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Equipas de

Primeiros Socorros

Manual de Formação
PREFÁCIO

O presente manual tem por objetivo apoiar as ações de formação de


Equipas de Primeiros Socorros, levadas a cabo pela Consulsafety, aos
colaboradores das empresas suas clientes, para que estes adquiram
noções básicas de Primeiros Socorros.
Apesar do seu conteúdo e linguagem que, deliberadamente, se tentou
manter simples, contém os conceitos, regras e formas de atuação que
permitirão aos formandos não só acompanhar as ações de formação
como também como ser um documento para consulta posterior, uma
vez que será distribuído a todos eles.
Os Primeiros Socorros são um conjunto de atuações e técnicas
indispensáveis, para prestar auxílio a quem necessite de cuidados e
de socorro, até que chegue a assistência de pessoas especializadas.
Pelo que, é fundamental que os colaboradores que fazem parte da
Equipa de Primeiros Socorros, sejam voluntários e em número
suficiente e de acordo com as necessidades da empresa.
A existência de equipas minimamente organizadas e preparadas é um
fator fundamental para a garantia do sucesso da resposta de uma
qualquer organização às situações de emergência com que possa vir a
ser confrontada, sendo, pois, um fator decisivo para a minimização
dos danos pessoais, materiais e ambientais bem como fator
determinante para uma rápida e eficaz retoma da atividade da
organização.
Não basta, porém, “saber fazer” e intervir rapidamente. É sobretudo
importante que essa intervenção para além de eficaz, seja feita em
condições de segurança, quer dos intervenientes quer de terceiros. O
presente manual contém, por esse motivo, não só os conceitos que
permitem aos intervenientes saber o que fazer, mas também as
razões porque determinados fenómenos acontecem e as regras e
conceitos, para que se possa atuar em segurança com o máximo de
eficácia.

A grafia do presente manual está de acordo com novo acordo


ortográfico.
Índice
PREFÁCIO ....................................................................................................... 2
OBJETIVOS...................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6
FUNDAMENTOS DO SOCORRISTA ....................................................................... 7
C ADEIA DE SOBREVIVÊNCIA .............................................................................. 9
PLANO DE AÇÃO ............................................................................................ 10
SIEM ............................................................................................................ 13
EXAME DA VÍTIMA .......................................................................................... 17
ABORDAGEM À VITIMA ................................................................................... 19
ASSISTÊNCIA PRIMÁRIA .................................................................................. 20
Assistência Primária  Técnica 1 – Avaliação da Situação ............... 35
Assistência Primária  Técnica 2 – Utilização de Proteções ............ 37
Assistência Primária  Técnica 3 – Avaliação Primária .................... 40
Assistência Primária  Técnica 4 – Reanimação Cardiopulmonar ... 42
Assistência Primária  Técnica 5 – Desobstrução de via aérea ....... 45
Assistência Primária  Técnica 6 – Controlo de hemorragia grave . 47
Assistência Primária  Técnica 7 – Controlo do Choque .................. 48
Assistência Primária  Técnica 8 – Envenenamentos/ Intoxicações
................................................................................................................ 49
Assistência Secundária.............................................................................. 53
Assistência Secundária  Técnica 1 – Avaliação de lesões............... 62
Assistência Secundária  Técnica 2 – Traumatismos: Feridas ......... 65
Assistência Secundária  Técnica 3 – Traumatismos: Fraturas ....... 66
Assistência Secundária  Técnica 4 – Traumatismos: Entorse ......... 68
Assistência Secundária  Técnica 5 – Queimaduras .......................... 69
Assistência Secundária  Técnica 6 – Efeitos do Ambiente Quente 72
3
Assistência Secundária  Técnica 7 – Efeitos do Ambiente Frio...... 74
Assistência Secundária  Técnica 8 – Eletrocussão .......................... 76
Assistência Secundária  Técnica 9 – Controlo de lesão na coluna
vertebral ................................................................................................ 77
Assistência Secundária  Técnica 10 – Evacuação de pessoas com
mobilidade reduzida ............................................................................. 78
Assistência Secundária  Técnica 11 – Avaliação de doenças súbitas
................................................................................................................ 79
SITUAÇÕES ESPECIAIS - CRIANÇAS .................................................................. 82
M ALA DE PRIMEIROS SOCORROS ..................................................................... 93
ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA ....................................................................... 94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 103

4
OBJETIVOS

OBJETIVOS GLOBAIS
Adquirir conhecimentos técnicos e práticos de noções básicas de
socorrismo e saber aplicá-los.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Identificar os fundamentos do socorrista
 Enumerar o plano de ação do socorrista
 Distinguir as diversas fases do SIEM
 Aplicar as técnicas da Assistência Primária:
o Avaliação da situação
o Utilização de proteções
o Avaliação primária
o Reanimação Cardiopulmonar
o Desobstrução de via aérea
o Controlo de hemorragia grave
o Controlo do choque
o Atuação em Envenenamentos / Intoxicações
 Aplicar as técnicas da Assistência Secundária:
o Avaliação de lesões
o Traumatismos
o Queimaduras
o Efeitos do Ambiente Quente
o Efeitos do Ambiente Frio
o Eletrocussão
o Controlo de lesão na coluna vertebral
o Evacuação de pessoas com mobilidade reduzida
o Avaliação de doenças súbitas
 Situações Especiais – Crianças
 Executar os procedimentos em situações de emergência
o Funções e responsabilidades de cada elemento/equipa,
e sua articulação.

5
INTRODUÇÃO

Um acidente de viação, alguém que cai à


O que devo fazer?
nossa frente, uma criança que se engasga,
O que faço em
um colega que se corta com um vidro, um
primeiro lugar? familiar que desmaia.

Situações como as referidas acontecem


todos os dias. Algumas destas pessoas precisão apenas de uma
pequena atenção enquanto outras irão morrer ou sofrer de lesões
permanentes se não rececionarem assistência imediata.
Muitos são os fatores que separam as pessoas que vivem e não sofrem
de incapacidades permanentes das que morrem ou sofrem durante
muito tempo após um acidente. Fatores como a forma física,
gravidade do acidente, distância e demora da assistência médica e
muitas vezes pura sorte marcam a diferença do futuro.
Muitos fatores que influenciam o futuro de um acidentado não são
passíveis de controlar mas os primeiros socorros dependem de todos
aqueles que se encontram ou são chamados para assistir a alguém
que necessita.
Muitas vezes, a diferença entre a vida e a morte depende da
prestação de assistência por uma pessoa leiga no período entre a
ocorrência da emergência e a chegada de ajuda especializada.
Os procedimentos de Primeiros Socorros podem parecer intimidadores
e complexos se não se estiver familiarizado com estes.

Os participantes neste curso


aprendem a aplicar técnicas e a
estabelecer as mesmas prioridades
utilizadas pelos profissionais de
saúde.

6
FUNDAMENTOS DO SOCORRISTA

CONCEITO DE PRIMEIROS SOCORROS

Prestar Primeiro Socorro é saber aplicar um conjunto de


conhecimentos que permitem, perante uma situação de acidente ou
de doença súbita, estabelecer prioridades e desenvolver ações
adequadas com o fim de estabilizar ou, se possível, melhorar a
situação da(s) vítima(s).
Este conjunto de ações destina-se a ser aplicado o mais rapidamente
possível após a ocorrência e tem um caráter limitado e temporário.
O Socorrista deve aplicar
corretamente todos os seus Perguntas de Estudo
conhecimentos de modo a  Por que motivo o Socorrista não
preparar e facilitar a deverá temer o agravamento de
continuidade das suas ações uma lesão quando a vitima se
por outros técnicos especia- encontra em paragem cardíaca?
lizados, nomeadamente os
tripulantes de ambulância.  O Socorrista tem sempre sucesso
Ajudar outra pessoa em quando presta socorro a uma
necessidade é gratificante; vítima?
porém, poderá também
criar um estado de  O que o Socorrista deverá fazer
ansiedade elevado, stress e após prestar socorro a uma vítima
temor do que poderá que o afetou emocionalmente?
acontecer.
Na maioria dos casos, um pouco de ansiedade poderá ajudar a
preparar o socorrista física e mentalmente.
A Reanimação Cardiopulmonar e alguns primeiros socorros são
atividades inerentemente emocionais.
Um Socorrista nunca deverá temer o agravamento de qualquer lesão
quando a vitima que se encontra a assistir entra em paragem
cardíaca. Uma vítima que não esteja a respirar e sem pulsação
cardíaca já se encontra no pior estado de saúde possível, mesmo que
durante as manobras de reanimação se agrave o estado de uma das
lesões o pior cenário é o que encontrou antes de iniciar o socorro.
7
Antes de se iniciar uma manobra de socorro o socorrista deverá parar
por momentos e visualizar exatamente o que fazer com base nos
conhecimentos que dispõe. Não iniciar qualquer ação sem ter
consciência de que é a mais correta.
As técnicas aplicadas por um socorrista são idênticas ou mesmo iguais
às dos profissionais de saúde e se executadas corretamente nos
primeiros momentos após a deteção de uma vítima puderam marcar a
diferença.
Nem sempre a atuação do socorrista é
bem-sucedida, tal como a dos
profissionais de saúde.
Um socorrista nunca deverá duvidar
das suas capacidades desde que tenha
feito o que é humanamente possível
dentro dos conhecimentos que possui e
dos equipamentos disponíveis no
momento.
Prestar primeiros socorros a pessoas
em necessidade mexe com as
emoções, como socorrista, poderá passar por estados de stress físico
e emocionais elevados após a prestação de socorro.
Se tais situações ocorrerem o socorrista deverá tentar:
 Descontrair após o incidente. Reduzir o batimento cardíaco e
a pressão arterial descansando ou caminhando lentamente. A
descontração reduz o volume elevado de adrenalina produzido
pelo corpo durante o tempo de stress causado pela prestação
de socorro;
 Evitar o consumo de substâncias estimulantes como cafeína,
nicotina ou álcool;
 Partilhar a experiência com outras pessoas ajuda a processar
ideias e emoções reduzindo o estado de ansiedade (não deverá
partilhar informações referentes à intimidade das vitimas
como também informações que permitam as suas
identificações);
 Se surgirem complicações físicas e/ou emocionais, como
depressão prolongada, distúrbios do sono, ansiedade ou
distúrbios alimentares o socorrista deverá procurar ajuda
médica especializada.
8
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA

A Cadeia de Sobrevivência ilustra os elos da Assistência a uma vítima.


Os dois primeiros elos ou ações dentro da Cadeia de Sobrevivência
poderão ser efetuados pelos socorristas. Os restantes elos envolvem
diretamente os profissionais de saúde, quer ao nível das ações quer
no que respeita aos equipamentos disponíveis.

9
PLANO DE AÇÃO

O plano de ação não é mais


Perguntas de Estudo do que uma abordagem
 Após um acidente, que tipo de sistematizada, de modo a
prevenção se deverá aplicar para que numa sequência de
que a situação não se agrave? atitudes, conduza ao
desenvolvimento de um bom
 Quais os três pontos fundamentais Primeiro Socorro respeitando
na transmissão de um alerta por os seus Princípios Gerais
parte do Socorrista? (Prevenir, Alertar e Socorrer
– PAS).
 Qual o socorro prioritário a prestar Assim, chegando ao local do
a uma vítima? acidente o socorrista deve:

Prevenir
Antes de se iniciar o socorro à vítima, o socorrista deve ter em conta a
segurança dele e da vítima. Deve certificar-se que o ambiente é seguro
primeiro para o socorrista, de modo a poder prestar um socorro eficaz
e posteriormente, deve colocar a vítima num local seguro para poder
iniciar o socorro aplicando os conhecimentos técnicos.

A Prevenção pode ser:


Primária
São todas as atitudes que se tomam
para evitar que o acidente ocorra,
podendo ser a nível rodoviário,
doméstico ou no trabalho.

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Secundária
Este tipo de prevenção é já
considerando todo o tipo de ações
que se realizam após o acidente de
modo que este não se agrave.

Alertar
É toda a informação que o socorrista pode transmitir às entidades que
vai acionar (ex. PSP, INEM), para que chegue uma equipa de pessoal
especializado com a finalidade de socorrer a vítima com mais recursos.
O socorrista deve ser objetivo, claro e conciso na informação que
transmite.
Assim sendo, quando se efetua um pedido de socorro devem ser
adotadas as seguintes recomendações:
 Manter a calma;
 Informar corretamente o local
onde se encontra;
 Indicar o número de telefone a
partir do qual se está a ligar,
para que se possa ser
contactado em caso de
dúvida;
 Descrever corretamente qual a
situação, tipo de ocorrência,
nº de vítimas e idades, se existem fatores agravantes (ex.:
incêndio, explosão) e responder às perguntas que a central de
emergência faz (mesmo que isso possa parecer perda de
tempo);
 Respeitar as indicações dadas;
 Desligar o telefone somente quando a central de emergência o
indicar.

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Em situações que o socorrista se encontre sozinho, de imediato deve
socorrer a vítima e de seguida pedir ajuda.

Socorrer
O socorrista aplica os conhecimentos teórico-práticos, estabelece
prioridades e adota as medidas necessárias para estabilizar a vítima
até que cheguem os meios mais especializados.
O socorro pode ser:
Essencial
São todas as situações prioritárias
que põem em risco a vida da vítima
(ex.: alterações cardiorrespiratórias,
choque,
envenenamento/intoxicação,
hemorragia, etc.).

Secundário
São todas as situações que não
colocam diretamente em risco a
vida da vítima (ex.: pequenas
lesões da pele, queimaduras pouco
extensas).

