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A Bíblia ensina o Papado1

JESUS DÁ AS CHAVES DO REINO A PEDRO EM MATEUS 16

Mateus 16,16-19 — “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o


Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu,
Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que
está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra
será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos
céus”.

Jesus dá as chaves do Reino do Céu a Pedro, e declara que tudo o que ele ligar na Terra será
ligado nos Céus, e tudo que ele desligar na Terra será desligado nos Céus. Apesar de
estarem os seus 12 discípulos juntos neste encontro, Jesus diz estas coisas a Pedro somente.

ENQUANTO SE DIRIGE A PEDRO, JESUS DIZ QUE EDIFICARÁ A SUA


IGREJA SOBRE ESTA PRÓPRIA PEDRA

Jesus diz: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. A palavra grega
para “esta” — como em esta pedra — é o pronome demonstrativo ταύτῃ (taute). Significa
“esta própria” pedra, ou “esta mesma” pedra. Taute é utilizada quando “se deseja chamar à
atenção com ênfase especial a um objeto específico, quer seja nas proximidades físicas do
interlocutor ou do contexto literário”. (H. E. Sana e J.R. Mantey, A Manual Grammar of the
New Testament [Um Manual de Gramática do Novo Testamento], 127). Na versão King
James (Rei Tiago), taute é traduzida como “a mesma” em 1 Coríntios 7,20 e “esta mesma”
em 2 Coríntios 9,4.

Portanto, a afirmação de Jesus a Pedro tem este significado: tu és Pedro, e sobre ESTA
MESMA PEDRA edificarei a minha igreja. Infere-se do contexto que “esta pedra” refere-se
naturalmente a Pedro. Acontece que Jesus, para, além disso, muda o seu nome de Simão
para um que significa pedra. (Mas falaremos mais sobre este ponto depois).

A MUDANÇA DO NOME DE PEDRO

Jesus muda o seu nome de Simão para Pedro, justamente antes de declarar: “e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja”.

Mateus 16,17-18 — “… Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas… eu te digo


que tu és Pedro…”

No Antigo Testamento, uma mudança de nome indicava uma nomeação, uma vocação
especial ou uma mudança de posição. Em Gênesis, lemos o seguinte acerca de Abraão:

Gênesis 17,5 — “E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o
teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto”.

1
As citações bíblicas contidas neste artigo foram extraídas da versão protestante Almeida Corrigida e
Revisada Fiel, exceto quando é dito o contrário.
Deus mudou o nome de Abrão para Abraão porque o novo nome indicava o seu papel
especial de LÍDER do povo de Deus. Abraão foi escolhido para ser o pai de muitas
nações. (Também ele foi chamado de “pedra”, como veremos.) Em hebraico
(Abram) significa um pai superior, mas (Abraham) significa o pai da multidão.

Da mesma forma, em Gênesis 32,28, lemos que Deus mudou o nome de Jacó para Israel de
modo a significar o seu papel ou posição especial. Portanto, para além das coisas
importantes que Jesus disse a São Pedro em Mateus 16, a mudança do seu nome de Simão
para Pedro serve para confirmar a posição especial de São Pedro e o seu novo estatuto.

AS CHAVES DO REINO

Mateus 16,19 — “E eu te darei [a Pedro] as chaves do reino dos céus; e tudo o


que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será
desligado nos céus”.

A nenhum outro apóstolo foram dadas as chaves do Reino dos Céus. Em Mateus 18,18,
lemos que a todos os Apóstolos é dado o poder de ligar e desligar; mas somente a Pedro são
prometidas as chaves do Reino dos Céus, em Mateus 16,19. Isto demonstra-nos que o poder
que é dado a todos os Apóstolos de ligar e desligar em Mateus 18,18, tem de ser exercido
em sujeição às chaves que são dadas exclusivamente a Pedro. Pedro ocupa uma posição
singular de autoridade na Igreja.

AS “CHAVES DO REINO” É UMA REFERÊNCIA A ISAÍAS 22 E A POSIÇÃO DO


PRIMEIRO MINISTRO

Eis o que é realmente interessante. A maioria das pessoas não sabe que esta referência às
chaves do Reino em Mateus 16,19 (e ao poder de Pedro de com elas ligar e desligar) é
proveniente de Isaías capítulo 22. As palavras de Jesus a Pedro em Mateus 16 são uma
referência à função do primeiro ministro do Reino no Antigo Testamento.

Isaías 22,22 — “E porei a chave da casa de David sobre o seu ombro, e


abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá”.

Note que a linguagem é claramente semelhante à de Mateus 16,19. No Antigo Testamento,


Deus firmou uma aliança com Davi de modo a estabelecer um reino. A Monarquia
Davídica, o Reino de Deus na Terra, teve o intuito de ser um protótipo do Reino de Deus
que Jesus estabeleceria. É por isso que Jesus é chamado de filho de Davi nos Evangelhos. É
também o porquê de reino ser um dos temas principais do Evangelho de Mateus. É também
a razão pela qual o próprio Pedro disse em Atos 2,30 que Jesus assenta-se no trono de Davi.
Lucas 1,32 diz o seguinte acerca de Jesus: “Este será grande, e será chamado filho do
Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai…”

Jesus assenta-se no trono de Davi. Mas o Reino de Jesus é um reino espiritual; o Seu Reino
é a Sua Igreja. O Reino de Jesus não somente cumpre, mas também supera o seu protótipo,
o Reino de Davi. O ponto aqui é que o Reino de Jesus é estabelecido de modo semelhante.

JESUS ESTAVA CLARAMENTE TORNANDO SÃO PEDRO O SEU PRIMEIRO


MINISTRO

No Reino de Davi não havia somente o rei que governava sobre todo o povo; este tinha um
ministério real. O rei tinha ministros reais ou superintendentes. Podemos ver referências a
este ministério real (composto por estes superintendentes ou ministros do rei) em 2 Samuel
8. Vemos também uma referência a este em 1 Reis 4 e em outros lugares. Neste ministério
real, havia um ministro da defesa, um ministro do comércio, provisões, etc.

No entanto, de entre todos os ministros do rei, havia um que se sobressaia com autoridade
sobre os outros. Este era o primeiro ministro, que era o mordomo da casa de Davi. É aí que
a fascinante verdade de Isaías 22 torna-se relevante para Mateus 16.

Em Isaías 22, lemos que o primeiro ministro TINHA A CHAVE da casa de Davi.
Repito: o primeiro ministro tinha a chave da casa de Davi. Esta chave representou a
autoridade do primeiro ministro sobre à casa do rei.

Isaías 22,20-22 – “E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho
de Hilquias; E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e
entregarei nas suas mãos o teu domínio, e será como pai para os moradores
de Jerusalém, e para a casa de Judá. E porei a chave da casa de Davi sobre o
seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá”.

Note que o primeiro ministro tinha as chaves da casa de Davi. Vemos também que lhe foi
confiado “o domínio”, e que “será como pai para os moradores de Jerusalém”.

Em Isaías 22, o primeiro ministro do Reino era um homem chamado Sebna. Isaías 22,15 diz
que Sebna era “o mordomo” — isto é, o governante da casa do rei. Posteriormente, Sebna
abandonou o cargo de primeiro ministro e foi substituído por um homem chamado
Eliaquim. A seguir, lemos que a chave do Reino, a qual Sebna possuía, foi dada a
Eliaquim pelo Rei Ezequias (o sucessor de Davi que reinava na altura). O Rei Ezequias deu
as chaves do Reino a Eliaquim porque Eliaquim sucedeu a Sebna no cargo de primeiro
ministro.

Eliaquim tinha agora a chave da casa de Davi. Pelo fato de ele possuir a chave, todos
reconheceriam Eliaquim como o primeiro ministro do rei.

Pense na incrível semelhança com Mateus 16. Em Isaías 22,22, vemos a clara referência à
chave do Reino a ser passada, tal como Jesus deu as chaves a São Pedro. Para, além disso, a
afirmação de que com a chave ele “abrirá e ninguém fechará; e fechará e ninguém abrirá” é
notavelmente semelhante ao que Jesus diz a São Pedro em Mateus 16,19, quando Ele dá as
chaves do Seu reino: “tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que
desligares na terra será desligado nos céus”. A importância disso deverá ser bastante óbvia.

