uma altura total do painel envidraçado que expõe os veículos para o exterior como se
tratasse de uma moldura gigante em que o quinto cubo é um vão que serve de entrada
e acesso das viatura para o interior da garagem.
Ilustração 82 - Garagem num Jardim Entrada pedonal em escada Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
Ilustração 83 - Garagem num Jardim interior Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
A garagem pode armazenar até oito automóveis de uma só vez e a sua ordem e
disposição pode ser alterada a qualquer momento. À noite, cada um dos carros de
destaque é iluminado com iluminação especial, os habitantes da aldeia a seguir
repousam em paz, sob os auspiciosos cubos brilhantes da engenharia automóvel
alemã como se tratasse de uma instalação artística.
“Uma simples linha pode vir a ser muito mais complexa do que ela própria alguma vez
foi tanto na concepção do automóvel até ao movimento em planta ou em corte que uma
dada estrutura pode vir a verificar…” Peter Kunz
Ilustração 84 - Garagem num Jardim Exterior e interior lugar de estacionamento Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
O material estrutural enquadra um painel de vidro oferecendo vista para fora para a
planície desde os carros estacionados.
A luz natural entra no espaço de caverna através dos vãos, iluminando o chão de
betão fundido escuro juntamente com lâmpadas tubulares espaçadas.
Ilustração 85 - Garagem num Jardim Exterior Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
Ilustração 86 - Garagem num Jardim Exterior à direita à esquerda o ambiente interior Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
Ilustração 87 - Garagem num Jardim Peter Kunz, Leonardo Finotti. (Finotti, 2014)
Ilustração 88 - Garagem num Jardim Desenhos Técnicos. (Peter Kunz Architektur, 2014)
A sua constituição é feita apartir de paredes de betão inseridas num esquema de 1800
esquadrias diferentes, compondo-se em materiais do novo edifício, que tem tudo para
tornar-se, como o seu antecessor, o museu da empresa mais visitada do mundo. O
projecto teve como orçamento 150 milhões de euros para ampliar o museu já
existente, cujo silo de veículos, por motivos de espaço só continha veículos até 1970.
UNStudio. Com seu estúdio, ele projetou a ponte Erasmus, em Roterdã, o Museu Mercedes-Benz em
Stuttgart, na Alemanha e outro edifício.
Em dois anos e meio de construção foi criada uma obra arquitectónica que é um
exemplar notável de design. Trata-se, mundialmente, do único Museu com capacidade
para mostrar 125 anos de história da indústria automóvel.
A História da marca agrupada por sectores e datas épicas está bem evidente ao longo
do percurso do edificio.
Damos ínicio a nossa experiência entrando pelo átrio de 6 pisos, onde olhamos para a
estrela de três pontas que serve de elemento de distribuição principal tanto para as
pessoas como para a própria estrutura, no topo do edificio. Elevadores a uma escala
exagerada e com um estilo futurista levam nos até ao último piso, de onde podemos
escolher qual dos dois caminhos queremos seguir. A ginástica estrutural do museu,
desenvolvida em colaboração com Werner Sobek156, se revela à medida que
passamos através dos espaços. À medida que descemos lentamente por um ou outro
caminho a rampa de betão na qual caminhamos ergue se por cima de nós revirando
se para se tornar no tecto por cima das nossas cabeças. Em vez de deslocarmo-nos
de piso para piso ou de sala em sala sentimos um desenrolar de um espaço contínuo.
Pilares angulosos ao longo das superficies envidraçadas reforçam a sensação de que
o espaço se abriu na sua estrutura através do movimento, em vez de ser o edificio a
cercar um espaço estático.
Ilustração 101 - Museu Mercedes-Benz interior à esquerda rampa e à direita átrio. (Unstudio, 2014)
156Werner Sobek (1953) nasceu na Alemanha e é um arquiteto alemão e engenheiro estrutural. De 1974
a 1980, estudou engenharia estrutural e arquitetura na Universidade de Stuttgart. De 1980 a 1986, fui
colega de pós-graduação no projeto de pesquisa "Wide-Span Estruturas Leves 'na Universidade de
Stuttgart e terminou seu doutorado em 1987 engenharia estrutural. Em 1983, ganhou o Sobek Fazlur
Khan International Fellowship da Fundação SOM.
A ideia principal e conceptual foi projectar uma estrutura espacial que se comportasse
como uma máquina e levasse as pessoas que a vivenciavam a pertencerem a essa
mesma máquina espacial. Este foi o conceito adoptado para esta proposta.
