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Vol.

22 — JANEIRO DE 1969 — N úm ero 1


Mensagem de Inspiração
Thomas S. Monson
Do Conselho dos Doze
[h M ( a à í ] ; I i
Publicação M ensal editada pela Igreja de
Jesus C ris to dos Santos dos Ü ltim o s Dias

ostumamos lem brar Davi como menino pastor divinam ente co­

C missionado pelo Senhor por interm édio do profeta Samuel. Pre­


firo recordá-lo como um rapaz honesto com coragem e fé para
enfrentar com incomensurável desvantagem ao gigante Golias, o fiils -
teu de Gate, arrostando-o quando os demais haviam hesitado, redi­
E ditor
H élio da Rocha Camargo

Redator
mindo assim a Israel. F. M áxim o
Seria aconselhável examinarmos detidam ente nossa própria vida
e considerarmos nossa coragem e nossa fé. Haverá um Golias em C entro E ditoria l B ra sileiro
R. São Tomé, 520 — V. O lím pia
nossa vida? Estará êle interpondo-se entre nós e nossa felicidade de­ CP 19079, São Paulo, SP
sejada? O nosso Golias poderá ser a fôrça opressora do cigarro, ou a Tel. 80-9675
sêde inextinguível de álcool. Poderá ser a língua irrefreável ou o im­
Estaca São Paulo
pulso egoísta que leva a desprezar aos pobres e oprim idos. A inveja,
R. Iguatem í, 1980, São Paulo, SP
a cobiça, o mêdo, a preguiça, a dúvida, o vício, o orgulho, a luxúria, o
egoísmo, o desânimo — representam Golias em nossa vida. M issão B rasileira
A batalha pela nossa alma im ortal não é menos im portante que a R. H enrique M o nteiro . 215, CP 862
São Paulo. SP — Tel. 80-4638
travada por Davi. O inim igo não é menos te rríve l, nem o auxílio de
Deus mais distante. De que maneira agiremos? Nossa causa é justa M issão B ra sileira do Sul
como a de Davi na antiguidade. Não fomos colocados na terra para R. Dr. Flôres, 105, 1 4 ° — CP 3071
fracassar ou ser vitim ados pelas armadilhas da tentação, mas para al­ Pôrto A le g re , RGS

cançarmos sucesso. Nosso gigante, nosso Golias, deve ser derrotado. M issão B ra sileira do N orte
R. Stefan Zw eig, 158, Laranjeiras
Rio de Janeiro, GB

M issão de C onstrução
R. Itapeva, 378 — Tel. 33-6761
São Paulo, SP
Neste Número
A Obtenção do Mais Alto Sucesso. David O. McKay .................... 3
Um Raio de Luz na Escuridão da Guerra. Gordon B. Hinckley . . . 5
A LIAH O N A — Órgão O fic ia l da Igreja de
Quatro Testemunhos sôbre o Livro de Mórmon ............................... 8 Jesus C ris to dos Santos dos Ü ltim o s Dias
Obediência à Lei. John H. Vandenberg ............................................. 9 em língua portuguêsa. acha-se re gistrad o
O Primogênito do Rebanho. Amy H illiard Jensen ............................. 11 sob o núm ero 93 do Livro B n.° 1, de M a­
tríc u la s de O ficin a s Im pressoras de Jornais
O Que Deseja Que o Ano Nôvo lhe Traga? ..................................... 15 e p e riódico s, conf. o Dec. 4857 de 9-11-1930.
Consternação na Cozinha. Helen Hinckley Jones .......................... 16
Ensino para Mudar Vidas. Clark D. Webb ......................................... 17 C om posto pela Linotipadora João A. Godoy,
R. A bolição . 263. F o to lito do te xto : A rt-C o lo r
O Programa de Atletismo da AMM ..................................................... 19
Ltda., R. Independência. 157/159. Im presso
Fidelidade à Verdade. Stephen R. Covey ......................................... 21 por L ito gráfica C om e rcial, R. ndependência,
O Samaritano. Suzanne Eyestone ....................................................... 23 213, São Paulo, SP.
Obra de Amor .......................................................................................... 24
D evido à orie ntaçã o seguida por esta revista,
Dois Conversos Falam Sôbre a Igreja. Ed Pruyn ............................... 25 reservam o-nos o d ire ito de pu blicar som ente
Quanto Deseja Pagar pelo seu Dinheiro? Melvin L. B r a in ................ 26 os artig o s s o lic ita d o s pela redação. Não obs­
Discursos da Primeira Presidência na Conferência Geral .............. 27 tante, serão bem -vindas tôdas as colabora­
ções para apreciação da redação e da equipe
A Liahona Mirim. Suplemento Especial nas páginas centrais
inte rnacio nal do "U n ifie d M agazine".

S ubscriçõ es: Tõda a correspondência sôbre


a ssina tura s deverá ser endereçada ao D epar­
tam ento de A ssinatu ras, C aixa Postal 19079,
São Paulo, SP. Preço da assinatura anual
para o B rasil: NCrS 6,00; para o E xterior
Capa sim ple s: USS 3,00; aérea: USS 7,00. Preço de
exem plar avulso em no?sa agência: NCrS
Das testemunhas do Livro de Mórmon, quatro ilustram a capa dêste 0,60; exe m plar atrasado NCrS 0.80. As m u­
danças de enderèço devem ser com unicadas
mês. Os bustos, à p artir da esquerda em cima: O liver Cowdery, David
indicando-se o an tigo e o nôvo enderèço,
W hitm er e M artin Harris, são da autoria de Ed Fraughton. O busto devendo-se aguardar 8 sem anas para o pro­
de Emma Smith, espôsa do Profeta, foi esculpido por Elaine Evans. cessam ento postal.
A Obtenção do Mais Alto Sucesso
Presidente David O. McKay
o m aravilhoso sermào que contem as bemaventuranças, o Salvador disse:

N “ Buscai prim eiram ente o reino da Deus e a sua justiça e tôdas estas coisas
vos serão acrescentadas.” (M ateus 6:33) Alguns estudiosos relacionam
“ estas co isa s” com as virtudes mencionadas nos parágrafos precedentes do ca­
pítulo, mas outros mais sábios as aplicam, como tudo o mais que êle disse, à
vida universal do homem.
ADMOESTAÇÃO A JUVENTUDE POR OCASIÃO DO ANO NÔVO
Neste Ano Nôvo, gostaria de aplicar os ensinamentos expressos durante a
vida do Salvador à vida de cada um dos filho s de Deus.
Jesus C risto não falou somente a uns poucos seguidores de então, mas a
tôda a humanidade. Assim , valho-me dessa admoestação para aplicá-la aos jo­
vens de tôda a parte: buscar prim eiro o reino de Deus e a sua justiça. Asse­
guro aos jovens que tôdas as outras coisas necessárias e proveitosas lhes serão
acrescentadas.
Associo essa im portante admoestação ao que em certa ocasião escreveu Sir
Humphrey Davy:
“ Se pudesse escolher entre tôdas as demais coisas, a que me parecesse ao
mesmo tempo a mais deleitável e proveitosa, preferiria a firm e crença religiosa
a tôdas as demais bênçãos.”
Escolhi essa citação em virtude dos têrm os “ a mais deleitável" e “ provei­
to sa ” . Há no mundo um número bastante grande de pessoas que procuram to r­
nar-se úteis por meios contrários à busca do reino de Deus. Em outras palavras,
a vida divide-se em dois grandes planos: o animal e o espiritual. Observando-se
atentamente o mundo que nos rodeia, chegaremos à conclusão de que a maior
parte das pessoas procura deleitar-se no plano animal, em vez de procurar o es­
p iritual. Após m uitos anos de experiência, digo-o de tbdo o coração, especial­
mente aos jovens, que a utilidade, o prazer, a alegria e a felicidade nesta vida
provêm da obediência à admoestação de Jesus C risto: Buscar em prim eiro lu­
gar o reino de Deus.
A FÓRMULA PARA O SUCESSO
Expressando os meus mais sinceros votos para êste ano que se inicia, digo-
lhes: “ Se pretendem alcançar sucesso com pleto e m aior satisfação mental, pra-

Janeiro de 1969 3
tiquem na vida diária os ideais do Evangelho de Jesus C ris to .” Não hesito em
afirmá-lo sem reservas, pois tenho a certeza de que o resultado será aquêle que
indiquei. Tornará nossos jovens filhos e filhas mais zelosos, estudantes mais
brilhantes, companheiros mais agradáveis, amigos mais leais, melhores mem­
bros da sociedade, e no futuro, pais e mães mais dignos, trazendo-lhes assim
maior sucesso no cum prim ento dos desígnios da sua criação aqui na terra.
Exorto aos estudantes a procurarem sobressair-se nas vocações e profissões
que escolherem, a serem mais eficientes, mais úteis ao próximo, a obterem maio
res alegrias pessoais. Seja qual fõr a profissão ou vocação escolhida, determ i­
nem-se a sobressair-se nela.
NOSSA VIDA É REGIDA PELO OUE PENSAMOS
Embora tenha recomendado aos estudantes que se sobressaiam nas p ro fis­
sões que escolherem, existe algo mais importante do que isto. É o que faz o
homem que serve à humanidade, é o que torna a mulher encantadora, amorosa
e dedicada aos que lhe são caros; aquilo em que o homem realmente acredita,
em que crê de todo o coração, que acalenta no decorrer da vida, que o orienta
na escola, no salão de baile, na sociedade e em tôdas as suas atividades: no lar,
na Igreja e no trabalho. Aquilo em que êle realmente pensa é que determ ina a
sua vida. Para mudarmos o homem, temos que mudar o seu modo de pensar. O
homem não pode ir além dos seus ideais. Poderá não alcançá-los, mas jamais
ultrapassá-los.
Paulo o exprime de outra maneira:
“ Porque a carne m ilita contra o espírito, e o espírito contra a carne, por­
que são opostos entre sí, para que não façais o que por ventura seja do vosso
q uerer.” (Gálatas 5:16-17)
É uma afirmação m uito significativa. Em seguida, Paulo enumera as ten­
dências da carne, as quais se manifestam na:
“ ...p ro s titu iç ã o , impureza, lascívia, idolatria, fe itiçaria s, inimizades, porfias,
ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções.
“ Invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das
quais eu vos declaro, como outrora já vos preveni, que não herdarão o reino de
Deus os que tais coisas praticam .” (Gálatas 5:19-21)
“ Buscai em prim eiro lugar o reino de Deus e a sua Justiça. isto se con­
segue pensando e vivendo segundo os frutos do espírito.
“ ...a m o r, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade.
“ Mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
“ E os que são de C risto Jesus crucificaram a carne, com suas paixões e con-
cupiscências.
“ Se vivemos no espírito, andemos também no espírito." (Gálatas 5:22-25)
UM GUIA SEGURO NO ÊRMO '
TerYipos atrás, li sôbre um guarda florestal que notou um cordão preso a
uma árvore e que se perdia numa densa floresta. Decidiu seguir o cordão a fim
de descobrir o que significava. Atravessou a vegetação rasteira, pulou galhos
caídos, prosseguindo com dificuldade até que finalm ente encontrou um caçador
tendo na mão o que restara de um rôlo de barbante. Indagando qual a serventia
dêle, o caçador respondeu: “ Soube de homens que se perderam nestes êrmos,
pelo que providenciei um meio de encontrar o caminho de volta, caso viesse a
me desorientar.”
Todos nós andamos mais ou menos a êsmo na floresta humana. Alguns per­
dem o senso de orientação; outros, mais sábios, possuem uma âncora e conse­
guem encontrar o caminho de volta, mesmo quando se desviam da rota ou ficam
confusos nos dédalos da sociedade humana.
Esta âncora é Evangelho de Jesus C risto e seus ideais. Felicidade, segu­
rança, caráter superior ao intelecto, resultam do apêgo a esta âncora. Sejam
fié is aos ideais de honestidade, virtude e castidade -— a âncora da vida, trazendo
paz e felicidade à sua alma, seguindo êsses ideais na vida diária. Sei que serão
mais felizes agindo dessa forma. Não é uma crença nem uma admoestação. Tôda
a alegria, tôda a felicidade poderá pertencer-lhes se apegarem-se aos ideais esta­
belecidos por Jesus C risto:
“ Buscai em prim eiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e tôdas estas
coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33)

4 A LIAHONA
Um Raio de Luz
na Escuridão da Guerra
Gordon B. Hinckley
Do C onselho dos Doze

comovedor testemunho do Presidente McKay Mas a despeito dos males e tragédias, vejo um raio

O sôbre o Senhor ressurecto, proferido esta ma­


nhã, tocou meu coração e emocionou-me pro­
fundamente. Espero que ninguém aqui presente jamais
esqueça êste testemunho do nosso Profeta.
argênteo ilum inar o sombrio e sangrento quadro dêsse
co nflito . Vejo o dedo de Deus colhendo algo de bom
dos desígnios m aléficos do adversário. Vejo surgindo
dêsse conflito, da mesma forma como o testemunhei
em outros na Ásia, o engrandecimento da obra do Senhor.
Se me fô r concedida a inspiração do Senhor, quero
usá-lo como tema. Há pouco tempo estive em Saigon. O pequeno taxi
desmantelado nos levou por uma rua lamacenta até o
Falei anteriorm ente sôbre a guerra do Vietnam dêste local de reunião do ramo de Saigon. Já era noite, a fôrça
mesmo púlpito. Gostaria de que me fôsse perm itido elétrica fôra cortada, como acontece freqüentem ente, e
voltar ao assunto por que sei que está na mente e no a escuridão sob o pesado aguaceiro era opressiva.
coração de milhares de concidadãos nossos, cujos f i­
lhos lá se encontram. O bem-estar dos nossos entes O caminho e stre ito que levava até o local de reu­
queridos é o fardo constante dos nossos pensamentos e niões transform ara-se num riacho. Contornando-o por
orações. Mesmo as demais nações preocupam-se bas­ um trecho de terreno um pouco mais elevado, veio uma
tante com a guerra. pequena figura, de guarda-chuva aberto, para nos cum­
prim entar. Ao abrir a porta do taxi, reconheci o Irmão
Ninguém que tenha estado no Vietnam, como fiz por Minh, élder da Igreja de Jesus C risto dos Santos dos
várias vezes, e que tenha sentido, ainda que em pequena Ú ltim os Dias, o p rim eiro vietnam ita a receber o sacer­
parte, o terrível infortúnio daquela terra, poderia deixar dócio de Melquisedeque.
de incluir em suas orações diárias uma súplica pela paz.
Esta guerra, como as demais, está repleta de males hor­ Abrigados no alpendre, êle nos pediu permissão
ríveis e tragédias inenarráveis. Não pretendo m inim izar para traduzir o Livro de Mórmon para o idioma nativo.
nenhum dêles. Perguntei-lhe de que forma encontraria o tempo neces­

Janeiro de 1969 5
sário para fazer êsse trabalho. Seu emprégo lhe to ­ cheguem a um acõrdo honroso, que promova a causa
mava longas horas de trabalho tedioso. Respondeu que da liberdade e da justiça, e garanta a influência da­
algum dia o Evangelho teria que ser pregado em seu queles que amam a liberdade. . .
país, então o povo iria necessitar do testemunho do
Livro de Mórmon, e que de um modo ou de outro, ar­ "Santo Pai, m uitos homens justos, portadores do
ranjaria o tempo necessário. Falava inglês e lera o Livro teu sacerdócio, vieram a êste pais em virtude da guerra,
de Mórmon, sentiu o seu e spirito e tinha a certeza de e enquanto aqui, procuraram estabelecer a tua divina
que seus compatriotas também seriam tocados se pu­ obra nesta parte da terra. Partilharam o Evangelho do teu
dessem lê-lo em seu próprio idioma. Filho com seus companheiros, irmãos americanos e o
povo vietnam ita. Com gratidão testemunhamos o ba­
Estou convencido de que, como o Irmão Minh, há e tism o de alguns dêles. Por isso sentim os ser conve­
haverá m uitos naquela terra que algum dia aceitarão a niente agora, mediante a autorização a nós concedida
mensagem do Evangelho restaurado. Não sei quando pelo teu profeta, a quem ungiste e designaste para
será, mas tenho certeza de que tal dia virá e que os d irig ir a tua obra nestes dias, dedicar esta terra e in­
esforços dos nossos filhos que lá estão em serviço m i­ vocar as tuas bênçãos sôbre ela.
lita r tornarão possível que isso aconteça. Sem a pre­
sença dêles eu teria pouca esperança para os próximos Assim , vimos a ti, no exercício do santo sacer­
cinqüenta anos. dócio e pela autoridade do santo apostolado em nós
investido, dedicamos e consagramos esta terra do V iet­
nam do Sul à pregação do Evangelho de Jesus Cristo,
Gostaria de narrar uma experiência sagrada e ins-
restaurado através do Profeta Joseph Smith Oue daqui
piradora. No dia 30 de outubro de 1966, um domingo,
por diante. Pai, esta terra possa sentir uma dimensão
mais de 200 membros da Igreja reuniram-se no últim o
andar do Hotel Caravelle, no centro de Saigon. Foi uma maior do teu espírito, para que o coração do seu povo
reunião inspiradora com discursos proferidos pelo Élder e dos seus lideres seja tocado. Oue êles possam abrir
seus corações à pregação da verdade e recebam o Evan­
Marion D. Hanks, Presidente Deith E. Gardner e outros.
gelho do teu Filho, e que aquêles que tenham estas bên­
Ao falar como últim o orador, senti-me inspirado a de­
dicar aquela terra à pregação do Evangelho, tendo para çãos, sintam em seus corações uma nova urgência de
isso recebido autorização do Presidente McKay. partilhar com os demais os grandes dons, poderes e au­
toridades que têm e que receberam de t i . . .

Visto que a oração de dedicação foi proferida numa “ Abre o caminho para a vinda dos missionários, e
reunião pública, penso não ser im próprio repetir aqui faz com que o trabalho dêles seja frutífe ro , trazendo
uma parte das palavras que me foram inspiradas naquela grande e duradouro proveito para a vida do povo.
ocasião:
“ Para isto buscamos tuas bênçãos neste dia santi­
“ Ó Deus, Pai Eterno, com coração humilde, reu- ficado, ao nos curvarmos diante de ti, reconhecendo com
nimo-nos hoje, nesta terra do Vietnam, país lacerado coração agradecido a tua bondade para c o n o s c o ... em
pela guerra, destruição e dissenções. Reunimo-nos no nome de Jesus C risto, A m ém .”
nome do teu Filho, Jesus C risto, Príncipe da Paz, para
invocar tua benção e s p e c ia l... No momento ainda não temos missionários regula-
res naquêle pais, e não sei quando será possível enviá-
“ Temos visto em outras regiões da Ásia a ma­ los. Mas tenho certeza de que tal dia chegará. En­
neira pela qual tens convertido a mão e a obra do ad­ quanto isso, civis e m ilitares estão partilhando o Evan­
versário para o bem e a bênção de muitos dos teus gelho e ensinando-o aos que os procuram, sem desres­
filhos, e agora rogamos que derrames o teu espirito peito a qualquer regulamento oficial.
sôbre esta terra. Imploramos, Pai nosso e nosso Deus,
que os corações dos líderes em luta entre sí seja to ­ Através dos seus esforços o trabalho da Igreja está
cados pelo espírito de compreensão; que lhes dês a sendo estabelecido em diversas regiões, inclusive o re­
conhecer que todos os homens são teus filhos, e por­ gistro legal da Igreja na Tailândia. Duvido que isto t i­
tanto irmãos; e que implantes em todos êles o desejo vesse se tornado possível sem o concurso dos mem­
de trabalharem pelo térm ino dêste grande co nflito ; que bros devotados e capazes que lá se encontram em v ir­