Jesus assenta-se no trono de Davi. Portanto, quando Jesus vem estabelecer o Seu Reino (a
Sua Igreja), o qual é o cumprimento do Reino de Davi, Ele, do mesmo, modo nomeia o seu
ministério real: os Seus apóstolos. Mas de entre estes ministros reais (os Seus Apóstolos),
há um primeiro ministro que é superior a todos os outros ministros e membros do Reino.
Este primeiro ministro é aquele que terá as chaves do Seu Reino e a quem será conferida a
primazia (o que está em primeiro lugar) na Sua Igreja para que supervisione os afazeres do
Seu Reino.

Quando Jesus disse a Pedro, “eu te darei as chaves do reino dos céus”, foi para que
servisse como uma clara indicação para todo o judeu informado de que Jesus iria
tornar São Pedro o Seu primeiro ministro. Ele estava declarando que São Pedro seria
o primeiro papa — o presidente ou governador da Sua Igreja. Isto é uma poderosa e
irrefutável prova de que Jesus estava de fato a dizer que São Pedro seria o primeiro papa em
Mateus 16,18-19.

QUEM É A ROCHA DE MATEUS 16? É PEDRO

Mateus 16,18 – “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Deveria realmente ser óbvio que Pedro é quem está a ser descrito como rocha por Jesus.
Mas protestantes levantam todo o tipo de objeção sobre este ponto.

OBJEÇÃO: PEDRO NÃO PODERIA SER A ROCHA PORQUE JESUS É O ÚNICO


FUNDAMENTO

1 Coríntios 3,11 — “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que
já está posto, o qual é Jesus Cristo”.

Aqueles que levantam esta objeção não percebem que a Bíblia refere-se a todos os
Apóstolos como fundamentos.

Apocalipse 21,14 – “E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os


nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”.

Há alguma contradição entre Ap. 21,14 e 1 Cor. 3,11? Não, é óbvio que não. O fato de
Cristo ser o único fundamento, tal como 1 Cor. 3,11 ensina, significa simplesmente que
tudo provém de Cristo. Toda a verdadeira autoridade na Igreja tem de vir de Cristo porque a
própria Igreja vem de Cristo. Tudo o que está fora de Cristo é um falso fundamento.

A autoridade de Pedro vem precisamente de Cristo, tal como demonstra Mateus 16. É
bastante óbvio, portanto, que se Jesus é Aquele que estabeleceu estas coisas em Pedro,
então tudo o que é firmado em Pedro não é outro fundamento que não o de Cristo. É o
próprio fundamento de Cristo.

Portanto, o fato de Cristo ser o fundamento ou a pedra angular, como lemos em Efésios
2,20, não significa que o próprio Cristo não poderia ter estabelecido nem estabeleceu um
cargo apostólico perpétuo que seria a pedra sobre a qual a Igreja seria construída. Os dois
conceitos não se excluem mutuamente. Por exemplo; Jesus é o Bom Pastor (João 10,14),
mas Ele também dá a responsabilidade de pastoreio de todas as Suas ovelhas a Pedro, como
veremos em João 21,15-17. Jesus é quem tem as chaves (Ap. 1,18; Ap. 3,7), mas Ele dá as
chaves a Pedro.

DEUS CHAMA ABRAÃO DE ROCHA NO ANTIGO TESTAMENTO!

Deus é declarado a Rocha por todo o Antigo Testamento e em Deuteronômio 32,4; mas
Abraão também é descrito como a rocha em Isaías 51,1-2.

Deuteronômio 32,4 — “Ele [Deus] é a Rocha, cuja obra é perfeita…”

Isaías 51,1-2 — “… Olhai para a rocha de onde fostes cortados, e para a


caverna do poço de onde fostes cavados. Olhai para Abraão, vosso pai…”
O Antigo Testamento diz: olhai para a rocha, olhai para Abraão. Abraão é descrito como a
rocha porque ele era o pai de todos os israelitas. O seu nome foi mudado de Abrão para
Abraão para significar o seu papel de pedra e pai do povo de Deus. Não seria apropriado
Jesus, então, escolher alguém para ser, no Novo Testamento, a rocha e o pai da nova
Israel, a Igreja? Sim, e é por isso que o nome de Simão foi mudado para Petros, que
significa pedra. À luz desta evidência, deveria ser totalmente óbvio para todos que São
Pedro é a pedra. No entanto, prossigamos para alguns outros pontos.

O QUE DIZER DE PETROS VS. PETRA NO GREGO?

Protestantes argumentam que Jesus não poderia estar dizendo que Pedro é a Rocha por
causa das diferenças nas palavras em grego. Eles dizem que no grego original de Mateus
1,18, o nome de Pedro é πετρος (petros), que significa “pedra pequena”, enquanto que a
palavra para denotar pedra é πέτρα (petra), que significa “pedra grande”. O grego diz: “Tu
és Pedro (petros), e sobre esta pedra (petra) edificarei a minha Igreja”. Mas este argumento
é refutado pelos seguintes pontos.

Primeiro, as palavras petros e petra, têm o mesmo significado (pedra) na língua grega tal
como utilizada no tempo de Cristo. Em algumas obras de poesias gregas bastante
antigas petros significava pequena pedra e petra significava pedra grande; mas esta ligeira
distinção já tinha desaparecido na época em que o Evangelho de Mateus foi escrito em
grego. (Sobre este ponto, veja a citação do protestante D. A. Carson mais adiante).

A pequena distinção entre petros e petra existe somente no grego ateniense, não no grego
helenístico. O Evangelho foi escrito em grego helenístico, no qual tanto petros quanto petra
significava “pedra”. Além do mais, havia uma palavra para pedra pequena a qual Jesus
poderia ter utilizado: ος (lithos). Se Jesus quisesse chamar Pedro de pedra pequena, mas
não de pedra (petros), então Ele teria utilizado lithos. Mas Ele não o fez. Ele utilizou petros,
que significa pedra. Mas se há uma identificação entre Pedro e a pedra, porque, então, são
utilizadas duas palavras gregas diferentes (petros e petra)? A resposta é reside no mui
importante fato de que Jesus falou em aramaico, não em grego.

JESUS FALOU EM ARAMAICO, NÃO EM GREGO, E ARAMAICO É O IDIOMA


NO QUAL A PALAVRA QUE SIGNIFICA PEDRA E O NOME DE PEDRO É
EXATAMENTE A MESMA

Em Aramaico, Mateus 16,18 apareceria assim: “Tu és kepha, e sobre esta kepha edificarei a
minha Igreja”.

Note que em aramaico a mesma palavra ‫( כף‬kepha) é utilizada em ambos os lugares. Não há
absolutamente diferença alguma entre as duas. Jesus estava igualando Simão com a rocha
sobre a qual a Igreja seria construída. Esta igualdade também é captada nas traduções
francesas desta passagem, em que se lê: “Tu es pierre, et sur cette pierre…”

O mal-entendido protestante sobre este ponto surge porque quando se traduz para grego as
palavras em aramaico que Jesus proferiu, a palavra em aramaico kepha torna-
se petra. Petra é a palavra comum para pedra e é uma palavra feminina. O fato
de petra ser feminina não cria problemas para a segunda parte da passagem: sobre
esta kepha (sobre esta pedra); no entanto, petra não pode obviamente ser utilizada
para o novo nome de Pedro porque Pedro é um homem.
Portanto, no grego, o nome de Pedro é simplesmente mudado para Petros, um
sinônimo de petra, mas que tem terminação masculina. Esta é a única razão de sequer
haver alguma diferença entre as palavras.

MUITOS PROTESTANTES ADMITEM QUE PEDRO É A ROCHA

Mesmo alguns protestantes tiveram admitir, perante os fatos, que é inútil continuar negando
que Pedro é a Rocha.

David Hill, ministro presbiteriano e Professor acadêmico de estudos bíblicos na


Universidade de Sheffield, escreve: “É sobre o próprio Pedro, aquele que
confessa o Messianismo, que Jesus construirá a Igreja… Tentativas de
interpretar a ‘pedra’ como sendo algo que não a pessoa de Pedro (ex. a sua fé, a
verdade a que lhe foi revelada) são de viés protestante, e introduzem à
declaração um grau de subtileza altamente improvável”. (Citado em The Gospel
of Mathew [O Evangelho de Mateus], New Century Bible Commentary, pág.
261).

