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CUBATÃO
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO MUSICAL
CUBATÃO
2017
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DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTO
Agradeço à minha ex-companheira de curso Ivone Moreira da Cruz dos Santos, pela amizade,
pelos conselhos, pelo incentivo e por me preparar para ingressar neste curso.
Agradeço aos meus colegas de turma, que ao longo desses cinco anos foram parceiros e
sempre colaboraram quando precisei.
Agradeço às minhas companheiras Kátia Furtado, Joseane, Régia, Priscila e Danielle, pelo
convívio e por toda parceria que tivemos durante todo o curso.
Agradeço aos meus ex-companheiros de curso, que por razões pessoais ficaram ao longo desse
caminho, mas que deixaram suas contribuições de forma especial.
Agradeço à professora Isamara Carvalho, por sua dedicação em ensinar e zelar pela
aprendizagem dos alunos, mesmo que distantes, e por seu cuidado e atenção dedicados a cada
um de nós ao longo desses cinco anos.
Agradeço a todos os professores e tutores que com amor e dedicação prepararam aulas, e
também souberam compreender quando cada um de nós, alunos, passamos por momentos
difíceis.
Agradeço ao nosso querido “ex-tutor presencial”, Joacir, que nos acompanhou durante
grande parte do curso, nos incentivou, chamou a nossa atenção quando precisávamos de umas
broncas, mas também soube utilizar as palavras certas para nos motivar em momentos de
desânimo, e por todos os sábados e domingos que se disponibilizou para estar junto de nós.
Agradeço à minha mãe que sempre me incentivou a estudar e acreditar que os sonhos podem
se tornar realidade.
Agradeço ao meu pai, sogro, sogra e irmã, por todo carinho e incentivo durante essa
caminhada.
Agradeço ao meu esposo, David, que foi o primeiro a me incentivar a estudar a música e
sempre acreditou em mim. Agradeço por sua paciência, por toda a ajuda, compreensão, amor
e dedicação que você teve comigo durante esses longos cinco anos. Eu te amo, infinitamente!!!
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RESUMO
Este relatório de pesquisa propôs como tema de estudo, as práticas musicais nas escolas de
educação básica no município de Santos. Dessa forma, este trabalho torna-se relevante para
nós, uma vez que o nosso interesse pela educação como um todo e, em particular, pela
educação musical, nos estimula a uma reflexão sobre o momento atual da prática musical na
escola de ensino fundamental. A intenção desta pesquisa foi contribuir com professores e
pesquisadores da área da educação, a fim de que possa refletir sobre quais práticas têm sido
desenvolvidas nas escolas de Educação Básica, após a implementação da lei nº 11.769/2008,
que institui a música como conteúdo obrigatório nas escolas. Para o desenvolvimento deste
estudo, inicialmente foi feita uma revisão bibliográfica para descrever teorias que abordassem o
conceito de Educação Musical em escolas de educação básica, a fim de que pudéssemos ter
subsídios para abordar o presente tema. Esta monografia está fundamentada em leituras de
livros, revistas e artigos, entre outros, que destacam a educação musical e práticas musicais.
Dentre estas leituras pode-se destacar o diálogo com grandes nomes como o de Koellheutter,
Kater, Fernandes; Snyders, Gardner, Shafer, Brito, Arroyo, dentre muitos outros que
auxiliaram na busca pela compreensão deste estudo. Essa pesquisa utiliza como método de
investigação, a pesquisa qualitativa, pois esta não se preocupa com a representatividade
numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social ou de uma
organização. Para coletar os dados da pesquisa, foi feita a aplicação de dois questionários, um
direcionado aos alunos e outro para os professores, ambos atuam em escolas da rede municipal
de ensino na cidade de Santos. Participaram da entrevista 42 (quarenta e dois) alunos e 27
(vinte e sete) professores, divididos por escolas de diferentes localizações, como área urbana e
área rural. O trabalho proporcionou para a pesquisadora, um maior conhecimento a respeito das
diferentes práticas existentes nas escolas de educação básica no segmento do ensino
fundamental II, mostrou que apesar de tantas dificuldades enfrentadas tanto pelos professores
quanto pelos alunos, a música está presente nas práticas educacionais dessas escolas, seja por
atividades dentro da disciplina de Arte ou por apresentações em festividades.
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LISTA DE FIGURAS
Gráfico 1- Professores que utilizam a música na educação básica…………………..………..30
Gráfico 2- A música favorece a relação aluno / professor…………………………....……… 30
Gráfico 3- Práticas musicais realizadas pelos professores.………………………………….…48
Gráfico 4- Recursos musicais utilizados nas escolas de educação básica.…………………….49
Gráfico 5- Professores que têm conhecimento da inserção da música em Arte…………...…..50
Gráfico 6- Alunos que já tiveram ou não aula de música..………………………………..…...63
Gráfico 7- Representa a porcentagem de alunos que gostam de música…………………....…64
Gráfico 8- Alunos que desenvolvem práticas musicais na escola…………………...…….......66
Gráfico 9- Interesse dos alunos em aprender música dentro da escola…………………...…...68
Gráfico 10- Representa os estilos musicais preferidos pelos alunos……………………....…..70
Gráfico 11- Professores que desenvolvem ou não práticas musicais na escola……..………...72
Gráfico 12- Alunos que aprendem música dentro da disciplina de Arte…………..………….73
Gráfico 13- Professor que desenvolve práticas musicais na escola…………………………....74
Gráfico 14- Escolas e espaço para a realização de práticas musicais…………………...……..75
Gráfico 15- Práticas musicais desenvolvidas por alunos na escola……………....…..………..77
Gráfico 16- Recursos utilizados pelos alunos em práticas musicais escolares……………......79
Gráfico 17- Alunos-a importância de estudar a música na escola…………………………..…81
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SUMÁRIO
RESUMO 7
1 INTRODUÇÃO 10
1.1 OBJETIVOS 18
1.2 HIPÓTESE 18
1.3 JUSTIFICATIVA 18
1.4 RESULTADOS ESPERADOS 19
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO 19
2 METODOLOGIA 20
2.1 ETAPAS 22
2.2 ONDE OS DADOS FORAM COLETADOS 22
2.3 O INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS 22
2.3.1 Questionário para os professores 23
2.3.2 Questionário para os alunos 26
3 RESULTADOS 28
3.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 28
3.2 ANÁLISE DE DADOS 29
4 CONCLUSÃO 83
4.1 RECOMENDAÇÕES, SUGESTÕES E DESDOBRAMENTOS FUTUROS 86
REFERÊNCIAS 87
8
1 INTRODUÇÃO
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criatividade e a participação destes, uma vez que não os situa na condição predominantemente
pública, nem se delimite a educação musical apenas a apresentações escolares em datas
comemorativas, denotando apenas aparência para os que estão de fora.
Pela citação acima, mais uma vez confirma-se o fato de que muitas vezes, a educação
musical nas escolas, dá-se apenas em apresentações em datas comemorativas, limitando o
aluno e o professor a isso. Quando na verdade, a educação musical vai muito além de pequenas
apresentações, pois esta possibilita a criança, desenvolver melhor a coordenação motora, a
linguagem, a criatividade, a concentração, o raciocínio lógico-matemático e a comunicação
interpessoal e intrapessoal.
Pois, segundo Gregory (1997, p. 123), “a música é um fenômeno social que vem
mantendo funções tradicionais e sentidos próprios em diferentes sociedades, no decorrer da
história.”
Ainda de acordo com o autor, ao longo da história, a música vem exercendo forte
influência nas atividades humanas como ninar crianças, dançar, contar histórias, comemorar
eventos especiais, vender produtos, entreter, curar e rezar, anunciar eventos, entre outras.
(GREGORY, 1997, P. 123).
Todas essas funções e muitas outras, estão claramente relacionadas às relações
interpessoais, haja vista a presença da música nas tradições e na cultura de um povo.
De acordo com Fernandes (1998, p. 201-202) a educação musical formal tem o papel
de fazer com que haja uma manutenção da tradição cultural (a erudita européia) mas, ao
mesmo tempo, pode-se verificar na sociedade, que os produtos culturais (música) estão sendo
frequentemente transformados e reintegrados.
Diz ainda que, é muito comum a transposição e a reinterpretação de outras culturas.
Nos dia de hoje, existe um ‘tráfico’ de culturas, que não tem regras. E, que esta problemática
deveria ser vista considerando aspectos sociológicos e antropológicos, além de sua relação com
as práticas educativas realizadas dentro da escola.
Para Rosa (1990, p. 18):
[...] deve compreender a essência da linguagem musical, e, a partir de sua própria
experiência e de seu processo criador, facilitar, o contato da criança com as diversas
linguagens (plástica corporal etc.). Deve propiciar situações em que a criança pode
olhar o mundo e se expressar. Olhar o mundo é apreender e perceber significados
em todas as coisas. Em condições normais, a criança constrói a partir de seu
significante, transformando significados, compreendendo o mundo e percebendo-o
de uma forma peculiar. Constrói assim seu pensamento através da interação com o
ambiente e da compreensão das relações entre todas as coisas, aí incluindo os sons,
as canções, as diferentes manifestações em linguagem musical.
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Fica claro que, para a autora a educação musical deve ser uma oportunidade para que
a criança tenha contato com as diversas linguagens e através disso ela possa se expressar no
meio no qual está inserida.
Nesse sentido Schaller (2005, p. 64-69) diz que:
A música é muito mais que um simples conjunto de sons que se unem em uma
melodia. Ela penetra nossa pele, provoca arrepios de prazer ou nos faz mergulhar
em doces lembranças. Algumas melodias não nos tocam, enquanto outras nos
atingem diretamente – e podem até mesmo transmitir significados concretos. “O
cérebro de todo ser humano se interessa muito por informações musicais e é
extremamente habilidoso em compreender seu significado”, explica Stefan Kölsch,
do Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas e Neurológicas, em Leipzig. Kölsch
investiga a ligação entre a música e a fala. O músico e psicólogo descobriu que o
cérebro não faz grande diferença entre as duas: ambas são trabalhadas na mesma
região.
Além dos benefícios elencados acima, a autora Rosa (1990, p. 21) diz que:
Para complementar Fuks, apud Loureiro (2007, p. 49) afirma que:
Uma prática musical que ocorre paralelamente às aulas de música, da qual quase
toda a comunidade escolar participa. Trata-se de um repertório de cantigas utilizadas
para introduzir as diversas atividades infantis na escola, um canto para a hora da
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entrada, outro para a hora da merenda, no exercício do magistério, diretamente com
as crianças. A letra possuía mais de uma função socializadora, uma função até
disciplinadora na escola. O canto como elemento agradável para a maioria dos
alunos servia muito bem para transmitir, de uma forma sutil, o código moral e ético,
possibilitando a manutenção de valores existentes na sociedade.
