Sunteți pe pagina 1din 23

Retiro Carnaval 2019

Prefácio
Toda vez que você ler uma obra, o prefácio significa que alguém primeiro viu a his-

tória até o final e decidiu contar aquilo que as palavras, o autor e o todo de uma

obra deixou marcado em sua alma.


Se você pudesse ver como eu escrevi esse texto, o prefácio faria muito mais senti-

do. Porque ele nem existia na minha pretensão antes de hoje(Terça Feira), pela ma-

nhã.

Eu apaguei quase todo o texto, tem partes inteiras que eu troquei de lugar e

outras que eu guardei em um lugar separado pra ler sozinho.

Como posso eu escrever sobre uma obra que eu não consigo nem imaginar o

final? Deus tem senso de humor e eu sou um cego diante de seus propósitos.

Você poderia pensar que o prefácio ficaria responsável apenas por relatar o

retiro até o final, mas quando é o final?

Eu estou no mesmo lugar que em 2014 eu abri mão do meu orgulho e disse

para uma quantidade considerável de pessoas que iria pedir perdão pro meu pai.

Você me conhece? Se sim, consegue imaginar? Nem eu.

Isso era impossível. E por isso eu fui capaz de fazer. Não que eu tenha uma ha-

bilidade de fazer o impossível, só faço o improvável, mas quando se torna impossí-

vel pra mim, é que Deus se aperfeiçoa em minha vida.

1
28/11/2017 eu fui retirado da minha vida e levado a visitar o inferno. Por 3 dias

eu estive morto antes de poder ser salvo.

Eu fui agredido, meu pescoço ainda tem a marca do cordão que me estrangu-

laram na briga. Minhas costas tem as marcas das mordidas dos besouros que a

noite saiam da parede e mordiam as nossas costas, minha mente tem a marca de

quando bateram na minha quentinha no terceiro dia, jogando no chão o frango e

o arroz, depois de 3 dias sem praticamente comer eu abaixei, sentei do lado da

comida e comi com a mão a comida do chão. Se esse não foi o fim da minha mo-

ral, se esse não foi o meu fim, como eu me atreveria a dizer que sou capaz de es-

crever o prefácio da obra de Deus, ao qual eu, por mais que fuja, sempre sou pu-

xado de volta?

Pois podem me tirar a liberdade, me arrancar a casa, me afastarem de meus fi-

lhos, esmurrarem o meu rosto e profanarem minha moral. Eu ainda serei Michel

Willian, pois ninguém toca a minha alma.

Decidi então escrever um prefácio do que eu acho que vai ser pra sempre

igual, até o final, a saber: O poder de Deus que se aperfeiçoa na fraqueza.

Se abrir meu Facebook, Blog, Instagram ou qualquer ambiente que tenha um

texto meu, você vai ver que ele sempre tem um objetivo. Sempre parece que eu to

falando pra alguém, sempre tem pessoalidade de um relato não pra humanidade,

mas pra um ser humano.

Geralmente quando eu escrevo, as palavras que uso são sempre pensando

nos meus filhos, mas as vezes, por coincidência algumas pessoas acreditam que as

palavras fazem sentido para elas também.

De todo meu coração, eu espero que esse texto encontre lugar no coração

dos cansados, dos fracos, dos que procuram redenção, dos perdidos em suas pró-

prias tribulações. Para aqueles que enfrentam demônios mais terríveis do que as

manifestações espirituais. Para aqueles que enfrentam os demônios da escuridão

2
dos corações cansado e sem a luz de Cristo. Para aqueles que se sentem presos

no inferno. Esse texto é pra vocês.

Eu conheço o caminho de volta e se possível for, eu to indo te buscar.


Que Deus me ajude.

INTRODUÇÃO A REDENÇÃO

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que te-

nham vida e a tenham em abundância.”

— João 10.10

Os gregos apresentaram um problema inerente a mortalidade que nos acompa-

nha agora, nesse exato momento que escrevo esse texto é tão presente e atual

quanto a sensação que o teclado tem ao tocar aos meus dedos, como um proble-

ma continua vivendo por tantos anos? Ele vive na humanidade.

Desejo, a busca insaciável por satisfazer o temporário.

Tudo no corpo padece, tudo no mundo caído padece e assim, a cada desejo

que você satisfaz, morre um desejo ao mesmo tempo que nasceu um novo anseio.