No Theological Dictionary of the New Testament [Dicionário Teológico do Novo


Testamento], uma obra protestante editada pelos protestantes Gerhard Kittel e Gerhard
Friedich, há um artigo do famoso protestante Orcar Cullman. Isto pode ser encontrado em
Vol.6:108 do Theological Dictionary. Cullman afirma:

“Mas o que Jesus quer dizer quando ele diz: ‘Sobre esta pedra edificarei a
minha Igreja’? A ideia dos Reformadores de que isto é uma referência a fé de
Pedro é deveras inconcebível à luz do cenário provavelmente distinto do relato.
Pois não há referência aqui à fé de Pedro. Ao invés, o paralelismo de ‘tu és
Pedra’ e ‘sobre esta pedra edificarei’ demonstra que a segunda pedra só pode
ser a mesma que a primeira. É, portanto, evidente que Jesus está a referir-se a
Pedro, a quem Ele deu o nome de Pedra. Ele nomeia Pedro… para ser o
fundamento da sua ecclesia. Neste ponto a exegese católica romana está correta
e todas as tentativas de evitar isto devem ser rejeitadas”.

O Dr. John Broadus (1886), um estudioso bíblico baptista reformado, vê-se forçado a
admitir:

“Como Pedro é a pedra, a interpretação natural é que ‘sobre esta pedra’


significa sobre ti. Nos dias de hoje, provavelmente nenhuma outra explicação
seria esboçada… Mas há um jogo de palavras, entenda-o como quiser. É um
jogo de palavras ainda mais forçado e adverso se entendermos a rocha como
sendo Cristo; e um jogo de palavras débil e quase desprovido de sentido se a
rocha é a confissão de Pedro… Seja observado que Jesus não poderia aqui, de
maneira consistente com a imagem, referir-se a Si próprio por rocha porque ele
é o construtor. Dizer: ‘Eu edificarei,’ seria uma imagem bastante confusa. A
sugestão de alguns expositores de que ao dizer: ‘Tu és Pedro, e sobre esta
pedra’ Jesus estava a referir a Si próprio, envolve uma artificialidade que para
algumas mente é repulsiva”. (John A. Broadus, Commentary on the Gospel of
Matthew [Comentário ao Evangelho de Mateus], Valley Forge, PA: Judson
Press, 1886, pág. 356).

O batista D. A. Carson, professor de Novo Testamento no Trinity Evangelical Seminary,


também viu-se forçado a admitir:
“Apesar de ser verdade que petros e petra podem significar ‘pequena pedra’ e
‘pedra’ respectivamente, em grego antigo, a distinção é, em grande parte,
limitada à poesia. Além do mais, neste caso, o aramaico subjacente é
inquestionável; e muito provavelmente kepha foi utilizado em ambas as orações
(“tu és kepha” e “sobre esta kepha”), uma vez que a palavra foi empregue para
indicar tanto um nome quanto uma pedra… O grego faz a distinção
entre petros e petra simplesmente porque está a tentar preservar o trocadilho; e
no grego, o feminino petra não poderia ser utilizado como um nome
masculino”. (Citado em The Expositor's Bible Commentary [O Comentário à
Bíblia dos Expositores], Volume 8, pág. 368).

NÓS SABEMOS QUE JESUS FALOU EM ARAMAICO PORQUE A BÍBLIA


FORNECE-NOS ALGUMAS DE SUAS PALAVRAS EM ARAMAICO

Posto que o aramaico é relevante ao pontos anteriormente mencionados sobre Pedro ser a
rocha, considere a evidência de que Jesus, de fato, falou em aramaico. Nós sabemos que
Jesus falou em aramaico, antes de tudo, porque o Evangelho relata algumas palavras
aramaicas que Ele usou. Considere Mateus 27,46, onde Jesus diz da cruz, “Eli, Eli, lama
sabachthani?” Estas palavras são em aramaico, não em grego; elas significam: “Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste?”

Outro exemplo é João 19,13-17 – “Ouvindo, pois, Pilatos este dito, levou Jesus
para fora, e assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, e em
hebraico Gabbatha… E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar
chamado Caveira, que em hebraico se chama Golgotha”.

Tanto Gabbatha quanto Golgotha são palavras em aramaico, o que nos proporciona mais
evidência de que esta foi a língua que Jesus utilizou. Mas São João diz na Bíblia que são em
hebraico porque, como explicam os estudiosos, a palavra “hebraico”, tal como utilizada no
Novo Testamento, refere-se ao aramaico.

HÁ TAMBÉM FORTES EVIDÊNCIAS DE QUE O EVANGELHO DE MATEUS


FOI ESCRITO ORIGINALMENTE EM ARAMAICO E FOI POSTERIORMENTE
TRADUZIDO PARA GREGO

Há fortes evidências provenientes dos Padres da Igreja primitiva de que o Evangelho de


Mateus foi escrito originalmente em aramaico e posteriormente traduzido para grego.
Eusébio, que é o historiador da Igreja primitiva, o primeiro a escrever a história da Igreja
desde o princípio até os seus dias no século IV, afirmou repetidamente que Mateus escreveu
o seu Evangelho em hebraico, isto é, em aramaico.

No capítulo 39 do livro 3 da sua História Eclesiástica, Eusébio cita Papias a afirmar:


“Mateus compôs a sua história em dialeto hebraico, e cada um traduziu como foi capaz.»
Por dialeto hebraico ele refere-se ao aramaico.

No capítulo 25 do livro 6, Eusébio cita Orígenes a afirmar: “O primeiro [Evangelho] é


escrito segundo Mateus… o qual tendo o publicado para conversos judeus, escreveu-o em
hebraico”.

No capítulo 25 do livro 6, Eusébio cita o grande Padre da Igreja Santo Irineu a afirmar:
“Mateus, de fato, produziu o seu evangelho escrito entre os hebreus no próprio dialeto
deles, enquanto que Pedro e Paulo proclamaram o evangelho e fundaram a Igreja em
Roma”.

Tal como citado por Eusébio, Santo Irineu não só diz que Mateus escreveu o seu Evangelho
no dialeto hebraico (isto é, aramaico), mas também que Pedro fundou a Igreja em Roma –
algo que muitos não-católicos negam, apesar de as evidências históricas de que Pedro
esteve em Roma serem irrefutáveis. “Todas as tradições primitivas relatam que o martírio
de Pedro foi em Roma, e nem uma fonte sequer relatam-no em outro lugar”.2

Tenha em mente que Eusébio, o qual cita Papias, Orígenes e Irineu para demonstrar que
Mateus escreveu em aramaico, viveu aproximadamente entre 260 e 240 d.C. e compôs a
primeira história completa da Igreja. Se isso não bastasse para silenciar todas as objeções
sobre deste assunto, temos evidência interna de que o nome de Pedro em grego, Petros, é
equivalente a Petra, a pedra sobre a qual a Igreja foi edificada. Esta evidência interna
provém de João 1,42.

JOÃO 1,42 EQUIPARA O NOME DE PEDRO COM A PEDRA

Por favor, siga isto logicamente.

João 1,42 – “E o levou a Jesus. Jesus olhou para ele e disse: “Você é Simão,
filho de João. Será chamado Cefas” (que significa Pedro)”. (Nova Versão
Internacional).

Em João 1,42, é-nos dado o novo nome de Pedro na sua forma aramaica: Cefas. Alguns
poderão perguntar-se assim: “Achei que o nome de Pedro em aramaico fosse Kepha”.
Certo, mas nas traduções para português de João 1,42, Cefas é simplesmente a versão
aportuguesada da palavra Kepha em aramaico. Portanto, João 1,42 diz que Cefas é
traduzido como Pedro, o nome do apóstolo.

Cefas = nome de Pedro (João 1,42).

Também sabemos que Cefas seria traduzido como petra, a palavra para pedra (Mt. 16.18)
sobre a qual a Igreja é construída.

Posto que Cefas = novo nome de Pedro (como é dito em João 1,42) e Cefas = petra, a
palavra para pedra é inegavelmente o novo nome de Pedro = petra, a pedra.

O novo nome de Pedro é equivalente à rocha. Não há dúvidas quanto a isso.

The Primacy of Peter [O Primado de Pedro] é uma coleção de ensaios escritos por eruditos
“ortodoxos” orientais. Os “ortodoxos” orientais não são católicos e não aceitam o Papado.
Esta obra (The Primacy of Peter) foi editada pelo aclamado erudito “ortodoxo” oriental
John Meyendorf. Nesta obra “ortodoxa” oriental, admite-se várias vezes que a Bíblia ensina
que Pedro é a rocha:

“Há uma identidade formal e real entre Pedro e a rocha. Jesus edificará a sua
Igreja sobre Cefas”. (The Primacy of Peter, editado por João Meyendorf, St.
Vladimirs's Seminary Press, 1992, pág. 48).

