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Foi um movimento revolucionário de idéias de caráter político, cultural e filosófico (1650-1750) que estabeleceram as
fundações do mundo moderno. Algumas de suas características são: o mito do progresso inevitável, o desprezo pelo passado, a
ruptura com a Tradição, desprezo pela autoridade e hierarquia, o Deísmo, o abandono da metafísica, a separação entre fé e razão,
a crítica à religião, secularismo (marginalização do sagrado)
Por “iluminismo” se entende, o racionalismo anti religioso dos séculos XVII e XVIII, que pretendia que só a razão podia
iluminar o homem, cuja mente estaria, então, nas trevas da superstição, por causa da irracionalidade da Fé. Para o iluminismo
racionalista, a razão seria suficiente para tudo compreender, sem necessidade de ter a ajuda da luz da Fé. Para o iluminismo, tudo
pode ser investigado por meio da razão. Trata-se de uma razão limitada: limitada à experiência e fiscalizada pela experiência. A
razão dos iluministas é a razão que não aponta para as essências, não se perguntando, por exemplo, qual é a causa ou a essência
da gravidade, mas sim, partindo da experiência e em contínuo contato com a experiência, procura as leis do seu funcionamento e as
submete à prova. (REALE, 1990, p. 672).
“A atitude racionalista fundamental se baseia numa decisão irracional, ou numa fé na razão" (Karl Popper, A sociedade
aberta e seus inimigos, Ed. Itatiaia-Edusp, Belo Horizonte, São Paulo, 1974, 2 vol, pp. 238 -239 do 2. vol). Pois, se toda razão é
limitada, se toda razão individual reconhece sua limitação, então, a razão humana é limitada. Portanto, crer na onipotência da razão,
como prega o racionalismo, o iluminismo, é uma ato de fé irracional na razão.
Antecedentes
Galileu inventou o experimento matematizado, o que é o mesmo que dizer: o experimento idealizado, que não corresponde
a nenhum fato particular da experiência, mas sim à "fórmula" matemática por trás dos fatos. A ciência assim concebida não lidava
com a natureza dada na experiência, mas com estruturas gerais que, governando invisivelmente os acontecimentos naturais, só são
apreensíveis sob a forma de relações matemáticas. Matematização quer dizer, desde logo, simplificação. Na ciência renascentista,
o que se busca já não é a "essência" ~ o conteúdo intelectualmente apreensível por trás dos dados sensíveis ~, mas apenas a
fórmula, a equação que relaciona uns aos outros esses dados sensíveis, independentemente de qual seja a "natureza" dos seres
considerados. Em ambos os casos a mente procedia por abstração: mas uma coisa é reduzir vários entes à unidade de seus traços
comuns, suprimindo as variações acidentais, outra coisa é reduzi-los a suas medidas, proporções e relações. A descrição científica
do mundo perde assim em alcance ontológico e força explicativa o que ganha em precisão matemática e aplicabilidade técnica.
Todos os dados não redutíveis ao modelo matemático tinham de ser excluídos da área de investigação, em benefício da coerência
do sistema ~ uma perda que, de início, não pareceu grave, porque as relações matemáticas obtidas podiam, em seguida, ser
aplicadas de volta à natureza sensível, demonstrando-se exatas. A busca da exatidão vai então cada vez mais substituindo a busca
do quid, da essência, até o ponto em que se torna possível produzir uma descrição assombrosamente exata e eficaz de algo que
não se tem a menor idéia do que seja.
Negação das formas substanciais e afirmação de duas substâncias: Res cogitans (mente) e Res extensa (coisa extensa);
mente e corpo. A essência da matéria é sua extensão. Não existem diferenças formais. Conhecer alguma coisa é mensurar, medir,
matematizar, quantificar. É preciso conhecer uma coisa pelas outras, por comparação. Para se conhecer um ente basta observar,
medir, calcular e concluir. Avaliamos a realidade material a partir de relações matemáticas quantificáveis. Conhecer com a razão é
conhecer as relações matemáticas, o que pode ser medido – comprimento, largura e profundidade. Só o procedimento matemático,
aplicado aos outros domínios, nos permitirá conferir certezas a conhecimento.
