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O direito penal estrutura-se e realiza-se através de dois elementos essenciais, o crime e a pena.
- Constitui-se contraordenação todo o facto ilícito e censurável que preencha um tipo legal no
qual se comine uma coima.; Isto quanto à estrutura do direito de mera ordenação social.
A pena é aplicada por um tribunal e a coima é decretada, pelo menos em um primeiro momento,
por autoridades administrativas.
Quer a pena de multa, quer a coima podem ser qualificadas como sanções pecuniárias.
Princípio da Igualdade:
A regra geral no D.P português é a sua aplicação a todos os cidadãos, em pleno respeito e
cumprimento com o Princípio da igualdade, consagrado no art. 13.º da Lei Fundamental.
A lei penal não faz distinção entre pessoas, aplica-se a todos, independentemente da sua
ascendência, sexo, raça, lingua, território de origem, religião, convicções politicas ou ideológicas,
instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
Existem certas excepções e precisamente bem delimitadas. Estas exceções existem para
salvaguardar outros valores, e que acima de tudo, se refletem em certas diferenças de aplicação
relativamente a titulares de determinados cargos. A legitimação para tais diferenças de aplicação
estão presentes na Constituição e a sua justificação prende-se com a necessidade de
salvaguardar a estabilidade desses mesmos órgãos de soberania.
Excepções:
- Titulares de cargos políticos (art. n. 157.º CRP): Encontram-se certas diferenças quanto à regra
geral, relativamente ao PR, aos Deputados e, por fim aos membros do governo. O PR
encontra-se sujeito a um regime dual, goza de imunidade temporária e responde
imediatamente por crimes praticados no exercício das suas funções. Quanto aos deputados, o
que se tem de analisar é o significado das imunidades, ou seja, a validade da sua própria
existência. Deve-se atender ao uso exclusivo das suas funções e ainda nos legítimos limites
das suas funções. Tudo isto quanto às funções parlamentares.
A lex scripta et stricta marcaria as barreiras e daria os critérios da própria interpretação analógica.
A interpretação em DP está coberta por um conjunto de limitações, desde logo a proibição à
analogia.
A proibição de analogia decorre do princípio da legalidade, previsto no art. n.º1 do CP, n.3. - “Não
é permitido o recurso à analogia para qualificar um facto como crime, definir um estado de
perigosidade ou determinar a pena ou medida de segurança que lhes corresponde;”
Para bem interpretarmos o sentido da proibição de analogia em DP, temos de saber executá-lo
com recurso à intertextualidade e à contextualidade. O que a norma de proibição pretende é
impedir que a interpretação da norma incriminadora possa ser feita com um tal sentido que se
manifeste contra o agente.