2
Mike Aquilina, The Father of The Church, Huntington, IN: Our Sunday Visitor Publishing, pág. 35.
“Por confessar a sua fé na divindade do Salvador, Pedro tornou-se a Pedra da
Igreja”. (The Primacy of Peter, pág. 72).

“O Apóstolo Pedro é a pedra sobre a qual a Igreja é construída, e continuará a


ser a pedra até a vinda do Senhor”. (The Primacy of Peter, pág. 122; também
pp. 63-65; etc.).

TENDO EM CONTA O CONTEXTO, SERIA ABSURDO SE JESUS NÃO


ESTIVESSE DIZENDO QUE PEDRO É A ROCHA

Considere por uns momentos o tão absurdo seria se Jesus não estivesse dizendo que Pedro é
a rocha. Como acabamos de demonstrar, Jesus declara bem-aventurado somente Pedro.

“E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas…”


(Mateus 16,17).

Somente a Pedro é que Jesus muda o nome.

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja…” (Mateus 16,18).

Jesus congrega os Seus discípulos e dá as chaves do reino a Pedro em exclusivo. Ele depois
dá o poder de desligar e ligar só a Pedro.

“E eu te darei [a Pedro] as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na


terra será ligado nos céus…” (Mateus 16,19).

Mas quando Ele está falando da pedra, apesar de esta afirmação estar em meio de todas
estas outras que são ditas somente a Pedro, os protestantes querem fazer-nos crer que Jesus
não está falando de Pedro, mas de Si mesmo ou de alguma outra coisa. É ridículo. É tão
manifestamente falso que não deveria ser necessário recorrer à argumentação.

Além do mais, convém assinalar que a razão pela qual Jesus, referindo-se a Pedro, diz
“sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”, ao invés de sobre ti, é porque, enquanto que
Pedro é definitivamente a pedra, o cargo que Ele estabeleceu em Pedro (o Papado)
perdurará através dos tempos, muito depois de Pedro ter morrido. É fundado sobre Pedro,
mas continuará a existir depois de Pedro. Trata-se de uma instituição em Pedro, mas não
será limitada a Pedro – ele terá sucessores.

OS PADRES DA IGREJA ACREDITAVAM QUE PEDRO É A ROCHA

Os Padres da Igreja primitiva — os proeminentes escritores cristãos primitivos —


reconheceram que Pedro é a pedra. Há várias citações que poderiam ser apresentadas, mas
citemos apenas algumas.

Tertuliano, em Sobre a Monogamia, 213 d.C., refere-se a Pedro e fala da Igreja,


“edificada sobre ele…” (William A. Jurgens, The Faith of the Early Fathers [A
Fé dos Padres Primitivos, Vol. 1:381).

São Cirilo de Alexandria (370-444), que teve um papel fundamental no


Concílio de Éfeso, disse no seu Comentário ao Evangelho de João: “Ele [Jesus]
fez com que não mais fosse chamado de Simão… Ele mudou o seu nome para
Pedro, da palavra petra (pedra); pois é sobre ele que Jesus posteriormente
funda a Sua Igreja”.

São Basílio Magno (330-379 d.C.), Contra os Eumonianos, 4: “Pedro… o qual,


por causa da preeminência da sua fé, recebeu sobre si mesmo o edifício da
Igreja”.

São Gregório de Nazianzo, ilustre Padre Oriental (329-289 d.C.), Oração


26: “… de entre os discípulos de Cristo, os quais foram todos ilustres e dignos
de ser escolhido, um é chamado de pedra e lhe são confiados os
fundamentos da Igreja…”

São João Crisóstomo, ilustre Padre Oriental e bispo de Constantinopla,


Homilia 3, De Pœnitentia 4, 387 d.C.: “O próprio Pedro é a cabeça e coroa dos
Apóstolos… quando falo de Pedro, falo daquela pedra inquebrantável, aquele
firme alicerce…”

Poder-se-ia citar Santo Ambrósio, Jerônimo e muitos outros; porém, o ponto deve ser claro.

OBJEÇÃO: A ROCHA É A FÉ DE PEDRO, NÃO PEDRO. RESPOSTA: OS


PADRES DISSERAM QUE TANTO PEDRO QUANTO A SUA FÉ SÃO A ROCHA
PORQUE A FÉ DE PEDRO É INSEPARÁVEL DO PRÓPRIO PEDRO

Numa tentativa de argumentar contra o papado, alguns não-católicos dizem que Jesus estava
referir-se à fé de Pedro (e não ao próprio Pedro) como a rocha sobre a qual a Igreja seria
edificada. Eles chegam ao ponto de citar algumas passagens seletivas provenientes dos
Padres da Igreja primitiva para tentar provar isso. Irão, por exemplo, citar passagens de
Santo Hilário de Poitiers.

Santo Hilário de Poitiers (300-368), Sobre a Trindade, 6, 37: “Esta fé é o


fundamento da Igreja; através desta fé, as portas do Inferno não podem
prevalecer contra ela”. (Nicene and Post-Nicene Fathers [Padres Nicenos e
Pós-Nicenos], Série 2, Vol. 9, pág. 112.)

O que eles não vos irão dizer é que na mesma obra, Santo Hilário diz que Pedro era o
fundamento da Igreja (Sobre a Trindade 6, 20).

Santo Hilário de Poitiers (300-368), Sobre a Trindade, 6, 20: “O bem-


aventurado Simão, que após confessar o mistério foi determinado a ser a
pedra angular da Igreja, e recebeu as chaves do reino do Céu”. (NPNF, Vol.
9, pág. 105.)

Santo Hilário de Poitiers, Comentário sobre Mateus,7, 6: “Pedro foi o primeiro


a crer, e é o príncipe do apostolado”.

Os Padres entendiam que a fé de Pedro é inseparável do próprio Pedro e do cargo que Jesus
estabeleceu nele como primeiro ministro da Sua Igreja. Vemos também esta verdade em
Lucas capítulo 22.

LUCAS 22 ENSINA A INFALIBILIDADE PAPAL (A INFALIBILIDADE DO


CARGO DO PAPA)
Em Lucas capítulo 22, podemos encontrar outra passagem na Bíblia que, apesar de
frequentemente menosprezada, prova o ensinamento católico sobre o papado.

Lucas 22,24-32 – “E houve também entre eles contenda, sobre qual deles
parecia ser o maior. E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e
os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós
assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem
serve. Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é
quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve. E vós sois
os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. E eu vos destino o
reino, como meu Pai mo destinou, para que comais e bebais à minha mesa no
meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel. Disse
também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos
cirandar [peneirar] como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não
desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos”.

Trata-se de uma passagem fascinante; contém várias verdades importantes. Primeiro de


tudo, há uma contenda entre os Apóstolos sobre quem é o maior. Jesus explica que o Seu
Reino não é como o dos Gentis. Jesus está, portanto, a falar de como o Seu Reino ou Igreja
será estruturado.

Jesus prossegue dizendo que Satanás queria peneirar todos os apóstolos no plural, mas que
Ele rezou por Pedro [singular] para que a sua fé não desfalecesse.

Lucas 22,31-32 – “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos
pediu [plural] para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti [singular],
para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus
irmãos”.

Satanás queria peneirar todos os Apóstolos, diz Jesus; no entanto, Ele rezou por Pedro
somente, para que a sua fé não desfalecesse. Pedro, aquele que recebe as chaves do Reino,
possui também uma fé infalível, segundo as palavras de Jesus. Jesus diz isto somente a
Pedro, isolando-o assim claramente dos outros.

