1) O documento trata de um recurso de apelação sobre condenação por crime contra a administração pública.
2) Foi mantida a condenação dos réus por dispensar licitação de forma ilegal para beneficiar empresa com quem mantinham relacionamento afetivo, causando prejuízo ao erário.
3) É necessário provar dolo específico de fraudar a administração e efetivo prejuízo ao erário para caracterizar o crime em questão.
1) O documento trata de um recurso de apelação sobre condenação por crime contra a administração pública.
2) Foi mantida a condenação dos réus por dispensar licitação de forma ilegal para beneficiar empresa com quem mantinham relacionamento afetivo, causando prejuízo ao erário.
3) É necessário provar dolo específico de fraudar a administração e efetivo prejuízo ao erário para caracterizar o crime em questão.
1) O documento trata de um recurso de apelação sobre condenação por crime contra a administração pública.
2) Foi mantida a condenação dos réus por dispensar licitação de forma ilegal para beneficiar empresa com quem mantinham relacionamento afetivo, causando prejuízo ao erário.
3) É necessário provar dolo específico de fraudar a administração e efetivo prejuízo ao erário para caracterizar o crime em questão.
_____ TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
Órgão : 2ª TURMA CRIMINAL
Classe : APELAÇÃO N. Processo : 20141210055338APR (0005442-51.2014.8.07.0012) Apelante(s) : ANTONIO JUCELIO GOMES MORENO E OUTROS Apelado(s) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS Relator : Desembargador JAIR SOARES Acórdão N. : 1128595
EMENTA
Dispensa de licitação. Contrato de prestação de serviços. Dolo
específico. 1 - Para caracterizar o crime do art. 89 da L. 8.666/93, a jurisprudência tem entendido que necessário efetivo prejuízo ao erário e dolo específico, consistente em, com a dispensa da licitação, fraudar o erário. 2 - Se o servidor, ocupante de cargo em comissão, deixa de observar as formalidades previstas na lei e dispensa licitação para contratar diretamente empresa de pessoa com quem se relacionava afetivamente, em prejuízo ao erário, pratica o crime previsto no art. 89 da L. 8.666/93. 3 - Aquele que, tendo concorrido para a dispensa de licitação de que trata o art. 89 da L. 8.666/93, beneficia-se da dispensa para celebrar contrato com o Poder Público comete o crime previsto no parágrafo único desse artigo. 4 - Apelação não provida.
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ACÓRDÃO
Acordam os Senhores Desembargadores da 2ª TURMA CRIMINAL
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, JAIR SOARES - Relator, ROBERVAL CASEMIRO BELINATI - 1º Vogal, SILVANIO BARBOSA DOS SANTOS - 2º Vogal, sob a presidência do Senhor Desembargador JAIR SOARES, em proferir a seguinte decisão: CONHECIDO. NEGADO PROVIMENTO. UNÂNIME., de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas. Brasilia(DF), 27 de Setembro de 2018.
Documento Assinado Eletronicamente
JAIR SOARES Relator
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RELATÓRIO
Jaqueline de Sousa e Antônio Jucélio Gomes Moreno apelam da
sentença que os condenou à pena de 3 e 4 anos de detenção, respectivamente, em regime aberto, e multa de R$ 111,28 para cada um, substituída a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, pela prática do crime previsto no art. 89, par. único, c/c art. 99, da L. 8.666/93 e art. 89, c/c 84, § 2º, e 99, da L. 8.666/93, respectivamente. Argui a primeira apelante, em preliminar, que nula a sentença, que se fundamentou em elementos meramente informativos. No mérito, sustenta que as provas não são suficientes para a condenação. Não se provou o benefício por ela recebido, nem mesmo ter ocorrido apoio, facilitação ou conluio entre ela e os servidores da Administração Regional de São Sebastião. Não houve fraude na contratação. Eventual relacionamento que teve com o réu Antônio Jucélio não poderia beneficiá-la, dado que ele ocupava o cargo de chefe de gabinete da Administração Regional de São Sebastião, e não de chefe da administração. Alega o segundo apelante não haver prova do dolo específico de fraudar a Administração. O serviço contratado com base no valor de mercado e tabela do Governo do Distrito Federal, por licitação dispensada, foi executado, sem prejuízo ao erário. Nega que, à época dos fatos, mantinha relacionamento amoroso com a proprietária da empresa contratada e que tenha havido favorecimento à empresa de Jaqueline. Afirma não ser ele o responsável pelo projeto básico, conferência da documentação e demais procedimentos administrativos, apenas pela abertura do processo e autorização do pagamento. Contrarrazões apresentadas (fls. 677/707). A d. Procuradoria de Justiça opinou pelo não provimento dos recursos (fls. 714/5).