6 A LIAH O N A
tude da guerra. Oue o Senhor os abençoe pelo desejo nentes, tanto os grandes como os humildes, os ignoran­
que têm de partilharem os preciosos dons do Evangelho. tes e os instruídos, receberam as palavras da vida eterna
e que lhes foi concedido o poder do sacerdócio eterno
Tenho me impressionado pelos sacrifícios da nossa do Filho de D e u s .. . ” (Journal of Discourses, V. 8, p. 7).
gente em prol da construção de casas de oração em
muitas partes do mundo, mas nunca fui tão tocado como Não estou defendendo a guerra dêste púlpito. Não
ao testemunhar a reação à sugestão feita pelo nosso pre­ existe resposta sim ples para ela; os problemas são
sidente regional no Vietnam, um oficial do Exército, há complexos, vão quase além da nossa compreensão. Pro­
dois anos. Sugeriu que os nossos irmãos que já esta- curo apenas chamar a vossa atenção para êsse raio ar-
vam pagando seus dízimos, contribuíssem com seu soldo gênteo, embora tênue, mas que irradia a esperança,
adicional de combate para um fundo de construção. Isto iluminando o quadro sombrio da guerra; isto é, o esta­
representa a quantia extra recebida pelos homens em belecim ento de uma cabeça de ponte, ainda que pe­
serviço de campanha. Os homens do ramo de Saigon quena e frág il, mas que, de alguma forma, mediante os
contribuíram com mais de 3.000 dólares num único do­ m isteriosos caminhos de Deus, será fortalecida e da
mingo, e no espaço de trin ta dias, no Vietnam todo as qual futuram ente emanará a grande obra que afetará
ofertas chegaram a mais de 18.000 dólares. Onde mais para m elhor a vida de m uitos dos nossos irmãos.
em todo o mundo poderíamos encontrar m aior expres­
Essa maravilhosa congregação será o fruto da se­
são de fé do que a dêsses m ilitares que deram à causa
mente plantada durante os sombrios anos de guerra,
da paz o dinheiro que receberam por riscos de campa­
quando portadores justos do sacerdócio, civis e m ili­
nha? Êles o deram para a construção de edifícios que
tares, pelo exemplo das suas vidas e pela inspiração
nunca chegarão a usar ou mesmo ver, mas que algum dia
beneficiarão o povo cuja liberdade ajudaram a preservar. dos seus ensinamentos, lançaram os alicerces sôbre
os quais se estabeleceu a grande obra.
Oue o Senhor os abençoe por sua generosidade, e
que a paz do Senhor conforte os corações dos seus pais Gostaria de ler um trecho de uma carta recebida
de um dos nossos irmãos no Vietnam:
apreensivos e a flitos, que implantara 1 e cultivaram nos
filhos a fé que hoje irradia calm am ínte numa região "Há dias, em Phu Bai, observei um jovem, mem­
bro da Igreja, lendo o livro Uma Obra Maravilhosa e
obscurecida pelas lutas.
Um Assombro, (para que pudesse ensinar aos que por­
Espero que alguns pais entristecidos devido a que ventura o interpelassem a respeito da Igreja). O livro
seus filhos não puderam fazer missão em virtude da estava imundo, assim como as suas mãos, mas não
convocação para o Serviço M ilita r, sintam-se mais con­ chegou a reparar na sujeira, pois estava imerso na
fortados com a certeza de que seus filhos podem exe­ le itu ra .”
cutar um eficiente trabalho por meio do seu exemplo e
que estão ajudando os Filhos do nosso Pai Celestial que Ao procurar visualizar êsse jovem soldado de in­
fantaria em sua imunda farda de campanha, estudando
vivem naquela parte do mundo. Sôbre isto não tenho
o Evangelho logo após te r voltado de uma patrulha
dúvidas.
pela selva, dois quadros delinearam-se na minha mente:
Tenho presenciado o protótipo do que irá suceder o lar no qual fôra criado, onde se ora constantemente
ao testemunhar o desenvolvim ento desta obra em ou­ por sua segurança; e o dia em que as nuvens da guerra
tras nações antigas da Ásia: Coréia, Formosa, Okinawa, se desfarão, e haverá paz naquela terra, congregações
Filipinas, Japão; onde agora já contamos com mais de edificadas sôbre os alicerces lançados por êsses nos­
25.000 santos dos últim os dias, erguendo o véu das tre ­ sos irmãos que agora lá se encontram. Êsse dia virá,
vas em países onde o Evangelho terá que ser pregado disso estou certo.
algum dia.
Que o Senhor abençoe os nossos fié is irmãos na
Na semana passada li uma interessante declaração Ásia, e nos conceda a visão que nos perm ita ver além
de Brigham Young, que dizia: dêsse dia negro, o dia em que, em virtude dos gran­
des serviços que prestaram, seu reino nos últim os dias
“ Serei m uito fe liz quando souber que os povos do possa inclu ir muitas almas naquela parte da terra. É
arquipélago das índias O rientais (que entendo serem os o que peço hum ildem ente, em nome de Jesus Cristo.
países do sudeste asiático) e de tôdas as ilhas e co nti­ Amém.

Janeiro de 1969 7
Quatro Testemunhos Sôbre o Livro de Mórmon
O Livro de Mórmon foi escrito em delgadas placas de ouro que permaneceram ocul­
tas na terra até serem entregues ao Profeta Joseph Smith. Transcrevemos aqui os testemu­
nhos de quatro pessoas às quais foi dado a conhecer que o livro é de origem divina e que sua
tradução foi inspirada por Deus.

Em ma espôsa do Profeta Joseph Smith:


“ Creio que o Livro de Mórmon é de autoria divina — quanto a
isso não tenho a menor dúvida. Estou convencida de que nenhum*
homem poderia tê-lo escrito se não por inspiração; pois, ao trabalhar
como escrevente, vosso pái (Joseph) ditava horas a fio; e ao retomar
o trabalho, após as refeições ou depois de ser interrom pido, êle ime­
diatamente prosseguia no ponto em que parara, sem rever o manus­
crito ou que alguém lhe lesse qualquer parte dêle. Isto acontecia ha­
bitualmente. Seria pouco provável que um homem erudito conseguisse
fazê-lo; para uma p e sso a ... tão pouco instruida quanto êle seria sim ­
plesmente im possível. . . (Joseph Smith III, “ Last Testimony of Sister
Emma," Saints Advocate, Vol. 2 (October 1879) p. 52)

Martin Harris
“ Eu sei que o Livro de Mórmon é autêntico. .. Sei que as placas
foram traduzidas pelo dom e poder de Deus, pois sua voz nô-lo de­
clarou; portanto sei com certeza que a obra é autêntica. Pois certa
vez não tive sôbre meus joelhos durante uma hora e meia as placas
enquanto conversava com J o s e p h ...? Sim, tive-as. E tôdas as pla­
cas traduzidas por Joseph Smith, eu as manuseei com minhas' pró­
prias mãos, uma por uma.” (M illennial Star, Vol. 21, p. 545)

Oliver Cowdery
“ Eu escrevi, com minha própria caneta, todo o Livro de Mórmon
(exceto umas poucas páginas) conform e saía da bôca do Profeta
Joseph Smith, quando o traduzia pelo dom e poder de D e u s ... Êle
contém o Evangelho eterno, e foi entregue aos filho s dos homens em
cumprim ento do que fôra revelado.” (M illennial Star, Vol. 21, p. 544)

David Whitmer
“ Aconteceu em fins de julho de 1829. Joseph, O liver Cowdery e
eu estávamos reunidos quando o anjo as m o s tro u ... Elas nos foram
mostradas da seguinte maneira: Joseph, O liver e eu estávamos sen­
tados numa tora quando fomos engolfados por uma luz mais gloriosa
do que a do sol. No meio da lu z ... apareceu uma mesa sôbre a qual
havia muitas p la c a s ... eu as v i . .. e pude ouvir distintam ente a voz
do Senhor declarando que os registros das placas do Livro de Mórmon
foram traduzidos pelo dom e poder de Deus. (M illen ia l Star, Vol.
43. p. 437)

8 A LIAHONA
f \
o
Bispado
Presidente

Fala

v
à Juventude Sôbre Obediência
a
O
falecido produtor cinem atográfico Cecil B. De
M ille disse certa vez: “ Não podemos quebrar
os Dez Mandamentos, podemos apenas quebrar
Lei
a nós mesmos de encontro a ê le s . . . " Hoje em dia,
.vemos ao nosso redor algumas pessoas que quebraram
a si mesmas e a suas vidas de encontro às leis de Deus
e às leis do país. O objetivo da Igreja é o de evitar
que as pessoas destruam suas vidas pela violação das
leis que foram estabelecidas como salvaguarda contra
danos e pesares. O principal propósito da lei, genéri-
camente falando, é não somente o de prevenir proble­
mas mas também proporcionar orientação para o de­
senvolvimento.

As palavras que se seguem são conhecidas pela


maioria dos rapazes:

“ Pela minha honra, prometo fazer tudo ao meu al­


cance a fim de cum prir com o meu dever para com Deus
e para com o meu país, e obedecer à Lei dos Esco­
teiros; a sempre auxiliar o meu próximo; a conservar-
me fisicam ente forte, de mente alerta e moralmente
limpo."

Esta é uma das muitas leis destinadas a propor­


cionar orientação para uma vida digna e produtiva.
Guardando a lei de Deus e do país, o jovem conse­
guirá manter-se “ fisicam ente forte, de mente alerta e
moralmente lim po."

Ninguém conseguirá sobressair-se em qualquer


atividade a não ser que obedeça às leis que a regem.

Janeiro de 1969
0 plano de Satanás fracassará porque viola a lei va-se dos seus mais preciosos direitos de cidadão. Os
eterna. Carlyle o exprim iu m uito bem quando disse: registros da sua sentença permanecem e as sombras da
“ Tôdas as grandes inteligências obedecem respeitosa­ dúvida quanto ao seu caráter e à sua integridade perma­
mente a tudo que lhes seja superior; somente as al­ necerão também. Jamais poderá receber um passa­
mas pequenas são contrárias.” porte e nenhum outro país o adm itirá como residente.

A obediência à lei é o princípio básico do pro­ Jamais poderá assum ir um cargo governamental, e
gresso. O cientista, por exemplo, só consegue enviar os cargos de confiança para os quais se exige uma carta
uma nave à lua quando leva em conta as leis físicas de fiança provàvelmente não estarão ao seu alcance.
que governam o universo. Da mesma forma, somente Mesmo retendo a sua cidadania, não terá o d ireito de
obedecendo às leis de Deus é que conseguiremos su­ votar. E quando a nação convocar os seus jovens para
perar nossas fraquezas da m ortalidade e finalm ente o serviço m ilita r, êle estará excluído.
receber as bênçãos da exaltação. O Senhor declarou:
Existem aquêles que consideram a lei de Deus e as
“ Há uma lei, irrevogàvelm ente decretada nos céus,
leis do homem como fontes permanentes de conflito e
desde antes da fundação dêste mundo, na qual se ba­
restrições. Êste é um ponto de vista imaturo, digno so­
seiam tôdas as bênçãos.
mente de uma criança. A maturidade deveria levar o
indivíduo a reconhecer que a obediência às leis nos per­
“ E quando de Deus obtemos uma bênção, é pela
m ite viver acima delas e livrar-nos das dôres e pesares
obediência àquela lei na qual a bênção se baseia.”
que provêm da violação.
(D&C 130:20-21)
A verdadeira liberdade é, na verdade, o produto da
Enquanto a obediência à lei é obviamente neces­
obediência a princípios e leis corretas. Isto nunca foi
sária à obtenção do progresso, a desobediência tem o
tão claramente m anifesto como na vida do nosso Sal­
efeito contrário: leva-nos à regressão. Saul, o bri­
vador. Nenhum outro homem viveu tão livre como êle.
lhante jovem que foi ungido pelo profeta Samuel para
Em virtude da sua obediência à vontade do Pai, conse­
ser o rei de Israel, era um líder prom issor. Ao apre­
guiu superar as fraquezas da vida m ortal, que geram os
sentar Saul ao povo, Samuel disse: "Vêdes a quem o
problemas do resto da humanidade. Seus sofrim entos
Senhor escolheu? Pois em todo o povo não há nenhum
no Getsêmani e na cruz, em obediência à vontade do
semelhante a êle. Então todo o povo rompeu em g ri­
Pai, tornaram possível a nossa liberdade. E através da
tos, exclamando: Viva o R ei!” (1 Samuel 10:24)
obediência, êle foi “ aperfeiçoado e tornou-se o autor da
Infortunadamente, Saul foi vitim ado pelo seu pró­ salvação eterna para todos os que lhe obedecem.”
prio orgulho; veio a pensar que como rei estava acima (Hb. 5:9)
da lei. Em certa ocasião arrogou-se o ofício do pro­
Como membros da Igreja, os jovens deveriam obe­
feta e ofereceu um holocausto ao Senhor. Quando soube
decer a Deus e afastarem-se de qualquer raciocínio ou
o que acontecera, Samuel disse-lhe: "Procedeste nés-
filoso fia que defenda a desobediência à lei, sejam quais
ciamente em não guardar o mandamento que o Senhor
forem os m otivos que tal ideologia pareça advogar. Deus
teu Deus te ordenou; pois teria agora o Senhor con­
declarou: “ Que nenhum homem desobedeça às leis da
firm ado o teu reino sôbre Israel para Sempre.
terra, pois o que guarda as leis de Deus não tem neces­
“ Já agora não subsistirá o^ teu reino. O Senhor sidade de desobedecer às leis da te rra .” (D&C 58:21)
buscou para si um homem que lhe a g ra d a ..." (1 Sm.
13:13-14) A desobediência à lei, seja por rebeldia malévola,
por discordar dela ou por sim ples imprudência, sempre
Se Saul tivesse obedecido à lei de Deus, poderia colhe as mesmas tempestades e revela imaturidade.
ter sido um grande rei. Contudo a sua desobediência Por outro lado, a obediência às leis da terra e de Deus
lhe trouxe logo longos períodos de melancolia e solidão. é sinal de verdadeira maturidade. Como disse Robert
Finalmente, durante uma batalha contra os filiste u s em E. Lee: “ Não poderemos ser verdadeiros homens sem
Gilboa, Saul suicidou-se lançando-se sôbre sua própria aprendermos a obedecer.”
espada.
Recentemente, um pai foi entrevistado pelos repór­
Hoje em dia alguns jovens pensam que podem des­ teres sôbre seu filho. Não porque seu filho recebera al­
respeitar a lei. Essas pessoas insensatas procuram con­ guma honraria especial, mas por ter sido acusado de
trola r os outros quando nem mesmo aprenderam a con­ um crim e. A voz do pai ao falar com os jornalistas de­
trola r a si mesmas. As estatísticas mostram que o nú­ notava profunda depressão; tudo que conseguiu dizer
mero de presos adultos está decrescendo, enquanto que foi: “ Êste é o dia mais tris te da minha vida."
as prisões de menores têm aumentado.
As estatísticas indicam que esta cena trágica não
Poucos dêsses jovens se dão conta do prêço da de­ é mais um acontecimento isolado. E no entanto, o crime
sobediência às leis. Tal prêço comumente é tido como e a ilegalidade entre a juventude, e o sofrim ento e a an­
o encarceramento; contudo, vai m uito além disso. Ainda gústia dos pais poderiam ser virtualm ente eliminados se
que o jovem sentenciado seja beneficiado com a sus­ esta lei promulgada no Sinai, há muitos séculos, fôsse
pensão da pena e não precise ir para a penitenciária, p ri­ respeitada: “ Honra a teu pai e a tua m ã e ... ” (Ex. 20:12)

10 A LIAHONA
0
Primogênito
do Rebanho
Am y Hilliard Jensen

J
á é tarde, a casa está quieta e as crianças apron­
tam-se para dorm ir. Mesmo Paul, que nos ú lti­
mos meses, após a morte do pai, tem enchido
as noites com a sua presença, já está deitado devido
aos exames trim e stra is que irá enfrentar na Univer­
sidade.
Sento-me à meia luz, recordando o que se passou
no escritó rio do bispo esta tarde. Falamos sôbre a m is­
são de Paul, e agora me pergunto: Teria êle adivinhado
o que se passava realmente no meu coração? Eu dis­
sera as coisas certas: “ A decisão caberá a êle, bispo.
Conversaremos sôbre o assunto e orarem os.” Mas In­
tim am ente eu gritava em rebelião: Não, é muito cedo!
Jamais dissera “ não” , sempre dissera “ s im ” , ou
“ farei todo o possível." A parte financeira poderia ser
resolvida de uma forma ou de outra, e, para Paul, seria
maravilhoso. Mas o que fariam Susan, Jimmy e Joe sem
o seu irmão mais velho a quem adoravam? E onde po-
eu encontrar fôrças para mandar meu filh o em
logo após a morte do pai? Êle era o primogê-
do nosso rebanho. De que forma poderia suportar
partida?
essas palavras evocam memórias e
a primavera na casa de apartamentos amarela
A primavera em que encontrei a Igreja, ou
re i a mim mesma.
L1»

“ Jennie, sin to m u ito . Eu realm ente


não sa b ia .” Levantou meu queixo
trê m u lo de licadam ente. “ Agora va­
m os, maninha, s o rria ."
Ocorrera aqui em Seattle, pouco antes da guerra. lado. “ Bill e eu fazemos odontologia." Depois voltou-se
Tinha 17 anos de idade e estava enamorada de um rapaz para mim e sorriu.
de olhos castanhos chamado Roger. Êle era tão incons­ Mamãe observou: “ Vocês poderiam levar o carro
tante como o clima de Seattle, mas justam ente devido para a garagem? Assim descarregariam a bagagem perto
a jamais poder ter certeza de que gostava de mim, o en­ do apartam ento.”
cantamento aumentava. Quando o carro contornou ruidosamente a esquina,
Mamãe, em quem se resumia a minha fam ilia, ad­ Roger apontou para a placa. “ Parece que seus amigos
m inistrava o edifício de apartamentos de estilo pseudo- são de U tah.”
espanhol com seus compridos corredores sombrios e a “ Você tem razão.” comentou mamãe. “ Bem tenho
vista para o estreito de Puget, onde morávamos. que por mãos à obra, passe bem Roger. Você vem,
Certo dia, no início da primavera, Roger apareceu Jennie?"
no colégio e acompanhou-me até em casa. Demoramo- “ Já vou, mamãe. Roger, por que você não fica tam ­
nos defronte à larga porta de entrada conversando sô­ bém? Talvez mamãe lhe arranje algum trabalho.” Não
bre o baile da primavera da universidade onde êle se es­ estava falando por falar, não queria que êle se fôsse.
pecializava em matemática. A porta já se fechara, mas Roger baixou a voz:
“ Não me sinto à vontade perto da sua mãe, querida.
Não me convidara ainda ao baile, mas tinha a cer­
É melhor eu ir andando.” Tentei não dem onstrar a m i­
teza de que o faria. Segurava os seus livros descuida­
nha mágoa. “ Então está bem ,” disse-lhe.
damente, apoiando-os contra o quadril, encostado contra
o muro revestido de estuque amarelo enquanto eu sen­ Agarrou a minha mão e apertou-a. “ Talvez eu te­
tava-me na escada. Era uma ocasião agradável. Fre­ lefone." Depois, começando a afastar-se, acrescentou:
qüentemente Roger implicava comigo, sabendo quanto “ Sabe, é melhor cuidar-se com êsses indivíduos. Pro-
eu gostava dêle. “ Sabe, na minha classe há uma ruiva vàvelmente são m órm ons.” Antes que eu pudesse res­
maravilhosa chamada G inger", disse certa vez. “ Puxa, ponder, desapareceu dobrando a esquina e desceu a
seria capaz de me interessar por e la !" Embora suas pa­ rua assobiando.
lavras não‘me tivessem ofendido, magoei-me por êle ter Roger tinha razão quanto a isso. Lyle e Bill eram
notado Ginger e por meus cabelos serem de um casta­ mórmons. Mas não tínhamos que ficar de ôlho neles.
nho comum. Após terem ocupado o apartamento por algum tempo,
mamãe comentou: “ Acho êsses dois os jovens mais
Mas naquele dia estava bem-humorado e falávamos
sim páticos que já conheci.”
sôbre a faculdade. “ Dentro de um ano você também
estará lá", comentou. “ Então carregarei os livros para Sabia porque pensava assim. Éramos vizinhos da
você.” Um dos seus raros sorrisos formou covinhas nas universidade, freqüentem ente tínhamos inquilinos estu­
suas faces, e quando o via assim, não chegava a notar dantes. Mas algumas vêzes havia bebedeiras, traziam
que sua bõca denotava certa fraqueza de caráter, como moças para o apartamento ou deixavam-no sujo. Lyle e
mamãe observara certa vez. Bill eram diferentes. Freqüentavam a escola e a Igreja,
lavavam suas roupas, cuidavam da limpeza e escreviam
Então inclinou-se para mim: “ Você será a minha
cartas para casa. Quando iam às compras, geralmente
namorada, Jennie,” disse. Meu coração, apanhado de
ofereciam-se para levar mamãe, apesar de que ela sem­
surpresa, quase parou e depois disparou fazendo o san­
pre me encarregasse disso.
gue subir ao rosto. Foi então que a porta verde se abriu
e mamãe apareceu. Nos sábados cuidavam da roupa. A máquina de la­
var do prédio era um velho monstro manhoso que exi­
“ Olá, Roger,” disse sorrindo brevemente. “ Jennie,
gia um níquel a cada quinze minutos, por isso, na p ri­
preciso da sua ajuda. Aluguei o apartamento do sub-solo
meira vez que pretenderam usá-la, desci para mostrar-
e os novos inquilinos chegarão a qualquer momento. Ne­
lhes como manejá-la. E ali, na lavanderia cheia de va­
cessitarão de louça e utensílios de cozinha.” No mesmo
por das roupas molhadas, ouvi falar, pela prim eira vez,
instante, um velho Dodge azul parou rangendo na faixa
sôbre as verdades do Evangelho.
de estacionamento debaixo do nosso velho sabugueiro.
É lógico que já conhecia algo sôbre os mórmons,
Mamãe saiu, o rosto iluminado por um sorriso ca­ pelas aulas de história e por um film e que vira. Ouvira
loroso. “ Bem, então conseguiram ch eg ar!” Depois nos falar de Brigham Young, do caso dos pioneiros e do
apresentou: “ Jennie, êste é Lyle Holbrook. .. e êste é Grande Lago Salgado. Mas não sabia nada sôbre suas
Bill Smith. Rapazes, esta é minha filha e aqui, Roger crenças. Não sei porque o têrm o “ m órm on” sempre sig­
Daniels.” nificara para mim uma seita estranha, soando alienígena
Êle é simpático, pensei, enquanto os rapazes cum­ como o têrm o “ budista".
primentavam-se. Fôra Lyle que chamara minha atenção. “ Falem-me um pouco sôbre sua relig iã o ,” pedi-lhes,
Tinha cabelos escuros e seus olhos eram um pouco tra ­ pouco me importando que pudesse parecer uma curio­
vessos, mas suas maneiras eram tão francas que me sidade infantil. Êles o fizeram e foi uma hora maravi­
senti uni pouco vexada com Roger, que nunca parecia à lhosa. Agora, sempre que ouço a história das placas de
vontade quando não estávamos sozinhos. ouro, revejo os dois jovens, em velhas camisas de ma­
“ Você está cursando a universidade?” Perguntou lha, contando-me a origem do Livro de Mórmon, enquanto
Lyle a Roger. “ Estou,” respondeu êste com o olhar ve­ passavam a roupa pelos rolos compressores.

