A vida é aparentemente fácil de ser analisada, pois se resume no período de existência
do ser vivo compreendido entre o nascimento e a morte. Porém, a vida de cada um é totalmente distinta entre si, não importando o tipo de “habitat” ou mesmo independente da cultura e do meio em que ele vive. Em suma, ninguém tem vida igual. Até gêmeos idênticos têm vidas diferentes. Via de regra, a vida é singular pois cada um tem uma vivência própria, inigualável. Em síntese, a vida poderia ser qualificada a partir de três princípios, sendo cada um com uma determinada ótica. Primeiramente, surge o materialismo que ensina ser a vida apenas uma jornada limitada e única que vai do berço ao túmulo. Para os materialistas não haveria nada no além após a dissolução do corpo, seja esta por causas naturais seja por acidente, assassinato, dentre outras razões. A mente para esses radicais pragmáticos, não seria nada mais do que fruto do cérebro, do pensamento limitado e finito. Deus não passaria de mera criação humana, uma pseudo-força justamente para justificar seus erros ou feito para “guardar” a pessoa contra as suas inseguranças e temores. Houve até certos filósofos do passado que tinham o materialismo como ponto de partida para justificar seus argumentos. Com o tempo, foi se descobrindo a essência do indivíduo e até os cientistas começaram a se curvar perante tantas evidências de que haveria algo mais além da matéria orgânica. A própria Física que se fundava em demonstrações cabais, foi se transformando a partir de novas descobertas acerca do ainda misterioso átomo. Estudos sobre a anti-matéria começam a derrubar conclusões até então consistentes, porém nem tão definitivas como se pressupunha. Os materialistas menos radicalizados e, portanto, mais flexíveis começam a se interessar pelo “outro lado” da vida. O desconhecido pode ser finalmente desvendado. Em seguida, vem a interpretação teológica que proclama ser a vida fruto da criação de Deus. Os adeptos dessa teoria afirmam que a pessoa só nasce uma só vez e, após sua morte, vai para a eternidade que seria dividida entre céu, purgatório e inferno, locais ocupados de acordo com o comportamento de cada um, enquanto era vivo na Terra. A maioria acredita que haverá o dia em que todas as almas vão ter que enfrentar o temível “Juízo Final”, quando serão julgadas de acordo com seus atos na Terra. Essas pessoas conduzem suas existências exclusivamente respeitando os ditames apregoados pelos livros sagrados que alegam terem sido escritos por Deus e seus emissários. A última teoria que tenta interpretar o sentido da vida é aquela que sugere que todos renascem, ou seja, têm outras chances para se redimir de erros pretéritos e evoluir. Todos seriam parte da Mente Maior, Isto é, Deus. Mas, para chegar à divinização, seria necessário que, após a morte, passasse um tempo fora do corpo e depois, retornasse a um invólucro carnal diferente do anterior na forma, não na essência. As características boas e más mais marcantes perdurariam, sendo modificadas com através do conhecimento. Desse modo, a existência física seria uma etapa da vida da alma imortal, da essência verdadeira que seria, de fato, uma centelha divina. Em outras palavras, todos se apresentam exatamente concomitante ao seu pensamento, segundo essa ala. Assim a vida, por mais misteriosa que possa ser, tem uma certa lógica, mas dependerá do ponto de vista. O fato é que todos, indistintamente, só tendem a evoluir e a melhorar o seu modo de pensar e agir. O retrocesso é temporário, mas o progresso é perene e gradual. Ou seja, energias antagônicas passam e desaparecem no éter. Energias favoráveis ficam e perduram. O tempo de cada evolução dependeria justamente de cada ser vivente. Uns caminham lentamente, outros, porém, possuem um ritmo mais célere que certamente os fará chegar ao ápice mais rapidamente. Tudo, evidentemente, redunda nos sentimentos. Quem quer aprender, acelera seu passo. Quem prefere as coisas mundanas, retarda seu crescimento. É o compasso da vida que ditará os destinos do homem que deve lutar para que domine a sua vida e não o contrário. Pode parecer difícil essa dinâmica, mas prevalece a velha e sábia máxima: “Quem planta colhe”. E a colheita há de ser sempre de acordo com a qualidade da semente.