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PFLEX - 1O BIMESTRE DE 2019 - SILKE KAPP + MARINA CARRARA

CIRURGIA DE CASAS

TEMA

Os estudantes desenvolverão, individualmente ou em duplas, projetos de reformas de moradias ou outros


espaços de pequena escala (como lojas, escritórios etc.), cuja demanda eles próprios devem trazer para a
disciplina. Tomar-se-á por diretriz a prática profissional do arquiteto argentino Rodolfo Livingston, bem como
as pesquisas acerca dessa prática desenvolvidas no Grupo MOM. Trata-se de um método especialmente
adequado para o atendimento de famílias de renda média a média-baixa, que não costumam contratar
serviços profissionais de arquitetura.

OBJETIVOS CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

• ampliar o conhecimento acerca da produção • Relações entre clientes e arquitetos;


(formal e informal) do espaço cotidiano; • Processos construtivos e defeitos construtivos
• aprender a se comunicar com clientes diversos; comuns nas moradias;
• compreender e analisar situações espaciais e • Instrumentos de representação e comunicação
construtivas instaladas; de ideias espaciais para o público leigo;
• lançar hipóteses variadas de melhorias • Espaços públicos, coletivos e privados;
espaciais e construtivas; • Flexibilidade e mutabilidade;
• medir o tempo de trabalho. • Legislação urbana.

MÉTODOS DE ENSINO

O trabalho se dará nos seguintes passos: (0) pré-entrevista; (1) entrevista; (2) visita; (3) elaboração de
opções; (4) discussão de opções com o cliente e ajuste final; (5) elaboração do manual de instruções. Cada
passo será abordado em aula antes e depois de sua aplicação. Por isso temos três tipos de aula.

Seminários servem à discussão de informações e problemas pertinentes ao tema de um modo geral,


incluindo cada passo do método de trabalho. Todos preparam a leitura indicada para cada dia do calendário,
além de consultar o restante da bibliografia e trazer outras informações e questões de interesse.

Análises Críticas servem à discussão dos trabalhos que estão sendo realizados. Todos devem preparar
apresentações para a turma, com recursos visuais adequados. Indagações e dificuldades semelhantes
poderão ser resolvidas coletivamente.

Orientação é o atendimentos individual (ou de cada dupla) e serve ao esclarecimento de dúvidas específicas,
sobretudo de caráter técnico; cabe aproveitar o tempo para trabalhar em sala de aula.
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AVALIAÇÃO

A forma de apresentação gráfica do trabalho nas Análises Críticas e na Banca é livre, desde que evidencie
todos os elementos necessários à compreensão do processo, a saber:

• Como se deu a comunicação com os clientes e quais foram seus resultados (Entrevista);
• Como é a situação espacial e construtiva encontrada (Levantamento);

• Que opções foram criadas e que instrumentos foram elaborados para a sua discussão (Opções);
• Que soluções foram escolhidas e como foram registradas e detalhadas (Manual de instruções).

Serão atribuídos 40 pontos ao desenvolvimento global nos Seminários e Análises Críticas e 60 pontos à
avaliação do processo e de seus resultados na banca final.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIVINGSTON, Rodolfo. Cirugia de Casas. Buenos Aires: Nobuko, 2003. (Download gratuito em: http://
www.estudiolivingston.com.ar/cirugia/index.php)

LIVINGSTON, Rodolfo. Arquitectos de Familia. Buenos Aires: Nobuko, 2006.

KAPP, Silke; NOGUEIRA, Priscilla Silva; BALTAZAR, Ana Paula. “‘Arquiteto sempre tem conceito - esse é o
problema’”. Seminário Projetar 2009, São Paulo, 2009.

NOGUEIRA, Priscilla Silva. Práticas de arquitetura para demandas populares: a experiência do arquitetos da
família. Dissertação de mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Orientadora: Silke Kapp, UFMG, 2010.

MENDONÇA, Carina Guedes de. Arquitetura na Periferia: uma experiência de assessoria técnica para grupos
de mulheres. Dissertação de mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Orientadora: Silke Kapp, UFMG, 2014.

HABRAKEN, N. J. The Structure of the Ordinary. Form and Control in the Built Environment. Cambridge,
Massachusetts: MIT Press, 1998.

FRIEDMAN, Avi. The Adaptable House. Designing Homes for Change. New York: McGraw-Hill, 2002.