12 A LIAHONA
A roupa ficou pronta m uito antes de conseguirem “ O que há com você? Você esteve esquisita esta
satisfazer a minha curiosidade. “ Por que você não vem noite," disse-me. “ Aquêle mórmon não está querendo
conosco à Igreja no próximo domingo, junto com sua intrometer-se, não é?" Eu sabia que se referia a Lyle.
mãe?" Propôs Lyle. “ Sempre temos visitantes e penso “ Não diga bobagens.” Afastei-me indignada. “ Êle
que vocês irão gostar." está por demais ocupado com os estudos para pensar
Ouase deixei de ir, pois Roger dissera que talvez em garotas. Mas, na verdade, êle é um sujeito simpá­
telefonasse no domingo. Mas mamãe insistiu: "Fran­ tico. Fêz missão de dois anos para a Igreja."
camente Jennie, você vive sonhando com êsse rapaz!
“ Dois anos!" Observou Roger. “ Eu jamais desisti­
Será ótim o se êle telefonar e não encontrar você em
ria de dois anos da minha vida a fim de ser m issio­
casa.” nário! "
Assim, fomos à Igreja Mórmon. Era um prédio ve­
Olhei para êle. Seu p erfil, da testa até a bôca, des­
lho e gasto, uma sede da Legião Americana, não uma
tacava-se como uma silhueta escura, mas algum jôgo
verdadeira igreja. Mas lá dentro, como a madrepérola
de luz fundiu o queixo numa sombra disform e. “ Roger,”
no interior da concha áspera da ostra, reinava um es­
indaguei, “ Você não leva nada a sério?"
pírito luminoso. Nunca ouvira cantar daquela maneira.
E o serviço religioso, tão sim ples que mesmo as crian­ Êle riu. “ Claro que sim, preocupo-me comigo
ças podiam participar, comoveu-me tão profundamente mesmo."
que fiquei sentada com lágrimas escorrendo pelas fa­ "Oh, Roger! Isto não é brincadeira." Meus olhos
ces. Foi estranho, mas sentia-me em casa. ardiam cheios de lágrimas. Procurou acercar-se e eu
Mamãe não falou muito, mas pude sentir que o es­ o repeli violentam ente.
p írito também a tocara. Uns poucos dias mais tarde, ela “ M uito bem." Fêz um longo silêncio quebrado so­
convidou Lyle e Bill para jantarem. Não puderam de­ mente pelo ruido do limpador de parabrisa. “ A propó­
morar-se, mas durante a refeição, conversamos sôbre a sito, pretendia dizer-lhe algo." Suas palavras soaram
Igreja e seus princípios. frias e distantes como a chuva lá fora. “ Convidei Gin­
“ Não consigo entusiasmar-me com o dízim o", ob­ ger para o baile da universidade. Temo que seja um
servou mamãe. “ Dez por cento dos rendimentos pare­ pouco requintado demais para você.”
ce-me uma quantia m uito elevada. Tratando-se de pes­ Depois recuou 'o carro para a estrada e levou-me
soa abastada, claro, o caso pode ser outro." para casa.
Lyle sorriu: “ Parece-me muito, eu sei. Mas as bên­ Na manhã seguinte, ainda meio adormecida, relem ­
çãos que provêm do pagamento do dízimo simplesm ente brei o acontecido. Roger deixara-me em casa sem uma
não podem ser calculadas em têrm os de dinheiro. desculpa, sem um adeus. E o orgulho impedira que eu
Quando estive em missão, costumava explicar que o dissesse algo.
verdadeiro dízimo é oferecermos ao Senhor as prim ícias Contei a mamãe o que acontecera. Seus belos
de tudo quanto possuímos. Não apenas dinheiro, mas olhos castanhos demonstraram o pesar que sentia por
também nosso tempo e nossas fôrças." mim, mas eu sabia que Intimam ente sentia-se aliviada.
Quão estranho parecia ouvir tais coisas duma pes­ “ Haverá outros rapazes,” comentou.
soa tão jovem, na verdade, somente alguns anos mais
Mas eu não conseguia esquecer tão fàcilmente.
velha do que Roger. Procurei imaginar o que êle diria,
Como um dedo faltando na mão, havia um vazio que ma­
pois nunca havíamos conversado sôbre religião, sempre
goava. Enchi páginas e páginas do meu diário e rabis­
parecia querer recuar quando eu tentava falar de as­
cava poesias fúnebres. Ia ao cinema com as amigas e
suntos sérios.
voltava para casa correndo e perguntava se alguém te­
Roger procurou-me naquela noite, após Lyle e Bill lefonara. E quando encontrava casais de namorados an­
terem-se ido. “ Consegui o carro do meu pai," disse-me. dando de mãos dadas, voltava cuidadosamente o olhar
“ Vamos dar uma volta." Meu pulso acelerou-se, talvez para o lado oposto.
me convidasse para o baile da universidade.
Lyle deve ter sabido do que acontecera. Certo dia
Peguei um agasalho, pois havia chovido, abracei
ao encontrar-me varrendo a calçada, observou: " Ânimo,
mamãe ignorando seus olhares sérios e saí precipi­
Jennie, você é uma garota bonita demais para abater-se
tadamente. Primeiro fomos jogar boliche e tudo es­
dessa fo rm a .” Sorri agradecida. “ Por que você e sua
tava perfeito. Então chegaram uns companheiras de
mãe não vem novamente conosco à Igreja?"
Roger e estragaram tudo. Como pode gostar dêles?
Perguntei-me tentando não ouvir suas observações gros­ Nós o fizemos, e mais uma vez foi como se tivesse-
seiras. mos chegado em casa. Não tardou em transformar-se
Depois fomos de carro até um penhasco de onde num hábito: Escola Dominical, Reunião Sacramental,
podíamos avistar os navios fundeados no pôrto com reunião da AM M . Algumas vêzes ia com mamãe ou en­
suas luzes cintilando por entre a garôa. Roger chegou tão uma das novas amigas vinha buscar-me. Várias vê­
mais perto. Eu estivera pensando no jantar com Lyle e zes fui em companhia de Lyle e Bill. Encarava-os como
Bill, e nas respostas que haviam dado às nossas per­ os irmãos que tanto desejara ter.
guntas. Então, sentindo o cheiro penetrante de fumo Repentinamente tudo mudou. Certo domingo de
no seu hálito, voltei o rosto. maio dei-me conta de que não pensava em Roger havia

Janeiro de 1969 13
várias semanas. Quando sentia o perfume das glicínias desejava pôr no papel e avaliar. Levou-me algum tem ­
ou ouvia uma canção de amor no rádio, sempre me pa­ po mas enfim cheguei à conclusão que não estivera real­
recia estar pensando em Lyle. mente apaixonada por Lyle. Acontecera apenas que êle
Senti-me chocada. Êle sempre me tratara amigàvel- era o tipo de pessoa que eu desejava amar algum dia.
mente, mas nada além disso. Pus-me a imaginar se Quanto a Roger, não tinha certeza. Às vêzes pensava
acaso êle supunha que eu ainda gostava de Roger, ou nêle, mas com cuidado, como se toca uma ferida re-
que era moça demais? Talvez existisse mais alguém. cém-cicatrizada.

Mas eu não queria pensar assim. Meu coração ro­ Então certa noite êle apareceu. Era bem do seu fe i­
mântico estava repleto de sonhos. Levava-os comigo tio agir como se tudo entre nós continuasse como dan­
para a escola e com êles retornava para casa. À noite, tes. Foi depois do jantar, num sábado à noite, e queria
enquanto lavava a louça, procurava fazer poesias men­ que fôsse dançar com êle. “ Estou nadando em dinhei­
talmente. Às vêzes, andando de manhã, a felicidade ro ,” disse-me, batendo no bolso trazeiro e sorrindo in-
interio r parecia uma carga elétrica que tinha que esca­ sinuante como nos velhos tempos.
par através das pontas dos pés e dos dedos. “ Lamento, Roger," repliquei, “ mas já tenho outros
Então, certa manhã de .sábado, Lyle veio ao saguão planos.”
procurar a caixa de correspondência no momento em Olhou-me melindrado. “ Olhe, Jennie," falou mansa­
que eu pegava a nossa. Tirou as cartas da sua caixa. mente, “ sinto m uito não haver telefonado. Sabe, eu
Procurei falar naturalmente. “ Cartas de casa, Lyle? Su­ nunca cheguei a sair com Ginger. Suponho que e sti­
ponho que a sua namorada lhe escreve, não?” vesse apenas com ciúmes daquele camarada lá debai­
“ Naturalmente, tôdas as semanas,” respondeu le­ xo." Seus olhos escuros ainda tinham o poder de me
vantando os olhos da carta que estava abrindo. Pros­ comover.
seguiu, sorrindo francamente: “ Não sabia que você se Por um momento hesitei. Isto poderia ter sig n ifi­
importava." cado tanto para mim há um mês. Tive vontade de cho­
Imediatamente meus olhos encheram-se de lágri­ rar. Mas agora era tarde demais. O que me oferecia
mas. Engolindo desesperadamente, não consegui falar. era como dar um colar de imitação a quem já viu uma
Lyle que voltara a ler a carta, ergueu novamente o olhar, pérola. Como poderia contentar-me com menos?
ainda sorrindo. Logo a sua expressão tornou-se séria. “ Sinto m u ito ,” repliquei, “ hoje pretendo ir a uma
Baixei os olhos, contudo o mal estava fe ito. Naquele festinha da AM M . Sabe, decidi tornar-se um santo dos
breve instante, cada um de nós falara do fundo do co­ últim os d ia s.”
ração.
E assim nos despedimos, Roger sorrindo forçada-
Com voz gentil, disse: “ Jennie, sinto m uito. Eu mente, o que magoou mais do que êle poderia imaginar.
realmente não sabia.” Levantou meu queixo trêm ulo de­
licadamente. “ Agora vamos, maninha, s o rria .” Conse­ A noite já vai adiantada e eu estou cansada de
gui arremedar um sorriso e tentei encontrar algo espi­ tanto recordar. Amanhã o bispo telefonará e eu estou
rituoso e engraçado para dizer, mas em vão. Fiquei ali preparada, pois agora me pergunto o que teria sido da
parada, sorrindo e fungando. minha vida se não tivesse conhecido Lyle Holbrook:
Deu-me seu lenço, olhando delicadamente pela ja­ Não creio que tivesse chegado a me casar com Ro­
nela enquanto eu enxugava meus olhos. “ Sabe, Jennie, ger, mas quem sabe? Houve um tempo em que eu com­
um dos princípios mais maravilhosos é o casamento para parava a vida a um rio que, de uma forma ou de outra,
a eternidade. É algo que aprendi desde pequeno. M es­ desemboca no oceano, não importa que direção tome.
mo antes de fazer missão, já sabia quem eu desejava
Assim , também nós acabaríamos voltando à presença de
desposar. Você é m uito parecida com e la .”
Deus. Mas isto nem sempre corresponde à realidade.
Voltou-se e repentinamente arrepiou meus cabelos.
Um rio nascente, desviado do seu curso natural pode se­
"De fato, espero que antes que o velho Roger perceba
car ou perder-se num charco de águas estagnadas.
o que perdeu, você se filie à Igreja." Falou- em tom
casual, mas os seus olhos continham uma indagação. Por isso, meu coração volta-se com gratidão para
Lyle Holbrook e para a Igreja, que envia jovens como
Afinal consegui falar. “ Uma vez m issionário, sem­ êle a pregar o Evangelho por todo o mundo. Pois foi
pre m issionário." Rimo-nos juntos. Voltei ao apartamento na Igreja que encontrei meu espôso Jim e nela nos ca­
enquanto Lyle descia as escadas para o seu. samos para o tempo e pela eternidade.
Teria sido tão fácil deixar de freqüentar a Igreja Agora, o prim ogênito do rebanho recebera um cha­
mórmon. Embora tenha sido tão bondoso, a recusa de mado. Haverá alguém, seja onde fôr, esperando pela
Lyle humilhara-me m uito mais que o fora de Roger. Con­ mensagem que êle levará? Se assim fôr, então êle tem
tudo, eu sabia que se me afastasse da Igreja por causa que fazê-lo. O Senhor me concedeu vinte anos da vida
de Lyle, ou melhor, por causa do meu orgulho, estaria do meu filho , dois anos são uma retribuição bem pe­
perdendo algo que se tornara m uito precioso para mim. quena. Quando o bispo telefonar, Paul terá orgulho em
Os dias foram passando. Continuei escrevendo no dar-lhe a sua resposta. Quanto a mim, já fiz a minha es­
meu diário, pois ocorriam-me m uitos pensamentos que colha naquela noite em que me despedi de Roger.

A LIAHONA
14
0 Que Deseja que o Ano Nôvo lhe Traga
VOCÊ DESEJA P A Z ?
Então terá que sentí-la em sua própria alma. C rie em seu lar um céu de se­
renidade, livre de confusões e desordem. “ A minha paz vos dou," disse o Sal­
vador. A ceite êsse dom e obedeça à sua vontade a fim de que possa obtê-lo.
VOCÊ DESEJA A L E G R I A ?
Então deixe a felicidade da bondade, do viver os mandamentos impregnar a
atm osfera em que vive. “ Os homens existem para que tenham alegria." Aceite
êsse dom com a compreensão da parte que lhe cabe em tornar sua vida feliz.
VOCÊ DESEJA A M O R ?
Então seja amorosa e amável. Não tema exprim ir seu amor em palavras e
ações. Aumente sua capacidade de amar, servindo ao próximo. A ceite o dom do
amor que Deus lhe concede, pois êle próprio é o amor.
VOCÊ DESEJA T E M P O ?
Então aprenda a dar-lhe mais valor e usar com mais sabedoria as horas, m i­
nutos e mesmo os segundos. Conseguir o tempo necessário para fazer tudo o
que desejamos depende somente de nós. A ceite êsse dom do tempo.
VOCÊ DESEJA O P O R T U N I D A D E S ?
Então dê atenção às possibilidades mais próximas. Se você deseja progredir
pessoalmente, amplie seu horizonte, crie suas próprias oportunidades para estu­
dar, observar, crescer. A ceite êsse dom das oportunidades e trabalhe para obter
o que deseja.
Queridas irmãs, oramos para que vocês obtenham neste ano tudo o que de­
sejam para o seu próprio bem. Esperamos que obtenham neste NÔVO ANO, paz,
alegria, amor, tempo e oportunidades, juntam ente com todos os ânseios justos
dos seus corações. Que as bênçãos do nosso Pai C elestial acompanhem vocês.

PRESIDÊNCIA GERAL

M arianne C. Sharp B elle S. S pafford Louise W. Madsen


1 * C onselheira P residente 2 a C onselheira

Janeiro
aquele dia, reinava consternação geral na cozinha da sede da estaca,

N pois a gelatina de legumes não “ queria tom ar form a". Tudo estava pronto
— deliciosos pãezinhos salpicados de tom ilho, alecrim e orégano; ponche
fe ito de suco de maçãs e gengibirra, sôbre o qual boiava uma porção de moran­
gos gigantes; doces, leves como nuvens; pudins deliciosos. Mas de que serviriam
tôdas estas guloseimas se em menos de duas horas noventa irmãs estariam al­
moçando e a salada com gelatina teria que ser servida em tigelas e comida com
colher, porque estava mole.

Consternação na Cozinha
Helen Hinckley Jones

“ A salada de gelatina não endureceu." A informação sussurrada sugeria


mesmo uma calamidade nacional. Êste almõço era importante. A junta da So­
ciedade de Socorro da estaca pretendia homenagear os oficiais e professoras das
alas, após a últim a reunião de liderança do ano.
A salada apresentava uni aspecto perfeito, de um rosado delicado e carre­
gada, todos o sabiam, de coisas deliciosas como pequenos camarões, creme de
leite, cebolinhas picadas, etc. Mas todos que sacudiam uma das doze fôrmas ou
tentavam examinar a consistência com a ponta da faca, concordavam pesarosos
— “ ela não endureceu."
As irmãs, — tôdas elas cozinheiras perfeitas, menos uma — estavam em
pânico pois não costumavam fracassar.
“ Bem, terem os que sair e conseguir alface e atum para prepararmos nova
salada," decidiu Silvia.
Finalmente, um tanto tím ida e humilde, a cozinheira inexperiente se fêz ou­
vir. Ela estava acostumada com surpresas desagradáveis. Quando a sobremesa de
gelatina não endurecia, ela a usava para fazer um ponche e servia-o com bis­
coitos. Quando um creme, ou pudim de tapioca ou sagú recusava-se a tomar
corpo, ela o empregava como molho sôbre talhadas de pera em conserva. Se
o bolo ficava m uito úmido, servia-o em fatias salpicadas de açucar; se estivesse
ressecado, tarnsformava-o em pudim acompanhado de creme de limão. Quando
provava seu bôlo de carne e via que ainda estava meio crú, partia-o em fatias
que grelhava com um pouco de môlho para churrasco. A gelatina inconsistente
não lhe parecia uma emergência, nem mesmo um desafio incomum.
“ Compre alface, agrião e outras verduras frescas que puder encontrar no
mercado mais próximo. Pique-as e arrume-as misturadas, regando tudo com a
gelatina" sugeriu.
“ Iremos tôdas à cerim ônia de abertura e agiremos como se nada houvesse,”
ordenou Cecília. E assim fizeram. Mas durante o período de instrução uma das
irmãs saiu para comprar as verduras.
“ Não contem a ninguém o que aconteceu com a salada," Silvia exigiu. Mas
naturalmente um segrêdo tão bom não pode ficar guardado. "Esta é a melhor
salada que já provei," comentavam as irmãs. "Que môlho de salada mais deli­
cioso! Podem dar-nos a receita?”
O sucesso é uma coisa maravilhosa — e é natural que o procuremos. Mas
talvez necessitemos de algumas gelatinas que não querem tomar corpo para que
aprendamos a transform ar a derrota em vitória. Talvez a nossa engenhosidade
viesse a definhar se nunca tivéssem os que enfrentar situações inesperadas. M ui­
tas im portantes descobertas científicas foram feitas através de pequenos enga­
nos que alteraram o método ou a composição, resultando num produto nôvo.
Um velho provérbio diz: “ Nada melhor que o sucesso." A expressão oposta
desta mesma verdade poderia ser: “ Nada pior que o fracasso." Mas isto não
está certo. Não há nada que desenvolva nossa engenhosidade, nossas habilida­
des como uma “ uma gelatina que não tomou corpo," e nenhum sucesso nos parece
tão doce como o que provém de um quase fracasso.

is A LIAHONA
ESCOLA DOMINICAL
Ensino Para Mudar Vidas
Clark D. Webb

Há dois mil anos, assim disse Jesus Cristo: A maior parte do aprendizado parece ocorrer em
“ Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará três etapas identificáveis: experiência — pensamento —
no reino dos céus, mas aquêle que faz a vontade de ação. Primeiramente, temos impressões sensoriais:
meu Pai que está nos céus.” (Mateus 7:21) olhamos, ouvimos, cheiramos, provamos, tocamos, reco­
lhemos fatos. Estamos buscando. Então pensamos sô­
m 1905, quando era superintendente assistente bre essas experiências: debatemos, sopesamos valores,

E da Escola Dominical da Estaca Weber, David O.