Com base nos exemplos citados acima, percebe-se que a educação musical envolve
muitos aspectos e desenvolve diversas habilidades, contribuindo para o crescimento do aluno
como um todo.
Por essa razão, de acordo com Loureiro (2007, p. 45), a educação musical é cada vez
mais utilizada como uma ferramenta pedagógica em ambientes escolares, pois esta, além de
facilitar a alfabetização dos alunos, também resgata a autoestima e contribui para a integração
social dos mesmos.
Ainda, segundo Brito (2003, p. 28), a música, por sua diversidade e riqueza, faz com
que conheçamos melhor a nós mesmos e ao outro, ainda que estejamos distantes, a música nos
aproxima.
E, de acordo com Koellreuter, apud Loureiro (2007, p. 108), “A música é um meio de
comunicação, que se serve de uma linguagem. Pode-se concluir que contribui para a tomada de
consciência do novo, ou do desconhecido, seja uma das mais importantes, senão a mais
importante função.”
Segundo Brito ( 2003, p. 46), em algumas situações o ensino da música insiste em
considerar como importante, somente as músicas em si, mas para ele o que realmente deve ser
considerado como prioritário, é a criança, pois ela deve ser vista como o sujeito da experiência.
Uma vez que, a educação musical não vise apenas formar bons músicos para o futuro, mas
antes, busca formar a criança de hoje de forma integral, e que esta possa no futuro, contribuir
significativamente para a sociedade.
Como afirma Forquim, apud Loureiro (2007, p. 117):
A educação musical, que deve ser indissoluvelmente cultural, gestual e emocional,
enquadra-se numa formação global da personalidade. Com vista a esta finalidade
fundamental, a busca de recursos pedagógicos permanece indefinida; tanto quanto
nos outros setores também aqui não existem receitas infalíveis, mas apenas opções e
direções mais ou menos fecundas ou esterilizadoras em função da única coisa que
nos importa: fazer da música uma dimensão integrante da personalidade, uma
permanente exigência da vida.
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música surgiu na antiga Grécia, pois as artes já faziam parte do desenvolvimento social, uma
vez que a música tornou-se alvo de estudos disciplinares e escolares, e nesse período surgiram
os primeiros indícios da pedagogia musical.
De acordo com Oliveira, apud Loureiro (2007, p. 56):
Nos dias atuais a educação musical não acontece como nos tempos de Heitor Villa
Lobos, hoje a prática tem sido outra, com inúmeras ações sendo desenvolvidas nas escolas de
ensino fundamental, para que de fato ocorra uma efetiva educação musical, pois de acordo com
Fuks, apud Loureiro (2007, p. 49):
Uma prática musical que ocorre paralelamente às aulas de música, da qual quase
toda a comunidade escolar participa. Trata-se de um repertório de cantigas utilizadas
para introduzir as diversas atividades infantis na escola, um canto para a hora da
entrada, outro para a hora da merenda, no exercício do magistério, diretamente com
as crianças. A letra possuía mais de uma função socializadora, uma função até
disciplinadora na escola. O canto como elemento agradável para a maioria dos
alunos servia muito bem para transmitir, de uma forma sutil, o código moral e ético,
possibilitando a manutenção de valores existentes na sociedade.
Nota-se que a prática do canto ainda é muito presente nas aulas das escolas de
educação básica, provavelmente pelo fato de que é mais fácil e acessível para as crianças.
Como afirma Veiga (2003, p. 408):
(...)criada uma boa coleção de cantos ao alcance das crianças, torna-se relativamente
fácil desenvolver-lhes o gosto pelos belos trechos e o sentimento necessário para
executá-los, que se vão desenvolvendo pouco a pouco... (...) é pelo exercício dos
sentidos que a primeira educação há de atuar sobre o espírito nascente. Durante a
idade inicial da existência humana, as impressões sensoriais encerram em si o único
meio possível de despertar a alma – educar a vista, o ouvido, o olfato (...).
Veiga (2003, p. 143) ainda diz que, é preciso despertar e desenvolver o gosto artístico
das classes populares e com o sentimento de solidariedade nacional e pela consciência e cultura
da arte popular, nas suas origens e nas suas mais variadas expressões e despertar o sentimento
de solidariedade humana.
Sabe-se que a educação musical pode contribuir bastante para o desenvolvimento
físico, psicológico e até social de um aluno, tendo em vista que “A música estimula áreas do
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cérebro não desenvolvidas por outras linguagens, como a escrita e a oral. É como se
tornássemos o nosso 'hardware' mais poderoso”. Explica a pedagoga Maria Lúcia Cruz
Suzigan, especialista no ensino de música para crianças.
Ainda segundo ela, quanto mais cedo à escola começar o trabalho, melhor. A
linguagem musical “faz parte de cultura das crianças por causa das canções de ninar e das
brincadeiras. O pouco que ainda resta abre um oportuno espaço para o trabalho na escola."
(GIRARDI, 2004)”
Atualmente sabe-se que têm diversos professores atuando como educadores musicais,
inclusive com diferentes formações, e de acordo com Loureiro (2004, p. 65):
A educação musical que hoje é praticada em nossas escolas mostra-se como um
complexo heterogêneo, onde encontramos a convivência de diversas práticas e
discursos. Evidencia-se, entretanto, o distanciamento da prática, presente nas salas
de aulas, e a teoria, produzida e circunscrita à academia.
Ainda reforçando a afirmativa acima, Spanavello e Bellochio (2005, p. 97) diz:
Revisando e refletindo os objetivos que nortearam a pesquisa, foi possível constatar
que a formação profissional (formal) dos unidocentes investigados aconteceu, em
sua maioria, em cursos de magistério e cursos superiores (concluídos ou em curso),
geralmente em habilitações como Pedagogia – Administração Escolar ou
Supervisão, Filosofia, Estudos Sociais, História, entre outros. A respeito da
formação específica em educação musical, percebeu-se uma certa carência
curricular formal, em termos de disciplinas específicas de educação musical. Grande
parte dos professores relataram que tiveram, ao longo de seus cursos de formação
inicial, experiências musicais diluídas em outras disciplinas, geralmente atreladas à
idéia de adorno ou complementação metodológica para estas últimas.
Sendo a música uma disciplina complexa, que abrange teoria e prática de execução,
deve ser ensinada por pessoas qualificadas para isso. Sem concessões. Não
permitiríamos que alguém que tivesse frequentado um curso de verão em Física
ensinasse a matéria em nossas escolas. Por que haveríamos de tolerar essa situação
com respeito à Música? Por acaso ela está menos vinculada a atos complexos de
discernimento? Não.
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mudança e de libertação. A opção, por isso, teria de ser também entre uma educação
para a domesticação, para a alienação e uma educação para a liberdade. Educação
para o homem-objeto ou educação para o homem-sujeito.
Nos dias atuais, a Educação Musical no Brasil vem crescendo e abrangendo diversos
espaços que vão além das escolas especializadas, e com a aprovação da Lei 11.769/08
(BRASIL, 2008), o ensino de música nas escolas de formação básica tornou-se obrigatório.
Entretanto, a música sempre esteve presente nas escolas como uma das principais ferramentas
no desenvolvimento da educação infantil, mas com a provação da lei ela abrange não só este
nível de ensino como também o ensino fundamental I e II.
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Nesse contexto, estudos, discussões, pesquisas e materiais sobre o ensino da música
no currículo das escolas de educação básica de nível I e II vêm aumentando consideravelmente,
inclusive sobre a questão de quais práticas têm sido aplicadas nas salas de aula e qual a
formação desse professor.
E, para investigar esse cenário foi realizada esta pesquisa, com o objetivo de buscar
informações de como essa prática vem sendo desenvolvida nas escolas de Educação Básica,
após ter passado nove anos da aprovação da Lei 11.769/08 (BRASIL, 2008), que regulamenta e
institui a integração da educação musical nas escolas de Educação Básica.
Neste relatório de pesquisa, foram realizados estudos a respeito de alguns pontos
importantes como: O que é a educação musical; Atualmente, como ela está sendo desenvolvida
nas escolas; Quais ações ocorrem,dentro da escola, para inserir a música no currículo básico;
Quem são os profissionais e qual a formação de quem ministra essas aulas nas escolas; e, De
que maneira a aprendizagem musical contribui para a sociedade de modo em geral. A pesquisa
baseou-se na seguinte indagação: Quais práticas musicais estão sendo desenvolvidas nas
escolas de educação básica para garantir a educação musical?
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1.1 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo geral descobrir quais são as práticas musicais
existentes nas escolas, que garantem a inserção da educação musical em escolas de educação
básica da rede municipal de Santos.
Na busca do objetivo geral os seguintes objetivos específicos serão considerados:
a) Fazer uma revisão bibliográfica sobre histórico da educação musical nas escolas de
educação básica.
b) Elaborar instrumentos de coleta de dados para investigar qual é o lugar que a educação
musical ocupa no atual currículo do ensino fundamental.
c) Conhecer as escolas de educação básica da rede municipal da cidade de Santos e as
práticas musicais aplicadas.
d) Conhecer quem são, e qual a formação dos professores que ministram as aulas
utilizando práticas musicais nas escolas de educação básica.
e) Descobrir quais as possibilidades e limites para a educação musical enquanto disciplina
nas escolas de ensino fundamental.
1.2 HIPÓTESE
Ao realizar a pesquisa pretende-se comprovar, ou não as seguintes hipóteses:
Nas escolas de educação básica não existem aulas específicas voltadas para o ensino
da música.
As aulas de arte abordam superficialmente o ensino da música.
As atividades desenvolvidas nas escolas de educação básica resumem a educação
musical apenas a apresentações em datas comemorativas.
A maior parte dos professores que atua nas escolas de educação básica não possuem
formação em educação musical.
1.3 JUSTIFICATIVA
Ao levar em consideração o fato de que as práticas tem se renovado a cada dia,e que
há uma nova maneira de apreender e assimilar a realidade, se fez necessária uma pesquisa para
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descobrir se de fato ocorriam práticas musicais que evidenciam a presença da educação musical
nas escolas de educação básica. E, caso positivo, quais as práticas existentes neste contexto.
Assim, poderíamos conhecer como está sendo realizada a atual prática pedagógica
musical nas escolas de educação básica, e em que poderia se renovar. O estudo desse tema
poderá contribuir para o aprimoramento das práticas educativas dos professores que atuam na
nesta área, considerando a importância da educação musical na construção da formação
humana.
