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A ESTRUTURAÇÃO LÓGICA DO DISCURSO ACADÊMICO (Científico, Filosófico)

Edno Gonçalves Siqueira

RESUMO: A estruturação do discurso acadêmico decorre da existência de formas, modos, instrumentos, recursos
linguísticos (lógicos e semânticos específicos) próprios para a tradução textual de modelos de pesquisa (típicos às ciências
clássicas, às humanas, à filosofia). A partir de critérios tradicionais (estrutura, estilo, função, tema, público, suporte),
tipificam-se os Textos. Deles, o Dissertativo (expositivo, descritivo, argumentativo, explicativo) requer ênfase, pois
representa o tipo acadêmico fundamental. Das dimensões constitutivas dos gêneros acadêmicos – narrativa, discursiva,
fundamental – toma-se a narrativa e seus elementos estruturais implícitos (Tese, Argumentação – definição e explicação de
conceitos e relações), como objetos desse estudo.

Tipos de Textos A partir da estrutura, objetivo e finalidade, classificam-se os textos em: Texto Narrativo (existência de
enredo, personagens, tempo cronológico ou psicológico, espaço, narrador, trama, as personagens, cuja estrutura básica é:
apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho); Texto Descritivo (expõe apreciações e observações, indica aspectos,
características, detalhes singulares e pormenores; utiliza adjetivos, verbos, metáforas e comparações); Texto Injuntivo ou
instrucional explica métodos, instruções: receitas, bulas, manuais.
Texto Expositivo apresenta um tema, a partir de recursos como a conceituação, a definição, a descrição, a comparação, a
informação e enumeração. São classificados em: texto informativo-expositivo (transmissão de informações) ou texto
expositivo-argumentativo (defesa de posição sobre um tema). Ex.: palestras, seminários, verbetes de dicionários e
enciclopédias.

1. Texto Dissertativo (argumentativo, explicativo), tipo textual acadêmico geral cuja estrutura fundamental repete-se nos
subtipos (artigo, ensaio, paper, dissertação, tese doutoral); apresenta uma proposição racional, elemento estrutural
chamado Tese; baseia-se em Argumentação racional para o desenvolvimento do tema e justificação (validação do valor de
verdade: demonstração racional das qualidades de adequação, coerência do conteúdo proposicional). A tese e a
argumentação em Ciências Humanas variam de tipo porque, via de regra, seu objeto é prioritariamente qualificável,
complexo, não sujeito às quantificações e mensurações típicas às Ciências Naturais.

1.1. A Proposição
Para a Lógica: é um termo usado em lógica para descrever o conteúdo de asserções. Uma asserção é um conteúdo que
pode ser tomado como verdadeiro ou falso. Asserções são abstrações de sentenças não linguísticas que a constituem”1.

Na tradição anglo-saxônica: o termo refere-se aos principais portadores linguísticos de valor de verdade, objetos de crença
e outras “atitudes proposicionais” (o que se crê, duvida), os referentes das that-sentences (Enunciados que usam verbos de
relato (dizer, admitir, contar, relatar), de processos mentais (crer, saber, pensar, esperar), que expressam opiniões e
sentimentos (estar mal, certo de, incerto sobre), que expressam sugestão, certeza, possibilidade, probabilidade,
argumentação, desejos, declarações2
Ainda nessa perspectiva de convenção histórica, enciclopédica: (i) [log.] Um enunciado no qual algo (o sujeito) é afirmado
ou negado em termos de algo mais (o predicado), os dois sendo relacionados por uma cópula (verbo) . (ii) [Mat.] Um
enunciado sobre uma verdade a ser demonstrada (um teorema) ou sobre uma operação a ser desenvolvida (um
problema)3; (tradução nossa, p. 1012).

Na tradição franco-românica: em lógica e gramática, é a expressão de um julgamento na forma mais simples ela contém
dois termos e sua ligação (cópula): o sujeito ou a coisa que será qualificada; o atributo ou a qualificação aplicada ao sujeito;
o verbo que liga o sujeito e o atributo, afirmando ou negando. Dividem-se as proposições em relação à qualidade em
afirmativas e negativas; em relação à quantidade, em universais e particulares. Na teoria do Silogismo, agrupam-se em
quatro classes: universais afirmativas e negativas, particulares afirmativas e negativas. Em Lógica, distinguem-se em
contraditórias, subalternas, contrárias, subcontrárias. Em Gramática, complexas e incomplexas, simples e compostas,
principais e subordinadas ou incidentes; (pp. 1564-1565)4.