A fome é o desejo que some ao alimentar-se, retorna antes do fim do dia. A re-

alização pelo carro novo, passa em doze meses.


E assim, como correr atrás do vento toda busca termina em um ponto comum, um

novo desejo.

É por essa busca tola que homens chegam ao topo do mundo, com dinheiro,

fama, realização e ainda assim terminam com um tiro na cabeça ou em tantas ou-

3
tras vias que levam o homem ao cemitério. Por chegar ao topo do mundo e ainda

não se sentir pleno, o homem desiste de si.

Eu me sentei em frente ao espelho uma vez e vi um homem de sucesso. Eu ti-

nha o trabalho que sonhei, vivia a vida como decidi que devia viver, não devia sa-

tisfação a ninguém, estava na posição benéfica de ajudar ao invés de pedir ajuda.

Só que eu estava chorando.

Meu relacionamento tinha se tornado um inferno, meu filho estava crescendo

em um lar de dor e remorso. 



A ira, a ausência de perdão, a busca por justificação pessoal e os choros sem arre-

pendimento real. Quem eu tinha permitido me tornar? Quanto mais mal e dor eu

seria capaz de causar em pessoas que não mereciam, pelo simples fato de não ser

capaz de me curar?

Eu, sem falsa humildade, posso garantir que no que tange o conhecimento, o

desenvolvimento pessoal, a comunicação, a arte de encantar e convencer pessoas,

eu sou um mestre. Sou irrepreensível no falar se eu assim desejar e perfeito na dia-

lética se preciso. Fui treinado pra debater com pessoas de extrema inteligência e

ensinado a tratar problemas complexos como um quebra cabeça divertido para

achar soluções.

No que tange quem eu sou, eu sou um fracasso. Sou incapaz de lidar com mi-

nhas limitações, minhas emoções e meus remorsos. O bem que eu quero nunca

faço e o mal que não quero persegue meus passo. E ele sempre tem platéia.

Lutei com minha forças incansavelmente contra o homem que eu desprezo

ser, sou ruim demais e incapaz de solucionar o maior problemas que a vida me

apresentou, pra que saibam: Eu mesmo.

Acho que esse não é um confronto particular meu. Todo homem talvez enfren-

te diariamente o peso de si mesmo e é provável que o vazio que eles alcançam

seja tão desesperador quanto o que eu enfrentei aquele dia no espelho.

4
Aquele dia no espelho eu lembro de ter pedido a Deus pra me salvar. Eu nem

estava tão próximo Dele, mas a gente sempre pede ajuda pro lugar que já foi por-

to seguro algum dia.

Como eu te disse, eu morri por três dias, e no fim desse texto você vai enten-

der que eu não fui jogado ao castigo eu fui salvo.

Como viver uma vida plena em meio a um corpo em um mundo que não co-

nhece plenitude?

Ninguém tem qualquer justiça ou reti-


dão com a qual possa recomendar-se a
Deus.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.”

—Mateus 5:3

Aceitando a insuficiência de encontrar plenitude e abundância por nós mesmos, o

que nos sobra?

A palavra que vem ao meu coração é cosmovisão, e o convite do retiro espiri-

tual é a cosmovisão do evangelho.

Cosmovisão não é apenas um conjunto de crenças e valores que ditam uma

realidade, mas uma percepção profunda de significados através de uma estrutura

que possibilidade uma nova maneira de agir no mundo e assim influenciar o mun-

do.

Enquanto cosmovisões naturalista ou neomodernas caem na armadilha do de-

sejo, que conversamos acima e Platão relata no banquete, a cosmovisão Cristã se-

gue pelo caminho que vamos começar a explanar.

Mas antes, quero te contar uma história.

5
Anna Luiza, minha filha mais velha, me pediu de aniversário um 3DS (video

game portátil da Nintendo), dei a ela um 3DS rosa, e como eu tinha uma lista de

jogos, deixei ela escolher quais quisesse. E assim começou o amor. Nas primeiras

semanas, aonde ela ia, ela levava o 3DS, sempre me pedia pra pegar o meu e jo-

garmos juntos. Com o passar de algumas semanas ela abandonou o portátil no

baú do esquecimento.



O desejo da minha filha agora é por coisas que parecem uma meleca, que estica e

faz barulho, Slime (acho que esse é o nome).


E logo esse desejo vai ser transferido a outro, e a outro e a cada vez que um dese-

jo for saciado, outro aparece.