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2 METODOLOGIA
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Pois, de acordo com Gil (2002, p. 43), é possível classificar os diferentes tipos de
pesquisa mediante o seguinte critério, deve-se levar em conta o nível de profundidade do
estudo, assim poderá ser obtido três grandes grupos: pesquisa exploratória, pesquisa descritiva
e pesquisa explicativa.
O autor diz ainda que, se classificarmos as pesquisas levando em conta os
procedimentos utilizados para coleta de dados teremos dois grandes grupos. No primeiro, as
que se valem de fontes de papel: pesquisa bibliográfica e documental e, no segundo, fontes de
dados fornecidos por pessoas: experimental, estudo de caso controle, levantamento e o estudo
de caso e estudo de campo.(GIL 2002, p. 43).
O estudo de campo é um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de uma
realidade específica. É basicamente realizado por meio da observação direta das atividades do
grupo estudado e de entrevistas com informantes que captam as explicações e interpretações do
que ocorre naquela realidade.
Segundo Fonseca (2002, p. 20), a pesquisa de campo caracteriza-se pelas
investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de
dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-facto,
pesquisa-ação, pesquisa participante, etc.).
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2.1 ETAPAS
Em termos de atividades, esta pesquisa seguiu as seguintes etapas:
1-Estudo preliminar do tema por meio de leituras, estudos e reflexões realizadas anteriormente
à pesquisa.
2-Busca por fontes de material (livros previamente adquiridos, acervos digitais, bibliotecas,
artigos científicos em revistas periódicas, teses de mestrado e doutorado, entre outros.)
3- Leitura e elaboração de fichamentos dos textos.
4-Elaboração de um quadro para estruturação da revisão bibliográfica no qual vai sendo
ampliado de acordo com as pesquisas realizadas ao longo do processo.
5- Redação de um texto final sobre a literatura abordada.
6- Revisão bibliográfica sobre metodologia de pesquisa.
7- Elaboração dos instrumentos de coleta de dados.
8- Proposta de cronograma para aprovação da pesquisa no conselho de ética, aplicação dos
instrumentos de coleta de dados, análise dos dados, elaboração do relatório de pesquisa final e
divulgação em congressos na área.
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O questionário, segundo Gil (1999, p. 128), pode ser definido “como a técnica de
investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por
escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos,
interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”.
O mesmo autor supracitado (GIL p. 128/129) diz ainda que, este instrumento
apresenta as seguintes vantagens:
a) possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área
geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio;
b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o treinamento dos
pesquisadores;
c) garante o anonimato das respostas;
d) permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente;
e) não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.
Quanto a formatação das perguntas do questionário, foram perguntas abertas, pois elas
permitiram liberdade ilimitada de respostas ao pesquisador.
Além disso, trazia a vantagem de que não haveria influência de respostas
pré-estabelecidas, por parte do pesquisador, nas respostas dos entrevistados, pois o pesquisado
respondeu no questionário tudo o que lhe vinha à mente.
Em razão disso, foram criados dois tipos de questionários, um para coletar os dados de
professores, e outro para coletar os dados de alunos.
Este questionário foi elaborado para buscar entender como a educação musical está
inserida nas práticas dos professores que atuam nas escolas de educação básica no município
de Santos.
Questionário dos professores
Questões direcionadas aos professores que atuam no ensino fundamental II nas escolas
de educação básica no município de Santos.
Sexo:__________________ idade: ______ Profissão: __________________
Leciona há quanto tempo? ____________
Qual é a sua formação?
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( ) Educação artística
( ) Artes visuais
( ) Teatro
( ) Dança
( ) Educação Musical
( ) Educação artística com habilitação em música.
( ) Professor do ensino fundamental II de outra disciplina._________
( ) Pedagogia
Qual é o seu grau de sua formação?
( ) Superior completo
( ) Pós-graduação
( ) Mestrado
( ) Doutorado
Em que área de Santos fica localizada a escola na qual você trabalha?
( ) Área Continental ( ) Área insular ( ) Morros ( ) Zona Noroeste
Você utiliza a música em sua sala de aula? Justifique sua resposta.
A música favorece a sua relação com os alunos? Tornou mais prazerosa essa relação?
( )Sim ( )Não ( )Talvez
Que recursos você utiliza? Que atividades você desenvolve com seus alunos? Que critérios
você utiliza para selecioná-las?
Na sua escola há alguma atividade relacionada à música? Como ela é desenvolvida?
Você enfrentou algum tipo de dificuldade para trabalhar a música dentro da sala de aula?
Qual(is)? A que você atribui esses problemas? Como foram superados?
Que perspectivas você vê para a Educação Musical nas escolas hoje? E na sua escola, em
particular?
Por que razões a música não constitui hoje uma disciplina no currículo das escolas de ensino
fundamental?
A música deveria ser uma disciplina ou deveria estar presente apenas como um recurso
didático?
Como a educação musical deve ser desenvolvida nas escolas de ensino fundamental? Que
aspectos ela deve priorizar?
Como a música pode se relacionar com as demais disciplinas do currículo escolar?
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O que é necessário para um professor trabalhar a música na escola (em termos de
conhecimento, de condições materiais, tempo, espaço, recursos técnico-pedagógicos)?
Quais tipos de atividades musicais são desenvolvidas dentro da escola de educação básica?
( ) Análise musical
( ) Arranjos de músicas
( ) Audição de músicas
( ) Canto
( ) Construção de instrumentos
( ) Composição ou criação de músicas
( ) Dança
( ) Execução de instrumentos musicais
( ) História da música
( ) Improvisação
( )Leitura e escrita musicais
( ) Movimentação
( ) Percepção e discriminação dos parâmetros musicais
( ) Outros. ___________________________________________
Quais os recursos que a escola de educação básica dispõe para o desenvolvimento de atividades
ligadas a educação musical?
( ) Instrumentos de percussão de som indeterminado
( ) Instrumentos construídos com sucata
( ) Instrumentos de percussão de som determinado
( ) Piano ou teclado
( ) Violão
( ) Flauta doce
( ) Aparelho de som
( ) Televisão
( ) Aparelho de DVD
( ) Material didático
( ) Outros
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Como foi falado anteriormente, as questões acima foram direcionadas apenas aos
professores que atuam em escolas de Educação Básica no município de Santos. E, dessa
mesma maneira, foi feito com os alunos das unidades municipais de Santos, conforme podemos
observar no questionário abaixo.
Este questionário foi elaborado para buscar entender qual a importância da educação
musical e como os alunos a vivenciam nas escolas de educação básica no município de Santos.
Questionário dos alunos
Questionário destinado aos alunos do ensino fundamental II das unidades municipais
de ensino de Santos.
Idade: ______ Ano/ Série:______ Sexo: ___________
Onde fica localizada a sua escola?
( ) Área Continental ( ) Área insular ( ) Morros ( ) Zona Noroeste
Você tem ou já teve aulas de música?
( )Sim ( )Não ( )Talvez
Gosta de ouvir música?
( )Sim ( )Não ( )Talvez
Por que você gosta de ouvir música?
Existe alguma atividade musical na sua escola?
( ) não ( ) sim. Quais? ________________________
Você acha importante a utilização da música nas disciplinas estudadas no currículo escolar?
Por quê?
Gostaria de ter aulas de música em sua escola?
( ) sim ( ) não
Que tipo de músicas gostaria de estudar em sua escola?
Como você imagina que deveriam ser as aulas de música na sua escola?
A escola dispõe de profissionais que realizam atividades musicais?
( ) sim, quantos ____ ( ) não
Você aprende algo relacionada à música dentro da disciplina de Artes?
( ) sim, cite algumas dessas atividades. ( ) não
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Quem são as pessoas que realizam atividades musicais na sua escola?
Há espaço disponível para a realização de atividades musicais?
( ) sim. Onde é esse espaço?_________________________ ( ) não
Assinale quais tipos de atividades musicais são desenvolvidas dentro da sua escola?
( ) Análise musical
( ) Arranjos de músicas
( ) Audição de músicas
( ) Canto
( ) Construção de instrumentos
( ) Composição ou criação de músicas
( ) Dança
( ) Execução de instrumentos musicais
( ) História da música
( ) Improvisação
( )Leitura e escrita musicais
( ) Movimentação
( ) Percepção e discriminação dos parâmetros musicais
( ) Outros. ___________________________________________
Quais os recursos que a sua escola possui para o desenvolvimento de atividades ligadas ao
aprendizado musical?
( ) Instrumentos de percussão de som indeterminado
( ) Instrumentos construídos com sucata
( ) Instrumentos de percussão de som determinado
( ) Piano ou teclado
( ) Violão
( ) Flauta doce
( ) Aparelho de som
( ) Televisão
( ) Aparelho de DVD
( ) Material didático
( ) Outros
É importante estudar música na escola? Por quê?
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3 RESULTADOS
Para a pesquisa que deu origem a este relatório foi realizada a aplicação dos
instrumentos de coleta de dados em agosto de 2017. Já, em setembro os dados foram
analisados. Em outubro foi realizado o relatório de pesquisa final, e no mês subsequente,
novembro, apresentado à banca examinadora.
A pesquisa qualitativa foi realizada por meio de questionários online com perguntas
abertas e fechadas, a fim de coletar os dados, e após serem coletados, foram organizados e
classificados de forma sistemática, passando pelas fases de seleção, classificação, codificação,
tabulação e interpretação.
Na seleção, foram verificados detalhadamente cada dado coletado, a fim de detectar
informações confusas, distorcidas ou incompletas. Já na classificação, os dados foram
ordenados de acordo com critérios como ausência ou presença de determinadas características,
tais como idade, sexo, tempo de magistério, formação acadêmica, localização da unidade
escolar, entre outros.
Também foi utilizada a codificação para caracterizar os dados da pesquisa, os códigos
foram atribuídos de acordo com a categoria classificatória de cada ítem. Além disso, foram
apresentados de forma sequenciada na descrição escrita, pois é necessário redigir o texto de
forma clara e objetiva, para que fosse possível compreender as informações coletadas por meio
da pesquisa qualitativa.
De acordo com Áries (1973, p. 57 ):
Redigir significa, na análise qualitativa, a sua concretização: há a eleição de tópicos
e temas, uma sequência de narrativa ancorada na literatura e nas próprias
verbalizações dos sujeitos, em que o cuidado com a linguagem fica por conta de
elaborar uma redação coerente e fluida que encaminhe o leitor para a compreensão,
análise e crítica do texto.
