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S ANSÃO E A SEDUÇÃO DA CULTURA 1


para

Hoje
Fé para Hoje é um ministério da Editora FIEL. Como
outros projetos da FIEL — as conferências e os livros
— este novo passo de fé tem como propósito semear
o glorioso Evangelho de Cristo, que é o poder de Deus
para a salvação de almas perdidas.
O conteúdo desta revista representa uma cuidadosa
seleção de artigos, escritos por homens que têm
mantido a fé que foi entregue aos santos.
Nestas páginas, o leitor receberá encorajamento a fim
de pregar fielmente a Palavra da cruz. Ainda que esta
mensagem continue sendo loucura para este mundo,
as páginas da história comprovam que ela é o poder
de Deus para a salvação das ovelhas perdidas —
“Minhas ovelhas ouvem a minha voz e me seguem”.
Aquele que tem entrado na onda pragmática que
procura fazer do evangelho algo desejável aos olhos
do mundo, precisa ser lembrado que nem Paulo, nem
o próprio Cristo, tentou popularizar a mensagem
salvadora.
Fé para Hoje é oferecida gratuitamente aos pastores e
seminaristas.

Editora Fiel
Caixa Postal 1601
12233-300 - São José dos Campos, SP
www.editorafiel.com.br
CONTEÚDO

CULTOS AGRADÁVEIS AOS INCRÉDULOS .................................. 1


Geoffrey Thomas
MOTIVO PARA S ANTIDADE ....................................................... 4
John White
A MENSAGEM DO CRISTIANISMO ............................................... 8
Jim Adams
PERGUNTAS PARA UM CANDIDATO AO PASTORADO ................ 12
Jim Elliff e Don Whitney
RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS ................................... 17
CALVINISMO VERSUS ARMINIANISMO ........................................ 19
David N. Steelle e Curtis Thomas
ELEIÇÃO ................................................................................... 23
Walter Thomas Conner
A INCAPACIDADE DA VONTADE HUMANA ............................... 24
Arthur W. Pink
A SOBERANA VONTADE DE DEUS ........................................... 26
Don Haddleton
O FIM DO MUNDO ................................................................... 29
O. Palmer Robertson
QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO .......................................... 31
Peter Jeffery
CULTOS AGRADÁVEIS AOS INCRÉDULOS 1