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VOTOS
O Senhor Desembargador JAIR SOARES - Relator
A preliminar arguida pela primeira apelante - que a sentença teve por base elementos meramente informativos - diz respeito ao mérito da ação penal. Com esse será examinada. O crime do art. 89 da L. 8.666/93 é dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade. Incorre na mesma pena prevista no preceito secundário do art. 89 da L. 8.666/93 quem, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público (§ único, art. 89). Para a responsabilização criminal, com base no art. 89 da L. 8.666/93, a jurisprudência tem entendido ser indispensável dolo específico, consistente em, com a dispensa da licitação, fraudar o erário e o efetivo prejuízo ao erário. Segundo o c. STF, o crime do art. 89 da L. 8.666/93 "reclama o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de praticar o ilícito penal" (Inq 3753/DF, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, julgado em 18.4.17, DJe 29.5.17). O e. STJ, por sua vez, revendo a jurisprudência, adotou nova orientação, unânime nas duas Turmas, no sentido de que para tipificar o crime do art. 89 da L. 8.666/93 exige-se "a presença do dolo específico de causar dano ao erário e da caracterização do efetivo prejuízo." (APn 480/MG, Rel. p/ acórdão Min. Cesar Asfor Rocha, Corte Especial, julgado em 29.3.12, DJe 15.6.12). Confira-se ainda:
"(...) Ao interpretar o artigo 89 da Lei 8.666/1993, esta Corte
Superior de Justiça consolidou o entendimento no sentido de que para a configuração do crime de dispensa ou inexigibilidade de licitação fora das hipóteses previstas em lei é indispensável a comprovação do dolo específico do agente em causar dano ao erário, bem como do prejuízo à Administração Pública. (...)" (RHC 76474/BA, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª Turma, julgado em 17.11.16, DJe 23.11.16);
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"(...) O Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento
de que, para a configuração do crime de dispensa ou inexigibilidade de licitação fora das hipóteses legais - art. 89 da Lei n. 8.666/93 -, exige-se a presença do dolo específico de causar dano ao erário e do efetivo prejuízo à Administração Pública. 7. Ausente a demonstração do elemento subjetivo específico e da ocorrência de resultado naturalístico, consistente no efetivo prejuízo ao erário, deve ser reconhecida a atipicidade da conduta. (...)" (AgInt no REsp 1582669/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª Turma, julgado em 30.3.17, DJe 7.4.17).
E assim tem decidido a Turma:
"(...) Conforme jurisprudência atual é exigível para a
configuração do delito previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, além do dolo genérico de dispensar indevidamente a licitação, a comprovação do dolo específico consubstanciado na intenção de causar prejuízo ao erário ou a demonstração de efetivo prejuízo aos cofres público, o que certamente foi comprovado diante do conjunto probatório colhido. (...)" (Acórdão n.794096, 20100112171303APR, Rel. Des. Cesar Laboissiere Loyola 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 22.05.2014, Publicado no DJE: 06.06.2014. Pág.: 241); "(...) deve ser destacado que, em virtude do posicionamento do Supremo Tribunal Federal e da novel orientação firmada pelo Superior Tribunal de Justiça, por meio da Corte Especial, revela-se adequado, em benefício da segurança jurídica e do favor rei, perfilhar a tese de que o crime previsto no artigo 89 da Lei 8.666/1993 exige a presença do dolo específico de fraudar ou burlar os procedimentos licitatórios, bem como o efetivo prejuízo ao erário. (...)" (Acórdão n.682012, 20100110529523APR, Rel. Des. Roberval Casemiro Belinati, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 28.05.2013, Publicado
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no DJE: 07/06/2013. Pág.: 156).