McKay escreveu sôbre a ajuda que se deve pres­
procuramos conselho, oramos, estabelecemos metas,
buscamos inspiração divina, internalizamos valores es­
tar aos alunos para que pratiquem o conceito da lição.
Disse então: “ Não é suficiente conhecer o bem, é pre­
p irituais. Formamos conceitos. Finalmente, aplicamos
os conceitos e princípios que aprendemos: aproveita­
ciso praticá-lo.” Sessenta e seis anos mais tarde, o mos as oportunidades para fazer aquilo que sabemos
psicólogo V ictor B. Cline, após te r comprovado que a ser preciso fazer, fazêmo-lo entusiasticam ente, refrea-
conduta religiosa visível dos grupos sociais (inclusive mo-nos quando necessário, fazemos o que acreditamos
dos santos dos últim os dias) “ não tem quase nenhuma ser o certo. Estamos agindo.
relação” com a prática da verdadeira caridade cristã, Acentuar o te rce iro passo no processo de apren­
escreveu: “ Isto certam ente indica que os professores dizado — aplicação — consiste em ajudar os alunos a
terão fracassado totalm ente, se o que ensinarem às “ fazer a vontade do Pai." As lições deverão te r como
crianças e aos adultos não mudar em nada as suas v i­ objetivo não o sim ples conhecimento do conceito, mas
das para m elhor." sim a ação dos alunos demonstrando o conhecimento.
As implicações dessa afirmação são claras: Não é Freqüentemente os professores creem que é isso o que
o conhecimento do Evangelho que salva, mas a prática estão fazendo e que não precisam m odificar seu método
do que êsse conhecimento nos revela. O que estão fa­ a fim de in clu ir esta idéia. Mas comparemos algumas
zendo os professores da Escola Dominical para ajuda­ afirm ações de professores que ilustram a diferença en­
rem os alunos a viverem conform e o seu entendimento? tre o ensinar para m odificar vidas e ensinar para modi­
O Propósito dêste artigo é o de sugerir um meio con­ ficar conhecim entos. O professor está concluindo a
creto pelo qual se possa conduzir os alunos “ ao cami­ lição, observe-se as duas maneiras de abordar o as­
nho da ação", como o exprim iu o Pres. McKay. sunto:

PARA MODIFICAR O PARA MODIFICAR VIDAS


CONHECIMENTO
1. “ Irmãos, temos que ajudar nos- 1 ■ “ Irmãos, já que concordamos em que devemos fazer algo de concreto
sos companheiros de quórum." para ajudarmo-nos mütuamente, o que sugerem?"
2. “ Todos nós devemos fazer ora- 2. “ Se vocês ainda não costumam fazer a oração fa m iliar regularmente,
ção fa m ilia r.” estariam dispostos a dar o p rim eiro passo para alcançar essa meta
3. “ Assim , vemos que prestar hoje mesmo, reunindo a fam ília a fim de orarem juntos?"
serviço ao próxim o é um dos 3. “ Sônia, o que você pretende fazer por alguém esta semana para de­
mais im portantes princípios m onstrar que entendeu o princípio da prestação de serviço?”
do Evangelho." 4. “ Crianças, contem-me algumas maneiras de dem onstrar amor pelos
4. “ Bem, meninos e meninas, as­ p a is ... E agora pediremos a cada um de vocês que escolham duas
sim vocês viram como é im ­ coisas que farão na próxima semana a fim de provar que amam a seus
portante obedecer aos pais.” pais.”

Janeiro de 1969 17
O ensino que m odifica o conhecim ento depende Esta ênfase quanto à conduta dos alunos pode to r­
quase que exclusivam ente do emprêgo de palavras para nar-se bastante compensadora. Poderá reduzir a ten­
que o aluno consiga o entendimento desejado pelo pro­ dência que têm os professôres de considerar que seus
fessor. O ensino destinado a a lterar a conduta utiliza alunos aprenderam um conceito quando sabem discorrer
as palavras não tanto para tra n sm itir conhecimento, mas sôbre o mesmo. A capacidade de falar acêrca da ora­
sim para induzir à ação, para ajudar os membros da ção ou da obediência não garante, necessàriamente, que
classe a fazer o que devem. A prática constitui a única a pessoa seja devota ou obediente. As palavras são
maneira eficiente de aprendizado. apenas símbolos que representam uma reaiidade; no en­
O ensino destinado a m odificar a vida levará o mes­ sino da Igreja, não serão nunca a própria realidade.
tre a indagar sèriam ente: “ O que fará a pessoa que
Nossa religião não é somente uma idéia. É um
realmente entendeu o conceito que tento ensinar?" Isto
caminho.
é, como agirá um santo dos últim os dias depois de “ en­
tender" o que significa oração, arrependim ento, casa­ No próximo mês apresentaremos algumas recomen­
mento no templo, poder do Sacerdócio ou qualquer ou­ dações específicas sôbre como estabelecer as metas
tro princípio do Evangelho? O que fará de diferente das das lições para que ajudem os alunos a viverem o Evan­
outras pessoas que não possuem tal entendimento? gelho.

Acompanhamento ao Õrgão para as Jóias Sacramentais

Darw in K. W olford

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-Jóias Sacramentais para Janeiro-

ESCOLA DOMINICAL SÊNIOR ESCOLA DOMINICAL JÚNIOR


“ Porque eis que esta é a Minha obra e Minha glória: pro­ "Amarás o teu próximo como a ti mesmo."
porcionar a imortalidade e a vida eterna ao homem." (Mateus 22:39)
(M oisés 1:39)

18 A LIAHONA
Programa de Atletismo da

Igreja prega que tôdas as pessoas devem viver

A uma vida bem equilibrada. Certamente um im­


portante fator no alcance dêsse equilíbrio é o
descanso e desenvolvim ento físico proporcionado pela
participação no atletism o e desportos. De grande im­
portância também é a ênfase dada ao espírito esportivo
nas competições, sejam de caráter individual ou em
grupo.

As competições para rapazes de tôda a Igreja rea­


lizadas anualmente em Salt Lake C ity, incluem “ soft-
ball", basebol, basquete, volibol e golf. Os torneios da
Igreja têm reunido participantes de m uitos países.

A fim de ajudar a preencher um dos importantes


objetivos da Associação de M elhoram entos Mútuos —
proporcionar recreação espiritualizada para os membros
da Igreja — organizam-se competições esportivas em
todo o mundo. Sempre que se organiza uma A. M. M.,
as competições dos desportos predominantes na re­
gião devem ser estabelecidas.

Pesquisas realizadas nos últim os anos demonstra­


ram que o programa esportivo da Igreja proporciona
anualmente uns 1.000 novos conversos e reativa apro­
ximadamente 2.000 membros. As conversões ocorrem
devido à impressão causada pelas ações e e s p iritu a li­
dade dos jovens da Igreja nas pessoas de fora. Cada
tim e e indivíduo é governado pelas regras estritas do
espírito esportivo, e dos treinadores e oficiais espera-
se que mantenham os mais elevados padrões de con­
duta e procedimento.
Na últim a temporada cêrca de 2.000 tim es, congre­
gando aproximadamente 20.000 pessoas, participaram do
programa de basquete.

A seguir transcrevemos um trecho duma carta es­


crita por um presidente de estaca, sôbre o torneio geral
de basquete da Igreja:

Vocês teriam participado duma grande


experiência espiritual, se estivessem estado
conosco no vestiário, na noite de sexta-feira
p. p., após perdermos a partida final do cam­
peonato. Os rapazes estavam desapontados,
é lógico, mas sem amarguras nem auto-con-
denação. Sentiam-se gratos pela maravi­
lhosa experiência que lhes proporcionou o
companheirismo e pela oportunidade de po­
derem representar sua ala e estaca no to r­
neio. O treinador observou: "Rapazes, fo ­
mos derrotados por um grande tim e. Vocês
jogaram bem. Devemos ser gratos pelos be­
los dias que tivem os, pelos laços de ami­
zade que formamos, pelo privilégio de jo ­
garmos juntos participando dêste torneio."
Iniciamos tôdas as partidas com uma ora­
ção a fim de que pudéssemos dar o melhor
de nós e sermos bons desportistas, e o Se­
nhor nos abençoou.”

Para que o programa esportivo da A. M. M., em


qualquer região, funcione devidamente, a única coisa
necessária é um líder interessado e entusiasta. A
Junta Geral da A. M. M. — Rapazes conta com um
com itê que está pronto a ajudar tôdas as unidades da
Igreja a estabelecerem organizações encarregadas das
atividades desportivas e regulamentos de torneios em
qualquer parte do mundo. Êsse com itê já estabele­
ceu os regulamentos, padrões e procedimentos fun­
damentais para o início ou continuação do programa.
Mediante requisição, fornecerá o esbôço às autorida­
des de qualquer estaca ou missão da Igreja. É um pro­
grama extraordinário, pois proporciona a todos a opor­
tunidade de conhecer e sentir as emoções duma com­
petição. O rapaz não precisa ser o maior, o mais alto
nem o melhor e nem mesmo membro da Igreja.

Uma pessoa m uito conhecida nos círculos despor­


tivos dos Estados Unidos, disse acêrca dos jogos da
Igreja: “ Em nenhuma outra liga com que trabalhamos
encontramos jogadores tão cavalheirescos.”

Os rapazes que parecem te r pouco interêsse por


assuntos religiosos podem ser mantidos sob a influên­
cia da Igreja através de suas atividades atléticas. Pro­
porcionando-lhes o que desejam, poderão ser levados
a reconhecer o que necessitam para uma vida real­
mente feliz.

Êsse programa pode ser um auxiliar valioso para


manter os jovens ativos na Igreja, ajudando-os a fo rti­
ficarem seus testemunhos e seu desejo de viverem
dignamente.

20 A LIAH O N A
Fidelidade à Verdade
S te ^ ie n R. Covey
Ex-Presidente da M issão Irlandesa

nquanto estive trabalhando na obra m issionária Uma vez que entendamos claramente que "os meus

E na Irlanda, defrontei-me seguidamente com a


poderosa lição sôbre o testemunho: Consegui­
mos conhecer a verdade na medida em que somos
fiéis a ela.
pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os
vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor"
(Isaías 55:8); que "as coisas de Deus ninguém as co­
nhece, senão o Espírito de Deus." (1 Cor. 2:11); que
“ se alguém quiser fazer a vontade dêle conhecerá a
A dquirir o conhecimento da divindade de Jesus é
respeito da doutrina" (João 7:17); então começamos a
diferente da aquisição de outros conhecimentos. Não
buscar dentro de nós a chave dêsse conhecimento. En­
é tanto uma questão de obter informações, de lógica e
tão perguntamos: “ A quanto chega minha sinceridade?
raciocínio, de provas bíblicas ou evidências históricas.
Estou realmente querendo saber? Estarei disposto a pa­
Os argumentos intelectuais são um substituto precário
gar o prêço e a fazer todo o necessário quanto a estudo,
para o viver reto de que necessitamos, a fim de obter­
oração, arrependim ento e serviços, para me qualificar?"
mos realmente o tipo de conhecimento que buscamos.
Pois a espécie de aprendizado requerida neste caso é M uitos chegam a descobrir que não é de Cristo
completamente diferente. nem dos profetas que dêle testificam , que duvidam. Sua
Repito, o princípio dêsse aprendizado é: Não con­ sincera introspecçáo mostra-lhes que não podem real­
seguiremos conhecer o Senhor, simplesmente pro­ mente culpar o Senhor por não terem recebido um tes­
curando encontrar a verdade, mas sim, procurando vi­ temunho. Do que realmente duvidam é da sua própria
ver de acôrdo com ela. Sómente plasmando-a em nos­ capacidade de se tornarem dignos dêle. Sentem que os
sas vidas, conseguiremos achar a verdacfe. obstáculos ou fraquezas situam-se dentro dêles.

Nosso Pai prometeu conceder o testemunho da Um investigador escreveu: "Eu duvidava se real­
divindade do seu Filho, por interm édio do Espírito San­ mente poderia ou mesmo desejava deixar de fum ar.”
to, a todo aquêle que se qualificar. Portanto, a respon­ Outros reconhecem, nesta crise de auto-análise, que o
sabilidade cabe a nós. Não é o Senhor quem decide problema está dentro dêles — orgulho intelectual tal­
quando deve comunicar-se conosco. Nós é que deve­ vez, ou sensualidade, desejos m aterialistas, hipocrisia.
mos mudar e prepararmo-nos para receber a comunica­ Reconhecem que falharam em obter um testemunho da
ção que êle prometeu. divindade de C risto, "porque seus corações estão muito

Janeiro de 1969 21
apegados às coisas dêste mundo, e aspiram tanto às sua voz de quando em q u a n d o ... porém havieis perdido
honras dos homens, que não aprendem esta única li­ a sensibilidade, de modo que não pudestes ouvir suas
ção. .. que os poderes do céu não podem ser controla­ palavras.” (1 Nefi 17:45)
dos nem manipulados a não ser pelo princípio da re­
Então passamos a “ participar m aquinalmente" do
tid ão .” (D&C 121:35, 36)
culto e dos serviços religiosos. Nossas orações se to r­
TRANSFORMAÇÃO PESSOAL nam mecânicas e ritualistas, oferecidas por obrigação e
não por devoção. "Êles se chegam a mim com seus lá­
M uitas pessoas não apreciam êste princípio porque bios mas seus corações continuam afastados." Não é
freqüentemente implica em adm itirm os algumas coisas de adm irar que m uitos de nós perdem a fé nas orações:
angustiosas sôbre nós mesmos e requer m uito esforço não obtemos uma resposta, não existe uma via bidire-
para conseguirmos m odificar nossa pessôa. Não há meio cional com o Senhor. Nós não ouvimos.
de evitar essas admissões e êsse esforço. Não é ape­
Deveríamos tentar “ o u v ir” em nossas orações.
nas uma questão de adquirir conhecimento e permane­
cer o mesmo de sempre. A própria pessôa tem que Quando pedirmos uma bênção especial, devemos es­
transformar-se para que possa receber o testemunho cutar quietam ente com nossos corações a fim de com­
preendermos a lei em que essa bênção se baseia. (Vide
da divindade de C risto.
Êste princípio destruiu a esperança orgulhosa dos D&C 130:20, 21). E quando percebermos em nossos co­
judeus dos tempos de C risto; daquêles que ansiavam rações a resposta, então considerem os e examinemos
por um Messias com poderes políticos, que tomasse a honestamente a nós próprios para sabermos se estamos
si a responsabilidade de m odificar o mundo para que dispostos a obedecê-la. No caso afirm ativo, devemos
êles pudessem continuar sendo como eram. Julgavam responder e prom eter ao Senhor que iremos cumpri-la.
que a vida eterna podia ser encontrada estudando as Se não, deixemos de rogar pela bênção. Se não e sti­
escrituras; mas C risto pregava esta doutrina “ dura” e vermos dispostos a comprometermo-nos sinceramente
inelutável — que mesmo as escrituras acentuam, além para merecer um testemunho vivido de C risto, não po­
de meras palavras, a necessidade de achegarmo-nos pes­ deremos esperar recebê-lo.
soalmente a êle, de viverm os à sua maneira. As es­
Não vos enganeis; de Deus não se zomba; pois
crituras, disse Jesus, “ te stificam de mim. Contudo
aquilo que o homem semear, isto também ceifará. (Gá­
não quereis vir a mim para terdes a vida .” (João 5:39-40)
latas 6:7)
NOSSA CONSCIÊNCIA
UMA COISA VIVA
Encontraremos a C risto somente mediante respeito
Poucas coisas conseguirão inspirar mais uma ava­
às condições que êle estipulou. O Senhor delineou es­
liação de si mesmo e a humildade do que a oração sin­
sas condições pessoalmente quando aqui na terra, e pos­
cera, atenta, bidirecional. Ela nos leva a um contato
teriorm ente, por interm édio dos seus profetas. Parte
vivo com a luz e o Espírito de C risto. Nessa atitude de
dessas instruções estipulam que apenas o estudo das
perfeita honestidade, humildade, procura e dedicação,
escrituras não basta; temos que manter um contrato v i­
poderemos literalm ente contar com o Espírito Santo
vido com o Espírito de C risto. O agente dêsse contato
como nosso guia e companheiro; e êle nos concederá
é a nossa própria consciência.
um testemunho quanto à divindade de Jesus C risto.
Como poderá uma pessôa consultar sua consciên­
cia? Agora mesmo você poderá indagar honestamente Por mais inteligentes e instruídos que sejamos, se
a si mesmo: “ O que devo fazer para acercar-me mais não tiverm os uma experiência real e pessoal com o
do Salvador?” Então escute. M edite. Faça uma auto- Espírito de Deus, não saberemos mais sôbre C risto,
análise. E torne a escutar. Você ouvirá uma voz que do que o cego de nascença conhece sôbre a luz e a v i­
lhe fala; a calm., e baixa voz da consciência. Você não são, por mais versado que possa ser quanto à anatomia
conseguirá ouvi-la pela audição. Você a sentirá dentro da vista ou as propriedades da luz.
de si — bem no seu âmago — no seu coração e na sua
O testemunho pessoal é, pois, uma coisa viva. Não
mente. Ela lhe dirá o que fazer para chegar mais perto
pode ser emprestado pelo próxim o nem pelas lembran­
do Senhor. Você dar-se-á conta dos atos que exigem
ças duma espiritualidade passada.
arrependimento, alguém que deverá tratar com mais
bondade, alguém a quem deverá pedir perdão, algum Parece-se mais com a fonte de “ água v iv a ” (João
hábito que você terá que superar, alguma virtude que 4:10) alimentada por experiências atuais e reais obti­
terá que ser desenvolvida. O que você ouvir ou sentir das por meio da oração sincera, estudo, arrependimento,
na sua própria consciência será sua fórm ula pessoal para convênio, obediência e serviços — e tudo alcançado
obter um testemunho vital e exato de Jesus Cristo. pelos poderes do princípio de que é fe ito com “ boas
intenções". (M oroni 10:4-5)
NÓS NÃO ESCUTAMOS
Conhecer a C risto é lutar constantem ente por as­
O Senhor pode estar tentando comunicar-se co­ semelhar-se a êle, para co-participar da natureza divina,
nosco enquanto endurecemos nossos corações, como (vide 2 Pedro 1:3-8 Tal estado de conhecimento e vida
Nefi nos conta de Lamã e Lem ue ll” . .. haveis até ouvido nos qualifica para a vida eterna, (vide João 17:3)

22 A LIAH O N A
Juventude
da Promessa

Samaritano
Suzanne Eyestone

conteceu num daqueles dias de fim de outono Calças de brim azul e botas trabalhadas, de vaqueiro,

A em que a temperatura cai sübitamente. Era um


domingo de manhã e eu saíra cedo para ir à
Igreja, guiando cautelosamente, tentando evitar as pla­
cas de gêlo na estrada. O carro esquentou e eu can­
completavam seu traje.
“ Não sei o que aconteceu," expliquei-lhe, descendo
do carro. “ De repente o m otor começou a ferver."
Curvou-se, olhou debaixo do capô e examinou o ra­
tava alegremente acompanhando o ritm o do motor, que diador.
pulsava e roncava de maneira estranha. Meu hálito con­ “ P'ra onde você ía?” perguntou ao limpar as mãos
gelava-se no parabrisa em delicados desenhos. na calça e reparando nos meus olhos vermelhos e faces
Somente quando' tive que parar num sinal verm e­ manchadas de lágrimas.
lho é que percebi as nuvens de vapor que escapavam da “ À Igreja," retruquei. “ Devia estar cantando no
dianteira do carro. cô ro .”
“ O, n ã o / pensei, “ estraguei o ca rro.” Ao ouvir a palavra “ ig re ja ” ergueu levemente a so­
Encostei no meio-fio, desliguei a chave e desci. Le­ brancelha e sorriu.
vantei o capô e fiqutei olhando o motor. A única coisa “ Bsm, parece-me que o que aconteceu foi que o
que eu sabia fazer era remover a tampa do radiador, radiador congelou." Estava olhando novamente por bai­
pois vira meu pai fazê-lo diversas vezes. xo do capô.
A tampa estava quente e queimou meus dedos ao “ A água não conseguiu circular e por isso ferveu e
girá-la e arrancá-la o mais ràpidamente possível. Vapor transbordou.” Remexeu mais um pouco por ali e depois
e água fervente jorravam quase atingindo meu pulso e endireitou-se.
formaram mais nuvens brancas no ar frio. “ Penso que basta colocar um cobertor em volta
Oue desastre! Fiquei mais ansiosa ainda e as lá­ do radiador durante alguns minutos, um pouco mais de
grimas transbordaram dos meus olhos, descendo em fi- água e tudo estará em ordem .”
letes pelas faces. Pegou um cobertor no seu carro moderno, de côr
Os outros carros diminuiam a marcha e os ocupan­ viva, e cobriu cuidadosamente a grade do radiador e o
tes olhavam espantados. Os pedestres também volta­ capô.
vam-se ao passar com as mãos enfiadas nos bolsos. “ Existe um posto de gasolina há uns poucos quar­
“ Oh, n ão !” Soluçando sempre as mesmas palavras, teirões daqui. Vou buscar um pouco de água. Levará
entrei no carro e enterrei a cabeça nas mãos. A Igreja apenas uns m inutos."
teria que esperar; não iria mais a parte alguma. Acelerou o m otor do seu carro, contornando a es­
Alguns minutos mais tarde alguém bateu no vidro quina com os pneus chiando.
da janela. Pouco depois estava de volta com uma lata de água
“ Precisa de ajuda?" que despejou no radiador. Esperou até que eu desse a
“ Por fa v o r!” Concordei aliviada e grata. partida e acompanhou-me até à Igreja. Então foi-se com
Um adolescente espiava pela vidraça. Seus cabe­ uma buzinada e um abanar de mão.
los longos e louros pendiam compridos quase escon­ “ Eh, espere!" g rite i ao ocorrer-me o pensamento.
dendo seus olhos. Tremeu um pouco abotoando com “ Eu nem cheguei a agradecer — " Mas como agrade­
dedos finos seu agasalho escolar, de um verm elho vivo. cer a um bom samaritano?

