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Sequência Didática 1 – A literatura e a construção do mundo atual

Adeus
Sim, a nova hora é, pelo menos, assaz severa.
Pois já posso afirmar que alcancei vitória: o ranger de
dentes, o silvo do fogo, os suspiros pestilentos moderam-se.
Apagam-se todas as lembranças sórdidas. Evolam-se as
derradeiras queixas, - ciúme dos mendigos, dos salteadores,
dos amigos da morte, dos excluídos de todas as espécies. -
Condenados, se eu me vingasse!
Cumpre ser absolutamente moderno.
Nada de cânticos: manter a posição conquistada. Noite de
pedra! O sangue seco suja-me o rosto, e não posso contar
com coisa alguma atrás de mim, a não ser este horrível
arbusto!... O combate espiritual é tão brutal quanto a batalha
Arthur Rimbaud (1854- dos homens; mas a visão da justiça é unicamente o prazer
1891) – poeta francês de Deus.
(Fotografia de Étiene Carjat, 1872 –
Domínio Público)
Entretanto, é chegada a véspera. Recebamos todos os
influxos do vigor e da ternura verdadeira. E, à aurora,
revestidos de ardente paciência, entraremos as esplêndidas
cidades.
Que dizia eu de mão amiga! Já é imensa vantagem poder
sorrir dos velhos amores mentirosos e envergonhar essas
duplas de embusteiros - vi lá longe o inferno das mulheres;
- e ser-me-á dado possuir a verdade numa alma e num só
corpo.
Abril - Agosto, 1873
Arthur Rimbaud

O que Rimbaud propõe neste fragmento de sua obra “Une Saison em enfer” ao dizer
que é preciso ser “absolutamente moderno”?

Nas palavras do autor, percebemos um certo tom de ruptura com o passado, com a
tradição. Sendo assim, em sua opinião, como essa busca pelo novo, com a negação do
que é considerado antigo, influenciou (e continua influenciando!) a construção do
mundo atual?

Nesse caminho, o que podem significar as expressões “noite de pedra”, “horrível


arbusto”, “manter a posição conquistada”.

Com base no que estudamos até o momento, nas leituras realizadas até aqui, em se
tratando da literatura escrita em Língua Portuguesa, em que medida percebemos essas
transformações? E se considerarmos os textos literários produzidos nos demais países
lusófonos?
Ativiade 1 – Litearatura e Lusofonia: o diálogo entre produções
literárias africanas e brasileiras

Quando nos referimos a literatura de língua portuguesa, a primeira ideia que nos vem é o
que foi escrito em Portugal, literatura portuguesa, ou no Brasil, literatura brasileira. Mas,
e os outros países que tem o português como língua oficial? É sobre essas literaturas que
trataremos a seguir.

Texto A
Canção ao Mar (Mar Eterno)

Oh mar eterno sem fundo sem fim Os seus abraços furiosos, levaram
Oh mar das túrbidas vagas oh! Mar Os seus sorrisos invejosos roubaram
De ti e das bocas do mundo a mim
Só me vem dores e pragas, oh mar Não mais voltou ao lar, ao lar
Não mais o vi, oh mar
Que mal te fiz oh mar, oh mar Mar fria sepultura
Que ao ver-me pões-te a arfar, a arfar Desta minha alma escura
Quebrando as ondas tuas
De encontro às rochas nuas Roubaste-me a luz querida do amor
E me deixaste sem vida no horror
Suspende a zanga um momento e escuta Oh alma da tempestade amansa
A voz do meu sofrimento na luta Não me leves a saudade e a esperança
Que o amor ascende em meu peito
desfeito Que esta saudade é quem, é quem
De tanto amar e penar, oh mar Me ampara tão fiel, fiel
É como a doce mãe
Que até parece oh mar, oh mar Suavíssima e cruel
Um coração a arfar, a arfar
Em ondas pelas fráguas Nas mágoas desta aflição que agita
Quebrando as suas mágoas Meu infeliz coração, bendita!
Bendita seja a esperança que ainda
Dá-me notícias do meu amor Lá me promete a bonança tão linda
Que um dia os ventos do céu, oh dor