27
Após a sistematização dos dados, foi iniciada a interpretação, buscando expressar o
significado do material investigado, e foram analisados os resultados, a fim de que
encontrássemos respostas em relação aos objetivos estabelecidos na pesquisa qualitativa.
Sobre a análise qualitativa Fernandes (1191, p. 56 ) diz que:
Se caracteriza por buscar uma apreensão de significados na fala dos sujeitos,
interligada ao contexto em que eles se inserem e delimitada pela abordagem
conceitual (teoria) do pesquisador, trazendo à tona, na redação, uma sistematização
baseada na qualidade, mesmo porque um trabalho desta natureza não tem a
pretensão de atingir o limiar da representatividade.
Em razão disso, optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa, uma vez que o
município de Santos possui oitenta e uma escolas, e estas vão desde a Educação Infantil até o
Ensino Fundamental II, e seria inviável realizar uma pesquisa quantitativa neste sentido.
Para que os dados fossem coletados, foram criados dois tipos de questionários em
versão online, um para professores e outro para os alunos.
Após ter sido realizada a pesquisa por meio do questionário online, coletamos alguns
dados a respeito da Educação Musical nas escolas de Educação Básica no município de Santos.
Nesta pesquisa foram entrevistados professores e alunos, conforme foi dito anteriormente.
Apresentamos abaixo o questionário respondido pelos professores, e em seguida o
questionário dos alunos.
A primeira questão feita para os professores foi : Você utiliza a música em sua sala de
aula?
As respostas dos entrevistados variaram entre não, sim, talvez e poucas vezes. De
todas estas, grande parte são de professores que afirmam utilizar a música em suas aulas, mas
cabe salientar que, há uma pequena parte dos professores que não utilizam a música em
momento algum.
Observe abaixo a imagem do gráfico 1:
28
Gráfico 1- Professores que utilizam a música na educação básica. (Fonte: elaborado pela autora)
Pensando nestas aulas, nas quais os professores utilizam a música, foram feita as
seguintes questões: Que recursos você utiliza nas suas aulas? Que atividades você desenvolve
com seus alunos? Que critérios você utiliza para selecioná-las?
29
As respostas obtidas foram as seguintes:
Entrevistado B “...começo a aula fazendo a leitura da letra de uma música para que
esta esteja contextualizada ao conteúdo trabalhado, estudamos a parte de vocabulário,
linguagem utilizada, depois apresento a música para que todos possam ouvir caso tenha vídeo
também visualizar . O critério principal é dar significado a aula utilizando um recurso
interdisciplinar que possibilidade a apropriação do conteúdo atendendo o objetivo proposto.”
Entrevistado D “...Pen drive, som da escola e instrumentos de bandinha.”
Entrevistado E “...Vídeos. Ser interessante para os alunos porém deve ter algum
conteúdo do programa ou valores.”
Entrevistado I “...Uso muito o lúdico, vídeos e alguns momentos música.”
Entrevistado K “...Mapas , livros , textos , pesquisas , lousa e giz.”
Entrevistado M “... Temos um projeto de cantos e encantos na UME.”
30
Entrevistado N “...Cd, pc, dvd.”
Observa-se nas respostas dos entrevistados, que eles utilizam muitos recursos
eletrônicos como computadores, vídeos, pen drive, Cd, DVDs entre outros, mas cabe ressaltar
que cada professor insere a música de acordo com a sua disciplina, suas necessidades e
habilidades para desenvolver o seu melhor, para cada um de seus alunos.
Professor Entrevistado A “...Sim. Nas aulas de artes e educação física para cantar e
dançar.”
Entrevistado J “...Há aula de flauta. Uma professora vai à escola uma vez por semana
e desenvolve esse instrumento com os alunos.”
31
Entrevistado M “... O Projeto é desenvolvido com atividades coletivas semanais e na
rotina diária.”
Observa-se nos relatos acima que, as atividades que envolvem a música estão sempre
relacionadas a festividades na escola, ou a projetos extracurriculares como a banda ou
atividades extras que acontecem esporadicamente. Fica nítido que, a música não está inserida
como uma disciplina regular do currículo, mas é algo a parte, que pode ou não acontecer na
rotina pedagógica.
Além disso, percebe-se na fala dos professores, que grande parte dos professores
relacionam a música com apresentações de danças, o que reforça a ideia de que esta só é
utilizada em datas comemorativas para as apresentações. E, não é vista como uma linguagem
artística, organizada e fundamentada culturalmente.
A música, tal qual qualquer conhecimento, precisa ser vista dentro da escola como
uma prática social, pois nela estão inseridos valores e significados atribuídos aos indivíduos e à
sociedade que a constrói e que dela se ocupam, pois na educação em geral, a música não deve
ser vista como a música pela música, mas como instrumento de educação, sua presença precisa
surgir de forma dinâmica e produtiva.
32
Entrevistado B “...Nunca enfrentei, no meu planejamento já incluo e sempre trabalho
de forma interdisciplinar respeitando a cultura local e os alunos…”
Entrevistado G “...Não tenho dificuldades. Só preciso planejar e organizar o tempo.”
Entrevistado J “...Não tive problemas com a aceitação da música, mas tive problemas
técnicos com o som.”
Entrevistado M “... Não, os alunos gostam de toda atividade que envolve a música.”
As respostas acima demonstram que, grande parte dos professores não têm dificuldade
para trabalhar com a música em sala de aula, e afirmam que os alunos gostam bastante e a aula
é muito produtiva. No entanto, uma minoria confessa ter dificuldade para trabalhar com a
música nas suas rotinas, e citam diferentes motivos como a indisciplina dos alunos, a falta de
33
recursos pedagógicos e até sobre déficit da sua formação como professor, sentindo-se incapaz
de realizar atividades com música por falta de conhecimentos específicos.
Tendo como base este cenário, no qual uma parte dos professores, confessam que não
encontram dificuldades para trabalhar com a música, e a outra parte dos professores que não se
arriscam por insegurança ou por falta de recursos e até mesmo pela indisciplina dos alunos,
foi-lhes perguntado: “Que perspectivas você vê para a Educação Musical nas escolas hoje? E
na sua escola, em particular?”
Entrevistado H “...Não vejo uma evolução nas escolas hoje, mesmo os professores da
área de música preferem desenvolver atividades visuais , acredito que carece de mais
34
estímulos. Na minha escola trabalho o conceito de Paisagem Sonora do livro ouvido pensante
por me sentir mais confortável, pois não sou da área, além de pincelar os estilos artísticos e
seus representantes na dança, teatro e música.”
Entrevistado K “...Boas, os alunos estão sempre cantando e/ou dançando.”
Entrevistado M “... Acredito que ainda seja necessário proporcionar mais momentos
de musicalização no ensino fundamental. Na minha escola nossa perspectiva é de ampliar as
atividades coletivas e torná-las diárias.”
Embora grande parte dos professores acredite que a presença da música nas escolas
seja um fator extremamente positivo para a aprendizagem dos alunos, eles demonstram que,
nos dias atuais, a Educação Musical nas escolas está se extinguindo. Isso se dá por inúmeros
fatores e um deles é ausência de uma legislação que torne obrigatório o ensino da música nas
escolas de Educação Básica, ressaltando ainda que, de acordo com as mudanças na Base
Nacional Comum Curricular, não só a música, mas outras disciplinas deixarão de ser
obrigatórias. Nesta perspectiva, a música perderá cada vez mais espaço.
35
acreditam que teríamos boas perspectivas, se a música fosse uma disciplina no currículo das
escolas, e fossem ministradas por professores com formação em Música.
A ideia da formação do professor para uma prática efetiva da música como linguagem,
que articula o “falar de música” com “fazer e experimentar música” não pode prescindir de
algumas questões que enfrentamos: como está a preparação dos futuros professores diante das
inúmeras possibilidades de acesso ao conhecimento; como as licenciaturas estão preparando e
contemplando os futuros profissionais para lidarem com a educação musical no ensino básico;
qual a postura da universidade no sentido de proporcionar espaços, ampliando suas pesquisas e
aumentando seus esforços no sentido de qualificar e credenciar os futuros educadores para o
exercício da profissão? De acordo com Trope (1993, p. 108):
Ainda que, saibamos de todas essas dificuldades, é importante que o professor busque
aprender e se capacitar para desenvolver novas práticas em sala de aula.
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Na entrevista foi questionado aos professores por quais razões a música não se
constitui hoje, como uma disciplina no currículo das escolas de ensino fundamental?
Entrevistado G “...O ensino da Música deixou de ser obrigatório por não trabalhar
especificamente as habilidades cobradas no mercado de trabalho…”
Entrevistado H “...Não é possível, pois nesse caso deveríamos ter também as outras
três linguagens independentes (dança, artes visuais e teatro) o que seria inviável pelo número
de aulas…”
Entrevistado K “...Os dirigentes estão preocupados com coisas pontuais para mostrar
aos pais e responsáveis nas datas comemorativas…”
37
Entrevistado L “...Porque vivemos uma cultura pautada na formação de pessoas com
competências tradicionais de linguagem e pensamento matemático. Tratando as demais
competências como complementares em um sistema de menor importância. E essa formação
afunila-se com o crescimento dos alunos.”
Entrevistado M “... Falta um pouco de sensibilidade para isso.
Entrevistado N “...Porque ela faz aprender sem muito esforço e isso não é o que
realmente interessa no ensino público, infelizmente.”
Nota-se que as justificativas para a ausência da Música na grade curricular, são bem
diversas, como a banalização da disciplina, por não ser considerada como importante para a
formação do cidadão, por não fazer parte do currículo universitário, pela falta de profissionais
capacitados, falta de verbas, falta de interesse por parte de dirigentes; e pela junção das
disciplinas de teatro, dança, música e arte visual, em Arte, em razão de já existirem muitas
disciplinas no currículo consideradas como importantes para a formação profissional do aluno.
Ressalta-se a falta de interesse por parte dos dirigentes que estão mais preocupados em
apresentar coisas pontuais aos pais, principalmente em datas comemorativas.
38
sociedade, ilustram bem como os currículos são estruturados e como são efetivadas as suas
práticas no dia a dia escolar.
Dalben (1992, p. 32), ao tentar exemplificar essa situação, comenta que:
Podemos observar que é comum darmos maior prestígio a alguns alunos sobre
outros quando estes se destacam pela conduta enquadrada dentro dos parâmetros e
normas definidas e concretizadas nos processos de avaliação escolar, avaliação,
essa, concebida e desenvolvida dentro dessas mesmas relações. Ou mesmo quando
analisamos uma grade curricular que define mais tempo de aula para algumas
disciplinas do que para outras, podemos perceber o reflexo de relações de prestígio e
hegemonia entre os diversos conteúdos e até, possivelmente, dos diversos
professores que trabalham com eles.
