Sunteți pe pagina 1din 4

Uma Demonstração da Fórmula da Distância de um Ponto a uma Reta

Usando o Determinante de Gram


José Victor Gomes Teixeira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte


Centro de Ciências Exatas e da Terra

PET Matemática

Sumário
1 Preliminares 1

2 Fórmula para o vetor w 2

3 Fórmula da distância d(y, M) 3

4 Distância de um Ponto a Uma Reta em R2 4

Resumo
O presente artigo tem como objetivo provar um resultado fundamental no estudo de Álgebra Linear, que
determina explicitamente a distância entre um vetor qualquer de um espaço vetorial e um subespaço deste em
termos de sua base, usando o determinante de Gram. Tal estudo é fundamental no desenvolvimento de campos
mais avançados, como Teoria de Operadores Lineares e Análise Funcional. Ao final, aplicaremos esse resultado
para provar um fato básico de Geometria Analı́tica, como um caso particular do resultado estudado.

1 Preliminares
Quando se estuda Geometria Analı́tica, apresenta-se o problema de calcular a distância de um ponto a uma reta
qualquer do plano euclidiano. A princı́pio, a argumentação pode parecer simples para concluir que essa distância
é dada por
|ax0 + by0 + c|
d(P, r) = √
a 2 + b2
quando P é o ponto (x0 , y0 ) e r é a reta de equação ax + by + c = 0. É possı́vel abordar tanto algebricamente quanto
geometricamente esse problema; contudo, o objetivo desse breve artigo é usar um resultado de Teoria de Operadores
Lineares e Álgebra Linear para solucioná-lo. Determinaremos, a princı́pio, uma fórmula para a distância entre um
ponto de um espaço vetorial e um subespaço dele, e em seguida, aplicaremos esse resultado a R2 e o subespaço das
retas que passam pela origem.
Com esse objetivo, seja E um espaço de produto interno e {y1 , y2 , ..., yn } uma base qualquer de um subespaço
M de E. Sabemos que existe um único
Xn
w= ai yi
i=1

em M tal que ky − wk = d(y, M ), ou equivalentemente, y − w ⊥ M 1 (não à toa, dizemos que w é a projeção


ortogonal de y em M ). Inicialmente, tentaremos achar cada ai , e por fim escrever d(y, M ) em termos da base. Para
tanto, observe que:
1 Para a demonstração dessa equivalência, consulte [1].

1
n
X
0 = hy − w, yj i = hy, yj i − ai hyi , yj i, 1 ≤ j ≤ n,
i=1

o que nos dá o seguinte sistema de equações:


 ¿


 a1 hy1 , y1 i + a2 hy2 , y1 i + ... + an hyn , y1 i = hy, y1 i

a1 hy1 , y2 i + a2 hy2 , y2 i + ... + an hyn , y2 i = hy, y2 i

.. .. .. .. (1)


 . . . .

a1 hy1 , yn i + a2 hy2 , yn i + ... + an hyn , yn i = hy, yn i

Escrevendo-o em forma matricial, temos:


    
hy1 , y1 i hy2 , y1 i ··· hyn , y1 i a1 hy, y1 i
 .. .. .. ..   ..   .. 
 . . . .  .  =  .  (2)
hy1 , yn i hy2 , yn i ··· hyn , yn i an hy, yn i

Logo, pela Regra de Cramer, temos que:


Dj
aj = , (3)
g(y1 , ..., yn )
onde Dj é o determinante da matriz obtida substituindo-se a j-ésima coluna pelo vetor de resultados do sistema,
e g(y1 , ..., yn ) é o determinante da matriz de coeficientes, chamado de determinante de Gram ou determinante da
matriz de Gram.
Observe que conseguimos determinar cada ai ; mas note que o processo de obter w em função da base ainda
é custoso: terı́amos que calcular n + 1 determinantes! Assim, usaremos (3) para chegar em uma fórmula fechada
para w.

