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SÃO PAULO
2017
BENJAMIM DIAS - R.A. 913201814
SÃO PAULO
2017
Pereira dos Santos, Fernando
120 f.
ABAIXO MENCIONADO.
________________________________________________________________
Agradecemos primeiramente a Deus que até aqui nos deu força para a
caminhada diária, sem ele nada disso seria possível. À nossa orientadora Juliana
Maria Felix de Lima, que assumiu a responsabilidade de nos orientar, mesmo nos
momentos de instabilidade, por sempre nos conceder a sua atenção e dedicação
quando precisávamos de seus conhecimentos. Agradecemos de coração pela sua
contribuição à nossa formação.
Não poderíamos deixar de agradecer as empresas Solonet Engenharia de
Solos e Contenções, em especial ao engenheiro Daniel Rosenbaum, e a Geofix
Engenharia pela cordialidade, consideração e disponibilidade que tiveram conosco
em sempre acrescentar novos conhecimentos e compartilhar experiência em prol
deste trabalho, o auxílio na obra foi de fundamental importância para a conclusão
deste trabalho.
Dedicamos este trabalho à Universidade Nove de Julho por nos proporcionar
ambientes adequados para estudos e aos professores do curso que nos
acompanharam nesta caminhada de longos cinco anos e compartilharam conosco
tantas conquistas e algumas frustações, sempre nos trazendo incentivos para
continuar em frente.
E finalmente, dedicamos este trabalho às nossas famílias que sempre
estiveram presentes nos dando força e apoio na jornada, onde em certos momentos
de desânimos e frustrações eles sempre estiveram presentes para nos dar apoio e
acreditar no nosso sucesso.
“Não se deve ir atrás de objetivos fáceis, é preciso buscar
o que só pode ser alcançado por meio de maiores
esforços”. (Albert Einstein).
RESUMO
The large constructions that aim at excavations in urban perimeter become constant
around us, making works of geotechnical containment are inevitable, in order to allow
large excavations without involving deformations to the neighboring lands. With this,
the work intends to contribute to a better technical knowledge of these types of
restraints, which are of great efficiency in their execution to contain future
deformations of the ground: the diaphragm wall with rods execution and the system
of metallic profiles with double plate plating precast concrete. The diaphragm wall is
a type of containment that has no restrictions and can be an option in any type of
excavation work. Metal profiles with plating of double precast concrete plates in turn
have less execution time, but are not feasible when below the water level. In the work
the construction process of the two containment methods is presented, where the
necessary procedures are mentioned to have a good execution. Another factor is a
comparative analysis of both methods, showing the advantages and disadvantages
in the application, under technical aspects. Finally, two case studies are presented: a
residential project in the Cerqueira César neighborhood, with a diaphragm wall, and
another commercial venture in the district of Itaim Bibi, with a metallic profile with
double-pane precast concrete boards.
1 INTRODUÇÃO………......................................................................................16
2 JUSTIFICATIVA..............................................................................................17
3 OBJETIVO.......................................................................................................18
3.1 OBJETIVOS GERAIS......................................................................................18
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................18
4 METODOLOGIA..............................................................................................19
5 GRANDES ESCAVAÇÕES EM CENTROS URBANOS.................................21
5.1 HISTÓRICO.....................................................................................................21
5.2 CONTENÇÕES................................................................................................21
6 PAREDE DIAFRAGMA...................................................................................24
6.1 UTILIZAÇÃO...................................................................................................24
6.2 PROCESSO CONSTRUTIVO.........................................................................25
6.2.1 Normatização...................................................................................................27
6.2.2 Mureta guia......................................................................................................28
6.2.3 Escavação da Parede Diafragma....................................................................29
6.2.4 Fluidos Estabilizantes......................................................................................30
6.2.4.1 Bentonita........................................................................................................30
6.2.4.2 Preparo da Lama Bentonítica........................................................................30
6.2.4.3 Polímero........................................................................................................31
6.2.4.4 Preparo da Lama Polimérica.........................................................................32
6.2.5 Chapas.............................................................................................................33
6.2.6 Armação...........................................................................................................34
6.2.7 Concretagem...................................................................................................35
6.3 EQUIPAMENTOS............................................................................................37
6.3.1 Clam – Shell.....................................................................................................37
6.3.2 Guindaste Principal e Guindaste Auxiliar........................................................38
6.3.3 Hidrofresa........................................................................................................39
6.3.4 Vantagens e Desvantagens dos Equipamentos de Escavação......................41
6.3.5 Outros Equipamentos......................................................................................41
6.3.5.1 Laboratório de Campo...................................................................................41
6.3.5.2 Funil de Concretagem...................................................................................43
6.3.5.3 Tubo Tremonha.............................................................................................43
6.3.5.4 Reciclador (Desarenador)..............................................................................44
6.3.5.5 Floculador......................................................................................................45
6.3.6 Operacionalidade dos Equipamentos..............................................................45
6.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS................................................................45
6.4.1 Vantagens........................................................................................................45
6.4.2 Desvantagens..................................................................................................46