CULTOS AGRADÁVEIS AOS INCRÉDULOS


Geoffrey Thomas

U m amigo me contou o que forma de cânticos de grupos musi-


aconteceu à sua esposa, quando se cais. O conceito de leitura pública
vestia em determinada manhã. Ele de um livro que desconhecem é to-
observou que ela abotoou o casaco talmente estranho para eles. Portanto,
colocando o primeiro dos botões na se houver leitura, tem de ser bem cur-
segunda casa e assim sucessiva- ta. Igrejas mudam a Ceia do Senhor
mente, por treze vezes. Por fim, des- para uma reunião particular no do-
cobrindo que um dos botões havia mingo pela manhã ou na quarta-feira
sobrado, ela percebeu o que estivera à noite. As orações devem ser curtas
fazendo. “Quantos erros ela tinha co- e simplistas, bem como o sermão,
metido?”, ele se perguntou. “Um ou que deve abordar assuntos que inte-
treze? Treze, porque ela tinha co- ressam aos incrédulos, tais como:
metido um erro fundamental no solidão, maridos ausentes, falta de
começo.” esperança, falta de contentamento,
Este mesmo princípio é verda- mágoas, dificuldade de criar adoles-
deiro no que se refere à adoração: os centes, e como lidar com tais pro-
crentes cometem o erro fundamental blemas. A partir desta reunião de
de crer que o propósito de reunirem- domingo, os incrédulos devem sen-
se aos domingos é a evangelização. tir-se encorajados a participar de
Em seguida, os crentes avaliam tudo pequenos grupos de estudo e de um
que compõe nosso culto à luz dos curso sobre as doutrinas em que nós
incrédulos que podem estar por aca- cremos. E somos fortemente enco-
so em nosso templo ou por terem sido rajados a acabar com a forma de
convidados. Nada deve intimidá-los, adoração a Deus que temos pratica-
ameaçá-los ou iludi-los. E, visto que do por muitos anos.
eles não conhecem o sentido das pa- No entanto, todas estas idéias
lavras ou as melodias de nossos mudarão, se cremos que nossa ado-
hinos, é recomendável a adoração na ração está centralizada em Deus, que
2 Fé para Hoje
se revelou através da Bíblia. Nossa glorioso Ser é o Deus vivo — Pai,
preocupação será agradar este gran- Filho e Espírito Santo — terrível em
de Deus. Como devemos nos apro- seu poder, incomparável em sua gló-
ximar dEle? Somente por intermé- ria e extraordinariamente gracioso.
dio do nome do Senhor Jesus Cristo Não existe qualquer indício de
(temos de deixar isso bem claro); que a Igreja tem uma chamada para
somente por meio de seu sangue e afagar as emoções dos incrédulos. Os
sua justiça; depois, com confiança líderes da adoração não podem di-
exultante, mas zer: “Bem, sabe-
também com re- mos que vocês
g
verência e piedoso não estão interes-
temor. Quando o Quando o Filho de Deus sados na vida e na
Filho de Deus orou, Ele mesmo se morte do Senhor
orou, Ele mesmo Jesus Cristo. Por
se ajoelhou na
ajoelhou na presença isso, temos algo
presença do Deus do Deus que é mais para vocês”.
que é fogo consu- fogo consumidor. Na verdade, não
midor. Se alguém temos algo mais,
tinha direito de g além de Cristo.
ser informal e ca- Temos de ser ab-
sual com seu Pai, este alguém era solutamente claros e unânimes sobre
Jesus de Nazaré. O Senhor Jesus nun- isso, na congregação e no púlpito.
ca magoou seu Pai, mas se prostrava Se eles não querem nosso Salvador,
quando falava com Ele. Tudo o que não podemos substituir a mensagem
fazemos e dizemos tem de ser agra- com maneiras de temperarem seu ca-
dável a Deus, ou seja, o Senhor Deus samento, assim como não podemos
está ciente até do que se passa no ín- utilizar um culto musical, coreogra-
timo daqueles que ofertam pequenas fia ou regras de procedimento, para
moedas; Ele se deleita com a alegria tornar mais agradável o seu trabalho
que demonstramos na administração no escritório, ou oferecer um curso
de nossos talentos e em tudo o que sobre a vida de solteiros. Tudo o que
fazemos. Nosso louvor e orações pre- temos a oferecer-lhes é um Profeta
cisam estar de acordo com as Es- que os ensinará, um Cordeiro que re-
crituras, e, acima de tudo, a Palavra moverá a culpa deles e um Pastor que
pregada tem de servir ao propósito os guiará e os protegerá.
de agradar a Deus, porque o sermão Nossa própria vida tem de ser
é o aspecto mais importante da ado- tão semelhante à de Cristo quanto
ração, visto que através dele o possível, especialmente quando nos
Criador do universo fala a seres in- reunimos. Nós nos reunimos para
significantes. A mensagem, tanto em encorajar uns aos outros a viver como
seu conteúdo quanto em seu signi- imitadores de Deus. Precisamos ser
ficado, deve proporcionar aos in- irrepreensíveis em nosso vestir, nos-
crédulos que foram atraídos ao culto sa linguagem, nosso uso do tempo,
o conceito exato a respeito de quão nossos relacionamentos ou mesmo
CULTOS AGRADÁVEIS AOS INCRÉDULOS 3
em nosso humor, a fim de sermos correta para a comunicação corri-
conhecidos como aqueles que dese- queira com os outros, mas não para
jam agradar o Jeová Jesus em todas expressar as maravilhas de tão gran-
as coisas; e nosso evangelismo está de salvação. Se o estilo e a maneira
fazendo com que o mundo perceba de nos expressarmos, quando nos
isto e saiba por reunimos na pre-
que cremos nisto. g sença de Deus,
Os incrédulos des- são aqueles mes-
cobrem que estão O sermão é o mos que os in-
na companhia da- aspecto mais crédulos ouvem
queles que têm importante da adoração. entre eles, no es-
como objetivo critório ou em seu
principal o glori- g ambiente educa-
ficar a Cristo. cional, então, fa-
Odiamos qualquer coisa que não dei- lhamos em alcançá-los. Nós, aque-
xe isto bastante claro para eles; les a quem o Senhor buscou e salvou,
como, por exemplo, uma forma de somos sensíveis às verdadeiras neces-
adoração vazia que não tem qualquer sidades dos incrédulos. Portanto, se
significado. Queremos que nossas empregarmos qualquer coisa vulgar
palavras sejam cheias de sentimen- e superficial, estaremos cometendo
tos e de afeições de temor a Deus. o pecado de sugerir-lhes uma deida-
Linguagem popular e simplista é me- de indigna da atenção deles. Con-
nos importante do que uma lin- seqüentemente, nossa adoração tem
guagem com elementos mais profun- de ser simples, espiritual, calorosa,
dos e eficazes. Sempre ficamos reverente, substancial, caracterizada
comovidos quando as pessoas nos fa- por orações espontâneas, com hinos
lam, de modo tão amável e trans- de mensagem profunda; uma adora-
parente, a respeito do Salvador e de ção que terá como clímax a pregação
seu amor por elas, o que demonstra expositiva; uma adoração apoiada em
que abandonaram sua maneira frí- formas que rapidamente obtêm fa-
vola e irreverente de falar. Apre- miliaridade com o que é divino;
ciamos muito isso; e trememos no então, estes se tornam os melhores
que diz respeito a quaisquer tentati- meios de conduzir as pessoas a Deus,
vas que insistem em que nossa a quem servimos, e de impedir que a
maneira de expressão no culto deve atenção delas se prenda na observa-
ser a linguagem comum de nosso dia- ção de um pregador engenhoso que
a-dia. Essa linguagem pode ser lhes esteja falando.

✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩

Existe mais mal em uma gota de pecado


do que em um mar de aflição.
Thomas Watson
4 Fé para Hoje

MOTIVO PARA SANTIDADE


John White

“A santidade é algo útil. Se não é a moeda com a qual negocia-


você for santificado, o povo será atraí- mos com Ele, em troca de bênçãos.
do às suas reuniões, e conseguirá Infelizmente, muitos de nós pen-
melhores resultados. Deus não pode samos ou agimos como se isto fosse
usar um ‘vaso impuro’. Portanto, verdade. Alguns de nós, conservan-
deixe que Ele examine e purifique do-nos corajosamente ao lado da
sua vida. Você colherá como bene- brilhante multidão cristã, perdemos
fícios a paz de coração e maior secretamente toda esperança de ser
sucesso no trabalho de Cristo. Tal- usados por Deus. Lutamos arduamen-
vez você possa até começar um te contra o pecado, a fim de viver
avivamento...” uma vida cristã mais eficiente. Vi-
Provavelmente ninguém lhe fez vendo em uma era de pragmáticos e
declarações como estas, assim tão rodeados por livros que versam prin-
abruptamente, porém muitos costu- cipalmente sobre o assunto de como
mam fazê-las de maneira indireta. viver a vida cristã, fomos ensinados
Em alguns aspectos, este argumento a adorar os resultados mais do que o
nos lembra a afirmação de Dale Doador dos resultados. Procuramos
Carnegie: “Aprenda a ser bondoso. a pureza como um meio para alcan-
Isto é algo útil. Você ganhará ami- çar um fim, e não como um fim em
gos, influenciará as pessoas e obterá si mesmo.
sucesso na vida!” Isto, por sua vez, nos fez cres-
No entanto, o erro deste argu- cer no legalismo, como se estivés-
mento está em seu apelo a motivos semos sendo caçados por motivos
egoístas, sendo exatamente neste as- condenadores. Temos barateado a
pecto que ele e as palavras de Dale santidade (vendo-a como algo que
Carnegie são muito semelhantes à podemos usar e não como um atri-
atitude moderna para com a santida- buto de Deus) e, assim, perdemos a
de de vida. alegria e a maravilha de recebê-la
Alguns nos dizem: “Seja santo e gratuita e livremente, em Cristo.
você será mais útil”. Mas Deus nos Se a santidade se torna uma moe-
aconselha apenas: “Seja santo, por- da para negociarmos com Deus, o
que Eu sou santo”. Pureza de coração respeito próprio exige que, em certo
MOTIVO PARA SANTIDADE 5
sentido, obtenhamos essa moeda. mais merecedor. Seu pecado não in-
Você não pode negociar com Deus terrompeu o plano divino, assim
para obter aquilo que lhe foi dado como a sua obediência não serviu de
gratuitamente. Mas, inconsciente- um auxílio para este plano. O que
mente (quer seja por esforço pessoal, Jacó perdeu foi a comunhão pessoal
quer seja por um “se Deus quiser”), com Deus, além de sofrer, desneces-
você procura estabelecer crédito com sariamente, ansiedade e tensão por
Deus. E, quanto mais você se esfor- muitos anos de sua vida.
ça, mais a verdadeira santidade foge Outro dia, alguém me disse:
de você. Em sua luta inútil, tanto pela “Você não pode estar certo a respei-
santidade como pelo “sucesso” cris- to de Fulano! Se Deus o está usando
tão, tragicamente você não consegue para ganhar almas, ele não pode es-
nada, vendo-se sobrecarregado com tar vivendo em pecado”. Entretanto,
sentimentos de culpa e derrota. aquela pessoa estava enganada. Não
A situação se torna mais comple- quero apresentar ilustrações extraí-
xa quando você pergunta a si mesmo das da vida moderna, pois corremos
o que significa ser “usado”. Signifi- o risco de fazer com que sujeiras se
ca que seus livros serão bem ven- espalhem. Todavia, a verdade é que
didos? Que seu movimento cristão ou pecadores podem ser ganhos para
que o rol de membros de sua igreja Cristo — às vezes, em grande núme-
aumentará? Que as pessoas dirão o ro — por um homem que mais tarde
quanto foram edificadas e abençoa- é descoberto como alguém que esta-
das por suas mensagens? Que sua va “vivendo em pecado” ou sone-
agenda estará cheia de compromis- gando impostos. (A maior parte dos
sos? Até pessoas incrédulas poderiam obreiros cristãos pode testemunhar
reivindicar tudo isso e muito mais. isso.)
Aquilo ao que por vezes nos referi- Estas afirmações nos perturbam.
mos como “o selo da benção divina” Nossa tendência é pensar que tal ho-
pode não ser nada mais do que um mem nunca foi usado de maneira
tributo às técnicas de marketing ou alguma e que todo o seu trabalho foi
às nossas próprias capacidades. uma ilusão. No entanto, não pode-
Não é totalmente correto dizer mos resolver este assunto assim tão
que você será “abençoado” ou “usa- facilmente. Parece que um trabalho
do” de conformidade com o grau de espiritual genuíno foi realizado. Po-
sua santidade. Considere Jacó, por demos apenas dizer (sentindo-nos
exemplo. Deus havia decretado que insatisfeitos com isso): “Bem, Deus
Jacó seria abençoado. Ele ganharia é soberano!”
ascendência sobre Esaú e lavaria adi- Parte de nossa dificuldade surge
ante a linhagem escolhida. O fato de de uma atitude errônea quanto ao
Jacó haver mentido e enganado, para assunto de ser “usado” por Deus.
“ganhar” as promessas, não o fez Raramente não sentimos em nosso
perdê-las, visto que Deus, já havia íntimo certa lisonja, quando Deus nos
determinado que ele as possuiria. usa. Ser “abençoado” e “usado” é
Jacó não herdou as promessas por ser uma espécie de recompensa. Traz
6 Fé para Hoje
consigo apreciação e distinção, em- tranqüilo, pensando que em sua vida
