Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Pelotas
2018
AMANDA PATRICIA MACIEL
PELOTAS
2018
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
BANCA EXAMINADORA
A Deus por dar-nos saúde e força para superar as dificuldades e por permitir
que essa amizade permanecesse até aqui,
This work deals with the analysis of the CA-50 steel of the 70's taken from
reinforced concrete beams that were located in the Port of Rio Grande
Terminal. Understanding the behavior of materials, their transformations and
improvements over time and how much this material is able to withstand a
structure over many years is of extreme importance in the sense of verifying
that the material meets what was projected, as well as knowing its chemical and
mechanical properties that relate to the useful life of this material and the need
for maintenance over time.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12
2 OBJETIVOS .................................................................................................. 14
5. METODOLOGIA .......................................................................................... 46
6. RESULTADOS ............................................................................................. 56
7. CONCLUSÃO .............................................................................................. 63
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 HISTÓRICO
O aço possui um vasto histórico pelo mundo e há registro que a sua base, o
ferro, era utilizado desde 2900 a.C. para as mais diversas aplicações. Foram
descobertos objetos feitos de ferro no Egito e também fogueiras a base de rochas de
minério de ferro, por volta do citado período.
Segundo Imianowsky e Walendowsky (2015) com a construção dessas
fogueiras, foi dado o início da redução do minério, pois o calor as partículas quentes
do carbono entravam em contato com o óxido de ferro e então resultava em uma
massa escura, não fundida, mas permitia a deformação plástica.
Também há registros de utilização de ferro em 1500 a.C. através de um
buraco no solo onde continha minério e um combustível desconhecido.
Segundo o Instituto Aço Brasil, 2011, no século XIII a.C. a utilização do ferro
se deu por militares nos seus armamentos, na Turquia. Já com traços de construção,
no século VI a.C. o ferro foi usado para reforçar as estruturas dos portões da cidade
de Babilônia. O surgimento do ferro-gusa se deu em meados do século V a.C. de
fabricação chinesa. 221 a.C. e muitos processos de obtenção de ferro surgiram nas
mais distintas regiões.
A partir do ano de 1600 várias leis foram surgindo e aos poucos obrigando a
não utilização do alto-forno na região de florestas, visando à preservação das
mesmas.
Sem conseguir ser utilizado, o primeiro alto-forno foi construído na Virginia
(EUA), mas destruído por índios americanos. Também nos Estados Unidos, em
1645 houve outra tentativa de construção do maquinário que foi realizada com
sucesso e permitiu a utilização do mesmo para seu devido fim.(Imianowsky e
Walendowsky, 2015)
Com a possibilidade de utilização dos altos-fornos, observou-se no início do
século XVIII grande avanço na produção de aço. No entanto, as formas de trabalho
eram precárias, as extrações feitas à luz de velas e o minério de ferro era
armazenado em cestas puxadas por cordas.
Em 1779 realizou-se na Inglaterra através de estruturas metálicas a Ponte
“Ironbridge”, dando início à utilização de construções feitas com o aço como material
17
principal.
A partir desses acontecimentos a técnica de fabricação do aço foi
expandindo, impulsionando a Revolução industrial e aperfeiçoando os fornos
utilizados, de modo a facilitar a fabricação e corrigindo as impurezas e, além disso,
dando a possibilidade de adição de propriedades. (INSTITUTO AÇO BRASIL,
2011apud FELÍCIO).
3.2 NORMALIZAÇÃO
As barras eram fabricadas com tamanhos que podiam variar entre dez e doze
metros de comprimento e os fios eram fabricados em rolos com diâmetro inferior a
doze milímetros. A figura 03, mostra como era a padronização de diâmetros
nominais das barras e fios de aço.
transversais deve medir entre 50% e 80% do diâmetro nominal, ao longo de uma
mesma geratriz. As especificações para as nervuras das barras podem ser
observadas em resumo na figura 05.
