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APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 2
1. MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO (MANDADOS DE PENALIZAÇÃO) ................................ 3
CONCEITO....................................................................................................................... 3
EXEMPLOS ...................................................................................................................... 3
2. CONTEXTO FÁTICO ............................................................................................................... 3
3. LEI 13.260/2016 ...................................................................................................................... 4
4. TERRORISMO ........................................................................................................................ 4
(IN) EXISTÊNCIA DO CRIME DE TERRORISMO NO BRASIL ANTES DA LEI 13.260/16
4
CONCEITO E PREVISÃO LEGAL .................................................................................... 5
TERRORISMO COMO CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO ......................................... 6
4.3.1. Corrente ampliativa .................................................................................................... 6
4.3.2. Corrente restritiva ...................................................................................................... 6
BEM JURÍDICO TUTELADO ............................................................................................ 6
SUJEITOS DO CRIME ..................................................................................................... 7
4.5.1. Sujeito ativo ............................................................................................................... 7
4.5.2. Sujeito passivo .......................................................................................................... 7
TIPO OBJETIVO............................................................................................................... 7
TIPO SUBJETIVO ............................................................................................................ 7
4.7.1. Dolo ........................................................................................................................... 8
4.7.2. Especial motivo de agir .............................................................................................. 8
4.7.3. Especial fim de agir ................................................................................................... 9
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA ........................................................................................ 9
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME DE TERRORISMO DO ART. 2º, CAPUT
DA LEI 13.260/2016 .................................................................................................................... 9
DISTINÇÃO ENTRE TERRORISMO E ATOS DE TERRORISMO.................................. 10
MANIFESTAÇÕES SOCIAIS E TERRORISMO.............................................................. 10
5. ORGANIZAÇÃO TERRORISTA............................................................................................. 10
PREVISÃO ..................................................................................................................... 11
CONCEITO..................................................................................................................... 11
6. PREPARAÇÃO DE TERRORISMO ....................................................................................... 11
PREVISÃO ..................................................................................................................... 11
INTER CRIMINIS ............................................................................................................ 11
RECRUTAMENTO DE COMBATENTES TERRORISTA ................................................ 12
7. FINANCIAMENTO AO TERRORISMO E ÀS ORGANIZAÇÕES TERRORISTA .................... 12
PREVISÃO ..................................................................................................................... 12
CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................... 13
8. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ NA LEI 13.260/2016 ........... 13
9. JUIZ NATURAL PARA O PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES PREVISTOS NA LEI
13.260/2016 .................................................................................................................................. 13
10. ATRIBUIÇÕES INVESTIGATÓRIAS EM RELAÇÃO AOS CRIMES PREVISTOS NA LEI
13.260/2016 .................................................................................................................................. 14
11. APLICAÇÃO DAS DISPOSIÇÕES DA LEI DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS PARA
AINVESTIGAÇÃO, PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES PREVISTO NA LEI
ANTITERRORISMO ..................................................................................................................... 14
12. APLICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DA LEI DE CRIMES HEDIONDOS ............................. 14
13. CABIMENTO DE PRISÃO TEMPORÁRIA ......................................................................... 14
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APRESENTAÇÃO
Olá!
O Caderno Legislação Penal Especial – Terrorismo possui como base as aulas do professor
Renato Brasileiro, do Curso G7 Jurídico.
Dois livros foram utilizados para complementar nosso CS de Legislação Penal Especial: a)
Legislação Criminal para Concursos (Fábio Roque, Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar),
ano 2017 e b) Legislação Criminal Comentada (Renato Brasileiro), ano 2018, ambos da Editora
Juspodivm.
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você
faça uma boa prova.
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito
importante!! As bancas costumam repetir certos temas.
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1. MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO (MANDADOS DE PENALIZAÇÃO)
CONCEITO
EXEMPLOS
• Art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei;
• Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia
a prática da tortura (Lei 9.455/97), o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (Lei
11.343/06), o terrorismo e os definidos como crimes hediondos (Lei 8072/90), por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
• Art. 5º, XLIX - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
• Art. 173, §5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa
jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis
com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra
a economia popular;
• Art. 226, §8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos
que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações;
• Art. 227, §4º - A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da
criança e do adolescente.