A palavra “infalível” significa “não pode falhar”. Portanto, logo em Lucas 22, vemos
as raízes do ensinamento católico sobre a infalibilidade do papa. Este ensinamento sobre
a infalibilidade do papa não implica que um verdadeiro papa, como sucessor de Pedro, não
possa jamais cometer um erro; nem que ele não possa pecar. Este ensinamento consiste na
doutrina de que quando um verdadeiro papa ensina autoritariamente sobre fé ou moral para
toda a Igreja (isto é, desde a Cátedra de Pedro) Jesus não permitirá que este ensinamento
falhe. Pois se Ele permitisse tal coisa, então a Igreja seria ela mesma conduzida ao erro e
falharia. O Primeiro Concílio do Vaticano, expressa esta realidade deste modo:

Papa Pio IX, Primeiro Concílio do Vaticano, Sessão 4, Cap. 4, 1870


d.C.: “Portanto, esta dádiva da verdade e de uma fé infalível foi divinamente
conferida a Pedro e a seus sucessores desta cátedra…”

Trata-se de uma fé infalível do cargo de Primeiro Ministro/Papa que foi estabelecido em


Pedro e que perdura através dos seus sucessores neste cargo. Mesmo nos tempos mais
primórdios da Igreja, os Padres viam esta passagem em Lucas 22 como outra prova para o
Papado.
Santo Ambrósio (século IV), Sobre o Salmo 43, nº 40: “Pedro, após ter sido
tentado pelo Diabo, é designado como aquele que preside à Igreja. O Senhor…
escolheu-o para ser o pastor do Seu rebanho; pois a ele Jesus disse: e tu, quando
te converteres, confirma teus irmãos [Lucas 22]”.

JESUS CONFIA TODO O REBANHO A PEDRO EM JOÃO 21

João 21 proporciona-nos prova adicional de que Jesus confiou todos os membros da Sua
Igreja a São Pedro.

João 21,15-17 — “E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro:
Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim,
Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou
a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim,
Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-
lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe
ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que
eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas”.

Vemos aqui, em João 21, que Jesus confia todas as Sua ovelhas a São Pedro. O dogmático
Primeiro Concílio do Vaticano da Igreja Católica afirmou que este momento descrito em
João 21, após a Ressurreição de Jesus, foi o momento em que Jesus deu a São Pedro as
chaves e a autoridade sobre a Sua Igreja que ele prometera em Mateus 16.

É importante enfatizar que este momento após a Ressurreição, em João 21, foi quando Jesus
tornou São Pedro o primeiro papa. Isto é significativo porque alguns não-católicos trazem à
discussão a tripla negação de Cristo por parte de Pedro em João 18,25 e seguintes para
objetar ao ensinamento católico. Quando Pedro negou Jesus Cristo, isso foi antes da
Crucificação e Ressurreição. Jesus ainda não tinha conferido a autoridade papal a São
Pedro. As palavras em Mateus 16,18-20 expressam uma promessa das chaves do Reino a
São Pedro. Estas palavras prometem que Jesus construirá a Sua Igreja sobre ele e torná-lo-á
o primeiro ministro da Sua Igreja, mas este cargo não foi conferido sobre Pedro até depois
da Ressurreição – pelas palavras de João 21,15-17. Portanto, a negação de Cristo por parte
de São Pedro não apresenta qualquer problema ao ensinamento católico sobre o papado.

Além do mais, a Igreja Católica não ensina que um verdadeiro papa não pode pecar
mortalmente ou até perder sua alma. Ela ensina que um verdadeiro papa possui a posição de
autoridade suprema na Igreja, e que quando um verdadeiro papa ensina de modo autoritário
para a Igreja universal, Deus irá protegê-lo de ensinar erro. O poder reside no próprio cargo,
o qual é protegido por Cristo.

JESUS DIZ A PEDRO PARA COMANDAR AS SUAS OVELHAS

João 21,15-17 — “Disse Jesus: ‘Cuide dos meus cordeiros’… Disse Jesus:
‘Pastoreie as minhas ovelhas’… Disse-lhe Jesus: ‘Cuide das minhas ovelhas’”.
(Nova Versão Internacional).

Em João 21,15-17, Jesus diz a Pedro que cuide dos meus cordeiros, pastoreie as minhas
ovelhas, cuide das minhas ovelhas. Jesus confere claramente autoridade a São Pedro sobre o
seu rebanho, os membros da Igreja. Alguns podem indagar-se sobre o porquê de Jesus dizer
da primeira vez, cuide dos meus cordeiros, e na segunda e terceira vez minhas ovelhas. Os
Padres da Igreja primitiva compreenderam esta referência aos cordeiros e as ovelhas como
uma diferenciação entre os membros mais novos e mais velhos da Igreja, ou como uma
distinção entre os fiéis e o clero. Todos são confiados a São Pedro.

Agora, o que é particularmente importante é que quando Jesus diz cuide dos meus
cordeiros, pastoreie as minhas ovelhas, cuide das minhas ovelhas, a segunda das três
ordens é a palavra ποίμαινε (poimaine) em grego. Em muitas Bíblias, a tradução das três
ordens aparecem da mesma forma, como “apascenta”; mas a segunda ordem é na realidade
diferente da primeira e da terceira.

João 21,15-17 — “Disse Jesus: ‘Cuide [Boske] dos meus cordeiros’… Disse
Jesus: ‘Pastoreie [Poimaine] as minhas ovelhas’… Disse-lhe Jesus: ‘Cuide
[Boske] das minhas ovelhas’”.

Na primeira e na terceira ordem que Jesus dá a Pedro sobre o seu rebanho, a palavra em
grego é βόσκε (boske). Boske na realidade significa alimentar. Mas a palavra poimaine, a
segunda ordem de Jesus a Pedro sobre o rebanho, significa reger. Também pode ser
traduzida por “pastorear”. Logo, Jesus não encarregou Pedro somente de alimentar a sua
Igreja, mas também de regê-la. É fascinante que uma forma da mesma palavra poimaine, a
qual Jesus utilizou falando acerca da autoridade de Pedro sobre o rebanho em João 21,16,
também é empregue em Apocalipse 2,27.

Apocalipse 2,27 — “E com vara de ferro as regerá [ποιμαίνει (poimainei)]…”

Isto significa que Pedro não tem somente uma primazia sobre o rebanho de Cristo, mas uma
primazia de jurisdição para reger e governar o rebanho, o que é contrário ao que os
“ortodoxos” orientais diriam. A mesma palavra poimaine é utilizada em Apocalipse 12,5 e
em outras passagens para indicar o poder de governar.

Eis o que o grande Padre Oriental da Igreja, São João Crisóstomo, disse acerca desta
passagem em João 21.

São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de João, 88, 1, século IV —


“Jesus lhe disse: ‘apascenta as minhas ovelhas.’ E por que Jesus Cristo,
deixando os outros apóstolos, fala do seu cuidado e do seu amor a Pedro
somente? De entre os apóstolos, Pedro é o maior e mais eminente; ele é a boca
e o chefe do colégio… é por isso que Cristo confia-lhe o governo dos seus
irmãos; e não lhe recorda, não lhe censura pela sua negação, mas diz-lhe: “Se
Me amas, governa os teus irmãos”…”

PEDRO É MENCIONADO MAIS DE 100 VEZES NO NOVO TESTAMENTO; O


SEGUNDO APÓSTOLO MAIS MENCIONADO É SÃO JOÃO, QUE É
MENCIONADO 29 VEZES

O destaque do nome de Pedro na Escritura revela que ele possuía, por instituição de Cristo,
uma posição singular de autoridade entre os Apóstolos. Pedro é mencionado bastante mais
que 100 vezes no Novo Testamento. O segundo apóstolo mais mencionado é João, que é
mencionado 29 vezes.

A LINGUAGEM DA BÍBLIA DESTACA REPETIDAMENTE PEDRO E PÕE-NO


SEPARADO DOS OUTROS APÓSTOLOS
O modo em que a Escritura utiliza o nome de Pedro é extremamente revelador. As pessoas
devem ponderar a significância destes exemplos. Note como Pedro é mencionado pelo seu
nome, enquanto que os outros apóstolos são mencionados repetidamente como aqueles com
Pedro. Isto demonstra que a Escritura destaca São Pedro e põe-no à parte dos outros
apóstolos.

Marcos 16,7 — “Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai
adiante de vós para a Galiléia…”

Atos 2,37 — “E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e


perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens
irmãos?”

Atos 5,29 — “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram…”

Marcos 1,36 — “E seguiram-no Simão [Pedro] e os que com ele estavam”.

Lucas 8,45 — “E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse
Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime…”

Lucas 9,32 — “E Pedro e os que estavam com ele estavam carregados de


sono…”

Pedro é manifestamente destacado como o líder dos Apóstolos. É significativo que os


escritores do Novo Testamento destaquem Pedro desta forma mesmo tendo este sido escrito
anos após a Ressurreição. Isto demonstra que a posição de liderança de Pedro ainda
mantinha a sua relevância na Igreja após a Ressurreição.