Figura 06: Caracterização no gráfico tensão x deformação dos aços dureza natural
Fonte: Freitas, 2016
3.3.2 Aços deformados a frio
Figura 07: Caracterização no gráfico tensão x deformação dos aços encruados a frio
Fonte: Freitas, 2016
3.3.3 Aços patenting
Aços patenting ou aços para concreto protendido são fios obtidos através do
processo de tratamento térmico após o encruamento a frio por trefilação.
Por ocasião do resfriamento, o fio adquire uma estrutura cristalina fina, muito
apropriada ao subsequente encruamento a frio por trefilação. O material, após
decapagem em banho de ácido, é trefilado em fieiras ao diâmetro desejado, por uma
ou mais passagens. Para alívio de tensões, usa-se em geral reaquecer o fio e
resfria-lo novamente em banho de chumbo líquido (ou estanho); porém, em tempo
muito reduzido para não perder o encruamento (FREITAS, 2016).
25
As propriedades do aço não são exclusivas dele, visto que se aplicam para
diversos metais. No entanto são fundamentais para o dimensionamento de
estruturas e para conhecimento dos ensaios mecânicos o qual esse material possa
sofrer.
Uma das principais características do aço é a elasticidade, que a capacidade
que o aço possui de voltar a sua forma original após sofrer algum esforço
(CALISTER, 2016). Para esta característica, segue-se a lei de Hooke: σ = ε x E,
onde σ é a tensão aplicada, ε é a deformação e E o módulo de elasticidade do
material em questão. Esse módulo fornece uma indicação da rigidez do material e
seu valor está relacionado com as forças de ligações atômicas.
Em um primeiro momento, durante a deformação elástica a relação entre a
tensão e a deformação é proporcional, resultando em um gráfico de tensão x
deformação com uma linha reta. A inclinação dessa linha corresponde ao módulo de
elasticidade presente, sendo que quanto maior o módulo de elasticidade mais rígido
é o material. Em alguns materiais, como por exemplo, o concreto ou o ferro fundido
cinzento a curva tensão-deformação não é linear. Nesses casos, utiliza-se um
módulo tangencial ou secante para determinar o módulo de elasticidade (CALISTER,
2016).
Tensões de cisalhamento também são responsáveis por causarem
comportamentos elásticos. Por isso a tensão e a deformação de cisalhamento são
proporcionais entre si pela expressão: 𝜏 = 𝐺𝑦, onde G é o módulo de cisalhamento.
A partir do momento em que um determinado material é tracionado, gerando
28
uma tensão e uma deformação correspondente, essa tensão possui uma direção
que pode ser x, y ou z. A razão entre a deformação lateral e axial é conhecida por
coeficiente de Poisson, onde v = − εx / εy = εy/ εz, sendo v o coeficiente de Poisson
e a direção da tensão aplicada em z. O coeficiente de Poisson deveria ser 0,25 para
materiais isotrópicos, no entanto, conforme tabela 1 é possível observar que esta
regra não é válida principalmente para os materiais metálicos. (CALISTER, 2016).
Tabela 01
proporcionalidade.
Conforme pode ser observado na figura 10 inicia-se a deformação plástica no
limite de escoamento superior com uma diminuição a tensão. Após isso, a tensão
mantem-se constante em torno do valor de limite de escoamento inferior. Nos aços
com esse gráfico característico, a tensão limite de escoamento pode ser dada como
a tensão média visto que esse ponto é bem definido no gráfico e relativamente
insensível ao procedimento de ensaio. Esse valor é extremamente importante, visto
que representa a medida da resistência a deformação plástica, com valores que
podem variar de 35MPa para um alumínio de baixa resistência até 1400MPa para
aços de alta resistência (CALISTER, 2016).
𝑙𝑓 − 𝑙𝑜
𝐴𝐿% = 𝑥 100
𝑙𝑜
O comprimento útil do corpo de prova no momento da fratura é lf, e o
comprimento original corresponde ao lo. (CALISTER, 2016). Como a deformação da
peça é dada na região do empescoçamento a magnitude do alongamento depende
do comprimento útil do corpo de prova. Sendo assim, quanto menor lo maior será o
alongamento total em relação ao tamanho da peça, logo maior será o AL%.