São inúmeros os problemas enfrentados pela área de educação musical. Dentre eles,
consideramos como os de maior importância a falta de sistematização do ensino de música nas
escolas de ensino fundamental, e o desconhecimento do valor da educação musical como
disciplina integrante do currículo escolar.
39
Entrevistado F “...Como uma disciplina, mas não obrigatória.”
Entrevistado G “...Na minha opinião, pela sua importância, deveria ser uma
disciplina com a mesma importância e relevância das outras disciplinas do currículo.”
Entrevistado L “...Ela tem um grande poder como recurso didático, mas acho
perfeitamente possível inseri-la como disciplina. Precisamos de pessoas sonhadoras e
corajosas, pois neste país tudo é muito difícil quando se trata do diferente.”
A maioria concorda que deveria ser uma disciplina, mas reconhecem que a falta de
obrigatoriedade por lei, como disciplina, a inviabiliza. Há alguns que acreditam que a Música
tem um grande poder como recurso didático, pois facilitaria a aprendizagem dos alunos nas
diversas áreas de conhecimento.
Mediante essa resposta, foi questionado aos professores: Como a educação musical
deveria ser desenvolvida nas escolas de ensino fundamental? Que aspectos priorizar?
40
Entrevistado B “...Deveria ser trabalhada contextualizando e dialogando com as
disciplinas, mas sempre incentivando e apresentando outros gêneros musicais, trabalhando a
escuta e a percepção dos alunos, desenvolvendo o raciocínio lógico e a metacognição.”
Entrevistado I “...A música deveria ser utilizada como disciplina, já que os alunos de
ensino público não tem acesso a esse tipo de cultura.”
Entrevistado J “...A música pode ser usada de várias maneiras, mas aula de música
mesmo precisa ter um profissional qualificado, com experiência com crianças e adolescentes e
que desde o maternal os alunos já tenham contato para que conforme for crescendo, eles
possam estar mais familiarizados com o assunto.”
41
Entrevistado L “...A música deve ser desenvolvida de forma sistemática. Deve-se
priorizar a musicalização humana, ou seja, nas diversas abordagens conforme as necessidades
etárias e de formação.”
Podemos observar que, embora muitos dos professores entrevistados não tenham
conhecimentos musicais específicos, todos demonstraram ter capacidade para se trabalhar a
Música em sala de aula, percebe-se que, a boa vontade e o interesse em aprender e ensinar,
torna esse professor mais flexível e disposto a mudar esse cenário.
42
Entrevistado D “...Através de poemas, do corpo e da lógica sincronizada. O poema, a
língua portuguesa, o corpo, ciências e o ritmo, a matemática. Tudo está interligado.”
Entrevistado H “...Pode ser usada para criar uma situação ou pode ser usada para
contextualizar um tema de estudo.”
Entrevistado J “...De várias formas, até mesmo transformando poesias em música.”
Entrevistado M “... Em todos os momentos, basta que o professor opte por usufruir
desse benefício magnífico.”
43
Neste ponto, os entrevistados concordam que a Música, pode e deve ser trabalhada
fora dos moldes conhecidos, ou seja, a música pela música, mas em vez disso, utilizá-la como
algo muito mais amplo e enriquecedor. Nogueira (2003) diz que: “a música deve ser vista além
de uma “arma” pedagógica, também como uma das mais importantes formas de comunicação
do nosso tempo.”
As ideias de Nogueira (2003, p. 82-95) são endossadas por Koellreutter (1997, p.15)
Diante desta perspectiva, foi questionado aos professores: O que é necessário para o
professor trabalhar a música na escola (em termos de conhecimento, de condições materiais,
tempo, espaço, recursos técnico-pedagógicos)?
44
Entrevistado H “...recursos técnico-pedagógicos, estrutura física e recuperação do
trabalhos dos professores que já atuavam na rede.”
Entrevistado K “...um espaço para as aulas, dinâmicas e etc.”
Nestas respostas, chama a atenção a fala do entrevistado “B”, quando diz que os
professores precisam ter um pensamento aberto não engessado, ou seja, flexível, aberto a
mudanças e adequações em seu plano de aula. Diz ainda que é importante que haja um
planejamento interdisciplinar, que as disciplinas dialoguem, e fecha dizendo que o professor
precisa continuar estudando, não só a sua disciplina, mas realizando outras leituras de mundo.
Diante disso, é evidente que não é permitido ao educador permanecer imóvel e inerte
diante das inúmeras possibilidades de acesso ao conhecimento, mas antes, é necessário que ele
reflita sobre a sua prática e se atualize, para que possa melhorar a cada dia.
45
que, assim, não corra o terrível risco de uma petrificação unilateral tanto no âmbito
da teoria como da ‘praxis’.”
Seguem abaixo:
46
Entrevistado N “...Dança.”
Por outro lado, percebe-se que não há na escola atividades de arranjos musicais, como
podemos observar no gráfico 3.
Gráfico 3- Práticas musicais realizadas pelos professores. (Fonte: elaborado pela autora)
Ainda na entrevista, foi questionado a respeito de quais recursos a escola de Educação
Básica dispõe para o desenvolvimento de atividades ligadas a educação musical?
47
Entrevistado G “...Piano, aparelho de som, televisão, DVD, Internet, instrumentos de
percussão de som determinado e de sucata.”
Nota-se que nas respostas aparecem desde recursos básicos como aparelho de som,
televisão, DVD, instrumentos da banda, até instrumentos musicais como piano, flauta e violão,
o que nos chama atenção é o fato de que 14,8% das escolas possuem instrumentos construídos
com sucata, isso é um forte indício de que existam atividades musicais nestas unidades
escolares. Observe o gráfico 4:
Gráfico 4- Recursos musicais utilizados nas escolas de educação básica. (Fonte: elaborado pela autora)
48
de Arte, e 74,1% disseram ter este conhecimento, mas 25,9% dos professores entrevistados
desconhecem essa informação.
Isso demonstra que o próprio professor não conhece as leis que regem a sua atuação
como profissional. Muitos deles não sabem que o ensino da música está estabelecido por lei, e
que a música está inserida na disciplina de Arte. Observe:
Gráfico 5- Professores que têm conhecimento da inserção da música em Arte. (Fonte: elaborado pela autora)
Continuando a entrevista, foi perguntado aos professores se, o fato da música estar
inserida nos PCNs, garantia a sua presença na escola? E, que condições seriam necessárias para
que isso ocorresse de fato.
Entrevistado B “...Ser repensado a grade curricular básica e a universitária.”
Entrevistado D “...Acredito que uma formação com base ao que se deve apresentar
aos alunos, o professor precisa ter o domínio e as formações podem auxiliar nas práticas.”
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Entrevistado E “...Não garante, tanto que não há. Seria necessário colocar nos
regimentos locais.”
Entrevistado I “...Nem sempre. Pois nem todo Professor de artes tem interesse em
trabalhar com música.”
Entrevistado J “...Não. Darem a importância necessária para a música.”
Entrevistado L “...Não garante. Seria necessário um plano de ação para que aconteça
de fato.”
Fica claro que, para os professores, o fato da Música estar regulamentada pela Lei
como conteúdo da disciplina de Arte, não é garantia de que ela aconteça efetivamente nas
escolas, um exemplo claro disso, são seus próprios relatos, que, sendo eles professores das
escolas de Educação Básica, não realizam tais atividades e nem veem condições para tal, seja
por falta de recursos ou até por falta de interesse deles próprios.
50
Ainda em entrevista com os professores, questionou-se a respeito de quem deveria ser
o professor de música nas escolas de educação básica? Qual a formação ideal/necessária para
esse professor?
As respostas foram bem variadas, conforme podemos ver abaixo:
Professor entrevistado A “...Formação em pedagogia com domínio e formação em
música de preferência que possa reger um coral, cante, toque algum instrumento musical.”
Entrevistado F “...Creio que a formação ideal seria em música!!!”
Entrevistado H “...Há na rede professores de arte com habilitação musical.”
Entrevistado L “...Professor licenciado ou pós graduado em cursos afins.”
51
Entrevistado N “...Um profissional capacitado em música, é claro.”
Observa-se nas respostas dos entrevistados que as opiniões dividem-se em duas faces,
pois alguns acreditam que o profissional ideal deveria ter formação específica em Música, e
outros dizem que, basta o professor ter conhecimento e boa vontade para trabalhar a música em
sala de aula.
Entretanto, A resposta do entrevistado I, nos chama atenção pela sua afirmação:
Nota-se que o professor entrevistado I, levanta a questão de que a música está inserida
na aula de Arte, e em razão disso, fica impossível ter um professor exclusivo para a ministrar
cada uma das quatro linguagens, sendo essas: artes visuais, dança, teatro e música. E por esse
motivo, muitas vezes o professor de Arte se dispõe a trabalhar a música dentro das suas
possibilidades.
Outra questão colocada para os professores entrevistados foi: Seus alunos gostam de
música? Que tipo de música eles apreciam? Se há o desinteresse, é possível motivá-los? De que
maneira?
Entrevistado C “...Meus alunos são bem ecléticos e muitos tocam violino, piano,
guitarra.”
52
Entrevistado E “...Sim. Rock, funk, sertanejo músicas populares.”
Entrevistado G “...Os alunos gostam de música. Apreciam tudo o que lhes for
apresentado, principalmente os gêneros que trazem alegria.”
Entrevistado J “...Eles amam música. Procuro inseri-la em minha rotina diária. Toco
ritmos variados e também instrumentais.”
Entrevistado L “...Adoram. Sempre estão motivados a utilizar a música.”
Diante das respostas dos professores, nota-se que seus alunos gostam muito de
música, e sentem-se motivados por ela, no entanto alguns professores citam o estilo musical
que predomina no gosto dos alunos, como algo ruim ou negativo, pois o estilo mais apreciado
por eles é o “Funk”. Entendemos que essa preferência se dê pelo fato de que a mídia os
estimula a isso.
Mas, mesmo que as músicas escolhidas pelos alunos façam parte de uma indústria
cultural de baixa qualidade, tal fato não justificaria seu afastamento da sala de aula. Essas
músicas poderiam ser utilizadas como elementos pedagógicos de motivação ou, ainda, como
exemplos da própria indústria cultural, caso esse seja um assunto trabalhado em aula. De
53
qualquer forma, caso se pretenda criar um senso crítico e posturas criativas em nossos alunos,
ignorar esse enorme conteúdo musical tão familiar a eles não teria sentido pedagógico.