Eugênio Tavares

Explorando o texto
 Qual a estrutura do poema?
 Caracterize, a partir do que apresentado pelo poema, o eu lírico e seu possível
interlocutor. Qual(is) a(s) intenção(ões) desse eu lírico?
 Sabendo que não devemos confundir a figura do eu lírico com a do autor, nem
do interlocutor desse eu lírico com o “leitor real” do texto, apresente as
possíveis intenções de Eugênio Tavares para com os seus leitores.
 Nas expressões “oh mar”, “oh dor”, “oh alma”, qual o efeito de sentido
pretendido pelo autor?
 Na 4ª estrofe, explique a utilização da palavra “fraguas”. A princípio, a escolha
dessa palavra “faz sentido”? O que o autor pretende ao utilizá-la?
 Por que o mar está zangado? Por que o eu lírico pede a ele: “suspende a zanga
um momento e escuta a voz do meu sofrimento”?
 Quais outras inferências nos são permitidas fazer?
 Sugestão: assista no youtube o poema musicado, cantado por diferentes
interpretes.

Texto B
Surge et ambula

Dormes! e o mundo marcha, ó pátria do mistério.


Dormes! e o mundo rola, o mundo vai seguindo…
O progresso caminha ao alto de um hemisfério
E tu dormes no outro sono o sono do teu infindo…

A selva faz de ti sinistro eremitério,


onde sozinha, à noite, a fera anda rugindo…
Lança-te o Tempo ao rosto estranho vitupério
E tu, ao Tempo alheia, ó África, dormindo…

Desperta. Já no alto adejam corvos


Ansiosos de cair e de beber aos sorvos
Teu sangue ainda quente, em carne sonâmbula…

Desperta. O teu dormir já foi mais que terreno…


Ouve a Voz do teu Progresso, este outro Nazareno
Que a mão te estende e diz-te: — África, surge et ambula!
Rui de Noronha

Explorando o texto
 Como podemos traduzir o título em latim: “Surge et ambula!”?
 A quem o eu lírico se dirige?
 As palavras “dormes”, que iniciam o primeiro e segundo versos, e as palavras
“desperta”, que iniciam o nono e décimo segundo versos, estão conjugados no
mesmo modo, tempo e pessoa? Explique.
 O que representa a imagem dos “corvos” no poema?
 O que temos em comum entre os poemas “Canção ao mar” e “Surge e
ambula”?
O poema a seguir faz parte da obra “Os escravos”, de Castro Alves.

Texto C
A canção do africano Dão vontade de pensar...

Lá na úmida senzala, Lá todos vivem felizes,


Sentado na estreita sala, Todos dançam no terreiro;
Junto ao braseiro, no chão, A gente lá não se vende
Entoa o escravo o seu canto, Como aqui, só por dinheiro.
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão... O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
De um lado, uma negra escrava O fogo estava a apagar;
Os olhos no filho crava, E a escrava acabou seu canto,
Que tem no colo a embalar... Pra não acordar com o pranto
E à meia voz lá responde O seu filhinho a sonhar!
Ao canto, e o filhinho esconde, .........................................
Talvez pra não o escutar!
O escravo então foi deitar-se,
Minha terra é lá bem longe, Pois tinha de levantar-se
Das bandas de onde o sol vem; Bem antes do sol nascer,
Esta terra é mais bonita, E se tardasse, coitado,
Mas à outra eu quero bem! Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.
O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia; E a cativa desgraçada
Ninguém sabe como é belo Deita seu filho, calada,
Ver de tarde a papa-ceia! E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Aquelas terras tão grandes, Não viesse, em meio do sono,
Tão compridas como o mar, De seus braços arrancá-lo!
Com suas poucas palmeiras

