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GRUPO IV
1. Leia o texto seguinte. Quantas vezes me acontece que, durante o repouso noturno, me
deixo persuadir de coisas tão habituais como que estou aqui, com o roupão vestido, sentado à
lareira, quando, todavia, estou estendido na cama e despido! Mas, agora, observo este papel
seguramente com os olhos abertos, esta cabeça que movo não está a dormir, voluntária e
conscientemente estendo esta mão e sinto-a: o que acontece quando se dorme não parece
tão distinto. Como se não me recordasse já de ter sido enganado por pensamentos
semelhantes! R. Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, Coimbra, Livraria Almedina,
1985, p. 108.
D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 46-47
(texto adaptado).
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EXAME 2018 2º
8. Imagine que Descartes era forçado a concluir que, afinal, Deus pode ser enganador; nesse
caso, para ser coerente, ele teria de aceitar que
GRUPO IV
1. Leia o texto seguinte. Da primeira vez que um homem viu a comunicação de movimento
por impulso, ou pelo choque de duas bolas de bilhar, ele não poderia afirmar que um evento
estava conectado, mas apenas que estava conjugado com o outro. Depois de ter observado
vários casos desta natureza, passa a declarar que eles estão conectados.
Como é que Hume explica que tenhamos a ideia de conexão necessária entre acontecimentos?
Na sua resposta, integre adequadamente a informação do texto
EXAME 2017 2º
GRUPO IV
O senhor Hume tem defendido que só temos esta noção de causa: algo que é anterior ao
efeito e que, de acordo com a experiência, foi seguido constantemente pelo efeito. [...] Seguir-
se-ia desta definição de causa que a noite é a causa do dia e o dia a causa da noite. Pois, desde
o começo do mundo, não houve coisas que se tenham sucedido mais constantemente. [...]
Seguir-se-ia [também] desta definição que tudo o que seja singular na sua natureza, ou que
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seja a primeira coisa do seu género, não pode ter uma causa. T. Reid, Essays on the Active
Powers of Man, Edinburgh University Press, 2010, pp. 249-250
2.1. Neste texto, apresenta-se e critica-se a noção de causa considerada por Hume. Explique as
falhas apontadas no texto a essa noção de causa.
GRUPO III
Devo tomar todo o cuidado em não me enganar nos juízos. Ora, o erro principal e mais
frequente que se pode descobrir neles consiste em eu afirmar que as ideias que estão em mim
são semelhantes ou conformes a certas coisas que estão fora de mim. […] Assim, por exemplo,
descubro em mim duas ideias diversas do Sol. Uma, como que tirada dos sentidos, […] deixa
que o Sol me apareça muito pequeno; porém, a outra é tirada dos raciocínios da Astronomia
[…] e por ela o Sol mostra-se um certo número de vezes maior do que a Terra. Ambas não
podem, certamente, ser semelhantes ao […] Sol existente fora de mim, e a razão persuade-me
de que a ideia que parece emanar mais diretamente do próprio Sol não tem qualquer
semelhança com ele. R. Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, Coimbra, Livraria
Almedina, 1985, pp. 140-144 (adaptado)
2. De acordo com Hume, é possível ter conhecimento a priori de questões de facto? Justifique.
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EXAME 2016 1º
GRUPO IV
1. Leia o texto.
Desde há muito notara eu que, no tocante aos costumes, é necessário às vezes seguir, como se
fossem indubitáveis, opiniões que sabemos serem muito incertas […]. Mas, porque agora
desejava dedicar-me apenas à procura da verdade, pensei que era forçoso que eu fizesse
exatamente ao contrário e rejeitasse, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse
imaginar a menor dúvida [...]. R. Descartes, Discurso do Método, Lisboa, Edições 70, 2000, p.
73 (adaptado)
Descartes decide rejeitar «tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida». Partindo do
texto, exponha as razões que justificam esta decisão.