John MacArthur explica que ser “pobre em espírito” é o homem reconhecer

sua pobreza espiritual:

É ver-se como ele realmente é ou está: perdido, sem esperança, desvalido.

Sem Jesus Cristo cada pessoa está espiritualmente destituída, não importa

qual seja o seu nível educacional, sua riqueza, sua posição social, suas reali-

zações, seu conhecimento religioso. …[Os pobres em espírito] percebem

que não há neles nenhum recurso salvífico e que eles só podem clamar por

misericórdia e graça. Eles sabem que não têm nenhum mérito espiritual e

sabem que não podem conquistar nenhum prêmio, nenhuma recompensa.

Considerando que no grego a forma dativa em que se encontra a palavra espírito

também pode ter um significado causativo (cf. Rademacher e BI-D, Gramática no

NT), podemos traduzir: Bem-aventurados aqueles que são pobres, tornaram-se

pobres por meio do agir do Espírito Santo! Os que pelo Espírito Santo deixaram-

se ficar pobres em si próprios, tão pobres que estão com o coração completamen-

te arrasado e quebrantado – são eles que são exaltados como felizes.

6
Quando você vai na contra mão do mundo, quando você vai na contra mão da

cosmovisão cotidiana, você vai ser convidado a ir na contra mão do seu coração.

Vai ser convidado a perceber que você é tão pobre em si, que nem se tivesse todo

o dinheiro e poder do mundo seria capaz de salvar a si mesmo de quem você é.

Antes de ser salvo de mim mesmo, antes de me tornar rico em um tesouro in-

corruptível, eu precisei me tornar o mais miserável dos homens.

Já jogou video game em um nível muito acima do seu e depois de tanto per-

der percebeu que se você não retrocedesse e aprendesse as regras do jogo você

nunca ganharia?


Eu retrocedi tanto, pra aprender a regra mais básica. Sou tão miserável e fraco em

mim mesmo, que se não for por Deus, sou incapaz de fazer ou me tornar um ho-

mem reto.

A pobreza de espirito é acima de tudo a sabedoria do autoconhecimento.


Sem Deus eu não venço o mal em mim, a mediocridade da minha busca ridícula,

meus comportamentos “naturais” que são veneno pra alma. Sem Deus eu não pos-

so amar com perfeição e nem viver com plenitude.

Sem Deus, eu não posso nem chorar o choro que transforma.

Abençoados os chorões e perdedores


de tempo os mimizentos.

Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.

—Mateus 5:4

7
Eu me tornei um homem chorão nos últimos dias. Não que eu esteja desestabiliza-

do emocionalmente, mas é que tem sido estranho perceber o quanto eu estou

emocionalmente mais seguro pra chorar.

Eu dificilmente chamo as pessoas para perto de mim nos meus dias difíceis, eu

geralmente as afasto. Eu dificilmente tomo conselhos de bom grado ou reuno opi-

niões, eu se quer gosto de expressar que algo de alguma maneira me feriu.

No entanto, nos últimos dias eu me tornei emocionalmente seguro com isso.

Eu choro atoa aparentemente.


E você deveria se perguntar, qual a diferença desse meu choro, sem restrições

para o mimimi.

A Etiologia (causa) e a Teleologia (propósito) do meu choro, determinam o va-

lor dele, não em mim, mas para quem me torno depois de chorar.

A causa do meu choro não é ter voltado pra igreja, ter reconquistado meu re-

lacionamento com a Renata (alias, te amo, amor), ou ter me aproximado dos meus

amigos que estive longe enquanto não morava aqui perto.


Meu choro não tem origem nos textos que venho escrevendo, ou no orgulho de

ter criado um canal sobre o Evangelho e ele ter sido bem aceito.

Meu choro é porque depois de mergulhar no evangelho e decidir que não ia

tentar nadar, mas me afogar, eu me deparei com algo que me constrange, enfra-

quece minha pernas, esmaga meu orgulho, humilha minha inteligência e arrebata

minha alma. Eu me afoguei no amor de Cristo.

Há alguns meses, sob efeito do cansaço de lutar contra a depressão, depois

de ter tido alguns ataques de pânico e me tornado inseguro de passar tempos

com meus filhos, fui até a casa dos meus pais de madrugada, peguei uma corda.