ALEXANDER, Christopher. A Pattern Language / Un Lenguaje de Patrones: cuidades, edificios,


construcciones. Barcelona: Giustavo Gili, 1980.

HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes,1996.

RIBEIRO, Luiz Cesar de Queiroz; PECHMAN, Robert Moses. O que é questão da moradia. São Paulo: Nova
Cultural: Brasiliense, 1985.

RYBCZYNSKI, Witold. Casa: pequena história de uma idéia. Rio de Janeiro: Record, 1996.

Site do Rodolfo Livingston (www.estudiolivingston.com.ar/); Entrevista com Livingston (www.rebelion.org/


docs/16602.pdf); Site do MOM (www.mom.arq.ufmg.br)
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CALENDÁRIO (sujeito a ajustes)

Aula Data Atividade Preparativos

1 25/02 2a Introdução à disciplina e ao Método

Seminário: Leitura: Livingston. Arquitectos


2 28/02 5a
Como fazer a entrevista com os clientes de Familia, p.1-80.

– 04/03 2a Carnaval

– 07/03 5a Não haverá aula

Seminário: Leitura: Livingston. Arquitectos


3 11/03 2a
Como fazer o levantamento no local (Prof. Roberto) de Familia, p.81-106.

4 14/03 5a Orientações (Arq. Marina Carrara)

Apresentação do material para


5 18/03 2a Análise crítica: Entrevistas e levantamentos feitos
toda a turma
Seminário: Leitura: Livingston. Arquitectos
6 21/03 5a
Como elaborar e apresentar as opções de Familia, p.107-150.

7 25/03 2a Orientações

8 28/03 5a Orientações

9 01/04 2a Análise crítica:


Apresentação do material para
Opções e material para os clientes
toda a turma
10 04/04 5a Orientações

Seminário: Leitura: Livingston. Arquitectos


11 08/04 2a
Como elaborar o manual de instruções de Família, p.185-209.)

12 11/04 5a Orientações

13 15/04 2a Orientações

– 18/04 5a Páscoa

14 22/04 2a Orientações

– 24/04 4a Envio das apresentações até às 22h

15 25/04 5a Banca
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SÍNTESE DO MÉTODO DE TRABALHO

0. PRÉ-ENTREVISTA [é o primeiro contato, por telefone ou ao vivo]

Pergunte:

• se as pessoas já moram (ou usam) o local;


• quantas e quem são as pessoas que moram (ou usam) o local;
• o tipo de serviço de que precisam e quais são os principais problemas - dúvidas espaciais,
construtivas, sobre materiais de construção;
• quando pretendem executar a obra;
• quanto pretendem gastar na obra.

Explique:

• quais são e como funciona e para que serve a entrevista;


• quais são as outras etapas do trabalho (muito sinteticamente);
• que se trata de um trabalho acadêmico, que não será remunerado e que seguirá pelo menos até a
etapa de elaboração de opções.

Solicite ao cliente (para trazer na Entrevista):

• o Projeto do Cliente (PC), isto é, desenhos do que cada morador faria no local (enfatize que não
precisamos de desenhos bonitos ou certinhos, pois o objetivo é conhecer as ideias dos moradores,
e deixe claro que podem trazer quantos desenhos quiserem – se cada membro da família tiver uma
ideia diferente, que cada um traga a sua)
• plantas ou levantamentos existentes do imóvel, se existirem;
• coleção de imagens que caracterizam os desejos dos moradores (qualquer imagem é bem vinda:
revistas, jornais, folders, fotos próprias etc.).

Atente para:

• explicar devagar e com clareza como funciona a Entrevista e marcá-la de preferência com todos os
moradores e em local “neutro”;
• não se precipitar em dar opiniões (se o cliente perguntar algo que você não sabe responder, diga
que pesquisará o assunto e responderá na Entrevista).
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1. ENTREVISTA

Esta etapa acontece no escritório do arquiteto ou em outro local que não o da reforma. Em geral, demora
duas horas. Antes de começar, desligue o celular e peça aos outros que façam o mesmo.

Tenha à mão: duas cópias do Roteiro de Trabalho (vide abaixo), papel branco e transparente, lápis preto e de
cor, canetas coloridas, trena, gravador (se quiser gravar, peça licença primeiro).

