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VIII SEMINÁRIO NACIONAL DE

HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
05 a 08 de abril de 2009
Belém – Pará – Brasil
ISBN – 978-85-7691-081-7

CC 32
A noção de Equação do 2º grau nos Livros Didáticos:
uma análise sobre a utilização da História da Matemática como recurso didático

Juliana Thais Beltrame


PUC/SP
ju.beltrame@hotmail.com
Juliana de Lima Gregorutti
PUC/SP
jujuba.lima@hotmail.com
Barbara Lutaif Bianchini
PUC/SP
barbara@pucsp.br

Resumo

A História da Matemática pode oferecer uma importante contribuição ao processo de ensino e aprendizagem da
matemática; esta afirmação pode ser encontrada nas orientações do PCN (1998) para o ensino e aprendizagem da
matemática. Verificamos também no Guia de Livros Didáticos (2008) que a História da Matemática vem sendo
cada vez mais utilizada nos livros didáticos, tanto como fonte de referências isoladas e curiosas, quanto para auxiliar
o aluno a compreender adequadamente o desenvolvimento dos conceitos matemáticos ao longo da evolução da
humanidade. Diante destas afirmações, este artigo relata um estudo cujo objetivo principal é investigar a utilização
da História da Matemática como um instrumento pedagógico para a compreensão dos métodos hoje utilizados para
a resolução das equações do 2º grau. Entendemos que a análise de livros didáticos de matemática é um tema
presente no contexto da Educação Matemática e da História da Matemática, pois de acordo com Paes (2006) é um
recurso consolidado, que passou por diversas mudanças na educação. Apresentamos neste artigo, a análise de dois
livros didáticos, integrantes do Programa do Livro Didático – PNLD 2008 e sugeridos no Guia do Livro Didático
(2008) acerca das equações do segundo grau, observando a abordagem metodológica utilizada, a apresentação dos
métodos de resolução e as evidências da utilização de trechos da História da Matemática, por parte dos autores
como um recurso metodológico. Este estudo possibilitou uma reflexão em relação ao Livro Didático e ao estudo da
noção de equação quadrática ou de 2º grau e a utilização da História. Ambos os livros analisados apresentam as
equações quadráticas, por meio da resolução de problemas. No que diz respeito à utilização da História da
Matemática como recurso didático, as referências e evidências, são apresentados trechos de textos e pequenas notas
no decorrer do capítulo. Desta forma, das apresentações realizadas dos métodos de resolução, apenas Bhaskara é
contemplada nos livros didáticos analisados.

Palavras Chave: História da Matemática, Equações Quadráticas, Livro Didático.

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A noção de Equação do 2º grau nos Livros Didáticos:


uma análise sobre a utilização da História da Matemática como recurso didático

Juliana Thais Beltrame


PUC/SP
ju.beltrame@hotmail.com
Juliana de Lima Gregorutti
PUC/SP
jujuba.lima@hotmail.com
Barbara Lutaif Bianchini
PUC/SP
barbara@pucsp.br

Introdução

Uma noção em matemática considerada essencial no currículo escolar e consequentemente,


presente nos materiais didáticos como os livros do 9º ano (antiga 8ª série) do Ensino Fundamental é a de
equação do 2º grau ou equação quadrática.
Os PCN (1998) apontam que o trabalho com as equações pode fazer com que os alunos percebam
que essas facilitam a resolução de problemas do ponto de vista aritmético, uma vez que resolver uma
equação possibilita ao aluno pensar logicamente, permite o desenvolvimento do seu pensamento
algébrico, além de ser instrumento para a resolução de problemas. Dante (2005) sinaliza que o estudo das
equações tem como objetivo desenvolver as capacidades de abstração e generalização do aluno, bem como
muni-lo com uma importante ferramenta para resolver problemas. Para Paes (2006), a resolução de
problemas é uma estratégia de ensino através da qual é possível explorar as potencialidades matemáticas
e, desde a antiguidade é considerada objeto de estudo.
Encontramos hoje nas escolas, a constante presença dos livros didáticos como instrumento para o
processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos matemáticos. Podemos considerar também que este
material tem poder nas decisões que orientam as ações docentes, pois é de fácil acesso tanto para
professores quanto para alunos. Além disso, sua importância é indiscutível, mas vale ressaltar que, ele
deveria ser considerado apenas um recurso auxiliar e não a diretriz principal de orientação do trabalho

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docente, uma vez que o professor precisaria lançar mão de outras fontes e materiais para proporcionar ao
aluno, a construção do conhecimento. Dentre os recursos, os PCN (1998) destacam que:

Recursos didáticos como livros, vídeos, televisão, rádio, calculadoras, computadores,


jogos e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem.
Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da
reflexão; (BRASIL, 1998, p, 56).