7 PERFIL METÁLICO PRANCHEADO..............................................................48
7.1 UTILIZAÇÃO...................................................................................................48
7.2 PROCESSO CONSTRUTIVO.........................................................................49
7.2.1 Normatização...................................................................................................50
7.2.2 Cravação dos Perfis Metálicos........................................................................50
7.2.3 Escavação.......................................................................................................52
7.2.4 Painel de Concreto Pré-moldado.....................................................................52
7.2.5 Concretagem...................................................................................................53
7.3 EQUIPAMENTOS............................................................................................54
7.3.1 Bate Estaca......................................................................................................54
7.3.2 Martelo de Queda Livre...................................................................................54
7.3.3 Martelo Vibratório.............................................................................................55
7.3.4 Martelo Hidráulico............................................................................................56
7.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS................................................................57
7.4.1 Vantagens........................................................................................................57
7.4.2 Desvantagens..................................................................................................58
8 TIRANTES.......................................................................................................59
8.1 HISTÓRIA........................................................................................................59
8.2 CONCEITO......................................................................................................59
8.3 PRINCIPAIS TIPOS DE TIRANTES................................................................61
8.3.1 Tirantes de Barra única ou monobarra............................................................61
8.3.2 Tirantes de Fios e Cordoalhas.........................................................................63
8.4 MÉTODO CONSTRUTIVO..............................................................................64
8.5 EQUIPAMENTOS............................................................................................66
8.5.1 Perfuratriz........................................................................................................66
8.5.2 Bomba d’água ou de lama...............................................................................67
8.5.3 Compressor.....................................................................................................67
9 ESTUDO COMPARATIVO..............................................................................69
10 ESTUDO DE CASO – PAREDE DIAFRAGMA...............................................73
10.1 APRESENTAÇÃO DA OBRA.........................................................................73
10.2 TIPO DE SOLO...............................................................................................74
10.3 SOLUÇÕES ANALISADAS............................................................................76
10.4 CARACTERISTICAS DA CONTENÇÃO........................................................76
10.4.1 Execução.......................................................................................................83
10.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A OBRA...............................................87
11 ESTUDO DE CASO – PERFIL METÁLICO....................................................89
11.1 APRESENTAÇÃO DA OBRA.........................................................................89
11.2 TIPO DE SOLO...............................................................................................91
11.3 SOLUÇÕES ANALISADAS............................................................................92
11.4 CARACTERÍSTICAS DA CONTENÇÃO........................................................94
11.4.1 Sequência Executiva...................................................................................101
11.4.2 Tirantes........................................................................................................103
11.4.3 Sistema de Drenagem.................................................................................104
11.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A OBRA.............................................105
12 CONCLUSÃO................................................................................................108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................109
ANEXO A – PERFIS DE SONDAGEM DA PAREDE DIAFRAGMA.......................115
ANEXO B – VISTAS FRONTAIS DE CADA PAREDE DIAFRAGMA....................117
ANEXO C – PERFIS DE SONDAGEM DO PERFIL METÁLICO............................119
16
1 INTRODUÇÃO
A construção de escavações cada vez mais profundas em grandes centros
urbanos, para dotar os edifícios de múltiplos níveis de garagem, exige um profundo
conhecimento de todas as variáveis envolvidas a fim de identificar as melhores
soluções de projeto, prever e prevenir possíveis efeitos em construções vizinhas e
garantir a estabilidade da escavação e a segurança da obra e seu entorno.
(MILITITSKY, 2016).
A realização de uma obra de fundações quase sempre envolve estruturas de
contenção. A contenção é todo elemento ou estrutura destinado a contrapor-se a
empuxos ou tensões geradas em maciço cuja condição de equilíbrio foi alterada por
algum tipo de escavação, corte ou aterro. (HACHICH, 1988).
Alguns tipos de contenções existentes e de larga utilização são: muro de
gravidade, gabião, terra armada, solo reforçado, estaca justaposta, estaca prancha,
estaca secante, parede de jet grouting, parede diafragma, perfil metálico
prancheado, entre outros.
A escolha de uma contenção depende da utilização, das solicitações,
características do solo, espaço disponível, prazos, custos e nível freático.
Podem ser estudadas as diversas técnicas de execução de contenções
destacando-as de diferentes maneiras, porém optou-se em se aprofundar nas
definitivas e rígidas que caracterizam a parede diafragma e o perfil metálico
prancheado.
As duas contenções verticais são aplicadas quando da necessidade de
escavações profundas, principalmente nos grandes centros urbanos onde o espaço
é limitado e escasso. Nos dois casos podem ser usados tirantes como elementos de
ancoragem. No entanto a parede diafragma geralmente se aplica a maiores
escavações, abaixo do nível de água e pode ser executada em solos com maior
resistência e em rochas. Já o Perfil Metálico do ponto de vista econômico tem um
custo menor, mas a sua implantação quando do controle de água se dá só com o
rebaixamento do nível do lençol freático e não é possível a sua cravação em solos
com NSPT muito elevados ou em rochas.