12
SIEM

O socorrista, após prestar o socorro imediato à vítima, tem


necessidade de acionar um conjunto de meios para que o socorro seja
feito por pessoas especializadas.
Assim, necessita de providenciar a chegada de uma ambulância com
tripulação especializada para efetuar ações complementares às
medidas de socorro iniciais, garantindo o transporte da vítima para
uma unidade hospitalar.
É importante acionar estes meios para que não se agrave o estado da
vítima e evitando possíveis sequelas.
Para que todo este processo decorra de forma eficaz, é fundamental e
necessário a articulação dos vários intervenientes do sistema.
Assim, surge o conceito de Sistema Integrado de Emergência Médica
(SIEM), que pode ser definido como um conjunto de meios e ações pré-
hospitalares e intra-hospitalares, com a intervenção ativa de vários
componentes, como elementos comunitários, individuais e coletivos
que se interligam de modo a possibilitar uma ação rápida, eficaz, com
economia dos meios, em situações de doença súbita, acidentes,
catástrofes e outras. Tem como objetivo final o restabelecimento total
da vítima.
O funcionamento deste sistema inicia-se quando se telefona para o
112 (número europeu de emergência), o atendimento é efetuado por
um elemento da PSP ou GNR, nas centrais de emergência. A chamada é
encaminhada, conforme a ocorrência, para:
 Polícia de Segurança Pública;
 Centro de Orientação de Doentes Urgentes;
 Bombeiros;
 Centro de Informação Antivenenos;
 Cruz Vermelha Portuguesa.

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Fases fundamentais do SIEM

O Sistema é composto pelas seguintes fases:

1. DETEÇÃO Corresponde ao momento em que alguém


se apercebe da existência da primeira
situação em que é necessário socorro,
desenvolvendo ações que tem como
objetivo evitar o agravamento da
situação.

2. ALERTA Fase na qual se contacta, através do


número nacional de emergência (112) ou
de qualquer outro meio, uma central de
emergência, dando conta da ocorrência
anteriormente detetada.

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3. PRÉ-SOCORRO É o conjunto de gestos simples de
socorrismo básico, normalmente
executados por socorristas formados no
seio da população e que são mantidos até
à chegada de meios de socorro mais
especializados.

4. SOCORRO Corresponde ao conjunto de gestos de


socorro complementares executados por
tripulantes de ambulância, com o
objetivo de melhorar o estado da vítima
ou evitar que se agrave.

5. TRANSPORTE Consiste no transporte da vítima desde o


local da ocorrência até à unidade de
saúde adequada, garantindo à vítima a
continuação dos cuidados de emergência
necessários.
O transporte deve ser iniciado após a
vítima ter sido estabilizada no local, para
que o transporte decorra sem grandes
riscos para a mesma.

6. TRATAMENTO Após a entrada da vítima no


estabelecimento de saúde SAP (Serviço de
HOSPITALAR Assistência Permanente) ou hospital mais
próximo, a vítima é avaliada e são
iniciadas as medidas de diagnóstico e
terapêutica com o objetivo do seu
restabelecimento. Por vezes, dado o
estado da vítima, tem de se proceder à
transferência para um hospital de maior
diferenciação, onde ocorre o tratamento
mais adequado a cada situação.
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Objetivos do SIEM
Do ponto de vista funcional, a necessidade de existir um SIEM
operacional tem os seguintes objetivos estratégicos:
 Chegada rápida ao local da ocorrência;
 Estabilização da vítima ou doente no próprio local;
 Transporte adequado do sinistrado ou doente;
 Tratamento adequado a nível hospitalar.

Para a concretização dos seus objetivos o SIEM conta com todos os seus
intervenientes, em maior ou menor escala, mas todos com
responsabilidade no seu eficaz funcionamento. São eles:
 Público em geral;
 Operadores das centrais de emergência;
 Agentes da PSP/GNR;
 Bombeiros;
 Cruz Vermelha Portuguesa;
 Tripulantes de Ambulância;
 Médicos e Enfermeiros, quer em trabalho pré-hospitalar
quer hospitalar;
 Pessoal técnico e auxiliares de ação médica dos hospitais;
 Pessoal técnico na área das telecomunicações e
informática.

Para além destes intervenientes humanos, há que considerar os meios


de telecomunicações (por exemplo: rádios, computadores), os
materiais de socorro (por exemplo: material de reanimação) e os
meios de transporte (por exemplo: ambulâncias, viaturas de
intervenção).
Em Portugal, para que toda esta vasta equipa funcione, é fundamental
a coordenação das diversas atividades de emergência médica, da
responsabilidade do Instituto de Emergência Médica (INEM), organismo
criado em 1981 e dependente do Ministério da Saúde.

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EXAME DA VÍTIMA
O Socorrista antes de iniciar qualquer tipo de procedimento terá de
examinar a vítima, porque só desta forma poderá identificar as lesões
e definir a prioridade na sua atuação.
Em primeiro lugar devem ser
examinadas as lesões que põem
em perigo imediato a vida do
acidentado e posteriormente
aquelas que não carecem de
tratamento imediato e que
podem aguardar.
O local de um incidente ou
acidente normalmente é muito
confuso, podendo inclusiva-
mente existir alguns riscos. Por
este motivo, é preciso garantir
a segurança do Socorrista, dos populares e do doente.
Quando o Socorrista se depara com uma vítima num local de um
acidente ou de um incidente deverá proceder da seguinte forma:

Observar:
 Perigos para os socorristas e para a(s) vítima(s);
 Localização dos doentes e sua posição;
 Estado do(s) doente(s): se estão conscientes, se existem
hemorragias ou outro tipo de lesões graves;
 No caso de um acidente, em que estado está(ão) o(s) veículo(s),
qual o grau de destruição e posição;
 Se foi uma queda, de que altura ocorreu;
 Etc.

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Ouvir:
 Ruídos que indiquem perigo, como barulhos de motor, escape,
etc.;
 Se existem ruídos respiratórios;
 Que queixas a(s) vítima(s) apresenta(m);
 Informações e instruções de outros elementos no local.

Pensar e decidir:
 Se foi tudo verificado;
 Se foram definidas prioridades;
 Que mais pode ser feito.

Atuar:
 Se for um acidente de viação, sinalizar o local com recurso ao
triângulo do veículo e usar o colete refletor;
 Solicitar ajuda ligando 112;
 Aplicar os cuidados de emergência adequados à situação clínica
dos doentes;
 Caso já existam equipas de socorro no local, respeitar as
indicações que são dadas;
 Atuar com calma e serenidade, pois o doente depende de si.

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ABORDAGEM À VITIMA

A forma de abordagem ao doente ou


vítima de um acidente é importante
na prestação de cuidados. Quando o
Socorrista aborda uma pessoa que
pela observação necessita de
assistência, este deverá solicitar a
sua permissão antes de iniciar
qualquer ação ou procedimento.

Algumas indicações:
 Identificarmo-nos e saber o nome da vítima para tratá-la pelo
seu nome;
 Tentar saber a idade;
 Colocar-se junto da vítima – Se estiver afastada pode transmitir
falta de confiança do socorrista nos seus próprios atos,
dificultando a obtenção de respostas às suas questões;
 Tocar no doente – Segurar na mão da vítima ou colocar a mão
no seu ombro são formas de transmitir confiança e
tranquilidade, permitindo assim que esta colabore;
 Interrogar a vítima de forma direta e objetiva para não
condicionar a resposta. Ex: – Dói-lhe o peito? – Neste caso, a
vítima possivelmente dá uma resposta afirmativa, porque o que
pretende é cativar a atenção de quem se socorre.
 Mas se perguntar: Tem dores? – Neste caso a vítima pode
responder afirmativamente, mas obriga-a a especificar o local
exato.

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ASSISTÊNCIA PRIMÁRIA

A Assistência Primária
Perguntas de Estudo consiste na prestação de
 O que é a Assistência Primária? cuidados de emergência a
vítimas que apresentam
 Quais os 5 passos da Assistência risco imediato de vida. As
Primária? ações a aplicar na prestação
da Assistência Primária
 Como solicitar apoio se encontram-se organizadas
encontrar uma vítima numa via em etapas que permitem de
pública? uma forma sistematizada as
manobras de socorro.

Avaliação da Situação
Antes de o Socorrista abordar um doente ou uma vítima deverá
garantir que se encontram reunidas as condições de segurança
necessárias para a prestação de socorro. A avaliação das condições de
segurança deverá ser pensada pela seguinte prioridade:
1. Segurança do Socorrista;
2. Segurança do doente ou vítima;
3. Segurança para todos os que se encontrarem na envolvente.
A garantia das condições de segurança é fundamental na prestação de
socorro. Se o doente ou vítima não se encontrar em local seguro, o
Socorrista deverá removê-lo para um espaço que garanta a segurança
de todos e seguidamente iniciar todos os procedimentos de socorro.

Verificar estado de consciência


Para avaliar este estado, o Socorrista deve estimular a vítima
chamando por esta e tocando-lhe suavemente nos ombros.
Uma vítima inconsciente corre perigo de vida, pois pode ficar com
obstrução das vias aéreas devido à acumulação de secreções, vómitos,
sangue ou corpos estranhos (dentes, dentaduras, etc.).
O socorrista deve proceder a manobras para restabelecer a
permeabilidade das vias aéreas utilizando a técnica correta em relação
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ao tipo de acontecimento (se é de trauma ou de doença). De seguida
há que verificar a boca e procurar objetos estranhos ou secreções. Se
existirem devem ser removidos, mas somente se estiverem visíveis.

5 Passos do Exame Primário


Com vista a facilitar a apreensão das ações a desenvolver na prestação
de Assistência Primária foi desenvolvido um esquema que permite
identificar os 5 passos do Exame Primário:

A. Abordagem da via aérea;


B. Colocação de Barreiras de Proteção; Verificar ventilação;
C. Verificar Circulação sanguínea; Controlo de Hemorragias
Graves; Controlo do Choque;
D. Avaliação neurológica;
E. Exposição da vítima com controlo da temperatura.

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Fases do Exame Primário

Abordagem da via aérea


A avaliação inicial deve
identificar rapidamente sinais
sugestivos de obstrução da via
aérea, através da inspeção da
cavidade oral e observação de
alguns sinais que possam
indicar hipoxia e/ou
obstrução:

 Agitação motora -
sugere hipoxia;
 Cianose – sugestivo
de hipoxia;
 Sons anormais
(roncos) - obstrução
de faringe;
 Disfonia - obstrução
de laringe.

Hipoxia - significa baixo teor de oxigénio. Trata-se de um estado de


baixo teor de oxigénio nos tecidos orgânicos cuja ocorrência é
atribuída a diversos fatores. Pode ser causada por uma alteração no
mecanismo de transporte de oxigénio: desde uma obstrução física do
fluxo sanguíneo, anemia ou a deslocação para áreas com
concentrações baixas de oxigénio no ar.

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 Colocação de Barreiras
de Proteção;
 Verificar ventilação;

Colocação de Barreiras de proteção


Quando o Socorrista inicia prestação de cuidados a um doente ou a
uma vítima tem de contar que o contacto físico é praticamente
inevitável. As Infeções transmitidas por contacto com fluidos corporais
mais relevantes são:
 Hepatite C
 Hepatite B
 VIH – Vírus da imunodeficiência em humanos
O Socorrista tem 4 formas de se proteger quando presta socorro:
 Uso de luvas estanques (verificar sempre as luvas soprando para
o seu interior garantindo que estas não têm furos);
 Uso de máscara ou peça de ventilação com válvula unidirecional
(colocação de um lenço não é opção);
 Uso de protetores oculares ou faciais, podendo ser utilizados
óculos de sol, óculos de segurança, etc.);
 Lavar sempre as mãos e todas as áreas com sabonete
antisséptico e água após serem expostas. Se não houver água
disponível, deverão ser utilizados lenços antissépticos ou
líquidos antissépticos sem sabão.
Como regra geral, deverá ser colocada sempre uma barreira entre o
Socorrista o doente ou vítima. O sangue e outros fluidos corporais
devem ser considerados potencialmente infeciosos.
O medo da transmissão de doenças é o motivo frequente para a
maioria das pessoas, mesmo com formação de socorrismo, não

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prestarem socorro a quem dele necessita. O uso de barreiras
adequadas permite a prestação de socorro de forma segura.
Verificar Ventilação
Após ter sido efetuada a abertura e permeabilização da via aérea,
aproximar a face da face do doente e observar o tórax deste. Verificar
se ventila durante 10 segundos:
Ver – se existem movimentos torácicos ou outros movimentos naturais;
Ouvir – o ar a passar na via aérea do doente;
Sentir – o ar que sai do doente a bater na face.

A ventilação vai ser avaliada e caracterizada em relação a:


 Frequência – Número de ciclos ventilatórios que ocorrem num
minuto (num adulto normalmente são de 12 a 20 por minuto);
 Amplitude – A forma como a caixa torácica expande. É
caracterizada da seguinte forma:
 Normal;
 Superficial;
 Profunda.
 Ritmo – A forma como se processam os intervalos de tempo
entre ciclos ventilatórios, sendo caracterizado da seguinte
forma:
 Regular – quando os intervalos de tempo entre ciclos são
iguais;
 Irregular – quando os intervalos de tempo entre ciclos são
diferentes.

 Verificar Circulação
sanguínea
 Controlo de
Hemorragias Graves

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 Controlo do Choque

Verificar Circulação sanguínea


A função circulatória avalia-se através do pulso ou também
denominado frequência cardíaca.
O pulso é uma onda de sangue, resultante da contração do coração,
que passa ao longo das artérias. Desta forma, obtêm-se informações
sobre o funcionamento do coração e da circulação sanguínea. O pulso
pode ser palpado em qualquer ponto onde se possa comprimir uma
artéria. Para o avaliar e caracterizar, deve palpar-se a artéria
carótida, ou, em alternativa, palpar a artéria radial.