Sendo assim, este artigo tem o objetivo investigar via análise de livros didáticos em relação ao
tema equações de segundo grau: quais os métodos de resolução apresentados, se tratam da parte histórica
deste assunto ao longo das civilizações, ou seja, se os autores utilizam da História da Matemática como
contribuição para o processo de ensino e aprendizagem.

A História da Matemática pode oferecer uma importante contribuição ao processo de


ensino e aprendizagem dessa área do conhecimento. Ao revelar a Matemática como uma
criação humana, ao mostrar necessidades e preocupações de diferentes culturas, em
diferentes momentos históricos, ao estabelecer comparações entre os conceitos e
processos matemáticos do passado e do presente, o professor cria condições para que o
aluno desenvolva atitudes e valores mais favoráveis diante desse conhecimento. (BRASIL,
1998, p. 42)

Portanto, entendemos que a análise de livros didáticos de matemática é um tema presente no


contexto da Educação Matemática e da História da Matemática, pois de acordo com Paes (2006) é um
recurso consolidado, que passou por diversas mudanças na educação.
A seguir faremos um breve relato a respeito das primeiras tentativas de resolução das equações
quadráticas, citando alguns destes métodos utilizados na resolução. Em seguida apresentamos a análise de
dois livros didáticos acerca das equações do segundo grau, observando sua abordagem metodológica, seus
métodos de resolução e evidências da utilização de trechos da História da Matemática, por parte dos
autores como um recurso metodológico.

Um Breve Relato da História das Equações Quadráticas ou do 2º Grau


Ao consultarmos o significado do termo “equação” em dicionários da Língua Portuguesa,
encontramos definições como: reduzir uma equação emaranhada a pontos simples, à semelhança dos
matemáticos, para mais facilmente lhe achar soluções1, ou seja, a idéia de equação está atrelada a criar
matematicamente uma estratégia, visando tornar um problema desconhecido estruturado de uma maneira
em que provavelmente será resolvido.

1
Disponível em: www.ditcom.com.br/dicionario.htm - Acesso em 22/10/2008
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A resolução de equações quadráticas, também conhecidas como equações do 2° grau, é
relativamente fácil nos dias de hoje, mas relatos históricos apontam que várias civilizações, num período
de quatro mil anos, tentaram resolver as equações quadráticas, preocupando-se em achar suas soluções.

Uma dessas tentativas aparece no Papiro de Moscou (1850 a. C), um dos mais antigos documentos
egípcios, no qual se encontram problemas envolvendo área de figuras planas que recaem em equações
quadráticas do tipo ax2=bx. Os babilônios (614 a.C. a 539 a.C.) desenvolveram um método de resolução
da equação do 2º grau sem o uso de fórmula. Tabletes babilônios mostram métodos algébricos
semelhantes aos atuais escritos de uma forma dissertativa.

A descoberta do incomensurável na Grécia Antiga levou os gregos a recorrerem às representação


geométrica, assim os gregos resolviam equações do 2º grau usando métodos geométricos, usando áreas de
figuras planas e segmentos como representação de quantidades. Essa maneira foi muito utilizada por
Tales, Pitágoras, Euclides e Diofanto, com uma grande quantidade de exemplos de problemas
matemáticos com equação do 2º grau.

Os indianos e árabes desenvolveram métodos algébricos para resolverem equações do 2º grau. Os


indícios desses registros foram encontrados nos vários Sulvasutras Indianos2. Bramagupta3 (598? - 670?)
desenvolveu estudos para a solução geral da equação do tipo ax2 + bx = c, e Báskara (1114 – 1185)
completou a obra de Bramagupta, chegando na fórmula algébrica geral para a equação do 2º grau ax2 + bx
+ c = 0.