Para uma melhor exemplificação destas contenções, quanto aos aspectos
construtivos, faz-se uma abordagem comparativa dos sistemas escolhidos quanto as
suas vantagens e limitações aplicados a um caso de obra.
17
2 JUSTIFICATIVA
O Brasil nos últimos anos vem mostrando um crescimento considerável, e
apesar da crise atual, há um grande número de obras de infraestrutura para serem
realizadas como rodovias, portos, ferrovias, túneis, assim como, em grandes centros
urbanos, com o espaço disponível é restrito, torna-se necessária a adoção de
métodos modernos e viáveis tanto tecnicamente como economicamente e também
com melhor custo benefício.
Com a necessidade de construção de escavações cada vez mais profundas
em grandes centros urbanos, para dotar os edifícios de múltiplos níveis de garagem
como, por exemplo, em empreendimentos que utilizam implantação de subsolos,
sendo eles shoppings, estacionamentos, prédios comerciais, edifícios habitacionais,
entre outros.
Exige um profundo conhecimento de todas as variáveis envolvidas a fim de
identificar as melhores soluções de projeto, prever e prevenir possíveis efeitos em
construções vizinhas e garantir a estabilidade da escavação e a segurança da obra
e seu entorno. (MILITITSKY, 2016).
Hoje na execução do projeto executivo de contenções verticais tornou-se um
fator muito importante para o processo construtivo das obras com subsolos, pois um
projeto bem elaborado significa redução de custos e de etapas construtivas.
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é compreender e esclarecer
vantagens e desvantagens em cada sistema e suas limitações físicas e técnicas
para sua execução, de maneira que ao fim desse estudo existam informações
necessárias que possam auxiliar a tomada de decisão quanto à escolha da melhor
solução a adotar para uma determinada obra, o que se justifica o estudo para esse
trabalho de pesquisa.
.
18
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVOS GERAIS
Apresentar uma análise comparativa quanto aos aspectos construtivos de
dois sistemas de contenção, sendo estes a parede diafragma, e o sistema de
cravação de perfil metálico com prancheamento de placas duplas de concreto pré-
moldada, aplicados aos respectivos casos de obra.
4 METODOLOGIA
Para o Estudo Comparativo entre Parede Diafragma e Prancheamento com
Perfis Metálicos, aplicados a caso de obra, desenvolve-se uma metodologia que
compreende as seguintes etapas:
Estudo Comparativo
Materias e
das Contenções Tirantes.
Equipamentos.
estudadas.
Estudo de Caso:
Estudo de Caso :
Obra Perfil Metálico
Obra Parede Conclusões.
com
Diafragma.
Prancheamento.
Fonte: Autores.
5.2 CONTENÇÕES
A execução de contenções em escavações é um serviço bastante comum em
obras civis, principalmente quando estas se localizam em áreas limitadas, como nas
obras urbanas de um modo geral (CARDOSO, 2002).
O crescimento populacional, industrial e comercial faz com que as
construções em grandes centros urbanos sejam mais valorizadas. Porem as áreas
com grandes extensões, nos espaços urbanos, que permitem a construção de
grande porte, estão cada vez mais escassas. Surgindo então a necessidade das
grandes escavações para se construir o maior número de subsolos possíveis.
Nestas escavações, principalmente em centros urbanos, exigem muita
cautela e dimensionamento prévio, de modo que haja um controle de segurança e
uma prevenção contra possíveis efeitos advindos da escavação. Daí emerge a
necessidade da utilização de estruturas de contenção, sendo elas classificadas
22
6 PAREDE DIAFRAGMA
A Parede diafragma foi projetada em 1938 por Veder e Marconi em Milão e
em 1969 a técnica foi implementada pela primeira vez no Brasil, no edifício Pelletron,
na Universidade de São Paulo. (FERREIRA, 2017).
Existem alguns tipos de parede diafragma e tipo mais utilizado em perímetros
urbanos são paredes diafragma de concreto armado com tirantes moldado “in loco”,
conforme mostra a figura 2. Por ser um método de contenção mais usual,
escolhemos a moldada “in loco” para ser citado neste trabalho. Este tipo de
contenção pode atingir grandes profundidades e sua espessura pode variar de
acordo com cada projeto. O item 6.1 menciona informações necessárias para se
executar este tipo de contenção e na sequência citado os materiais e os
equipamentos essenciais para a sua concepção.
Fonte: www.geodactha.com.br.
6.1 UTILIZAÇÃO
São de grande utilização em diversos tipos de obra como:
Execução de estacionamento nos prédios, nas quais são construídos
usualmente 3 subsolos enterrados, atingindo profundidade maiores do que 10
metros; (HARUNA, 2006).
Obras do metrô: Para a execução da Linha 1 – Azul, do metrô de São Paulo
foi utilizada parede diafragma, com escavações de 30 metros de profundidade
e 80 centímetros de espessura. Conforme atesta Caputo, (CAPUTO,1998), “O
Metrô foi o grande propulsor das contenções”;
25
Fonte: www.geofix.com.br.
