Sunteți pe pagina 1din 1

84-MISTÉRIO DA DESCENDÊNCIA-Setembro 2006

Dizia Voltaire, talvez por ser um otimista nato, que “todo homem nasce bom, mas é a
sociedade que o corrompe”, isto é, o ser humano é puro por natureza, todavia o
ambiente em que vive o perverte. Muitos hão de acreditar nesta premissa ao levar em
conta o que se tem visto ultimamente, sobretudo no mundo político, onde alguns
integrantes, dizem, chegam “puros” e saem “manchados”. O poder, então, realmente
inebria? Por essas e outras, surgiu a teoria da “Tábula Rasa”, quando todo ser humano
ao nascer, seria como se fosse uma folha em branco, sendo “preenchida” no decorrer de
sua vida que ficaria “contaminada” de coisas boas e ruins. Em síntese, seu destino seria
traçado de acordo com sua postura moral, física e emocional ao longo de sua existência.
Eis que surge o chamado livre-arbítrio. Todavia, o mapeamento do DNA jogou por terra
essa mencionada tese. Portanto, a partir da decodificação do DNA, descobriu-se que
todos homens e mulheres não nascem puros, mas com os resquícios – bons ou ruins - de
seus antepassados. Em outras palavras, o ambiente não seria o responsável pela
personalidade da pessoa, uma vez que esta traria consigo a carga genética de seus
antecedentes. Assim, antepassados de bom coração teriam descendentes também
bondosos e vice-versa. O mesmo para doenças e outras mazelas de origem
aparentemente desconhecida. Isto derrubaria o argumento que diz que um favelado teria
forte tendência ao crime por causa do ambiente carregado em que vive, ao passo que
quem nasce em berço de ouro teria maior chance de ser uma pessoa de boa índole. Até
que ponto a carga hereditária prevalece? E o que dizer de quem nasce com distúrbios
mentais, ou sofre de um mal de ordem psíquica? Teriam necessariamente de ter
antecedentes igualmente “avariados”? Como se não bastasse, dizem que os suicidas
trazem tal tendência de auto-aniquilamento das suas gerações passadas. Apesar do
avanço nas pesquisas genéticas, ainda há muito a decifrar. Tem de se descobrir até que
ponto um indivíduo é influenciado pelos antecedentes e até onde o ambiente o contagia.
Em síntese, em que grau a doença física e psíquica “viaja” no seio familiar? Esse é o
mistério a ser desvendado pela ciência. E a reencarnação? Como deve ser tratada tal
teoria após a decodificação do genoma? Será que estariam “confundindo os sintomas”,
quer dizer, quando a pessoa lembra de um passado remoto, este não seria decorrente de
sua memória genética, qual seja da vida de seus antepassados? E a inteligência? Como
classificar suas origens? Seria uma qualidade adquirida ou inata? É certo que ninguém
nasce estúpido como uns afirmam mas, é certo também que uns têm capacidade de
assimilação mais eficiente, isto é, a pessoa tem mais facilidade para apreender um
determinado ofício ou mesmo o conhecimento, do que outras que vivem no mesmo
espaço. Deduz-se, pois, que a inteligência tanto pode ser aprimorada como pode ser
inata. Logo, o mapa genético de uma família específica pode ter nuances distintas. O
mistério recrudesce, visto que a educação e o conhecimento não passam de geração em
geração. A facilidade para assimilar as coisas deve ser, então, a chave mestra para abrir
os caminhos que levam a uma inteligência mais apurada, legado que se aprimoraria ao
longo dos tempos. Assim sendo, se a consciência é passível de modificações, como
vislumbrar os males morais? Uma família de desvirtuados permaneceria dessa forma em
todas as épocas? A genética, enfim, pode derrubar teorias como a do livre-arbítrio, da
reencarnação e da tábula rasa, mas se assim for, o homem estaria fadado a ter uma
personalidade dependente dos seus antepassados? Que atributos seriam passíveis de
regeneração ou evolução? Por que uma família tem pessoas tão diferentes entre si? Caso
seja assim tão implacável, como se processa e evolução física e espiritual de cada um?
Até que ponto a forma de pensar e de agir exercem influência nas gerações
subseqüentes? Antecedentes ruins gerariam necessariamente descendentes igualmente
ruins? Pelo visto, essa tal da “tábula rasa” pode ser mais profunda do que se imagina.

S-ar putea să vă placă și