Janeiro de 1969 23
Obra de Amor

Quando se ama e admira o Profeta David O. McKay e o nosso pro­


fessor, Edwin L. Kamauoha, tem-se uma idéia maravilhosa de como de­
monstrá-lo, naturalmente todos se m ostram ansiosos em ajudar.”
Assim se expressam os 40 alunos da escola de Apia, na Samoa
Ocidental, que se uniram ao professor na tarefa de embelezar a área
acima da Cachoeira McKay. A li fôra formada uma queda dágua que re­
cebera o nome do Presidente da Igreja. Após uma visita sua, George R.
H ill Jr., assistente do superintendente geral da A. M. M., providenciou
uma placa de bronze para o local. Os rapazes haviam aberto um ca­
minho até o pequeno lago na área recreativa. Êles o melhoraram, es­
tendendo-o até a Cachoeirg McKay, tornando-o mais seguro para os
visitantes que em grande número procuram aquela área. As meninas
plantaram taro e juntaram pedras, que depois de trituradas foram usa­
das na construção dum caminho sêco e seguro naquéle recanto verde-
jante, belo e sagrado.

24 A LIAHONA
Dois Conversos
Falam Sôbre a Igreja
Edward Pruyn

ós nem sabíamos que estávamos à procura duma

N Igreja. Encontrâmo-la quase que por acaso ao


assistirm os o film e apresentado no pavilhão SUD
da Feira Mundial de Nova Iorque. Basicamente, minha
espôsa Roseann e eu éramos um casal como outro qual­
quer, apenas, talvez, dotados duma curiosidade maior.
Como os outros, procurávamos resposta para três per­
guntas: De onde viemos? Para onde vamos? O que
estamos fazendo aqui? Temos certeza que todos fa­
zem perguntas idênticas, ainda que não da mesma fo r­
ma. Em muitos casos, como no nosso, não são enun­
ciadas especificam ente, mas interiorm ente as fizemos
frequentemente.
O film e apresentado na Feira Mundial focalizou
nossa atenção nessas questões. Meia hora depois de
sairmos do pavilhão indagamos um ao outro se conse­
guiríamos crer na mensagem que o film e nos trouxera.
Decidimos não somente que seria possível, pois seria
uma crença maravilhosa, mas também que deveríamos
aceitá-la. Assináramos a lista de visitantes no pavilhão
e durante as visitas subseqüentes dos élderes, soube­
mos mais sôbre a mensagem que a Igreja leva ao mundo.
Finalmente, fomos batizados a 19 de setem bro de 1964.
De que forma os nossos vizinhos nos aceitam como
santos dos últim os dias? Residimos numa área cosmo­
polita e raramente discutim os assuntos religiosos. Mas
não fazemos segrêdo da nossa filiação religiosa e nos­
sos vizinhos admiram-se de que nos tenhamos afiliado
voluntariam ente a uma Igreja que advoga tão firm em ente
a abstenção de café, chá, fumo e álcool. No nosso meio
estas quatro substâncias são m uito consumidas e quase
que se tornaram obrigatórias nas reuniões sociais, mas
os nossos vizinhos nos aceitam, a nós e à nossa crença,
e não modificaram sua atitude amigável e interêsse pres-
tativo.
Sentimos orgulho da nossa filiação religiosa e or-
gulhamo-nos também da herança que a condição de
membro da Igreja nos proporciona. Temos lido e estu­
dado a história da Igreja e conhecemos algo sôbre o
prêço que outros tiveram que pagar pelo Evangelho. Isto
é uma herança e um desafio que não pode ser menos­
prezado.
Logo que o bispado convenceu-se de que tínhamos
! um testemunho suficientem ente fo rte para arcar com
responsabilidades, deu-nos designações. Minha espôsa
foi prim eiro bibliotecária da Escola Dominical e depois
secretária da mesma auxiliar. Eu tenho servido no co-

Janeiro de 1969
mitê para o escotismo, na superintendência da Escola ajuda; de que forma poderemos dá-la? Para nós, foi uma
Dominical e como secretário do quórum de élderes. mudança de atitude radical.

Desde que ingressámos na Igreja, correram muitas Descobrimos também quão eficaz pode ser a ora­
mudanças notáveis em nossa vida — algumas, talvez a ção, e sabemos que será mais eficaz ainda se oramos
maioria, notáveis somente para nós. Uma das mais im­ por terceiros. Estas são apenas algumas das muitas coi­
portantes foi que encontramos a paz e satisfação que sas que aprendemos desde que nos filiam os à Igreja
nunca dantes conhecêramos. A princípio, usávamos com — coisas que não podem ser provadas por livros ou em
relutância as palavras irmão e irmã ao nos dirigirm os tubos de ensaio, mas que sabemos serem verdadeiras.
aos demais membros da congregação. Mais tarde, quan­
O meu ataque cardíaco foi a prova real da nossa
do fomos ao templo para sermos selados para o tempo fé. Ambos sabíamos o que estava acontecendo quando
e para a eternidade, descobrimos o sentido real dêsses
fui atingido. Nos breves minutos antes da chegada da
têrmos. As pessoas que trabalham no templo, naquele
ambulância, conversamos e concordamos que havíamos
dia deixaram de lado tôdas suas ocupações pessoais, no
sido m uito abençoados. Estávamos casados para o
afã de auxiliar dois estranhos.
tempo e a eternidade e sabíamos que se tivéssem os que
Então, dois meses após termos ido ao templo, sofri nos separar não seria por m uito tempo.
um grave ataque cardíaco. Os irmãos e irmãs da nossa No hospital tivem os muitas oportunidades de con­
ala prestaram-nos auxílio de todo o tipo — cortando a tar aos demais pacientes porque éramos capazes de nos
grama, pintando a casa, ajudando na limpeza e no pre­ se ntir animados e contentes. Certo dia, um sacerdote
paro das refeições. Isto nos fêz se ntir que pertencía­ católico contou-me que estivera em Salt Lake C ity e
mos a uma irmandade que não conhecia lim ites e se ex­ visitara a Praça do Templo. Fêz perguntas sôbre o nosso
pressava de maneira bastante concreta. programa m issionário, quem eram os homens que par­
tiam em missão e de que forma eram selecionados.
Ainda noutro ponto mudou o nosso modo de pensar:
Mostrou-se admirado quando soube que a maior parte
Conhecemos uma pessoa que dispõe de conhecimentos
dos m issionários economizava o dinheiro necessário e
técnicos e habilidades m uito procurados. No entanto, é
que não eram mantidos financeiram ente pela Igreja.
viciado em bebidas alcoólicas e aceita trabalhos muito
aquém da sua capacidade, a fim de poder satisfazer êsse É d ifíc il enumerar tudo o que a Igreja tem sig n ifi­
seu vício. A princípio sentíamo-nos desgostosos e res- cado para nós. Invejamos os que sempre foram mór­
sentíamo-nos com sua presença em qualquer reunião mons, ainda que estejamos satisfeitos em sermos con­
em que tomávamos parte. Agorá nossa atitude mudou versos: assim tivem os a oportunidade de ver e experi­
e pensamos: aqui está um homem que necessita de mentar quão pouco o lado oposto tem a oferecer.

O Irm ão Edward Pruyn faleceu no ano passado

QUANTO DESEJA PAGAR PELO SEU DINHEIRO


Melvin Brain

homem acumula valores monetários de diversas maneiras. São adqui­

O ridos a prêço variável. Quem poderá determ inar quanto custa o dinheiro,
quando os homens se valem das suas melhores amizades para obter po­
sições financeiras? Quando um homem troca a sua saúde por riquezas, que tipo
de barganha terá feito? Se um homem sacrificar todos os seus princípios a fim
de enriquecer, êle terá pago um prêço demasiado pela mercadoria. A fortuna
ganha por meios ilícitos não poderá trazer um proveito duradouro a ninguém.

O dinheiro não deveria estar tão próximo dos nossos olhos que impeça que
vejamos que o propósito desta vida é a felicidade.

O progresso do mundo deve-se a homens, tanto grandes como pequenos, que


colocaram a verdade acima de tudo. Devemos manter-nos sempre em guarda, a
fim de que a busca ao dinheiro não nos prive das nossas bênçãos eternas.

Finalmente, o homem que busca o dinheiro com tal paixão que chega a per­
der seu relacionamento com seu Deus, está pagando o prêço mais exorbitante
por aquilo que com êle perecerá.

26 Janeiro de 1969
■Discursos da Primeira Presidência'
138.a Conferência Semi-Anual da Igreja

Outubro de 1968

D iscurso do P residente David O. McKay, lido pelo seu filh o Robert R. M cKay, durante a 138.a
C onferência Semi-Anual da Igreja, realizada no Tabernáculo de Salt Lake às 10 horas da manha
de sexta-feira, 4 de outubro de 1968.

Mais Forte do que um


Encouraçado
David O. McKay

Meus queridos irm ãos e irm ãs. Ao nos reunirm os nesta ma­ estão co n o sco ), que co n stitu íra m o am biente do lar. agora uma
nhã, meu coração está cheio de gratidão ao Senhor pelas suas carinhosa recordação, os quais, com o influê ncia na construção do
bênçãos. Jamais senti m aior aprêço pelo grande p riv ilé g io de reu­ meu caráter, ficaram em segundo lugar apenas em relação à sem ­
nir-m e com os mem bros da Igreja em C onferência Geral neste pre bondosa e d iscre ta orientação paterna.
e d ifício consagrado. Sou grato pelo s a crifício fe ito pelos nossos pais para nos per­
Estendo a todos: v is ita n te s , líderes governam entais e educa­ m itire m ad entrar o cam po da educação. Naquela oportunidade co­
cionais, o fic ia is de estacas e alas representando 465 estacas e 84 nheci a com Danheira da minha vida, que tem sem pre sido uma
m issões da Igreja em todo o mundo; minhas saudações pessoais inspiração, mãe e sábia guardiã dos nossos sete filh o s e coração
e votos de boas vindas a esta 138.a C onferência Sem i-Anual da de meu segundo lar querido.
Igreja. Rogo que o E spírito do Senhor esteja conosco em tôdas Sou grato pela oportunidade que a Igreja e meus pais me
as suas sessões. deram , pe rm itind o-m e en trar para o cam po m ission ário, uma expe­
Com o passar dos anos, tenho experim entado um crescente- riên cia que mudou o curso da minha vida.
deslum bram ento pela vida em si mesma, e um profundo senso de Sou grato aos meus am igos. Bem aventurado aquêle que tem
apreciação pelas oportunidades e bênçãos que proporciona. experim entado a paz e a riqueza de alma que brota de uma am i­
Meus pensam entos voltam -se com grato aprêço para as bên­ zade fie l e leal. A m o aos meus am igos e com panheiros como uma
çãos que tenho gozado. Sou grato pelo sábio e cuidadoso ensina­ das coisas m ais caras da minha vida.
m ento e proteção recebidos de pais nobres. Proteção e ensina­ Sou grato, acim a de tudo, pelo Evangelho, a verdadeira filo ­
mento! duas qualidades da paternidade, sábia e discre ta m e n te a p li­ sofia de uma vida fe liz, que sa n tifica e anima tôdas as demais
cadas durante os dias extrem am ente a tivo s e im pression áveis da bênçãos.
juventude: uma proteção que me poupou enveredar por sendas que Sou grato pelas bênçãos que o Senhor tem derram ado sôbre
me haveriam conduzido a um modo de vida in te ira m e n te d ife re n te ! a sua Igreja em tod o o mundo, e pela certeza da sua divina orie n­
A cada ano cresce meu aprêço e am or por minha preciosa mãe, tação e inspiração. Com profunda gratidão, reconheço a sua aten­
sem pre cuidadosa, e por meu nobre pai. ção e bondade.
Sou grato pelos nove irm ãos e irm ãs (dos quais trê s ainda É fon te de verdade iro encorajam ento contem plar a lealdade e

Janeiro de 1969 27
os vigorosos esfo rços dos m em bros que c on tribue m com seu tem po um fa to r tão d e cisivo para a sobrevivên cia dos jovens. H oje, um
e m eios para a Igreja. Há um ate ndim e nto geral por parte dos jovem de doze anos deve esta r de posse de um ca rá te r m uito
m em bros em tôda parte. A fid e lid a d e dos m em bros no pagam ento fo rte para que não se torne falh o e maculado.
dos seus dízim os e o fe rta s , bem com o o apoio fin a n c e iro dado A via que leva da m e ninice à esta tura de homem tornou-se
ao program a de con struçõ es da Igreja e à organização de Bem- com o uma peneira: aquêles que não têm a dim ensão exata do ca­
Estar, é uma fo n te de grande alegria para m im . rá te r escorregam para buracos e arm adilhas. A taxa de fracasso
A m o a vid a l C onsidero uma aleg ria v iv e r nesta época. Tôda da presente geração jovem será astronôm ica. A suposta geração
manhã ao con tem p la r da janela as m ontanhas a leste , e ao saudar m ais abrigada, na realidade é a m ais exposta.
o sol quando anuncia êste s belos dias de outono, ou ao observar ‘ A sociedade jovem atual está quase tão su je ita às leis da
as nuvens tem pestu osas ro la rem nos céus carregadas de v iv ifi- sobrevivên cia quanto qualquer sociedade anim al. Pode-se ve r a
cante um idade, s in to a a leg ria e o p riv ilé g io da vida e ap recio a ju ve n tu d e assediada e predada por abutres, lobos e parasitas: tra ­
bondade de Deus. fic a n te s de en torp ecen tes, devassos, p e rve rtid o s, sim on istas, ban­
A p re c io e com preendo as realizações desta era nuclear, até didos, sedutores id e o ló g ico s. Por tôda parte vêem -se sêres huma­
c e rto ponto m aravilhosa, em que vivem o s. As de scobertas c ie n tí­ nos apodrecendo antes de am adurecerem .” (Eric H offe r, S alt Lake
fica s de hoje atordoam a im aginação. Q uase que dia ria m e n te lem os Tribune, D om ingo. 16 de junho de 1968.)
sôbre realizações quase in c rív e is . Esta era m aravilhosa apenas Uma coisa é fic a r à m argem e g rita r: ‘ Ei, rapazes! Cuidado!
com eçou, e a ju ven tude de hoje, e m u ito s de nós, verá em ocio­ Há co rre d e ira s logo a b a ixo !" outra coisa é en fiar-se no rio e, se
nantes d e s envolvim ento s desdobrarem -se aos seus olhos à m edida p o ssível, ju n ta r-se aos joven s no barco e pela persuasão, com pa­
que con tinuarem as pesquisas. O ram os para que o bem potencial n h e irism o e le g ítim o em prêgo da fô rça , quando necessário, salvar
destas descobertas exceda por larga m argem o seu po tencial de o barco das co rre d e ira s. M u ito s de nós ficam os à m argem e g r i­
de struição . S im , é uma era gloriosa essa na qual vivem o s, tenho tam os. E ntrem os em suas vidas, toquem os sua personalidade com
fé no povo o rd e iro e in d u s trio s o déste país, bem com o dos dem ais a nossa personalidade, e façam o-los s e n tir que há algo real nesta
países, e c o n fio em que som ente o bem re su lta rá dos progressos re lig iã o . Esta é a m a io r coisa da vida, nada m ais pode fazê-los
que estão sendo alcançados. m ais fe lize s e s a tis fe ito s do que uma verdadeira vida re lig iosa.
Entretanto, nenhuma pessoa c on scie nte duvidará de que esta Um homem lim p o é uma riqueza nacional. Uma m ulher pura
era está carregada de ilim ita d o s pe rigos, tan to quanto de p o s s ib i­ é a encarnação da verdadeira gló ria nacional. Um cidadão que ama
lidades inim aginadas. A o lerm os e nos in fo rm a rm o s sôbre as con­ a ju s tiç a e odeia o mal é m e lh or e m ais fo rte que um encouraçado.
dições em d e s envolvim ento en tre o povo, som os obrigados a ad­ A fôrça de qualquer com unidade co n siste nos homens puros, lim ­
m itir que e xiste m causas re ais para apreensão e alerta. A o ob ser­ pos, re tos, p redispo stos ao d ire ito e sensíveis a tôda aproxim ação
varm os o aum ento da crim in a lid a d e e o de s re s p e ito pela lei e a do mal. Oue ta is ideais sejam o padrão da cidadania.
ordem , fica m o s na tura lm ente chocados e alarm ados. C onfiam os na m a io ria dos joven s, mas não im po rta quão firm e
Não podem os e não devem os s e r insen síveis às fôrças do mal seja a nossa con fiança nêles, não podem os fech ar os olhos para
que nos rodeiam , esp ecialm e nte às conspirações cujo o b je tiv o de­ o fa to de que o núm ero de de lin qüe ntes e jovens crim in o so s está
clarado é o de d e s tru ir a fé em Deus, sem ear discó rd ia e contenda aum entando. No in te rê sse da atm osfera das nossas com unidades,
en tre os hom ens, visando a solapar, en fraquecer, senão d e s tru ir do bem -estar do Estado e da perpetuação da nossa form a dem o­
in te ira m e n te , a nossa form a c o n s titu c io n a l de governo, e a en fra­ crá tica de governo, devem os a p lica r o rem édio adequado e, se
quecer e s u b v e rte r os ideais da nossa geração m ais jovem . Quando po ssível, re m over as causas do crim e .
atos e esquem as são m a nifesta m ente co n trá rio s à palavra revelada O utra im p o rta n te causa no aum ento da de linqüência é o en fra­
de Deus. ju ntam en te com os meus associados sinto-m e ju s tific a d o qu ecim en to dos ideais do lar. Uma m u lh er que se recusa a assu­
em a d v e rtir o nosso povo contra isso. m ir as re sponsa bilidad es da m aternidade ou que, tendo filh o s , os
Uma das grandes in flu ê n cia s sôbre a minha juven tude fo i a n egligencia em tro ca de prazer ou p re stíg io social, de serta do alto
m em orização desta im po rtan te E scritura: "M e u e s p írito não habi­ chamado e p riv ilé g io da fe m in ilid a d e . O pai que devido aos negó­
tará em tab ern áculo im un do." Lem bro-m e de ou tras advertências. cios, re sponsa bilidad es p o lítica s ou so ciais, falha em p a rtih la r com
Uma delas recebi quando m enino. Sentava-m e ao lado do meu pai, sua espôsa as re sponsa bilidad es de criarem filh o s , é in fie l às
enquanto nos d irig íam o s a Ogden. Pouco antes de atin g irm o s a suas obrigações m a rita is, é um elem ento negativo no que poderia
ponte sôbre o rio Ogden, saiu um homem de um bar na margem e deveria ser um lar de alegre atm osfera, e é um possível c o n tri­
norte. Reconhecí-o, e apreciava-o por tê-lo v is to no pa lco , Mas buinte para a discó rd ia e a delinqüência.
nesta ocasião estava sob a in flu ê n c ia do á lcoo l, e estava naquele O pai pode e deve e xe rcer uma in flu ê n cia ú til e repressora
estado, suponho, por vário s dias. onde a ternura e o am or da mãe possa conduzir à indulgência com
Quando nos viu, de scontrolou-se e g rito u pedindo a papai 50 as crian ças. A êsse re sp e ito , en tre ta n to , cada pai deve te r sem pre
centavos para que pudesse to rn a r a beber no b a r . . . A o cruzarm os em m ente que tam bém êle no passado fo i um jovem traquinas, e
a ponte papai me disse: "D avid , o homem que você acabou de ver tra ta r os filh o s de m aneira sim pá tica.
em briagado costum ava s a ir com igo em v is ita às casas dos m em ­ O lar é o m e lh or lugar do m undo para ensinar o m ais alto
bros da ala na qualidade de re prese ntan te do S a ce rd ó cio .” Isto ideal da vida social e p o lítica do hom em : a p e rfe ita liberdade de
foi tudo quanto papai me disse sôbre o inc id e n te , mas fo i uma ação enquanto não in te rfira com os d ire ito s e p riv ilé g io s de outrém .
advertência tão viv id a sôbre os e fe ito s do de sregram ento que ja ­ A m aior necessidade nos lares norte-am ericanos de hoje é de
m ais a esqueci. m ais re lig iã o . Os pais deveriam d e m onstrar claram ente, por suas
Pouco m ais tarde, um dos nossos professô res deu-nos a ler ações e palavras, que estão sèria m en te interessados nos fru to s
uma h is tó ria a re speito de um grupo de joven s vogando rio abaixo, da verdade ira re lig iã o . Depois do lar, a Igreja deveria ser a fôrça
em direção às cataratas de Niágara. Não posso cita r-lh e s o títu lo dom inante na salvaguarda da nossa juventude.
nem o au tor dêsse velho liv ro escolar, mas posso recordar-m e da Há uma poderosa fôrça na vida que resolverá os nossos pro­
lição, que tem estado com igo por tôda a vida, sôbre aquêles moços blem as: re lig iã o ! D esen volvim en to e s p iritu a l e inte grida de moral
que se embebedavam e se d iv e rtia m enquanto navegavam rio são fundam entais para as vidas de todos na construção de uma
abaixo. Um homem na m argem , percebendo o perigo que corriam , com unidade que c o n trib u irá para a segurança e o avanço da nossa
gritou-lh es: "E i, rapazes! C uidado! Há co rre d e ira s logo a b a ix o !” República ou de qualquer outra nação. O presiden te C alvin C oolidge
Mas êles ignoraram a ad vertê ncia, desafiaram -no dizendo: "Estam os disse com verdade:
be m !" E continuaram , rindo e bebendo. A o chegarem m ais perto, ‘ O govêrno de uma nação jam a is ultrapassa a re lig iã o dessa
o homem tornou a a d ve rti-lo s. mas não lhe deram atenção até nação. Não há com b s u b s titu ir a v irtu d e do homem pela autoridade
que, re pentinam ente, viram -se no m eio das co rre d e ira s, e apesar da lei. C ertam en te, poderem os co n seguir re p rim ir os vicio so s e
de todo seu esfo rço não conseguiam m ais s u b ir o rio. "A s s im ," pro ve r um razoável grau de segurança e proteção por m eio da le ­
disse o homem que ten ta ra avisá-los, "fo ram -se co rre d e ira s abaixo, gislação e co n tro le p o lic ia l, mas as verdadeiras re form as pelas
gritando e prague jand o!" quais a sociedade nestes dias anda buscando ou virã o com o re su l­
É um quadro im pression ante , e deixou uma indelével im pressão tado das nossas convicções re lig io sa s ou d e fin itiva m e n te não virão.
sôbre m im . ‘ Paz, ju s tiç a , hum anidade, caridade ta is coisas não podem ser
A ssim escreveu um a rtic u lis ta na coluna de um sem anário criadas por d e c re to .”
sôbre a juven tude de hoje: Os p rin cíp io s do Evangelho são o m ais seguro e certo gui?
“ Jam ais a ju ven tude esteve face a face com oportunidades para o homem m o rta l. Jesus C ris to é a luz da hum anidade! Nesta
m ais em ocionantes e in flu ê n c ia s m ais le ta is . Jam ais o ca rá te r foi luz o homem vê clara m en te o seu cam inho, quando esta luz é re­