Esperei o dia clarear, preparei um café, aprendi no YouTube a fazer o nó que

eu precisava, amarrei a corda no fundo da minha casa. Peguei uma cadeira de

8
praia que tenho aqui, levei a garrafa de café e uma caneca até o quintal, sentei ali

e fiz um acordo comigo mesmo. Decidi que se eu não encontrasse algo significati-

vamente poderoso pra continuar, ia dar fim a vida ali.

As horas passaram, a tarde passou, eu não faço ideia de quanto tempo eu fi-

quei sentado ali olhando para aquela corda e ponderando.


De repente eu me enchi de um sentimento de vergonha tão forte que meu corpo

gelou, eu estava todo aquele tempo procurando algo significativo e eu nem se

quer pensei nos meus dois filhos, as razões da minha vida.

Foi ai que eu que estava friamente pronto pra dar fim a tudo, comecei a chorar

como um louco, solucei, estava com dificuldade de respirar e repetia a mim mes-

mo que nunca poderia ser capaz de me perdoar ou me amar.

Enquanto eu chorava, eu lembrei de quando me fizeram uma pergunta sobre

o amor de Deus.



“Como eu posso entender o amor de Deus?”

Eu respondi:


“No dia que nem você for capaz de amar a si mesmo, Deus te ama, e se você esti-

ver disposto, pode sentir esse amor.”

Essas palavras invadiram meu coração e todo o choro criou um novo objetivo,

eu comecei a chorar de arrependimento por cada passo e atitude que tomei e me

envergonhei, chorei por ter um dia me afastado tanto de Deus a ponto de não

sentir mais que Ele me amava, chorei por ter feito meus filhos viverem momentos

sem a presença do pai, e toda a causa do meu choro agora me levava para o amor

de Deus.



As vezes eu e você estamos chorando e murmurando porque somos pessoas que

9
gostam de se sentir coitadas ou que fazer merda atras de merda e querem chorar

pra vê se alguém sente pena, mas todas essas lagrimas, antes mesmo de secarem

já se tornam desperdício.

O propósito do choro que eu tenho chorado, muitas vezes olhando para o

nada e me emocionado, é ter sido consumido por esse amor, que me constrange,

que me cobra e que me incentiva.


Pois tudo que tenho é Dele, minha casa, meus bens, minha inteligência, meus fi-

lhos e meu ministério (que ainda é um mistério) são dele, e só ainda existem em

mim, porque Ele me ama mesmo quando eu não sou capaz de me amar e me sen-

tir merecedor de qualquer amor.

10
Bem duplamente aventura-
dos aqueles que com mansi-
dão vivem para se fartarem
do que é Justo.

Bem-aventurados os mansos, pois eles receberão a terra por herança.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satis-

feitos.

—Mateus 5.5-6

Eu pensei em definir mansidão de tantas formas, que provavelmente essa foi a

parte que eu mais apaguei desse escrito. Sabe uma coisa que eu aprendi? Se algo

que você esta fazendo não está funcionando, então pare e mude o que está fazen-

do. Pedi ajuda aos universitários e tomei emprestado as palavras do Comentário

Bíblico Esperança (Se não o melhor, um dos melhores em português), abaixo o

texto:

O termo grego para mansidão inclui o oposto da ira, da irritação, do melin-

dre que se consome em mágoas e geme de amargura. Dito positivamente,

mansidão é: “ser amável, sem amargura”. Portanto, são bem-aventurados os

que são capazes de suportar sem amargura e sempre de modo amigável as

cargas pesadas que lhes são impostas. Para qual atitude precisamos de

mais força, para reagir teimosamente e revidar quando pessoas se opõem

a nós, ou para permanecer objetivos e amáveis?

11
“Herdarão a terra”, isto é, a atitude de suportar pacientemente e com

amor exerce uma influência benéfica que supera a baixeza. Poderes vitorio-

sos emanam de uma vida dessas. Pessoas mansas submetem já agora a ter-

ra ao reinado de Deus.

Entretanto, não faz parte da “mansidão” que aceitemos calados a injus-

tiça de outros como se fosse justa. Injustiça continua sendo injustiça. Por

isso o manso aguarda pelo tempo e pela oportunidade para esclarecer ao

outro com objetividade e amizade (mais precisamente, com verdade e leal-

dade) qual é a injustiça dele. Se o outro não aceitar o alerta, o manso não

se enche de ira e ódio, e sim de paciência e força para suportar, entregan-

do tudo àquele que julga com justiça. O manso sabe esperar!