Segundo a denúncia, em 14.1.13, Fábio Barbosa, à época gerente
de esportes da Administração Regional de São Sebastião, por meio de memorando, solicitou autuação do processo referente ao projeto básico "Lazer e jogos recreativos para Cavalgada de São Sebastião", que seria realizado nos dias 19 e 20.1.13 (PA 144.000.024/2013 - apenso I, f. 3). Em 15.1.13, o projeto básico, elaborado por Fábio Barbosa, foi aprovado pelo segundo apelante, que estava no exercício do cargo de administrador regional substituto (apenso I, f. 9). O procedimento foi instruído por propostas sem assinaturas, com data de 16.1.13, apresentadas, em tese, pelas empresas RS Promoções de eventos, GW eventos esportivos, J Eventos (apenso I, fls. 17/9). A empresa Jaqueline de Sousa Eventos ME, da primeira apelante, foi a única que apresentou proposta instruída com os documentos necessários à formalização do contrato (apenso I, fls. 20/9). Em 18.1.13, o segundo apelante autorizou a despesa e determinou a emissão de nota de empenho em favor da empresa J Eventos ME, de propriedade da primeira apelante (apenso I, f. 37). Dispensada a licitação, a contratação foi direta. Consistiu no fornecimento de estrutura e de brinquedos infláveis para o evento "Cavalgada de São Sebastião", realizado nos dias 19 e 20.1.13, pelo valor de R$ 5.857,00. No dia 23.1.13, a primeira apelante emitiu nota fiscal (f. 60) e, em 24.1.13, foi autorizada a liquidação da despesa e o pagamento procedido mediante ordem bancária em 30.1.13 (apenso I, f. 65). Durante as investigações, constatou-se que nenhuma das propostas constantes do procedimento de licitação tinha assinatura e que havia um mesmo padrão de formatação das tabelas de preços das propostas, o que indica uma provável origem comum dos documentos. No relatório de análise financeira, constataram-se também preços das propostas superiores aos praticados por outras empresas do ramo (fls. 37/40). Ouvidos na delegacia e em juízo, os representantes das empresas não confirmaram o envio das propostas. Júlio César, na delegacia, disse reconhecer as tendas das fotos como sendo de sua empresa, embora não se recordar ter fornecido para o evento da
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cavalgada. Em juízo, reiterou que Jaqueline nunca contratou o material da sua
empresa e que não faz sublocação para outras empresas, loca direto para a administração. Disse ainda que sempre fornecia tendas para divulgar o nome da pessoa jurídica e, às vezes, cobrava metade do valor do preço das tendas (mídia f. 432). Luiz Gonzaga, um dos sócios da empresa RS Promoções e Eventos, afirmou que não trabalha com nenhum dos itens da lista apresentada. Disse que nunca trabalhou com brinquedos e é ele o responsável por assinar e fazer propostas, mas que nunca encaminhou proposta por e-mail. Acrescentou desconhecer ter o irmão enviado proposta. Caso fosse apresentada proposta pelo irmão, sem seu conhecimento, ele faria em nome próprio (mídia f. 432). Antônio Rodrigues disse que já apresentou propostas à administração de São Sebastião e essas eram assinadas. Afirmou que se recorda do evento "cavalgada", mas dele não participou (mídia f. 432). Na delegacia, Jaqueline, ora primeira apelante, afirmou que ocupava a função de assessora de gabinete da Administração Regional de Riacho Fundo I e era proprietária de uma empresa de eventos, por meio da qual firmou contrato com algumas administrações regionais. Afirmou que, apesar de à época se relacionar com Antônio Jucélio, com quem tem um filho, esse tivesse influência nas contratações. Acrescentou que tratava sempre com Janine Rodrigues (fls. 12/3). Janine, na delegacia, esclareceu que Jaqueline nunca esteve na Administração Regional de São Sebastião para conversar com ela. Disse ter conhecimento de que Jaqueline e Antônio Jucélio moravam juntos (fls. 63/4). A primeira apelante, em juízo, negou o relacionamento com Antônio Jucélio à época, com quem tem um filho, nascido em novembro de 2013. Disse ainda que recebeu um telefone de um homem que lhe pediu o envio de uma proposta à administração e, considerando o projeto básico e preço de mercado, enviou a proposta. Acrescentou que fazia sublocações e que o pagamento da locação era feito em espécie. Afirmou, ainda, que foi à Administração entregar a proposta e que esqueceu de assinar a proposta em razão da "euforia" (mídia f. 432). Antônio Jucélio negou ter dispensado licitação sem observar os procedimentos da lei, beneficiando, assim, a contratação de Jaqueline. Disse que à época da contratação não se relacionava com Jaqueline. Afirmou que havia tentado se relacionar com ela antes, mas não teve êxito. Quanto ao procedimento que adotava, disse que assinava a contratação como administrador regional substituto e que autorizava a realização de despesa e liquidação. Mas, não se atentou para a falta de assinatura da proposta (mídia f. 432).