2 Fórmula para o vetor w


O teorema a seguir nos dá o vetor w ∈ M - o mesmo caracterizado na seção anterior, isto é, tal que d(y, M ) =
ky − wk - em função da base.
n
P
Teorema 1. Sendo w = ai yi , podemos escrever:
i=1

hy1 , y1 i hy2 , y1 i ··· hyn , y1 i hy, y1 i

1 .. .. .. .. ..
w=−
. . . . .
g(y1 , ..., yn ) hy1 , yn i

hy2 , yn i · · · hyn , yn i hy, yn i
y1 y2 ··· yn 0

Demonstração. Escrevamos
hy1 , y1 i hy2 , y1 i ··· hyn , y1 i hy, y1 i

.. .. .. .. ..
A= .
. . . .
hy1 , yn i hy2 , yn i · · · hyn , yn i hy, yn i

y1 y2 ··· yn 0
Expandindo esse determinante usando a última linha como cofatores, temos:

hy2 , y1 i · · · hyn , y1 i hy, y1 i hy1 , y1 i ··· hyn−1 , y1 i hy, y1 i

.. . .
A = (−1) n+2
y1 . . .. .. .. + ... + (−1) 2n+1
yn ... .. .. ..

. . .
hy2 , yn i · · · hyn , yn i hy, yn i hy1 , yn i ··· hyn−1 , yn i hy, yn i

Trocando a última coluna na j-ésima parcela da soma, temos:

A = y1 (−D1 ) + ... + yn (−Dn ) = −(y1 D1 + ... + yn Dn )

2
Logo, temos:
1 1 1
A = −(y1 D1 + ... + yn Dn ) = −(y1 a1 + ... + yn an ) = −w
g(y1 , ..., yn ) g(y1 , ..., yn ) g(y1 , ..., yn )

Note que assim fica determinado o vetor w; basta conhecer uma base do subespaço.

3 Fórmula da distância d(y, M)


Agora, queremos uma expressão para a distância d(y, M ) do vetor y ao subespaço M que contém w. Para tanto,
observe que como y − w ⊥ M , temos:
n
X
d2 = ky − wk2 = hy − w, y − wi = hy, yi − hw, yi = hy, yi − ai hyi , yi
i=1

Ou ainda:
a1 hy1 , yi + a2 hy2 , yi + . . . + an hyn , yi = hy, yi − d2
Juntando essa equação com o sistema apresentado em (1) ligeiramente modificado, temos:


 x1 hy1 , y1 i + x2 hy2 , y1 i + ... + xn hyn , y1 i + xn+1 h−y, y1 i = 0
 .. .. .. ..


. . . . (4)
x1 hy1 , yn i + x2 hy2 , yn i + ... + xn hyn , yn i + xn+1 h−y, yn i = 0



x1 hy1 , yi + x2 hy2 , yi + ... + xn hyn , yi + xn+1 (d2 − hy, yi) = 0

Note que uma solução não trivial deste sistema é xi = ai , 1 ≤ i ≤ n e xn+1 = 1. Logo, como o sistema é
homogêneo, a matriz de coeficientes não deve possuir inversa, donde temos:

hy1 , y1 i hy2 , y1 i . . . hyn , y1 i h−y, y1 i

.. .. .. .. ..
.
. . . . =0

(5)
hy1 , yn i hy2 , yn i ... hyn , yn i h−y, y n i

hy1 , yi hy2 , yi . . . hyn , yi (d2 − hy, yi)
Daqui, podemos demonstrar o seguinte teorema:
Teorema 2. Seja {y1 , ..., yn } uma base do subespaço M ⊂ E. Para y ∈ E, tem-se:
 g(y , ..., y , y) 1/2
1 n
d(y, M ) =
g(y1 , ..., yn )
e
0 < g(y1 , ..., yn ) ≤ ky1 k2 ky2 k2 · · · kyn k2
onde g(y1 , ..., yn ) é o determinante de Gram correspondente a y1 , ..., yn .
Demonstração. De (5), podemos expandir o determinante usando cofatores na última coluna. Teremos:
(d2 − hy, yi)g(y1 , ..., yn ) − hy, yn iCn − · · · − hy, y1 iC1 = 0
Donde segue:
n
X
d2 g(y1 , ..., yn ) = hy, yiCn+1 + hy, yk iCk (6)
k=1