28 A LIAHONA
jeitada, a alma do homem tropeça na escuridão. Nenhuma pessoa, a êle e ao seu am binte, para que possuam o testem un ho que vem
grupo, ou nação pode alcançar verdade iro sucesso sem seg uir de de ntro . Êste p riv ilé g io lhes pe rten ce. Tal sen tim ento e te s te ­
aquèle que disse: “ Eu sou a luz do mundo, quem me segue não munho podem ser ob tid o s buscando-se a Deus d ilige ntem ente .
andará nas trevas, pelo c o n trá rio terá a luz da v id a ." (João 8:1 2). V ivam vidas retas e lim pa s, de votem -se não a si m esm os, mas à
A firm o à juven tude da Igreja e aos povos de todos os lugares: vida e á fe lic id a d e dos ou tros.
Deus existe , está próxim o de nós. Tenham fé nèle, busquem -no Para que possam o b te r êste testem un ho, que ora presto a
d ilige ntem ente , e êle recom pensará seus es fo rç o s . Subm etam -se todos, oro em nome de Jesus C ris to , amém.

Discurso proferido pelo Presidente Nathan Eldon Tanner, segundo conselheiro da Primeira Pre­
sidência, na sessão da manhã do sábado, 5 de outubro de 1968, da 138.* Conferência Semi-Anual
da Igreja.

Se me Amais, Guardareis os

Meus Mandamentos
Nathan Eldon Tanner

A con vite do nosso líder, o P residente David O. M cKay, tenho E ncontram os o mundo d iv id id o em dois mundos opostos: um
o p riv ilé g io de contem plá-los neste grande tab ern áculo nesta ma­ c o n s titu i-s e de indivíd uos e de nações cuja filo s o fia de vida é com ­
nhã, e o faço com tôda a hum ildade, rogando que o que eu venha p letam en te m a te ria lis ta , que não som ente re je ita m mas agressiva­
a dizer esteja em harm onia com os ensinam entos de Nosso Senhor m ente repudiam o verdade iro modo c ris tã o de vida; no ou tro cam ­
e Salvador Jesus C risto . po situam -se os que ainda re têm um re conhe cim en to nom inal dos
Nós que ocuparem os esta posição durante esta con ferê ncia valôres m orais e e s p iritu a is , e c o n stitu e m o que cham am os c iv ili­
tem os a responsabilidade de fazer segundo a recom endação de zação c ris tã . Uma das grandes tra géd ia s desta geração, en treta nto,
Paulo a Tim óteo: é que m u ito da nossa assim chamada civiliza çã o c ris tã não faz
‘ Prega a palavra, insta, quer seja op ortu no, quer não, c o rrig e , m ais que p ro fe ssa r o c ris tia n is m o e, na verdade, m u itos hoje nem
repreende, exo rta com tôda a longanim idade e do utrina . seq uer professam .
"P ois haverá tem po em que não suportarão a sã do utrina ; pelo A única solução clara e segura para os nossos problem as é
con trário , cercar-se-ão de m e stres, segundo as suas própria s co­ co n ve rte r o nosso c ris tia n is m o p rofesso em real, torná-lo pessoal,
biças, com o que sen tindo coce iras nos ouvidos; a p licá -lo às nossas vidas, a ce ita r Jesus C ris to com o Filho de Deus
‘ E se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às e verdade iro S alvador vivo da hum anidade, “ .. . porque abaixo do
fábulas." céu não e xiste nenhum o u tro nome, dado en tre os hom ens, pelo
"Sabe, porém , is to : Nos ú ltim o s dias sobrevirão tem pos d i­ qual im po rta que sejam os sa lvo s." (A to s 4:12)
fíc e is ." (2 Tim. 4:2-4; 3:1) Jesus C ris to não som ente deu a sua vida po r nós. deu-nos
Os ú ltim o s dias estão aqui, agora, e sua p rofecia está se cum ­ tam bém clara m en te um plano de salvação e de vida, assegurando-
prindo diante dos nossos olhos. Os hom ens estão recusando a sã nos que para o b te r a vida ete rna devem os v iv e r segundo a sã
doutrina e, segundo suas próprias cobiças, tapando os ouvidos à do u trin a que é a palavra do Senhor, seja ela exposta por Deus ou
verdade, estão ouvindo aquêles que pregam segundo seus ap etites. por Jesus C ris to , ou pelos profeta s de Deus. Responde claram ente
Em conseqüência, estam os sofrendo m u itas trip u la ç õ e s em todo o a im p o rta n te s perguntas com o: “ Quem som os? De onde viem os?
mundo. C reio que atin g im o s uma etapa da h is tó ria , a m ais cru cia l Há vida após a m orte? E xiste um Deus viv o e pessoal? Qual é a
a que a hum anidade já teve que fazer face. nossa relação para com Deus, o Pai Eterno? Jesus C ris to é o Sal­
Pessoas con scie ntes e séria s em tod os os cam pos de a tiv i­ vador do M undo e o Filho de Deus? O que devem os fazer para
dade concordam em que as presentes c irc u n s tâ n c ia s não poderão ob te r exaltação e gozar a vida ete rna ?"
prolongar-se por m u ito tem po sem p re c ip ita re m uma das m ais Em busca de re sposta s para essas questões, recorram os às
sérias crise s que o homem já conheceu. palavras do Senhor e às dos seus profeta s antigos e modernos.
Ao con siderarm os estas pe rturbadoras condições num mundo Quando tod os estávam os no m undo e s p iritu a l com Deus, o
de tu rbulên cia, estou c e rto de que esta rem os nos perguntando: Pai, d isse êle ao seu U nigê nito, então em e sp írito com êle:
“ Por que há tanta contenda e ódio no m undo, entre as nações e "D e s c e re m o s ... e farem o s uma te rra onde êste s possam m orar.
dentro das nações, nas un ive rsida des e m esm o em grupos de co ­ “ E prová-los-em os com isto , para ve r se êles farão tôdas as
munidades locais, extendendo-se ta is contendas, desconfianças e coisas que o Senhor seu Deus lhes m andar." (A braão 3:24-25, PGV)
inquietudes até m esm o aos lares? Por que ta l coisa é tão u n ive r­ ‘ C riou Deus, po is, o hom em á sua im agem , à im agem de Deus
sal? O que podem os e devem os fazer para c o rrig ir ta is condições o crio u hom em e m u lh er os c rio u .” (Gen. 1:27)
com as quais nenhum de nós está s a tis fe ito ou fe liz ? " Quão e n alteced or e d ig n ific a n te é saber que som os verdade i­
Enquanto m editava sôbre ta is assuntos, prossegui no estudo ram ente filh o s e s p iritu a is de Deus, fe ito s à sua im agem , que êle
das E scrituras em busca de respostas. Como sabem os, a Sagrada e Jesus C ris to são deuses pessoais, que estão interessados em
Escritura está re pleta de exortações, ad vertê ncias e pro fe c ia s pe r­ nós e que " . . . Deus amou o m undo de tal m aneira que deu o
tin e n te s ao bem -estar da hum anidade e condições dos ú ltim o s dias, seu Filho un ig ê n ito , para que todo aquêle que nel? crê não pereça,
ou seja, os dias em que vivem os. mas tenha vida e te rn a ." (Jo. 3:16)

Janeiro de 1969 29
Jesus C ris to é o Filho de Deus, tal com o afirm ado nas E scri­ c e n tific a m e n te que Deus vive, podem sen tir-se liyre s para ques­
turas antigas e modernas. Em d ife re n te s ocasiões, Deus o apre­ tio n a r ou negar Deus e Jesus C risto . Então m u itos dos nossos
sentou aos homens na te rra nestas palavras: “ Êste é o meu Filho professo res com eçam a ensinar coisas perversas, seduzir d is c í­
amado. O u vi-o ” (M t. 3:17: 3 Ne. 11:7; Joseph S m ith 2:17) pulos. e a nossa ju ven tude que a êles enviam os para obterem
Jesus ensinou que nós, com o filh o s e s p iritu a is do Pai. com instrução aceitam nos com o autoridades, e m u itos por causa disto
esta centelha de divindade em nós, podem os nos to rn a r com o êle perdem sua fé em Deus.
m ediante a guarda dos seus m andam entos. Também disse: "E xa­ Um estudante que há pouco havia recebido seu grau de doutor
m inais as E s c ritu ra s ... são elas mesm as que te s tific a m de m im .” em filo s o fia falava-m e dos ataques que são fe ito s ao cristia n ism o ,
(Jo. 5:39). E com o disse Paulo aos Romanos: "P ois tudo quanto ou à crença em Deus, e sôbre com o é d ifíc il suportá-los, p a rti­
outrora fo i e s c rito , para o nosso ensino fo i e s c rito , a fim de que, cularm en te para aquêles que não foram ensinados em seus lares
pela paciência, e pela consolação das E scrituras, tenham os espe­ ou não ob tiveram um testem un ho da sua veracidade. Disse-m e que
rança.” (Rom. 15:4) um p ro fe sso r escarnecera dêle com esta declaração: "C ertam e nte,
N ovam ente tem os as palavras de Jesus: "E a vida eterna é você não crê nessa conversa arcáica que encontra na Bíblia e no
esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdade iro, e a Jesus Livro de M ó rm o n ." e dispendeu algum tem po com êle tentando
C risto , a quem e n v ia s te .” (Jo. 17:3) afastá-lo da verdade.
Em resposta à pergunta: “ Se m o rrer, tornarei a v iv e r? ” Res­ Não posso com preender que um c ie n tis ta de pseudo-intelec-
pondeu: " . . . E u sou a re ssu rre içã o e a vida. Ouem crê em mim . tualidade, ou quem quer que seja cuja tarefa deva ser a busca
ainda que m orra viverá : e todo o que v iv e e crê em m im não da verdade, tenha a tem erida de de colocar-se com o autoridade em
m orrerá, e te r n a m e n te ..." (Jo. 11:25-26) Êle deu a sua vida e foi re lig iã o , a ponto de de safiar, para não dizer negar, os ensinam entos
ressuscitado para que o homem não viesse a perm anecer para de Deus o Pai Eterno, o C ria d o r do mundo, e de seu Filho Jesus
sem pre no túm ulo. C ris to , por hão poder prová-los c ie n tific a m e n te .
A ssegurou à m u ltid ão: “ Na casa de meu Pai há m uitas m o­ Ouão m ais sábio e m e lh or é para o homem a ce ita r as sim ples
radas. Se assim não fôra, eu vo-lo te ria dito . Pois vou preparar- verdades do Evangelho e com o autoridade a ce ita r a Deus, o C riador
vos lugar, v o lta re i e vos receberei para m im mesm o, para que do m undo, e seu Filho Jesus C ris to , e a ce ita r pela fé estas coisas
onde eu estou e s te ja is vós tam bém ." (Jo. 14:2-3) que não pode provar em co n trá rio , e para as quais não pode dar
Com re s p e ito à sua re ssurre ição, tem os tam bém o testem unho m e lh or explicação. Êle deve esta r preparado para reconhecer que
de Paulo, que no passado fôra persegu idor dos santos e negava a há certas coisas, m uitas e m u itas coisas, que não pode entender.
C risto , de que tan to os ap óstolos, quanto êle m esm o e centenas Como podem os negar ou m esm o d e scre r de Deus quando não
de ou tros haviam v is to o C ris to após sua re ssurre ição “ ao te rc e iro podem os com preender as m ais sim p le s coisas ao nosso redor:
dia, segundo as E sc ritu ra s ." (I Cor. 15:4) com o funciona a fõlh a, o que é a e le tricid a d e , o que são as nossas
Ouão afortunado é o que aguarda a re ssurre ição com o um im ­ em oções, quando o e s p irito entra no corpo, e o que ocorre quando
portante passo no progresso ete rno e prepara-se agora para o en­ o deixa? Como podem os dizer que devido a não com preenderm os
con tro com Deus. a re ssurre ição não há ou não pode haver ressurreição?
Ao com parecer ao funeral do nosso leal e devotado colega e Fomos adm oestados: "C o n fia no Senhor de todo o teu coração,
fie l servo do Senhor. W illia m J. C ritc h lo w Jr.. fiqu ei grandem ente e não te e strib e s no teu pró p rio en tendim ento (Pv. 3:5) E som os
im pressionado pela serenidade da sua espôsa. dos seus filh o s e avisados: "A i dos que são sábios a seus p róprio s olhos, e pru­
m esm o dos seus netos. Haviam sido ensinados e acreditavam na dentes em seu pró p rio c o n c e ito ." (Is. 5:21).
ressurre ição lite ra l, e sabiam que seriam reunidos com o fam ília. C omo pode o homem c re r e saber que pode via ja r em naves
Tentei com parar seus sen tim entos com os daqueles que não têm espaciais em tôrno da te rra a m ilha res e m jlha res de qu ilô m e tro s
tal fé, que não aceitam sã do utrina , mas que buscam em vão pela por hora, e ainda assim m a nter com unicação com a te rra e ser
esperança. O rei hu m ildem ente ao meu Pai C e le s tia l para que me m antido no seu curso com a con vicçã o de que mantendo-se em
capacitasse a to c a r o coração de alguns, e ajudá-los a apreciarem sinto nia com a base, será guiado de vo lta para um pouso seguro:
e com preenderem que grande aleg ria, satisfa ção e segurança a fé e com o um m ero homem pode tam bém c o n s tru ir aparelhos ta is
na re ssurre ição traz. com o o "S u rv e y o r", que foi enviado à lua, m antendo-se em contato
Com todos os irre fu tá v e is testem un hos dos profeta s sôbre as com a terra de onde era con trolad o e para onde enviara in fo rm a ­
verdades do Evangelho, por que é tão d ifíc il para o homem ace itar ções: e ainda dizer que é im po ssível para Deus, o cria d o r do
e suportar a sã do utrina , que é tão im po rtan te para todos nós? mundo, com unicar-se com o hom em , sua própria criação, que
A lgum as razões são evidentes. viaja no espaço numa espaçonave criada por Deus. conhecida co ­
P rim eira: a in flu ê n cia de Satanás sôbre a hum anidade. No m un­ mo te rra , e que mantendo-se em sin to n ia com a base pode asse­
do e s p iritu a l, antes que êste mundo e x is tis s e . Satanás rebelou-se gurar-se de um seguro re tôrn o ao te r com pletado sua excursão
por te r sido re je ita d o o seu plano. D isse Deus: “ Portanto, por aqui na terra?
causa de Satanás ter-se rebelado contra m im e te r procurado des­ Para que se possa re to rn a r, é da m ais alta im portância que
tru ir o liv re a rb ítrio do h o m e m ... fiz com que êle fôsse expulso nós e nossos filh o s conheçam os, com preendam os e apliquem os
pelo poder ,do meu U nigênito. os ensinam entos de Jesus C ris to nas nossas vidas. Para enten­
“ E êle tornou-se Satanás, sim , o pró p rio diabo, o pai de tôdas derm os, precisam os ser ensinados. A questão é: Onde e com o
as m e ntiras, para enganar e cegar os hom ens, e levá-los cativo s devem os ser ensinados? Não é p e rm itid o ensinar nas escolas o
à sua vontade, m esm o a todos quantos não ou virem minha vo z .” Evangelho, o lado e s p iritu a l da vida. Na verdade, na m aioria das
(M oisés 4:3-4) nossas escolas, e p a rticu la rm e n te nas universidades, com o sa lie n ­
Satanás então propôs-se a fazer tudo o que es tiv e s s e de ntro tam os antes, a crença em Deus e os ensinam entos de Jesus C risto
das suas fôrças para d e rro ta r a obra da re tidão, assim agita-se de são rid icu larizad os.
um lado para outro, buscando d e s tru ir as alm as dos hom ens. Fá-lo A m aioria das pessoas acha que o ensino do Evangelho deve­
por ardis e lisonja s, e por m eio dos seus e m issá rio s que ensinam ria ser deixado às igre jas, mas som ente uma pequena porcenta­
falsas doutrinas a todos que os queiram o u v ir. Parece que estão gem dos pais, ou dos filh o s , frequentam -nas. E m esm o a essa
conseguindo um grande sucesso. pequena m ino ria que as fre qüe nta, a m aioria das igre jas tem fa ­
A n ti-C ris to s e prom otores da teo ria de que Deus está m orto, lhado em en sin ar a do utrina sã e inadulterada tal com o nos fo i
cético s e alguns que se dizem líderes re lig io s o s , estão ativam ente dada pelo S alvador e pelos profeta s por m eio de quem o Senhor
engajados no ensino de do utrina s falsa s e em usarem todos os fala.
m eios ho stis para balarem e d e s tru ire m a crença em Deus e nas Quantas igre jas ensinam hoje que Deus é uma pessoa? Oue
E scrituras, cum prindo assim a p rofecia de Jesus C ris to quando fom os fe ito s à sua im agem , com o Deus m esm o disse que fom os?
disse: Será que realm ente com preendem os o quão d ifíc il é crerm os e
“ Porque surgirão falsos c ris to s e falso s profeta s operando gran­ am arm os um Deus que não tem corpo, partes ou paixões, com o
des sinais e prodígios para enganar, se possível os próprio s e le i­ tantas seita s ensinam hoje em dia? Em qualquer circun stância ,
to s ." (M t. 24:24) com o o Senhor tem d ito , as verdades do Evangelho, que são as
coisas m ais im p o rta n te s da nossa vida, precisam de ser ensinadas
Também, m u itos ao tornarem -se in s tru id o s nas coisas do
em nossos lares. Estas são as suas palavras:
mundo, ta is com o ciência e filo s o fia , tornam -se au to-su ficie nte s e
preparados para cederem ao seu pró p rio en tendim ento, ao ponto " . . . se em Sião ou em qualquer das suas estacas organizadas,
de julga rem ser independentes de Deus, e devido à sua instrução houver pais que, tendo filh o s , não os ensinarem a com preender a
mundana pensam que se não podem provar física , m atem ática ou do utrina do arrependim ento, da fé em C ris to , o Filho do Deus

