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Mateus 26.17-19
Na Páscoa verdadeira acontecem duas mortes: a do Cordeiro e daqueles por quem Ele morreu.
Na morte de Jesus eu não escapei da morte, eu morri com Ele, a fim de poder viver com Ele.
Se Jesus morreu, mas eu escapei de morrer com Ele, significa que Ele não morreu por mim...
Entretanto, Jesus morreu por mim independentemente de que eu tenha aceitado morrer com
Ele, em Sua morte.
1 Afinal, Cristo Jesus deu a vida por nós, sendo nós ainda alienados Dele por
completo.
Todavia, uma vez que eu celebre a Páscoa como morte de Jesus, o Cordeiro, por mim, então,
por tal consciência, segundo Paulo, eu devo também me considerar morto para o pecado e
vivo para Deus.
Começa sempre unilateral, mas, depois que existe consciência e alguma fé, o que se diz aos
discípulos é o seguinte: Você quer perdão..., mais perdão..., perdão sempre... — então, perdoe
sempre, até 70 x 7 num único dia!
É por isto que somente os misericordiosos alcançam misericórdia sempre!
Entretanto, em Páscoas de Ovo... — não há lugar para a Cruz, e, muito menos, para se celebrar
a nossa própria morte com Jesus.
Mas não há vida em Jesus sem que eu aceite que a morte de Jesus quer ser a minha morte...
O convite da Páscoa existencial do Novo Testamento é para que nós nos conformemos com
Jesus na Sua morte, a fim de obtermos superior ressurreição.
E mais:
No ensino de Paulo o morrer com Jesus, o aceitar as implicações de Sua morte, trazia como
conseqüência a consciência de nossa morte para o viver segundo o capricho, o egoísmo, o “si-
mesmo”.
Entretanto, Paulo diz: “Fazei morrer a vossa natureza terrena”... — e a descreve tal natureza
como sendo aquilo que mata a alma e o espírito; a saber: maldade, luxuria, inveja,
prostituição, amargura, ódio, gritarias e maldade no falar; entre tantas outras coisas.
Assim, a verdadeira Páscoa existencial, segundo o Evangelho, é todo dia; e é algo que a gente
faz...
Sim! Nossa cura é morrermos; a fim de que possamos provar a outra vida, que não é no além
ainda, mas aqui e agora; já.
Hoje, mais do que nunca antes, por imposição do amor de Deus em meu favor na história, sei o
que é estar morto enquanto se está vivo.
Antes de tudo..., para mim era como para mim é hoje em termos de compreensão. Todavia,
não em termos de real entendimento.
Desse modo, tive que sentir na carne o significado de estar morto para o mundo, para todo o
mundo e pra todo mundo, ao ponto de virar um fantasma, ao ponto de não ser conhecido nem
pelos mais conhecidos, ao ponto de me perguntar: Mas como não vêem que eu sou ainda eu
mesmo em Cristo?
Entretanto, dou muitas graças a Deus pela experiência da morte; e, creia, até me alegro
quando, ainda hoje, sou tratado como morto — pois, aprendi como é grande a liberdade de
um morto!
Antes gritavam:
Matemo-lo!
Vistamo-lo!
Ora, digo isto apenas para ilustrar o fato que, quando morremos com Jesus, quando nossa
reputação, justiça-própria, glória, honra, e tudo quanto seja importante e elevado entre os
homens, acaba para nós, então, aí é que começa a vida.
Com isto não recomendo a ninguém a experiência da busca de uma catástrofe. Apenas digo
que é pelo querer, pelo fazer, pela decisão... que se pode, dia a dia, ir fazendo morrer a nossa
natureza terrena; na mesma medida em que apenas nos gloriemos em Jesus, na Cruz, na Vida
que é; e, assim, vivamos em novidade de vida; não segundo o mundo; não para chocar
ninguém; mas apenas para dar o testemunho da nova consciência segundo a fé, que é pura
para comer e beber com gratidão, e feliz para testemunhar somente pela alegria da libertação.
Todavia, saiba:
Uma das primeiras manifestações de que de fato morremos com Jesus, é o abdicar de toda
importância humana que se contraponha à simplicidade do que seja a Verdade em Jesus.
E mais:
Quem serão os credores que entrarão na morte para cobrar ao morto? Sim! Se o morto
morreu em Jesus, na Cruz?
Assim, fique livre para andar livre; e isto só acontece quando se caminha exclusivamente
segundo o Evangelho.
Desse modo, estou ressuscitado com Jesus. E, por causa Dele, a morte já não tem domínio
sobre mim.
Caio
9 de abril de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
(CF)
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