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O Absolutismo Real
Na Europa do Antigo Regime, o regime político dominante era, de
facto, a monarquia absoluta. Foi o resultado de uma longa evolução
da política centralizadora que começou ainda na Idade Média (séc.
XIII) e foi favorecida pelos seguintes fatores: ressurgimento do
urbanismo e da economia de mercado; pressão ascensional da
burguesia enriquecida; desenvolvimento cultural e renascimento
do direito romano (que valorizava o estado
centralizado); crescimento económico e alargamento
geográfico dos países/impérios europeus. Tudo isto contribuiu
decisivamente para a valorização da figura do rei junto das
sociedades daquela época. Os reis absolutos tornaram-se, assim,
nas primeiras e mais poderosas pessoas dos respetivos Estados,
exercendo o poder de
forma pessoal, absoluta, única e concentrando todos os
poderes nas suas mãos (legislativo, judicial e executivo).
O Absolutismo Joanino
Parlamentarismo inglês
Na Inglaterra nunca houve tradições de monarquia absoluta. Os reis
que tentaram praticar uma política absolutista acabaram
veementemente criticados e alguns perderam mesmo a coroa.
Desde a Magna Carta (1215), os reis ingleses reconheciam ao
Parlamento competências legislativas e fiscais. Carlos I, um dos reis
que tentou enveredar pelo absolutismo, viu-se obrigado a jurar a
“Petição dos Direitos” (1628). Contudo, não cumpriu devidamente
o que havia jurado e a Inglaterra viveu uma guerra civil (entre
“cavaleiros” e “cabeças redondas”) que acabou com a vitória de
Cromwell (parlamentarista) e a execução do rei (1649).
Apesar de se dizer republicano, Cromwell governou em ditadura
(1649-1658), ficando célebre o seu “Ato de Navegação” que
representou para a Inglaterra o princípio do seu domínio
hegemónico sobre o comércio marítimo mundial. Foi, a seguir,
restaurada a Monarquia (Carlos II e Jaime II), mas as convicções
religiosas e políticas contrárias às da maioria da população inglesa,
ditaram o afastamento de Jaime II, substituído por Guilherme III, em
1688, data a partir da qual triunfa o Parlamentarismo em
Inglaterra, com o novo rei a jurar e a assinar a “Declaração dos
Direitos” (1689).
O mercantilismo
Nos séculos XVII e XVIII os Estados europeus tiveram uma grande
tendência para proteger as respetivas economias nacionais,
procurando uma balança comercial favorável à custa de um
grande estímulo à produção urbana, consolidada com medidas
protecionistas. Entre os primeiros estados a praticar
o mercantilismo (doutrina económica que defende que a riqueza
dum estado está na abundância de metais preciosos [ouro/prata],
resultantes do “superavit” do comércio externo) está a Holanda que
promoveu o protecionismo à produção interna (agrícola e
manufatureira) para obter uma balança comercial favorável.
Os países que tinham um império colonial, onde era possível a
exploração de metais preciosos, como Portugal e Espanha, também
viram aumentar as suas reservas em metal precioso, mas isso não
significa uma verdadeira política mercantilista, porque esta aposta
sempre numa política de grandes investimentos na produção
nacional e numa legislação protecionista.
O mercantilismo Francês
As medidas mercantilistas em França foram adotadas, sobretudo
por Colbert, no reinado de Luís XIV, e consistiram: na criação de
manufaturas régias;modernização das técnicas e processos de
fabrico; concessão de benefícios fiscais e jurídicos às indústrias;
fiscalização da qualidade da produção;regulamentação do
trabalho fabril e adoção de pautas aduaneiras protecionistas.
Criou também Companhias Comerciais Monopolistas e alargou
as áreas coloniais, reforçando os investimentos
no desenvolvimento da frota mercante e da marinha de guerra.
Mas esta política não resultou porque Colbert esqueceu a
agricultura, os gastos com a guerra e com a Corte eram
elevadíssimos, teve a oposição da Nobreza e notou-se um excesso
de dirigismo político. Ainda assim este modelo de mercantilismo foi
o mais adotado pelos países europeus.
O mercantilismo inglês
O “mercantilismo inglês” assenta nos “Atos de Navegação” que
são responsáveis pelo domínio inglês do comércio marítimo mundial
a partir da 2.ª metade do séc. XVII. Na prática, esta legislação
inglesa, altamenteprotecionista, pretendia retirar aos holandeses o
seu domínio nas áreas do comércio britânico, impedindo que as
mercadorias estrangeiras chegassem ao mercado inglês noutros
barcos que não fossem os ingleses ou os do país de onde eram
esses produtos. Até os tripulantes dos navios ingleses deveriam ser
maioritariamente britânicos. Entre as principais medidas
mercantilistasadotadas pelos Estados europeus, salientam-se as
seguintes: redução das taxas fiscais para as exportações; proibição
das importações de artigos de luxo; aumento das taxas sobre os
produtos importados; incentivo à produção manufatureira; criação
de Companhias Comerciais monopolistas; exclusivo colonial.
A valorização do indivíduo
Defendendo os princípios do humanismo, racionalismo,
empirismo, crença na natureza, razão e progresso, os
iluministas defendiam também a educação como forma de divulgar
o saber e, sobretudo, de valorizar o indivíduo, desenvolvendo nele
as capacidades naturais e racionais, e colaborar, assim, para formar
cidadãos cultos, capazes de construir um futuro de progresso.
Empenharam-se em demonstrar, perante os governos, a
importância da educação para o pleno desenvolvimento das
faculdades naturais dos indivíduos; defenderam a educação escolar
para todos (rapazes e raparigas); explicaram a utilidade e riqueza
para as nações que resultaria do facto de terem todos os
seuscidadãos instruídos, preconizarem uma reforma de ensino,
recorrendo a novos métodos pedagógicos e à introdução de novos
currículos escolares, adequados à necessidade da época. Os novos
modelos pedagógicos punham de parte os castigos físicos e
incentivavam uma aprendizagem baseada no gosto de aprender em
liberdade e com responsabilidade.