6.2.1 Normatização
O uso da normatização em paredes diafragma é realizado em partes, pois
não há uma regulamentação específica só para este tipo de procedimento. De
acordo com o Manual de Especificações de Produtos e Procedimentos (ABEF,
2004), na tabela 1 estão algumas das principais normas regulamentadoras que são
utilizadas na parede diafragma:
Fonte: www.ishikawaengenharia.com.br.
Fonte: www.stalgesunrise.com.br
6.2.4.1 Bentonita
A Bentonita é uma mistura de argilas de grãos muito finos constituído
essencialmente por argilominerais do grupo das esmectitas e origina-se mais
frequentemente das alterações de cinzas vulcânicas. Através da mistura da
bentonita com a água se obtém a lama bentonítica. Possui como característica ser
um material tixotrópico, ou seja, com forma estável em repouso e se tornam fluidos
quando agitados. Quando a lama entra em contato com as paredes da lamela
formam uma película impermeável denominado “cake”, originado pela penetração da
lama com os vazios do solo. A película propicia que a lama exerça empuxo contra as
valas na escavação com o intuito de obter estabilização.
Fonte: www.geofix.com.br.
6.2.4.3 Polímero
O polímero é uma molécula muito comprida formada pela adição de simples
repetição de grupos denominados monômeros. Eles usualmente se unem pelas
extremidades de forma similar às ligações dos elos de uma corrente. Uma molécula
de um polímero pode ser formada por centenas de milhares de unidades de
monômeros. Dependendo do tipo de monômero (estrutura química), do número
médio de meros por cadeia e do tipo de ligação covalente, os polímeros podem ser
divididos em plásticos, borrachas (ou elastômeros), fibras, revestimentos, adesivos,
espumas e películas.
Na função de fluido estabilizante os tipos de polímeros usados são os
polímeros naturais (como amido e gomas), polímeros naturais modificados (como a
celulose) e polímeros sintéticos (como plásticos e resina). (NARESI JUNIOR, 2015).
32
Fonte: www.brasfond.com.br.
adequada ao fluido polimérico, uma vez que a sua ação tende a degradar o fluido,
fazendo-o perder as suas propriedades. (TRINDADE, 2010).
6.2.5 Chapas
Concluído o processo de escavação começa a montagem das chapas-junta e
chapas-espelho. As chapas-juntas conforme figura 8, são montadas de forma
vertical na extremidade lateral de cada lamela, as juntas são do tipo “macho/fêmea”
e sua colocação tem que ser feita antes da concretagem.
Figura 8– Chapa-junta.
Fonte: www.solonet.eng.br.
Figura 9 – Chapa-espelho.
Fonte: www.geofix.com.br.
6.2.6 Armação
No processo de execução das armaduras são levados em consideração as
dimensões das chapa-juntas para a sua montagem. A armadura deve ser construída
de forma a ser suficiente rígida para poder ser içada e manuseada por guindaste.
Estas precisam ser soldadas em diversos pontos e ter barras adicionais de
travamento. São formadas por barras longitudinais e estribos montados em forma de
gaiolas conforme a figura 10, com barras de aço CA 50 e CA 60.
35
Fonte: www.geodactha.com.
6.2.7 Concretagem
A concretagem é feita a partir do tubo tremonha, que é colocado dentro da
gaiola. Os tubos têm comprimento que variam de acordo com o projeto, onde são
emendados até atingir a profundidade correta.
Antes de começar a concretagem devem ser observadas as condições da
lama bentonítica, pois nesta fase a lama deve possuir um teor máximo de areia de
3%, densidade entre 1,01 e 1,10 g/cm³, viscosidade entre 30 a 90 segundos e um
PH entre 7 e 11, para se obter uma segurança ao misturar as partículas de areia
contidas na lama com o concreto, durante a fase de concretagem (ABEF,2004).
Para ajustar o teor de areia da lama bentonítica usa-se um desarenador,
constituído de um hidrociclone acoplado a uma bomba de alta vazão.
36
Fonte: www.capital.sp.gov.br.
6.3 EQUIPAMENTOS
Atualmente, os serviços de engenharia são altamente dependentes do uso de
máquinas. Muitas das grandes obras conhecidas hoje, só foram possíveis de serem
realizadas graças aos avanços no campo do maquinário.
Com a intenção de apresentar alguns principais equipamentos e ferramentas
para execução da parede diafragma, serão abordadas neste capítulo, informações
que possam esclarecer dúvidas relativas aos usos e funcionamentos de algumas
delas, além de expor as possibilidades e limitações impostas por elas na execução
do projeto arquitetônico.
6.3.1 Clam–shell
É um equipamento amplamente empregado na escavação de parede
diafragma, e permite à escavação e a segregação do solo através de duas partes
móveis, semelhantes com conchas, essas podem ser retangulares ou circulares e
são comandadas por cabos ou por um sistema hidráulico. Com o auxílio da mureta
guia o clam–shell é direcionado longitudinalmente ao eixo da parede enterrada no
solo e com o movimento das pás que podem abrir ou fechar a caçamba é feita a
remoção de terra.