Iluminismo primevo
Spinoza defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber, a única substância em que
consiste o universo e do qual todas as entidades menores constituem modalidades ou modificações. Ele afirmou que Deus sive
Natura ("Deus ou Natureza" em latim) era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão (sob o conceito atual de matéria) e
o pensamento eram apenas dois conhecidos por nós. O Deus de Espinoza não é alvo de preces e menos ainda exigiria uma nova
religião. Deus em Spinosa é uma substância única infinita que não tem finalidade nem providência.
Para Locke, o prazer e a dor e os que os produz, o saber, o bem e o mal. "As coisas, portanto, são boas ou más somente
em referência ao prazer ou dor. Bem é o que é suscetível de causar ou aumentar o prazer ou diminuir a dor em nós; ou a ausência
de qualquer mal.
George Berkeley e o empirismo radical
Para Berkeley, "ser é ser percebido", ou seja, o ente existe enquanto esteja sendo objeto de uma sensação, de uma
percepção direta de um sujeito cognoscente.
Hume achava que princípios morais não podem ser justificados intelectualmente. Os princípios da moral não têm
fundamento na razão, mas no sentimento. Nesse sentido, não é a razão que informa o que seja o certo e o errado, o justo ou o
injusto, mas o sentimento. David Hume entende que tudo o que produz incomodidade nas ações humanas se chama vício, e o que
produz satisfação se chama virtude.
Alto iluminismo
A filosofia kantiana afirma que existem coisas em si mesmas, cujo acesso estaria impedido à inteligência que só conheceria
os fenômenos, as aparências. Para Kant só podemos conhecer os fenômenos físicos dados pelos sentidos, do supra-sensível, da
realidade metafísica (Deus e Alma, por exemplo) o homem não pode ter conhecimento. Os limites da realidade que podemos
conhecer é a experiência sensível, os fenômenos físicos. Para além destes limites não há conhecimento. Como Deus e a Alma não
podem sem percepcionados pelos sentidos, deles não há conhecimento.
Para Rousseau, o poder emana do povo. O fundamento do governo é a vontade geral que se obtém através da regra da
maioria, isto é, pelo voto majoritário. A vontade geral é sempre reta e infalível para Rousseau. Para Rousseau, a voz do povo é a
voz de Deus. Para ser livre, o indivíduo deve se submeter sua vontade à vontade do Estado que é expressão da vontade geral.
Ademais, para Rousseu, a natureza humana selvagem, é pura, sem mácula. Sua corrupção é causada pela civilização. É o famoso
mito do bom selvagem que nega a pecaminosidade do homem. Afirma que o homem é bom, a sociedade o corrompe.
Para Montesquieu, não existem leis justas ou injustas. O que existe são leis mais ou menos adequadas a um determinado
povo e a uma determinada circunstância de época ou lugar. Não há nenhum fundamento moral ou religioso
Voltaire, inimigo encarniçado do cristianismo, é um deísta convicto. Para Voltaire, o Evangelho só havia trazido desgraças
sobre a Terra. Voltaire só vê superstição no cristianismo.
Sade era adepto do ateísmo. Questionador de toda moral, dizia que não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma
experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes. Tudo é bom quando é excessivo. Em
Os 120 Dias de Sodoma, chega a ridicularizar o a heterossexualidade que é punida com a morte pelas regras libertinas do castelo
em que se realizam as sangrentas e incestuosas orgias, regadas a homossexualidade e sodomia. Sade defendia o prazer erótico
ligado ao sofrimento infligido à outros por meio de flagelações, crueldades físicas ou morais, reais ou simuladas. O escritor morreu
num hospício em 1814.