Lendo esse trecho a gente entende duas coisas, primeira que você não precisa de

mim, pois sou incapaz de ser mais preciso nas palavras do que já o foram acima, e

segundo que o motivo de eu usar o versículo cinco e seis do sermão do monte

juntos, é que eles parecem estar coexistindo em necessidade e pratica.

Falando em sermão do monte, nessa altura você já percebeu que o retiro tem

como base o estudo desse parte da Bíblia né? Eu poderia dizer antes que pra en-

tender como viver uma vida plena nós iriamos esmiuçar o sermão do monte, mas

assim como Cristo, humildemente falando, eu sei que a mente humana trabalha

muito melhor construindo significados com histórias sendo relatadas do que com

tópicos e sentidos sendo cuspidos. Alias, falando em tópicos, o tema do retiro tem

um nome parecido com o termo, “Vida Top”, eu vou usar “Vida Plena” aqui, porque

por razões pessoais, e por questões de princípios da defesa da cosmovisão cristã,

eu não curto a palavra Top, todavia, a palavra não tem poder nenhum. Você pode

ler a bíblia que é a viva palavra revelada de cristo e nunca ter lido A PALAVRA, O

LOGOS, A ESCRITURA. Pois palavras são mais do que aglomerados de símbolos

quando decidimos dar sentido a elas.

12
É por querer dar sentido, e tornar significativas as palavras que escrevo, que

estou dando tudo de mim para que cada palavra escrita aqui seja inspirada e não

pensada, eu tenho essa fome por ser justo.

Essa fome de Justiça já me meteu em enrascadas, pois muitas vezes ela não

era fruto de uma conversão cristã, acompanhada de mansidão. Mas graças a Deus

eu tenho uma história pra contar sobre buscar a justiça sob a mansidão.

Há algumas semanas, um senhor, meu vizinho, alterado pela bebida, começou

uma confusão em frente a minha casa com os rapazes que estavam trabalhando

aqui limpando o quintal, sem entrar em detalhes ou entrar em méritos de quem

estava com a razão, eu me detenho a dizer que as coisas estavam horríveis. E eu

estava buscando seguir meu próprio conselho, ou seja, não bater tambor pra dia-

bo dançar.

A rua estava movimentada, todo mundo vendo a confusão, com ele distribuin-

do ofensas e ameaças a homens, mulheres e crianças. Eu estava me mantendo sur-

do, até que ouvi ele gritar que iria “enviar todo mundo pro inferno”, então olhei

para trás e vi que estava vindo na direção a minha casa com a mão enfiada em um

saco de pano alegando esta armado. Olhei para os lados, vi meninas na rua, minha

mãe e os meninos que estava trabalhando aqui. Tive que ir fazer algo.

Indo até a direção dele, parecia que cada passo que eu dava ao invés de ficar

com mais raiva eu ficava com menos raiva, chegando perto arranquei o saco de

pano da mão dele, ele não tinha nada nas mãos, tentou me dar um soco, apenas

mexi o rosto pra trás e desviei, depois veio o segundo, apenas dei um passo pro

lado, e assim que dei esse passo eu o abracei. Firme, firme o suficiente para ele

entender que nem se ele fizesse toda força que pudesse fazer ele seria capaz de

sair do meu controle. Fui conduzindo-o não de maneira forçada, mas com firmeza

até sua casa. Ele se acalmou, ele chorou e eu pela primeira vez na vida olhei para

aquele senhor como um homem quebrado que precisava de ajuda.

13

A justiça que eu precisava para me fartar, não era a justiça contra as ofensas dele,

mas a justiça de mostrar pra alguém repleto de dor que o Espirito de Deus pode

curar e justificar pelo sangue de cristo, qualquer homem, até alguém como eu, ain-

da mais alguém como ele.

Eu sabia que se ele tivesse uma arma ele não seria capaz de atirar em mim, já

tentei uma vez no inicio de 2018 e não funcionou (história pra outro texto), eu tam-

bém sabia que fisicamente não só por idade, mas por treino ele não poderia me

ferir, mas o que eu não sabia, e só fui saber quando o espirito de Deus transbor-

dou meu coração com mansidão é que ele não precisava de um adversário, mas

de um amigo.