Anos mais tarde, Thomas Carlyle (1795 – 1881) um escritor e historiador escocês, que dedicava
algumas horas ao estudo da matemática, apresentou um método geométrico para equações do tipo ax2 + bx
+ c = 0. Também foi apresentado outro método geométrico para resolver equações do 2º grau, proposto
por Descartes (1596, 1650), que foi um filósofo, físico e matemático francês.

2
Sulvasutra é um documento religioso hindu que remonta a 500 a.C. e reproduz preceitos muito antigos – Ana Chiummo –
dissertação de mestrado 1998 PUC/SP, p. 14).
3
Site www.malhatlantica.pt/mathis/india/Brahmagupta.htm - Acesso em 22/10/2008
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Alguns Métodos de Resolução de Equação Quadrática ou do 2º Grau

Apresentaremos alguns dos métodos, utilizados para a resolução de equação do 2º grau, na


antiguidade e presente até hoje, como o de Bhaskara, na educação básica; sendo estes separados em
métodos algébricos e geométricos, respectivamente. Para os algébricos apresentamos:

 Método de “Bhaskara” - Equações do 2º grau apresentam-se na forma ax2 + bx + c =


0
− b ± b 2 − 4ac
x =±
2a

 Método Babilônico4 – equações do 2º grau na forma a x2 - bx = c


Tome a metade de b que é b/2, multiplique b/2 por b/2, b2/4; some isto a c, do resultado isto é o
quadrado de (extraia a raiz quadrada do resultado), e some a b/2, o resultado obtido é o lado do quadrado.
Obtemos somente a raiz positiva. X = {√[(b/2 x b/2 ) + c]} + b/2

Para os métodos geométricos apresentamos:

 Método de Descartes5: ax2 = bx +c2


Traça-se um segmento AB, de comprimento c, e, em A, levanta-se um segmento AC igual a b/2 e
perpendicular a AB. Com centro em C, construímos um círculo de raio b/2 e traçamos a reta por A e C que
corta o círculo em Q e P. Então a raiz procurada é o segmento QB e PB.

Figura 1 - Método de Descartes

4
Eves (2004) p. 61 a 63.
5
Boyer (1996) p. 231 a 234.
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 Método Carlyle6 – equações do 2º grau na forma ax2 - bx +c =0

Sobre um sistema cartesiano retangular de


referência, marque os pontos A=(0,1) e B=(b,c).
Trace a círculo de diâmetro AB. As abscissas dos
pontos em que esse círculo cortar o eixo, se cortar,
são as raízes da equação quadrática dada M=(x1,0) e
N= (x2,0).
Figura 2 - Método de Carlyle

 Método Grego7: x2 - bx +c =0

Trace o segmento AB = b, por M ponto


médio de AB, levante o segmento perpendicular
M’B’ = raiz quadrada de c, com centro em M’ e
raio M’B’, trace um arco de circunferência que
corta AB no ponto P, A raiz desejada será dada
pelo comprimento AP.

Figura 3 - Método Grego


Vale ressaltar que existem outros métodos de resolução para as equações quadráticas. Os métodos
apresentados foram escolhidos apenas para ilustrar as diversas maneiras de se obter as raízes de uma
equação.

Análise dos Livros Didáticos

Segundo o Guia de Livros Didáticos (2008) a História da Matemática vem sendo cada vez mais
utilizada nos livros didáticos, tanto como fonte de referências isoladas e curiosas, quanto para auxiliar o
aluno a compreender, adequadamente, o desenvolvimento dos conceitos matemáticos ao longo da
evolução da humanidade. No entanto, são poucos os usos de aspectos históricos para facilitar o

6
http://www-groups.dcs.st-and.ac.uk/~history/Biographies/Carlyle.html
7
Eves (2004) p. 110 a 113.
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entendimento de conceitos matemáticos, assim como há de se observar à falta de cuidado com a
informação histórica.