A frequência cardíaca varia com a idade, estado físico, repouso e


stress.
Palpar a artéria que passa no pescoço, no sulco que fica a 2 cm da
maça de Adão – artéria jugular.
Pressionar o lado interno do pulso, sobre a artéria radial, com os
dedos indicador e médio

À semelhança da ventilação, o pulso também é caracterizado em


relação a:
 Frequência – A frequência cardíaca é o número de
«batimentos» (contrações do coração) que ocorrem num
minuto, sendo os valores considerados normais para um adulto
de 60 a 100 batimentos por minuto;
 Amplitude – A forma como se sente o pulso ao palpar a artéria,
sendo caracterizada da seguinte forma:
o Cheio – quando sente um pulsar forte;
o Fino – quando se tem dificuldade em sentir o pulsar.
 Ritmo – A forma como se processam os intervalos de tempo
entre contrações. É caracterizado da seguinte forma:
o Regular ou rítmico – quando os intervalos de tempo
entre ciclos são iguais;
o Irregular ou arrítmico – quando os intervalos de tempo
entre ciclos são diferentes.

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Controlo de Hemorragias Graves
Uma boa oxigenação é essencial para o normal funcionamento do nosso
organismo. O transporte do oxigénio é feito pelo sistema circulatório
que é composto pelo sangue, coração, artérias, veias e vasos capilares.
Por este motivo, quando existe uma saída de sangue de uma forma não
controlada, está-se perante uma hemorragia.
O corpo humano contém cerca de 6 litros de sangue e a sua perda
rapidamente de apenas 1 litro é perigosa e poderá causar lesões
graves.
As Hemorragias Graves devem ser tratadas rapidamente dado que
colocam em causa a vida.
Em geral existem 3 tipos de hemorragias. Em situação de emergência
não é fundamental diagnosticar o tipo de hemorragia presente, no
entanto, se o socorrista a conseguir identificar fica com maior exatidão
na avaliação da gravidade da lesão.
Hemorragia Arterial
Sangue vermelho vivo que jorra
de um ferimento em sincronia
com o batimento cardíaco. Este
tipo de hemorragia potencia
uma rápida perda de sangue do
organismo, o que ao ocorrer em
uma artéria de grande dimensão
poderá levar à morte em
escassos minutos.

Hemorragia Venosa
Fluxo constante de sangue
vermelho escuro com origem em
um ferimento. Consoante a sua
localização, a gravidade desta
difere. Como permite uma
grande perda de sangue deverá
ser tratada rapidamente
evitando o agravamento do
estado de saúde da vítima.
26
Hemorragia Capilar
Neste tipo de hemorragia o
sangue escorre lentamente de
um ferimento. Este tipo de
hemorragia pode parar por si ou
com uma pequena aplicação de
pressão sobre o ferimento.

Nota: Sempre que identificar uma hemorragia grave durante a


assistência a uma vítima o socorrista deverá usar sempre luvas de
proteção e restantes barreiras se necessário. O pedido de apoio
especializado deverá ser efetuado rapidamente e a prestação de
cuidados deve ser imediata para evitar a perda excessiva de sangue.
As hemorragias podem ser:
 Externas;
 Internas.

Hemorragias externas
As hemorragias externas são de fácil localização, estão relacionadas
com feridas e podem ser de origem arterial, venosa ou capilar,
dependendo do(s) vaso(s) atingido(s).
O controlo das hemorragias pode ser efetuado através da aplicação das
seguintes técnicas:
 Compressão manual direta;
 Compressão manual indireta ou à distância;
 Garrote.

O resultado destas técnicas pode ser melhorado, associando às mesmas


os seguintes procedimentos:
 Aplicação de frio
 Elevação do membro.

27
Compressão manual direta
Deve fazer compressão diretamente sobre a lesão que sangra,
utilizando compressas ou um pano limpo e sem pelos para o auxiliar.
Caso o volume de compressas seja excessivo, retirar a maioria sem
remover aquelas que estão em contacto direto com a ferida, de forma
a evitar que a mesma volte a sangrar.
Esta técnica, apesar de eficaz, não deve ser aplicada quando se está
perante as seguintes situações:
 Ferida com objeto perfurante;
 Ferida associada a fraturas.

Compressão manual indireta ou à distância


Esta técnica aplica-se quando não é possível efetuar a compressão
manual direta e consiste em fazer compressão num ponto entre o
coração e a lesão que sangra (artéria femural – perna, artéria umeral –
braço).

Garrote
O garrote, devido às lesões que provoca, é colocado somente quando
todas as outras técnicas de controlo de hemorragias falharam ou
quando se está perante a destruição de um membro. Este deve ser de
tecido não elástico e largo. Quando se recorre ao garrote, deve
registar-se a hora da sua aplicação.

Para se obter resultados mais rápidos podem associar-se às técnicas


referidas anteriormente os seguintes procedimentos:
Aplicação de frio – A aplicação de frio vai fazer com que os vasos se
contraíam reduzindo a hemorragia. No entanto, a sua aplicação requer
cuidados. Por isso deve proceder-se da seguinte forma:
 Quando se utilizar gelo, envolvê-lo num pano limpo ou em
compressas e depois colocá-lo sobre a lesão;
 Fazer aplicações por períodos de tempo não superiores a 10
minutos.

28
Elevação do membro – Este método consiste em utilizar a força da
gravidade para reduzir a pressão de sangue na zona da lesão. Para a
sua aplicação verificar se não existem outras lesões que possam ser
agravadas.

Hemorragias internas
As hemorragias internas são de difícil reconhecimento, sendo
caracterizadas de duas formas:
 Hemorragias internas visíveis;
 Hemorragias internas não visíveis.

Hemorragias internas visíveis


Diz-se que uma hemorragia interna é visível quando o sangue sai por
um dos orifícios naturais do corpo (nariz, ouvidos, boca, etc.).

Hemorragias internas não visíveis


São de difícil reconhecimento, sendo a suspeita efetuada com base nos
sinais e sintomas que o doente apresenta.

Atuação
No caso da hemorragia interna devem ser aplicados, entre outros, os
seguintes cuidados:
 Não deixar o doente efetuar qualquer movimento;
 Se o sangue sai pelos ouvidos, neste caso particular, colocar
somente uma compressa para embeber;
 Aplicar frio sobre a zona da lesão;
 Manter o doente quente;
 Avaliar os parâmetros vitais.

29
Principais Sinais e sintomas:
 Dor local ou irradiante;
 Sede;
 Zumbidos;
 Dificuldade de visão gradual;
 Pulso rápido e fraco, progressivamente;
 Ventilação rápida e superficial, progressivamente;
 Pupilas progressivamente dilatadas;
 Outros sinais e sintomas de choque.

Primeiro Socorro:
 Estancar a hemorragia ou, se isto não for possível, limitar ao
máximo a saída de sangue;
 Desapertar roupas no pescoço, tórax e abdómen;
 Animar e moralizar;
 Se consciente – posição confortável;
 Se inconsciente – PLS;
 Manter temperatura corporal;
 Não dar nada a beber;
 Promover transporte para hospital.

Controlo do Choque
O corpo humano é constituído essencialmente por água (cerca de 60 %
do volume total num adulto), estando a maior parte situada dentro das
células. A água vai permitir que ocorram determinadas reações
químicas que permitem a existência de vida, no entanto, também vai
permitir o transporte do oxigénio através da circulação sanguínea, bem
como de nutrientes e de algumas hormonas. Assim, o nosso organismo
necessita continuamente de um fornecimento eficaz de oxigénio e de
uma quantidade regular de água para poder sobreviver.
No sangue, a água encontra-se numa substância conhecida por plasma,
que transporta os glóbulos vermelhos e estes, por sua vez, levam o
oxigénio para os órgãos. Em simultâneo recolhe os subprodutos
produzidos pelo organismo como o dióxido de carbono (CO 2), entre
outras substâncias.
30
O sangue circula por todo o corpo através de artérias, veias e vasos
capilares, sendo bombeado pelo coração. Quando este sistema sofre
uma alteração dos seus mecanismos (o coração não funciona com
eficácia; houve uma alteração na estrutura dos vasos sanguíneos que
os levou a dilatar; ou porque ocorreu uma perda avultada de água ou
sangue) instala-se uma situação denominada por choque.
O choque pode, assim, ser definido de várias maneiras, dependendo
cada uma do mecanismo em causa. De uma forma geral, este ocorre
quando o sistema cárdio-circulatório se torna incapaz de garantir o
fornecimento de oxigénio e nutrientes aos órgãos vitais.
O choque instala-se num doente de uma forma progressiva, sendo
muitas vezes detetado tardiamente. Se não for combatido
rapidamente, pode levar à morte.

Existem três tipos de choque:


 Choque Cardiogénico - Insuficiência do efeito bomba;
 Choque Hipovolémico – insuficiência de líquidos circulantes;
 Choque Neurogénico – Alteração da dinâmica dos vasos.

Choque Cardiogénico
Surge quando a circulação sanguínea não é eficaz, por existir
insuficiência do efeito “bomba” do coração para fornecer o oxigénio
ao organismo.

Choque Hipovolémico
Surge quando existe uma perda substancial de líquidos circulantes,
seja sangue ou plasma. A causa mais frequente de choque é a
hemorragia, pela perda de sangue, que leva ao mau funcionamento do
coração.

Choque Neurogénico
Surge quando a circulação sanguínea é alterada por existir uma
alteração ao nível das artérias e/ou veias, que vai condicionar o
fornecimento de oxigénio necessário ao bom funcionamento do
organismo.
31
Principais Sinais e sintomas:
 Palidez;
 Diminuição da temperatura corporal;
 Pele húmida e viscosa;
 Agitação inicial e depois apatia;
 Pulsação rápida e fraca;
 Ventilação superficial, difícil, rápida, …
 Dilatação pupilar;
 Náuseas e/ou vómitos;
 Inconsciência.

Primeiro Socorro:
 Verificar o estado de consciência;
 Se consciente - deitar em decúbito dorsal com cabeça baixa e
as pernas ligeiramente elevadas;
 Combater a causa;
 Desapertar a roupa no pescoço, peito e cintura;
 Verificar o estado de consciência;
 Animar e moralizar a vítima;
 Manter temperatura corporal;
 Não dar nada a beber;
 Vigiar funções vitais;
 Se inconsciente – PLS.

32
 Avaliação
neurológica

Avaliação Neurológica
Uma rápida avaliação do padrão neurológico deve determinar o nível
de consciência e a reatividade pupilar da vítima. A escala de coma de
Glasgow pode ser usada na avaliação secundária.
Na avaliação inicial seguimos a sigla AVDS:
A - Alerta
V - Resposta ao estímulo verbal;
D - Responde a estímulo doloroso;
S – Sem resposta.
Essencialmente o que procuramos saber é se a vítima se encontra
alerta para o que a rodeia (A), se responde verbalmente ao que lhe é
perguntado (V), se não obtivermos uma resposta verbal procuramos
perceber se esta expressa dor quando estimulada dolorosamente (D)
ou, em último caso, se não obtemos qualquer resposta (S), dando-nos a
indicação de que a vítima está inconsciente.

33
 Exposição da
vítima com
controlo da
temperatura

Exposição da vítima com controlo da temperatura


A vítima deve ser completamente despida, principalmente em
situações de trauma, para facilitar o exame completo e a
determinação de lesões que podem representar risco de morte.

A proteção da vítima contra a hipotermia é muito importante, pois


cerca de 43% das vítimas sofrem deste tipo de alteração durante a fase
de avaliação primária, com redução de 1 ºC a 3 ºC, comprometendo o
tratamento por aumentar a perda de calor.

Alguns exemplos de fatores que podem levar a desenvolver hipotermia:

 Edema e hipoglicémia são fatores que comprometem a


produção de calor;
 Traumatismo associado à intoxicação por álcool ou drogas leva
a maior perda de calor;
 Traumatismo craniano pode comprometer o centro
termorregulador;
 Ingestão de líquidos não aquecidos durante a fase de
restabelecimento dos sinais vitais;
 Tempo de exposição a ambiente frio, molhado, e outras
condições que podem provocar hipotermia;
 Uso prolongado de roupas molhadas.
34
Assistência Primária  Técnica 1 – Avaliação da Situação

Objetivo:
Demonstrar os procedimentos na avaliação de uma situação de
emergência de forma segura.

Sequência de ações:

1. Parar - avaliação da situação:


a. O que causou a Lesão?
b. Há algum perigo no local?
c. É seguro a aproximação à vítima?

2. Pensar – Formular um plano de ação seguro:


a. É possível manter a segurança
enquanto presto assistência?
b. Que tipo de assistência é necessária?
c. O que vai ser necessário para ligar o
número europeu de emergência 112?
d. Avalie as suas capacidades de
socorrista para a prestação de assistência.

3. Agir – Acionar o número europeu de emergência 112 e prestar


assistência:
a. Está sozinho? Acionar o número
europeu de emergência 112 de
imediato (o acionamento deverá ser
efetuado antes de prestar qualquer
assistência à vitima).
b. Prestar toda a assistência à vítima dentro dos conhecimentos
que possui ou por diretrizes dos operadores do CODU (Centro
de Orientação de Doentes Urgentes) durante a ligação para o
número europeu de emergência 112.

35
Nota: Poderá em alguns casos existir pessoas que tentem ajudar
sem conhecimentos adequados. Os socorristas deverão solicitar o
apoio de profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, entre
outros, que se deverão identificar perante o socorrista que já se
encontra a prestar assistência (solicitar sempre documento
identificativo).