PEDRO APARECE EM PRIMEIRO EM TODAS AS LISTAGENS DOS DOZE


APÓSTOLOS

Todas as listas dos Doze Apóstolos no Novo Testamento são encabeçadas pelo nome de
Pedro e terminam com o nome de Judas. Isto mantém-se verdadeiro apesar de a ordem em
que o nome dos outros Apóstolos no meio nem sempre ser exatamente a mesma. Você pode
verificar estas listas em Mateus 10,2, Marcos 3,14, Lucas 6,14 e Atos 1,13.

Mateus 10,2-4 — “Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: o primeiro,
Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João,
seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de
Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão, o Cananita, e Judas Iscariotes,
aquele que o traiu”.

Marcos 3,14-19 — “E nomeou doze… a Simão, a quem pôs o nome de Pedro,


e a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de
Boanerges, que significa: Filhos do trovão; e a André, e a Filipe, e a
Bartolomeu, e a Mateus, e a Tomé, e a Tiago, filho de Alfeu, e a Tadeu, e a
Simão, o Cananita, e a Judas Iscariotes…”

Lucas 6,14-16 — “Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu


irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de
Alfeu, e Simão, chamado Zelote; e Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes,
que foi o traidor”.
NA LISTA DE MATEUS, PEDRO É NÃO SOMENTE O PRIMEIRO NOME
MENCIONADO, MAS É CHAMADO DE “PRIMEIRO” OU “CHEFE”

Mateus 10,2 – “Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: o primeiro
[πρῶτος (protos)], Simão, chamado Pedro…”

A palavra grega utilizada em Mateus 10,2 πρῶτος (protos) significa primeiro, chefe ou
principal. Posto que não há números atribuídos na lista – e Pedro não foi o primeiro a seguir
Jesus (foi André o primeiro) –, esta afirmação claramente não foi feita com o intuito de
atribuir um número a Simão Pedro. Esta teve o propósito de indicar que ele é o chefe ou
líder dos doze. Mateus está literalmente dizendo: o chefe, Pedro.

É também interessante notar que a palavra protos é utilizada para significar “chefe” em
Mateus 20,27.

Mateus 20,27 – “E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro [protos], seja
vosso servo”.

Precisamente o mesmo Evangelho (de Mateus) já nos tinha dito anteriormente que Pedro é
chefe de entre os Apóstolos (Mateus 10,2). A afirmação em Mateus 20,27, sobre quem será
o chefe de entre eles, portanto, não é uma espécie de instrução geral; mas uma instrução
com uma aplicação muito específica e concreta. O chefe, Pedro, necessita também de agir
como um servo, desempenhando a sua posição de liderança com humildade. O que é dito
neste versículo constitui um dos motivos pelos quais um papa (que é o chefe na Igreja de
Jesus) é chamado de “servo dos servos de Deus” (servus servorum Dei).

JOÃO E PEDRO CORRERAM EM DIREÇÃO AO TÚMULO DE JESUS; JOÃO


CHEGOU PRIMEIRO, MAS ESPEROU POR PEDRO PARA ENTRAR

Eis outro ponto que não é necessariamente tão importante quanto aqueles que já foram
tratados, mas é interessante. Em João 20 lemos que tanto Pedro quanto João correram em
direção ao sepulcro em que Jesus ressuscitou. João correu mais rápido e chegou lá primeiro,
mas não entrou. João esperou por Pedro para entrar.

João 20,4-6 — “E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais
apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se,
viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o
seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis…”

O fato de Jesus ter tornado São Pedro o primeiro papa demonstra-se repetidamente após a
Ressurreição, nos atos da Igreja primitiva: os Atos dos Apóstolos.

PEDRO ASSUME O PAPEL PRINCIPAL NA SUBSTITUIÇÃO DE JUDAS; A


SUBSTITUIÇÃO DE JUDAS DEMONSTRA A SUCESSÃO APOSTÓLICA

Em Atos 1, lemos sobre a decisão de substituir o falecido Judas por um outro apóstolo.
Pedro levanta-se no meio dos restantes e dirige o curso das ações para substituir Judas.

Atos 1,15-20 — “E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos


discípulos (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas) disse:
Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo
predisse pela boca de Davi, sobre Judas, que foi o guia daqueles que
prenderam a Jesus; porque foi contado conosco e alcançou sorte neste
ministério. Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade…
Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, E não
haja quem nela habite, e: Tome outro o seu bispado”.

Esta passagem exemplifica claramente a posição de autoridade de Pedro como primeiro


papa, mas também demonstra a sucessão apostólica. Por outras palavras, a posição dos
Apóstolos (os bispos) perpetua-se com substituições após estes Apóstolos ou primeiros
bispos terem morrido. A falar do cargo de Judas, Atos 1,20 diz: tome outro o seu
bispado. Os bispos seriam substituídos ao longo da história enquanto a Igreja continua
a sua missão; de modo que, quando o próprio São Pedro morre em Roma como o seu
primeiro bispo, o seu cargo como primeiro ministro e líder da Igreja Cristã seria preenchido
por um outro Bispo de Roma, um segundo papa. O seu nome era Lino.

EM ATOS 2, DEPARAMO-NOS COM A PRIMAZIA DE PEDRO COMO O PAPA


NO SEU LONGO DISCURSO AOS JUDEUS

Atos 2,14 — “Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua


voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-
vos isto notório, e escutai as minhas palavras”.

Note a linguagem novamente: “Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze”. Isto sucedeu-
se no dia de Pentecostes – que é considerado o nascimento da Igreja –, quando todos os
líderes da Igreja estavam congregados. Após ele ter pregado aos judeus, perguntaram aos
homens (plural) o que deveriam fazer. Foi novamente Pedro quem respondeu em nome de
todos:

Atos 2,37-47 — “E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu


coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos,
homens irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom
do Espírito Santo… De sorte que foram batizados os que de bom grado
receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas… E
todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.

Vemos também que não há salvação fora da Igreja liderada por São Pedro, a Igreja Católica.

EM ATOS 4, A PRIMAZIA DE PEDRO COMO PAPA É DEMONSTRADA NO SEU


DISCURSO AOS LÍDERES DOS JUDEUS

Num encontro com o sumo sacerdote, a questão lhes foi posta: com que poder fizestes isto?
São Pedro, uma vez mais, responde em nome dos restantes.

Atos 4,5-10, 12 – “E aconteceu, no dia seguinte, reunirem-se em Jerusalém os


seus principais, os anciãos, os escribas, e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, e
João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote…
perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? Então Pedro,
cheio do Espírito Santo, lhes disse: Principais do povo, e vós, anciãos de
Israel… em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum
outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.
PEDRO É NOVAMENTE DESTACADO COMO O LÍDER EM ATOS 5

Em Atos 5, os Apóstolos são novamente questionados pelo sumo sacerdote e ordenados a


não ensinar em nome de Jesus.

Atos 5,29 — “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais


importa obedecer a Deus do que aos homens”.

Se todos os Apóstolos ensinaram, como diz o versículo, então por que então o autor do
texto iria escrever a narrativa desta maneira, mencionando Pedro por si mesmo? É óbvio
que é por ser ele o líder dos Apóstolos, por ser o primeiro papa.

PEDRO DÁ A PUNIÇÃO DA IGREJA NO CASO DE ANANIAS E SAFIRA


Em Atos 5, lemos que dois cristãos, Ananias e Safira, venderam um terreno, mas guardaram
fraudulentamente parte do dinheiro. Foi Pedro quem pronunciou sobre eles o severo
julgamento de Deus e da Igreja.

Atos 5,3-11 — “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu
coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da
herdade?… E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou… Então Pedro
lhe disse [a Safira]: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o
Espírito do Senhor?… E logo caiu aos seus pés, e expirou… E houve um
grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas”.

AO PRIMEIRO CONVERTIDO GENTIO É-LHE DITO ESPECIFICAMENTE


PARA DIRIGIR-SE A SÃO PEDRO, A CABEÇA DA IGREJA

Em Atos 10, lemos sobre o primeiro gentio convertido, Cornélio. Tenha em mente a
significância da recepção de Cornélio na Igreja. A recepção do primeiro gentio convertido
foi um evento de importância monumental que demonstrou a universalidade da única
verdadeira Igreja. O fato de o anjo ter dito a Cornélio para ir especificamente a São Pedro, e
que Pedro lhe iria dizer o que deveria fazer, proporciona-nos mais uma ilustração da
primazia de São Pedro como cabeça da Igreja.