30 A LIAH O N A
vivo, e do ba tism o e do dom do E spirito Santo pela im posição S alvador do mundo, que deu a sua vida para que pudéssemos
das m ã o s., sôbre a cabeça dos pais seja o pecado. re ssu rg ir.
“ E êles tam bém ensinarão as suas crianças a orar e a andar Quantas fa m ília s hoje reunem -se para orar, ou para ensinar
em retidão perante o S enhor." (DSC 6 8 :2 5 ,2 8 ) a seus filh o s a orarem em segredo a um Deus pessoal que ouvirá
Para au x ilia r aos pais no seu dever, o Senhor fala por m eio e responderá às orações, ou para ensiná-los a am arem ao próximo?
dos seus profetas. N estes ú ltim o s dias, a revelação conhecida Quão m e lh or seria o mundo se todos os pais realizassem uma
com o Palavra de Sabedoria fo i dada ao mundo por m eio do Profeta Reunião F a m iliar sem anal, ensinando aos seus filh o s a palavra
Joseph S m ith. Entre outras coisas, aconselha contra o uso do do Senhor. Tão som ente aceitando e vivendo o que éle chamou
fum o. do álcool, e com ela é dada uma prom essa. "o grande mandam ento da le i" criaríam o s um céu na terra onde
Se apenas nos lem brássem os de observar a Palavra de Sa­ todos poderiam ha bitar em paz e felicid a d e . O Senhor disse:
bedoria. não haveria m o to ris ta s bêbados causando m ilha res e m i­ " . Am arás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de
lhares de acidentes e m o rtes nas rodovias; haveria m u ito menos tôda a tua alma, e de tod o o teu en tendim ento.
pobreza, menos lares d e s fe ito s , nenhum alcoó latra e nenhum crim e "Ê ste é o p rim e iro e grande m andam ento.
seria com etido por causa da in flu ê n cia do álcool. Ninguém estaria "O segundo, sem elhante a éste é: Am arás o teu próxim o como
sofrendo ou m orrendo de câncer no pulm ão e de outras doenças a ti mesmo. "D ê ste s do is m andam entos dependem tôda a lei e os
causadas pelo uso do fum o. Nesta revelação tam bém tem os a p ro fe ta s ." (M t 22: 37-40)
promessa: D isse m ais: "S e me am ais, guardareis os meus m andam entos."
“ E todos os santos que se lem brarem e guardarem e fizerem (Jo. 14:15)
estas coisas, obedecendo aos m andam entos, receberão saúde para
Se am ássem os aos nossos sem elhantes, não roubaríam os, não
o seu um bigo e m édulas para os seus ossos:
m ataríam os, não ad ulteraríam os, não prestarim os falso s testem u­
"E acharão sabedoria e grandes teso uro s de conhecim ento,
nhos nem qualquer ou tro mal ao nosso próxim o.
até mesmo teso uro s ocu ltos;
"E correrão e não se cansarão, cam inharão e não desfalecerão. Bendita a pessoa que em verdade pode dizer que crê em Deus,
"E eu, o Senhor, lhes faço a prom essa de que o anjo des­ o Pai Eterno, em seu Filho Jesus C risto e no E spírito Santo: que
tru id o r os passará com o aos filh o s de Israel, e não os m a tará ." m ediante o sa c rifíc io de C risto , tôda a humanidade pode ser salva
(DSC. 89: 18-21) por obediência às le is e ordenanças do Evangelho; que está pre­
Pais. não devem os tornar-m os tão apegados às coisas munda­ parada para arrepender-se e ser batizada para rem issão dos seus
nas que venham os a fracassar em en sin ar as do utrina s de salva­ pecados; e que aceita e vive os ensinam entos de Jesus C risto.
ção. pelo exem plo e por p receito, aos nossos filh o s . Devem os en­ Presto testem un ho de que estas coisas são verdadeiras, em
siná-los a cre r em Deus. a c re r que Jesus C ris to , seu Filho, é o nome de Jesus C risto , amém.

Discurso proferido pelo Presidente Joseph Fielding Smith, conselheiro da Primeira Presidência,
na sessão matinal de domingo, 6 de outubro de 1968, da 138.* Conferência Semi-Anual da Igrefa.

O Reino de Deus é
Eterno
Joseph Fielding Smith

Estou m u ito grato pela oportunidade de poder reunir-m e com lado de Deus e da sua ju s tiç a , da sua verdade e da sua obra na
vocês, irm ãos e irm ãs, nesta sessão da con ferência e em tôdas te rra , e a fa vo r da salvação dos filh o s dos homens.
as demais. Temos trabalhado todos êstes anos na Igreja para trazer os
Regozijo-me extrem am ente na verdade. Agradeço ao Senhor homens a um conhecim ento do Evangelho de Jesus C risto , trazê-
todos os dias de minha vida, pela sua bondade e m ise ricó rd ia , los ao arrepe ndim ento e à obediência dos re q u isito s da lei divina.
cuidado am oroso e proteção que tem dispensado a todo o seu Temos nos esforçado para salvar os homens do êrro e persuadí-los
povo, e por tôdas as m anifestações da sua m is e ric ó rd ia e bênçãos a abandonarem o mal e aprenderem a fazer o bem.
para conosco em tôda a terra e durante todos êste s anos desde O Evangelho de Jesus C ris to é o poder de Deus para a sal­
a organização da Igreja em 6 de ab ril de 1830. vação, e é ab solutam ente necessário que todos os m em bros da
Igreja obrem virtu o sa m e n te , observem as leis de Deus e guardem
Nossa m issão é salvar, preserva r do mal, e x a lta r a hum ani­
os seus m andam entos, para que possam m e recer o poder de
dade, trazer a luz e a verdade ao m undo, prevalece r sôbre o povo Deus para a salvação nesta vida, e para que o íntegro povo do
da terra, andar em re tidão diante de Deus. honrá-lo em nossas convênio da Igreja possa ser m agnificado e acrescido, até que o
vidas e com as p rim ícia s de nossos bens e prosperidade. m undo se curve e reconheça que Jesus é o C risto , e que há um
Desejo dizer que o “ m o rm on ism o", tal com o é chamado, con­ povo em preparação para o seu retórn o em poder e glória.
tinua com o sem pre, a ser nada menos que o poder de Deus para Levamos ao m undo o ramo de o liv e ira da paz. A presentam os
a salvação de tôda a alma que o receba e o obedeça. Digo-lhes ao mundo a lei do Senhor, a verdade, ta l com o fo i revelada nos
que os santos dos ú ltim o s dias, onde quer que se encontrem , ú ltim o s dias para a redenção dos m o rtos e para a salvação dos
dpsde que m ereçam essa designação e sejam fié is ao seu cha­ vivos. Não tem os m alícia ou má fé para com os filh o s dos ho­
mado e à sua com preensão do Evangelho, são pessoas que de­ mens. O e s p írito de perdão satura os corações dos santos, que
fendem a verdade, a honra, a v irtu d e , a pureza de vida, a hones­ não acalentam nenhum desejo ou sen tim ento de vingança contra
tidade nos negócios e na re lig iã o ; pessoas que se colocaram do os seus inim ig os.

Janeiro de 1969 31
Dizem em seus corações: Julgue o Senhor entre nós e nos­ meu testem un ho sôbre a verdade de que o Evangelho foi re stau­
sos inim ig os, nós porém os perdoam os e não guardam os ressen­ rado ao hom em . Tenho viajado en tre as nações pregando o Evan­
tim e n to de ninguém . Embora possa ser d ito com algum a verda­ gelho e tenho v is to algo das condições do mundo, estou cônscio
de que em com paração com o re stante dos hom ens, não passa­ de que o Evangelho, tal com o revelado pela B íblia, não pode ser
mos de um grupinho, na verdade devem os ser com parados ao encontrado no mundo.
fe rm e n to de que falou o Senhor, e que eventualm ente levedará o As ordenanças do Evangelho não são ad m inistra das em ne­
mundo todo. Os homens devem abandonar os seus preconce itos, nhuma igreja, com exceção da Igreja de Jesus C ris to dos Santos
desejos pessoais, am bições e preferências, e pre sta r deferência dos Ü ltim o s Dias. Não ouvem o testem un ho dos que lhes a fir­
à grande causa da verdade que está se espalhando pelo mundo mam que o Senhor viv e e de que é capaz de re velar sua vontade
afora. ao homem hoje. tal com o sem pre o fêz. Não podem p ro g re d ir nem
O e s p írito do Evangelho conduz os homens à ju s tiç a , a ama­ aprender os cam inhos do Senhor nem cam inhar pelas suas sendas.
rem ao próxim o e trabalharem pela sua salvação e exaltação: Esta foi a senda apontada por Pedro e pelos apóstolos quan­
inspira-os a obrarem o bem, a e vita rem até m esm o a aparência do o E spírito do Senhor ve io sôbre êles com grande poder para
do pecado. O o b je tiv o e o p ropósito desta obra é a fe licid a d e convencer os corações das pessoas que clam avam : "Oue fa re ­
eterna do homem, nesta e na vida vindoura. mos. irm ã os?" R espondeu-lhes Pedro: "A rre pen dei-vo s, e cada
Os fru to s do E s pirito de Deus — os fru to s da verdadeira re­ um de vós seja batizado em nome de Jesus C ris to para rem issão
lig iã o — são a paz, o am or, a v irtu d e , a honestidade, a in te g ri­ dos vossos pecados, e re cebereis o dom do E spirito Santo."
dade e a fide lid ade a todo p rin c íp io conhecido da lei do Senhor. (A to s 2:37-38)
Lendo-se o qu in to cap ítulo da epístola aos G álatas. descobre-se Êsse foi o conselho que lhes fo i dado, e, aqueles que o obe­
a dife rença entre os fru to s do E sprito de Deus e os fru to s do deceram , capacitaram -se a receber o testem un ho do E spírito Santo
Espírito do mundo. que lhes tra ria paz e fe licid a d e , lhes re velaria os seus deveres e
Esta é uma das grandes d ife rença s en tre o assim chamado os h a b ilita ria a com preender a sua relação com o Senhor.
"M o rm o n is m o " e as teo logias do mundo. Se nos curvarm o s aos Ao con tem p la rm o s as condições do mundo atual, som os le ­
seus m andatos e adotarm os os seus p rin cíp io s em nossa vida. vados à conclusão de que não é provável que a paz em breve
transform ar-nos-á em filh o s e filh a s de Deus. dignos de eve ntua l­ seja estabelecida sôbre a te rra . Nada há entre as nações que
m ente habitarm os na presença do Todo-Poderoso nos céus. tenda para a paz.
O reino de Deus e a obra do Senhor espalhar-se-ão mais e. O Senhor Todo-Poderoso é o C riad or da te rra . Pai dos nossos
m ais, progredindo m ais rapidam ente no fu tu ro do que fêz no pas­ e sp írito s. Tem o d ire ito de d ita r o que devem os fazer, e é nosso
sado. O Senhor o disse, o E spírito o afirm a, e eu dou te ste m u ­ dever obedecerm os e andarm os segundo os seus re q u isito s. O
nho disso porque sei que é verdade. Evangelho fo i restaurado à te rra , o S acerdócio re estabelecido, e
O reino de Deus está aqui para c re s c e r, difu n d ir-s e . enraizar- am bos são de sfruta dos por êste povo. O mundo não pode com ­
se na terra e fixar-se onde o Senhor o plantou pelo seu poder e preender isto . e o observa com adm iração.
pela sua palavra, para jam a is ser d e s tru id o , mas c o n tinuar até Sabemos que Jesus C ris to vive. sabem os que é nosso Re­
que os propósito s do Todo-Poderoso sejam alcançados, e c u m p ri­ de n to r e Salvador, tem os um testem un ho disto , independentem en­
dos todos os p rin cípios p ro fe rid o s pelos profeta s desde que o te de qualquer liv ro já e s c rito , e te s tific a m o s destas coisas ao
mundo com eçou. É a obra de Deus, que êle. na sua sabedoria mundo. Estamos engajados na grande obra de pregação do Evan­
restaurou na terra nestes ú ltim o s dias. assentou-a sôbre p rin c í­ gelho a tôdas as nações. É uma grande e g loriosa obra. C rem os
pios de verdade e de ju s tiç a , de pureza de vida, que não podem ser c o rre to am ar a Deus com todo o nosso coração, e am ar ao
ser derrubados ou entregues a ou tro povo enquanto a m aioria da nosso próxim o com o a nós m esm os.
Igreja guardar os convênios com o Senhor e m antiver-se pura e Êstes são alguns dos p rin cíp io s do Evangelho, que nos foram
incontam inada pelo mundo. ensinados desde que nos tornam os m em bros da Igreja. O Evan­
Nenhum povo jam a is poderá prosperar e flo re s c e r por m uito gelho de Jesus C ris to é a p e rfe ita lei da liberdade e conduzirá o
tem po a menos que perm aneça na divina verdade. A verdade é homem à m ais elevada gló ria , exalta-lo-á na presença de nosso
poderosa e prevalecerá. A firm o que jam a is, desde a organização Pai C eleste se tão som ente e s tiv e r dispo sto a o u v ir os conselhos
da Igreja, fo i esta d irig id a por um hom em . Tal não se deu nos daqueles a quem o Senhor apontou para guiá-lo.
dias de Joseph S m ith nem nos dias de Brigham Young. nem se Não pedim os opiniões de nenhum homem. Prestam os te s te ­
deu desde então. É do Senhor a obra, a firm o , e espero que to ­ m unho d e stem ido de que ta is coisas são verdadeiras. Sabemos
dos possam gravá-lo bem. para que não se esqueçam de que é o que aquêle em quem con fiam os é Deus. pois tal nos fo i revelado.
Senhor que irá re alizar a obra e não o hom em . Não estam os no escuro nem o b tivem os o nosso conhecim ento de
Homem algum jam a is terá a honra de realizá-la, tão pouco algum hom em , ou hom ens, mas através da revelação de Jesus
terá poder para isso em sí mesmo. Fôra obra do hom em , have­ C risto . Não há pe rigo em abandonar as loucuras e os males do
ríamos de esta r com o o re stante do mundo, e não seria verda­ mundo, inclinando-nos com hum ildade diante do Senhor pelo seu
d e iro afirm ar-nos com o esco lh idos de Deus no mundo, mas s e ria ­ Espírito, em obediência às palavras do Salvador, sendo batizados
mos parte do mundo: no entanto, a verdade é que Deus nos es­ para rem issão de pecados e recebendo im posição de mãos para
colheu do mundo, e já não som os do mundo. o dom do E spírito Santo, para que possam os te r testem un ho da
A o v olta rem para casa, levem is to consigo, quer tenham o veracidade destas palavras.
habito de fazê-lo, quer tenham negligenciado seu dever. Retirem - Façam ta is coisas hu m ilde e honestam ente, e tão c e rto com o
se para os seus aposentos, a sós ou com suas fam ília s reunidas, vive o Senhor, prom eto que receberão o testem un ho desta obra
ajoelhem -se diante do Senhor em louvor e ação de graças pela e a conhecerão com o todos os santos dos ú ltim o s dias deveriam
m ise rico rd io sa providência que têm dispensado sôbre o seu povo, conhecê-la. Esta é a prom essa, firm e e segura, e m u ito s há nes­
desde o com eço da obra até agora. Lem brem -se de que é o dom ta congregação que podem p re sta r testem unho de que v e rific a ­
de Deus ao hom em , o seu poder e a sua in flu ê n cia orientadora ram o seu cu m p rim e n to neste dia. Êste testem un ho vem de Deus
que tem realizado o que vem os. Não se deveu à sabedoria dos e convence a todos a quem é dado e é de m ais v a lo r para os
homens. Os homens são in strum en tos nas mãos do Senhor para homens do que quaisquer sinais ou dons, porque traz a paz, a
a realização dos seus p ropósito s, e não deveríam os negar que o fe licid a d e e o con tenta m en to à alma.
são; devem os honrá-los, mas se pretenderm os co n fe rir-lh e s a Assegura-m e de que Deus vive, e de que se fo r fié l obterei
honra pela realização desta obra, tom ando-a do Senhor que os as bênçãos do Reino C e le s tia l. A te rra será p u rificada e prepa­
q u a lifico u para o trabalho, estarem os in ju stiça n d o nosso Pai rada para habitação de séres c e le s tia is , e o. Senhor nosso Deus
C ele stia l. v irá ha bitar sôbre ela e então será o M ilê n io . O Evangelho é s a l­
Êle fará rapidam ente sua obra em ju s tiç a , apressará os seus vação, e sem êle tud o perde seu valor. É em pós dêle que e sta ­
propósitos no seu devido tem po. Cum pre-nos procura r apenas mos. A razão pela qual estam os aqui é para que possam os ven­
acompanhar o ritm o do progresso da obra do Senhor; em c o n tra ­ cer tôda fraqueza e nos preparar-m os para a vida eterna no fu tu ro .
partida êJe nos preservará e nos protegerá, preparando diante de Sejam os fié is e hum ildes, vivam o s a re lig iã o de Jesus C risto ;
nós o cam inho. despojem o-nos das fraquezas da carne e apeguemo-nos ao Senhor,
Estou grato ao Meu Pai C e le s tia l por ter-m e p e rm itid o viv e r à sua verdade com coração uno, com in te ira de term inação de
nesta geração, podendo conhecer algo dos prin c íp io s do Evange­ com bater o bom com bate da fé e c o n tin u a r firm e s até o fim , para
lho. Sou grato por te r recebido o p riv ilé g io de te r um te s te m u ­ que possa Deus nos conceder fô rça s, em nome de Jesus C risto .
nho dà sua verdade, e de poder daqui e de ou tros lugares prestar A m ém .

32 A LIAH O N A
Discurso proferido pelo Presidente Alvin R. Dyer, conselheiro da Primeira Presidência, durante
a sessão matinal de domingo, 6 de outubro de 1968, da 138.* Conferência Semi-Anual da Igreja.