36
Assistência Primária  Técnica 2 – Utilização de Proteções

Objetivo:
Demonstrar os procedimentos para a colocação, remoção e descarte
das barreiras de proteção a utilizar pelo socorrista. As barreiras de
proteção são:
 Luvas;
 Mascara de proteção;
 Protetores ventilatórios.

Colocação de Luvas
1. Colocação das luvas com os dedos
polegares virados para cima (permite
identificar qual a luva para a mão
esquerda e direita quando forem
utilizadas luvas assimétricas);
2. Retirar objetos que possam rasgar as
luvas como anéis, pulseiras, etc.;
3. Calçar as luvas sem as danificar (não
puxar com demasiada força);
4. Verificar se as luvas não apresentam nenhum dano antes da
sua utilização.

Remoção de Luvas
As luvas durante a sua utilização podem ser contaminadas e deverão
ser removidas cuidadosamente.
1. Para remover a 1ª luva, belisca-se a luva contrária junto ao
pulso virando o avesso para fora e pressionando para
descalçar;
2. Remover a luva enrolando-a com cuidado de modo a que a
parte externa fique voltada para o interior. Segurar a luva
removida com a mão que ainda está calçada.
3. Para a remoção da segunda luva, colocasse dois dedos da mão
contrária entre a pele e a luva na zona do pulso. Retira-se
enrolando esta na luva retirada anteriormente.
37
4. Após a remoção das luvas, estas deverão ser colocadas num
saco apropriado para produtos contaminados por agentes
biológicos e entregues em local apropriado para tratamento
(este saco poderá ser entregue em instituições de saúde como
Hospitais, postos de saúde, etc.).

Mascaras de Proteção
A utilização de mascaras de proteção pelos socorristas deverá ser
ponderada em situações onde exista a possibilidade de projeção de
fluidos (ex. hemorragia).
Existem diversos tipos de mascaras de proteção com formatos
variados. A principal preocupação na colocação destas é garantir que
ficam ajustadas adequadamente à face e que não caiem quando
ocorrem movimentações da cabeça.
Após a sua utilização, as mascaras de proteção são retiradas e
tratadas como resíduo contaminado por agentes biológicos com o
mesmo processo das luvas.

Protetores ventilatórios
Quando for necessário ministrar
ventilação artificial a uma vítima deverão
ser utilizados protetores ventilatórios que
permitam criar uma barreira física entre a
vítima e o socorrista.
Existem diversos tipos de protetores
ventilatórios, alguns descartáveis e outros
reutilizáveis.
A colocação de protetores ventilatórios deverá ser feita da seguinte
forma:
1. Preparar o protetor ventilatório – verificar se não existem
fissuras nos plásticos ou borrachas e que este se encontra com
a válvula unidirecional colocada adequadamente (que permita
a passagem de ar do socorrista para a vitima e não o
contrario);

38
2. Colocar o protetor ventilatório sobre a boca ou boca/nariz –
em alguns protetores ventilatórios que não abrangem a boca e
o nariz em simultâneo, será necessário apertar o nariz da
vítima não permitindo que o ar insuflado saia por este;
3. Proceder à ventilação artificial conforme técnica de RCP.

Após a utilização dos protetores ventilatórios, os que forem


descartáveis, deveram ser tratados como resíduos contaminados por
agentes biológicos com o mesmo processo das luvas.
Nos protetores não descartáveis, o processo varia consoante as
especificações do fabricante (deveram ser seguidos os procedimentos
de reutilização de produtos contaminados por agentes biológicos).

39
Assistência Primária  Técnica 3 – Avaliação Primária

Objetivo:
 Verificar o estado de consciência da vítima;
 Efetuar a abordagem à vítima;
 Identificar os equipamentos de proteção individuais
adequados;
 Verificação de obstrução e abertura das vias aéreas;
 Avaliar a ventilação e circulação sanguínea da vítima;
 Colocação de vítima em posição lateral de segurança.

Sequência de ações:

 Verificar o estado de consciência da vítima:

O meu nome é … sou socorrista. Posso


ajudar? (se a vítima não responder, dar
uns pequenos toques com as mãos nos
ombros desta e voltar a efetuar a
mesma abordagem).

Vítima consciente:

Se a vítima responder significa que respira e que mantém a via


aérea permeável. Assim sendo, deve prosseguir com a avaliação
secundária (pesquisa e controlo de hemorragias, sinais evidentes
de choque e outros traumatismos).

Vítima inconsciente:
Se a vítima não responder deve, de imediato, solicitar ajuda a
quem passa no local ou por perto.

 De seguida devem ser utilizadas/ colocadas as


devidas barreiras de proteção (luvas)

40
 Para avaliar a ventilação da vítima é
necessário proceder à abertura da via
aérea, recorrendo à extensão da cabeça,
colocando a palma da mão na testa da
mesma e com dois dedos auxiliar a elevação
da mandíbula (apoiando na estrutura óssea
e não nos tecidos moles).

 Deve Ver, Ouvir e Sentir (VOS), durante 10


segundos, se a vítima ventila. Ver os
movimentos torácicos e/ou abdominais, ao
mesmo tempo que ouve e sente o ar
expirado pela vítima na sua face.

 Se a vítima ventila, deve ser colocada numa posição de


recuperação, ou seja, em Posição Lateral de Segurança (PLS), de
forma a prevenir situações de aspiração de vómito, sangue ou
outras secreções.

Sequência – 1/6 Sequência – 2/6 Sequência – 3/6

Sequência – 4/6 Sequência – 5/6 Sequência – 6/6

NOTA: Caso suspeite de uma situação de trauma, NÃO deve colocar a


vítima em Posição Lateral de Segurança.

41
Assistência Primária  Técnica 4 – Reanimação
Cardiopulmonar

Objetivo:
 Efetuar abertura das vias aéreas;
 Efetuar o VOS;
 Solicitar ajuda diferenciada (Ligar 112);
 Executar manobras de RCP;
 Utilizar os equipamentos de proteção individuais adequados.

Sequência de ações:

Após verificar o estado de consciência da vítima e efetuar a


abordagem à mesma (verificados na técnica anterior), devemos
proceder da seguinte forma:
1. Abertura das vias aéreas
Para avaliar a ventilação da vítima é necessário proceder à
abertura da via aérea, recorrendo à extensão da cabeça.

2. Efetuar o VOS
Deve Ver, Ouvir e Sentir (VOS), durante 10 segundos, se a
vítima ventila. Ver os movimentos torácicos e/ou abdominais,
ao mesmo tempo que ouve e sente o ar expirado pela vítima
na sua face.

3. Solicitar ajuda diferenciada (Ligar 112)


a. Quando a vítima não respira,
devemos ligar 112 a solicitar ajuda
diferenciada. Este pedido de ajuda
pode ser feito por alguém que
tenha aparecido logo no início da
avaliação do estado de
consciência.
b. Na chamada para o 112 deve dar indicações de forma
clara e precisa no que se refere ao estado de consciência
da vítima, idade aparente, mencionar que a mesma não
respira e dizer que possuiu conhecimentos de RCP.
42
c. Deve responder a todas as questões colocadas pelo
Operador, desligando somente quando este o indicar.

4. Executar manobras de RCP


a. Colocar a vítima deitada de costas (se ainda não estiver
nessa posição);
b. Expor o tórax da vítima;
c. Determinar uma linha
imaginária entre os
mamilos e colocar a
base de uma mão no
centro do tórax;

d. Colocar a outra mão por cima da


primeira, entrelaçando os dedos;
e. Posicionar-se com os braços
esticados paralelamente à vítima;
f. Iniciar as compressões torácicas,
comprimindo o peito cerca de 4 a 5 cm, libertando a
pressão entre cada uma delas, num total de 30. Se fizer a
contagem à medida que efetuar as compressões (um-dois-
três… etc.), faz com que exista uma cadência rítmica
certa;
g. Depois das 30 compressões, deve
efetuar duas ventilações,
utilizando o equipamento de
proteção adequado;
h. As duas ventilações devem ser
pausadas, cada uma com duração
de cerca de 1 segundo, o suficiente para que seja visível a
elevação do tórax. Não deve perder mais tempo nas
ventilações, mesmo que verifique que estas não foram
eficazes.
i. Após as duas ventilações retoma as compressões, e assim
sucessivamente, até que a vítima apresente sinais de
circulação ou até ser substituído por outro socorrista ou,
em último caso, por exaustão.

43
5. Utilizar os equipamentos de proteção individuais adequados

a. Preparar o protetor ventilatório;


b. Colocar o protetor ventilatório sobre a boca;
c. Proceder à ventilação artificial conforme técnica de RCP;

Nota: Se não for capaz ou não se sentir à vontade para efetuar as


ventilações, ou até mesmo pelo facto de não possuir proteção
específica, prossiga com as compressões torácicas de forma contínua.
Por si só, elas são benéficas para a vítima cujo coração deixou de
bater, pois o sangue ainda contém algum oxigénio.

44
Assistência Primária  Técnica 5 – Desobstrução de via aérea

Objetivo:
 Demonstrar como ajudar uma vítima com Obstrução da Via
Aérea (parcial);
 Efetuar as pancadas interescapulares;
 Efetuar as compressões abdominais;
 Demonstrar como ajudar uma vítima com Obstrução da Via
Aérea (total).

Sequência de ações:

1. Demonstrar como ajudar uma vítima com Obstrução da Via Aérea


(parcial)
a. Iniciar a abordagem perguntando à vítima: “ Está engasgado?”,
“Posso ajudar?”;
b. Quando for consentido (basta a vítima abanar a cabeça), deve
iniciar as pancadas interescapulares seguidas das compressões
abdominais, de forma a tentar deslocar o objeto.

2. Efetuar as pancadas interescapulares


a. Fique de pé, ligeiramente atrás e ao lado da vítima;
b. Apoie o peito da vítima com uma das
mãos e incline-a para a frente;
c. Com a mão livre e bem aberta, dê
cinco pancadas firmes entre as
escápulas da vítima;
d. Se estas pancadas não resolverem,
passe para as compressões abdominais.

3. Efetuar as compressões abdominais


a. Fique de pé, atrás da vítima;
b. Localize o umbigo do paciente – o local
de compressão fica a dois dedos acima
do umbigo;
c. Feche o punho e coloque o polegar,
que deverá estar mais saliente, no local da compressão;
45
d. Coloque a outra mão sobre o lado oposto e externo do punho
fechado;
e. Efetue cinco compressões rápidas para dentro e para cima –
como se fossem movimentos de “colher”;
f. Se as compressões não resolverem a situação, e a vítima se
mantiver consciente, volte a dar mais cinco pancadas
interescapulares;
g. Deve manter este ciclo até resolver a desobstrução ou até a
vítima ficar inconsciente.

4. Demonstrar como ajudar uma vítima com Obstrução da Via Aérea


(total)

Se a vítima se encontrar já inconsciente por obstrução da via


aérea ou caso fique inconsciente durante as tentativas anteriores
de desobstrução, deve proceder com manobras de RCP. O único
cuidado adicional a ter é a observação da boca após as
compressões torácicas, e antes de efetuar as ventilações, de
forma a verificar se algum objeto se encontra solto e visível.

Nota: A manobra poderá ser aplicada também com a vítima sentada


ou deitada.
Atenção: A manobra não deve ser usada em mulheres grávidas,
vítimas inconscientes, vítimas demasiado obesas ou crianças com
menos de um ano. Deve apenas considerar-se a aplicação de
manobras de RCP.

46
Assistência Primária  Técnica 6 – Controlo de hemorragia
grave

Objetivo:
 Utilização de barreiras de proteção;
 Demonstrar como utilizar a pressão manual direta para
controlar uma hemorragia;
 Demonstrar como utilizar uma ligadura, para manter a
pressão, no controlo de uma hemorragia;

Sequência de ações:
1. Utilização de barreiras de proteção
a. Deve sempre considerar a utilização de luvas para situações de
hemorragia.

2. Demonstrar como utilizar a pressão manual direta para


controlar uma hemorragia
a. Coloque um pano limpo ou compressas
esterilizadas sobre o ferimento e faça
pressão;
b. Se não tiver um pano ou compressas,
use a mão devidamente protegida por
luvas;
c. Alivie a pressão periodicamente para
verificar se a hemorragia parou ou se diminuiu.

3. Demonstrar como utilizar uma ligadura, para manter a


pressão, no controlo de uma hemorragia
a. Enquanto aplica pressão no ferimento, coloque uma ligadura
sobre as compressas;
b. Se esta ficar ensopada por sangue, coloque mais compressas
por cima e volte a enrolar uma nova ligadura;
c. Não deve remover as compressas e ligaduras aplicadas
anteriormente, pois o sangue coagulado ajuda a controlar a
hemorragia;
d. Coloque compressas e ligaduras conforme o necessário e vá
mantendo, na mesma, a pressão manual direta.
47
Assistência Primária  Técnica 7 – Controlo do Choque

Objetivo:
 Verificar o estado de consciência da vítima;
 Combater a causa do Choque;
 Saber atuar em situação de Choque.

Sequência de ações:

1. Verificar o estado de consciência da vítima


Deve verificar o estado de consciência da vítima, conforme
abordado na Técnica 3.

2. Combater a causa do Choque


No Choque a quantidade de sangue disponibilizada é insuficiente
para manter o aporte necessário ao bom funcionamento dos
órgãos vitais, pelo que é importante conhecer e combater a causa
do choque (hemorragias, queimaduras, fraturas…).

3. Saber atuar em situação de Choque


a. No caso de ter uma vítima consciente, deixe-a decidir qual a
posição mais confortável a adotar – deitado, sentado, etc.
b. No caso de uma vítima inconsciente, e em que não existam
suspeitas de trauma dos membros inferiores ou lesão da
espinal-medula, deve elevar as pernas do mesmo, entre 15 a
30 centímetros, para facilitar o retorno sanguíneo ao coração.