hy1 , y1 i hy2 , y1 i ... hyn , y1 i hy, y1 i

.. .. .. .. ..
= .
. . . . (7)
hy1 , yn i hy2 , yn i ... hyn , yn i hy, yn i

hy1 , yi hy2 , yi . . . hyn , yi hy, yi
= g(y1 , ..., yn , y) (8)

3
Donde obtemos a primeira parte do teorema.
Para a segunda parte, usaremos indução. Note que 0 < g(y1 ) = hy1 , y1 i = ky1 k2 (aqui ressaltamos que o
determinante de Gram se anula se, e somente se, o conjunto {y1 , ..., yn } for linearmente dependente). Se aplicarmos
a primeira parte do teorema para o subespaço M = [y1 , ..., yn ] e y = yn+1 , notando que d(yn+1 , M ) ≤ kyn+1 k (e
portanto d2 (yn+1 , M ) ≤ kyn+1 k2 ), temos a partir da hipótese de indução:

0 < g(y1 , ..., yn , yn+1 ) = d2 (yn+1 , M )g(y1 , ..., yn ) (9)


2
≤ kyn+1 k g(y1 , ..., yn ) (10)
2 2 2 2
≤ kyn+1 k ky1 k ky2 k · · · kyn k (11)

Como querı́amos demonstrar.

4 Distância de um Ponto a Uma Reta em R2


Usando esses resultados, podemos chegar à fórmula da distância de um ponto a uma reta em R2 . De
fato, consideremos inicialmente uma reta r passando pela origem (e portanto, um subespaço de R2 ) de equação r :
ax + by = 0 (e portanto gerada pelo vetor y1 = (b, −a)), e um ponto P = (x0 , y0 ). Temos:

hy1 , y1 i hP, y1 i a2 + b2 bx0 − ay0
g(y1 , P ) =
= = (ax0 + by0 )2
hy1 , P i hP, P i bx0 − ay0 x20 + y02

e g(y1 ) =< y1 , y1 >= a2 + b2 . Logo, pelo Teorema 2, obtemos:


1/2
(ax0 + by0 )2

g(y1 , P ) |ax0 + by0 |
d(P, r) = = = √
g(y1 ) a2 + b2 a 2 + b2
E o resultado segue.
Agora, consideremos o caso em que r não é uma reta que passe pela origem, i.e., r: ax + by + c = 0, c 6= 0;
fazemos então a mudança de coordenadas X = x e Y = y + cb . Reduzindo ao caso anterior, teremos r: aX + bY = 0
e P = (X, Y ), donde vem y1 = (b, −a) e P = (x0 , y0 + cb ); logo

a2 + b2 bx0 − ay0 + ac
h
hy , y i hP, y1 i  c i2
g(y1 , P ) = 1 1 b

= ac 2 = ax 0 + b y0 +
hy1 , P i hP, P i x20 + y0 + cb

bx0 − ay0 + b
b

E então a distância é dada por:


s
(ax0 + by0 + c)2 |ax0 + by0 + c|
d(P, r) = = √
a 2 + b2 a2 + b2

Como querı́amos demonstrar.

Referências
[1] GOHBERG, Israel; GOLDBERG, Seymour. Basic Operator Theory. 2. ed. Boston:
Birkhäuser, 2001.
[2] KREYSZIG, Erwin. Introductory functional analysis with applications. 1. ed. Nova
York: Wiley, 1989.

[3] LIMA, Ronaldo Freire de. Topologia e Análise no Espaço Rn . 1. ed. Rio de Janeiro: SBM,
2013.

S-ar putea să vă placă și