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(1) O texto descreve a visão ecumênica do Papa Francisco de acolher outras igrejas e tradições cristãs, reconhecendo suas riquezas e diferencas. (2) Francisco incentiva o diálogo respeitoso e o reconhecimento mútuo sem exigir que mudem suas doutrinas essenciais. (3) O princípio da hierarquia das verdades é central, com foco na verdade central da fé em Cristo para que haja união entre as igrejas.
(1) O texto descreve a visão ecumênica do Papa Francisco de acolher outras igrejas e tradições cristãs, reconhecendo suas riquezas e diferencas. (2) Francisco incentiva o diálogo respeitoso e o reconhecimento mútuo sem exigir que mudem suas doutrinas essenciais. (3) O princípio da hierarquia das verdades é central, com foco na verdade central da fé em Cristo para que haja união entre as igrejas.
(1) O texto descreve a visão ecumênica do Papa Francisco de acolher outras igrejas e tradições cristãs, reconhecendo suas riquezas e diferencas. (2) Francisco incentiva o diálogo respeitoso e o reconhecimento mútuo sem exigir que mudem suas doutrinas essenciais. (3) O princípio da hierarquia das verdades é central, com foco na verdade central da fé em Cristo para que haja união entre as igrejas.
Disciplina de Teologia: Ecumenismo Profº Francisco de Aquino Júnior Francisco de Assis N. da Silva
TRABALHO DE ECUMENISMO E DIÁLOGO INTERRELIGIOSO
IGREJA EM DIÁLOGO (COLEÇÃO: TEOLOGIA DO PAPA FRANCISCO) O DIÁLOGO ECUMÊNICO
Elias Wolff, no presente texto, O diálogo ecumênico, reflete a retomada do diálogo
ecumênico do Vaticano II no contexto atual, mundo, sociedade, a partir do pontificado do Papa Francisco que aprofunda e amplia a visão trazida pelo concílio. Ele põe em destaque três pontos fundamentais no debate ecumênico atual, a saber, a eclesialidade das igrejas, a hierarquia das verdades reveladas e a intensificação do reconhecimento das outras igrejas, com especial atenção às igrejas (comunidades evangélicas) advindas da Reforma. De início o texto situa a Igreja no contexto do mundo moderno, em que a Igreja se dá por conta que não é a única voz ou guia espiritual da sociedade. Sociedade essa, religiosamente pluralista a versa à exclusividades. Por isso, provocativa ao mesmo tempo que possibilita convívio, diálogo e cooperação. No entanto, as igrejas se mostram reticentes e indispostas a uma interação por aquilo que as diferenciam: seus credos. A partir dessa realidade constatada da sociedade plurirreligiosa, Elias, aponta a retomada do Vaticano II, como uma re-recepção do espírito do concílio sob o influxo criativo do pontificado de Francisco. A pluralidade é, para Francisco oportunidade de reflexão profunda interna na Igreja e uma possibilidade criativa de ampliar o alcance ecumênico da participação da Igreja na ação do Espírito suscitado entre as Igrejas (Católica e Ortodoxa) e as comunidades evangélicas oriundas da Reforma. Fica patente o protagonismo e o magistério de Francisco no tocante a essa re-recepção do Vaticano II, a partir da realidade da sociedade atual; faz-se especial menção, nesse texto, os documentos UR e EG. Na visão e ensino ecumênico de Francisco, a Igreja deve abrir-se sem medos ao agir inspirado do Espírito entre as igrejas que têm a koinonia trinitária como paradigma de relação de iguais. E juntas as Igrejas realizam historicamente a ekklesia tou theou, enquanto com-vivem e peregrinam. Para alcançar tal fim, a Igreja precisa aprofundar sua reflexão interna no que diz respeito às suas doutrinas, entendendo que o depósito da fé é antes de tudo um bem que se conserva enquanto se destina a nutrir o depósito da vida da Igreja e dos fiéis. Por outro lado, a reflexão em perspectiva externa aponta para o acolhimento das outras igrejas naquilo que as enriquecem e as diferenciam de modo que essas riquezas ilumine as da Igreja mesma. Colaborar de forma ecumênica, nesse sentido, é re-ler o concílio a partir do diálogo respeitoso. É tomar o concílio da Igreja não como ponto de chegada, mas de partida. Com isso ganha a fé cristã; onde foca menos em barreiras e mais em pontos de contato e de convergência entre as Igrejas. Portanto, esse acolhimento e colaboração é decisivo para ser cristão e ser Igreja no contexto atual. O diálogo ecumênico