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25/09/2017 AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INDISPONIBILIDADE DE BENS - MEDIDA JUDICIAL DE CARÁTER EXCEPCIONAL - BLOQUEIO DE TODOS …

AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INDISPONIBILIDADE DE BENS - MEDIDA JUDICIAL DE


CARÁTER EXCEPCIONAL - BLOQUEIO DE TODOS OS BENS -
DESPROPORCIONALIDADE DA MEDIDA - EXTENSÃO DO DANO - DECISÃO DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS – MEF15502 - BEAP

I - A decretação de indisponibilidade de bens, por ser medida de caráter grave e excepcional, deve se
restringir à extensão dos danos causados, de modo que a contrição judicial não ultrapasse a quantia necessária à
reparação dos prejuízos alegados.
II - Não se justifica o bloqueio de todos os bens do réu, pois tal medida o impede de praticar atos da vida civil
e, via de consequência, ultrapassa daquilo que é razoável para garantir o ressarcimento dos danos que o Parquet
sustenta terem sido causados.
III - Recurso conhecido e parcialmente provido.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.0625.09.091241-5/001 - Comarca de ...

Agravante : ...
Agravado : Ministério Público do Estado de Minas Gerais
Relator : Des. Bitencourt Marcondes

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais,
incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade
de votos, em rejeitar a preliminar e dar provimento parcial ao recurso.
Belo Horizonte, 08 de outubro de 2009.

BITENCOURT MARCONDES
Relator

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

DES. BITENCOURT MARCONDES - Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de tutela antecipada,
interposto por ..., em face da r. decisão proferida pela MM. Juiz de Direito ..., da 3ª Vara Cível da Comarca de ... que,
nos autos da ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, deferiu a liminar de
indisponibilidade de bens.
Requer a concessão de efeito suspensivo, pois o bloqueio das contas pode impedir a continuidade do negócio,
devido a restrição de acesso à créditos do sistema financeiro e liberdade para movimentar o capital de giro.
Ressalta a ocorrência de ofensa ao contraditório, uma vez que as requeridas não foram intimadas a apresentar
relatório de consumo de combustíveis, além de não ter qualquer responsabilidade quanto a falta de nota fiscal junto ao
empenho.
Efeito suspensivo concedido às f. 56/57.
O i. Magistrado a quo prestou as informações que lhe foram solicitadas às f. 63.
Contraminuta apresentada às f. 83/87.
Parecer da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais às f. 120/124 pelo não conhecimento do
recurso, em sede de preliminar e, no mérito, pelo provimento parcial do agravo, excluindo-se a indisponibilidade
apenas dos valores em conta corrente bancária, mantendo-se a constrição em relação aos demais bens.
É o relatório.
I - Da preliminar de não conhecimento do recurso em razão da intempestividade.
Rejeito, ab initio, a preliminar suscitada uma vez que, conforme se depreende da certidão de f. 43 v. dos
autos, o mandado de intimação da decisão agravada devidamente cumprido foi juntado aos autos em 17.04.2009 (sexta-
feira), iniciando-se a contagem do prazo em 22.04.2009 (quarta-feira), expirando-se em 04.05.2009 (segunda-feira),
data esta coincidente com a do protocolo do recurso (f. 02).
Desse modo, não há falar-se em extemporaneidade.
DES. EDGARD PENNA AMORIM - De acordo.
DES.ª TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO - De acordo.
DES. BITENCOURT MARCONDES - II - Do objetivo do recurso.
O agravante interpôs o presente recurso com o pleito de tornar sem efeito a decisão liminar de
indisponibilidade de bens proferida em seu desfavor.

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25/09/2017 AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INDISPONIBILIDADE DE BENS - MEDIDA JUDICIAL DE CARÁTER EXCEPCIONAL - BLOQUEIO DE TODOS …

Sustenta que o bloqueio das contas pode impedir a continuidade do negócio, devido a restrição de acesso à
créditos do sistema financeiro e liberdade para movimentar o capital de giro.
Ressalta a ocorrência de ofensa ao contraditório, uma vez que as requeridas não foram intimadas a apresentar
relatório de consumo de combustíveis, além de não ter qualquer responsabilidade quanto a falta de nota fiscal junto ao
empenho.
Conforme já manifestei na decisão de f. 56/57, a decretação de indisponibilidade de bens, por ser medida de
caráter grave e excepcional, deve se restringir à extensão dos danos causados, de modo que a contrição judicial não
ultrapasse a quantia necessária à reparação dos prejuízos alegados.
Nesse sentido, já decidiu esta 8ª Câmara Cível:

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL - ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA -


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DE AGENTES PÚBLICOS - LIMINAR DE INDISPONIBILIDADE
DOS BENS - OBSERVÂNCIA DA EXTENSÃO DOS DANOS CAUSADOS - SUPRESSÃO DO BLOQUEIO
DO SALDO DAS CONTAS CORRENTES. - 1. Em ação civil pública manejada com base na prática de ato
administrativo, o deferimento da liminar de indisponibilidade dos bens do agente público deve guardar
proporcionalidade com a extensão do dano causado ao erário, o que justifica, no caso concreto, a suspensão da ordem
de bloqueio dos saldos bancários das requeridas. 2. Recurso provido” (TJMG, AI nº 1.0133.05.024132-1/001, 8ª
CACIV, Rel. Des. Edgard Penna Amorim, DJ de 17.05.2006).