2. CONTEXTO FÁTICO
Apenas em 2016 foi editada a Lei Antiterrorismo, sendo um legado dos jogos olímpicos
ocorridos na Cidade do Rio de Janeiro, tenho em vista que foi imposta ao Brasil pela comunidade
internacional.
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Além disso, o Brasil sofria pressão internacional para a criminalização do terrorismo em
razão do crime de lavagem de capitais.
3. LEI 13.260/2016
Ressalta-se que a Lei 13.260/2016 criou quatro figuras delituosas, quais sejam:
Observando-se o disposto no art. 5º, XLIII, da CF (abaixo), percebe-se que apenas o crime
de terrorismo é equiparado a hediondo. Diante disso, indaga-se todas as figuras delituosas estão
abrangidas ou apenas a do art. 2º da Lei 13.260/2016?
1ª CORRENTE – Todos os crimes da Lei 13.260/2016 são terrorismo. Logo, todos são
equiparados hediondos (Ampliativa).
Obs.: Os demais delitos, apesar de não serem equiparados a hediondos, terão as disposições da
Lei dos Crimes Hediondos aplicadas, conforme o art. 17 da Lei 13.260/2016.
4. TERRORISMO
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Entre o advento da CF/88 e a Lei 13.260/2016 (entrou em vigor em 18 de março de 2016),
há divergência em relação à previsão do delito de terrorismo na legislação brasileira. Observe as
correntes que tratam sobre o assunto:
1ª CORRENTE – A Lei 7.170/83, em seu art. 20, já trazia a previsão do delito de terrorismo.
Posição minoritária.
2ª CORRENTE – não havia previsão legal (Alberto Silva Franco). Posição majoritária.
Sustentava que considerar o terrorismo como crime, nos termos do art. 20 da Lei 7.170/83,
era uma clara violação ao princípio da legalidade.
O STF seguia a segunda corrente (PPE 730), afirmando que o delito de terrorismo não
estaria previsto no ordenamento jurídico brasileiro.
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Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções correspondentes à
ameaça ou à violência
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva de
pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais,
religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos
sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar,
com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais,
sem prejuízo da tipificação penal contida em lei
Destaca-se que a maioria dos atos descritos já são considerados crimes pelo CP, mas serão
considerados crime de terrorismo quando cometidos por razões de xenofobia, discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror
social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade
pública.
Observações:
• O parágrafo primeiro não traz crimes de terrorismo, mas sim atos que levam a prática do
delito (rol taxativo). Tratam-se de condutas-meio para que o crime seja executado.
Na doutrina estrangeira, o crime de terrorismo possui, pelo menos, três bens jurídicos
diversos (três correntes), são eles:
1ªC - O mesmo bem jurídico tutelado pelo ato de terrorismo, haveria uma dupla punição. Por
exemplo, explodir uma bomba que mata dez pessoas, haveria dez homicídios e o terrorismo;
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2ªC – o terrorismo é um atentado contra a democracia, pois é um ato praticado por
motivações políticas.
3ªC – tutela-se a paz pública (sentimento coletivo de confiança). Deve-se adotar em prova,
segundo Renato Brasileiro.
SUJEITOS DO CRIME
Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Não se exige
qualidade especial do agente.
Obs1.: Terrorismo é quando, com uma ou mais conduta, provoca-se um sentimento coletivo de
pânico. Assim, é necessária uma qualidade organizacional como elementar do crime de terrorismo?
1ªC – o crime de terrorismo pressupõe uma organização terrorista. Portanto, só pode ser praticado
por mais de uma pessoa (crime plurissubjetivo). É minoritária.
2ªC – é um crime unissubjetivo (art. 2º da Lei 13.260/2016), sendo perfeitamente possível de ser
praticado por um único indivíduo, a exemplo dos franco-atiradores de W.D.C. É Majoritária.
Obs2.: LOBO SOLITÁRIO (Lone Wolf) – é aquele que organiza e executa atos de terrorismo
sozinho, sem estar conectado a um grupo e sem apoio material para execução.
TIPO OBJETIVO
O parágrafo primeiro do art. 2º, em um rol taxativo, traz a descrição dos atos de terrorismo.