O clam–shell é apropriado para quando há grandes obstáculos, como
matacão, escoramentos ou tubulações subterrâneas. O equipamento é capaz de
escavar paredes com espessura entre 0,30m e 1,40 m de espessura e largura dos
38
Fonte: Autores.
Fonte: www.aecweb.com.br.
39
6.3.3 Hidrofresa
A Hidrofresa é uma ferramenta de corte que opera em sistema de circulação
reversa através de uma bomba de sucção que trabalha submersa na lama.
(CURCIO, 2017). São compostas por uma estrutura rígida de aço, com duas
perfuratrizes na parte inferior que são movidas por motores hidráulicos, em direções
opostas e uma bomba de sucção, retirando o material triturado, com auxílio do fluído
estabilizador (conforme figura 15). O material escavado é direcionado a uma estação
de tratamento, onde ocorre a separação do fluido estabilizador e a sua reciclagem,
retornando a lama bentonítica limpa para a vala de escavação.
Ela foi desenvolvida com o objetivo de construir aproveitando melhor o terreno
e ainda assim se construir com qualidade e agilidade. Está sendo usada no Brasil
executando estacas Barretes e Paredes Diafragma, onde executa escavações em
grandes profundidades incluindo solos de rochas e de alta resistência.
40
Figura 15 – Hidrofresa.
Fonte: www.zfsolos.com.br.
Fonte: www.zfsolos.com.br.
Fonte: www.zfsolos.com.br.
43
Fonte: www.zfsolos.com.br.
Fonte: www.consultrix.com.br.
diâmetro de 200 mm (8”), desde que se utilize concreto com slump maior do que 21
cm. No caso da execução de painéis com grandes dimensões (maior do que 4,0 m)
é necessário ter mais de um tubo tremonha e funil. Para não haver vazamentos, o
acoplamento entre os tubos deve haver uma estanqueidade perfeita. (ABEF, 2004).
Fonte: www.consultrix.com.br.
Fonte: www.geofix.com.br.
45
6.3.5.5 Floculador
O Floculador tem como função aglomerar a lama bentonítica (conforme figura
23), quando a mesma não tem mais as propriedades desejadas, a fim de possibilitar
seu descarte sem prejudicar o meio ambiente.
Fonte: www.geofix.com.br.
6.4.2 Desvantagens
De acordo com Naresi Jr, (2014) a tecnologia do sistema construtivo de
parede diafragma é utilizada em todo o mundo e no Brasil já existem grandes
empresas que possuem os equipamentos mais modernos para esta finalidade e
complexidade da execução que é muito grande e por isso as obras de parede
diafragma não são tão usuais e tem alto custo executivo, face a grandeza dos
serviços para que destinam. Entre as principais desvantagens da parede diafragma,
podemos citar:
Requer ampla área de construção para tornar a execução da parede
diafragma viável, devido a grandeza dos equipamentos de escavação,
movimentação de terra e guindastes envolvidos para içamentos de materiais
para execução da obra;
Risco de vazamento entre as juntas, causadas por falhas de concretagem,
que requer posteriormente tratamentos específicos;
Baixa oferta de máquinas e mão de obra especializada para atender outras
regiões do Brasil fora do eixo Rio / São Paulo;
Alto custo de implantação;
Dificuldades ambientais na destinação da lama bentonítica não aproveitada,
que deve ser enviada para bota fora legalizado.
Segundo Falconi, (2013) é necessário haver um bom diálogo entre projetista e
construtor para que os problemas não previstos na investigação geotécnica sejam
47
Fonte: www.seteengenharia.com.
7.1 UTILIZAÇÃO
Usualmente o sistema é utilizado na escavação de subsolos, no qual
primeiramente são cravados os perfis metálicos, seguido da escavação e instalação
da contenção com as placas duplas de concreto, que acontecem simultaneamente,
em fase posterior aos perfis já cravados. A utilização deste sistema é possível
sempre que forem previstos a cravação de perfis metálicos como solução de
contenção.
Este sistema construtivo apresenta algumas vantagens e desvantagens que
podem variar de acordo com cada projeto.
49
Cravação dos perfis: locação dos perfis (caixas gabaritos nos locais de
cravação, arrasamento e número do perfil pintado na parede), recebimento
dos perfis (fazer conferência do tipo de aço compatível com o projeto) e
cravação dos perfis e soldas (observar se há sinais de desaprumo ou cabeça
do perfil amassado durante a cravação, solda com talas corretas, etc.);
Escavação, prancheamento e submuração: locação das banquetas e taludes
em campo, gabaritos de inclinação do talude e altura de escavação com
prancheamento, equipamentos e materiais, preenchimento de vazios com
argamassa 1:4 e tratamento contra erosão superficial.
7.2.1 Normatização
As paredes de contenção compostas de perfis metálicos devem ser
dimensionadas segundo as prescrições apresentadas na tabela 6, conforme a
norma da ABNT.
Fonte: www.gerdau.com.br.
Fonte: www.geodactha.com.br.
