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IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Goiânia
2019
ALESSANDRA DANTAS SAMPAIO
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Goiânia
2019
ALESSANDRA DANTAS SAMPAIO
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
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Goiânia
2019
A primeira igualdade é a justiça.
Victor Hugo
RESUMO
ABSTRACT
The presented monograph deals with analyzing the legal institute of tax immunity
granted by the Constitution of the Federative Republic of Brazil of 1988. The general
objective consists of a methodology to verify the limits and scope of the mentioned
immunities, enumerating some doctrinal currents that refer to the subject. The
investigation of tax immunities in matters related to their legal nature in Brazilian law
and interpretation by the courts was carried out in a synthesis in light of the Federal
Constitution and doctrinal positions. The tax immunities provided by the Federal
Constitution were addressed in the doctrinal aspect, as well as the powers and
limitations to the power to tax. Finally, the interpretation of tax immunities by the courts
is presented in order to better exegesis of this institute, which stands out in the Brazilian
tax constitutional system.
RESUMO .......................................................................................................................
ABSTRACT ....................................................................................................................
SUMÁRIO ......................................................................................................................
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................
INTRODUÇÃO
Pode ainda ocorrer que a lei de tributação esteja proibida, por dispositivo da
Constituição, de incidir sobre certos fatos. Há, neste caso, imunidade. A regra
constitucional impede a incidência da regra jurídica de tributação.
Caracteriza- -se, portanto, a imunidade pelo fato de decorrer de regra jurídica
de categoria superior, vale dizer, de regra jurídica residente na Constituição,
que impede a incidência da lei ordinária de tributação.
[…]
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
Ricardo Lobo Torres ao tratar sobre a imunidade tributária, afirma ser esta
a impossibilidade da criação de tributos pelo Estado sobre o exercício dos direitos
fundamentais. É imprescindível ressaltar que tributação atinge necessariamente dois
dos direitos fundamentais: a propriedade privada e a liberdade. Ainda é válido lembrar
que a tributação alcança diretamente o direito a propriedade. O patrimônio do sujeito
passivo, desgastado não apenas no cumprimento da obrigação principal, qual seja de
entregar dinheiro aos cofres públicos, como também consumido no cumprimento da
obrigação acessória, toda vez que disponibiliza meios para atendimento das
exigências legais, é dilacerado compulsoriamente pela tributação.
Como direito público subjetivo das pessoas favorecidas, confere às pessoas por ela atingidas
direitos ao quais fica impedido o Estado de obstar.
1) Parágrafo único do art. 77 CTN: “a taxa não pode ter base de cálculo ou
fato gerador idênticos aos que correspondam a IMPOSTO, nem ser calculada em
função do capital das empresas.”
São verdadeiras garantias dos contribuintes face aos abusos que podem ser
perpetrados pelos entes federados. Servem as limitações como cláusulas
pétreas, insuscetíveis de supressão ou excepcionalização, mesmo por
emendas constitucionais (BARTINE, 2012, pág. 59).
Para Mizabel Derzi (2010, p.379) “as imunidades não norteiam o bom
exercício competência tributária, mas denegam o poder tributário, limitando-o
relativamente a certos fatos”. Diferente dos princípios, que norteiam a competência, a
imunidade obsta o seu exercício.
3.3 Princípios
Salienta-se, portanto, que apenas sob o que institui a força da lei é possível:
criação e extinção de tributos; alterações nas alíquotas e bases de cálculo; definições
de sujeito passivo, alíquota, base de cálculo, fato gerador; penalidades para ações ou
omissões ilícitas pelo CTN; criação ou extinção de hipóteses de suspensão ou
extinção ou ainda exclusão do crédito tributário; concessão ou revogação de isenção
fiscal.
Conforme o ART. 150, III, “b”, a Anterioridade Geral é o princípio que prevê
o respeito ao fim do exercício financeiro corrente, e a exclusiva possibilidade de a lei
tributária ser aplicável apenas no exercício financeiro (ano civil – Lei nº 4.320/64)
posterior à sua publicação. Denomina-se ainda como anterioridade comum ou anual.
Simplificadamente, consiste na vedação à exigência de tributos criados ou
aumentados no ano financeiro de publicação da lei criadora/alteradora.
“Art. 145 (...) § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado
à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Qualquer análise da estrutura tributária deve ser iniciada pelo estudo dos
princípios, os quais ganham papel de destaque em uma ciência onde o poder de
império do Estado é constantemente exercido. Não se está a negar a necessidade de
o Estado obter recursos para a consecução de suas atividades, o que se visa garantir
é um leque de direitos mínimos ao particular a serem observados todas as vezes que
este Poder de Tributar é exercido, pois nenhum Poder legalizado é ilimitado.
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