1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Proposi%C3%A7%C3%A3o
2 https://plato.stanford.edu/entries/propositions/; https://plato.stanford.edu/entries/propositions-singular/;
https://plato.stanford.edu/entries/propositions-structured/;
3
The New International Webster’s Comprehensive Dictionary os the English Language. Florida: Trident, 1998; p. 1012.
4
BOUILLET, M.N. Dictionnaire Universel des Sciences, des Lettres et des Arts. Paris: Librairie Hachette Editeurs, 1877.
Para a tradição latina (íbero-românica; Abbagnano5, pp. 801-803) é um Enunciado declarativo que refere, expressa,
designa. 1. Expressão verbal de uma operação mental, chamada de juízo. Para Aristóteles, é o conjunto dos termos
(substantivo, verbo, qualificadores, conectivos, indexadores semânticos) do discurso declarativo que possui valor de
verdade. Nos Analíticos (na teoria do silogismo), o discurso declarativo é "prótasis" (lat. 'propositio'), "premissa de
raciocínio", "o discurso que afirma ou que nega alguma coisa de alguma coisa" (An. pr. I, 1, 24 b 16). A verdade ou a
falsidade da P. depende (a) da relação de correspondência entre a asserção e o fato ou, (b) de coerência interna da
asserção. A partir de Descartes o termo P. é substituído por "juízo", porque a atenção da lógica filosófica estará cada vez
mais concentrada na operação intelectual que encontra expressão na P.
2. Valor de verdade de um enunciado. A P. constitui o designado do enunciado (sem referência a atos ou a operações
mentais). Para os estóicos é o enunciado expressa uma condição ou um estado de coisas (Dióg. L, VII, 65). A lógica medieval
designou o significado denotativo dos termos da P. com o conceito da suposição: uma P. é verdadeira se os termos dos
quais resulta correspondem ao objeto existente.

Para a tradição grega (Filosofia Aristotélica), a Proposição encontra-se referida a dois tipos de discursos:
(a) O discurso dialético (, diá = "através de" e indica também duplicidade, divisão) submete as crenças à6 prova,
mediante ensaios e objeções. A dialética é também chamada peirástica, da raiz peirá ( = "prova", "experiência", de
onde vêm , peirasmos, "tentação", e as nossas palavras empiria, empirismo, experiência etc., mas também,
através de , peirates, "pirata": o símbolo mesmo da vida aventureira, da viagem sem rumo predeterminado). O
discurso dialético verifica a probabilidade maior ou menor de uma crença ou tese, segundo as exigências superiores da
racionalidade e da informação acurada (testes lógicos de verificação da adequação argumentação).
(b) O discurso lógico ou analítico, partindo de premissas admitidas como indiscutivelmente certas, chega, pelo
encadeamento silogístico, à demonstração certa (, apodêixis, "prova indestrutível") da veracidade das conclusões.