bora, naturalmente, tenhamos de não existe nada “elevado” que Deus
permanecer “humildes”. Visto que rejeita. Esta é uma hipótese ilógica.
nosso mundo está repleto de pesso- Em certa ocasião, um jovem mis-
as famosas e ce- sionário testemu-
lebridades, cria- g nhou da grande
mos também um A tragédia é que desen- bênção espiritual
mundo cristão re- que outro missio-
pleto de celebri- volvemos um senso nário havia sido
dades evangéli- distorcido de valores, de para ele. Dois me-
cas, que ganha- modo que, em nosso ses mais tarde, o
ram esse lugar en- missionário que
tre nós por causa
coração, estamos mais era uma “grande
de uma dedicação preocupados em ser bênção” foi des-
mais profunda ou “usado” ou “ter um teste- coberto como al-
porque “andaram munho eficiente” do que guém que tinha
mais perto de roubado sistema-
Deus”. Portanto, em ser santificado e ter ticamente os re-
em nossa lógica comunhão com Deus. cursos financei-
achamos que, se g ros da missão,
um homem não durante vários
“merece” ser usado, é injusto que ele meses. Talvez você não esteja rou-
seja distinguido por Deus. Vemos bando ou cometendo adultério. Mas,
tudo do ponto de vista de nossa cul- quão éticas são as suas relações com
tura cristã de celebridades, e não do os outros? Você pode imaginar que
ponto de vista da glória e do plano a comparação é irrealista. Se você
de Deus. roubou, sua própria consciência lhe
No entanto, existe uma objeção fará passar por um tempo difícil. Pro-
ainda mais profunda. Será que Deus vavelmente isso já está acontecendo.
não está comprometendo sua própria O fato admirável sobre o missioná-
santidade, quando “usa” e “abençoa” rio que era uma “grande bênção” é
uma pessoa pecaminosa? De modo que ele se mostrou incapaz de ver seu
nenhum! A atitude divina para com próprio erro. Não sei o que se passa-
o pecado permanece implacavelmente va no íntimo dele. No entanto, ele
hostil. Deus odiava o pecado de Jacó, conseguiu justificar-se a seus pró-
mas continuou a lidar com ele, até prios olhos. Talvez você não seria
fazendo-o prosperar. Ele odeia o tão bem-sucedido como ele em jus-
pecado, embora, em sua graça, pos- tificar-se, se tivesse de roubar. Mas
sa abençoar o pecador e, para sua é provável que você esteja fazendo
glória, continuar usando-o. um “bom serviço”, mesmo encobrin-
É neste ponto que se encontra o do outro erro moral. Deus o está
verdadeiro perigo desta crença usando, portanto...
errônea. Você pode imaginar que Por outro lado, você pode estar
Deus o está usando e permanecer se sentindo infeliz, porque Deus não
MOTIVO PARA SANTIDADE 7
o está usando mais, e se atormentan- com Deus é valiosa para nos tornar
do, até descobrir uma mancha “mais eficazes” em nosso trabalho
escondida. E, depois da descoberta, cristão. Não procuramos a comunhão
ficará desconcertado, quando não for com Ele porque O amamos, e sim
grandemente “usado”. Sua utilidade porque desejamos ser vasos mais efi-
é um termômetro falível de sua con- cazes.
dição espiritual. No entanto, em nosso íntimo
Não me compreenda mal. Ao continuamos insatisfeitos. Nosso co-
invés de afirmar que o pecado não ração se recusa a ser enganado. Algo
tem importância, estou dizendo que não está de acordo com o serviço cris-
ele é mais importante do que procu- tão, para o qual fizemos tão grande
ramos admitir. O pecado não é depósito. Constatamos que somos
simplesmente algo que impede o ho- usados para mostrar o Salvador a al-
mem de progredir em sua “carreira guma pessoa, mas esta experiência
cristã”; é uma ofensa contra Deus, parece superficial. Já não desfruta-
um insulto ao seu nome. O pecado mos daquela felicidade intensa que
faz com que os anjos chorem e os nos fazia dizer: “Não há alegria
demônios exultem. Tampouco é ver- maior do que levar alguém ao Se-
dade dizer que o pecado não tem nhor”. Embora naquela época não o
qualquer efeito em sua vida cristã. compreendêssemos, tal felicidade
Você ainda pode ser usado, embora surgiu, em parte, como resultado da
também exista a tendência de que não intimidade com o Senhor, que era
o seja. Você não terá comunhão com tudo para nós, e, em parte, como
Deus, nem será “vitorioso”. Você resultado de nossa empenho em le-
não pode brincar com o pecado e, ao var alguém diante do Senhor. O que
mesmo tempo, vencê-lo, ainda que nos falta é esta intimidade com Ele,
às vezes seja esperto e camufle a der- ou seja, a verdadeira santidade. Per-
rota. demos a Deus no meio do serviço
“Quem subirá ao monte do SE- cristão.
NHOR? Quem há de permanecer no seu Ele ainda está perto de nós, se O
santo lugar?” quisermos. Não desfrutamos dEle,
A tragédia é que desenvolvemos porque não O procuramos e porque
um senso distorcido de valores, de O procuramos apenas como um su-
modo que, em nosso coração, es- plemento para nosso serviço cristão.
tamos mais preocupados em ser Nós encontraremos a Ele e a verda-
“usado” ou “ter um testemunho efi- deira santidade, quando O buscarmos
ciente” do que em ser santificado e de todo o nosso coração.
ter comunhão com Deus. Enquanto isso, tenhamos cuida-
Muitos de nós se importam mais do para que, em nossa preocupação
em ter uma vida cristã bem-sucedida com “eficiência”, não vendamos
do que em subir ao monte do Senhor. nosso direito de primogenitura por
Embora odiemos admitir tal coisa, um “prato de lentilhas” (Gn 25.31-
pensamos realmente que a comunhão 34).
✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩
8 Fé para Hoje