In casu, o Ministério Público ajuizou ação civil pública, narrando a ocorrência de irregularidades nos gastos
com combustíveis por parte da Administração Municipal 2001/2004, importando em prejuízo de R$ 130.911,24
relativamente ao agravante.
O i. Magistrado a quo deferiu a liminar pleiteada, decretando a indisponibilidade dos bens dos requeridos,
bem como o bloqueio das aplicações financeiras que houverem em nome daqueles, excetuando-se, apenas, as contas-
salário.
Diante desses elementos, tenho que a determinação de indisponibilidade de todos os bens existentes em nome
do agravado não merece prosperar, pois tal medida, na verdade, o impede de praticar atos da vida civil e, via de
conseqüência, ultrapassa daquilo que é razoável para garantir o ressarcimento dos danos que o Parquet sustenta terem
sido causados ao erário.
Nesse particular, vale transcrever ementa de acórdão proferido pela Primeira Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul:

“EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPRO-BIDADE


ADMINISTRATIVA. INDISPONI-BILIDADE DE BENS. CABIMENTO. LIMITAÇÃO AO VALOR DO DANO
AO ERÁRIO. PRELIMINAR. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. NÃO-CONFIGURAÇÃO.
- Em que pese a decisão de primeiro grau, ao declarar a indisponibilidade dos bens do agravante, ter limitado
ao montante referido na inicial da ação civil pública movida pelo Ministério Público, a ordem judicial abrangeu ao
conjunto dos bens do recorrente e contas bancárias, cujo valor parece superar o que se busca na ação principal, daí o
interesse do recorrente. Preliminar rejeitada.
- Não há confundir indisponibilidade de bens com sequestro. São duas medidas absolutamente diversas,
regradas em diferentes dispositivos da Lei nº 8.429/92. Ora, para o sequestro, exige o art. 16, da Lei nº 8.429/92, no §
1º, que o rito seja aquele do CPC. Mas para a indisponibilidade a regra é a do art. 7º e seu parágrafo único. Ou seja, o
sequestro retira a posse dos bens do administrador; a indisponibilidade não retira, pois permanece o réu na posse de
seus bens, na gerência, na administração. Só não pode desfazer-se dos bens. Aliás, para a medida de indisponibilidade
de bens, sequer há necessidade de ação cautelar específica. Pode ela ser requerida no bojo da ação principal. Assim,
toda a matéria referente aos requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora resta, de certa forma, prejudicada, na
media em que o agravante trabalha a questão como se de sequestro se tratasse, enquanto que de mera indisponibilidade
(medida absolutamente diversa) efetivamente se trata. Não se trata, aqui, de antecipar tutela, mas sim de nítida
antecipação de cautela. Não é o direito de fundo perseguido na ação principal que o autor está buscando tutelar com
provimento antecipatório. A indisponibilidade dos bens visa assegurar eventual reparação ao erário, se for o caso. E
esta reparação, sim, é o fundamento da ação de improbidade. Portanto, a indisponibilidade (não sequestro) é medida
que visa acautelar o pedido principal.
- A aprovação das contas públicas do Município pelo Tribunal de Contas do Estado não tem o condão de
afastar a análise e possível condenação dos agentes pelo Poder Judiciário. Limitação da indisponibilidade dos bens do
agravante proporcionalmente ao alegado valor do dano mais a multa. Questão que deverá ser dimensionada na origem,
oportunamente. Agravo de Instrumento nº 70014522544. Primeira Câmara Cível. Rel. Henrique Osvaldo Poeta
Roenick. Julgado em 16.08.2006).