7.2.3 Escavação
Após a cravação dos perfis serem executadas, a escavação no solo se inicia
próximo aos perfis cravados e na sequência são feitas as escavações manuais entre
os perfis em vãos alternados, para possibilitar a colocação das pranchas de concreto
armado por de trás do perfil. Esse processo deve ser feito de forma simultânea para
que o solo se mantenha estável.
À medida que o terreno vai sendo escavado, são colocados pranchões pré-
fabricados de concreto armado entre os perfis, formando uma cortina. Nessa etapa
inicial, a altura escavada deve atingir a cota da primeira laje do subsolo e a
montagem prossegue até concluir-se todo o perímetro da obra.
Com o avanço da escavação, é necessário criar escoramentos (estroncas ou
tirantes) para reduzir as deformações de topo dos perfis.
7.2.5 Concretagem
Posteriormente é feito a concretagem do pré-moldado de concreto, que é feito
por bombeamento no interior das placas de trecho a trecho, o tipo de concreto
utilizado é auto-densável, (conforme a figura 28). O acabamento garante um
excelente resultado estético, sendo desnecessária a execução de emboço, bastando
apenas pintura como acabamento final.
54
Fonte: www.geodactha.com.br.
7.3 EQUIPAMENTOS
7.3.1 Bate estaca
É um equipamento utilizado para a execução de fundações profundas nas
construções. Geralmente utilizadas em obras de maior porte, os bate estacas são
usados para a cravação dos diversos tipos de estacas como estaca pré-moldada de
concreto, metálica e de madeira.
O bate estaca compõe-se de uma torre e um martelo que irá realizar o
movimento que gerará a força necessária para a cravação da estaca no solo.
O trabalho de um bate estaca consiste na cravação, por meio de percussão,
aplicada na cabeça da estaca de um elemento de concreto, aço ou madeira até uma
profundidade que possa oferecer uma capacidade de carga.
É importante dizer que este equipamento causa vibrações no terreno e tem
que ser adotadas medidas para que terrenos vizinhos ou elementos já construídos
no próprio canteiro de obras não sejam afetados pela vibração do bate estaca.
Fonte: www.solofix.com.br.
Fonte: www.solofix.com.br.
56
Fonte: www.hammertec.com.br.
57
7.4.2 Desvantagens
As cravações dos perfis metálicos podem causar vibrações elevadas;
No caso de existência de nível de lençol freático muito alto, o sistema só
poderá ser implantado com a execução de rebaixamento de lençol freático
permanentemente;
Inviabilidade de utilizar o sistema em locais distantes, onde o transporte da
placa fique muito caro e não existam fabricantes próximos.
59
8 TIRANTES
8.1 HISTÓRIA
Sua primeira utilização internacional foi na Alemanha na cava de fundação do
edifício da Rádio Difusão de Munique. No Brasil as primeiras aplicações foram
realizadas em obras de contenção no Rio de Janeiro, em Copacabana, estrada Rio
Teresópolis e estrada Grajaú – Jacarepaguá. No Brasil, houve um grande
desenvolvimento da utilização dos tirantes, foi durante a década de 1960, devido a
fortes chuvas no Rio de Janeiro, surgiu a necessidade de executar obras de
contenção de taludes e encostas na cidade e nas estradas próximas. (MAXWELL,
2017).
O início das construções das estações do metrô do Rio de Janeiro e em São
Paulo na década de 1970, são fatores que deram impulso a utilização da técnica,
pois são obras que devido a sua complexidade, exigia-se projetos mais sofisticados
e controle. Nesta época também aumentaram as empresas nacionais especializadas
em tirantes e vieram para o Brasil técnicas e empresas estrangeiras. (YASSUDA,
1998).
A partir desta época, outras aplicações envolvendo ancoragens em solo foram
executadas no país, levando a elaboração da NB – 565, atual NBR 5629, aprovada
em 1977, revisada em 2006, contendo definições e especificações técnicas sobre a
execução de tirantes ancorados no solo.
8.2 CONCEITOS
Tirantes são elementos lineares capazes de transmitir esforços de tração
entre suas extremidades. A extremidade que fica fora do terreno é a cabeça e a
extremidade que fica enterrada é conhecida por trecho ancorado. O trecho que liga a
cabeça ao bulbo é conhecido por trecho livre (AZEM, 2007).
Trata- se de uma peça composta por um ou mais elementos resistentes a
tração montada segundo especificações de projeto. Seus componentes são
constituídos por peças metálicas tais como porcas, clavetes, botões ou cunha. Os
elementos dos tirantes são introduzidos no terreno com perfuração previamente
executada. Na maioria dos projetos é realizado na parte inferior do tirante, a injeção
com calda de cimento, devido a aderência do concreto ao aço e ao solo, formando o
bulbo de ancoragem.
60
Fonte: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/cortina-atirantada.
Sabe – se que o elemento que resiste bem aos esforços de tração é o aço, e
desta forma, a maioria dos tirantes são constituídos por um ou mais elementos de
aço, tais como barras, fios e cordoalhas.
Os tirantes são dimensionados para trabalhar verticalmente absorvendo os
empuxos, combatendo a subpressão e a tração direta. São frequentemente
utilizados para permitir a execução da obra, tais como execução de fundação,
enterradas, tais como metrôs, subsolos, bem como alguns casos especiais de
reservatórios ou piscinas.
