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Na Imagem 01, segue nota do Comandante Geral da Polícia Militar de Minas Gerais,
o Sr. Coronel José Vargas da Silva, publicada na Revista Libertas, instituída pelo referido
coronel e editada pela PMMG, em princípios da década de 1940. A nota publicada na edição
de Outubro de 1949, faz referência a criação do Ginásio Tiradentes, justificando a
necessidade de uma instituição gratuita e de qualidade, uma vez que:
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Historiadora e Bacharel em Humanidades pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri.
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Tenente Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais – Comandante do Centro Cultural e Histórico da
PMMG.
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Artigo 1º do Decreto Lei 480 de 10 de novembro de 1949.
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Decreto Lei 480, de 10 de novembro de 1949.
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vexatório, não tem permitido aos pais de família de média situação
econômica proporcionar a seus filhos um traquejo cultural além do
efetuado nos grupos escolares.”(SILVA, 1949, p. )
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Júnior, auditor da Justiça Militar e grande número de oficiais, inaugurou-
se solenemente, o Curso de Admissão do Ginásio Tiradentes, do
Departamento de Instrução, na tarde histórica de 21 de outubro próximo
passado.”(LIBERTAS, 1949, p.76)
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á “Ginásio Estadual” o estabelecimento que ministrar apenas curso ou
cursos de primeiro ciclo; e “Colégio Estadual” o que ministrar, também
apenas, curso ou cursos de segundo ciclo.”(Lei 4.941/68, p.1)
Conforme o relato da autora, pode-se inferir que a ideia da implantação de uma escola
que oferecesse educação de qualidade aos filhos de militares, advém de um processo de
desenvolvimento e expansão do Serviço Social dentro da polícia mineira:
Ainda conforme Márcia Almeida, foi o interesse da corporação militar pela área
educacional que possibilitou a implantação do Ginásio Tiradentes. Seu Marido, então Major
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da polícia mineira, chefe de Gabinete do Comandante Geral da época, Cel José Vargas da
Silva5, teve papel fundamental para a idealização da escola:
Ao longo de sua escrita, Márcia Almeida não cita o mais ‘famoso’ militar atrelado a
história do Colégio Tiradentes, o Coronel Argentino Madeira, quanto à participação no
processo intelectual que antecipou a efetiva implantação do educandário. Podemos inferir a
partir de seu relato, que a tão importante participação do referido Coronel na história da
instituição educacional não se deu desde os primórdios de sua fundação, e sim quando esta
já estava fundada devido à Lei nº 480/49.
A existência do Colégio há quase setenta anos, com uma figura emblemática como a
do Cel. Argentino Madeira a frente, nos leva a pensar na reapresentação da história da
instituição, na tentativa de agregar juntamente a figura do Cel. Argentino Madeira a dos dois
coronéis acima citados.
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Coronel Vargas permaneceu no posto de Comandante Geral da Polícia Militar de Minas Gerais pelo
período compreendido entre 18 de novembro de 1946 a 04 de janeiro de 1951, conforme informação
constante no sítio eletrônico da PMMG - https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-
pm/conteudo.action?conteudo=714&tipoConteudo=subP
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O propósito deste artigo não é fazer um trabalho de biografia, mas se faz necessária,
até mesmo para sua contextualização, uma breve explanação acerca da vida dos três coronéis
dentro da Polícia Militar de Minas Gerais, focando nosso relato quanto a participação em
campos educacionais dentro da Polícia Militar. Para tanto, serão usadas como fontes além
do livro de Márcia Almeida – esposa do Coronel Manoel de Almeida – as fichas funcionais
dos Coronéis Argentino e Doro. Usaremos o critério de investidura na corporação militar
para o breve relato biográfico das três figuras relatadas.
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Não se pode afirmar, mas talvez a experiência como professor do DI e a implantação
da Escola de Iniciação Musical tenham sido posteriormente aproveitadas pelo mesmo
quando da ideia de implantação do Ginásio Tiradentes.
Faz-se importante ressaltar, que o respeito não era somente de militares de patentes
iguais ou inferiores a sua, mas sim de todos, uma vez que é relatado em sua ficha funcional
os elogios relacionados ao bom aproveitamento quanto as funções exercidas dentro da
corporação.
Sua história no Colégio Tiradentes tem início em janeiro de 1950, quando exerce a
função de professor, assumindo a diretoria interina do Ginásio Estadual Tiradentes em
setembro do mesmo ano, assumindo a mesma de forma efetiva em maio de 1952:“A 28
conforme ofício nº 107, de 21 comunicou que a Diretoria de Ensino Secundário do
Ministério da Educação e Saúde, aprovou a sua investidura nas funções de Diretor do
Ginásio Tiradentes.”(CQGPMMG, 1974, fl. 03)6
Fato importante que se pode encontrar em sua ficha funcional, é que sua permanência
à frente da diretoria do ainda Ginásio Tiradentes não se deu de forma ininterrupta, uma vez
que reassume a função de diretor em 3 de março de 1966, ocupando o lugar do “Major
Newton de Oliveira, que vinha respondendo deste desde 07/01/1966.”(CQGPMMG, 1974,
fl. 03), entretanto em sua ficha não consta a informação de quando deixou o cargo, ou se
permaneceu a frente da diretoria do Ginásio Tiradentes acumulando outras funções dentro
da corporação militar.
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A citação é parte da ficha funcional do Coronel Argentino Madeira, do Contingente do Quartel
General da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, datada de 12 de setembro de 1974, assinada pelo então
Tenente Coronel Decio Pereira da Silva, Comandante do referido Contingente a data já mencionada.
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No ano seguinte, ainda de acordo com sua ficha funcional na PMMG, há novamente
a designação para a mesma função de diretor do Colégio Tiradentes, deixando a informação
de quando novamente teria deixado o cargo que reassume novamente.
