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Francesca Woodman

BIOGRAFIA
Francesca Woodman nasceu em Abril de 1958, na cidade de Denver, Colorado,
numa família de artistas, sendo o pai pintor e a mãe escultora e ceramista. Desde
pequena, ela e o seu irmão foram introduzidos num círculo de amizades e contactos
relacionados diretamente com a arte, sem contar com o ambiente familiar. O “fazer
arte” passou a ser algo muito importante nas suas vidas e que não era para ser tomado
de forma leviana ou hobbie, mas sim de uma forma “religiosa”.
Aos 13 anos, Francesca começou a sua jornada no mundo da fotografia, após o
pai oferecer-lhe uma Yashica 2 ¼ x 2 ¼ , começando a fotografar sem parar.
Quando era pequena, os pais tinham o hábito de dar-lhe, assim como a seu
irmão, nas visitas a museus e galerias, um pequeno caderno para desenharem o que
mais gostassem. Talvez por isso, para Woodman, o nudismo era algo muito natural e
sem tabus, assim como retratar-se dessa forma, já que a maioria das suas fotografias
têm presente o corpo nu.
Ela passou a sua infância no Colorado e alguns verões em Florença, numa casa
de família. Em 1975 frequenta a Rhode Island School Old Design, já com a certeza de que
queria ser fotógrafa. Mais tarde, Itália é o pais de eleição para um programa de estudos
em Roma. Contudo, segundo algumas pessoas próximas, ela era uma jovem muito
apaixonada pelo seu trabalho, mas também muito ambiciosa e desejava ardentemente
o reconhecimento do seu trabalho. Ao ver que não obtinha críticas e aceitação imediata,
acabou por ganhar depressão, seguido do rompimento do seu relacionamento, o que
acabou por agravar o seu estado de saúde mental.

“As coisas pareciam estranhas porque as minhas fotos dependem de


um estado emocional ... Eu sei que isso é verdade e eu pensei sobre
isso por muito tempo. De alguma forma isso fez eu sentir-me muito,
muito bem.” – F. Woodman (trad.)
Tentou suicidar-se em 1980, mas sem sucesso. Contudo, infelizmente, após seis
meses, a 19 de Janeiro de 1981, ela comete suicídio ao saltar do telhado de um edifício
do East Side, New York.
Apesar da maioria do seu trabalho ter sido realizado ao longo do seu percurso
como estudante, Francesca deixou mais de 800 fotografias impressas. Poucos anos
depois da sua morte, o seu trabalho começou a ter o reconhecimento que ela tanto
desejava.

ANÁLISE DA OBRA

Untitled, Boulder, Colorado (1976)


Gelatin silver

O cenário da fotografia é passado num cemitério, podendo observar ao fundo


algumas lápides. No centro da fotografia encontramos uma árvore, um pouco submersa
em água, assim como a própria Francesca Woodman, o sujeito presente.
A autora está submersa na água, entre as raízes, pela reflexão da água, o seu
corpo branco flutuante funde-se com a árvore, na posição horizontal. O seu cabelo, as
pernas e as raízes se assemelham a serpentes e alguns críticos comparam Francesca a
Eva, tal como na história da criação. Ela seria como um agente ativo de mudança, que
persegue continuamente o fruto proibido do conhecimento até obter um criativo, mas
destrutivo fim.
Esta obra une a vida e a morte:
- A vida, pelo facto de Francesca parecer estar a renascer das águas. Esta
simbologia do ambiente aquoso relacionado ao nascimento é utilizada desde os tempos
antigos, como podemos observar em “Nascimento de Vénus”, de Sandro Botticelli, sem
falar do ambiente aquoso que envolve a formação dos bebés.
- A morte, também por Francesca estar nas águas e dar a opção de que submerge
na mesma, colocando assim término á sua vida.