Um Destino Religioso,
Não Político
Alvin R. Dyer

Meu discurso diz re speito aos Estados Unidos. la tivo s ao fu tu ro , de acôrdo com o p rin cípio moral que eu lhe dei,
Desde a fundação dêste pais, os líderes p o lític o s tem de­ para que todo homem seja responsável por seus próprios peca­
cantado a grandeza dos Estados U nidos e do seu lugar no m un­ dos no dia do juízo.
do com o berço da liberdade e da dem ocracia, cujo de stin o é a "P ortanto, não é ju s to que um homem seja escravo de o u tro."
dissem inação dêsses p rin cípios no re stante do mundo. "E com êsse p ro pósito e sta beleci, pelas mãos de homens
Temos testem unhado os Estados Unidos ten tare m fazer isto sábios que ergui para êsse m esm o fim , a C onstituição desta te r­
por vários m eios, mas está aprendendo por m eio de uma c u sto ­ ra. e redim i a terra pelo derram am ento de sangue." (D&C 101:77-80)
sa e árdua experiência que a liberdade não pode ser tom ada ou Os povos que C olom bo aqui encontrou eram rem anescentes
dada a nenhum povo, nem pode ser com prada. Os Estados U ni­ decadentes daqueles que vieram para esta terra divinam ente
dos ne cessitarã o' aprender a lição, tal com o o fizeram os seus guiados e em cum prim e nto dos convênios que Deus estabelecera
pais fundadores, que a liberdade deve ser buscada com coragem m u ito antes das suas m igrações e ocupações da te rra , a qual o
e s t i fício , que não pode m antê-la em casa ou levá-la a outros Senhor lhes anunciara com o terra de prom issão e herança.
a m e n jj que tal tip o de busca seja em pregado. Segundo o Livro de M órm on, os Jareditas com eçaram a sua
Quanto ao de stino dos Estados Unidos, p o litic a m e n te fala n­ m igração para esta te rra por época da construção da tô rre de
do, não estou preparado para com entar, mas sei que m u ito antes Babel. Isto ocorreu por vo lta do ano 2200 a.C., quando então foi
de os navios de Colom bo haverem tocado suas praias, m u ito an­ confundida a língua do povo. Esta tô rre fo i id en tificada em nossos
tes da sua independência e de terem os pais fundadores estabe­ tem pos no lugar chamado H illah, no moderno Iraque, a sudoeste
lecido uma nova nação, os acontecim entos vinham se com pondo da cidade de Bagdá, na margem o rie n ta l do rio Eufrates.
para dar à te rra que hojè chamamos A m érica , o seu destacado A li acham-se ruinas conhecidas com o Birs N im rud. as quais
destino e propósito. erguem -se com o uma tô rre na planície vasta. Rawlinson in te rp re ­
Tenho a firm e convicção de que o verdade iro de stino dos tou as in scriçõ es que se acham nas ruinas pira m ida is com o sig n i­
Estados Unidos é re lig io s o e não p o lític o , e s p iritu a l e não físico . fican do: "T em plo dos Sete P lanetas". Supõe-se que ta is ruinas
M u itos têm d ito m u ito sôbre a sua fundação. O Profeta Jo­ sejam o que restou da Tôrre de Babel.
seph S m ith declarou que a C o n stituição dos Estados Unidos fo i Durante as viagens dos ja re d ita s, prim eira m ente para o nor­
divinam ente inspirada, devido a isto oram os pela continuidade te, para o vale de N im rod e depois, após cruzarem m uitos lagos
dos seus propósitos. Não obstante, por mais nobres e elevadas e rios, chegando ao grande mar que separava os continentes, es­
que sejam as fases p o lítica s do seu esta belecim ento , o seu s ig n i­ tabeleceram êles uma com unidade chamada M oriancum r, con for­
ficado real jaz no seu p ro pósito e s p iritu a l, para o qual fo i funda­ me o nome do seu grande líder, o irm ão de Jared. (vide Éter 2:1-16)
do verdadeiram ente. Escolhi duas dessas razões e s p iritu a is , e Sabemos que o Senhor deu instruções ao irm ão de Jared para
portanto de d ivin o propósito , para as re fe rir: a construção de barcos sub m ersive is que capacitariam sua colô­
P rim eiro: Os Estados Unidos foram fundados para cu m p rir nia a cruzar as grandes águas para uma terra de prom issão, a
um convênio fe ito por Deus com os antepassados pa triarca is da re speito da qual escreveu M o riancum r:
casa de Israel. Falando a um rem anescente desta casa que então "A s s im podem os ve r os de creto s de Deus re la tivo s a esta
habitava esta te rra , o Senhor disse: te rra , que é a te rra da prom issão; e tôdas as nações que a pos­
‘ Porque está na sabedoria do Pai que êles se estabeleçam suírem deverão s e rv ir a Deus, ou serão varridas quando a p len i­
nesta te rra e sejam in s titu íd o s com o um povo liv re , pelo poder tude da sua cólera v ie r sôbre elas. E a plen itude da sua cólera
do Pai, para que estas coisas possam v ir dêles para o resto da virá sôbre elas quando houverem am adurecido em iniqüidade. »
vossa sem ente a fim de que se cum pra a aliança que o Pai fêz ‘ Porque eis que esta é uma te rra escolhida entre tôdas as
com seu povo, ó casa de Is ra e l.’ (3 N efi, 21:4) ou tras; po rtanto, aquêles que a possuírem deverão s e rv ir a Deus,
Segundo: Os Estados Unidos e a sua C o n stitu içã o foram fu n ­ ou serão va rridos, pois êste é o ete rno de creto de D e u s . .."
dados para preservar para a humanidade o divin o d ire ito da li­ (É ter 2:9, 10)
berdade m oral. A re s p e ito c ito uma revelação dada a Joseph Cêrca de 1600 anos m ais tarde, ou seja, por vo lta de 600 a.C.,
S m ith sôbre êste ssunto: um profeta chamado Lehi, juntam ente com sua fam ília deixou
‘ De acôrdo com as le is e as in s titu iç õ e s do povo, as quais Jerusalém , que havia sido condenada, conform e lhe in stru irá o
p e rm iti que fõssem estabelecidas e devem ser m a n tid a i para os Senhor. Lehi e sua colônia, tal com o os Jareditas séculos atrás,
d ire ito s e a proteção de tôda a carne, de acôrdo com os p rin cípios deveriam ser conduzidos a uma terra prom etida. Falando a N efi.
justo s e santos; filh o de Lehi, enquanto ainda não haviam em barcado, permane­
‘ Para que todo homem possa ag ir em do utrina e p rin c ip io re­ cendo no de serto ; disse o Senhor:

Janeiro de 1969 33
‘ Enquanto guardares meus mandam entos, prosperarás e serás para o norte cêrca de 160 q u ilô m e tro s para se estabelecerem
conduzidos à te rra da prom issão; sim . à te rra que preparei para num lugar do qual tive m o s con hecim e nto pela palavra revelada
ti, a qual fo i escolhida en tre tôdas as d e m a is .' (1 N efi, 2:20) de Deus com o sendo A dam -ondi-Ahm an. A li com eçou a vida fa ­
E ventualm ente, após m uita trib u la çã o , e uma perigosa jo r­ m ilia r dos m o rtais, quando Adão e Eva geraram filh o s e filh a s
nada pelas grandes águas num navio co n s tru id o segundo as ins­ aqui na A m érica.
tru ções do Senhor. Lehi e a sua colônia, algo aumentada desde Adão e Eva. expulsos da presença de Deus, estabeleceram -se
a sua partida de Jerusalém , alcançaram a terra prom etid a, pro­ no lugar da sua habitação te rre s tre e invocaram a Deus. Foram
vavelm ente no no 589 a.C. instruído s a o fe re ce r os prim o g ê n ito s dos seus rebanhos sôbre
P osteriorm ente. N efi declarou: a lta res com o s a c rifíc io ao Senhor, m andam ento ao qual foram
‘ Mas não obstante as nossas a fliç õ e s , disse êle. recebem os obedientes m esm o sem saberem a razão. Um anjo do Senhor
a terra da prom issão. uma terra que fo i escolhida en tre tôdas as lhes apareceu e então exp lico u-lhe s a s im ilitu d e com o s a crifício
outras; a qual. segundo o convênio que o Senhor fêz com igo, será de C risto , o Senhor, o qual v iria à te rra no seu tem po designado.
o pais de herança da minha po steridade. Sim, o Senhor prom e­ M a is tarde. o plano eva ngélico de salvação e exaltação, pela re­
teu esta te rra a m im e meus descendentes, e tam bém a todos con cilia ção com Deus o Pai. de cuja presença haviam sido ba­
os ou tros que fôssem tra zidos de ou tros países por sua m ão." nidos. fo i revelado pela p rim e ira vez ao homem sõbre a te rra .
(2 N efi, 1:5) O Santo S acerdócio, segundo a ordem do Filho de Deus, o
Enquanto a Reforma e a luta pela liberdade ganhavam m o­ qual ‘ m in istra o Evangelho e re tém as chaves dos m is té rio s do
m ento na Europa c on tinental e na Ing la te rra , os eventos se su ­ reino, a chave do con hecim e nto de D eus," fo i co n fe rid o a Adão.
cediam conduzindo è redescoberta da A m érica , pois Deus tocou o grande p ro g e n ito r da fam ília humana, daí terem -lhe sido dadas
o coração de um m a rinhe iro chamado C ristó vã o C olom bo, o qual as 'c h a v e s da s a lv a ç ã o '. O Senhor, ou Ahm an, assim fêz co­
a seu tem po, em 1492 abriu o cam inho para a te rra prom etida. nhecer a Adão e Eva que, em bora tendo caído e por isso ficado
Mas nem. C olom bo, nem os ne fita s ou os ja re d ita s foram os su je ito s tan to à m o rte física quanto e s p iritu a l, poderiam ser re­
de scobridores o rig in a is , nem foram êles que estabeleceram o pro­ d im id o s e re co n cilia d o s com Deus. o Pai.
pó sito do de stino da A m erica . Is to já havia sido estabelecido A o c o n fe rir as "chaves da s a lv a ç ã o ' a Adão. a revelação e o
desde a infância da habitação da te rra . N estas m igrações foram d e scerra m en to das condições de salvação foram -lhes dadas a co ­
tão som ente conduzidos à região do com eço do homem sõbre a nhecer. e por m eio dêles à hum anidade. N isto podemos d isce rn ir
terra. o verdadeiro sig n ifica d o do tê rm o "A dam -on di-A hm a n", ou s im ­
Sabemos que após seu m in is té rio te rre n o entre os Judeus, a plesm ente provenie nte de "A h m a n ", que é o Senhor, "o n d i" sig­
v is ita às ovêlhas de ou tro aprisco aqui na A m érica e o esta b e le ­ nifica n d o ‘ por m eio d e ' Adão à humanidade.
cim en to da sua Igreja en tre o povo. o C ris to re s s u rre c to falou Na revelação já re fe rid a , à qual darem os m aior atenção agora,
da fundação da A m érica e da restauração do seu Evangelho aos o Senhor fala clara m en te das ‘ chaves da salvação" que foram
rem anescentes da sem ente daqueles que então ocupariam esta dadas a Adão. ou M ig u e l, seu nome pré-m o rtal, iden tifica n d o o
te rra , e a todos os filh o s de Deus, o que se daria após um p e río ­ p ro pósito pelo qual foram conferidas.
do de escuridão e s p iritu a l sôbre a te rra . Nesta declaração o Se­ 'A fim de que recebais a corõa para vós preparada, e vos
nhor fala do de s tin o desta grande te rra : to rn e is governadores de m u itos reinos, diz o Senhor Deus. o
‘ Em verdade vos digo que vos dou um sinal, a fim de que Santo de Sião, o qual estabeleceu os a licerces de Adam-ondi-
possais saber a hora em que estas coisas estarão prestes a su­ Ahm an:
ceder. quando dessa larga dispersão re unire i o meu povo. ó casa "O qual. designou M igu el para vosso príncipe, e firm o u os
de Israel, e esta belece rei novam ente en tre êle m inha S ião." seus pés. assentou-o no alto, e deu-lhe as chaves da salvação
(3 N efi 21:1) sob o conselho e a direção do Santo, o qual não tem p rin cípio
Na declaração seguinte o Senhor designou a A m érica com o de dias nem fim de v id a ." (D&C 78:15,16)
a terra da herança daquêles que pertencem à casa de Israel e ‘ . pois na introdução da dispensação da p len itude dos te m ­
que serão ajuntados de tôda a te rra . pos. a qual está com eçando a se intro d u zir, é necessário que
~E então os rem anescentes que e stive rem d ispe rsos pela su­ haja uma união com pleta e p e rfe ita , e uma solda de dispensa-
pe rfície da terra serão re colhido s do le ste e do oeste, do sul e ções. e chaves, e poderes, e gló ria s, e sejam elas reveladas
do norte; e chegarão ao conhecim ento do Senhor seu Deus. que desde os dias de Adão até o tem po a t u a l. . . " (D&C 128:18)
os re dim iu.
A luz desta revelação não é d ifíc il ver porque os santos dos
‘ E o Pai ordenou-m e que vos desse esta terra por herança.
ú ltim o s dias estabeleceram -se em Adam -ondi-Ahm an, para que
‘ E acontecerá que esta belece rei êsse povo nesta te rra , em
êste im po rtan te e sagrado segm ento da vida terren a do homem
cum prim e nto do convênio que fiz com Jacó. vosso pai. e será uma
pudesse ser trazido ao testem un ho do mundo por m eio dos arau­
Nova Jerusalém . E os poderes dos céus estarão no m eio dêste
tos enviados a proclam a r as verdades e as ordenanças salvado­
povo, sim , eu m esm o esta rei entre v ó s ." (3 N efi, 2 0 :13.1 4.22 )
ras do Evangelho restaurado de Jesus C risto.
Para fa la r das A m éricas (do N orte. C entral e S ul) com o te rra e s­
Temos o p riv ilé g io de, pela revelação dada ao Profeta Joseph
colhida. terra consagrada, precisare m os re tro c e d e r ao p rin cíp io , o
S m ith, te r um re la to de um dos grandes eventos prim evos que
que nos ajudará a com preender.
se deram no vale de Adam -ondi-Ahm an.
É fe ita esta declaração nos e s c rito s de M o isé s que tra tam
'T rê s anos antes da sua m o rte, Adão chamou ao vale de
da colocação do homem sôbre a te rra :
A dam -ondi-Ahm an, a Sete, Ênos. Cainã, M a alalel. Jared, Enoque
‘ E eu. o Senhor, plan tei um ja rd im ao o rie n te no Éden, e e M a tusalém , que eram todos sum o-sacerdotes, e ao re stante da
pus a li o homem que eu tinh a fo rm a d o .' (M o isé s 3:8) sua posteridade que era fie l, e aí lhes deu a sua últim a bênção.
Não era bom que o homem fica sse só, assim fo i-lh e dada "E o Senhor lhes apareceu, e êles se ergueram e abençoaram
uma auxiliadora, para que ambos ocupassem o ja rd im que fôra a Adão, e chamaram-no M ig u e l, o príncipe, o arcanjo.
plantado. “ E o Senhor ad m in istro u co n fo rto a Adão, e disse-lhe: Eu te
Quanto ao lugar em que fo i o Éden, vale a pena lem b rar que separei para seres a cabeça; uma m u ltid ão de nações procederá
no processo de criação, durante o te rc e iro período, tôdas as de ti. e tu és príncipe delas para sem pre.
águas foram ajuntadas em um só lugar, a porção sêca fo i cha­ "Então Adão se ergueu no m eio da congregação; e. embora
mada te rra , e às águas, mar. curvado pela ve lh ice , sendo cheio do E spírito Santo, predisse
A porção sêca, ou te rra , fo i dado tam bém ou tro nome: Éden, tudo o que haveria de aco ntece r à sua posteridade até à ú ltim a
e fo i a o rie n te , no Éden, ou a o rie n te na te rra sêca, que fo i plan­ geração.
tado o ja rd im para os nossos p rim e iro s pais te rre s tre s . ‘ Tôdas estas coisas foram e s c rita s no liv ro de Enoque, e
No d e co rre r do tem po desde a criação, nos dias de Pelegue, delas se te s tific a rá no devido te m p o ." (D&C 107:53-57). Esta
ou por vo lta de 2200 a.C., pouco antes da confusão das línguas, reunião fa m ilia r de Adão com sua posteridade ju s ta ocorreu apro­
o con tinente único que assim perm anecera desde a criação, fo i xim adam ente no ano 3177 a.C.
d ividid o para produzir os h e m is fé rio s ta l com o agora os conhe­ A ssim , por m eio dêstes breves re la to s, podem os ve r as ra­
cem os. Não obstante, a localização ge ográfica do Jardim do Éden zões pelas quais o con tinente am ericano é uma te rra de p ro m is­
fo i dada a conhecer ao Profeta Joseph S m ith, sendo-lhe revelado são. escolhida en tre tôdas as dem ais, pois fo i aqui que teve
que se situo u no condado de Jackson, no Estado do M isso u ri, in ício a hum anidade e aqui foram e sta belecid os os p rim e iro s con­
com a cidade de Independence com o seu cen tro. vênios. E fo i do c e n tro desta terra esco lh ida que Deus com eçou
Quando Adão e Eva foram expulsos dêste ja rd im , viajaram a sua grande obra dos ú ltim o s dias. a qual levará a cabo.

34 A LIAH O N A
É de grande inte rêsse saber que na devida seqüência do m ais, e é no "Lu gar C e n tra l” que Sião será estabelecida, não
tem po do Senhor, as te rra s e as águas re tornarão às suas p o si­ falharão.
ções orig in a is . Os Estados U nidos, com o Sião, não falharão, não som ente
Sõbre êste assunto, disse o Senhor: por ser a te rra dos ilu s tre s pais da nossa independência e da
"E fará sair de Sião a sua voz. e de Jerusalém falará, e se nossa C o n stitu içã o , mas porque é a terra de José, filh o de Jacó,
ouvirá a sua voz entre todos os povos; que assim fo i estabelecida pelo convênio de Deus. É a terra da
"E será uma voz com o a voz de m uitas águas e com o a de coligação de Israel no período culm in ante da últim a dispensação
um fo rte tro vão, que abaterá as m ontanhas, e não se acharão que Deus estabeleceu por m eio do Profeta Joseph Sm ith.
os vales. Para re alizar seus p ropósito s no de stino dos Estados Unidos
"Êle ordenará à grande profundeza, que se volta rá para os
com o Sião, tem os estas palavras do Senhor com re speito ao seu
países do norte, e as ilhas se tornarão uma so terra;
povo:
“ E a te rra de Jerusalém e a de Sião regressarão aos seus
"M a s, p rim e iro , que o meu e xé rcito se torne m u ito fo rte , e
próprios lugares, e a terra será com o nos dias de antes da sua
que se sa n tifiq u e perante m im , para que se torne belo com o o
divisão.
“ E o Senhor, m esm o o Salvador, perm anecerá no m eio do sol, e claro com o a lua, e que os seus estandartes sejam te r rí­
seu povo e reinará sõbre tôda a c a rn e .” (D&C 133:21-25) veis para as na ções." (D&C 105:31)
Os Estados Unidos, com o Sião, não falharão. Uma vez que Presto o meu testem un ho sôbre o cum prim e nto destas pro­
os Estados Unidos são uma te rra escolhida de ntre tôdas as de­ fecia s em nome de Jesus C risto . Am ém .

O s íris Cabral Tavares

Missionário Brasileiro Destaca-se


em Missão no Exterior
LIMA, novembro, 14 — (inform e especial de Allan o grau de sumo-sacerdote, ao qual foi ordenado em 26
Ballard, da Missão Andina) — Foi chamado para servir de agôsto de 1966, tornando-se o mais jovem membro
como assistente da presidência da Missão Andina, da Igreja com êsse grau no Brasil.
atualmente sob a presidência de Allen E. Litster, o m is­ Desde então, entre as tarefas a seu encargo estava
sionário brasileiro O siris Cabral Tavares, de São Paulo, a de lecionar para a classe dos sumo-sacerdotes. O
vindo assim a ser o prim eiro brasileiro a servir em tal inusitado disto estava em que os membros da sua classe
função. incluiam o presidente da estaca São Paulo, membros do
Entre os seus m uitos talentos, fala fluentem ente o sumo-conselho da estaca, o bispo da sua ala, e seu pai,
espanhol e o inglês, capacitando-se dessa form a-a ser conselheiro da estaca.
bastante eficiente como élder viajante, percorrendo ex­
tensivamente tôda a Missão Andina em visita aos m is­ Estas experiências não somente fizeram dêle o p ri­
sionários e aos membros dos ramos locais. meiro brasileiro a ser chamado para assistente do pre­
Membro há apenas dez anos, o Irmão Cabral foi ba­ sidente da Missão Andina (geralmente o cargo é ocupa­
tizado em 15 de abril de 1959, desde então, pela sua ca­ do por experimentados m issionários norte-americanos,
pacidade de dedicar-se ao trabalho do Senhor e pela con­ os quais quase sempre foram nascidos sob o convênio),
fiança que soube merecer dos líderes da Igreja, galgou mas também o prim eiro m issionário da história da M is­
ràpidamente várias posições no sacerdócio e na admi­ são Andina com o grau de sumo-sacerdote.
nistração da Igreja. Ordenado élder em 21 de novembro Parece ser natural para o Irmão Cabral estar sem­
de 1961, cinco anos depois foi achado digno de receber pre à frente em questões da Igreja.
O Casamento é mais do que uma Cerimônia

m dos meus alunos escreveu-me comunicando seu noivado,” diz

U W illiam Lyon Phelps. “ Não será uma grande cerim ônia,” observou,
“ mas será um casamento m aravilhoso."1 Estas palavras exprimem
um sim ples fato que por vêzes é esquecido: o fato de que o casamento é
m uito mais do que uma cerim ônia, infinitam ente mais. Entre os fatos mais
im portantes a serem encarados, salientamos que o m atrim ônio é fe ito de
deveres, de rotina e de responsabilidade da vida diária, dia após dia, e que
êle é a relação entre duas pessoas im perfeitas, um relacionamento que
exige caráter, lealdade, bom senso, convicções idênticas, a par de grande
altruism o e firm e empenho de transform á-lo em sucesso com pleto e dura­
douro. “ A arte de viver fe liz com outra pessoa é, talvez, a maior de tôdas
as artes," disse Phelps. “ Naturalmente requer tôda sorte de ajusta­
m ento.” ' “ Querelas e ressentim entos surgirão, mas o im portante é que não
perdurem . ” No m atrimônio, “ duas personalidades d istintas devem tra ­
balhar por um objetivo com um ," diz Temple Bailey. “ Não é possível a um
casal atingir a felicidade com os olhos postos em estrelas diferentes . .
precisam escolher um único ideal e lutar por alcançá-lo deixando de aca­
lentar idéias impossíveis e de futuro incerto. Escolha o m elhor dos seus
sonhos e adapte-o à vida tal como ela é .” “ O divórcio é o fracasso."- “ A
melhor m eta” , diz conhecida autoridade, “ é o sucesso do casamento em
s i.” 1 Encare tudo sob êsse prisma e lembre-se de que o m atrim ônio é uma
associação de duas pessoas im perfeitas, um relacionamento que requer ca­
ráter, lealdade, senso de humor, convicções idênticas e bom senso, a par
de m uito altruism o e da firm e decisão de torná-lo um sucesso com pleto e
duradouro. O casamento é m uito mais do que uma cerim ônia. “ O m atrim ô­
nio é uma coisa bela e sagrada que depende apenas de você.” 1

(1) W illia m Lyon Phelps. citando au tor desconhecido


(2) W illia m Lyon Phelps, "M a rria g e Is W hat You Make It" , D eline ator, agõsto de 1932.
(3) Temple Bailey, "The Bride W ho M akes Her D ream s Come T rue", Ladies Home Journal,
junho de 1912.
(4) Dr Paul Popenoe, “ Make Y our M a rriage a P artn ersh ip ", Ladies Home Journal, junho
de 1942.

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