Analisaremos dois livros didáticos, integrantes do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD e
sugeridos no Guia de Livros Didáticos (2008). Os livros escolhidos foram os mais distribuídos pelo PNLD
2008 no Estado de São Paulo, o Novo Praticando Matemática dos autores Álvaro Andrini e Maria José
Vasconcelos e Tudo é Matemática de Luiz Roberto Dante. Na análise realizada no Guia de Livros
Didáticos (2008), percebemos que ambos fazem referência à utilização da História da Matemática como
recurso didático. Sendo assim, o objetivo deste artigo é investigar via análise de livros didáticos em
relação ao tema equação de 2º grau: quais os métodos de resolução apresentados, se tratam da parte
histórica deste assunto ao longo das civilizações, ou seja, se os autores utilizam da História da Matemática
como contribuição para o processo de ensino e aprendizagem.
De modo a tornar a análise dos livros mais organizada, facilitando as observações, organizamos
um roteiro de análise. Utilizaremos L1 para o livro Novo Praticando Matemática e L2 para o livro Tudo é
Matemática. Assim, analisaremos respectivamente os itens: a) Análise do Guia de Livro Didático, quanto
à utilização da História da Matemática, para cada livro; b) Enfoque dado à História da Matemática
segundo o Manual do Professor, parte integrante do Livro; c) Enfoque dado à História da Matemática nas
considerações realizadas no Manual do Professor em relação ao Capítulo destinado à referida noção –
equação do segundo grau; d) Formas de utilização da Historia da Matemática pelos respectivos Livros.
De acordo com as considerações realizadas pelo Guia de Livros Didáticos, no L1, assim como no
livro L2 temos referência aos textos históricos ao longo da obra, sendo apresentados na contextualização
dos conteúdos, com a função de situar, de forma apropriada, os temas abordados na evolução do
conhecimento matemático.
Em relação ao enfoque dado à utilização da História da Matemática segundo o Manual do
Professor, parte integrante dos Livros Didáticos. Encontramos no L1 que a História da Matemática pode
ser utilizada ao longo do livro em textos de caráter histórico, com pequenas notas históricas ou no
enunciado de alguns exercícios, com o objetivo de mostrar a Matemática como construção humana, no
qual o seu desenvolvimento está relacionado às necessidades práticas. Enfatiza ainda, que a História da
Matemática aparece na coleção, como recurso didático para fundamentar e demonstrar a importância do
estudo da Geometria. No L2 nos deparamos com a afirmação que, para a elaboração desta coleção, foram
contemplados os estudos na área da Educação Matemática sinalizando para a utilização da História da

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Matemática como recurso didático, com objetivo de comparar a Matemática de diferentes períodos da
História ou de diferentes culturas. O seu uso é contemplado nas seções: Curiosidade Matemática - com o
objetivo de despertar o interesse e motivar o aluno e Para Ler, Pensar e Divertir-se – seção (Ler)
composta por uma leitura que em geral, focaliza tópicos da História da Matemática, revelando esta ciência
como uma criação humana, mostrando dificuldades e conquistas das diferentes culturas em diferentes
momentos históricos, comparando o que é feito hoje com o que era realizado nos passado.
Nas observações do enfoque dado a História da Matemática nas considerações do Manual do
Professor em relação ao Capítulo destinado ao conceito equação do 2º grau, temos no L1 que o manual do
professor, apresenta comentários em relação ao desenvolvimento do conceito e da resolução de equação
do 2º grau. Assim, os autores sugerem ao professor apresentar o método utilizado por al-Khowarizmi, e
mais, sugerem como leitura complementar um texto sobre a fórmula de Báskara; como forma de interação
com as outras áreas do conhecimento, sugere que o uso da História pode ser explorado por meio do texto
A Álgebra e o Furto da Fórmula (panorama europeu nos séculos XV e XVI) e também, apresentar as
influências árabes e hindus no mundo ocidental. Encontramos no L2 uma estrutura parecida com o L1, na
qual apresenta os comentários de como foi estruturado o capítulo e sugestões ao professor de leituras
históricas8 para aprofundar seus conhecimentos e desta forma, enriquecer a aula e auxiliar no processo de
ensino e aprendizagem da equação do 2º grau.
Em relação à análise da forma de utilização da História da Matemática pelos livros, iremos abordar
como apresentam o uso e os elementos da utilização da História no decorrer do capítulo. O L1 inicia a
Unidade 29, retomando a noção de equação e definindo a de 2º grau. Após esta revisão e descrição,
encontramos a primeira referência à utilização da Historia, em relação aos métodos de resolução da
equação de 2º grau. Esta referencia é feita antes do livro iniciar a apresentação dos métodos utilizados hoje
para a sua resolução.