Portanto a proposta teve como ponto de partida uma muralha habitada, que sendo um
gesto linear correspondia a uma linha de “montagem de espaços”, constituindo assim
tema desta dissertação, quando nos referimos à máquina. Essa muralha teria um
percurso que passava por três torres de tamanhos diferentes que contêm o programa
estipulado. Esse percurso seria publico e que servia para dar acesso a cada uma das
três torres. Pois o projecto tem um caráter público e privado em concordância um com
o outro. Como tal o percurso desenha um fio condutor que tem como objectivo unificar
todos os elementos que fazem parte do projecto, como as torres que se inserem em
dois espaços públicos distintos, um miradouro plano que se encontra do lado da rua
Maria Pia e uma praça que forma um largo na rua debaixo definida pelo formato da
muralha.
Este lugar, caracteriza-se por ser uma das mais marcantes artérias de Lisboa e pela
sua antiguidade que remonta a época oitocentista e pelo facto de ser uma rua com
história, dedicada a honrar D.Maria Pia. Percorre duas freguesias da cidade, Santo
Condestável e Prazeres, atravessando bairros antigos, alguns a necessitarem de
urgente intervenção de reabilitação, é utilizada diariamente por milhares de
automóveis que a cruzam quer para aceder ao tecido urbano local quer para aceder a
vias estruturantes de entrada e saída de Lisboa, nomeadamente, a ponte de 25 de
Abril e o viaduto Duarte Pacheco.
Ilustração 104 - Ortofotomapa do lugar do Projecto Lisboa Vale de Alcântara. (Google.Inc, 2014)
Ilustração 105- Projectos académicos efectuados no Ano Lectivo 2012. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 106 - Maquete do Projecto Centro Cultural de Apoio ao Sem Abrigo. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 108 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Corte á direita do Projecto. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 109 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Corte e Alçado á direita do Projecto. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 110 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Oorte á direita do Projecto. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 111 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Alçados á direita do Projecto. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 112 - Desenho Técnico Planta à esquerda e Corte á direita do Projecto. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 113 - Desenho Técnico Planta da Cobertura à esquerda e Oorte e Alçado á direita do Projecto. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 114 - Maqueta Torre 3 à esquerda e Torres 1, 2 à direita. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 115 – Maqueta à esquerda Frontal e à direita Traseiras. (Ilustração nossa, 2012)
Ilustração 116 - Maqueta à esquerda das 3 Torres e á direita Torre 3,2. (Ilustração nossa, 2012)
Cada Torre tem o seu aspecto, tamanho e formato próprio sendo comum a todas o
destaque de pedaços de matéria volumétrica do corpo principal, dando a noção de
movimento próprio de uma linha de produção em série transmitindo adição e
subtracção culminando num movimento ilusório das peças, pois parece que as torres
estão a desfazer se. Esses pedaços possibilitam alimentar de luz solar o seu interior
através dos vãos rasgados e criar a ilusão que a peça está a cair ou a se separar do
corpo principal criado um ambiente de indústria de extracção de rochas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABDULLAH, Mansur G., ed. [et al.] (2013) – Philip C. Johnson : American architect. In
ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA - Encyclopædia Britannica [Em linha]. London :
Encyclopædia Britannica. [Consult. 10 Dez. 2013]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.britannica.com/EBchecked/topic/305408/Philip-C-Johnson>.
ALGO SOBRE VESTIBULAR (2012) – Filippo Marinetti [Em linha]. [S.l.] : Algo Sobre
Vestibular. [Consult. 10 Dez. 2013]. Disponível em WWW:<URL:
https://www.algosobre.com.br/biografias/filippo-marinetti.html>.
ALTER, Lloyd (2008) - Thermo-Con House [Em linha]. [S.l.] : TreeHugger. [Consult. 20
Jan. 2014]. Disponível em WWW:<URL: http://www.treehugger.com/corporate-
responsibility/thermo-con-house.html>.
ARIVO (2012) – Mies Van Der Rohe. In ARIVO – Blog Arquitecto : arquitectura,
decoração, design e inspiração [Em linha]. [S.l.] : ARIVO. [Consult. 24 Nov. 2014]
Disponível em WWW:<URL: http://arqfolio.com.br/blog/mies-van-der-rohe/>.
ARMAN STUDIO (2008) – ARMAN - Large Scale - Long Term Parking [Em linha]. [S.l.]
: Arman Studio. [Consult. 27 Fev. 2015]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.arman.com/fernandez-arman-long_term_parking-1094-3-74-ch.html>
BASULTO, David (2013) - Robôs, Carros e Arquitetura. Archadaily [Em linha]. (15 Nov.
2013). [Consult. 18 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.archdaily.com.br/br/01-152931/robos-carros-e-arquitetura>.
BETTER PARTS (2014?) – Ferrari Testarossa #7 [Em linha]. [S.l.] : Better Parts.