Atos 10,4-6 — “… fixando os olhos nele, e muito atemorizado, disse: Que é,


Senhor? E disse-lhe: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para
memória diante de Deus; agora, pois, envia homens a Jope, e manda chamar a
Simão, que tem por sobrenome Pedro… Ele te dirá o que deves fazer”.

A VISÃO DE QUE AS RESTRIÇÕES DA ANTIGA LEI SOBRE OS ALIMENTOS


IMPUROS FINDARAM, QUE SIGNIFICOU O FIM DA ANTIGA LEI, É DADA A
SÃO PEDRO, A CABEÇA DA IGREJA
Em harmonia com as instruções do anjo ao primeiro gentio convertido para dirigir-se a São
Pedro, é igualmente significante que somente a São Pedro é dada a visão do fim da Antiga
Lei e das suas prescrições.

Atos 10,9-13 — “E no dia seguinte, indo eles seu caminho, e estando já perto
da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. E tendo
fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento
de sentidos, e viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande
lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra. No qual havia de todos os
animais quadrúpedes e feras e répteis da terra, e aves do céu. E foi-lhe dirigida
uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come”.

É interessante que a visão é dada a Pedro três vezes. Isto corresponde com João 21,15-17,
onde Jesus indica três vezes a Pedro que todos os membros da Sua Igreja lhe são confiados:
cuide dos meus cordeiros, pastoreie as minhas ovelhas, cuide das minhas ovelhas. Isto
corresponde ao cargo triplo de todo os verdadeiros papas: de ensinar e guardar a verdadeira
doutrina, de supervisionar o culto e a liturgia da Igreja, e de governar a Igreja pela
disciplina.

SÃO PEDRO TEM, CLARAMENTE, A PRIMAZIA NO CONCÍLIO DE


JERUSALÉM

Em Atos 15, lemos sobre a discórdia sobre da circuncisão. Alguns estavam ensinando que
todos os gentios convertidos ao Evangelho teriam de submeter-se a circuncisão para serem
salvos. Após muita disputa, Paulo e Barnabás dirigiram-se aos Apóstolos em Jerusalém para
consultá-los sobre esta questão. Os líderes da Igreja organizaram um concílio para discutir o
assunto. Este concílio é por vezes considerado o primeiro concílio ecumênico da Igreja
Cristã.

Atos 15,7 — “E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes:


Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós,
para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e
cressem”.

Após muita disputa, São Pedro levanta-se e profere o primeiro discurso para silenciar a
discussão e dar a sentença. Isto sucedeu-se deste modo porque ele era o líder da Igreja, o
primeiro papa. A Bíblia faz menção especial do fato de que quando Pedro falou e deu a
sentença, a multidão manteve-se em silêncio.

Atos 15,12 — “Então toda a assembleia se calou: e ouviam Barnabé e


Paulo…”3

São Tiago discursou depois de Paulo e Barnabé; pois, como nos conta o historiador da
Igreja primitiva Eusébio, São Tiago foi eleito bispo da igreja local de Jerusalém.

A PROMULGAÇÃO DA DECISÃO FEITA NO CONCÍLIO DE JERUSALÉM


DEMONSTRA O PODER DA IGREJA E DOS CONCÍLIOS ECUMÉNICOS

Atos 15,28-29 — “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não
vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos
abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada,
e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá”.

Note que em Atos 15 os Apóstolos (liderados por São Pedro) tomaram uma decisão pela sua
própria autoridade que tinham recebido de Cristo, depois de Jesus ter deixado a Terra. Este
processo continuou ao longo da história da verdadeira Igreja de Jesus Cristo, a Igreja
Católica. Visto que a Igreja é o pilar e o fundamento da verdade, como lemos em 1 Timóteo
3,15, os seu mandamentos, preceitos e decisões são obrigatórios, se confirmados pelo bispo

3
Tradução Católica da Bíblia feita pelo padre Manoel de Matos Soares, edição do ano de 1950, traduzida
para o português da Vulgata Latina Sixto-Clementina de 1592.
supremo, o papa; pois ele tem o poder de Cristo de ligar e desligar. É por isso que, após o
Concílio de Jerusalém, Paulo pregou que as pessoas devem seguir estes preceitos:

Atos 15,41 — “E andava [Paulo] pela Síria, e pela Cilícia, confirmando as


Igrejas: ordenando-lhes que guardassem os Cânones dos Apóstolos e dos Presbíteros”.4

Este versículo não está completo nas bíblias protestantes e na grande maioria das bíblias
católicas. Foi removida a parte que fala sobre guardar os cânones dos Apóstolos e dos
presbíteros porque demonstra a autoridade da Igreja e nas bíblias católicas em uma
tendência ecumênica; e ensina uma outra autoridade que deve ser obedecida não apenas a
Bíblia.

Santo Inácio de Antioquia, Epístola as Esmirnenses, cap. 8, 110 d.C.: “Sem o


bispo nada deve ser feito que diga respeito à Igreja. Seja considerada como
legítima Eucaristia somente aquela feita sob a presidência do bispo ou alguém
delegado por ele. Onde quer que o bispo esteja, esteja também a comunidade,
assim como a onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica”.

PEDRO REALMENTE ESTEVE EM ROMA?

Muitas são as tentativas de provar que Pedro nunca esteve em Roma, porém como a
verdade é sempre verdade, ela não pode ser mudada, portanto exporemos aqui as provas da
estadia de Pedro em Roma refutando muitas objeções caluniadoras!

1ª Prova bíblica:

1 Pedro 5,13: “A vossa co-eleita em Babilônia vos saúda, e meu filho


Marcos”.

Está é a principal prova de que Pedro esteve em Roma, visto que Roma era tira como a
Babilônia na época pela semelhança que tinha com a Babilônia (Ap. 17,5; 18, 10).
Assim, na mente de Pedro, a Roma dos seus dias lembrava a antiga Babilônia em riqueza,
luxúria e licenciosidade.

Objeção: Alguns dizem que está Babilônia era Babilônia do Egito ou ainda mais fortemente
a Babilônia do Eufrates é considerada por muitos como o lugar aí designado, pois muitos
Judeus, ainda moravam em Babilônia.

Refutação: A Babilônia do Egito, sendo provavelmente um posto militar do Império


Romano, no local onde hoje é a cidade do Cairo, não existe nenhum registro das missões
e da tradição que havia uma comunidade de cristãos ali naquela época muito menos
que Pedro tenha estado ali, não encontramos nenhum indicio de cristianismo lá.

Já a Babilônia do Eufrates não existe notícia nem tradição de qualquer apóstolo ter estado
na Mesopotâmia, salvo Tomé.
Ou seja, em nenhuma das outras Babilônias literais há qualquer noticia de
comunidade cristã por perto, somente Roma se encaixa na descrição de Pedro.

2ª Prova bíblica:

4
Tradução Católica da Bíblia feita pelo padre Antônio Pereira de Figueiredo, edição do ano de 1885,
traduzida para o português da Vulgata Latina Sixto-Clementina de 1592.
Colossenses 4,10: “Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o
sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter
convosco, recebei-o”.

Assim como Pedro diz que Marcos está com ele em Babilônia (ROMA), Paulo também
quando escreve sua carta aos Colossenses diz que Marcos está com ele em Roma.

Paulo manda Timóteo levar Marcos a Roma em 2 Timóteo:

2 Timóteo 4,11: “... Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil
para o ministério”.

Timóteo estava em Éfeso e só poderia Marcos estar lá ou em uma cidade por perto no
caminho para Roma, e não em Babilônia do Eufrates.

Se formos ver as datas das cartas veremos que 2 Timóteo foi escrita antes de 1 Pedro,
portanto as datas se encaixam, Marcos foi para Roma com Timóteo por volta do ano 65
d.C. quando Paulo escreveu a segunda carta a ele, e antes do ano 67 d.C. Pedro escreveu
sua carta as comunidades da Ásia menor com Marcos. E alguns anos depois Paulo escreveu
sua Cartas aos Colossenses e Marcos estava com ele em Roma. Será que Marcos iria
de Éfeso a Roma, depois ir pra Babilônia do Eufrates a mais de 3000 km de distancia
escrever a carta com Pedro e voltar pra Roma? É meio que absurdo para a época, sem meios
de transportes e nem estradas e etc.