EXAME 2016 2º
GRUPO IV
2. Leia o texto.
Quando pensamos numa montanha de ouro, estamos apenas a juntar duas ideias
consistentes, a de ouro e a de montanha, as quais já conhecíamos anteriormente. Podemos
conceber um cavalo virtuoso porque, a partir dos nossos próprios sentimentos, podemos
conceber a virtude, e podemos uni-la à forma e à figura de um cavalo, animal que nos é
familiar. […] A ideia de Deus, no sentido de um Ser infinitamente inteligente, sábio e bondoso,
deriva da reflexão sobre as operações da nossa própria mente e de aumentar sem limites
aquelas qualidades de bondade e sabedoria.
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EXAME 2016 EPOCA ESPECIAL
9. Imagine que decide submeter as suas ideias ao teste da dúvida proposto por Descartes.
Qual das ideias seguintes seria a mais resistente à dúvida?
10. De acordo com Hume, as ideias acerca da natureza só estão adequadamente justificadas
quando se apoiam
(B) na razão.
(C) na experiência.
GRUPO IV
1. Leia o texto. Agora, vou considerar com mais exatidão se não encontrarei em mim outros
conhecimentos de que porventura não me tenha apercebido. Estou certo de que sou uma
coisa que pensa. Mas não saberei também o que se requer para que eu tenha a certeza de
alguma coisa? Neste primeiro conhecimento [sou uma coisa que pensa] nada mais se encontra
além de uma perceção clara e distinta daquilo que conheço; a qual seguramente não seria
suficiente para me dar a certeza da verdade dessa coisa, se pudesse alguma vez revelar-se
falsa uma coisa que eu compreendesse assim tão clara e distintamente. E, por consequência,
parece-me que já posso estabelecer, como regra geral, que é verdadeiro tudo aquilo que
compreendemos tão claramente e tão distintamente. R. Descartes, Meditações sobre a
Filosofia Primeira, Coimbra, Almedina, 1985, p.136 (adaptado)
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EXAME 2015 1º
GRUPO IV
1. Leia o texto.
1.2. Tendo em conta que «o Sol não vai nascer amanhã não é uma proposição menos
inteligível nem implica maior contradição do que a afirmação de que ele vai nascer», como
explica Hume que estejamos convencidos de que o Sol vai nascer amanhã?
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EXAME 2015 2º
GRUPO III
1. Leia o texto.
Existe uma espécie de ceticismo, anterior a qualquer estudo ou filosofia, muito recomendado
por Descartes e outros como sendo a soberana salvaguarda contra os erros e os juízos
precipitados. Este ceticismo recomenda uma dúvida universal, não apenas quanto aos nossos
princípios e opiniões anteriores, mas também quanto às nossas próprias faculdades, de cuja
veracidade, diz ele, nos devemos assegurar por meio de uma cadeia argumentativa deduzida
de algum princípio original que seja totalmente impossível tornar-se enganador ou falacioso.
Mas nem existe qualquer princípio original como esse, […] nem, se existisse, poderíamos
avançar um passo além dele, a não ser pelo uso daquelas mesmas faculdades das quais se
supõe que já suspeitamos.
D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 161-162
GRUPO IV
1. Leia o texto. Os empiristas aceitam que algumas verdades podem ser conhecidas a priori,
mas essas verdades são consideradas […] não-instrutivas […]. Ao tomarmos conhecimento de
que os solteiros são homens não-casados, não aprendemos nada de substancial acerca do
mundo […]. D. O’Brien, Introdução à Teoria do Conhecimento, Lisboa, Gradiva, 2013, p. 62
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EXAME 2014 1º
GRUPO IV
1.1. Explicite as razões usadas no texto para defender que a origem de todas as nossas ideias
reside nas impressões dos sentidos.
1.2. Concordaria Descartes com a tese segundo a qual «todas as nossas ideias […] são cópias
das nossas impressões»? Justifique a sua resposta.
EXAME 2014 2º
(A) impressões.
(B) pensamentos.
(C) sentimentos.
(D) hábitos.
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GRUPO IV
Se perguntar a mim próprio «Estou a beber?» ou «Está ele a pensar?», a resposta pode ser
«Sim», «Não» ou «Talvez». Mas se perguntar a mim próprio «Estou a pensar?», a resposta
apenas pode ser «Sim». Fazer essa pergunta a mim próprio é o mesmo que eu pensar. Seria
autorrefutante perguntar a mim próprio «Estou a pensar?» e responder «Não».