48
Assistência Primária  Técnica 8 – Envenenamentos/
Intoxicações

Objetivo:
 Identificar situações de intoxicação / envenenamento;
 Saber vias de contacto / administração

Intoxicações / Envenenamentos
É toda a situação que ocorre quando uma pessoa fica exposta a uma
substância que introduzida no organismo pode provocar graves
alterações, podendo causar a morte.

Vias de contacto ou administração:


 Inalatória – através das vias respiratórias;
 Gastrointestinal – através de comida ou bebida;
 Cutânea – através da pele;
 Ocular – através dos olhos;
 Circulação direta – através de substâncias injetadas no sangue.

49
Prevenção
Por vezes as intoxicações podem ser evitadas, passando pela
prevenção a vários níveis, tais como:
- Correta armazenagem dos produtos tóxicos em lugar seguro,
longe do alcance das crianças e em local próprio;
- A medicação deve ser colocada em local adequado e fechada à
chave;
- Devem-se manter os produtos tóxicos, como produtos de
limpeza, lixívia e pesticidas nas suas embalagens de origem;
- Usar vestuário adequado na execução de determinados
trabalhos agrícolas como por exemplo, na sulfatação das
árvores com pesticida.

Primeiro Socorro:
O socorro da vítima no envenenamento ou intoxicação inicia-se pela
colheita de informações, pois é importante saber: qual o tóxico, qual
a via, a quantidade, há quanto tempo e no caso se ser com crianças é
importante saber a idade e o peso.
Ligar para o CIAV (Centro de Informação Antivenenos) – 808 250
143 e seguir as indicações que nos são facultadas.
É importante alertar que, por vezes, quando chegamos junto da
vítima nem sempre a quantidade de líquido ou comprimidos que
faltam nas respetivas embalagens, indica que foi tudo ingerido.
Devemos dizer a quantidade que falta para perfazer o total indicado
na embalagem.

50
a. Via Inalatória
- Eliminar a fonte do tóxico, afastando a vítima do local onde
foi encontrada, para que possa facilitar a ventilação;
- Retirar-lhe as roupas, para que não exista propagação do
tóxico que possa ter ficado impregnado na roupa;
- Levar a vítima para o hospital mesmo que esta esteja
aparentemente bem, pois pode ter ficado com lesões a nível
do aparelho respiratório.

b. Via gastrointestinal
- Seguir obrigatoriamente as indicações do CIAV

É importante alertar que não se deve provocar o vómito após a


ingestão de um tóxico pois, se o tóxico for cáustico, queima o
aparelho digestivo duas vezes, quando ingere e quando vomita.

c. Via Cutânea
- Seguir obrigatoriamente as indicações do CIAV;
- Retirar a roupa contaminada à vítima para não favorecer a
absorção do tóxico;
- Lavar abundantemente a pele com água corrente sem utilizar
qualquer tipo de sabão, pois pode causar reação alérgica em
contacto com o tóxico e provocar um agravamento da reação
cutânea;
- Não aplicar nenhum produto tipo creme ou pomadas pela
possibilidade de causar reação cutânea;
- Levar a vítima sempre ao hospital para ser observada por
pessoal especializado.

d. Via ocular
- Lavar abundantemente o olho atingido com soro fisiológico ou
água corrente, da parte interna do olho para a parte externa;
caso contrário podia-se contaminar o outro olho que não foi
afetado;

51
- Não esfregar o olho afetado para não provocar mais irritação
ocular;
- Pedir à vítima para não fechar o olho afetado, pois existem
substâncias muito agressivas para o olho e, quando fechado,
há a possibilidade de colar as pálpebras;
- Levar sempre a vítima ao hospital para ser observada por
pessoal especializado.

e. Via circulação direta


- Pedir à vítima para permanecer imóvel, para diminuir a
possibilidade da substância que foi administrada ser
espalhada;
- Arrefecer a vítima, porque por vezes ficam com febre;
- Levar a vítima sempre para o hospital para lhe ser instituído o
tratamento adequado.

52
Assistência Secundária

A Assistência Secundária
Perguntas de Estudo consiste na prestação de
cuidados de emergência
 O que é avaliação secundária e a vítimas que apresentam
assistência secundária? situações que, ainda que
não sejam de risco
 Qual a diferença entre lesão e imediato de vida, se não
doença súbita? forem vigiadas ou
controladas, podem
tornar-se graves.
Depois de assegurado o Exame Primário, deve efetuar uma avaliação
secundária da vítima, ou seja, em situações de doença súbita e outro
tipo de lesões.

Lesão e doença súbita


Na avaliação e assistência secundária, é importante compreender
estes dois conceitos e o que significam.
Uma lesão é um dano físico no corpo da vítima, como por exemplo:
 Cortes, arranhões e contusões;
 Lesões torácicas;
 Ferimentos na cabeça, olhos e dentes;
 Queimaduras;
 Fraturas;
 Lesões provocadas por temperatura: hipotermia, geladura,
insolação e golpes de calor;
 Ferimentos por descarga elétrica.
Uma doença súbita pode ser causada por condições preexistentes
como alergias, doença cardíaca, diabetes ou também por outro tipo
de fatores externos como intoxicações.
De uma forma geral as doenças súbitas manifestam-se por sinais no
corpo da vítima e também pelos sintomas que estas nos descrevem.
53
Sinais e sintomas
Um sinal é algo que qualquer um de nós consegue ver, ouvir ou
sentir.
Na avaliação de uma lesão deve procurar por sinais como:
 Ferimentos;
 Hemorragias;
 Descoloração da pele;
 Deformações;
 Edemas;
 Sons respiratórios que não sejam comuns.

Na avaliação de uma doença súbita deve observar se existe:


 Alteração na cor da pele;
 Alteração do estado de consciência;
 Alteração ventilatória;
 Tremores;
 Convulsões;
 Verificar a temperatura da pele;
 Verificar a pulsação.
Um sintoma é algo que a vítima lhe diz que está errado. Tanto nas
situações de doença súbita como nas de lesões, a vítima pode
queixar-se de náuseas, tonturas, dores ou dormência.

54
Doenças súbitas
Dor precordial
A dor precordial é aquela se manifesta
habitualmente em situações de enfarte
agudo do miocárdio.
O enfarte agudo do miocárdio resulta de
uma obstrução brusca e ou total de uma
artéria coronária ou das suas ramificações,
privando a circulação do sangue a determinada zona do músculo
cardíaco e ocasionando morte celular – necrose. Esta situação não
está diretamente relacionada com o esforço ou emoção, podendo
mesmo surgir quando a vítima está em repouso (por exemplo, durante
o sono). Por vezes é difícil distinguir, apenas pela sintomatologia,
ambas as situações. No entanto, embora os sinais e sintomas que as
vítimas apresentam sejam por vezes muito semelhantes, na angina de
peito o quadro clínico é geralmente menos exuberante e mais auto
limitado na localização e duração.

Sinais e Sintomas:
 Sensação de desconforto torácico;
 Dor precordial, de localização retrosternal e de caráter
opressivo, com irradiação para o pescoço e membro superior
esquerdo (mais frequente) e/ou para o membro superior
direito, maxilar inferior e epigastro (estômago);
 Dor precordial sem qualquer fator de alívio ou agravamento –
ex.: dor sem alívio ou agravamento quando executada uma
inspiração profunda, movimento do tórax ou pressão sobre o
tórax;
 Angústia, ansiedade e agitação;
 Náuseas e vómitos;
 Sudorese (suor generalizado)
 Ventilação difícil;
 Pulso rápido, fraco e irregular;
 Possível inconsciência.

55
Primeiro Socorro:

 Promover o transporte ao hospital pelos meios adequados e


sem efetuar esforços;
 Manter um ambiente tranquilo junto da vítima;
 Evitar qualquer tipo de movimento;
 Reforçar a confiança;
 Se consciente, colocar a vítima numa posição confortável,
sempre com o tronco ligeiramente mais elevado;
 Se inconsciente, colocá-la em Posição Lateral de Segurança
(PLS);
 Manter a temperatura corporal;
 Vigiar as funções vitais;
 Averiguar se toma medicação específica (se necessário colocar
1 comprimido debaixo da língua).

56
Epilepsia
A epilepsia pode ser focal ou generalizada, as
causas desta doença são variadas; podem ser
anomalias congénitas, alterações vasculares,
tumores, doenças degenerativas ou lesões.
Muitas vezes não se descobre a causa concreta
e denomina-se causas idiopáticas, outras
vezes são fruto de uma incorreta maturação
cerebral e desaparecem quando ocorre o
crescimento do cérebro (idade adulta).

A epilepsia pode-se manifestar em crises e classificada da seguinte


forma:
 Crises de pequeno mal
 Crises de grande mal (convulsões)

Sinais e Sintomas:
 Pequeno mal epilético (sem convulsões)
- Alterações do comportamento, a vítima deixa de estar
presente e fica distante;
- Ausências/alheamento.
 Grande mal epilético (com convulsões)

Caracteriza-se pelas seguintes fases (nem sempre todas estão


presentes):
 Alucinações sensoriais (Ex visões anormais);
 Perda de consciência, aumento do tónus muscular, períodos
em que há ausência de movimentos respiratórios (apneia);
 Movimentos convulsivos, ventilação difícil, maxilares cerrados,
salivação abundante, mordedura da língua, perda de controlo
de esfíncteres (urina, fezes);
 Relaxamento total dos músculos, recuperação progressiva da
consciência, confusão mental, necessidade absoluta de
repouso.

57
Primeiro Socorro:

Pequeno mal epilético:


- Acalmar e colocar a vítima em posição confortável;
- Levar ao Hospital se necessário;

Grande mal epilético:


- Afastar objetos da vítima e proteger a cabeça;
- Não meter nenhum objeto na boca da vítima;
- Desapertar a roupa no pescoço, peito e cintura;
- Colocar a vítima de acordo com grau de consciência (fase
de recuperação);
- Transporte para Hospital.

58
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
O Acidente vascular Cerebral surge
quando o cérebro fica privado de
oxigénio, em consequência de uma
obstrução das artérias que irrigam o
cérebro.

Sinais e Sintomas:
 Perda brusca de conhecimento;
 Descoordenação / incapacidade motora;
 Cefaleias;
 Agitação e ansiedade;
 Dificuldade na articulação das palavras ou ausência da fala;
 Anisocoria (pupilas com diâmetros diferentes);
 Desvio da comissura labial;
 Incontinência de esfíncteres;
 Insensibilidade a estímulos;
 Palidez.

Primeiro Socorro:
 Reduzir tensão emocional e manter ambiente tranquilo;
 Afastar familiares;
 Incutir confiança á vítima;
 Estimular a vítima verbalmente – não excessivamente pois
pode aumentar ansiedade;
 Manter via aérea permeável;
 Desapertar a roupa no pescoço, peito e cintura;
 Colocar vítima de acordo com o seu grau de consciência;
 Manter temperatura;
 Transporte para Hospital.

59
Diabetes
A diabetes está associada á insuficiente produção de insulina pelo
organismo.

Podem surgir dois tipos de diabetes:


 Diabetes Melllitus insulinodependente (Tipo 1)
 Diabetes Mellitus não insulinodependente (tipo 2)

Podem ocorrer duas situações com vítimas de Diabetes:

1. Hipoglicémia – que se caracteriza por:


 Insuficiência de glicose;
 Jejum prolongado;
 Esforços físicos;
 Dose excessiva de insulina.

Sinais e Sintomas:
- Sensação de fraqueza / fome;
- Palidez;
- Suores frios;
- Pele pegajosa;
- Pulso rápido e cheio;
- Ventilação superficial e fraca;
- Convulsões – coma.

Primeiro Socorro:
- Se consciente, dar água com açúcar;
- Se inconsciente, colocar açúcar debaixo da língua;
- Manter temperatura corporal;
- Transporte para Hospital.

60
2. Hiperglicemia – que se caracteriza-se por:
 Excesso de açúcar no sangue;
 Refeição muito rica em hidratos de carbono (açúcares);
 Falta de insulina.

Sinais e Sintomas:
- Fadiga crescente;
- Desidratação;
- Ventilação rápida, fraca e irregular;
- Pulso rápido e cheio;
- Hálito adocicado a fruta ou a acetona (hálito cetónico);
- Fase rosada e de aspeto congestionado;
- Inconsciência – coma.

Primeiro Socorro:
- História clínica:
 É insulinodependente?
 Já tomou dose de insulina diária?
 Faz antidiabéticos orais?
- Manter via aérea permeável;
- Transporte para Hospital.

É importante referir e salientar que, em caso de dúvida, devemos


SEMPRE administrar açúcar à vítima, pois é relativamente mais fácil
tratar e reverter uma hiperglicemia do que uma hipoglicémia.

61
Assistência Secundária  Técnica 1 – Avaliação de lesões

Objetivo
 Saber os pontos principais na avaliação de lesões;
 Saber como efetuar a respetiva avaliação.

Sequência de ações:
1. Pontos principais, a saber, na avaliação de lesões:
a. Usar sempre luvas;
b. Verificar o estado de consciência da vítima;
c. Avaliar lesões somente em vítimas conscientes;
d. Efetuar a avaliação na posição em que a vítima foi
encontrada;
e. Caso os ferimentos já tenham curativos feitos, não os
remova;
f. Identificar ferimentos, hemorragias, descolorações da pele
ou deformações;
g. Identificar se existem alterações ou sons ventilatórios que
não sejam habituais;
h. Registar as lesões encontradas, para posteriormente
transmiti-las aos Técnicos de Emergência;
i. Não dar qualquer tipo de alimento ou bebida à vítima –
pode precisar de uma cirurgia.