Com base nessa concepção, pode-se dizer que essa música preferida pelos alunos
precisa estar inserida nas atividades escolares, pois a escola e o professor, não deve ignorar o
que faz parte do cotidiano e da vivência de cada aluno, até porque, muitas dessas músicas
denotam parte da realidade e da identidade de cada um.
Entrevistado C “...A música, Como todas as outras linguagens são necessárias para a
formação do ser humano.”
54
Entrevistado F “...Poderia contribuir para atenuar a violência da mesma maneira que
alguns funks incentivam a violência. É uma questão de costume.”
Entrevistado G “...Sim, com atividades em conjunto, e práticas de canto e dança.”
Entrevistado I “...A música pode dar uma visão diferente para os estudante
estimulando o desenvolvimento social ideal.”
Em seguida, foi feita a seguinte questão: “O Brasil é considerado por muitos como um
país “musical”, de raízes e tradições bem musicais. Não há aí uma incoerência, ou seja, num
país de herança cultural tão rica, o cotidiano das escolas de ensino fundamental ser preenchido
pelo “silêncio” musical? Comente.”
Seguem as respostas:
Professor entrevistado A “...A expressão da música cultural do Brasil nas camadas
mais populares tem na expressão de origem africanas como o carnaval.Transforma de forma
negativa um ritmo de baixo valor agregado e pobre musicalmente , com cantorias de gritos e
tambores.”
Entrevistado B “...Concordo em ser rico musical por toda influência que recebeu e
recebe, porém ainda agimos como colonizados, engessados, falta profissionais que trabalhem
com amor, que continuem seus estudos, equipe gestora envolvida e encarando desafios nas
55
políticas públicas inovando o cenário escolar. as escolas têm que sair da zona de conforto, do
livro, lousa e aceitar que o mundo não parou.”
Entrevistado C “...O país é rico em muitos aspectos culturais que estão ausentes nas
escolas. A escola muitas vezes não se apresenta como espaço para criação e fruição dos
saberes.”
56
Entrevistado M “... É um absurdo! A Música está na vida da criança! É quase
impossível que uma criança fique quieta no momento em que escuta uma música. É como um
remédio injetado diretamente na corrente sanguínea!”
Entrevistado N “...Sim, há. Pois, os professores não tem senso crítico, nem memória
histórica e cultural para resgatar essas heranças, ninguém dá o que não tem.”
Pode-se notar nas respostas dos entrevistados que, que o silêncio musical e a falta de
atividades que envolvam a música na sala de aula deve-se a inúmeros fatores, dentre eles, a
forma como os profissionais envolvidos na área da Educação agem como cita o professor
entrevistado B:
A resposta acima demonstra parte da realidade vivida dentro das escolas municipais
de Santos, pois a falta de motivação dos professores e a acomodação em fazer sempre as
mesmas atividades, contribuem para que haja esse “silêncio” musical nas escolas. Além disso,
o entrevistado L ainda ressalta que embora haja professores interessados em inovar e realizar
atividades significativas “...falta espaço para discussão dessa utilização e planejamento para
fazê-lo.”
Por outro lado, o entrevistado K diz que “...Não há silêncio, pelo contrário, tem
música midiática , música da onda.” Essa fala nos leva a refletir que, a música está pouco
presente nas práticas dos professores em sala de aula, mas muito presente no cotidiano dos
alunos, em particular. O entrevistado K relata que há presença de música midiática, músicas
que estão fazendo sucesso naquele momento.
57
Professor entrevistado A “...A mídia brasileira passa aquilo que aumenta a sua
audiência e não diversifica seu conteúdo sendo extremamente pobre e por vezes repetitivas
com pseudos cantores e músicas, salvo exceções.”
Entrevistado B “...A mídia só emburrece as pessoas com lixo, imoralidade.”
Entrevistado D “...Traz as músicas com poucos valores e populares.”
Entrevistado E “...É a mídia que dirige a vida de todos sendo sempre dirigida pela
política que não deseja seres pensantes no momento.”
Entrevistado G “...A mídia impõe os ritmos mais fáceis de serem absorvidos pelo
cérebro. Quanto mais fácil, mais vezes o repetimos e mais será vendido. Linhas melódicas e
letras complexas exigem maior atenção e capacidade crítica mais apurada, que será apreciada
por um pequeno público seleto. Logo, a mídia investe no que é mais rentável, afastando
gêneros de maior qualidade e empobrecendo a música oferecida em massa.”
Entrevistado J “...Muita influência, porque a massa desses jovens o único lazer é ver
televisão e absorvem aquilo que veem.”
58
Entrevistado L “...A mídia é muito comercial e, normalmente, veicula conteúdo de
grande pobreza musical.”
Entrevistado M “... Atualmente, digamos que não temos uma cultura musical de
qualidade direcionada aos jovens. O que dificulta a ampliação de repertório musical. Como
exemplo a apreciação da música clássica.”
Além disso, a forma rígida como se trabalha na cerca o cotidiano do aluno levando-o a
se tornar mero executor de tarefas, distanciando-o da realidade exterior à escola e silenciando-o
na sua individualidade. Essa generalização e uniformização vai desde hábitos, gostos,
informações, preferências. Todos começam a fazer parte de uma massa globalizante e
homogênea, devida a proximidade de certos produtos, inclusive da música, sabiamente
veiculados pela mídia e pelos meios de comunicação.
59
Frente a todo esse panorama, vivenciado nas escolas de educação básica de Santos,
fechamos a entrevista com a seguinte questão: O que está faltando para que o ensino de música
retorne, efetivamente, às escolas de ensino fundamental? Você vê esta possibilidade?
60
da dança na escola e nas artes visuais . A meu ver há possibilidades para as quatro linguagens
citadas acima incluindo música como iguais, o que não existe é o interesse.”
Entrevistado N “...Consciência crítica, por parte dos educadores e gestores.”
61
Isso significa que, embora a música não faça parte do currículo escolar, ela está
presente como recurso didático nas práticas educacionais de algumas disciplinas. Pois o
professor a utiliza sempre que julga necessário, ainda que tenha dificuldades, ou que não se
sinta preparado para tal, ainda assim, arrisca-se para realizar um trabalho significativo para os
seus alunos.
Para compreender melhor como as práticas musicais acontecem nas escolas de
educação básica, foi necessário aplicarmos, além do questionário para professores, um
questionário direcionado aos alunos. Dessa forma, poderíamos comparar os diferentes pontos
de vista a esse respeito.
Análise dos dados do questionário dos alunos.
Gráfico 6- Alunos que já tiveram ou não aula de música. (Fonte: elaborado pela autora)
Nota-se que a grande maioria já vivenciou algum tipo de atividade musical, quer seja
dentro da escola ou fora da mesma, e isso é algo bastante positivo, pois percebe-se que há um
interesse por parte dos alunos em participar de atividades que envolvam práticas musicais.
Na sequência, foram questionados se gostavam de ouvir música. E, como pode-se
observar no gráfico 7, as respostas dos alunos foram unânimes, pois todos disseram que gostam
de ouvir música.
62
Gráfico 7- Representa a porcentagem de alunos que gostam de música. (Fonte: elaborado pela autora)
Esse fato, já é um fator extremamente positivo para a sua inserção nas atividades
escolares, pois normalmente os alunos gostam de desenvolver atividades diferenciadas e se
envolver a música, fica ainda melhor.
Em seguida, para compreendermos um pouco mais sobre a questão colocada acima,
foi questionado a respeito do que os motiva a gostarem de ouvir música?
Entrevistado G “...me acalma,faz com que eu me sinta bem.”
63
Entrevistado J “...Porque algumas músicas me relaxam e outras me deixam mais
elétricas.”
Entrevistado L “...por que é você consegue se expressar com ela quando você não
sabe usar as palavras direito.”
Entrevistado M “... por que eu me sinto mais leve.”
Percebe-se nas respostas dos alunos, que o fator principal que os motiva a gostar de
música está relacionado as suas emoções, pois relatam o prazer que sentem, alguns dizem se
sentir mais leve, outros por sentir-se bem, e tem aquele que se sente motivado a gostar de
música pelo fato de que através da música é possível se expressar, como disse o candidato L.
Segundo Réverbel (2002, p. 67):
O fato é que não se pode realizar atividade globais de expressão de sentimentos em
sala de aula, sem apelar para educação musical, já que ela oferece aos alunos
oportunidades de se auto-expressar-se, utilizando-se de elementos da arte musical.
64
Gráfico 8- Alunos que desenvolvem práticas musicais na escola. (Fonte: elaborado pela autora)
Diante do cenário representado pelo gráfico 8 observamos que metade dos alunos
tiveram a oportunidade de desenvolver práticas musicais, enquanto que a outra metade nunca
puderam participar de atividades que envolvessem música. Este gráfico confirma o que foi dito,
anteriormente, pelos os professores, pois alguns afirmaram que não se sentem seguros para
desenvolver atividades que envolvam a utilização da música.
Entrevistado A “...Sim. Porque de minha parte me ajuda a pensar melhor.”
Entrevistado D “...Sim , é divertido e interagimos com todos.”
Entrevistado G “...Sim,pois seria um momento no qual nós iríamos ter pra nós.”
65
Entrevistado I “...Sim,pois além de ser divertido para todos,ajuda na memorização de
certas disciplinas.”
Entrevistado J “...Sim, porque às vezes é bom fazer algo diferente.
Entrevistado K “...talvez, porque não faz diferença. Pode ser uma aula diferente, mas
não é muito importante.”
Entrevistado O “...sim porque tira a timidez de certos alunos.”
Entrevistado Q “...Sim porque o aluno fica mais interessado na matéria.”
Entrevistado R “...Eu acho que ter porque desenvolve bastante no aprendizado.”
Entrevistado S “...depende da área que a pessoa for trabalhar mas sim, seria bom.”
A maior parte dos alunos entrevistados, julga ser importante a utilização da música
dentro das disciplinas curriculares, e justificaram suas respostas dizendo que facilita o
aprendizado dos conteúdos, ajuda a inibir a timidez, desperta maior interesse do aluno em
relação ao conteúdo estudado e principalmente porque é algo diferente da rotina a qual estão
habituados.