Abaixo se tem a tabela 02 onde são apresentados valores de tensão limite de
escoamento, limite de resistência e ductilidade de alguns metais a temperatura
ambiente. As propriedades apresentadas são suscetíveis a mudanças anteriores
que o material tenha sofrido, como tratamentos químicos, deformações ou
tratamentos térmicos, enquanto que o módulo de elasticidade é um valor insensível
a esses tratamentos. Outro fator a ser considerado é que a tensão limite de
escoamento, LRT e o módulo de elasticidade são parâmetros que diminuem com o
aumento da temperatura, enquanto que a ductilidade aumenta. (CALISTER, 2016).
32
Tabela 02
Além disso, segundo Pinheiro (2003), uma barra lisa pode apresentar
aderência mecânica através da rugosidade superficial devida à corrosão e ao
processo de fabricação. A figura 16 mostra superfícies microscópicas de barra de
aço enferrujada, barra recém laminada e fio de aço obtido por laminação a quente e
posterior encruamento a frio por estiramento.
3.6. ENSAIOS
Os materiais que podem ser analisados são ligas a base de ferro, aços
inoxidáveis, ferro fundido, ligas a base de alumínio, ligas a base de cobre e ligas a
base de níquel.
Sendo assim, esse ensaio é extremamente útil para conhecer quais
elementos químicos determinada liga de aço possui e poder caracterizá-la de acordo
com os principais componentes apresentados, gerando um laudo que permite a
análise do mesmo. (Team Lab, 2015).
Não existe normas brasileiras para ensaio, então se baseia nas normas
americanas ASTM E415, ASTM 751, ASTM 1086 para a realização deste ensaio.
O aço é um material muito usado para diversos fins e tem como marca
registrada ser a principal matéria-prima metálica utilizada em várias etapas da
produção industrial, tendo em vista sua versatilidade (CBCA, 2014).
De acordo com o Grupo Aço Cearense (2017) o aço possui vasto campo de
40
3.7.1.2 Aços-Liga
1
Hipoteutóide: aquele que possui menos carbono que o previsto na composição eutetóide que é a menor
temperatura de equilíbrio entre ferrita e a austenita (BRUNATTO, 2016).
44
4 ESTUDO DE CASO
5 METODOLOGIA
Foi realizada uma análise visual nas barras de aço CA-50B e CA-50,
relacionando suas características referentes à aderência (saliências) e quanto ao
estado de conservação (corrosão).
Figura 30: Máquina onde foi executado o ensaio de tração PEGAR MODELO COM DANIEL
Fonte: Os autores (2018)
. 1º Etapa: Corte de todas as barras com cinquenta centímetros, comprimento
padrão para a realização do ensaio.
2º Etapa: Separadas três barras do aço CA-50 e três barras do aço CA-50B,
quantidade escolhida devido à disponibilidade do aço CA-50B, pois apenas três
barras de diâmetro 12,5mm estavam em estado apto para fazer o ensaio.
3ª Etapa: Pesagem de todas as peças em uma balança de precisão. O peso
de cada se encontra na tabela 3. Tendo-se o peso de cada barra e o seu volume, é
possível definir a densidade das barras, informação necessária para a realização do
ensaio.
54
Tabela 03
Número Bitola Comprimento Área - π*r² Volume – Área Peso (Kg) Densidade -
da barra (m) Inicial (m) (m²) x comprimento massa/volume
(m³) (Kg/m³)
1 0,0125 0,5 0,00012266 0,00006133 0,464 7565,85987
2 0,0125 0,5 0,00012266 0,00006133 0,472 7696,30573
3 0,0125 0,5 0,00012266 0,00006133 0,4701 7665,32484
4 0,0125 0,5 0,00012266 0,00006133 0,413 6734,26752
5 0,0125 0,5 0,00012266 0,00006133 0,415 6766,87898
6 0,0125 0,5 0,00012266 0,00006133 0,41 6685,35032
Fonte: Os autores (2018).