A MENSAGEM DO CRISTIANISMO
Jim Adams

A palavra “evangelho” des- guma, ser afetada. Aquilo que cha-


creve a mensagem do cristianismo. mamos de espaço infinito é apenas
Na epístola de Paulo aos crentes de uma mancha pequena no horizonte do
Roma, encontramos uma proclama- olhar divino. Aquilo que chamamos
ção detalhada das doutrinas do cristi- tempo infinito é, aos olhos de Deus,
anismo. As grandes verdades da Bí- como o dia de ontem que passou. Ele
blia estão ali condensadas pelo Espí- é sublime em sua glória inatingível,
rito Santo em uma das mais profun- a sua vontade é a lei irresistível de
das obras literárias existentes. Na pri- toda a existência, e com essa lei to-
meira sentença dessa obra-prima, en- dos os acontecimentos se conformam.
contramos a expressão “o evangelho Deus é incomparável em majestade e
de Deus”. A mensagem do cristia- está revestido de poder; a justiça e a
nismo é uma mensagem de Deus, vis- retidão são os fundamentos do seu tro-
to que Ele é o seu Autor, seu mais no. Ele se assenta nos céus e faz o
importante Assunto e seu Intérpre- que Lhe agrada (Sl 115.3). Este é o
te. Deus a respeito de Quem dizer que é
o Senhor de toda a terra significa fa-
lar tão pouco sobre Ele, que equivale
1. O AUTOR DO EVANGELHO —
a dizer nada.” 1 Este é o Autor do
DEUS, O PAI
evangelho.
Sua Pessoa: O autor do evan-
gelho é incompreensível (Is 40). Ele Seu plano: O evangelho é boas-
é o Senhor Deus Todo-Poderoso, que novas para o homem caído. Deus
os céus e a terra não podem conter, poderia ter destruído todo este mun-
para quem a terra é menor do que do pecaminoso. Mas o santo Criador
uma pequena poeira na balança. “Ele decidiu enviar seu Filho unigênito
não precisa de nada, e sua imaculada para salvar pecadores. Ele ordenou o
felicidade não pode, de maneira al- evangelho antes da fundação do mun-
A MENSAGEM DO CRISTIANISMO 9
do (1 Pe 1.20). Deus não resolveu cobrimos que centenas de pessoas O
salvar o homem por causa de qual- viram, depois que ressurgiu dos mor-
quer coisa que havia nele, visto que tos (1 Co 15.6). Sim, Jesus Cristo é
elaborou o plano de salvação antes mais do que um homem da História.
mesmo que o homem existisse (Ef 1). Ele é o Filho de Deus — Deus mani-
A mensagem do cristianismo não é festado em carne (Jo 1).
nova, mas se originou na mente eter- Por que o Deus todo-poderoso
na de Deus. O apóstolo Paulo, se humilhou e tomou sobre Si mes-
escrevendo a Timóteo, seu compa- mo a semelhança de carne peca-
nheiro de trabalho, afirmou que a minosa?
grande origem do evangelho é o pro-
pósito e a graça de Deus, “que nos Primeiro: Somos espiritual-
salvou e nos chamou com santa vo- mente ignorantes e necessitamos de
cação; não segundo as nossas obras, um mestre divino. “Disse, na verda-
mas conforme a sua própria determi- de, Moisés: O Senhor Deus vos
nação e graça que nos foi dada em suscitará dentre vossos irmãos um
Cristo Jesus, antes dos tempos eter- profeta semelhante a mim; a ele
nos, e manifestada, agora, pelo ouvireis em tudo quanto vos disser”
aparecimento de nosso Salvador Cris- (At 3.22). Cristo é o mestre que pre-
to Jesus, o qual não só destruiu a cisamos para conhecer a Deus.
morte, como trouxe à luz a vida e a
imortalidade, mediante o evangelho” Segundo: Sem Cristo, você é
(2 Tm 1.9-10). O Autor do evange- culpado e está condenado, necessitan-
lho não é o homem, e sim o Rei do de um Salvador, um Substituto
santíssimo de todo o universo. O ho- para remover os seus pecados, um
mem não pode entender corretamente grande Sumo Sacerdote para ofere-
o evangelho de Deus, a menos que cer um sacrifício de expiação su-
aceite essa verdade. ficiente para satisfazer a justiça de
Deus. “Este, no entanto, porque con-
tinua para sempre, tem o seu sacer-
2. O ASSUNTO DO EVANGELHO –
dócio imutável. Por isso, também
DEUS, O FILHO
pode salvar totalmente os que por ele
Jesus Cristo é a síntese e o con- se chegam a Deus, vivendo sempre
teúdo do evangelho de Deus. Surge, para interceder por eles. Com efei-
porém, aquela profunda pergunta: to, nos convinha um sumo sacerdote
quem é Jesus Cristo? Historicamen- como este, santo, inculpável, sem
te, Ele era um homem que viveu há mácula, separado dos pecadores e
cerca de dois mil anos. Ele possuía feito mais alto do que os céus, que
um corpo físico como qualquer ou- não tem necessidade, como os sumos
tro ser humano. Nós podemos sacerdotes, de oferecer todos os dias
contemplá-Lo quando seu corpo foi sacrifícios, primeiro, por seus pró-
esmurrado, lacerado com o chicote, prios pecados, depois, pelos do povo;
coroado com espinhos e pregado na porque fez isto de uma vez por to-
cruz do Gólgota. Em seguida, des- das, quando a si mesmo se ofereceu”
10 Fé para Hoje
(Hb 7.24-27). Jesus é o único que iluminação do conhecimento da gló-
pode remover a sua culpa e torná-lo ria de Deus, na face de Cristo” (2
limpo. Co 4.6).
Terceiro: Estamos em escravi- Temos de renunciar nossa auto-
dão e necessitamos de um Rei para suficiência como a medida de todas
nos libertar. Somos governados pe- as coisas. Um conhecimento sal-
las concupiscências da carne, pelas vífico de Deus não é uma realização
concupiscências dos olhos e pela so- humana, e sim um dom de Deus. Nin-
berba da vida; precisamos de um Rei guém pode vir a Cristo, se o Pai não
justo que nos liberte e nos governe. o trouxer (Jo 6.44). Um erudito con-
Jesus Cristo é esse Rei, que reinará temporâneo disse que o homem “não
até colocar todos os seus inimigos tem qualquer poder para agradar a
debaixo dos seus pés (1 Co 15.25). Deus. O homem não é capaz de fazer
O evangelho diz: “Crê no Senhor Je- outra coisa, além de permanecer no
sus e serás salvo” (At 16.31). Creia pecado. Por conseguinte, a salvação
em Jesus como seu Mestre, Sacer- do homem tem de ser uma obra que
dote e Rei. Se você confia em resulta totalmente da graça de Deus,
qualquer outra pessoa, e não em Cris- visto que o homem nada pode con-
to, você tem um falso Cristo, que não tribuir para a sua salvação. E qualquer
é o Cristo da Bíblia. apresentação do evangelho que afir-
me que Deus manifesta a sua graça
para com o homem, não salvando o
3. O INTÉRPRETE DO EVANGELHO
homem e sim tornando-o potencial-
— DEUS, O ESPÍRITO SANTO
mente capaz de salvar a si mesmo,
Por que alguns homens inteli- tal apresentação do evangelho preci-
gentes não crêem em Jesus, conforme sa ser rejeitada como uma mentira.
Ele é revelado nas Escrituras? Pela Toda a obra de salvação do homem,
mesma razão por que, embora o sol desde o começo até ao final, é uma
proporcione luz a todos os homens, realização de Deus. E toda a glória
para que vejam com clareza, alguns da salvação tem de ser tributada a
não podem ver. O homem é espiritu- Ele”.2 Você precisa olhar para o Se-
almente cego e necessita de um nhor Jesus, e não para si mesmo, a
intérprete. Você precisa do auxílio fim de obter a salvação.
divino para ver Cristo. Não é culpa O Senhor Jesus disse: “Tudo me
do sol que alguns homens não vêem. foi entregue por meu Pai. Ninguém
O problema está na própria cegueira conhece o Filho, senão o Pai; e nin-
de tais homens. Espiritualmente, o guém conhece o Pai, senão o Filho e
homem é cego e precisa que os olhos aquele a quem o Filho o quiser reve-
de seu entendimento sejam ilumina- lar. Vinde a mim, todos os que estais
dos (Ef 1.18). Deus tem de res- cansados e sobrecarregados, e eu vos
plandecer no coração do homem. aliviarei” (Mt 11.27-28). Você nun-
“Porque Deus, que disse: Das trevas ca poderá ter alívio, enquanto não
resplandecerá a luz, ele mesmo res- descansar no Senhor Jesus Cristo.
plandeceu em nosso coração, para Se você ainda não está descan-
A MENSAGEM DO CRISTIANISMO 11
sando em Cristo, recomendo que re- e sobrecarregados, e eu vos alivia-
corra à misericórdia de Deus, pedin- rei” (Mt 11.28).
do que o seu Filho revele-se a Si mes-
_________
mo para você, reconhecendo isto:
todo o que o Pai dá a Cristo virá a 1. B. B. Warfield, Biblical and
Ele, e aquele que vem a Cristo ja- Theological Studies, p. 513.
mais será lançado fora (Jo 6.37). 2. J. I. Packer, Introduction to
Lembre-se de que Jesus disse: “Vinde Martin Luther, The Bondage of the
a mim, todos os que estais cansados Will, p. 48.