As aplicações que mais se destacam são em obras de contenção como
Parede Diafragma e Perfil metálico prancheado, em que os tirantes trabalham
tracionados fazendo um esforço contrário ao solo. Diante de um projeto ao se
escavar a área onde será construído o edifício, o solo vizinho tende a cair para o
local escavado, devido ao empuxo ativo do solo, por isso é necessário a utilização
de tirantes para garantir a estabilidade da escavação local.
61
Grande parte dos tirantes monobarra são fornecidos pela empresa Dywidag,
nas quais suas características técnicas são apresentadas na tabela 8 abaixo:
TENSAO DE ESC. TENSAO DE RUPT. CARGA DE CARGA DE PASSO ÁREA SEÇAO PESO
Ø NOMINAL
KGF MM (Mpa) KGF MM (Mpa) ESC. (TF) RUPT. (TF) (MM) TRANSV. (MM) (KG/M)
Fonte: www.dywidag.com.br.
63
σr –Tensão de ruptura
σe – Tensão de escoamento
Sf – Seção transversal do aço
Fr – Carga de ruptura
Fe – Carga de escoamento
Sf – Seção transversal do aço
e) Protensão
Finalizada a etapa das injeções, e após a cura do cimento, sete dias após a
última fase de injeção caso se utilize cimento comum ou quatro dias após a última
fase de injeção caso se utilize cimento com alta resistência inicial (ARI), podem -se
instalar a cabeça de ancoragem, para realização das protensões.
O preparo da cabeça de protensão é feita com dois tubos de injeção na
cabeça do tirante. Após a concretagem do bloco de pretensão da cabeça do tirante
injeta-se nata de cimento por um dos tubos até que seja extravasada por um dos
tubos, eliminando-se dessa forma as eventuais falhas de concretagem.
As protensões são executadas por macacos hidráulicos, devidamente
calibrados, compatíveis com as cargas de testes dos tirantes e com sua composição
estrutural.
O ensaio do tirante deverá estar de acordo com a NBR 5629:2006 - Tirantes
Ancorados no Terreno, sendo a sua ancoragem executada em placas de aço
inclinadas em relação vertical. (JOPPERT JÚNIOR, 2007).
O tirante é projetado considerando o tipo de solo e a sobrecarga sobre ele. Os
mais usuais são os de aço, com diâmetro variado entre 25 mm e 32 mm. Neste caso
foi usado o tirante monobarra, um vergalhão metálico sólido. Há também os tirantes
produzidos com cordoalhas. Geralmente, a inclinação do tirante varia entre 10º a
30º. (FERREIRA, 2011).
8.5 EQUIPAMENTOS
8.5.1 Perfuratriz
A perfuratriz é um equipamento utilizado para a perfuração do terreno, que
pode ser mecânica ou manual, compatível com o diâmetro e comprimento da
perfuração e tipo de solo ou rocha (conforme a figura 35).
67
Fonte: www.fundesp.com.br.
Fonte: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/cortina-atirantada.
8.5.3 Compressor
Utilizado nos casos em que o fluído de perfuração é a ar.
68
Fonte: www.camargolivremaquinas.com.br.
69
9 ESTUDO COMPARATIVO
Este capítulo tem como objetivo desenvolver uma análise comparativa de
estruturas de contenções de maciços com visão das metodologias do trabalho. Para
isso foi realizada uma revisão bibliográfica de dois tipos de soluções geotécnicas
para contenções, que são parede diafragma moldada “in loco” e perfil metálico
prancheado com placas de concreto armado.
A escolha correta da solução a ser empregada é essencial para a segurança
estrutural e a viabilidade econômica. Para isso é necessário se estabelecer uma
conexão entre os conhecimentos geotécnicos, estrutural, de viabilidade econômica e
de produção a fim de se obter uma solução tecnicamente segura e com o melhor
custo benefício.
Importante mencionar que erros de dimensionamento, de projeto ou execução
podem implicar em consequências muito serias, danificando patrimônios,
interrompendo vias e até mesmo vidas humanas. Assim as estruturas de contenção
devem atender aos requisitos: segurança estrutural, custos, eficiência por toda a
vida útil da obra e impacto ambiental.
Entre a diversidade de métodos existentes, a opção deve referir-se pelo mais
seguro e com custo e prazo compatível à necessidade local. Para chegar a melhor
opção uma análise de algumas variáveis tem que ser feita, como local de acesso à
obra, resultado das sondagens a percussão, fator técnico-financeiro (estudo da
viabilidade da contenção) e impactos ambientais. Dentre as variáveis a serem
observadas na definição do sistema de contenção estão a sua altura, as
características do solo a ser contido e o solo de fundação. Por último, mas não
menos importante o estudo de impacto nos vizinhos, as fundações existentes e as
cargas atuantes também são fatores que também devem ser considerados com
cuidado.
Na tabela 11 será mostrado de forma sistematizada as características,
vantagens e limitações que influenciam no processo de escolha entre as
contenções.