2. Como efetuar a avaliação de lesões


a. Explicar à vítima o que vai fazer, depois de ter pedido
permissão para ajudar;
b. Estabilize a cabeça da vítima com a mesma deitada de
costas (conforme foi visto na Técnica 9 da Assistência
Primária), dando instruções à mesma para responder
apenas verbalmente;

62
c. Se a vítima se queixar com dores de cabeça, pescoço ou
costas, deve imediatamente suspender esta avaliação e
aguardar por ajuda diferenciada;
d. A avaliação deve ser feita no sentido cabeça  pés;
e. Na cabeça procure por deformações na cara da vítima.
Com as pontas dos dedos, palpe testa, maçãs do rosto e
queixo;
f. Ainda na cabeça, verifique se existe sangue ou outro
líquido, rosado ou amarelado, a sair pelas orelhas ou nariz.
Caso exista, suspenda imediatamente a restante avaliação
– por suspeita de traumatismo craniano – e aguarde por
ajuda diferenciada;
g. Verifique o tamanho das
pupilas – procurar alterações
como assimetria, pode dar
indicação de possível lesão
craniana;
h. Com as pontas dos dedos,
procure deformações ao nível
do pescoço e crânio. Se a vítima se queixar com dores,
suspenda a avaliação;
i. Sem nunca movimentar a vítima, tente chegar às escápulas
e efetue uma ligeira pressão;
j. Nos ombros e clavículas, passe as mãos e efetue ligeira
pressão;
k. Para verificar os membros superiores, deve ter uma das
mãos sobre o ombro enquanto a outra percorre o membro
até à extremidade. Chegando à mão da vítima, deve pedir
que a mesma tente mexer os dedos e que aperte a sua
mão, de forma a perceber se existe sensibilidade e
mobilidade. Repita no outro braço;
l. Para verificar se existe alguma deformação ou lesão no
peito da vítima, deve colocar uma mão em cada um dos
lados da caixa torácica, aplicando uma ligeira pressão;

63
m. Se tiver espaço entre a vítima e a superfície onde esta se
encontra, tente chegar à coluna vertebral com as pontas
dos dedos, de forma a procurar algum tipo de deformação
ou edema. Não mova a vítima;
n. O abdómen deve estar mole e depressivo. Quando aplicar
uma ligeira pressão sobre o mesmo, procure por rigidez;
o. Na zona da cintura pélvica (ancas), não deve ser aplicada
pressão. Limite-se a passar as mãos;
p. Tal como nos membros superiores, a verificação dos
inferiores deve ser feita de igual forma. Uma das mãos fica
sobre a zona pélvica, enquanto a outra percorre a perna
até ao pé;
q. Já no pé, peça à vítima para mexer os dedos e para
empurrar o pé contra a sua mão (posicionada na planta do
pé). Repita na outra perna;
r. Registe todas as zonas em que verificou existirem
alterações, deformação ou dor mencionadas pela vítima.

64
Assistência Secundária  Técnica 2 – Traumatismos: Feridas

Objetivo:
 Saber distinguir ferimentos existentes;
 Saber efetuar o 1º Socorro.

Traumatismos: Feridas
São consideradas feridas todas as lesões que
causem a descontinuidade do tecido corporal.
Estas podem ser:
1. Superficiais:
- Simples – não necessitam de tratamento médico ou
diferenciado;
- Complicadas – necessitam de tratamento médico ou
diferenciado.
2. Profundas ou penetrantes:
Necessitam sempre de tratamento médico ou diferenciado.

Primeiro Socorro:
- Acalmar a vítima;
- Expor a zona da ferida;
- Se necessário retirar adornos (anéis, fios, relógio,…);
- Nunca falar, tossir, espirrar ou fumar para cima de uma ferida
ou penso;
- Usar luvas;
- Lavar/desinfetar a ferida;
- Colocar um penso e fazer a sua fixação com uma cobertura.

Nas feridas que requerem tratamento médico:


- Não lavar/desinfetar;
- Proteger a ferida com compressas ou panos limpos e secos;
- Efetuar cobertura;
- Hospital.
65
Assistência Secundária  Técnica 3 – Traumatismos: Fraturas

Objetivo:
 Saber identificar uma situação de fratura;
 Saber efetuar o 1º Socorro.

Traumatismos: Fraturas
Considera-se fratura quando existe
descontinuidade do osso.
Estas podem ser:
Abertas – Quando existe topo ósseo
visível no exterior do corpo;
Fechadas – Quando não existe topo ósseo visível.

Sinais e sintomas:
- Dor no local;
- Edema;
- Deformação;
- Encurtamento do membro;
- Impotência funcional ou perda de função;
- Mobilidade anormal;
- Crepitação óssea.

Primeiro Socorro:
- Expor o foco da fratura;
- Retirar roupa/adornos;
- Prevenir o choque;
- Controlar hemorragias (compressão manual indireta);
- Cobrir as feridas com compressas;
- Proteger topos ósseos visíveis como se fossem corpos
estranhos encravados.

66
Imobilizar tendo o cuidado de:
- Não modificar a posição;
- Imobilizar acima e abaixo do foco de fratura;
- Verificar se imobilização não impede a circulação.

67
Assistência Secundária  Técnica 4 – Traumatismos: Entorse

Objetivo:
 Distinguir entorse de fratura;
 Saber efetuar 1º Socorro.

Traumatismos: Entorse
De uma forma aparente, o entorse pode ser facilmente confundido
com uma fratura. No entanto este primeiro apenas implica uma lesão
ao nível dos tecidos, não afetando a estrutura óssea.

Sinais e Sintomas:
- Dor no local;
- Edema.

Primeiro Socorro:
- Colocar gelo;
- Elevar membro;
- Imobilizar e tratar como uma fratura (em caso de dúvida).

68
Assistência Secundária  Técnica 5 – Queimaduras

Objetivo:
 Identificar os agentes possíveis que causam queimaduras;
 Saber classificar queimaduras;
 Saber efetuar o 1º Socorro.

O que é uma queimadura?


As queimaduras são lesões na pele que podem ser provocadas por
diversos agentes, tais como:
- Fogo;
- Atrito;
- Fricção;
- Líquidos ferventes;
- Vapores;
- Eletricidade;
- Radiações solares;
- Frio;
- Produtos químicos

Classificação das queimaduras:

1. Profundidade

1º grau 2º grau 3º grau

69
a. Queimadura de 1º grau afeta apenas a camada superior
da pele;
b. Queimadura de 2º grau afeta derme e epiderme,
formando bolhas de plasma com a designação de
flitenas;
c. Queimadura de 3º grau faz destruição total dos tecidos,
em profundidade, incluindo terminais nervosos.

2. Extensão
3. Localização
4. Idade

É importante ter em conta a extensão das queimaduras e a sua


localização, bem como a idade da vítima.
Uma queimadura de 3º grau, só por si, é muito grave, no entanto
pode ser considerada menos grave se a sua localização e extensão for
pequena.
Já uma queimadura de 2º grau, em todo o corpo, pode ser
considerada de gravidade superior (por ex.).

70
1º Socorro
1- Queimaduras de 1º Grau:
- Arrefecer o mais possível;
- Cobrir a zona com compressas molhadas em água fria;
- Colocar creme hidratante;
- Não colocar gorduras.

2- Queimaduras de 2º Grau:
- Arrefecer o mais possível;
- Não rebentar as bolhas;
- Levar ao hospital.

3- Queimaduras de 3º Grau:
- Arrefecer o mais possível;
- Levar ao hospital.

71
Assistência Secundária  Técnica 6 – Efeitos do Ambiente
Quente

O ambiente também influencia o organismo do homem, quando


exposto durante algum tempo ao sol ou quando estiver num local
quente e húmido. Definem-se essas alterações como:
 Insolação – longa exposição da pessoa num local quente e seco
(ex: exposição ao sol, permanência dentro de uma viatura
estacionada ao sol);
 Golpe de calor - longa exposição da pessoa num local quente
e húmido (ex: sauna, forno de uma padaria, casa das
máquinas).

Insolação
Sinais e sintomas:
 Pele vermelha (congestionamento
facial);
 Aumento da temperatura corporal (40º);
 Pele seca;
 Pupilas contraídas;
 Dores de cabeça, náuseas e/ou vómitos;
 Agitação;
 Inconsciência, por vezes.

Primeiro Socorro:
 Colocar a vítima em local fresco e arejado, mas sem
diferenças bruscas de temperatura;
 Arrefecer o corpo, em especial a cabeça. Molhar a cabeça mas
com água sem ser fria;
 Envolver a vítima em lençol húmido;
 Vigiar as funções vitais (respiração, pulso);
 Colocar a vítima de acordo com o seu grau de consciência;
 Transporte para Hospital, mesmo quando a vítima recusa.

72
Golpe de calor
Sinais e sintomas:
 Palidez, principalmente da face;
 Arrefecimento corporal;
 Suores frios e viscosos, generalizados;
 Pupilas dilatadas;
 Dores de cabeça, cansaço, tonturas e náuseas;
 Cãibras – desidratação;
 Inconsciente, por vezes;

Primeiro Socorro:
 Colocar a vítima em local fresco e arejado;
 Desapertar a roupa para favorecer a circulação sanguínea, mas
manter a temperatura;
 Deitar a vítima com cabeça baixa e de lado para prevenir o
vómito e com pernas elevadas para favorecer a circulação
sanguínea;
 Vigiar funções vitais (respiração e pulso);
 Transporte para Hospital, mesmo quando a vítima recusa.

73
Assistência Secundária  Técnica 7 – Efeitos do Ambiente
Frio

O ambiente frio também é prejudicial ao homem, quando exposto


demasiado tempo, em locais com muita neve ou em locais com
temperaturas muito baixas. Pode provocar:
 Geladura – Acentuado arrefecimento das extremidades,
devido á permanência prolongada do corpo a um ambiente frio
(ex: escalar uma montanha com neve)
 Hipotermia – Arrefecimento corporal excessivo provocado por
condições meteorológicas adversas ou por imersão em águas
muito frias, originando alterações a nível de consciência (ex:
naufrágio de um barco)

Geladura
Sinais e sintomas:
 Dor local;
 Edema;
 Rigidez local, principalmente das extremidades (dedos mãos e
pés, nariz, orelhas);
 Com dificuldade de movimentos;
 Insensibilidade térmica.

Primeiro Socorro:
 Colocar a vítima em local abrigado e aquecido tendo cuidado
com as diferenças bruscas de temperatura;
 Prevenir situação de choque;
 Cortar peças de roupa, pois se tentarmos tirar a roupa pode
agravar a situação;
 Transporte para Hospital.

74
Hipotermia
Sinais e sintomas:
Palidez, por vasoconstrição dos vasos que provoca dificuldade na
circulação sanguínea
 Cianose das extremidades (lábios, dedos, orelhas);
 Diminuição da lucidez ou inconsciência;
 Diminuição da temperatura corporal (< 35ºC);
 Redução do número de batimentos cardíacos;
 Possível paragem cardiorrespiratória.

Primeiro Socorro:
 Retirar roupa molhada e húmida;
 Envolver com cobertor ou manta isotérmica;
 Aquecer a vítima para favorecer a circulação sanguínea;
colocar botijas de água quente nas virilhas e axilas, porque
são os locais mais próximos do coração onde passa o sangue;
 Ambiente aquecido;
 Vigiar funções vitais (respiração e pulso);
 Transporte para Hospital.

75
Assistência Secundária  Técnica 8 – Eletrocussão

A gravidade das consequências de um choque elétrico depende da


intensidade da corrente, tipo de corrente, da duração do contacto e
do ponto de entrada e saída da corrente do organismo.
A corrente de alta tensão provoca lesões mais graves, mas a corrente
doméstica também pode ser fatal. A humidade reduz a resistência da
pele e por isso pode tornar as consequências do choque mais graves.
A corrente alterna pode provocar contracturas dos músculos,
paralisando a vítima e impedindo-a de se soltar da fonte elétrica e,
por isso, aumentar o tempo de exposição.

O que fazer?
1. Desligar a corrente no quadro;
2. Apoiar-se num material isolante seco (caixa de madeira,
tapete de borracha ou plástico, lista telefónica);
3. Afastar a vítima da fonte de eletricidade ou afastar aparelho
elétrico da vítima (objeto de madeira), nunca tocar na vítima.
Para afastar a vítima do local, pode passar uma corda à volta dos pés
da vítima, sem lhe tocar, e puxe-a para longe da fonte de
eletricidade

76
Assistência Secundária  Técnica 9 – Controlo de lesão na
coluna vertebral

Objetivo:
Controlar uma possível lesão na coluna vertebral.

Sequência de ações:

1. Controlo de uma possível lesão na coluna vertebral numa


vítima consciente:
a. Estabilize a cabeça colocando
uma mão em cada lado, como
se fosse agarrar numa bola de
futebol, para evitar que esta
se movimente;
b. Dê indicação à vítima para se
manter imóvel enquanto
aguarda pela chegada de ajuda
diferenciada.

2. Controlo de uma possível lesão na coluna vertebral numa


vítima inconsciente
a. Estabilize a cabeça colocando uma mão em cada lado,
como se fosse agarrar numa bola de futebol, para evitar
que esta se movimente;
b. Existe uma forma de manter a via aérea da vítima
permeável (elevação da mandíbula), mas dado o risco que
representa esta manobra sem o treino adequado, o
primeiro ponto é o suficiente até à chegada de ajuda
diferenciada.

77
Assistência Secundária  Técnica 10 – Evacuação de pessoas
com mobilidade reduzida

Objetivo:
Identificar as formas possíveis de auxílio a pessoas com mobilidade
reduzida.