1.2. Argumentação
A argumentação7 define-se como uma organização discursiva com características próprias. Argumentar significa
refletir sobre o objeto de certeza que é suscetível a debate.
Para a tradição latina (íbero-românica; Abbagnano8, p. 79) 1. A. é qualquer razão, prova, demonstração, indício, motivo
capaz de captar o assentimento e de induzir à persuasão ou à convicção. A. comuns ou típicos ou esquemas de A. são os
lugares (topói, loci) que constituem o objeto dos Tópicos de Aristóteles. Para Locke, define probabilidade: "existem A. ou
provas capazes de fazer uma proposição passar por verdadeira ou de ser aceita como verdadeira" (Ensaio, IV, 15, 3). E
Hume, por sua vez, dividia os A. em demonstrações (puramente conceituais), provas (empíricas) e probabilidades (Inq.
Conc. Underst.,VI, nota). A. é o que "dá fé" segundo a excelente expressão de Cícero, isto é, que de algum modo produza
um grau qualquer de persuasão.
2. A. é o tema ou o objeto, o assunto de um discurso qualquer, aquilo em torno de que o discurso versa ou pode versar.
Esse significado vincula-se o seu uso em lógica e matemática para indicar os valores das variáveis independentes de uma
função. Nesse sentido, A. é o que preenche o espaço vazio de uma função ou aquilo a que uma função deve ser aplicada
para que tenha determinado valor.
Um argumento é elaborado com premissas que sustentam uma conclusão. Uma Premissa é uma proposição considerada verdadeira, a
partir de certa inferência. As premissas se relacionam logicamente
Argumento: Premissas + Conclusão Qualidade Lógica da Premissa
Todo homem é um ser biológico. Premissa Maior (amplitude ou extensão qualitativa; representa uma categoria
subsunçora, “acomodadora” de elementos inseríveis por pertencimento
qualitativo)
João é homem. Premissa Menor (Asserção que se relaciona com a Premissa Maior por
subsunção, por possibilidade de inserção qualitativa em uma categoria de
pertencimento)
Logo, João é um ser biológico. Conclusão: Premissa derivada logicamente; relação induzida da relação anterior;
consequência da cópula entre as qualidades homem, ser biológico, João.

5
ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfedo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
6 CARVALHO, Olavo de. Aristóteles: Os Quatro Discursos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.
7
LEITÃO, Selma (2011). O lugar da argumentação na construção do conhecimento em sala de aula. Em S. Leitão & M.C. DAMIANOVIC
(Orgs.). Argumentação na escola: o conhecimento em construção. Campinas, SP: Pontes Editores.
SANTIBAÑEZ, C. & Riffo, B. (2007). Teorías y aplicaciones en el campo de la argumentación. Un esbozo del estado del arte.
Concepción: Editorial Universidad de Concepción.
8
ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfedo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Para tanto, sua estrutura é dividida em três partes fundamentais: tese (introdução): define o modelo básico para
apresentar uma ideia, tema, assunto. antítese (desenvolvimento): explora argumentos contra e a favor. nova tese
(conclusão): sugere uma nova tese, ou seja, uma nova ideia para concluir sua fundamentação. Os textos dissertativos-
argumentativos, além de ser um texto opinativo, buscam persuadir o leitor.

Chamamos tais recursos de princípios, tamanha sua importância para a elaboração fundamental desse tipo de escrita e
porque são indispensáveis à decodificação significativa dessas textualidades. Seu conhecimento e o saber sobre como
utilizá-los implicarão na adequada codificação das práticas de pesquisa por parte dos sujeitos autores e, na eficaz
compreensão dessas mensagens através da apropriada decodificação (significativa) por parte dos sujeitos leitores. Ambos
os fenômenos encontram-se limitados pelo saber acerca dos princípios que atuará como fator interveniente, seja na
escrita, seja na leitura. A seguir, analisam-se os referidos princípios.

1. Princípio da Estruturação Lógica


Quando agrupamos certos modos de textualidade por características específicas, chamamos tais grupamentos de
Gêneros ou Tipos textuais. É possível qualificá-los por meio de certas características, tais como estilo, função social, público
de destino, regência de normatividade técnica, pouca ou muita flexibilidade para modificações, contextos de produção,
presença precisa de divisões funcionais, etc. A partir da perspectiva da Semiótica Discursiva e da metodologia de análise
estrutural de textos (PGS ou percurso gerativo do sentido) aplicadas à análise de textos filosóficos e científicos,
adotaremos a distinção das seguintes características ou categorias agrupadas em níveis presentes nos textos que são:
(i) o nível estrutural narrativo (formado por elementos especificamente demarcados, explicitamente ou não, no texto,
como suas partes, elementos, divisões funcionais, critérios nominais que designam funções (e.g.; introdução,
desenvolvimento, conclusão), presença necessária de elementos fundamentais ao gênero (e.g.; no gênero acadêmico, a
tese e argumentação);
(ii) o nível de conteúdo/temático (será o efeito do preenchimento dos elementos estruturais do nível narrativo com as
informações temáticas de cada gênero e as áreas de conhecimento a que pertencem),
(iii) o nível fundamental (que se refere aos fundamentos implícitos que possibilitam aquela construção, elaboração,
reestruturação de saberes: as oposições fundamentais, os modelos de racionalidade das comunidades científicas, os
repertórios conceituais partilhados por certa tradição de área de conhecimento, os quadros referenciais teóricos, as
estruturas lógicas profundas e tácitas aos modelos cognitivos expostos narrativa e textualmente).