Apresente aos clientes o Roteiro de Trabalho, complementando a explicação do método e deixando claras as
tarefas e obrigações de cada uma das parte. É fundamental que entendam o Roteiro. Dê um tempo para eles
processarem a informação (saia um pouco ou apenas fique em silêncio) e depois pergunte se há dúvidas. Se
o cliente aprovar as condições descritas no Roteiro, significa que naquele momento um compromisso entre
cliente e o arquiteto é firmado. Não se esqueça de dizer que, normalmente, nada impede a interrupção do
trabalho pelo cliente, mas que, por se tratar de um trabalho acadêmico, você prosseguirá necessariamente
até a etapa de Opções.

Agora começam os Exercícios de Escuta. Eles não são obrigatórios, nem precisam acontecer na ordem
descrita. Cabe a cada arquiteto definir a melhor maneira de aplicá-los, porque depende muito de como a
conversa começa. Às vezes, os clientes já começam descrevendo muita coisa, principalmente sobre a história
da casa e da família. Isso é ótimo, pois sempre há algum assunto que pode abrir caminho para os Exercícios
de Escuta, como a quantidade de ambientes ou preferências. Os Exercícios são:

Projeto do Cliente (PC)

• Se o cliente de fato tiver feito o PC antes, escute atentamente as explicações. Coloque uma folha
transparente por cima para desenhar a situação atual e marcar dúvidas ou informações adicionais.
• Se o cliente não tiver feito o PC antes, mas trouxer uma planta da casa ou do apartamento, coloque
uma folha transparente por cima dessa planta e desenhe primeiro a situação atual (se ela já estiver
diferente). Depois, em outra folha, desenhe exatamente as ideias do cliente, de acordo com as suas
explicações. Quando ele não souber explicar, marque a dúvida com um ponto de interrogação.
Contenha-se! Este é o momento de o cliente projetar. Não importa se as coisas parecem
incongruentes. O importante é ouvir e ver as ideias.

• Se o cliente não tiver feito o PC antes, nem existir uma planta da casa ou do apartamento, desenhe
uma apenas a partir das explicações e depois proceda da mesma maneira.

• Faça um PC para cada morador se você perceber que os desejos e ideias diferem. Não opine,
apenas desenhe exatamente a ideia da pessoa e explique que, neste momento, é fundamental que
os moradores exponham suas próprias soluções.
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Exercício do mais-ou-menos (refere-se a qualquer moradia)

• Pergunte a cada morador: “o que você menos gosta numa casa (ou apartamento)?” e “o que você
mais gosta numa casa (ou apartamento)?” Ajude as pessoas a transformarem respostas vagas ou
abstratas em dados mais concretos. Por exemplo: se o cliente diz “gosto de janelas grandes”,
pergunte “o que significa grande?” Estique a trena se for necessário ou mostre alguma janela (do
lugar onde estão) para comparar.
• Anote as respostas de cada morador em separado. Nessa hora, os clientes acabam opinando em
grupo. Não os reprima. Deixe a conversa rolar. Apenas fique atento às preferências de cada um.
Tente anotar tudo, mas, se não der tempo, não se preocupe. Prestar atenção com os olhos e os
ouvidos é mais importante do que dar conta da anotação, que sempre pode ser complementada
depois.

Exercício fiscal (refere-se à moradia real dos clientes)

• Este é um jogo de acusação. Peça aos moradores que apontem, individualmente, todos os defeitos
mais graves dos espaços em que moram, independentemente de terem razão ou de haver solução
aparente para o problema. Eventualmente, ajude-os a formular suas afirmações com mais clareza.
Por exemplo: se o cliente diz que “falta privacidade”, pergunte “para quem?”, “onde?”, “em que
momentos?”.
• No final, peça aos moradores que, individualmente ou em conjunto, classifiquem os defeitos
apontados numa ordem de “mais graves” a “menos graves”.

Casa Final Desejada (CFD - refere-se a uma moradia ideal)

• Peça aos moradores que esqueçam sua casa real e imaginem a casa ideal.
• Da mesma maneira que no Exercício Fiscal, peça que os moradores classifiquem os desejos em
uma escala de prioridades.
• Para finalizar, elabore um diagrama de globos com os ambientes sonhados. Isso permite visualizar
se há globos (ambientes) que podem ser agrupados. Nunca faça uma lista. Espalhe os ambientes
numa folha em branco, para evitar a impressão de que há uma ordem de importância.
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Coleta de informações gerais

• Pergunte sobre a família ou os usuários do espaço: nome, idade, hábitos e horários de cada um
(de uma maneira geral, nada muito aprofundado). Por exemplo: quem dorme com quem, quem faz
barulho, quem demora no banho, quem gosta de ficar à janela, quem chega tarde em casa.
Também pergunte se há visitantes ocasionais ou regulares que passam a noite na casa.