Evacuação
No caso de ser necessário proceder à evacuação do edifício, existem
alguns aspetos a ter em conta, nomeadamente no que diz respeito ao
auxílio prestado a vítimas feridas ou com mobilidade reduzida, que
possam ser deslocadas imediatamente do local.

Estes são alguns exemplos de como pode auxiliar/transportar um


ferido ou uma pessoa com mobilidade reduzida.

No caso de pessoas invisuais, ter o cuidado de dar o braço como apoio


e guiar com indicações de voz (n.º de degraus, obstáculos, etc.).

78
Assistência Secundária  Técnica 11 – Avaliação de doenças
súbitas

Objetivo:
 Saber avaliar a frequência cardíaca;
 Saber avaliar a frequência respiratória;
 Identificar e utilizar a nomenclatura CHAMU.

Sequência de ações:
1. Avaliação da frequência cardíaca
A avaliação da frequência cardíaca pode ser feita na artéria
carótida ou na artéria radial.

Carótida:
a. Localize a maçã de Adão da
vítima com os dedos indicador e
médio de uma mão;
b. Deslize os dedos, lateralmente,
para a cavidade mais próxima de
onde se encontra;
c. Conte o número de batimentos
cardíacos durante 1 minuto.

Radial:
a. Localize a artéria no pulso da vítima, no lado do polegar
da mesma;
b. Deslize os dedos para a depressão do
pulso, imediatamente abaixo do
polegar;
c. Não use o seu polegar para verificar
a pulsação da vítima;
d. Conte o número de batimentos
cardíacos durante 1 minuto.

Ao fazer esta avaliação, tente perceber se pode ser descrita


como rápida, forte ou fraca.
79
2. Avaliação de frequência respiratória.

A avaliação da frequência respiratória pode fazer-se de duas


formas:
a. Observando – olhar para o peito da vítima e contar o
número de ventilações (conjunto de uma inspiração e
expiração);
b. Pelo tato – colocar uma mão sobre o abdómen da vítima,
sem que esta se aperceba que está a tentar contar as
ventilações.

Em ambas as situações, conte as ventilações durante 1


minuto.
Tente perceber se a ventilação é profunda ou superficial, e se
existe algum tipo de ruído associado.

3. A nomenclatura CHAMU

A nomenclatura CHAMU serve para ajudar a orientar uma


avaliação em situação de doença súbita.

C – Circunstâncias em que ocorreu a situação


H – Historial
A – Alergias
M – Medicação
U – Última refeição

C - As circunstâncias em que ocorreu a situação servem


para perceber o que aconteceu, há quanto tempo, se a
vítima se lembra do que aconteceu e outros sinais e
sintomas relevantes;

H - O historial indica-nos se a vítima já possui doença


prévia ou outro problema de saúde;

80
A - No ponto alergias é muito importante questionar a
vítima se esta é alérgica a alguma substância ou
medicação;

M - Na medicação tente saber se a vítima faz medicação


habitual ou se tem alguma medicação para tomar em
situações específicas (medicação SOS);

U - A última refeição é importante no caso de a vítima


necessitar de uma cirurgia ou até mesmo para nos ajudar a
perceber se a mesma já não come há algum tempo e, por
exemplo, ser a causa do problema apresentado. Deve
saber quando foi e o tipo de refeição que fez.

81
SITUAÇÕES ESPECIAIS - CRIANÇAS

As crianças, por estarem em crescimento, vão sofrendo alterações de


peso e também o socorro que lhe prestamos deve ser de acordo com
a idade.
Torna-se importante ter sempre esta ideia presente porque existem
determinadas situações em que se aplicarmos técnicas de adulto, as
mesmas podem ser perigosas ou até fatais para a criança.
Vamos fazer uma abordagem superficial de algumas situações que
ocorrem mais frequentemente com crianças.

Asfixia
Define-se por dificuldade respiratória e
pode ser causada por uma obstrução
das vias aéreas por um corpo estranho,
vómito ou alimento mal mastigado.

Sinais e sintomas:
 Agitação;
 Tosse;
 Respiração ruidosa;
 Pupilas dilatadas;
 Cianose da face e extremidades;
 Inconsciência com paragem ventilatória.

Atenção: Esta situação é grave e tem de se socorrer rapidamente.

Primeiro Socorro:
 Numa Criança Pequena:
 Abra-lhe a boca e tente tirar-lhe o corpo estranho, se
estiver visível. Use o dedo indicador em forma de gancho
tendo o cuidado de não empurrar o objeto.

82
 Coloque a criança de cabeça para baixo e aplique
pequenas pancadas no meio das costas entre as omoplatas,
com a mão em “concha”

 Jovem / adulto
 Semelhante ao adulto (ver este ponto já referido). Se for
difícil colocar-se atrás da criança por esta não ser da sua
altura, poderá adotar a posição de elevar a criança.

Transportar sempre a criança para o hospital, logo que tiver


recuperado a respiração

83
Corpos Estranhos
São todos os corpos que podem entrar acidentalmente para o corpo,
sendo o mais frequente para os olhos, ouvidos e boca.

Olho

O mais frequente é a entrada de grãos de areia, insetos e impurezas


que circulam no ar.

Sinais e sintomas:
 Dor ou picada no olho;
 Aparecimento de lágrimas;
 Dificuldade em manter as pálpebras abertas.

Primeiro Socorro:
 Não esfregar olho atingido;
 Abrir a pálpebra do olho atingido com cuidado;
 Lavar o olho do lado de dentro (junto ao nariz) para fora, com
soro fisiológico ou água limpa;
 Repetir a operação 2 ou 3 vezes;
 Se não resultar, tapar o olho com uma
compressa e adesivo;
 Levar para o hospital.

84
Ouvido

No ouvido o corpo estranho mais comum é o inseto.

Sinais e sintomas:
 Surdez
 Dor
 Zumbido

Atenção: Se for inseto e que esteja vivo!

Primeiro Socorro:
 Se for inseto, colocar uma gota de azeite no ouvido e depois
levar para o hospital;
 Se for outro corpo estranho, levar de imediato para o hospital.

Nariz

Os objetos mais comuns são os feijões, ou grão, e objetos de


pequenas dimensões como peças de brinquedos.

Sinais e Sintomas:
 Dificuldade em respirar pela narina onde se encontra o objeto;
 Por vezes, agitação da criança.

Primeiro Socorro:
 Acalmar a criança se necessário
 Incentivar a criança para se assoar,
apertando a narina oposta à que se encontra
o corpo estranho, tentando que este seja
expelido. Se não resultar levar de imediato
para o hospital

85
Vias respiratórias

Igual procedimento relativo à asfixia.

Desmaio

A falta de oxigénio no cérebro provoca o desmaio. O organismo reage


com a perda de consciência e a queda do corpo de uma maneira
brusca e inesperada. Normalmente a inconsciência ocorre por um
curto período, 2 ou 3 minutos.
As causas podem ser várias, sendo as mais comuns as seguintes:
 Excesso de calor;
 Falta de alimentos;
 Permanência em pé durante um longo período;
 Ansiedade.

Sinais e Sintomas:
 Palidez;
 Suores frios;
 Falta de forças;
 Pulso fraco.

Primeiro Socorro:

- Se nos apercebermos que a


criança vai desmaiar
 Deitar e elevar os membros
inferiores;
 Molhar a testa com água;
 Dar água ou chá com
açúcar.
86
- Se a criança já está desmaiada
 Deitar a vítima com a cabeça de lado e com as pernas mais
altas que a cabeça;
 Desapertar a roupa a nível do pescoço e cintura;
 Manter a mesma aquecida;
 Logo que recupere os sentidos, dar água ou chá açucarados;
 Ser observada por um médico posteriormente.

Eletrocussão (Choque Elétrico)


Esta situação já foi abordada para o adulto, no entanto a criança,
pela curiosidade e dada a pequena dimensão dos seus dedos, colocam
por vezes os dedos dentro das fichas elétricas. É importante a
proteção das mesmas.
O socorro é idêntico ao do adulto. De alertar que na criança, por mais
pequena que seja, deve ser sempre encaminhada para o hospital.

Entorse
É uma lesão dos tecidos moles adjacentes à articulação.

Sinais e Sintomas:
 Dor na articulação imediata ou gradualmente;
 A articulação fica inchada;
 Dificuldade gradual de movimentação da articulação.

Primeiro Socorro:
 Evitar movimentar a articulação lesada;
 Aplicar gelo ou água fria. O gelo não deve ser aplicado
diretamente, mas protegido por um pano ou toalha;
 Ser observada pelo médico.
87
Epistaxis/Hemorragia Nasal
É uma hemorragia nasal, provocada pela rutura de vasos sanguíneos
da mucosa do nariz.

Sinais e Sintomas:
 Saída de sangue pelo nariz por vezes abundante e persistente;
 Se a hemorragia for grande, pode ocorrer saída de sangue pela
boca.

Primeiro Socorro:
 Comprimir a narina que sangra exercer pressão a nível do osso
próprio do nariz;
 Se a hemorragia persistir, colocar na narina um penso tipo
tampão

Atenção: Se a hemorragia permanecer mais de 10 minutos, que não


esteja controlada, levar ao hospital

88
Estrangulamento
Esta situação pode ocorrer na sequência de brincadeiras com fios,
cordas ou gravatas, que se enrolam á volta do pescoço.

Sinais e Sintomas:
Idênticas à dificuldade respiratória.

Primeiro Socorro:
 Cortar imediatamente a corda ou o que estiver a exercer
pressão á volta do pescoço;
 Aplicar o socorro de ventilação artificial se houver sinas de
asfixia.

Picadas
As picadas podem ter várias origens, como: vespas, abelhas, melgas,
picos de rosas, peixes-aranha, alforrecas e outras.
Vamos abordar aquelas que, entre as mais comuns, são as mais
preocupantes.

Picada de abelhas e vespas

89
Sinais e Sintomas:
 Dor no local da picada;
 Vermelhidão local;
 Por vezes ocorre inchaço.

Primeiro Socorro:
 Retirar o ferrão com uma pinça;
 Desinfetar com antisséptico (Betadine);
 Aplicar gelo (protegido com um pano ou toalha).

Atenção:
 Ocorrem picadas múltiplas, de vespas ou abelhas, quando se
trata de um enxame,
 Pessoas alérgicas ao veneno;
 Picadas na boca ou garganta, pois ocorre o perigo de asfixia.

Nestas situações, levar a vítima para o hospital de urgência

Picadas de peixes aranhas / alforrecas

Sinais e Sintomas:
Idênticas às das abelhas e vespas.

Primeiro Socorro:
Aplicar gelo ou cloreto de etilo no local da picada.

Se não houver melhoria da situação, levar a vítima ao hospital.

90
Reanimação/Ressuscitação
Para fazer reanimação numa criança, é necessário ter formação
específica e deve ser feita essencialmente por pessoas com
conhecimentos.
Dada a idade da criança (lactente, bebé ou criança) assim se executa
determinada técnica que se não for bem aplicada pode ser
prejudicial.
O socorro é similar ao do adulto, mas o algoritmo é um pouco
diferente.
O ideal será possuir conhecimentos do algoritmo de SBV no adulto e
seguir as instruções e indicações do Operador da Central de
Emergência (112), caso seja necessário executar manobras de
reanimação em crianças.
Uma vez que saiba como executar as manobras de reanimação no
adulto, facilmente conseguirá executar a mesma manobra em
crianças, de acordo com as indicações que lhe forem fornecidas.
É importante salientar que, no alerta, deve ser sempre facultada a
idade e/ou peso aproximado da criança.

Crise Asmática
A criança asmática pode desencadear “crises de falta de ar”
(dificuldade respiratória) em várias situações, sendo as mais comuns
no exercício físico, situações de ansiedade, conflito e castigos.
Sinais e Sintomas:
 Tosse seca e repetitiva;
 Respiração ruidosa (pieira, farfalheira);
 Dificuldade respiratória;
 Ansioso;
 Respiração rápida e difícil;
 Pulso rápido;
 Suores;
 Prostração e/ou apatia.

91
Primeiro Socorro:
 Acalmar a criança;
 Colocar a criança numa posição confortável que facilite a
respiração;
 Colocar a criança num local arejado sem pó ou fumos;
 Se tiver conhecimento de alguma medicação que a criança
faça para a doença, pode administrar.

92
MALA DE PRIMEIROS SOCORROS
É desejável que em todas as empresas existam trabalhadores com
noções básicas de primeiros socorros, bem como armários ou caixas
de primeiros socorros, convenientemente distribuídos, sinalizados e
apetrechados com o material necessário.
De referir, ainda, que em cada estabelecimento deverá ser nomeada
uma pessoa responsável pela manutenção do conteúdo da
caixa/armário de primeiros socorros.
A listagem do material que deverá constar de uma caixa/armário de
primeiros socorros deve ser adequada ao local onde se encontra.

Os equipamentos principais das malas de 1ºs socorros são:


 Luvas descartáveis em látex;
 Mascaras de proteção;
 Mascara de reanimação (reutilizável ou
descartável);
 Compressas de diferentes dimensões;
 Pensos rápidos;
 Rolo adesivo;
 Ligadura não elástica;
 Solução antisséptica (unidose);
 Álcool etílico 70% (unidose);
 Soro fisiológico; (várias unidoses);
 Tesoura de pontas rombas;
 Pinça;
 Termómetro (de plástico);
 Manta térmica;
 Saco térmico para gelo;
 Bloco de notas e caneta.