Explorando o texto
 Qual o tema central do poema?
 Caracterize o eu lírico do poema. Quem é seu interlocutor?
 Quais as prováveis intenções do autor?
 Tendo como foco os leitores do poema, comente sobre algumas possíveis
formas de recepção, considerando a relação estabelecida entre Autor-Obra-
Leitor.
 Entendendo que um texto é estruturado pela relação hierárquica de tópicos e
subtópicos, leia novamente o poema e identifique a ideia central presente em
cada uma das estrofes.
 Ao analisarmos os textos, conseguimos estabelecer alguma semelhança entre
eles? Seguindo a orientação de seu professor, aponte as possíveis relações
entre os textos de Maia Ferreira, Rui de Noronha e Castro Alves.
Leitura e Análise

Texto D
A SAUDADE
(Maia Ferreira)
Inda choro essa noite medonha
Longa noite de má despedida!
Teu amor me deixaste nos braços
Nos teus braços levaste-me a vida!
A. Gonçalves Dias.

Não sei que mão de ferro agudo alçada


Com força extrema me comprime o peito,
Não sei que dor vigente me lacera
As fibras d’alma.

Escuto os homens que julgava amigos —


Envoltos no prazer do mundo ingrato —
Mostro-lhes minha dor — a causa inquiro —
Voltam-me o rosto!

Escuto as aves no albor do dia


Em verdes campos cantando amores
Contemplam d’amargura o meu sorriso
E ávidas fogem!

Então procuro as grimpas das montanhas


Onde outr’ora meus ecos ressoavam
Vibrados pela lira em que tangia
Cânticos suaves!

E meus ecos não são repercutidos


Agora que a saudade os vibra n’alma
— Saudade?! — Ai! tu és meu sofrimento
N’alma o sinto!…

Texto E
Morna de despedida
Eugênio Tavares

Hora da partida, Na despedida,


Hora de dor, Deus no regresso
É meu desejo Dar-nos-á vida.
Que não amanheça! (não chegue a hora)
De cada vez Deixa-me chorar
Que a lembro, Destino de homem:
Prefiro Oh dor
Ficar e morrer! Que nem nome tem:
Dor de amor
Hora de partida, Dor de saudade
Hora de dor! De alguém
Amor, Que eu quero, que me quer...
Deixa-me chorar!
Corpo cativo, Deixa-me chorar
Vai tu que és escravo! O destino do homem,
Ó alma viva, Oh Dor
Quem te há de levar? Que não tem nome!
Sofrer junto de ti
Se a chegada é doce, Sem ter uma certeza,
A partida é amarga; Morrer na ausência,
Mas se não se partir (mas quem não Com a tua tristeza!
parte)
Não se regressa! (não regressa)
Se morrermos

Atividade 2 – Aprofundando nossos conhecimentos sobre a Literatura


Lusófona

Pesquisa
Os textos “Canção ao Mar”, de Eugênio Tavares e “Surge et Ambula”, de Rui de
Noronha, são poemas escritos em português, respectivamente, em Cabo Verde e em
Moçambique. Seguindo a orientação do seu professor, realize uma pesquisa sobre a
Literatura de língua portuguesa produzida na África.

Lembre-se, são países lusófonos, em que a língua oficial é o português, além de Portugal
e Brasil:
 Continente Africano: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São
Tomé e Príncipe
 Continente Asiático: Macau
 Oceania: Timor Leste

Produção Textual Escrita


A partir da pesquisa realizada, em pequenos grupos, escreva um texto expositivo-
argumentativo que apresente algumas considerações sobre as Literaturas Africanas de
Língua Portuguesa. O professor indicará aos grupos o país sobre o qual escreverão.
Dessa forma, as produções abarcarão:
 Literatura Angolana
 Literatura Caboverdiana
 Literatura Moçanbicana
 Literatura Guineense
 Literatura São-tomense

O texto do grupo deverá contemplar:


 O contexto socio-histórico;
 Os períodos e suas características (autores, principais obras etc);
 As influências
 A escolha e análise de um fragmento (em poema ou em prosa);
 Conclusão
 Referências Bibliográficas
*Ficará a critério do professor definir a quantidade de páginas, se serão entregues
(digitados ou não) além de outros aspectos formais.