respeitoso é, na verdade, o esforço de Francisco, na óptica de Elias. Isso fica caracterizado pelo fato de se ir além do Vaticano II sem com tudo negá-lo. Pôr- se em diálogo e reconhecer na vivência das diferentes igrejas os elementos evangélicos que lhes dão identidade e eclesialidade. Logo, a eclesialidade não é algo que se atribui a outros a partir de si, mas que se reconhece na vivência do outro, a expressão da Verdade revelada e da multiforme ação salvífica do Espírito. Isso se traduz nas diferentes maneiras em que as diferentes tradições eclesiais expressão a verdade da fé. Daí, o texto ressaltar a não ingerência ou não exigências às diferentes tradições eclesiais para que mudem aquilo que lhes configuram e as constituem enquanto tais. O que há de essencial não se pode mudar por pretexto de comunhão, desde que essas verdades de fé e elementos eclesiais provenham do núcleo da fé comum. Nesse sentido, as igrejas devem trabalhar no seu interior para ao final terem a possibilidade de reformular a fé comum. Elias, faz transparecer no ensino de Francisco um grande projeto ecumênico no qual não só a re-recepção do Vaticano II torna-se mais fecunda, mas também o próprio patrimônio de toda tradição cristã pode em fim ser compartilhado. Ou seja, é uma re- apropriação da tradição cristã que deve ser entendida como um instrumento teológico e canônico para as diferentes igrejas que se fazem uma na Igreja. No aprofundamento dessa visão ecumênica trazida por Francisco, Elias destaca quatro pontos de estudo sobre a leitura quantitativa e qualitativa dos elementos de igreja, os quais apontam para (1) a necessidade de se verificar a compreensão acerca da origem da igreja em Cristo; (2) o que o Vaticano II ensina sobre a Igreja Católica, na qual a Igreja de Cristo subsiste; (3) a verificação de que há graus de perfeição eclesial em relação à tradição católica; e (4), o reconhecimento que se deve ter do caráter eclesial de outras igrejas. A direção do ensino de Francisco, por sua vez, possui três pilares fundamentais para que se chega à compreensão e à prática do ecumenismo: o reconhecimento da verdade do outro; reconhecer o que de bom há no outro e beneficia a Igreja (Católica); e na aceitação das diferentes formas de ser Igreja de Cristo que a com-vivência ecumênica impõe. Por fim, Elias Wolff, assinala mais um ponto fundamental no ensino ecumênico de Francisco advindo do Vaticano II: o princípio da hierarquia das verdades. Segundo Francisco, todas as verdades procedem da mesma fonte divina. E são aceitas na fé. O núcleo da fé cristã reside na aceitação e no acolhimento do Belo amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado. No diálogo ecumênico e para que se dê a comunhão das igrejas em variados graus, leva-se em conta o vínculo imediato efetivo de cada comunidade cristã com a verdade central e nuclear da fé. Nisso reside a fidelidade de cada tradição de fé/igreja frente à verdade de Cristo e sua vontade conforme se espelha em sua organização e doutrina. Por fim, reforça-se e intensifica-se a busca do reconhecimento do outro enquanto igreja. Porque o reconhecimento da eclesialidade das diferentes tradições cristãs é o centro do debate atual da unidade e unicidade da Igreja de Cristo. Nisto centra-se o esforço do Papa Francisco: o pleno reconhecimento da eclesialidade das comunidades evangélicas provenientes da Reforma, posto que a eclesialidade da própria Igreja Católica e da Ortodoxa é ponto pacífico. CONSIDERAÇÕES A reflexão trazida por Elias Wolff, a partir do ensino e da prática do Papa Francisco concernente ao diálogo ecumênico, é bastante esclarecedor sobre o tema, além do que provê uma fundamentação teológica e magisterial consistente e atual. Fica muito evidente que o caminho para um ecumenismo passa pela autorreflexão no interior de cada igreja das diferentes tradições, e pela abertura-acolhimento das outras tradições cristãs, pondo o foco no núcleo da fé comum: o amor do Pai. E que, a pluralidade de igrejas constituem a multiface da única Igreja de Cristo peregrina, animada pelo único Espírito para ser testemunha do Evangelho.
Obra de referência WOLFF, ELIAS. O diálogo Ecumênico. In: TEOLOGIA DO PAPA FRANCISCO. Igreja em Diálogo. São Paulo: Paulinas, 2018. P. 51-72.