[Consult. 10 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://betterparts.org/gallery/ferrari-testarossa-07.html>.
BLOG DO LUXO (2009) – Novos Mini Cooper e Cooper S 2015. Blog do Luxo [Em
linha]. (20 Nov. 2013). [Consult. 10 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.blogdoluxo.com/autos/novos-mini-cooper-e-cooper-s-2015>.
COONEY, Anita ; ESPERDY, Gabrielle (2009) – DESIGNING LESS from BAU to BIM,
Part I [Em linha]. [S.l.] : DesignInquiry. [Consult. 24 Fev. 2015]. Disponível em
WWW:<URL: http://designinquiry.net/contributions/designing-less-from-bau-to-bim-
part-i/>.
CÔRTES Aline ; OLIVEIRA, Isabella (2011) – Rietveld [Em linha]. Uberlândia : Aline
Cortês : Isabella Oliveira. [Consult. 10 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://destijlthac.blogspot.pt/2011/05/rietveld.html >.
GARCÍA ODIAGA, Iñigo (2014) - Communicating the architecture (I). Ve Redes [Em
linha]. (31 Jan. 2014). [Consult. 20 Fev. 2015]. Disponível em WWW:<URL:
http://veredes.es/blog/en/comunicar-la-arquitectura-i-inigo-garcia-odiaga/>.
GETCHELL, Rich (2014) - My favorite architect Albert [Em linha]. [S.l.] : Pinterest.
[Consult. 10 Jan. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
https://pt.pinterest.com/richdg1972/my-favorite-architect-albert-kahn/>.
GOOGLE INC. (2014) – Google maps [Em linha]. Mountain View : Google Inc.
[Consult. 12 Jul. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
https://www.google.pt/maps/place/Vale+de+Alcantara,+1350+Lisboa/@38.6999121,-
9.1737477,15z/data=!4m2!3m1!1s0xd193497edcd2cb5:0xf63d5df16bc6d5fa?hl=pt-
PT>.
LA CITTÀ nuova : Antonio Sant’elia Diedrica (2012). In Diedrica [Em linha]. [S.l. : s.n.].
[Consult. 24 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.diedrica.com/search/label/Otto%20Wagner>.
MACIEL, Carlos Alberto (2002) - Villa Savoye: arquitetura e manifesto (1). Arquitextos
[Em linha]. 2:024.07 (maio 2002). . [Consult. 10 Set. 2013]. Disponível em
WWW:<URL: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.024/785>.
MCALEER, Brendan (2014) - Lingotto: The factory that launched a million Fiats. BBC
[Em linha]. (25 Aug. 2014). [Consult. 12 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.bbc.com/autos/story/20140825-a-racetrack-in-the-sky>.
MCGUIRE, Bill, ed. (2012) – Mac’s Motor City Garage [Em linha]. Detroit : Mac’s Motor
City Garage. [Consult. 10 Set. 2013]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.macsmotorcitygarage.com/2012/12/26/dreams-and-nightmares-the-clay-
studio-edition/Atelier>.
MOTORFULL (2013) – The Motorfull [Em linha]. Madrid: The Motorfull [Consult. 10
Set. 2013]. Disponível em WWW:<URL: http://motorfull.com/2013/05/citroen-2cv-
historia>.
OAGANA, Alex (2009) – The Origins of Streamline Design in Cars. Autoevolution [Em
linha]. (22 Nov. 2010). [Consult. 8 Out. 2012]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.autoevolution.com/news/the-origins-of-streamline-design-in-cars-
2998.html>.
PACCARA, Maria Chiara (2013) – Le Corbusier / Ville Savoye. Social design magazine
[Em linha]. (30 Jul. 2013). [Consult. 20 Fev. 2015]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.socialdesignmagazine.com/pt/site/architettura/le-corbusier-ville-
savoye.html>.
PARK, Keith (2009) - Westminster Palace [Em linha]. [S.l.] : Photographers Resource.
[Consult. 10 Dez. 2013]. Disponível em WWW:<URL: http://www.photographers-
resource.co.uk/A_heritage/Castles/LG/England/Westminster_Palace.htm>.
PATTON, Phil (2010) Cars, Culture and the City. Car design news [Em linha]. (30 mar.
2010). [Consult. 10 Jan. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.cardesignnews.com/site/home/whats_new/display/store4/item190842/>.
PETER KUNZ ARCHITEKTUR (2014) – Peter Kunz Architektur [Em linha]. Winterthur :
Peter Kunz Architektur. [Consult. 12 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.kunz-architektur.ch/de/ueberuns/team/peterkunz.asp>.