66
Gráfico 9- Interesse dos alunos em aprender música dentro da escola. (Fonte: elaborado pela autora)
Por outro lado temos 7,1% dos alunos que disseram não estar interessados em
aprender música dentro da escola. Isso nos faz refletir a respeito da resposta que estes mesmos
alunos deram na questão anterior, quando todos disseram gostar de música. Se gostam de
música, o normal seria que quisessem aprendê-la dentro da escola. Pressupomos que, para estes
alunos, a rotina da escola seja tão rígida e engessada, que o estudar a música dentro desse
contexto, não seria algo agradável, mas entediante e massante.
A música deveria ser utilizada dentro das escolas como um recurso eficaz para o
desenvolvimento do aluno. Bastian (2009, p. 38) afirma que:
Todos os estudos empíricos atestam que, para 90% até 95% de todos os jovens,
ouvir música é o mais importante dos passatempos. Aquilo que, além da escola, é
tão importante e valioso não deveria ser ignorado e desdenhado pela escola e pela
política-cultural. E a razão para isso é evidente: às funções psíquico-evolutivas e
psíquico-social, bem como socioterapêuticas da música é que constituem sua
importância para vida cotidiana.
Considerando que grande parte dos alunos tem interesse em estudar música dentro da
escolas, questionou-se a respeito de qual tipo de música eles gostariam de estudar?
67
Entrevistado B “...rap.”
Entrevistado N “...na verdade qualquer tipo de som é legal.”
68
Gráfico 10- Representa os estilos musicais preferidos pelos alunos. (Fonte: elaborado pela autora)
Diante das respostas dos alunos, e da representação do gráfico 10, percebemos uma
preferência pelo estilo “funk”, o que vem ao encontro do foi dito pelos professores, quando
falaram a respeito da influência midiática. Cabe salientar, que nota-se um certo grau de
preconceito por parte dos professores em relação às preferências musicais dos alunos.
Entretanto, é necessário que haja uma democratização do ensino de música nas escolas
de ensino básico, pois ela está intrinsecamente relacionada ao principal desafio do nosso
sistema educacional, que é tornar possível a todos os alunos, o acesso ao saber, à cultura e à
arte, principalmente a clientelas mais carentes e marginalizadas, seja do ponto de vista
econômico, cultural ou social. Além disso, a escola precisa ser este espaço, uma vez que se faz
necessário reconhecer a sua pluralidade, a diversidade de abordagens, abrindo possibilidades de
interação, e não de conflitos, com os mais diversos fazeres musicais, construídos nos diferentes
contextos culturais.
Os alunos também responderam, como imaginavam que deveriam ser essas aulas de
música, dentro de sua escola. Seguem as respostas:
69
Entrevistado B “...canto, instrumentos, dança…”
Entrevistado H “...Com instrumentos e com um pouco de aula de canto.”
Entrevistado N “...ser legal e que tenha paciência com os alunos.”
Entrevistado O “...bem animada pois dificilmente teve uma aula de música aqui na
escola que me deixe a vontade e permitem ao aluno escolher estilos musicais.”
Entrevistado S “...aulas bem produtivas e ecléticas com os gêneros.”
70
As respostas descrevem situações extremamente agradáveis, pois os alunos dizem que
essas aulas poderiam ser animadas, que os alunos pudessem escolher os estilos musicais, que
tivessem instrumentos, que fossem divertidas e interessantes.
Então, nota-se que há o interesse por parte dos alunos em ter essas aulas diferenciadas
no dia dia, tem-se a impressão de que já estão entediados da rotina massacrante que vivem. Um
exemplo claro disso, é fato da aluna entrevistada R, ter respondido que gostaria que as aulas
fossem “bem produtivas”, talvez ele sinta que grande parte do que aprende na escola, não tem
sentido para sua vida, pois não sente que seja algo produtivo.
No entanto, a educação em geral, e nela incluindo a música, não como música pela
música, mas como instrumento de educação, sua presença pode surgir de forma dinâmica e
produtiva e, neste sentido, Koellreutter (1998, p. 41) acredita que:
Gráfico 11- Professores que desenvolvem ou não práticas musicais na escola. (Fonte: elaborado pela autora)
Observa-se no gráfico 11, que 76,2% dos entrevistados afirmam ter alguém na escola
que desempenha o papel de educador musical, ou que realiza práticas que envolvam a
utilização da música, mas 23,8% dos alunos, disseram não ter um profissional que realize
atividades musicais. Acredita-se que essas respostas estejam embasadas na figura do professor
71
de Arte, devido ao fato de que a música está inserida como uma das linguagens a serem
trabalhadas nessa disciplina.
Gráfico 12- Alunos que aprendem música dentro da disciplina de Arte. (Fonte: elaborado pela autora)
Como podemos observar, o fato de 33,3% dos alunos não desenvolverem atividades
musicais nas aulas de Arte, reforça a ideia de que uma parte dos professores, não se sentem
seguros ou capacitados para realizar uma atividade musical, talvez por falta de recursos
pedagógicos, ou até mesmo pela falta de formação, conforme alguns relataram em seus
questionários.
72
Gráfico 13- Professor que desenvolve práticas musicais na escola. (Fonte: elaborado pela autora)
Conforme podemos observar no gráfico 13, as respostas demonstram que, nas escolas
onde há a presença de práticas musicais, essas são realizadas pelo professor de Arte,
confirmando o que foi dito pelos alunos na questão anterior, quando 66,7%, disseram que
aprendem música na aula de Arte. Observa-se no gráfico que a música também é trabalhada em
atividades da disciplina de Inglês, por estagiários e na banda escolar.
O primeiro ítem chama atenção, pelo simples fato de que, embora a formação do
professor seja em Artes visuais, e não possua a polivalência das quatro linguagens: dança,
teatro, música e artes visuais, esse professor procura atender ao que é determinado pelos PCNs-
Parâmetro Curriculares Nacionais, esse professor procura desenvolver um trabalho pautado
nas quatro linguagens, dentre elas, a música.
De acordo com os PCNs - ARTE (1997, p. 29):
73
Diante desse contexto, temos uma parcela de professores que tentam trabalhar a
música em suas aulas, ainda que com dificuldades, e uma outra parcela que não se arrisca,
devido aos inúmeros fatores que citaram em sua entrevista.
Ainda sobre esse grupo de professores que não se arriscam, podemos dizer que eles
aparecem representados nos gráficos 12 e 13. O gráfico 12 representa os professores dos 33,3%
dos alunos que dizem nunca terem realizado atividades musicais na disciplina de Artes. E,
reaparecem no segundo item do gráfico 13, correspondendo aos professores que estão em sala
de aula, mas não desenvolvem práticas musicais em suas disciplinas.
Após terem respondido a essa questão, eles responderam uma outra que perguntava se
em suas escolas havia espaço disponível para a realização de atividades musicais. Podemos
verificar suas respostas representadas no gráfico 14, logo abaixo:
Gráfico 14- Escolas e espaço para a realização de práticas musicais. (Fonte: elaborado pela autora)
Podemos perceber que, mais uma vez o grupo aparece dividido, pois 54,8% dos
alunos disseram que em suas respectivas escolas há um espaço específico para práticas
musicais. Enquanto que, os outros 45,2% disseram que não. Isso demonstra que, nestas escolas
nas quais não há um espaço adequado para a realização de práticas musicais, essa prática
inexiste.
Mas tendo em vista que, 50% dos alunos responderam que em suas respectivas
escolas, havia um espaço destinado a essas práticas, perguntamos aos alunos: Quais tipos de
atividades musicais eram desenvolvidas?
74
Aluno entrevistado A “...nenhuma.”
Entrevistado I “...Análise musical, Arranjos de músicas, História da música.”
75
Entrevistado R “...Movimentação corporal.”
Gráfico 15- Práticas musicais desenvolvidas por alunos na escola. (Fonte: elaborado pela autora)
Mas o que nos chama atenção é o fato de que, no gráfico 15, a dança e o canto
predominam entre as práticas musicais desenvolvidas na sala de aula. Esse dado, reforça mais
uma vez a ideia de que a música é vista dentro da escola como uma atividade a ser realizada
somente em festividades e apresentações. Infelizmente, a música e as práticas musicais são
vistas como algo muito reduzido, e sem grande importância para a formação humana.
Neste sentido, Hentschke (1991, p. 56), diz que: “só a partir de uma reflexão crítica a
respeito dos seus fins, poderemos construir uma estrutura sólida como base de ação para a
prática efetiva de Educação Musical.”
76
Hentschke (1991, p. 58-60) identifica, alguns valores, sobre os quais a prática de
educação musical tem sido fundamentada ao longo dos anos. A autora aponta os valores:
sociais, estético, multi-cultural, psicológico e tradicional como valores e crenças que, ao longo
do tempo, foram apontados por diversas correntes de pensamento, e cada um está embasado
nas diversas áreas de conhecimento, e que refletiam em concepções da vida, do homem e da
Arte, dentre elas, a Música.
Entrevistado F “...Piano ou teclado, Violão, Aparelho de som, Televisão.
Entrevistado H “...Flauta doce, Aparelho de som, Televisão, Aparelho de DVD.
77
Entrevistado O “...Instrumentos construídos com sucata, Piano ou teclado, Flauta
doce, Televisão, Aparelho de DVD.
Gráfico 16- Recursos utilizados pelos alunos em práticas musicais escolares. (Fonte: elaborado pela autora)
78
Para finalizar a entrevista, foi feita a seguinte pergunta: É importante estudar música
na escola? Por quê?
E, como podemos observar as respostas foram bem diversificadas, observe abaixo:
Entrevistado C “...é importante sim, ajuda-nos em várias coisas, dentre elas a ajuda a
ter disciplina.”
Entrevistado H “...sim. por que é importante no desenvolvimento do corpo.”
Entrevistado K “...É muito importante por que querendo ou não você aprende pelos
menos as escalas musicais.”
Entrevistado M “... Por que além de ser legal é importante.”
Entrevistado N “...Porque a música serve para muitas coisas, inclusive para ensinar.”
79
Entrevistado Q “...Sim porque o aluno pode entender a matéria mais fácil.”
Gráfico 17- Alunos-a importância de estudar a música na escola. (Fonte: elaborado pela autora)
O gráfico 17 demonstra claramente que 78,6% dos alunos das escolas de educação
básica do município de Santos, julga ser importante aprender a música dentro de suas escolas.
Isso é um fator bastante positivo para que os professores incluam em seus planejamentos,
atividades que contemplem práticas musicais.
Além disso, os alunos justificaram essa importância relatando vários fatores como o
desenvolvimento da mente e do corpo, além de trazer um pouco mais de cultura para os alunos,
também facilita a aprendizagem e a interação entre eles.