Podemos encontrar ainda outras referências artísticas nesta obra:


- Árvore: Frida Kahlo usou o símbolo da árvore em várias das suas obras, como
símbolo de vida e morte. Na mitologia grega também encontramos o exemplo da deusa
Daphene que, ao ser atacada, transformou o seu corpo numa árvore, como meio de
autoproteção.
Também encontramos influência da personagem shakespeariana, Ophélia, que
caiu de uma árvore e ficou a flutuar até morrer, cena representada numa obra de Everett
Millais.
A tonalidade da sua pele branca, em contraste com os tons escuros de quase
toda a fotografia, é um paradoxo entre o angelical e o cadáver. Qualquer uma destas
simbologias remete á influência da fotografia espírita do séc. XIX e á literatura gótica,
como Edgar Poe ou Emily Dickson.
Tal como em outras obras, podemos encontrar nesta obra teatralidade e
excentricidade, dando corpo a uma história fantasiosa e, muitas vezes, distante do real.
Ela usava-se apenas como modelo ou boneco, não a “verdadeira” Francesca. Ao ser
questionada sobre o porquê de retratar-se a si mesma e não a outras pessoas, ela
respondeu que era apenas uma “questão de conveniência”, pois nem sempre tinha
tempo ou disponibilidade para buscar modelos, além de que era mais rápido ser ela a
representar a ideia que tinha, assumindo o papel de uma atriz no meio de uma drama.
Daí que os seus autorretratos não devem ser considerados autobiografias.

Gostaria ainda de associar esta fotografia com uma citação de Woodman, numa
carta de despedida a uma amiga sua, na primeira tentativa de suicídio.
“I finally managed to try to do away with myself, as neatly and
concisely as possible. I would rather die young leaving various
accomplishments, some work, my friendship with you, and some
other artifacts intact, instead of pell-mell erasing all of these delicate
things.” – F. Woodman

CONCLUSÃO

Francesca Woodman revela uma extrema intimidade com a fotografia. Após a


sua morte, começaram a buscar nas suas fotografias prenúncios do seu suicídio.
Terminou por tornar-se como uma “artista rock” para os jovens e o ideal de artista
romântico: jovem, visceral, bonita e morta.
Ao analisarmos a sua obra em geral, Woodman apresenta um leque abrangente
de interesses e conteúdos conceptuais e artísticos. Uma das razões pela qual ela se
interessava pelo meio fotográfico, era pela possibilidade de manipular o tempo,
interrompendo o fluxo linear entre o passado, presente e futuro.
A maior parte das suas fotografias, ela ou as suas modelos, têm uma aparência
fantasmagórica, explorando o desfoque e fundindo o corpo com o ambiente, tornando-
se uma ferramenta para a exploração entre o espaço, a dimensão do espectro, a
performance, ... tornando-se algo imaterial e intáctil, o contrário do ambiente e objetos
componentes das fotografias. As suas obras eram uma expressão individual, pois
mesmo quando ela não autorretratava e usava modelos, temos a sensação de que é ela
psiquicamente. Terminava captando a sua alma.
Vários elementos e acessórios das suas fotografias podem ser tomados como
objetos simbólicos ou evocativos para a área da condição feminina, contudo, poderia
ter sido apenas no sentido experimental estético, algo tão comum na área da fotografia
de moda e publicitária. Betty Woodman, sua mãe, salientou no documentário “The
Woodmans”, que ela era uma jovem que não tinham muito interessa por política ou em
mass culture, tentando manter uma visão mais atemporal. Mas a partir de 1986, as suas
obras foram aproveitadas para o movimento feminista.
As obras de Francesca Woodman são muitos atuais nos nossos dias e as técnicas
exploradas por ela na altura, hoje estão especialmente presentes nas fotografias de
moda. Além disso, a autorrepresentação e definição comum da selfie é algo muito vulgar
na nossa sociedade, impulsionado por plataformas como o Instagram e o trabalho de
Francesca é essencialmente autorretratos. Contudo, segundo Kim Knopper, curadora da
exposição, Francesca Woodman, On Being an Angel – Museu de Amesterdão, sugere
que o seu trabalho poderia ser considerado um pré-selfie, com um significado mais
profundo, mas numa época onde o exibicionismos abunda sem pudor nas redes sociais,
é mais adequado classificá-la como anti-selfie, já que conseguiu mostrar tanto de si, mas
manter-se um mistério, revelando apenas a sua alma, não a sua vida.

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