8
Leitura do Capítulo 6, páginas 113 a 124 do livro A Matemática do Ensino Médio, de Elon Lages Lina e outros (Rio de
janeiro, SBEM, 1997, coleção do professor de matemática); Artigos da Revista do Professor de matemática (RPM): Equação do
2º grau: completando quadrados, de Antonio L. P. Castor, RPM n 6 p.36; Resolução geométrica da equação do 2º grau de
Nelson Tunala, RPM n 12 p. 36; Método de Viète para resolução da equação do 2º grau, de João T. Amaral, RPM n 13 p.18; A
Equação do 2º grau, Elon Lages Lima, RPM n13 p. 21; Equações e Inequações com radicais, de Geraldo Ávila, RPM n 38 p.
10.
9
Unidade 2 – Capítulo do Livro destinado ao estudo das Equações do 2º grau.
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Figura 1 – Referências aos Métodos de Resolução de Equação (L1, p. 42)

Na seqüência, inicia apresentando métodos para a resolução de equação do 2º grau incompleta,


utilizando situações-problema envolvendo o conceito de área e logo após, apresenta a forma geral da
equação do 2º grau. Como primeiro método de resolução, o L1 apresenta a técnica de completar quadrados
e com isso, temos um segundo trecho histórico abaixo.

Figura 2 – Referência histórica sobre a técnica de completar quadrados (L1, p. 53)

Na seqüência, apresenta a fórmula geral de resolução – Fórmula de Bhaskara. Mais uma vez,
temos uma referência histórica ao matemático Bhaskara.

Figura 3 - Referência histórica sobre a fórmula de Bhaskara (L1, p. 56)

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Prosseguindo, apresenta situações-problema, resolvidos por este método e logo após, apresenta o
último método considerado para a resolução da equação do 2º grau, a soma e produto das raízes de uma
equação do 2º grau. Após propor exercícios aplicativos, o L1 apresenta o texto A Álgebra e o Furto da
Fórmula, na qual proporciona um panorama europeu nos séculos XV e XVI, sugerido como forma de
interação com as outras áreas do conhecimento a ser explorado. Continua a Unidade, apresentando as
equações irracionais e biquadradas.
No L2, constatamos uma utilização ainda menor (em quantidade) das notas históricas, no decorrer
do capítulo destinado ao estudo da equação do 2º grau. Assim como o L1, temos uma utilização de
referência da História da Matemática na seção Você sabia que..., na qual chama a atenção para o método
de completar quadrado, como uma curiosidade.

Figura 4 - Referência histórica sobre a técnica de completar quadrados (L2, p. 56)

Também, na seção Para ler, pensar e divertir-se, temos referências históricas sobre as notações
utilizadas na antiguidade, um breve relato sobre o matemático que iniciou a notação utilizada hoje.

Figura 5 - Referência histórica sobre notações e matemático da antiguidade (L2, p. 78)

O L2 possui uma organização de Capítulo muito parecida com o L1 retomando a noção de equação
e definindo a equação do 2º grau, apresentando métodos para a resolução de equações do 2º grau

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incompleta, utilizando situações-problema envolvendo o conceito de área, apresentando a resolução de
equações do 2º grau completa pelos métodos de completar quadrados, pela fórmula de Bhaskara e pela
relação entre coeficientes e raízes da equação (soma e produto), apresentam as equações biquadradas,
irracionais e os sistemas de equações do 2º grau. Um diferencial entre os livros diz respeito ao número de
exercícios propostos e a utilização de situações-problema para aplicações do conceito de equação do 2º
grau. O L2 apresenta uma quantidade maior de exercícios e situações-problema.