Dois dias depois fui até a casa dele e dei uma bíblia pra ele, a conversa teve

seus momentos interessantes, mas em resumo, agora temos um acordo de sema-

nalmente tomar café e conversar.


E eu, não me sinto ofendido ou menos homem por ter sido manso, pelo contrário,

eu me sinto saciado.

14
Perdão é simples, é só você
aceitar perder grandão.

Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.

Mateus 5:7

Imagine um pequeno peixinho, nadando no imenso oceano, tudo ao seu redor é

agua e tocado pela agua, a sua vida depende da agua, se lhe tiram do oceano ao

qual está envolvido, ele certamente morrerá. O peixe não pondera ou questiona o

oceano, ele nem se quer se percebe nele, porque desde que ele nasceu o oceano

faz parte da sua vida. Esses somos nós, e a misericórdia e a graça de Deus são o

oceano.

O Cristão é o peixe que tomou consciência do seu lugar dever com Cristo. E o

peixe que tomou consciência que se a misericórdia ou como também podemos

dizer, o perdão de Deus, não o envolvesse desde o dia que nasceu, ele estaria

morto e isso nos faz devedores.

Paulo em Romanos, diz ser devedores tanto a Gregos como a Bárbaros, tanto a

sábios como a ignorantes, a percepção mais congruente dessa divida é a da per-

cepção da misericórdia de Deus, compreendida por Paulo como algo que ele

deve anunciar ao mundo.


Veja bem, se você me der dinheiro pra entregar ao seu primo que mora na cidade

vizinha, eu no momento que pego o dinheiro sou devedor do seu primo, e minha

divida com ela será paga no momento que eu lhe entregar aquilo que eu recebi

de você.

15
Por esse motivo Paulo se chama devedor, pois recebeu o evangelho e se per-

cebeu consciente agora da misericórdia de Cristo, tornando-se devedor de levar

isso a todos aqueles que estão coexistindo no oceano da graça.


Assim também somos nós, que se não somos capazes de perceber o imenso per-

dão de Deus em nossas vidas, somos peixes mortos em nossa própria cegueira es-

piritual. Mas se ao reconhecermos que o amor de Cristo nos alcançou, e sejamos

sinceros, eu e você não prestamos muita coisa não, sinto muito, mas de bom o que

você tem não paga o mal que você faz, então como podemos negar misericórdia?

Se você não está disposto a ter uma grande perda (perdão) para que seja re-

estabelecida a paz e você pague sua divida como embaixador do reino, pode

você querer que Deus, decidindo perder seu filho amado para lanças, açoites e

cravos, olhe pra ti com misericórdia?

Se Ele estivesse olhando pra ti agora? O que ele veria no seu coração?

16
Mãos limpas e um coração
puro.

Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.

—Mateus 5:8

O termo “coração” refere-se a toda a vida anímica, ou seja, ao pensar, sentir

e querer! Assim como no próprio Deus tudo é verdade, sinceridade e pure-

za, também os de coração limpo têm a vida cheia de verdade, sinceridade

e pureza! O exterior é revelação do interior.

Ter o coração puro não é ter um miocárdio limpo de gordura, mas sim ter sua vida

emocional, moral e psicológica sem manchas, uma impossibilidade humana acre-

dite em mim. Pois não há nenhum homem justo por si mesmo. Como Paulo nos diz

em Romanos “Não há um justo, nem um sequer”.

Na Neurolinguistica a gente tem uma tríade pra ilustrar como funciona sua

ação no mundo, ela é: Pensamento gera Sentimento que gera Comportamento. A

qualidade dos seus comportamentos definem a amplitude e qualidade dos seus

resultados, mas é a qualidade dos seus sentimentos e estados emocionais que de-

termina seus comportamentos, todavia é a qualidade de seus pensamentos que

determina seus sentimento. Assim, poderíamos chamar o coração de Mente.

Parafraseando a bíblia (o que não deve ser pecado porque a bíblia A Mensa-

gem é uma paráfrase):

Sobre tudo o que se deve guardar, guarda A MENTE, porque dela procedem as

fontes da vida.

17
E se não há justo, quem de nós é capaz de guarda a mente com justiça? Fato

interessante, já percebeu que não tem NENHUMA promessa bíblia pro “crentão”.

“O crentão viverá pela fé”? Não, foi mal. O assunto de Deus é com os justos,

pois “O JUSTO viverá pela fé”.