Quanto ao aspecto educacional – o que já foi acima citada como foco dessa breve e
reduzida biografia dos coronéis aqui citados – a 28 de janeiro de 1950, designado pelo
Departamento de Instrução, assumiu o cargo de professor de Português no Colégio
Tiradentes, assumindo a função de Secretário e Tesoureiro do Colégio Tiradentes no ano
de1952. Pelos dados constantes de sua ficha funcional, podemos perceber que ao longo de
sua vida militar, exerceu diversas funções dentro da corporação – especialmente a Chefia de
Finanças da corporação – retornando7 a função de professor do Colégio Tiradentes em 1962.
No livro ‘Para sempre Gabriela’ da autora Márcia Eunice Doro Azevedo Rodrigues,
não por coincidência tem o mesmo sobrenome que o Cel. Manoel Doro, mas pelo fato da
mesma ser filha do referido Coronel, escreve um capítulo em que relata a origem do Colégio
Tiradentes, surgido de um desafio proposto pelo professor e bacharel em Direito Carlos
Porfírio ao Comandante Geral da PMMG, Cel. José Vargas, par que fosse implantado na
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Por sua ficha funcional, não se pode deduzir se entre os anos de 1952 até 1962, dentre as funções
exercidas por Manoel Doro houve de fato um desligamento das funções de professor e tesoureiro do Colégio
Tiradentes, ou se essas foram acumuladas a outros serviços prestados a corporação, pois não se faz referência
ao seu desligamento do referido instituto educacional.
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Polícia Militar uma instituição afim de oferecer educação de qualidade aos filhos de
militares.
Tal ideia teria então chegado aos ouvidos de outro Manoel, este ainda Aspirante a
Oficial.
Percebe-se pelo que até aqui foi exposto, as participações do Cel. Argentino
Madeira, então Tenente que em 19 de outubro de 1949, foi designado para ser professor do
Ginásio Tiradentes – dado constante de sua ficha funcional – e do Cel. Manoel Doro Pereira,
designado em 05 de maio de 1952 para as funções de Secretário e Tesoureiro do Ginásio
Tiradentes – dado este também encontrado em sua ficha funcional - constituíram, por assim
dizer, uma segunda camada de esforços e participações, tendo sido a primeira e mais
profunda a atuação do Major Manoel José de Almeida, como intelectual e idealizador não
apenas do Ginásio Tiradentes, mas também das escolas Caio Martins.
Assim, todas as referências históricas afetas à criação do CTPM, até hoje remetidas
à pessoa desses dois oficiais – Cel. Argentino Madeira e Cel. Manoel Doro, sendo o segundo,
por publicações vindas da própria família do militar – são verdadeiras apenas enquanto
alusivas a algo já decidido pelo Comando-Geral. A camada mais profunda de história do
Colégio é, porém, anterior à própria instalação desse educandário, ainda que como Ginásio.
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Entretanto, mesmo a repetição constante de sua imagem e história a frente do colégio
não significa que “a permanente reprodução [...], transmitidas de geração para geração sob
o manto da legitimidade, não significa que as instituições excluam a mudança.”(THIESEN,
1997, p.8).
Sabemos que a história da instituição não se reduz e não foi escrita somente por estes
três coronéis. Faltando pouco tempo para completar 70 anos, a história do Colégio Tiradentes
foi escrita em parte por seus comandantes militares, mas muito contribuíram todos seus
funcionários civis, professores e principalmente seus alunos, sem os quais não seria possível
a existência de uma instituição educacional forte e respeitada não só dentro da comunidade
militar.
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Para Jacques Le Goff:
A memória neste caso, mais que somente uma lembrança, exerce uma função social,
de rememorar a figura de Argentino Madeira que mesmo após deixar o cargo de comando
do Colégio Tiradentes em 1970, é tão presente entre os alunos e funcionários da instituição.
Mesmo sendo algo individual, a memória perpetuada na história em torno do Cel. Argentino
Madeira é a expressão da coletividade.
Os esforções empreendidos pelo Cel. Manoel Antônio de Almeida, que além da vida
educacional foi figura presente na política mineira como ex-deputado estadual e federal, que
através de sua relação direta com o então Comandante-Geral, na qualidade de seu Oficial de
Gabinete, e sua trajetória intelectual específica de fomento à educação escolar de cunho
assistencial, em mais de um lugar e circunstância – Fundação Caio Martins e Colégio
Tiradentes – são os traços biográficos específicos e particular que o conectam ao momento,
a ideia, e aos detalhes do primeiro “insight” criador do CTPM, na condição de autor
intelectual dessa empreitada educacional.
Entendemos que não é possível mudar o passado, nem o pretendemos, mas visto que
é fato comprovado a participação destes dois importantes nomes na história e na concepção
da instituição educacional, atrelar a história do Colégio Tiradentes à história de tão honrosas
figuras, é fato agregador de valor a ambos os lados.
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FONTES
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MADEIRA, Coronel QOR Argentino – Ficha funcional do Contingente do Quartel General
do Estado de Minas Gerais. 1974
BIBLIOGRAFIA
LE GOFF, Jacques. Memória. In: História e Memória. Trad. Irene Ferreira et al.
Campinas/SP: Editora Unicamp, 2003
ROSA, Alberto. Recordar, descrever e explicar o passado. O que, como e para quem?. In:
Ensino da História e Memória Coletiva. Trad. Valério Campos. Porto Alegre: Artmed, 2007.
https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-
pm/ctpm/conteudo.action?conteudo=176&tipoConteudo=itemMenu – Acesso em 31 de
outubro de 2016.
https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-
pm/conteudo.action?conteudo=714&tipoConteudo=subP – Acesso em 31 de outubro de 2016.
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