Se a trombeta der som incerto,


quem se preparará para a batalha?
1 Coríntios 14.8

Hoje em dia, temos perto de nós uma classe de homens que


falam de Cristo e até pregam o evangelho, mas depois pregam
igualmente muitas coisas que não são verdadeiras, destruindo o
bem que fizeram e induzindo os homens ao erro. Eles querem ser
considerados "evangélicos", mas, na verdade, pertencem a uma
escola antievangélica. Observem esse tipo de pessoa. Tenho ou-
vido dizer que uma raposa, quando perseguida muito de perto pelos
cães, finge ser um deles e corre com eles. É isso o que alguns
estão desejando agora: que as raposas pareçam cães. Mas, no
caso da raposa, o cheiro acentuado que ela libera em breve há de
traí-la, e os cães depressa a descobrirão. Do mesmo modo, o cheiro
de falsa doutrina não é ocultado facilmente, e o jogo não continuá-
rá por muito tempo. Existem pregadores dos quais é difícil dizer se
são raposas ou não; no entanto, todos os homens devem saber
aquilo que somos enquanto vivermos. Eles não devem ter dúvidas
quanto àquilo em que acreditamos e ensinamos. Não hesitaremos
em proferir as palavras mais severas que pudermos encontrar em
nossa língua, nem vacilaremos em utilizar as frases mais simples
que pudermos construir, para anunciar aquilo que consideramos a
verdade fundamental.
C. H. Spurgeon
(Trecho do sermão "A Maior Luta do Mundo")
12 Fé para Hoje

PERGUNTAS PARA UM CANDIDATO


AO PASTORADO
Jim Elliff e Don Whitney

À s vezes, acontece que um pastor enfrenta oposição da parte daque-


las pessoas que antes o promoviam de maneira entusiástica. Por que isso
acontece? Com freqüência, isso ocorre por causa da comunicação superfici-
al que houve entre o pastor em potencial e os membros da igreja, antes de ele
assumir seu pastorado. Em nossos dias, é possível que um pastor seja esco-
lhido para uma igreja sem que perguntas sérias lhe sejam dirigidas, e, menos
ainda, perguntas a respeito de doutrina. Sugerimos que as igrejas tenham o
mais completo diálogo possível sobre os assuntos de doutrina, prática e esti-
lo de vida cristã. Se a igreja falhar em fazer isso, o próprio candidato ao
pastorado deve procurar esse tipo de diálogo. Tal procedimento protege
tanto o pastor quanto a igreja.
Dois outros assuntos são extremamente importantes. Primeiro, o can-
didato ao pastorado deve apresentar uma lista de referências. A igreja tem de
seguir com muita atenção essas referências e solicitar que as pessoas citadas
apresentem outros nomes como referência sobre o pastor. Deve-se tributar
atenção ao fato de que, às vezes, pessoas deixam de gostar de outras não por
causa dos erros destas. ( O próprio Senhor Jesus foi odiado.) A inquirição
por meio de referências lhes assegura que o pastor tem um bom testemunho
tanto da igreja como “dos de fora” (1 Tm 3.7). O questionamento das pes-
soas apresentadas deve centralizar-se na lista de 1 Timóteo 3.1-7 e Tito
1.5-9. Essas listas de qualificações foram escritas para servirem como ins-
trumento de observação das vidas de candidatos à liderança das igrejas, e
não como uma lista de perguntas a serem dirigidas aos candidatos. Essa
observação é extremamente importante. O ideal seria que a igreja convives-
se com o candidato ao pastorado, observando sua vida durante meses ou
PERGUNTAS PARA UM CANDIDATO AO PASTORADO 13
mesmo anos. Visto que, infelizmente, esse não é o padrão seguido pela
maioria das igrejas, vocês têm de depender muito de atentarem às referênci-
as fornecidas. Respostas superficiais e subjetivas da parte do próprio candidato
podem causar uma distorção da verdadeira situação. A avaliação que sugeri-
mos em seguida se refere às passagens bíblicas mencionadas, mas a sua
utilização pode ser mais abrangente. Vocês devem utilizá-las amplamente na
conversa com as pessoas apresentadas como referências. Isso não significa
que as passagens bíblicas citadas não são extremamente importantes no
questionamento que o candidato pode fazer para si mesmo.
Relacionada à primeira, existe uma segunda consideração: devem ser
feitos muitos esforços para apresentar à igreja os diversos aspectos da vida
do pastor em perspectiva, durante tanto tempo quanto possível, antes de
chegarem a alguma decisão. Esse tipo de apresentação não é um problema,
quando a igreja tem de escolher pastores dentre os seus próprios membros;
todavia, tal apresentação cria realmente um problema considerável para aque-
les que trazem um novo pastor de fora da igreja. Um fim de semana de
cultos não é suficiente para que as pessoas fiquem corretamente informadas.
Devemos lembrar: o pastor, se for chamado a pastorear, estará na igreja
durante um extenso período de tempo, influenciando nossas famílias e co-
munidade para Cristo. Sabemos que vocês estão prontos para receber um
novo pastor. Mas existe algo pior do que não ter um pastor — ter o pastor
errado.
Apresentamos nossa sugestão final: depois das conversas iniciais, pen-
sem em ter gravadas ou escritas as respostas destas perguntas, por parte
daquele que é o mais sério candidato ao pastorado da igreja. Perguntem-lhe
se o seu interesse é tão grande, que ele aceitaria avançar para esse estágio de
inquirição, dizendo-lhe que isso tomará boa parte de seu valioso tempo.
Esse questionamento mais profundo é para aqueles que demonstram um ní-
vel de interesse elevado. Perguntas esclarecedoras podem ser feitas, posteri-
ormente, por telefone ou conversas pessoais. Um grupo selecionado destas
perguntas pode ser dirigido ao candidato nas grandes reuniões da igreja, a
fim de permitir que o pastor em perspectiva fale sobre algumas de suas
crenças e outras perguntas lhe sejam apresentadas.
As perguntas alistadas em seguida não estão colocadas em ordem de
significância. Algumas delas podem não ser importantes para vocês. Talvez
vocês queiram acrescentar outras perguntas. Não existe o pastor perfeito.
No entanto, atenção a estas questões, juntamente com extensos períodos de
oração, ou mesmo jejum, pode lhes dar garantia de encontrar o pastor certo
para a sua igreja.