Atenção: o texto escrito, resultado de uma pesquisa, não é uma cópia de diferentes
fontes (sites, livros etc.), mas sim um texto de autoria que demonstre todo o trabalho
de pesquisa realizado.

Atividade 3 – A criação literária e o Brasil pós-guerra

É indiscutível a relação entre a obra de arte e seu contexto social e histórico. Num
contexto de rupturas e transformações de ordem econômica, política, social e cultural,
percebe-se a necessidade de manifestar mais intensamente tanto acontecimentos como
mudanças de perspectivas referentes a própria representação que se tinha do Mundo e,
principalmente do Brasil.

Para revisitarmos as diferentes formas que essa época foi representada, vamos organizar
uma pequena Antologia Literária.

Antologia Literária consiste na organização de textos literários seguindo alguns critérios


como época, autor, temática etc. Basicamente, uma Antologia pode apresentar as
seguintes partes:
 Índice;
 Apresentação, contendo a descrição dos critérios de seleção dos textos;
 Organização dos textos, comentados e analisados
 Conclusão
 Referências Bibliográficas

Nesse momento, o nosso critério será o período: textos literários produzidos no Brasil
entre 1945 e 1960. Para criar a Antologia, sigam os passos descritos abaixo:

 Organizem-se em pequenos grupos, de 3 a 4 pessoas;


 Pesquisem a produção literária realizada no Brasil entre 1945 e 1960;
 Façam o levantamento, identificando:

Autor Título da obra Gênero Data

 Referente aos gêneros, podemos dividi-los em: Poema, Conto,


Romance/Novela, Teatro;
 Feita essa etapa, cada grupo deve providenciar os textos pesquisados e
organizá-los de forma impressa. Quando se tratar de romance/novela e peça
teatral, deve ser realizado um recorte da obra (um capítulo ou um trecho
significativo do texto);
 Não esquecer de indicar as fontes consultadas (impressas e digitais);
 O professor poderá, juntamente com cada grupo, definir tanto a quantidade de
autores, quanto a quantidade de poemas, de contos, de trechos de
romance/novela e peças teatrais que o trabalho deverá conter;
 No dia da socialização da pesquisa, cada grupo apresentará aos demais os
autores encontrados, as obras selecionadas, o gênero e a data em que foram
escritas;
 Sugestão: os trabalhos dos grupos poderão ser compilados e socializados
utilizando-se de recursos digitais (redes sociais, blog, livro digital etc.)
 Nesse momento, não acrescentaremos as análises: essas serão realizadas em
sala, com a condução do professor;
 Em uma roda de conversa, os grupos, juntamente com o professor selecionaram
os textos que serão analisados nas próximas aulas. Sugerimos que seja
analisado: 3 poemas, 2 contos, 1 fragmento de romance/novela e 1 fragmento
de peça teatral.

Atividade 4 – Análise dos textos selecionados para compor a Antologia


Literária da turma

Com base no que foi trabalhado na atividade 3, faremos a análise dos textos selecionados.
Para análise, considere os elementos constituintes do texto em prosa, do texto teatral e do
texto poético.

Texto em prosa
 Elementos da Narrativa
o Enredo, Personagens, Espaço/Ambientação, Tempo (Cronológico e
Psicológico) e Foco Narrativo
 Estrutura da Narrativa
 Figuras de Linguagem
 Recursos Narrativos: diálogos, escolhas lexicais, momentos de descrição,
pontuação etc.
 Relações com o contexto a que se referem (relação literatura-vida social)

Texto teatral
Além dos apresentados acima, considerar:
 Situação dramática
 Componentes de uma peça: a ação, o cenário e o diálogo

Texto poético
 Aspectos formais
 Recursos fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos
 Metáforas
 Posicionamento do eu lírico e a relação com seus interlocutores
 Tratamento da temática
 Fatores de textualidade: coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade,
situacionalidade, informatividade e intertextualidade
Cada texto analítico deverá indicar:
 Título do Texto
 Obra do qual foi retirada e data de publicação
 Autor
 Análise

Texto:
Obra: Data de publicação:
Autor:
Análise:

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