Tabela 04
6 RESULTADOS
FERRITA
PERLITA
Dados
gerados
pelo
ensaio
Figura 35: Imagem microscópica do aço CA-50B de tração
Fonte: Resultado do ensaio de metalografia, 2018
A
FERRITA
PERLITA
abela 05
Dados
gerados
pelo
ensaio
de tração
A
Figura 36: Imagem microscópica do aço CA-50
Fonte: Resultado do ensaio de metalografia, 2018
59
FIGURA
Outro ponto analisado na barra de aço CA-50B é a corrosão. Para uma barra
que estava suportando esforços há quase 50 anos, sua estrutura esta intacta,
possuindo apenas corrosão superficial, sendo que o seu interior encontra-se em
boas condições. As barras que estão torcidas e amassadas sofreram esse tipo de
deformação devido a sua retirada através de um martelo rompedor que acabou
deteriorando o material.
60
6.4 MICRODUREZA
Tabela 05
Tabela 06
6.5 TRAÇÃO
Tabela 07
Nº da Barra Un 1 2 3 4 5 6
Força máxima (Fm): kgf 4.340 8.506 9.440 5.812 6.950 6.976
Tensão máxima: MPa 344,0 662,7 738,5 462,3 550,2 559,0
Módulo de
MPa 95.606,7 95.132,9 98.964,7 91.055,9 79.471,6 53.076,2
elasticidade (E):
Tensão de
escoamento (Rp MPa 244,0 560,2 485,6 407,6 431,1 476,4
0,2%):
Força de escoamento
kgf 3.078 7.190 6.207 5.124 5.446 5.946
(Rp 0,2%):
Escoamento sob
MPa 248,1 449,3 428,4 373,2 356,6 191,5
tensão 0,5%:
Escoamento sob força
kgf 3.130 5.766 5.476 4.692 4.504 2.390
0,5%:
Área em mm² (S0): mm² 123,7 125,9 125,4 123,3 123,9 122,4
Comprimento de
mm 500 500 500 500 500 500
medida original (L0):
Comprimento de
mm 530 540 540 510 505 510
medida final (Lu):
Alongamento
% 6,0 8,0 8,0 2,0 1,0 2,0
percentual (A):
Relação limite de
resistência / limite de - 1,4 1,2 1,5 1,1 1,3 1,2
escoamento:
Relação
peso/comprimento kg/m 0,9 0,9 0,9 0,8 0,8 0,8
(vergalhão):
Fonte: Os autores (2018)
62
738,47
662,73
550,18 558,97
462,32
343,97
560,19
485,56 476,44
407,59 431,12
243,95
53076,2
Figura 40: Apresentação dos valores de módulo de elasticidade obtidos no ensaio de tração.
Fonte: Os autores (2018)
2
1 2
Figura 41: Apresentação do alongamento percentual de todas as barras obtidas no ensaio de tração.
Fonte: Os autores (2018)
64
7 CONCLUSÃO
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM 751: Standard Test
Methods, Practices, and Terminology for Chemical Analysis of Steel Products, 2011.
ALMEIDA, Luiz Carlos de. Aços para Concreto Armado. Notas de aula da
disciplina AU414 – Estruturas IV – Concreto armado. Universidade Estadual de
Campinas, 2002.
OLIVEIRA, Luiz Octavio de Souza Bueno; SOUZA, Regina Helena Ferreira de.
Durabilidade de Estruturas Portuárias – Estudo de Caso de um Cais
Protendido. Patorreb, 6º Conferência Sobre Patologia e Reabilitação de Edifícios,
2018.
ANDRADE, J. L. M. Alterações da norma brasileira NBR 7480. Cia. Siderúrgica
Belga-Mineira