1. Existem muitas pessoas que professam seguir a Cristo, mas estão


enganadas. Que evidências você tem de que Deus lhe deu vida?
2. O que significa para alguém amar a Deus? De que maneiras você
percebe o verdadeiro amor bíblico para com Deus manifestado em sua pró-
14 Fé para Hoje
pria vida? Você percebe o verdadeiro amor bíblico para com Deus na vida
de sua esposa e de seus filhos?
3. O que a sua esposa sente a respeito de seu compromisso com o
pastorado? E como os seus filhos reagem?
4. Por que você acredita que Deus o quer no pastorado?
5. Examine cuidadosamente cada uma das qualificações bíblicas para
pastores e diáconos (1 Tm 3; Tt 1.5-9; At 6.1-6; 1 Pe 5.1-4). Quais são as
suas qualificações mais fortes? Com quais dessas qualificações você tem
mais dificuldade? Por que você acredita que essas áreas de dificuldade não o
desqualificam para o ministério? (Observe a expressão “é necessário” — 1
Tm 3.2.)
6. Um pastor é encarregado por Deus a pregar para a igreja e a pastorear
as pessoas de maneira individual. Que aspecto do ministério apela mais a
você? De que maneiras específicas você poderia ser auxiliado a desenvolver
suas habilidades nessas duas áreas?
7. Quais são os seus métodos de envolver-se nas vidas das pessoas,
enquanto as pastoreia e vela por suas almas?
8. Que atividades caracterizam seu interesse evangelístico? Como você
lida com o assunto do evangelismo pessoal e do coletivo?
9. O que você pensa a respeito do aconselhamento? Como você admi-
nistra a abundante necessidade de aconselhamento?
10. Quais são as suas práticas costumeiras e específicas a respeito de
disciplina espiritual (ou seja, oração, estudo bíblico, meditação, mordomia,
etc.)?
11. Como você descreve um pastor bem-sucedido e uma igreja bem-
sucedida?
12. Em que bases o pastor pode ser considerado uma pessoa responsá-
vel? Que relacionamentos de sua vida fornecem senso de responsabilidade
por suas atitudes e comportamento, tanto em sua vida pessoal como em seu
ministério pastoral?
13. Quais são os seus autores, teólogos e comentaristas evangélicos
favoritos? Por quê? Que livros você leu recentemente?
14. Descreva uma ocasião em que você fez tentativas de reformar a
igreja em alguma área importante. Quais foram os resultados? O que isto
custou para você mesmo?
15. Descreva seu estilo de liderança. Quais têm sido alguns de seus
pontos fracos e de seus pontos fortes?
16. Quando você enfrentou oposição, isso ocorreu na maior parte das
vezes por causa de seu estilo de liderança, de sua personalidade, de suas
crenças ou de alguma outra coisa?
17. De acordo com sua observação, que doutrinas precisam de ênfase
especial em nossos dias?
18. O que é o verdadeiro arrependimento bíblico?
19. O que é a verdadeira fé bíblica?
PERGUNTAS PARA UM CANDIDATO AO PASTORADO 15
20. Explique a justificação pela fé. Qual a diferença entre o ponto de
vista do Catolicismo Romano e o ponto de vista bíblico a respeito da justifi-
cação pela fé?
21. Explique seu ponto de vista a respeito da santificação. Quais são os
vários meios que Deus usa para santificar o crente?
22. Uma pessoa pode ter Cristo como seu Salvador e não estar em
sujeição a Ele como Senhor? Explique.
23. Qual a sua posição a respeito da inerrância das Escrituras?
24. Explique a expressão bíblica “Batismo do Espírito”. Quando ocor-
re esse batismo?
25. Quais são as suas opiniões sobre o batismo em água?
26. De que maneira a Bíblia relaciona a soberania de Deus à salvação?
27. O que a Bíblia ensina a respeito da extensão da depravação do
homem?
28. O que a obra de expiação consumada por Cristo realizou em favor
dos crentes?
29. O que a Bíblia ensina a respeito da perseverança e da preservação
dos crentes?
30. Qual é a utilização correta da lei do Antigo Testamento?
31. Como você articula sua opinião a respeito dos assuntos escatológicos
e dos finais dos tempos?
32. Você crê que Jesus nasceu de uma virgem? Qual a importância
desta sua crença?
33. Qual a sua interpretação dos ensinos bíblicos sobre o inferno?
34. Você acredita que os acontecimentos descritos em Gênesis 1 a 11
são verdadeiros ou simbólicos?
35. O que a Bíblia ensina em referência aos dons espirituais? Descreva
sua opinião a respeito de profecias e falar em línguas.
36. O que você pensa sobre o divórcio e o novo casamento? Você
segue estritamente esses pensamentos em sua prática?
37. Qual a sua opinião sobre a frase “é necessário, portanto, que o
bispo [pastor] seja... esposo de uma só mulher” (1 Tm 3.2)?
38. Quais são as suas exigências para realizar uma cerimônia de casa-
mento?
39. Explique suas opiniões sobre a disciplina da igreja. Relate alguma
experiência pessoal.
40. Como você lidaria com um caso de escândalo ou imoralidade pra-
ticado por um membro da igreja?
41. O que você pensa a respeito do aborto?
42. Muitas crianças que pareciam ter sido convertidas na infância não
demonstram mais tarde qualquer evidência de conhecerem a Cristo. Como
você lida com crianças quando elas o procuram, para aconselharem-se a
respeito da conversão?
43. Qual é um método útil para receber novos membros na igreja?
16 Fé para Hoje
Quais são os requisitos para isso?
44. Qual a sua opinião sobre os estilos de música da igreja?
45. Quem deve conduzir a adoração na igreja? Por quê? Que métodos
de liderar a adoração corporativa são apropriados? Quais são impróprios?
46. O que a Bíblia diz sobre o propósito das reuniões semanais da
igreja?
47. Qual o seu ponto de vista a respeito do levantamento de recursos
monetários para os vários projetos da igreja? A igreja deveria pedir dinheiro
a pessoas que não pertencem à sua membresia?
48. Quais as suas convicções sobre dívidas na igreja local?
49. O que a Bíblia ensina sobre mulheres no ministério pastoral?
50. O que a Bíblia ensina a respeito de como a igreja deve tomar suas
decisões?
51. Como um pastor e sua igreja devem se relacionar com outras igre-
jas locais e (se filiada a uma denominação) no âmbito mais amplo? Você se
sente tranqüilo em cooperar com outras denominações? Você estabelece al-
gumas diretrizes?
52. Quais são as responsabilidades bíblicas dos presbíteros? Existem
distinções entre presbíteros, pastores e bispos?
53. Quais são as responsabilidades bíblicas dos diáconos? Como de-
vem se relacionar os diáconos e os pastores?
54. Que ênfase você atribui à liderança dos pais em suas famílias,
especialmente no que diz respeito à adoração familiar. Você se envolve pes-
soalmente na adoração familiar, juntamente com sua esposa e filhos?
55. Qual a sua visão missionária para a igreja? De que maneira você
está demonstrando interesse e envolvimento em missões?