Dessa forma, os Gêneros Acadêmicos são caracterizados níveis (i) estrutural, (ii) de conteúdo e (iii) fundamental.
Apesar de haver subtipos específicos (Artigo, Ensaio, Monografia, Tese, Dissertação, Capítulos de Livros, Livros, Escrita
Discente Acadêmica), os elementos-funções do nível estrutural serão os mesmos: Tema, Tese, Argumentação.
A definição desses elementos será imprescindível na organização do texto em sua escrita e em sua leitura. Observe que
eles aparecerão alocados em outros elementos textuais, e.g., no Título apresenta-se o tema e seu “recorte”, no Resumo,
veremos a tese, seu modo de obtenção e a conclusão que deriva, na Introdução e no Desenvolvimento bem como nos
Capítulos, presenciaremos o desenrolar da Argumentação. Os subtipos divergirão nos demais níveis (conteúdo e
fundamental) de acordo com a subárea a que pertencerem (Ciências Naturais, Físicas, Médicas, Humanas).
Assim, a estruturação lógica da narrativa científica diz respeito a esses três níveis e seus modos de organização; os
modos qualitativos (precisão, domínio de elaboração, rigor na aplicação de critérios) pelos quais se estruturam incidirão
determinantemente na produção dos significados que portam. A compreensão de uma pesquisa e seus processos, de uma
defesa de posição adotada, de uma exposição ou de uma argumentação estará em enorme medida implicada naqueles
modos de elaboração dos elementos-funções que compõem os níveis da estruturação lógica do texto. E já que o registro
linguístico básico de estruturação da textualidade acadêmica é o modo dissertativo-argumentativo, dissertar implica (i)
expor uma posição acerca de uma objeto (em relação a um aspecto específico de um tema, assume-se posição afirmativa,
negativa ou questionadora), e (ii) argumentar implica justificar racionalmente essa tomada de posição através de recursos
específicos: explicitar conceitos, analisar relações, sintetizar elementos analisados, fazer explicações, realizar comentários.
A exposição (i) é realizada através da Tese e essa é sustentada (justificada racionalmente) através da Argumentação.
Uma Tese (do grego θέσις: 'posição') é uma proposição. Proposição é um termo usado em lógica para descrever o
conteúdo de asserções. Uma asserção é um enunciado linguístico cujo conteúdo pode ser tomado como verdadeiro ou
falso. Essas duas qualidades podem ser obtidas através de duas modalidades de lógica: (i) por correspondência (o
enunciado tem sua veracidade justificada em razão de sua existência e verificação externa), (ii) interna ao enunciado (auto
evidente, raciocínio dedutivo).
A argumentação refere-se ao uso de recursos, estratégias ou dispositivos para que se ateste/justifique/valide a
qualidade de veracidade no sentido de adequação e coerência de uma tese adotada. Esses dispositivos variarão de acordo
com a área e metodologia de pesquisa (e.g; Filosofia: análise, explicação, comparação, crítica, avaliação, investigação sobre
a validade de teses, pesquisa acerca do valor de verdade de perspectivas, explicitação de valores e ideologias fundantes de
sistemas, análise de fenômenos culturais e psíquicos, tipos variados de pesquisa qualitativa ou quantitativa, experiências
grupais ou em primeira pessoa, raciocínios matemáticos (equações, deduções, induções, analogias, derivação dialética,
exemplificação), processos analíticos, métodos interpretativos – como as investigações lógico-semânticas presentes nos
arquitextos filosóficos). Comumente, a argumentação filosófica não pode prescindir de: (i) definição precisa ou explicitação
dos valores de significado e sentido de conceitos e relações, (ii) explicação de conceitos e relações, (iii) identificação do
Quadro Referencial Teórico (programa de pesquisa, ideologia, corte epistemológico).

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