70
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
T31A a T38A
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
10.4.1 Execução
Fonte: Autores.
84
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
85
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
86
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
A cota total do edifício é 75,20 m, sendo que 13,00 m estão abaixo do térreo,
ou seja, são os subsolos, conforme apresentado no projeto abaixo:
Fonte: Solonet.
91
Fonte: Engesolos.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
96
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
101
Figura 73: Cortinas de contenção concluídas e início da escavação das sapatas de fundação.
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
b) Não deixar vazios por trás das placas duplas, fazer o preenchimento com solo
compactado;
103
Fonte: Solonet.
11.4.2 Tirantes
A contenção da obra em questão possui 3 linhas de tirantes, com as
respectivas cargas, conforme a tabela 15 apresentado abaixo:
Fonte: Solonet.
Fonte: Solonet.
a) Custo e prazo
Em comparação ao sistema de contenção Parede Diafragma, método
utilizado na contenção do edifício vizinho, construído também pela Davilar, o sistema
de contenção com cravação de perfis metálicos com prancheamento de placas de
concreto pré-moldadas tem menor custo e tempo de execução e são um dos
principais fatores que tornaram o sistema de contenção viável.
106
d) Espaço em canteiro
Ao se fazer um projeto executivo para uma obra, deparam -se com diversos
cenários, que são fatores determinantes para a escolha do método construtivo que
será utilizado. A escolha do método, quanto ao processo construtivo, terá um a série
de efeitos refletidos como produtividade de mão de obra e equipamentos e
transporte de materiais e equipamentos.
107
12 CONCLUSÃO
Durante o trabalho foi relatado todo o processo construtivo que abrange a
parede diafragma e o perfil metálico com prancheamento, onde foram abordadas as
suas técnicas de execução e os equipamentos utilizados. Em vista do que foi
apresentado a parede diafragma consegue atingir grandes profundidades no solo,
não necessitando realizar o rebaixamento do lençol freático e pode ser implantada
em quase todo tipo de terreno. O perfil metálico com prancheamento, do ponto de
vista econômico tem um menor custo, porém quando o nível do lençol freático é alto,
sua implantação só pode ser feita com o rebaixamento do mesmo.
Entretanto, é preciso lembrar que essas técnicas também apresentam
algumas desvantagens e limitações. Devido a isso uma análise comparativa foi feita
para ambas contenções onde mostram as suas vantagens, desvantagens e
limitações.
No estudo de caso referente ao empreendimento Maison Marie, para que a
contenção fosse escolhida vários fatores foram analisados de acordo com os
projetos de sondagem do terreno, o fator determinante para escolha da parede
diafragma foi a presença do nível do lençol freático acima da cota de escavação que
chegava próxima à dez metros, também havia a necessidade de ser uma obra com
poucas interferências por conta de estar locada próxima a edificações residências.
Então com a implantação da Parede Diafragma neste primeiro estudo de caso foi
possível visualizar na pratica todo o estudo feito anteriormente neste trabalho sobre
a mesma.
No empreendimento Séculum II, o método de contenção adotado foi o perfil
metálico com prancheamento, sendo uma alternativa de sistema prático e com baixo
custo de implantação. No projeto de sondagens percebeu-se tratar de um solo
argiloso com NSPT muito alto o que impossibilitou a cravação dos perfis com bate-
estaca tradicional, trazendo como solução viável a utilização da estaca hélice para
implantação dos mesmos.
Portanto, os estudos de caso citados, propiciaram uma vivência teórica em
uma experiência de obra real, permitindo uma percepção comparativa dos dois
métodos executivos, sendo importante ressaltar que a escolha da contenção
adequada depende muito das características do terreno, de custos, condições das
construções vizinhas, espaço disponível para sua implantação, do nível do lençol
freático e etc.
109
REFERÊNCIAS
AZEM, Fabio. REVISTA TÉCHNE. Como construir: Tirantes. São Paulo, p. 77, jun.
2007. Disponível em: < https://pt.scribd.com/document/51987443/techne-123>.
Acesso em: outubro, 2017.
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e Suas Aplicações. Rio de Janeiro:
LTC, 1983.
COZZA, Eric. Cortinas fechadas. São Paulo, maio. 1996. Disponível em:
<http://www.solonet.eng.br/Artigos/cortfech.htm>. Acesso em: outubro, 2017.
111
NARESI JR., Luiz Antônio. Parede Diafragma Moldada "In Loco" com auxílio de
Lama bentonítica – Especificações técnicas para execução de parede diafragma.
113
TAMAKI, Luciana. REVISTA TÉCHNE. Como construir: cortina pronta. São Paulo,
p. 78, jul. 2010. Disponivel em: < http://techne17.pini.com.br/engenharia-
civil/160/cortina-pronta-veja-os-sistemas-mais-usados-na-construcao-285487-
1.aspx>. Acesso em: novembro, 2017.
YASSUDA, Carmo T.; DIAS, Paulo Henrique. Tirantes. In: HACHICH, Waldemar.
Fundações Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: PINI, 1998.
115