O justo, que foi justificado pelo sangue.

O justo, que foi lavado do pecado.

O justo, que foi comprado e não é mais devedor de Cristo.

O justo, que por sua própria ingratidão antes era inimigo, mas hoje é amigo de

Deus.

O justo que não olha pra mim e acha que a sujeira de minhas mãos é capaz de

profanar o evangelho. O justo que entende que as aguas de cristo ao passarem

por mim, não se tornam impuras, mas me purificam.

Esse mesmo Rio pode te alcançar, te purificar e te afastar das fontes podres.



Seus amigos, namoros, conversas, redes sociais, hábitos e comportamentos impu-

ros podem ser expelidos da sua vida, caso você queira ter o coração purificado.


Limpe suas mãos, isso não quer dizer que você agora se tornou justo por decidir

limpar-se, mas que foi LIMPO porque ELE decidiu justificar-te!

Chega de lutar uma luta que não tem como ganhar, deixe que o Espirito Santo

faça o trabalho dele, reconheça sua queda perante sua inteligência humilhada. De-

sista dessa guerra que não pode ganhar e foque no que pode fazer, ser um pacifi-

cador.

18
Deboísmo - Sendo de boas - o caminho
dos pacificadores.

Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.

—Mateus 5:9

Eu usei “ser de boas” no titulo desse tópico, mas é só por licença poética, pois ser

pacificador não tem a ver com manter-se em paz em meio a guerra, mas sim em

LEVAR paz a guerra.

Ser pacificador pressupõe que você é um embaixador da paz, alguém que

compreende que assim como o ar está sempre cheio de todo tipo de bactérias, a

atmosfera espiritual sempre está carregada com os bacilos da briga, do melindre,

da inveja, da desconfiança etc.

Se quem vive pela espada, morrerá pela espada. Como será a morte daquele

que vive pela paz? O versículo nos conta, será reconhecido como FILHO de Deus.

Eu sou um homem que está sempre inclinado a viver pela espada, você não

tem ideia de como eu sou uma pessoa ruim sem cristo. Nesse exato momento eu

estou diante de uma situação que eu queria enfrentar pelas minhas mãos, usando

toda a minha sensação de insatisfação com combustível pra entrar em uma guerra

e deixar só que escombros restam, mas eu fiz um acordo com Deus de ler todo dia

pela manhã os 16 capítulos da carta de Paulo aos Romanos. E sabe o que isso faz

comigo? ME TORNA DEVEDOR até daqueles que eu sinto que me feriram, ou que

eu acredito ter sido injustiçado. Eu sei o quanto Deus me cobra ser um exemplo,

eu desprezei autoridades por toda minha vida, Cristo com seu senso de humor me

colocou como alguém que é mirado. E se você não percebeu ainda o significado

de ser perseguido, criticado, alvejado e observado criticamente todo tempo, vou

te contar. VOCÊ TEM A AUTORIDADE DE UM EXEMPLO. Pois as mesmas pessoas

que estão te olhando pra criticar todas as vezes que você levantar uma espada,

19
são a platéia pra quando a sua vida for um levantar da glória de Deus.



Eu aceito ser humilhado, eu aceito ser quebrado, eu aceito ser repreendido e te-

nho aprendido a pedir perdão incansavelmente, porque eu disse pra Deus que vi-

veria pra ele.

Quando eu dobrei os meus joelhos e pedi pra ser um instrumento de paz no

mundo, eu pedi a Deus que se eu pudesse pedir algo a ele, eu trocaria minha sal-

vação pela cura do meu filho que é muito alérgico. Meu filho não poderia nem co-

mer ovo pra você ter ideia do quão alérgico ele é. NO OUTRO DIA eu perguntei a

mãe dele sobre o estado de saúde dele, ela me disse que o tinha levado ao aler-

gista e que os resultados eram estimulantes e que em alguns meses ele poderia

comer as coisas que deram mais reação, como ovo. Meu filho foi ao médico muito

antes da minha oração, todavia, eu entendi perfeitamente, porque diz em Isaias

65.24:

“Antes de clamarem, eu responderei; ainda não estarão falando, e eu os ouvi-

rei.”

Eu cansei de viver pela espada, cansei de viver pelos valores que criei pra mim

mesmo e aprendi a viver pelas palavras de Paulo.

Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto

que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Se-

nhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.