TIPO SUBJETIVO
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TIPO
ESPECIAL
ESPECIAL FIM SUBJETIVO
DOLO MOTIVO DE
DE AGIR DO
AGIR
TERRORISMO
4.7.1. Dolo
a) Xenofobia
b) Discriminação
c) Preconceito
d) Raça
e) Cor
É a tonalidade da pele.
f) Etnia
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Vínculos culturais semelhantes, a exemplo da língua.
g) Religião
• Terrorismo e mídia
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
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g) Crime de resultado cortado – será caracterizado mesmo que não cause terror social.
O crime de terrorismo está previsto no caput do art. 2º, não se confunde com os atos de
terrorismo previsto no §1º do art. 2º da Lei 13.260/2016.
Destaca-se que é norma penal em branco homogênea homovitelina, tendo em vista que o
complemento é oriundo da mesma fonte legislativa
As manifestações sociais não podem ser consideradas como terrorismo, nos termos do art.
2º, §2º da Lei Antiterrorismo, in verbis:
O disposto acima deve ser aplicado aos demais crimes previstos na lei 13.260/2016.
5. ORGANIZAÇÃO TERRORISTA
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PREVISÃO
CONCEITO
6. PREPARAÇÃO DE TERRORISMO
PREVISÃO
INTER CRIMINIS
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COGITAÇÃO PREPARAÇÃO EXECUÇÃO CONSUMAÇÃO
Pensamentos para Criação das condições Início dos atos. Todos os atos
prática do crime. necessárias para a foram praticados
execução do delito. para realização
do crime
Em regra, não são
puníveis.
Há delitos em que os atos preparatórios são puníveis, a exemplo do crime previsto no art. 5º
da Lei Antiterrorismo.
É o delito previsto no art. 5º, §1º da Lei 13.260/2016, de acordo com a doutrina.
De acordo com o Prof. Renato Brasileiro, o combatente terrorista estrangeiro é a pessoa que
viaja para um Estado distinto daquele de sua nacionalidade ou de sua residência, com o fim de
perpetrar, planejar, preparar ou participar de atos terroristas, ou fornecer ou receber treinamento
para o terrorismo, inclusive em conexão com conflitos armados.
Além disso, destaca que o treinamento para terrorismo deve ser compreendido como o fato
de dar instruções para o fabrico ou para utilização de explosivos, armas de fogo ou de outras armas
ou substâncias nocivas ou perigosas ou para outros métodos e técnicas específicas, tendo em vista
a prática de uma infração terrorista ou que contribua para sua pratica, sabendo que os
conhecimentos específicos fornecidos visam à realização de tal objetivo.
PREVISÃO
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associação, entidade, organização criminosa que tenha como atividade
principal ou secundária, mesmo em caráter eventual, a prática dos crimes
previstos nesta Lei
CLASSIFICAÇÃO
a) Crime comum;
b) Crime formal;
c) Crime unissubjetivo;
d) Crime instantâneo.
A Lei 13.260/2016, em seu art. 10, prevê que mesmo antes de iniciada a execução do crime
de atos preparatórios de terrorismo serão aplicados os institutos da desistência voluntária e do
arrependimento eficaz.
No Código Penal tais institutos são aplicados apenas nos casos em que já houver iniciado a
execução do crime. Aqui, incide já na preparação.
Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos
nesta Lei são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia
Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça
Federal o seu processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art.
109 da Constituição Federal
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À luz do art. 11, o juiz natural seria um Juiz Federal, tendo em vista que o crime atenta contra
o interesse da União. Contudo, há sério problema de inconstitucionalidade, pois tutela-se a paz
pública que não é um bem da União.
O combate ao terrorismo é de interesse de todos e não apenas da União. Por isso, o correto
seria afirmar que a competência é da Justiça Estadual.
Segundo Renato Brasileiro, não há nenhum óbice a investigação pela polícia federal, a qual,
de acordo com a CF, poderá investigar crimes dotados de repercussão interestadual ou
internacional.
CF art. 144, § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento
de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei
A Lei 13.260/2016 não tratou dos procedimentos investigatórios, faz referência à Lei das
Organizações Criminosas para a investigação, processo e julgamento de todos os crimes previstos.
A Lei 13.260/2016 não transforma em hediondos, mas prevê aplicação das suas
disposições.
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A Lei Antiterrorismo alterou a Lei 7.960/89 a fim de admitir a prisão temporária para todos
os crimes previstos nos seus dispositivos.
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