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INSTITUTO DE TEOLOGIA JOÃO PAULO II

João Vitor de Carvalho Corrêa Sá Freire

Presidir a Celebração Eucarística

Sorocaba
2018
Dom Piero Marini é arcebispo na Itália e, como poucos, conhece da Liturgia pós-conciliar.
Especializou-se em Liturgia no final dos anos 1960, logo após o Concílio Vaticano II, podendo
viver de alguma forma o espírito de tal acontecimento. Foi Mestre das Celebrações Litúrgicas
Pontifícias durante vinte anos, de 1897 a 2007, servindo a dois Papas. O presente trabalho trata do
livro “Presidir a Celebração da Eucaristia: ars celebrandi”, em que Dom Piero apresenta a
estudantes de Teologia de Manaus, no Brasil, reflexões sobre a Liturgia hoje.
O arcebispo introduz sua exposição deixando claro a importância de se analisar e viver as
diretrizes formuladas pelo Concílio Vaticano II. Muitas mudanças ocorreram nesses mais de 50
anos de “reforma” litúrgica, mas nem tudo foi para melhor. Ainda falta bastante empenho e
maturidade para colocar em prática o pretendido pela Sacrosanctum Concilium (SC) – inclusive o
primeiro documento conciliar – bem como resguardar o tesouro milenar da Igreja.
Note-se que Marini enfatiza a publicação de diversos documentos escritos em meados dos
anos 2000, num esforço de mostrar que é preciso, atualmente, recolocar as bases e fundamentos
da Liturgia, de forma especial na Eucaristia. Ele cita Bento XVI, em sua Exortação Apostólica
Sacramentum Caritatis, que escreveu o documento “na intenção de explicar algumas linhas
fundamentais de emprenho, para desertar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico.” (2007, n.5
apud MARINI, 2017, p.12).
Baseando-se, sobretudo, na SC e na recente História da Igreja, o autor aborda algo factual e
indiscutível: a reforma litúrgica conciliar não teve precedentes. Não somente pela inovação à luz
do movimento litúrgico encetado no início do século XX, mas por esse mesmo movimento ter
redescoberto a História da Liturgia, e refletido sua evolução ao longo dos séculos. E com tamanha
demanda, o Concílio achou por bem escrever um documento próprio para esse assunto, algo
inédito até então.
O alicerce doutrinal no qual a SC foi escrita não contrapõe a doutrina tridentina, como parece
o autor destacar. Pelo contrário, o documento cita diversas vezes o Concílio anterior, tendo-o
como, repita-se, base doutrinal. Essa ressalva deve ser feita pela razão de se marginalizar Trento,
como se tudo o que viesse dele devesse ser repudiado. De fato, a doutrina é imutável, mas a
disciplina pode mudar conforme a realidade, como desejou o Concílio – mas sempre à luz dos
ensinamentos perenes da Igreja.
A vivência litúrgica é única para todos enquanto membros do Corpo Místico de Cristo, a
Igreja, e guiados pelo mesmo Espírito. Porém, em um corpo, os membros são diferentes da mesma
maneira que divergem em suas funções. Essa ideia, tirada do capítulo 12 da Carta aos Coríntios,
está presente na mentalidade conciliar e é fundamental para se compreender a reforma litúrgica.
Também a ideia de sacerdócio (cf. 1Pd 2,9), convergente ao explicado acima, tem especial
importância.
A partir disso, então, Piero Marini reflete sobre a participação ativa dos fiéis na Liturgia.
Participação essa que apresentou profundas mudanças na celebração, mas que precisa ser, mais do
que nunca, refletida e atualizada. A novidade do Concílio é louvada pelo autor, mas ele não
apresenta as dificuldades de colocá-la em prática. Os fiéis “participam”, muitas vezes, como
simples figurantes, ou pior, como protagonistas no rito. A vivência litúrgica torna-se reflexo da
vida cotidiana do mundo contemporâneo: faz-se por costume, por obrigação ou mecanicamente.
Quando, ainda, não se quer aparecer mais ou comandar os demais.
Eis uma possível resposta ao problema anunciado acima:

Compete sobretudo aos ministros ordenados, chamados a residir a celebração,


empenhar-se na não fácil tarefa de ser mistagogos. Somente se nós, por primeiro,
soubermos viver o que celebramos, estaremos em condições de ajudar outros a
entrar na compreensão do mesmo mistério. (MARINI, 2017, p.26).

O padre – ou bispo – tem papel importantíssimo na celebração litúrgica. Ele, que age na
Pessoa de Cristo, deve deixar que apenas este apareça. O autor penetra no assunto principal de seu
discurso e é bastante coerente: nada de personalismos ou “espetáculos”. A vida presbiteral não é
fácil e se deve congratular os padres que, depois de uma semana cheia de reuniões, atendimentos
e visitas, ainda celebra quatro ou cinco Missas dominicais. Mas fazer o que se quer na liturgia, por
simples vontade própria ou vaidade, não é ajudar-se. Ao contrário, o peso torna-se maior e mais
difícil de carregar.
Um ponto essencial refletido por Dom Marini é o sinal. Um sinal não diz de si mesmo, mas
aponta algo. Sua finalidade não nele mesmo, no que indica. Por isso, o sacerdote deve ser um sinal
ao celebrar, apresentado Jesus Cristo aos fiéis, para que eles também apresentem aos outros. Sejam
sinais no mundo. Este ponto é fundamental para se analisar, posteriormente, o modo de celebrar.
Tudo, na Liturgia, deve ser sinal. O celebrante, mais do que tudo. Assim, a comunidade torna-se
uma só em Deus, mas se para no padre, quebra esse vínculo divino e torna-se apenas humana.
“A liturgia é o cume e a fonte primeira da fé, pois nela estão guardados todos os elementos
constitutivos da fé cristã”. (MARINI, 2017, p.33). Ela é, portanto, extremamente importante para
vida da Igreja e do fiel, o centro vital da experiência humana com Deus. Dom Piero Marini termina
sua fala recordando da importância da Liturgia e do pouco espaço que ela tem nas reflexões e
debates dos últimos tempos. E diante de um mundo cada vez mais secularizado, ao referir-se aos
discípulos de Emaús, diz que o “Senhor quer que nós o convidemos à mesa” (2017, p.37), aludindo
à necessidade da Liturgia hoje.

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