—Atos 20:24

A minha oração é que um dia eu seja perdoado por quem quer que leia esse texto

e me tenha como devedor, pois não sou apenas devedor seu, mas devedor de

todo aquele que ainda não ouviu e experimentou o evangelho de Cristo, pois re-

cebi de Cristo a missão de ensinar sobre a Graça de Deus.

20

Não me tornei um pacificador por que uma sarça ardente queimou e me chamou

com uma voz divina, eu só decidi faze-lo e aceito com isso as perseguições, trope-

ços e decepções que serei fonte e também alvo.

Mesmo que ainda não seja um instrumento de paz, não me desespero pois: “A

vereda do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia

perfeito.”

Não é sobre mim, não é sobre você. É


TUDO SOBRE JESUS CRISTO.

Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o

reino dos céus.

Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos

perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e

exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim persegui-

ram aos profetas que viveram antes de vós.

—Matheus 5 . 10-12

Enfim, o fim.

Termino minha explanação do retiro, assim como terminam as aventuranças.

Antes de ir as considerações finais, quero dizer que todas as palavras escritas aqui

não representam a opinião da igreja batista memorial ou do Pastor Sérgio que du-

rante esses dias dividiu de maneira completamente instrutiva e espiritual as refle-

xões sobre os textos citados.

21
Toda e qualquer inconformidade com o evangelho nas linhas que você leu são

exclusivamente responsabilidade minha, mas mesmo assim, o texto não é sobre

mim.

Diferente da ultima vez que escrevi sobre um retiro, eu me preocupei pouco

em relatar eventos marcantes, eu os deixei guardados pra mim, por dois motivos.

Primeiro te motivar a ter suas próprias experiencias, segundo, que eu não acredito

que tenha que dar sugestões a Deus, a Sua palavra é viva e tem em si tudo que é

preciso, não tenho nada a adicionar a obra que o Espírito fará na sua vida.

Mas as palavras desse término eu precisarei deixar pessoais.

Nesse retiro, meu relacionamento “acabou” e precisou ser repaginado, minhas

percepções de “normalidade” foram postas a cruz e eu paguei por cegueira, mal

costume e ignorância. Eu deixe-me escapar o homem ruim que sou por um mo-

mento e acabei até sendo rude com pessoas importantes pra mim.

Dentre todas essas coisas, sempre tive platéia. Sabe por que? Porque nem a

minha vida é sobre mim. Todos os meus atos são a respeito de Cristo e todos as

minhas ações honram ou envergonha o evangelho.

Dificilmente você vai encontrar um Cristão ser perseguido por um ateu, como

aparece no cinema. Mas você sempre vai ser seguido e observado por uma plateia

e acima de tudo, por sua consciência.

Eu sou Cristão desde os meus 13 anos de idade, hoje com 27 anos me per-

gunto quanta vergonha eu causei ao nome de Cristo.

Eu não acredito que esse pensamento seja um mérito só meu.

As vezes eu deito a noite e lembro que já falei a mais de 2000 pessoas e pro-

vavelmente nunca dei a elas algo tão importante quanto é Cristo. As vezes lembro

que treinei pessoas e não fui Cristo pra nenhuma delas.


Eu vivi minha vida e cometi meus erros como se todo o espetáculo dessa vida fos-

22
se sobre mim. Eu estava pronto pra morrer por mim, por meus desejos e sonhos,

eu decidi ser perseguido e criticado por minhas próprias ações.

Até que depois de muitos anos Jesus resolveu que eu precisaria vê-lo, Jones

passou 3 dias na barriga de um grande peixe, Paulo depois de cego passou 3 anos

aprendendo sobre Cristo, o próprio Jesus esteve 3 dias morto antes de ressuscitar.

Eu passei 3 dias na cadeia, e talvez eu precise de mais 3 anos pra aprender o

básico do evangelho. Mas como eu posso lidar com tudo isso sabendo que eu sou

e tudo o que já fiz?



Isso não é sobre mim. Eu nunca vou deixar de ser um miserável pecador. 


Mas eu repito sem parar as palavras de Paulo, e com elas eu me despeço.

Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio

ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais EU SOU O PRINCIPAL.

Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o princi-

pal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para EXEMPLO dos

que haviam de crer nele para a vida eterna.

—1 Timóteo 1.15-16

It’s all about Jesus.

Deus te abençoe.

Viva com paixão!

23

S-ar putea să vă placă și