93
ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA
A estrutura de segurança terá uma organização definida, com
responsabilidades claras atribuídas. A dimensão e complexidade desta
estrutura dependem da dimensão, tipo e política da organização e de
vários outros fatores.
Independentemente da sua dimensão e capacidade, a estrutura de
segurança deve assegurar um conjunto de requisitos, nomeadamente:
 Permanente
Os acidentes podem ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite,
em dias úteis ou fins-de-semana;
 De atuação rápida
Um acidente tipo incêndio, por exemplo, pode normalmente
extinguir-se no seu início empregando poucos recursos.
 Controlada
Com capacidade de gestão e de difusão de informação.

Objetivos:
São três os principais objetivos da segurança numa organização. Por
ordem, os objetivos da segurança são:
 Segurança de vidas: Das pessoas;
 Proteção dos bens e do ambiente: Das coisas, dos
equipamentos e do ambiente próximo;
 Continuidade das operações: Apesar de um acidente.

Medidas:
Um sistema de segurança intervém numa organização através de três
tipos de medidas:
 PREVENÇÃO: Suprimir ou reduzir as causas de incêndio,
evitando a sua eclosão e dificultando a sua propagação;
 PROTEÇÃO: Garantir a existência e funcionamento de meios
portáteis e instalações fixas de proteção contra incêndios
(extintores, deteção automática, etc.);
94
 INTERVENÇÃO: Atuar rapidamente, após a eclosão de um
incêndio, de forma organizada, em equipas de 1ª intervenção
e Brigadas de Incêndio, duma forma eficaz que possibilite a
evacuação, parcial ou total, da instalação e o controlo e
extinção do incêndio ou a limitação da sua propagação.

Funções
Funções do Responsável de Segurança:
A organização e manutenção da segurança são asseguradas pelo
Responsável de Segurança (RS) que é, para cada edifício ou recinto:
 O proprietário, no caso do edifício ou recinto estar na sua
posse (será o dono, a gerência ou administração do edifício,
recinto ou empresa);
 Da entidade que detiver a exploração do edifício ou do recinto
(gerência ou administração do edifício, recinto ou empresa no
caso de espaços alugados);
 Das entidades gestoras no caso de edifícios e recintos que
disponham de espaços comuns, espaços partilhados ou serviços
coletivos, sendo a sua responsabilidade limitada aos mesmos.

Esta entidade designa um ou mais delegados (designados por


Delegados de Segurança), escolhidos em função dos seus
conhecimentos, competência técnica neste domínio e capacidade de
decisão que agem em sua representação, para organizar e coordenar
as ações e atividades de segurança contra incêndios.

Funções do Responsável de Segurança em Emergência


A gestão das emergências é assegurada pelo RS ou elemento por ele
nomeado.
 Dirigir as ações de evacuação;
 Dirigir as ações de combate a incêndios;
 Controlo de outros tipos de incidentes (derrames, fugas de
substâncias perigosas);
95
 Programar e conceber exercícios de emergência;
 Dirigir exercícios práticos de combate a incêndios;
 Elaborar normas técnicas sobre assuntos de segurança e
verificar o seu cumprimento;
 Propor todas as alterações e melhoramentos que considerar
necessários para o reforço da proteção contra incêndios;
 Guardar e manter atualizadas cópias de documentos técnicos
com interesse para o Serviço Contra Incêndios (SSI);
 Coordenar e dirigir as tarefas de conservação, manutenção e
reparação de equipamentos de segurança contra incêndios.

Funções do Grupo de Apoio


O Grupo de Apoio tem como missão prestar apoio logístico ao RS ou
elemento por ele nomeado para assegurar a gestão das emergências.
Este Grupo é constituído de acordo com as necessidades reveladas pela
situação.

Funções do Delegado de Segurança em Emergência


Em emergência, o Delegado de Segurança é o responsável pela
operacionalização das equipas internas e tem conhecimento e
informação atualizada sobre as áreas técnicas e utilização dos
espaços existentes na instalação, dos dispositivos e equipamentos de
segurança e dos meios disponíveis em emergência.
Em Emergência as suas funções são:
 Avaliar a situação no local da emergência e estimar a sua
evolução;
 Manter o RS, ou elemento por ele nomeado para assegurar a
gestão das emergências, informado da situação;
 Coordenar a atuação das equipas de emergência;
 Gerir os recursos disponíveis e informar o RS, ou elemento por
ele nomeado para assegurar a gestão das emergências, da
necessidade de contactar entidades externas que disponham
96
de meios/recursos complementares, necessários à gestão da
emergência;
 Prestar toda a informação e apoio aos organismos de apoio
externos (ex.: Bombeiros, Forças Policiais, Protecção Civil e
etc.), sendo o elo de ligação com estes.
Sob a autoridade do Delegado de Segurança devem existir, consoante
a dimensão e riscos da empresa:
 Uma ou mais equipas de 1ª intervenção;
 Uma ou mais Brigadas de Incêndio (2ª Intervenção).
Ao ser convocado coloca o colete laranja identificativo das suas
funções.

Equipa de Evacuação (EE)


A sua missão é garantir a evacuação segura e em tempo útil dos
espaços da sua responsabilidade, encaminhando/conduzindo as
pessoas para um ponto previamente definido no exterior, designado
como Ponto de Encontro. Durante a evacuação é importante manter
uma disciplina rigorosa, sendo esta, também uma das funções dos
elementos das equipas de evacuação. Por exemplo, não deve ser
permitido que qualquer pessoa possa voltar atrás,
independentemente do motivo (buscar documentos, telemóvel,
medicamentos, dinheiro, etc.).
Dependendo da dimensão e complexidade do edifício poderão existir
várias equipas de evacuação. Por exemplo, poderá haver uma equipa
por edifício ou bloco, por piso ou mesmo por partes de pisos. Em
todas as condições, as Equipas de Evacuação asseguram o
encaminhamento dos ocupantes para o Ponto de Encontro, através
dos percursos de evacuação previamente definidos ou, no caso de
algum deles não estar praticável, através dos percursos alternativos
que devem ser do conhecimento de todos os elementos das equipas
de evacuação.
Uma vez chegados ao Ponto de Encontro, os elementos das Equipas
de Evacuação, normalmente através do coordenador de cada equipa,
deverá comunicar o Estado da Evacuação, isto é, que a equipa
chegou ao local, se estão todos os elementos ou se falta alguém.

97
Neste caso deverá ser prestada toda a informação disponível, como
seja:
 Quem falta ou quantos faltam;
 Local onde se podem encontrar ou onde foram vistos pela
última vez;
 O estado em que se encontram (feridos, inanimados, etc.).
Durante a evacuação, os elementos das equipas de evacuação
deverão ainda prestar assistência às pessoas em dificuldade (física
e/ou psicológica/emocional).

Ao serem convocados colocam o colete verde/amarelo identificativo


das suas funções.

Equipa de Manutenção (EM)


Esta equipa é formada por pessoal das áreas técnicas/manutenção,
que em situação de emergência, têm as funções de:
 Assegurar a realização das operações necessárias à
funcionalidade das instalações, em segurança;
 Garantir quando necessário a execução dos cortes de energia
e fluidos;
 Controlar o funcionamento das áreas técnicas (ex.: geradores
de emergência, central de bombagem do serviço de incêndios,
sistemas de ventilação e ar condicionado e etc.);
 Movimentação de materiais e equipamentos que possam
constituir valores importantes (do ponto de vista material ou
funcional) de modo a impedir a sua afetação pelo sinistro ou
de modo a reduzir a velocidade de propagação do sinistro;
 Colaborar na evacuação rápida do pessoal sinistrado.

Equipa de Vigilantes (EV)


Esta equipa é formada por pessoal, de um modo geral pertencente a
prestador de serviço, que ocupam locais estratégicos no apoio às
ações de controlo da emergência e, em particular, onde está
centralizada a informação referente a alarmes de incêndio e
acessibilidades.
98
Em situação de emergência tem por função prestar todo o apoio aos
elementos da estrutura de emergência, nomeadamente:
 Transmitir o alarme à estrutura de gestão de emergência e às
Equipas de Emergência;
 Ativar o alarme geral;
 Efetuar o alerta aos socorros externos;
 Assegurar a permanente desobstrução das vias de acesso à
instalação e controlar a entrada de pessoas e viaturas (quando
pertinente);
 Auxiliar a saída dos ocupantes em direção ao Ponto de
Encontro.

Funções da Equipa de Primeira Intervenção

Em termos gerais, a equipa de primeira intervenção tem por funções


difundir o alarme e intervir imediatamente no seu local de ação, com
os meios de primeira intervenção disponíveis no local (geralmente
extintores portáteis, carretéis de calibre reduzido, mantas apaga
fogos e kits de contenção de derrames).
Os elementos com formação para realizar a primeira intervenção
conhecem os equipamentos de segurança contra incêndios existentes
nas instalações, a sua função e sabem utilizá-los adequadamente.
Possuem conhecimentos de segurança contra incêndios,
nomeadamente sobre:
 Extintores portáteis e agentes extintores;
 Utilização de extintores portáteis e técnicas de extinção de
incêndios;
 Formas de transmissão do alarme;
 Funcionamento e operação de sistemas especiais (deteção de
incêndios);
 Utilização de técnicas de contenção e limpeza de derrames de
produtos perigosos;
 Conhecimento dos locais de corte de energia e fluidos.

99
Em situação de emergência esta equipa de emergência, têm as
seguintes funções:
 Executar as operações de intervenção utilizando os meios
disponíveis;
 Informar o Delegado de Segurança, se alguém ficar ferido;
 Manter o Delegado de Segurança informado do
desenvolvimento da situação.
Ao serem convocados colocam o colete laranja identificativo das suas
funções.

Funções da Equipa de Primeiros Socorros


A Equipa de Primeiros Socorros tem como função prestar assistência
pronta às pessoas que tenham sofrido lesões ou ferimentos durante o
processo de evacuação e intervenção com o objetivo de manter as
funções vitais e/ou evitar o agravamento das suas condições, até que
a vítima possa receber assistência qualificada.
Os primeiros socorros devem ser prestados a qualquer pessoa que,
independentemente da causa e circunstâncias, não esteja em
condições de cuidar de si própria.
Para além da prestação de cuidados com vista a manter as funções
vitais de pessoas acidentadas ou doentes súbitos, os elementos das
Equipas de Primeiros Socorros colaboram ainda noutro tipo de ações
de resposta à emergência, como sejam:
 Evacuação primária de vítimas - transporte, em condições
mínimas de modo a não agravar a sua condição, de vítimas do
local onde se encontram para um local designado onde possam
ser assistidas por pessoal qualificado e daí serem,
eventualmente, evacuadas para unidade de saúde;
 Acompanhamento de vítimas na sua evacuação para unidade
de saúde;
 Conhecer e estar coordenado com os elementos das restantes
equipas;
 Apoio à evacuação dos espaços.

100
Se for informado de uma EMERGÊNCIA:
Assim que receber a informação:
 Prepara o material disponível para prestar os Primeiros
Socorros;
 Coloque o colete identificativo das suas funções;
 Siga os Procedimentos de Atuação.

ATUAÇÃO em caso de receber informação da existência de


FERIDOS:
Se receber informação da localização dos feridos, dirija-se para lá:
 Afaste as pessoas que não sejam envolvidas nos socorros e,
tente acalmar a(s) vítima(s);
 Atue em conformidade com a situação da vítima;
 Mantenha-se junto dos sinistrados, ou não sendo possível, peça
a alguém que aí permaneça até à chegada dos meios de
socorros externo. Apenas em caso de considerar que a permanência
no local coloca em risco de vida, deve efetuar o seu transporte para
local seguro;
 Colabore com os meios disponíveis nas ações de transporte dos
sinistrados;
 Preste informações técnicas do estado dos sinistrados e do
tipo de assistência primária prestada aos Bombeiros ou
Assistência Médica Exterior;
 Mantenha o Delegado de Segurança informado sobre as ações
executadas.
Se não receber informação da localização dos feridos, dirija-se para o
Posto de Segurança e aguarde instruções.

ATUAÇÃO em caso de EVACUAÇÃO:


 Siga os Procedimentos de Atuação indicados pela Equipa de
Evacuação;
 Siga as indicações do Delegado de Segurança.

101
ATUAÇÃO em caso de RETOMAR A NORMALIDADE:
 Verificar material danificado e proceder à sua
reparação/substituição;
 Repor o material utilizado;
 Seguir as indicações do Delegado de Segurança.

RECOMENDAÇÕES:
 Não entre em pânico; Mantenha a calma;
 Não grite, nem corra;
 Cumpra com os procedimentos estabelecidos nas Instruções
Gerais e Particulares do Plano de Segurança do
estabelecimento onde desenvolve a sua atividade profissional;
 Desempenhar as funções de acordo com a estrutura definida
no Plano de Segurança.

Ao serem convocados colocam o colete laranja identificativo das


suas funções.

Uma evacuação segura é consequência duma boa organização que


necessita duma coordenação entre vários indivíduos e de um trabalho
de equipa.

102
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Conselho português de Ressuscitação (2000). Cadeia de Sobrevivência
e Suporte Básico de Vida.
Instituto Nacional de Emergência (2006). Manual Suporte Básico de
Vida. Lisboa
Emergency First Response (2006). Primary and Secondary Care.
Instituto Nacional de Emergência Médica (2003). Manual de
Tripulante de Ambulância de Socorro. Lisboa.
Velloso, Carlos e Manuel Velloso (2003). Manual de Primeiros Socorros
(4ªEd.). Lisboa: Editorial Futura.
Sites consultados para as figuras:
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http://wwwabcdesporto.blogspot.com
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http://www.uihealthcare.org/ADAM/graphics/images/es/9799.jpg
http://1.bp.blogspot.com/_kskQogitaQM/SoPk1wE4vrI/AAAAAAAAD-
g/yPf6GdpZYS4/s320/arteria-carotida.jpg

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__________________
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autores.
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