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Terrorismo
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O autor do atentado na Nova Zelândia
– Brenton Tarrant – já é classificado, como
de praxe, pela grande mídia e pelos precoces
analistas de esquerda como espécime
exemplar de direitista.
Tudo isso pode ser observado no manifesto do sujeito, divulgado e analisado pelo site
Politz, do qual pinça-se importantes trechos aqui.
Capa do manifesto. Seus eixos: anti-imperialismo,
ambientalismo, mercados “responsáveis”, comunidades
livres de vício, lei e ordem, autonomia étnica, proteção a
herança e cultural e direitos dos trabalhadores.
Como se pode facilmente perceber, mesmo entre analistas de esquerda de calibre mais
elevado, há total desconhecimento sobre temas caríssimos para tipos como Brenton,
como a própria QTP, eurasianismo e duguinismo, além de paganismo e neopaganismo
do leste e norte europeu (muito importantes para esses grupos), arqueofuturismo, eco-
fascismo e outros. Porém, o desejo de politizar mais uma tragédia e de alimentar a
narrativa maniqueísta que identifica a mesma esquerda proponente do terrorismo
urbano (guerrilha) e simpática a grupos como Hamas e Hezbollah com o bem e
qualquer forma de direitismo com o mal prevalece.
Num trecho de seu manifesto, Brenton responde sobre seu antissemitismo (a esquerda
precisa decidir se a direita é antissemita ou sionista):
Você é/era um antissemita? Não. Um judeu vivendo em Israel não é meu inimigo,
desde que não almeje subverter ou prejudicar meu povo.
Os próprios nazistas flertaram com a ideia de confinar os judeus num Estado, sob a
condição que ficassem isolados, como alternativa à “Solução Final” (extermínio total do
povo judeu).
Sobre cristianismo (a esquerda precisa decidir se a direita são os cristãos do Tea Party
ou neopagãos), Brenton provavelmente professava alguma forma de neopaganismo
(como são os próprios adeptos da hipótese Gaia, ou seja, que o planeta terra é uma
“deusa” digna de adoração, derivando daí seu eco-fascismo), pois o paganismo,
especialmente nórdico, estaria mais afinado a um etnoestado branco. Não se
considerava cristão:
Você é/era cristão? Isso é
complicado. Quando souber,
contarei.
Dizia que, a depender das definições, poderia ser classificado como direitista, como
esquerdista e até como socialista, em acordo com o que defendem os adeptos da Quarta
Teoria e sua intenção de absover as melhores partes das ideologicas concorrentes do
século XX:
Tentar enquadrar o terrorista nos termos tradicionais da ciência política ocidental seria
um erro se não fosse má intenção. Trata-se de tentativa, outra vez, de imputar a
conservadores ocidentais características que sequer são marginalmente componentes do
que creem.
A mídia oficial não fará o serviço sujo de meter as caras no submundo dessas pessoas,
mas é preciso que alguém o faça. Não há combate correto a um mal sem diagnóstico
adequado de sua causa, empurrar pensamento exótico no colo de conservadores é
exercício de proselitismo político e dos mais baixos. A esquerda, mais uma vez, não
aguarda o sangue de vítimas de tragédia esfriar para emendar soneto ideológico.
Como última evidência da maçaroca ideológica que era a cabeça de Tarrant, ainda que
“eco-fascista e ambientalista”, o suposto extremo-direitista não nutria admiração pela
América, mas pela poluente China!
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Professor de Filosofia e História das redes pública e privada de São Paulo. Aluno do professor Olavo de Carvalho. Mestre
em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Também trabalha com revisão, tradução e palestras. Autor de "Saul Alinsky e
a Anatomia do Mal" (ed. Armada, 2019)
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