Nas respostas acima, fica evidente que a música têm um importante papel no
desenvolvimento cognitivo e social dos alunos, pois além de contribuir para a aprendizagem,
ainda contribui para a construção das relações pessoais dentro e fora da escola.
80
É importante salientar que, o desenvolvimento de práticas musicais nas escolas de
educação básica, transformam a rotina e contribuem para com a aprendizagem de todas as
demais disciplinas do currículo, e além disso, faz com que as aulas se tornem interessantes
para os alunos.
Haja vista que, no mesmo gráfico 7,1% dos alunos disseram não saber opinar e 14,3%,
disseram que não achavam importante aprender a música dentro da escola. Entretanto essa
resposta nos leva a confrontar com a resposta do gráfico 7, pois neste, 100% dos alunos
disseram gostar de música. Mas agora, quando questionados sobre aprender a música dentro
da escola, eles dizem que não tem interesse.
Supomos que, isso se dá pelo fato de que estes alunos veem a escola com uma rotina
tão massacrante e entediante, que embora gostem de música, o ensino dela dentro desse
ambiente não seria algo que gostariam de fazer.
81
4 CONCLUSÃO
As respostas obtidas por meio do questionário online, foram fundamentais para se ter
um panorama de como a educação musical está sendo desenvolvida nas escolas de educação
básica de Santos, além disso, facilitam compreender quais fatores contribuem ou dificultam a
inserção da música nessas escolas.
A presente pesquisa teve como objetivos específicos fazer uma revisão bibliográfica
sobre o histórico da educação musical nas escolas de educação básica de Santos, e esta nos
deu a oportunidade de compreender como ao longo do tempo a educação musical foi sendo
desenvolvida nessas escolas.
Além disso, o instrumento de coleta de dados contribuiu para que nesta pesquisa,
pudéssemos conhecer quais eram as práticas musicais desenvolvidas em escolas de educação
básica no município de Santos. No gráfico 3, o qual consta os dados referente às respostas
dos professores, é possível identificar as diferentes práticas musicais desenvolvidas nas
escolas de educação básica deste município. É possível ainda, confirmar essas informações
82
no gráfico 15, no qual os alunos citam as diferentes atividades musicais desenvolvidas dentro
da escola.
Além dos fatores citados acima, um outro ponto bastante destacado pelos professores,
é o fato de que, nas faculdades, os alunos de licenciatura em Arte não recebem uma formação
específica em música, o que inviabiliza cada vez mais a inserção de práticas musicais na
educação básica.
Diante desses fatos, é possível comprovar a hipótese de que, nas escolas de educação
básica do município de Santos, não existem aulas específicas voltadas para o ensino da
música. Embora algumas dessas escolas disponham de recursos como piano, violão, flauta
doce e outros instrumentos, de acordo com os dados coletados, tanto professores quanto
alunos, relatam que não existe na grade curricular, um espaço específico para a educação
musical.
Mas cabe salientar que, parte dos professores de Arte, desenvolvem práticas musicais
com os alunos do ensino fundamental, práticas essas que abordam superficialmente o ensino
da música, sem aprofundar conceitos específicos. É possível notar ainda que, na maior parte
83
das escolas de educação básica a música está presente, mas com um outro foco. Pois de
acordo com os dados coletados, a música aparece frequentemente relacionada às festividades
escolares, em apresentações e danças. Isso confirma a hipótese de que muitas escolas
resumem as práticas musicais apenas à apresentações de datas comemorativas. Podemos
confirmar essa hipótese no gráfico 15, no qual os alunos afirmam que as práticas musicais
mais frequentes nas escolas de educação básica são a dança e o canto.
Diante disso e dos demais fatos citados acima, podemos confirmar a hipótese de que
as práticas musicais desenvolvidas na escola de educação básica, são realizadas por
professores que não possuem formação em educação musical, a falta de formação e de
conhecimento mais aprofundados, inibe parte dos professores, os quais recusam-se a
trabalhar com a música em suas aulas. Como podemos observar no gráfico 12 e no gráfico
13, o professor que mais insere práticas musicais na escola, é o professor de Arte.
84
4.1 RECOMENDAÇÕES, SUGESTÕES E DESDOBRAMENTOS FUTUROS
Esta pesquisa foi de grande importância para que pudéssemos compreender que
mesmo diante de tantas dificuldades, falta de valorização, falta de recursos pedagógicos e de
apoio de todos os lados, ainda existem professores que dedicam-se em fazer a diferença,
professores que veem a inserção da música na escola, como uma possibilidade para se
transformar os alunos em cidadãos melhores.
Espera-se que futuramente possamos ampliar esse estudo para todas as escolas de
educação básica do estado de São Paulo, a fim de que possamos conhecer o panorama da
educação musical nas escolas de educação básica do nosso estado, que possamos buscar novas
articulações desta e de outras pesquisas na área para a delimitação de novos desafios, novas
questões e possibilidades que embasam um trabalho com qualidade para promover, cada vez
mais, melhorias relacionadas às práticas musicais nas escolas de educação básica.
85
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89
APÊNDICE 1- TCLE
Ilustre participante,
___________________________ ____________________________
Vanessa Almeida dos Santos Lopes Guarujá, 29 de maio de 2017
(RA: 541281)
Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo de
consentimento.
______________________________________________________
Nome e assinatura do participante
______________________________________________________
Local e data
90
APÊNDICE 2- QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES
Questões direcionadas aos professores que atuam no ensino fundamental II nas escolas de
educação básica no município de Santos.
Sexo:__________________ idade: ______ Profissão: __________________
Leciona há quanto tempo? ____________
Qual é a sua formação?
( ) Educação artística
( ) Artes visuais
( ) Teatro
( ) Dança
( ) Educação Musical
( ) Educação artística com habilitação em música.
( ) Professor do ensino fundamental II de outra disciplina._________
( ) Pedagogia
Qual é o seu grau de sua formação?
( ) Superior completo
( ) Pós-graduação
( ) Mestrado
( ) Doutorado
Em que área de Santos fica localizada a escola na qual você trabalha?
( ) Área Continental ( ) Área insular ( ) Morros ( ) Zona Noroeste
Você utiliza a música em sua sala de aula? Justifique sua resposta.
A música favorece a sua relação com os alunos? Tornou mais prazerosa essa relação?
( )Sim ( )Não ( )Talvez
Que recursos você utiliza? Que atividades você desenvolve com seus alunos? Que critérios
você utiliza para selecioná-las?
Na sua escola há alguma atividade relacionada à música? Como ela é desenvolvida?
Você enfrentou algum tipo de dificuldade para trabalhar a música dentro da sala de aula?
Qual(is)? A que você atribui esses problemas? Como foram superados?
91
Que perspectivas você vê para a Educação Musical nas escolas hoje? E na sua escola, em
particular?
Por que razões a música não constitui hoje uma disciplina no currículo das escolas de ensino
fundamental?
A música deveria ser uma disciplina ou deveria estar presente apenas como um recurso
didático?
Como a educação musical deve ser desenvolvida nas escolas de ensino fundamental? Que
aspectos ela deve priorizar?
Como a música pode se relacionar com as demais disciplinas do currículo escolar?
O que é necessário para um professor trabalhar a música na escola (em termos de
conhecimento, de condições materiais, tempo, espaço, recursos técnico-pedagógicos)?
Quais tipos de atividades musicais são desenvolvidas dentro da escola de educação básica?
( ) Análise musical
( ) Arranjos de músicas
( ) Audição de músicas
( ) Canto
( ) Construção de instrumentos
( ) Composição ou criação de músicas
( ) Dança
( ) Execução de instrumentos musicais
( ) História da música
( ) Improvisação
( )Leitura e escrita musicais
( ) Movimentação
( ) Percepção e discriminação dos parâmetros musicais
( ) Outros. ___________________________________________
Quais os recursos que a escola de educação básica dispõe para o desenvolvimento de atividades
ligadas a educação musical?
( ) Instrumentos de percussão de som indeterminado
( ) Instrumentos construídos com sucata
( ) Instrumentos de percussão de som determinado
( ) Piano ou teclado
92
( ) Violão
( ) Flauta doce
( ) Aparelho de som
( ) Televisão
( ) Aparelho de DVD
( ) Material didático
( ) Outros
93
APÊNDICE 3- QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS
Questionário destinado aos alunos do ensino fundamental II das unidades municipais de ensino
de Santos.
Idade: ______ Ano/ Série:______ Sexo: ___________
Onde fica localizada a sua escola?
( ) Área Continental ( ) Área insular ( ) Morros ( ) Zona Noroeste
Você tem ou já teve aulas de música?
( )Sim ( )Não ( )Talvez
Gosta de ouvir música?
( )Sim ( )Não ( )Talvez
Por que você gosta de ouvir música?
Existe alguma atividade musical na sua escola?
( ) não ( ) sim. Quais? ________________________
Você acha importante a utilização da música nas disciplinas estudadas no currículo escolar?
Por quê?
Gostaria de ter aulas de música em sua escola?
( ) sim ( ) não
Que tipo de músicas gostaria de estudar em sua escola?
Como você imagina que deveriam ser as aulas de música na sua escola?
A escola dispõe de profissionais que realizam atividades musicais?
( ) sim, quantos ____ ( ) não
Você aprende algo relacionada à música dentro da disciplina de Artes?
( ) sim, cite algumas dessas atividades. ( ) não
Quem são as pessoas que realizam atividades musicais na sua escola?
Há espaço disponível para a realização de atividades musicais?
( ) sim. Onde é esse espaço?_________________________ ( ) não
Assinale quais tipos de atividades musicais são desenvolvidas dentro da sua escola?
( ) Análise musical
( ) Arranjos de músicas
( ) Audição de músicas
( ) Canto
94
( ) Construção de instrumentos
( ) Composição ou criação de músicas
( ) Dança
( ) Execução de instrumentos musicais
( ) História da música
( ) Improvisação
( )Leitura e escrita musicais
( ) Movimentação
( ) Percepção e discriminação dos parâmetros musicais
( ) Outros. ___________________________________________
Quais os recursos que a sua escola possui para o desenvolvimento de atividades ligadas ao
aprendizado musical?
( ) Instrumentos de percussão de som indeterminado
( ) Instrumentos construídos com sucata
( ) Instrumentos de percussão de som determinado
( ) Piano ou teclado
( ) Violão
( ) Flauta doce
( ) Aparelho de som
( ) Televisão
( ) Aparelho de DVD
( ) Material didático
( ) Outros
É importante estudar música na escola? Por quê?
95