• Pergunte sobre história do lugar, mas tenha cuidado para não fazer um interrogatório. Tente ser
breve nas perguntas e permita que eles falem. No entanto, exija respostas simples, objetivas,
claras. Geralmente, os próprios moradores tomam a iniciativa de falar sobre esse assunto.

• Pergunte sobre o lote, a vizinhança e o bairro. Acrescente informações como: ano de construção
do imóvel (ou aquisição do lote), como são os lotes vizinhos, se há árvores próximas, se a rua é
larga ou estreita, se há coisas incômodas nas proximidades.

Coleção de imagens

• Essa tarefa deve ser encomendada na Pré-entrevista. Tem como objetivo identificar exemplos
daquilo que as pessoas entendem ser apropriado para a sua demanda. Todos (arquiteto e clientes)
devem coletar imagens (de revistas, jornais), objetos, frases e livros que remetam às suas
preferências ou que possam ser exemplos adequados ou próximos. O arquiteto e os clientes devem
comparar suas imagens e explicar o que exatamente chama atenção ou agrada. O objetivo é a troca
de informações.

• Num segundo momento, com o PC e com a CFD em mãos, peça aos clientes que selecionem as
imagens (ou objetos) que forem mais compatíveis com o resultado dos exercícios. Essa seleção
pode definir muito da “cara” que a edificação terá ou quais características devem ser evitadas.
Geralmente, essa seleção acontece naturalmente quando o cliente mostra as imagens que trouxe.

Para finalizar, o ideal é repassar rapidamente como acontecerão as próximas etapas, apenas para fechar o
entendimento do Roteiro. Entregue uma folha de Roteiro para o cliente e, se a visita de levantamento já for
marcada de imediato, anote a data nas duas cópias do Roteiro (a sua e a do cliente).

Após o término da entrevista, anote o que ouviu e estabeleça critérios para avaliar as opções depois: uma
coluna de problemas e uma coluna de desejos (Livingston chama isso de Aparato para Julgar Opções). O
ideal é não demorar muito para fazer essas anotações, pois as informações podem ser esquecidas.
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2. VISITA

Nesta etapa são feitos os levantamentos do local da reforma. Além disso, serve para tirar dúvidas da
Entrevista. É bom verificar a legislação urbana do local antes da visita e imprimir uma vista aérea, incluindo a
marcação do norte geográfico. Se puder levar um colega para ajudar no levantamento, fica mais fácil.

Tenha à mão: Roteiro de Trabalho, papel, prancheta, metro, trena de pelo menos 5m, máquina fotográfica,
documentos da Entrevista.

Processo de levantamento

• Antes de entrar: desenhar terreno, entorno e implantação, medir rua, verificar sentido da circulação,
postes, árvores, divisas, construções e quintais ou jardins dos vizinhos, verificar orientação,
compreender o contexto e a paisagem.
• Primeira entrada: desenhar tudo, inclusive o mobiliário existente; não conversar.

• Segunda entrada: medir tudo, começando por medidas gerais e tome depois as parciais. De
preferência, não usar linhas de cota, mas anotação contínua. Desenhar cortes esquemáticos e
verificar alturas.

• Terceira entrada: verificar condições físicas e estruturais da construção, materiais e técnicas


construtivas, anotar onde há infiltrações ou humidade, atentar para marcas de desgaste pelo uso.

• Quarta entrada: fotografar.


• Quinta entrada: percorrer o espaço espontaneamente.

É fundamental:

• extrapolar os limites do terreno para verificar clima, formação geológica, caminho das águas,
influência das construções vizinhas sobre a casa ou o prédio da reforma, técnicas construtivas e
materiais mais usuais na região;

• verificar o microclima interno, ventilação e iluminação;


• verificar o caminho das águas de chuva na construção e no terreno;

• investigar como se vive naquele lugar;

• sempre olhar mais de uma vez;


• verificar se há empecilhos quanto à legislação.
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Ao final da visita:

• sente-se novamente com os moradores e retome o Roteiro, lembrando que está na Etapa 2 e
procurando estabelecer uma data para a Etapa 3 (isso é um ritual, você é que determina como e
quando as partes do seu trabalho acontecem);
• repasse cada uma das atividades desenvolvidas na Entrevista e veja se os moradores querem
reformular opiniões, avaliações e informações ou acrescentar coisas (certamente ficaram pensando
no que disseram antes), mostre a eles o Aparato para Julgar Opções e veja se há correções;

• lembre-se que todos os participantes devem se sentir livres para opinar e expressar seus desejos.