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A respeito da falta de assinaturas, Gleyson Adrovano, chefe da
assessoria técnica, que emitia parecer técnico, disse desconhecer o motivo pelo qual as propostas estavam sem assinatura, existindo a possibilidade de terem sido enviadas por fax ou e-mail. Afirmou, ainda, não saber qual o interesse de Paulo Dias na contratação de Jaqueline, mas que ele e Antônio Jucélio eram amigos (mídia f. 432). Não se provou, contudo, o recebimento das propostas por e-mail ou fax para justificar a falta de assinatura dos representantes das empresas nas propostas apresentadas. Como bem ressaltou a r. sentença:
"(...) a contratação da empresa de Jaqueline ocorreu
justamente no período de férias da Administradora Regional Janine e foi autorizada por Antônio Jucélio, falto que salta aos olhos diante do vínculo de Antônio com a proprietária da pessoa jurídica contratada. Há diversos pontos na declaração de Jaqueline conflitantes com as demais provas produzidas. Jaqueline se justificou na delegacia informando que não tratava de fatos relativos às contratações com Antônio Jucélio, mas sim diretamente com a Administradora Janine. Janine, por sua vez, informou que nunca tratou diretamente com Jaqueline. Nenhum dos responsáveis pelas empresas 'convidadas' a apresentar proposta de orçamento confirmou a veracidade dos fatos, à exceção de Jaqueline. A denunciada disse que entregou a proposta pessoalmente na Administração Regional de São Sebastião e que se esqueceu de assiná-la por 'euforia'." (f. 608).
Conquanto não tenha ficado claro quem elaborou e juntou as
propostas falsas aos autos, certo é que, no período de 14 a 31.1.13, o segundo apelante, Antônio Jucélio, ocupante de cargo em comissão, deixando de observar as formalidades previstas na lei, dispensou licitação, beneficiando Jaqueline em detrimento do erário.
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O dolo, no caso, decorre da fraude ao procedimento licitatório para
causar prejuízo ao erário em benefício de Jaqueline, ora primeira apelante, que era conhecida no meio social como pessoa com quem o segundo apelante se relacionava. A dispensa de licitação deu-se em desconformidade com o procedimento previsto na L. 8.666/93, causando prejuízo ao erário, ainda que, economicamente, de pouca monta. Pontua-se, nesse particular, que a jurisprudência do e. STJ é no sentido de "o princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública." (súmula 599),"pois o bem jurídico tutelado pelo tipo penal incriminador é a moralidade administrativa, insuscetível de valoração econômica."(RHC 75847/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, 5ª Turma, julgado em 8.817, DJe 18.8.17). A condenação não decorre apenas de elementos meramente informativos, como alega a primeira apelante. Fundamenta-se em provas produzidas durante a investigação e confirmadas em juízo pela prova oral. Não é nula, portanto. Passo à individualização das penas. Na primeira fase da individualização da pena de Antônio Jucélio Gomes Moreno, não havendo circunstância judicial desfavorável ao réu, deve a pena-base fixada no mínimo legal - 3 anos de detenção e 2% do valor do contrato. Inexistentes circunstâncias atenuantes e agravantes. Sem causas de diminuição, a pena foi aumentada em 1/3 em razão de o réu ocupar cargo em comissão - chefe de gabinete e administrador regional substituto de São Sebastião-DF, pelo que torno-a definitiva em 4 anos de detenção e 2% do valor do contrato. Quanto à Jaqueline de Sousa, inexistentes circunstâncias judiciais desfavoráveis, atenuantes ou agravantes, causas de diminuição ou de aumento, torno definitiva a pena, fixada no mínimo legal - 3 anos de detenção e pena de multa de 2% do valor do contrato. Os réus não são reincidentes. O regime de cumprimento de pena é o aberto, nos termos ao art. 33, § 2º, "c", do CP. Presentes os requisitos, correta a substituição da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, devendo uma delas, como previsto na sentença, consistir na prestação de serviços à comunidade, pelo tempo da condenação, nos moldes a serem especificados pelo Juízo da Execução. Nos termos da Portaria Conjunta 60, de 9 de agosto de 2013, do TJDFT, a condenação pelo crime contra a administração pública e patrimônio
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público deve ser incluída no Cadastro Nacional de Condenados por ato de
improbidade administrativa e por ato que implique inelegibilidade - CNCIAI, instituído pelo CNJ. Nego provimento.
O Senhor Desembargador ROBERVAL CASEMIRO BELINATI - Vogal
Com o relator
O Senhor Desembargador SILVANIO BARBOSA DOS SANTOS - Vogal
Com o relator
DECISÃO
Conhecido. Negado provimento. Unânime.
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