PETERSEN AUTOMOTIVE MUSEUM (2014) – The Petersen [Em linha]. Los Angeles :
Petersen Automotive Museum. [Consult. 18 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.petersen.org/>.
RAPPAPORT, Nina (2012) – Vertical Urban Factory. Mascontext [Em linha]. 16 (winter
2012). [Consult. 20 Jan. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.mascontext.com/issues/16-production-winter-12/vertical-urban-factory/>.
REIS, Bárbara, ed. (2013) – Londres pode voltar a ter o seu Palácio de Cristal. Publico
[Em linha]. (6 Set. 2013). [Consult. 10 Dez. 2013]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.publico.pt/flash/jornal/londres-pode-voltar-a-ter-o-seu-palacio-de-cristal-
27017299>.
RR (2009) - Casa Schroder de Rietveld [Em linha]. [S. l.] : RR. Consult. 10 Nov. 2014].
Disponível em WWW:<URL: http://noticiasdearquitectura.blogspot.pt/2009/06/casa-
schroder-de-rietveld.html>.
SITE-MECHANICS (2012) – 1968 Bizzarrini Manta (ItalDesign) [Em linha]. San Diego :
Site-Mechanics. [Consult. 16 Nov. 2013]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.carstyling.ru/en/car/1968_bizzarrini_manta/images/25475/>.
SOSA DÍAZ, José Antonio ; GONZÁLEZ, María Luisa (2000) - Arquitectura industrial :
capó y envolventes. In LANDROVE, Susana - Arquitectura e industria modernas,
1900-1965 : actas. Barcelona : Docomomo Ibérico. p. 43-46.
THE UNIVERSITY OF OKLAHOMA (2011) - Factories and Fancy Houses [Em linha].
Oklahoma : The University of Oklahoma. [Consult. 10 Jan. 2014]. Disponível em
WWW:
<URL:http://www.ou.edu/class/arch4443/Factories%20and%20Fancy%20Houses/Fact
ories%20and%20Fancy.htm>.
VALCHIUSELLA.ORG (2009) - Giacomo matte’ trucco il padre del Lingotto [Em linha].
[S.l.] : Valchiusella.org. [Consult. 12 Nov. 2014]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.valchiusella.org/personaggi/contemporanei/giacomo-matte-trucco-il-padre-
del-lingotto/>.
VALLEJO, Curro (s.d.) - 4ª jornada revolución de los transportes [Em linha]. [S.l.] :
Curro Vallejo. [Consult. 10 Dez. 2013]. Disponível em WWW:<URL:
https://revolnews.wordpress.com/4a-jornada/>.
WOLFE, Ross (2013) - Fiat Lingotto Torino. In WOLFE, Ross - The Charnel-House
from Bauhaus to Beinhaus [Em linha]. [S.l.] : Ross Wolfe. . [Consult. 12 Nov. 2014].
Disponível em WWW:<URL: http://thecharnelhouse.org/2013/05/01/a-rooftop-
racetrack-the-fiat-lingotto-factory-in-turin-italy-1923/fiat-lingotto-torino/>.
BIBLIOGRAFIA
ARGAN, Giulio Carlo (1992) - Arte moderna. São Paulo : Companhia das Letras.
BERTONI, Flaminio (1997) - Flaminio Bertoni. Varese : Macchione editore. ISBN: 88-
8340-114-X.
FIELL Charlotte Peter (2001) – Design Industrial A-Z. Köln : Taschen. ISBN: 3-8228-
1176-9.
FIELL, Charlotte Peter (2001) – El diseño del siglo XXI. Köln : Tashen. ISBN: 3-8228-
1815-1.
HENLEY, Simon (2009) - The Architecture of Parking. London : Thames & Hudson.
ISBN 978-0-500-28796-5.
NEUMANN, Claudia (1999) – Design Directory Italy. New York : Universe Publishing.
ISBN: 0-7893-0335-3.
SPARKE, Penny (2002) – A century of car design. New York : Barron´s. ISBN: 0-7641-
5409-5.
TAYLOR, Tom ; HALLETT, Lisa (1996) – How to draw cars like a pro : Osceola.
Minneapolis : MBI Publishing Company. ISBN: 0-7603-0010-0.
TUMMINELLI, Paolo (2004) – Car Design. New York : Teneues. ISBN: 3-8238-4561-6.
WILSON, Quentin ; SELBY, David (1995) – The ultimate classic car book. London :
Dorling Kindersley. ISBN: 0-7513-0208-2.
ZEVI, Bruno (2011) – Saber ver a arquitetura. Trad. Maria Isabel Gaspar e Gaetan
Martins de Oliveira. 6.ª ed. São Paulo : Martins Fontes.