Em casa ou no escritório passe a limpo os desenhos (mas sempre guarde os originais do levantamento) e as
demais informações e coloque legendas nas fotos. Refaça também o Aparato para Julgar Opções: coluna de
problemas e coluna de desejos. Se tiver feito os desenhos no computador, imprima na escala 1:100.

3. ELABORAÇÃO E DISCUSSÃO DE OPÇÕES

Não existe uma separação rígida entre o processo de projeto e sua discussão com os clientes (ela faz parte
desse processo), mas começa-se com a elaboração de possibilidades pelo arquiteto, de preferência com
muitas variantes. É interessante trabalhar já produzindo um material que possa ser apresentado diretamente
aos clientes, sem a necessidade de ‘passar a limpo’ (para mais detalhes sobre esse material, vide abaixo).

Criação do campo de trabalho

• Prepare o ambiente de trabalho, com fotos e diagnóstico do lugar, plantas e cortes esquemáticos,
imagens selecionadas na Entrevista, o Aparato para Julgar Opções e demais anotações.

• Não restrinja seu ambiente de trabalho à tela do computador – é muito pequena para se ter situação
“diante dos olhos”.

Fogos de artifícios ou no céu

• Afaste-se do Projeto do Cliente e das suas próprias preconcepções e faça desenhos sem se
preocupar em solucionar problemas; imagine que está brincando, não trabalhando, experimente
possibilidades sem julgá-las ou descartá-las; não corrija, faça novos desenhos (é mais ágil à mão).
• Evite apenas desenhar manchas; tente desenhar de modo mais concreto.
• Um exercício: desenhe todos os elementos imutáveis, que não podem sair de jeito nenhum: limites
do terreno ou do apartamento, caixas de escada coletivas, elevadores, árvores do entorno,
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orientação e ventos, elementos estruturais importantes, afastamentos e alturas máximas permitidas,


entradas fixas. Agora pense o que poderia fazer com o espaço resultante para se aproximar da
CFD, evitando se guiar pelo conceito de zonas preestabelecidas (serviço, área íntima etc.) e
concentrando-se nas características dos moradores reais.

• Outro exercício: desenhe todas as paredes externas e internas e imagine como poderia acomodar
atividades nesses espaços, ignorando totalmente seus usos atuais.

• Importante: não deixe ninguém, nem você mesmo, interferir com observações como “isso não pode
ser feito, é muito caro” ou “essa possibilidade impede aquela outra”.

Sensatez ou pé no chão

• Não comece a ser sensato no mesmo dia em que brinca com as possibilidades; durma primeiro.

• Então, no dia seguinte, comece a avaliar as possibilidades geradas em relação aos desejos e
problemas apontados pelos moradores e em relação à sua própria consistência.

• Desenhe opções marcando claramente elementos novos e demolidos, de modo que possa
comparar a quantidade de serviço nos diferentes casos. Guarde cada opção e comece de novo.
• Não tome decisões subjetivas pelos clientes, anote as características de cada opção (que você vê
como vantagens e desvantagens, mas não é necessário assinalar com esses termos) mostre a eles
depois. Deixe que decidam o que é relevante ou não.

Material para a discussão das opções

Para que o material possa ser utilizado na discussão com os clientes, ele deve comunicar seus conteúdos
com clareza e objetividade, sem ‘enfeites’, elementos gráficos ou códigos técnicos que leigos não
compreendem de imediato. O material não deve ficar com aspecto de pronto e acabado, para não
constranger as pessoas a interferir. É útil:

• Desenhar na escala 1:100 (facilmente manipulada com qualquer régua), deixando um bom espaço
em branco na borda das folhas, mas sem margem, carimbo etc. Isso deixa as pessoas mais à
vontade para escrever ou desenhar informações adicionais depois.
• Desenhar à mão em papel transparente ou, se desenhar em meio digital, imprimir mais de uma vez.