Ressalto, por fim, que o Superior Tribunal de Justiça já analisou a matéria. Confira-se:

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25/09/2017 AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INDISPONIBILIDADE DE BENS - MEDIDA JUDICIAL DE CARÁTER EXCEPCIONAL - BLOQUEIO DE TODOS …

“EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA -


INDISPONIBILIDADE DE BENS - ART. 7º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 8.429/92 - FUMUS BONI
IURIS E PERICULUM IN MORA - INEXISTÊNCIA ASSENTADA NO ACÓRDÃO RECORRIDO.
1. Sustenta o recorrente a negativa de vigência do art. 7º, parágrafo único, da Lei nº 8.429/92 (Lei de
Improbidade), porquanto referido comando normativo é expresso no sentido de que a indisponibilidade de bens tem que
ser determinada, no caso dos autos sobre todos os bens do recorrido, porquanto não se trata de discutir o excesso da
constrição, mas simplesmente de se observar que não tem o órgão ministerial como antever a extensão dos danos
causados supostamente pelo réu da ação civil pública, além do que a inequívoca demonstração de que o réu não poderia
arcar com os prejuízos é hipótese não exigida no artigo dispositivo da Lei de Improbidade em análise.
2. Assim dita o art. 7º, parágrafo único, da Lei de Improbidade: ‘Quando o ato de improbidade causar lesão
ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.’
3. A lei fala que cabe à autoridade administrativa representar ao Parquet para que este requeira a
indisponibilidade de bens quando o ato causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito. Não quer
dizer que a indisponibilidade será determinada nesta ocasião; apenas ressalta que, com a representação, cabe ao órgão
ministerial analisar os pressupostos legais para requerê-la inclusive no bojo dos autos que instrumentalizam a ação civil
pública, cabendo ainda ao juiz deferi-la ou não, se reconhecidos os pressupostos do fumus boni iuris e do periculum in
mora, como reconhecidamente vem entendendo este Tribunal.
4. Ora, o acórdão recorrido não reconheceu o fumus boni iuris e o periculum in mora em seu enquadramento
fático - e a instância ordinária é soberana neste ponto, ou seja, na análise das provas -, sendo que ir além para
reconhecer tais pressupostos seria ir de encontro ao entendimento sumular formado neste Tribunal (enunciado 07), por
envolver revolvimento da matéria fático-probatório. Como se vê, o Tribunal Regional negou a possibilidade de
indisponibilidade de todos os bens do recorrido pelo fato de não estar comprovado nenhum remoto perigo de
inadimplemento.
5. Além da fumaça do bom direito e do perigo da demora, que não existe no caso em apreço, é de se somar a
esses requisitos a própria razoabilidade para essa constrição, uma vez que não passaria deferir-se a indisponibilidade de
todos os bens do réu pelo crivo da adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito, uma vez que nem
sequer existe a possibilidade de inadimplemento do réu após comprovada a extensão do dano, como reconheceu o
acórdão recorrido (enquadramento fático).
6. Não fosse assim, só o fato do ajuizamento da ação civil pública de improbidade poderia ensejar,
automaticamente, a indisponibilidade de todos os bens do réu, o que é inaceitável e foge da lógica jurídica, máxime
quando contrastada essa hipótese com os princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório, presunção de
inocência e razoabilidade.
Recurso especial improvido” (STJ, REsp 769350/CE, 2ª T., Rel. Min. Humberto Martins, j. em 06.05.2008).

Partindo das premissas acima fixadas e, considerando que no caso em apreço, há perícia contábil elaborada
por departamento especializado do Ministério Público na qual se aponta o total de R$ 130.000,00 (cento e trinta mil
reais) como possível dano de responsabilidade do agravante, é de ser provido em parte o agravo, para que se
desbloqueie somente as contas correntes de titularidade do referido réu, mantendo, no entanto, indisponíveis os demais
bens existentes em seu nome suficiente, se for o caso, para garantir o ressarcimento postulado na ação.

III - Conclusão
Ante o exposto, dou parcial provimento ao agravo para determinar o desbloqueio das contas correntes de
titularidade do agravante, mantendo, entretanto, indisponíveis os demais bens existentes em seu nome, até o limite
indicado, qual seja, R$ 130.000,00 (cento e trinta mil reais).
Custas, na forma da lei.
É como voto.
DES. EDGARD PENNA AMORIM - Peço vista dos autos.

Súmula - REJEITARAM A PRELIMINAR. PEDIU VISTA O 1º VOGAL APÓS O RELATOR DAR PROVIMENTO
PARCIAL AO RECURSO.

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

DES. EDGARD PENNA AMORIM - O julgamento deste feito, após rejeitada a preliminar, foi adiado na
Sessão do dia 03.09.2009, a meu pedido, depois de votar o Relator dando provimento parcial ao recurso.
Meu voto é o seguinte:
Pedi vista em sessão pretérita para examinar os autos com profundidade. Tendo-o feito, acompanho, no caso,
o em. Relator, para prover parcialmente o recurso e reduzir a medida de indisponibilidade de bens a patamar
proporcional ao alegado dano, à luz da existência de suficientes indícios da ocorrência de prejuízo do erário de
responsabilidade da empresa ré.
DESª. TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO - De acordo com o Relator.

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Súmula - REJEITARAM A PRELIMINAR E DERAM PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO.

BOCO7061—WIN/INTER
REF_BEAP

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