Considerações Finais
Este artigo possibilitou uma reflexão em relação ao Livro Didático e ao estudo da noção de
equação quadrática ou de 2º grau e a utilização da História. Não há como negar que os livros didáticos
seguem as orientações sugeridas pelo PCN (1998) e pelo Guia de Livros Didáticos (2008).
Ambos os livros analisados apresentam as equações quadráticas, por meio da resolução de
problemas. Resumidamente apresentamos na tabela a seguir, um quadro comparativo dos livros analisados
em relação aos itens descritos acima.
Itens Analisados Novo Praticando Matemática Tudo é Matemática
Guia de Livros A referência apresentada na A referência apresentada na
Didáticos contextualização dos conteúdos. contextualização dos conteúdos
Manual do Utiliza como recurso didático para Utiliza como recurso didático, com
Professor fundamentar e demonstrar a objetivo de comparar a Matemática de
importância do estudo da Geometria e diferentes períodos da História ou de
com o objetivo de mostrar a diferentes culturas, revelando esta
Matemática como construção humana, ciência como uma criação humana,
no qual o seu desenvolvimento está mostrando dificuldades e conquistas
relacionado às necessidades práticas. das diferentes culturas em diferentes
momentos históricos, comparando o
que é feito hoje com o que era
realizado nos passado.
Considerações do Apresenta comentários sobre o Apresenta os comentários de como foi
Manual em capítulo sugerindo ao professor estruturado o capítulo e sugestões ao
relação ao apresentar o método utilizado por al- professor de leituras históricas para
Capítulo Khowarizmia; leitura complementar de aprofundar seus conhecimentos e
destinado ao texto sobre a fórmula de Báskara; auxiliar o processo de ensino e
Conteúdo mostrar as influências árabe e hindu no aprendizagem.
mundo ocidental.
Formas de Apresenta trechos de textos e pequenas Apresenta a História da Matemática
Utilização notas da História da Matemática no como curiosidade e um pequeno texto
decorrer do capítulo. na seção Para ler, pensar e Divertir-se.
Figura 6 – Quadro Resumo das Análises dos Livros Didáticos

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No que diz respeito à utilização da História da Matemática como recurso didático, as referências e
evidências, são apresentados trechos de textos e pequenas notas no decorrer do capítulo. Apesar de
proporcionarem estas pequenas referências sobre os métodos das civilizações antigas, não oferecem e nem
mesmo sugerem a pesquisa dos métodos já utilizados para a resolução das equações do 2º grau. Desta
forma, das apresentações realizadas dos métodos de resolução, apenas Bhaskara é contemplada nos livros
didáticos analisados.
Portanto, percebemos que apesar dos livros mencionarem a História da Matemática como
instrumento auxiliador para o aluno as referências utilizadas não contemplam este objetivo de
proporcionar ao aluno compreender, adequadamente o desenvolvimento dos conceitos matemáticos ao
longo da evolução da humanidade, pois as leituras sugeridas e os textos apresentados representam apenas
recortes informativos.
Enquanto pesquisadoras e professoras de Matemática acreditamos que para que haja a validação do
conhecimento matemática o aluno necessita conhecer diversas abordagens, estratégias e tipos de
representação, assim mediante uma situação- problema possa refletir e escolher, na sua concepção qual
forma mais adequada para sua resolução, desta forma irá estruturar seus conhecimentos prévios, atrelando-
os a novos conceitos. Sob esta ótica, na nossa concepção, sendo o livro didático uma fonte de pesquisa
para inúmeros professores, este deveria fortalecer esta idéia da apresentação de diversas estratégias para
aprendizagem de um mesmo conceito, valendo-se de recursos históricos para demonstrar como as
diferentes culturas encaravam um mesmo conceito.

Referências
ANDRINI, A; VASCONCELLOS, M.J. Novo Praticando Matemática. São Paulo: Editora do Brasil,
2002.
BOYER, C.B. História da Matemática. Tradução de Elza F. Gomide. São Paulo, Ed. Edgard Blücher,
1974.
BRASIL. Ministério da Educação. Guia de Livros Didáticos PNLD2008. Brasília: MEC, 2007.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – Matemática.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
DANTE, L. R. Tudo é Matemática. São Paulo: Ática, 2005.
EVES, H. Introdução à Historia da Matemática. Tradução Hygino H. Domingues. Campinas: Editora
Unicamp, 2004.
PAES, L.C. Ensinar e aprender Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

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