• Pensar em outras interfaces, que facilitem a compreensão das opções, tais como maquetes, plantas
em branco e conjunto de móveis recortado em papel; plantas com dobraduras das variações etc.

• Dar um nome a cada opção, caracterizando-a bem, para que seja fácil se referir a cada uma delas.
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4. DISCUSSÃO DAS OPÇÕES

Nesta etapa as opções são apresentadas aos clientes e discutidas. Ela pode acontecer no escritório do
arquiteto, na casa dos clientes ou em outro lugar. É bom que todos os moradores ou usuários participem.

Tenha à mão: a sua cópia do Roteiro de Trabalho, o Aparato para Julgar Opções, fotos e desenhos do
levantamento, o material das opções, papel branco e transparente, lápis preto e de cor, trena, fitas, lençois...

Comece reapresentando o Roteiro de Trabalho para que todos tenham clareza do ponto em que estão no
processo, e o Aparato para julgar opções. Mostre também as fotos e o levantamento da casa atual.

Apresente as Opções, um de cada vez. Se necessário, faça pequenas simulações da realidade, esticando a
trema ou fitas para demonstrar distâncias e usando anteparos como pedaços de papelão ou lençóis para
indicar paredes. É muito importante falar de maneira clara e pausada, evitando termos abstratos ou técnicos.
Compare cada Opção com o Aparato, mostrando o que, em cada uma delas, está sendo atendido ou não.

Novamente, dê tempo para que os clientes compreendam as Opções, saia um pouco ou fique em silêncio
para que conversem entre si. Não pressione os clientes para que decidam por uma ou opção: você não está
lá para convencê-los daquilo que você mesmo acha melhor, mas para ajudá-los a encontrar soluções que
eles considerem satisfatórias. Se mudarem de ideia sobre suas prioridades (registradas no Aparato), ótimo.

[...] não só não nos chateam as objeções, mas as esperamos para compreender inteiramente o cliente,
que frente às nossas respostas desenhadas poderá evoluir seus desejos e queixas e até arrepender-se.
(LIVINGSTON, 2006, p. 139)

Os clientes podem – e até devem – levar o material das opções para casa, de modo que possam refletir mais
sobre o assunto e criar outras opções para além das apresentadas. Num processo não-acadêmico, eles têm o
tempo que quiserem para isso e, depois de chegarem a uma conclusão, tomam a iniciativa de marcar uma
conversa com o arquiteto para o Ajuste Final. No nosso caso, seria melhor estabelecer um prazo, para que o
trabalho acadêmico possa ser concluído no semestre letivo. Se isso não for possível, você mesmo escolhe
uma das Opções para fazer o Manual de Instruções.

Livingston (2006) garante que raramente haverá mais de um retorno, prevenindo seu leitor de comparações
inadequadas com as infindáveis versões de anteprojetos, próprias da prática convencional. Ele atribui a
eficácia do Metodo à sistematização da coleta de dados, que ocupa grande parte do tempo inicial do
processo. Portanto, as Opções elaboradas nada mais são do que frutos de uma coleta de dados bem
realizada.

[O material sistematizado para o passo (5) Elaboração do Manual de Instruções será passado no respectivo
Seminário.]
ROTEIRO DE TRABALHO

O QUE QUANDO ONDE ARQUITETOS CLIENTES

Plantas existentes
Escuta
Projeto(s) próprio(s)
Entrevista ___/___ Escritório Exercícios
Imagens
Imagens
R$ __________

Levantamento do local Informações adicionais


Visita ___/___ Local da obra
Revisão da entrevista R$ __________

Discussão e avaliação
Apresentação de opções
Opções ___/___ A definir das opções
de projeto
R$ __________

Ajuste final ___/___ A definir Decisão sobre as opções

Produto até este ponto: Desenhos na escala 1:100 com a definição clara das reformas a serem feitas,
incluindo demolições e construções (e não incluindo acabamentos e detalhes de execução).

Ideias sobre a execução


___/___ A definir Escuta
R$ __________
Manual de
Instruções
___/___ A definir Apresentação do Manual R$ __________

Produto final: Plantas, cortes e detalhes construtivos com medidas; sugestões de materiais de acabamento
e mobiliário, pontos elétricos; dicas para uma obra eficiente.

Nome do cliente:
de acordo ______________________________
Telefone:

Nome do arquiteto:
de acordo ______________________________
Telefone:

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