1.2Explique o argumento de Descartes para duvidar dos seus raciocínios matemáticos mais
evidentes.
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GRUPO IV
Voltando a examinar a ideia que eu tinha de um ser perfeito, descobria que a existência estava
nela contida, do mesmo modo, ou mais evidentemente ainda, que na de um triângulo está
compreendido que os seus três ângulos são iguais a dois retos […]; e que, por conseguinte, é
pelo menos tão certo como o pode ser qualquer demonstração de geometria que Deus, que é
o ser perfeito, é ou existe.
EXAME 2013 1º
O cogito é
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8. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do
conhecimento de Descartes e de David Hume.
1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é inata.
3. Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser
indubitável.
GRUPO IV
A partir do texto, exponha a tese empirista de Hume sobre a origem da ideia de conexão
causal. Na sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do texto.
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EXAME 2013 2º
GRUPO IV
Dado que nascemos crianças e que formulámos vários juízos acerca das coisas sensíveis antes
que tivéssemos o completo uso da nossa razão, somos desviados do conhecimento da verdade
por muitos preconceitos, dos quais parece não podermos libertar-nos a não ser que, uma vez
na vida, nos esforcemos por duvidar de todos aqueles em que encontremos a mínima suspeita
de incerteza. Será mesmo útil considerar também como falsas aquelas coisas de que
duvidamos, para que assim encontremos mais claramente o que é certíssimo e facílimo de
conhecer.
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EXAME 2012 1º
GRUPO IV
Texto E
[…] Quando analisamos os nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos ou sublimes
que possam ser, sempre constatamos que eles se decompõem em ideias simples copiadas de
alguma sensação ou sentimento precedente. Mesmo quanto àquelas ideias que, à primeira
vista, parecem mais distantes dessa origem, constata-se, após um exame mais apurado, que
dela são derivadas. A ideia de Deus, no sentido de um Ser infinitamente inteligente, sábio e
bondoso, deriva da reflexão sobre as operações da nossa própria mente e de aumentar sem
limites aquelas qualidades de bondade e de sabedoria. David Hume, «Investigação sobre o
Entendimento Humano», in Tratados Filosóficos I, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda,
2002
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EXAME 2012 2º
GRUPO IV
Texto D
Assim, rejeitando todas aquelas coisas de que podemos duvidar de algum modo, e até mesmo
imaginando que são falsas, facilmente supomos que não existe nenhum Deus, nenhum céu,
nenhuns corpos; e que nós mesmos não temos mãos, nem pés, nem de resto corpo algum;
mas não assim que nada somos, nós que tais coisas pensamos: pois repugna que se admita
que aquele que pensa, no próprio momento em que pensa, não exista.
2. Confronte o inatismo cartesiano com a filosofia empirista de Hume. Na sua resposta, deve
abordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos:
−− origem das ideias;
−− limites do conhecimento.
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EXAME 2012 EPOCA ESPECIAL
GRUPO IV
1. Leia o texto seguinte.
Texto E
[…] Embora vejamos o Sol muito claramente, não devemos por isso julgar que ele só tem a
grandeza que vemos; e podemos à vontade imaginar distintamente uma cabeça de leão
unida ao corpo de uma cabra, sem que tenhamos de concluir que no mundo existem
quimeras: porque a razão não garante que seja verdadeiro o que assim vemos ou
imaginamos. Mas sugere-se que todas as nossas ideias ou noções devem ter algum
fundamento de verdade; porque não seria possível que Deus, que é inteiramente perfeito
e completamente verdadeiro, as tivesse posto em nós sem isso.
René Descartes, Discurso do Método, Lisboa, Edições 70, 2000
1.1. Identifique os três tipos de ideias segundo Descartes, presentes no texto.
1.2. Explique a origem das ideias que conduzem ao conhecimento, segundo a filosofia de
Descartes e segundo a filosofia de Hume.
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