3ª Prova bíblica:

1 Pedro 5,12: “Por Silvano, vosso fiel irmão, como cuido, escrevi
abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de
Deus, na qual estais firmes”.

Todos Sabem que Silvano andava junto a Timóteo, e na região de Éfeso próximo a Europa,
o que era que Silvano iria fazer na Babilônia? Marcos e Silvano iriam para a Babilônia do
Eufrates somente para escrever a carta com Pedro e depois voltarem para Roma? É
geograficamente e fisicamente impossível eles estarem em dois lugares ao menos tempo.

PEDRO PREGOU EM ROMA

Como a verdade é única e imutável, assim como ninguém pode apagar a história, afim de
desmentir aqueles que negam a vida do Santo Apóstolo Pedro em Roma, seu episcopado e
martírio nesta cidade, vale a pena sempre recordar a memória cristã afim de combater o
erro:

“Lancemos os olhos sobre os excelentes apóstolos: Pedro foi para a glória


que lhe era devida; e foi em razão da inveja e da discórdia que Paulo mostrou
o preço da paciência: depois de ter ensinado a justiça ao mundo inteiro e ter
atingido os confins do Ocidente, deu testemunho perante aqueles que
governavam e, desta forma, deixou o mundo e foi para o lugar santo. A esses
homens […] juntou-se grande multidão de eleitos que, em consequência da
inveja, padeceram muitos ultrajes e torturas, deixando entre nós magnífico
exemplo”. (São Clemente Bispo de Roma, ano 96 d.C., Carta aos Coríntios,
5,3-7; 6,1).
Clemente o 3º Bispo de Roma após Pedro, dá testemunho do belíssimo exemplo que o
Apóstolo deixou entre os cidadãos Romanos.

“Não é como Pedro e Paulo que eu vos dou ordens; eles foram apóstolos, eu
não sou senão um condenado” (Santo Inácio Bispo de Antioquia – Carta aos
Romanos 4,3 – 107 d.C.).

Se Pedro não esteve em Roma, qual é o sentido destas palavras de Inácio de Antioquia?

“Assim, Mateus publicou entre os hebreus, na língua deles, o escrito dos


Evangelhos, quando Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam
a Igreja”. (Santo Ireneu Bispo de Lião – Contra as Heresias, III,1,1 – 180
d.C.).

“Logo depois, o supracitado mágico [Simão], com os olhos do espírito


impressionados por uma luz divina e extraordinária, após ter sido convencido
de suas insídias [cf. Atos 8,18-23] pelo apóstolo Pedro, na Judéia,
empreendeu uma longa viagem além-mar. Fugiu do Oriente para o
Ocidente, julgando que, somente ali, poderia viver de acordo com suas
convicções. Veio para Roma, onde foi bastante coadjuvado pela potência
ali bem estabelecida [cf. Ap. 17], e em pouco tempo suas iniciativas tiveram
êxito, pois foi honrado como um deus pelo povo da região, com a ereção de
uma estátua. Mas estas coisas pouco duraram. Imediatamente depois, ainda no
começo do império de Cláudio, a Providência universal, boníssima e cheia de
amor aos homens, conduziu mão a Roma, qual adversário deste destruidor
da vida, o valoroso e grande apóstolo Pedro, o primeiro dentre todos pela
virtude. Autêntico general de Deus, munido de armas divinas [cf. Ef. 6,14-17;
1Ts. 5,8], trazia do Oriente ao Ocidente a preciosa mercadoria da luz inteligível,
e anunciava, como a própria luz [cf. Jo. 1,9] e palavra da salvação para as
almas, a boa nova do reino dos céus”. (Eusébio de Cesaréia – História
Eclesiástica,III,14,4-6 – 317 d.C.)

“Sob Cláudio [Imperador], Fílon [grande historiador judeu] em Roma


relacionou-se com Pedro, que então pregava aos seus habitantes”. (Eusébio
de Cesaréia – História Eclesiástica, II,17,1 – 317 d.C.)

PEDRO FOI BISPO DE ROMA

Eusébio de Cesaréia, narrando sobre a primeira sucessão Apostólica em Roma escreve:

“Depois do martírio de Pedro e Paulo, o primeiro a obter o episcopado na


Igreja de Roma foi Lino. Paulo, ao escrever de Roma a Timóteo, cita-o na
saudação final da carta [cf. 2Tm 4,21]”. (Eusébio Bispo de Cesaréia – História
Eclesiástica, III,2 – 317 d.C.).

“… Quanto a Lino, cuja presença junto dele [do Apóstolo Paulo] em Roma
foi registrada na 2ª carta a Timóteo [cf. 2 Tm. 4,21], depois de Pedro foi o
primeiro a obter ali o episcopado, conforme mencionamos mais
acima”. (Eusébio Bispo de Cesaréia – História Eclesiástica, IV,8 – 317 d.C.).
“… Alexandre recebeu o episcopado em Roma, sendo o quinto na sucessão
de Pedro e Paulo”. (Eusébio Bispo de Cesaréia – História Eclesiástica, IV,1 –
317 d.C.).

PEDRO SOFREU O MARTÍRIO EM ROMA

“Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram
na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os
mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente”.
(Dionísio de Corinto, ano 170, extrato de uma de suas cartas aos Romanos
conforme fragmento conservado na História Eclesiástica, II,25,8).

“Eu, porém, posso mostrar o troféu dos Apóstolos [Pedro e Paulo]. Se, pois,
quereis ir ao Vaticano ou à Via Ostiense, encontrarás os troféus dos
fundadores desta Igreja”. (Discurso contra Probo – Caio presbítero de Roma,
199 d.C.). Eusébio também trata deste escrito em História Eclesiástica, II,25,7.

“Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para
baixo”. (Orígenes, 253 d.C., conforme fragmento conservado na História
Eclesiástica, III,1).

“Quando Nero viu consolidado seu poder, começou a empreender ações ímpias
e muniu-se contra o culto do Deus do universo. […] Foi também ele, o primeiro
de todos os figadais inimigos de Deus, que teve a presunção de matar os
apóstolos. Com efeito, conta-se que sob seu reinado Paulo foi decapitado em
Roma. E ali igualmente Pedro foi crucificado [cf. Jo. 21,18-19; 2 Pd. 1,14].
Confirmam tal asserção os nomes de Pedro e de Paulo, até hoje atribuídos aos
cemitérios da cidade”. (Eusébio Bispo de Cesaréia – História Eclesiástica,
II,25,1-5 – 317 d.C.).

“Pedro, contudo, parece ter pregado aos judeus da Diáspora, no Ponto, na


Galácia, na Bitínia, na Capadócia e na Ásia [cf. 1 Pd. 1,1), e finalmente foi
para Roma, onde foi crucificado de cabeça para baixo, conforme ele
mesmo desejara sofrer”. (Eusébio Bispo de Cesaréia – História Eclesiástica,
III,2 – 317 d.C.)

Os críticos atuais não têm dificuldade de admitir a tese católica. Citemos algumas das linhas
de Harnack (“Cronologia”):

“O martírio de S. Pedro em Roma foi antigamente combatido pelos


preconceitos tendenciosos dos protestantes… Mas foi um erro que todo
investigador, que não queira ser cego, pode verificar”. “Hoje em dia”, diz o
mesmo crítico num discurso (1907) pronunciado na Universidade de Berlim,
“sabemos que esta vinda (de S. Pedro a Roma) é um fato incontestável e
que o começo da primazia romana remonta ao século II”.

CONCLUSÃO SOBRE AS PROVAS BÍBLICAS DO PAPADO

Tratamos de evidências bíblicas inegáveis de que São Pedro foi o primeiro papa.
Abordamos evidências e provas provenientes das palavras de Jesus, de todos os quatro
Evangelhos, dos Atos dos Apóstolos, dos padres e muitos mais. Trata-se de um fato
histórico que São Pedro morreu em Roma como o seu primeiro bispo, e que foi sucedido
por outros papas ao longo da história. Eles assumiram o cargo de São Pedro de líder e
governante do Reino de Cristo (a Sua Igreja), assim como Eliaquim sucedeu no posto de
Sebna de primeiro ministro do Reino de Davi.

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