Para ser um ministro bom e fiel, um pastor não tem de fornecer uma
resposta completa e imediata para todas essas perguntas. Em algumas dessas
perguntas, será aceitável se ele apenas disser: “Eu não sei”; ou: “Ainda não
tenho a minha opinião completamente desenvolvida sobre este assunto”.
Entretanto, acautelem-se de um pastor que parece estar evitando apre-
sentar respostas claras. Certamente, em algumas dessas perguntas, ele achará
necessário definir termos e esclarecer sua resposta. Sigam em frente cautelo-
samente, até que ele torne sua opinião tão clara quanto possível.
Se necessário, podem ser feitas outras perguntas sobre assuntos como o
Movimento de Crescimento de Igreja, educação familiar, maçonaria, o
Movimento Nova Era, atividade política na igreja, relacionamento com outros
ministérios ou movimentos evangélicos, etc. Perguntas sobre outros assun-
tos doutrinários de grande importância devem ser feitas, se necessário (por
exemplo, a divindade de Cristo, a aceitação da Trindade, etc.). Tanto o
comitê de avaliação como a igreja devem ficar satisfeitos a respeito de qual-
quer assunto sobre o qual desejem discutir.
✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩
RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS 17

RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS


Como era comum aos jovens da sua época, Jonathan Edwards
escreveu uma lista de resoluções, comprometendo-se a viver uma
vida TEOCÊNTRICA em harmonia com os outros. Esta lista, resu-
mida neste artigo, foi escrita provavelmente no ano de 1722 e foi
crescendo ao longo dos anos, quando novas resoluções eram acres-
centadas. A lista tem um total de 70 resoluções. Os trechos resumi-
dos abaixo dão o exemplo da seriedade e firmeza com as quais
Jonathan Edwards encarava a vida.

E stando ciente de que sou in- que estava vivendo a última hora da
capaz de fazer qualquer coisa sem a minha vida.
ajuda de Deus; humildemente Lhe RESOLVI jamais cansar de pro-
rogo que, através de sua graça, me curar pessoas que precisem do meu
capacite a cumprir fielmente estas apoio e da minha caridade.
resoluções, enquanto elas estiverem RESOLVI jamais fazer alguma
dentro da sua vontade, em nome de coisa por vingança.
Jesus Cristo. RESOLVI manter vigilância
constante sobre a minha alimentação
RESOLVI que farei tudo aquilo e aquilo que bebo, para ser sempre
que seja para a maior glória de Deus comedido.
e para o meu próprio bem, proveito RESOLVI jamais fazer alguma
e agrado, durante toda a minha vida. coisa que, se visse outra pessoa fa-
RESOLVI que farei tudo o que zendo, achasse motivo justo para
sentir ser o meu dever e que traga repreendê-la ou menosprezá-la.
benefícios para a humanidade em RESOLVI estudar as Escrituras
geral, não importando quantas ou tão firme, constante e freqüente-
quão grandes sejam as dificuldades mente, que possa perceber com cla-
que venha a enfrentar. reza que estou crescendo continua-
RESOLVI jamais desperdiçar mente no conhecimento da Palavra.
um só momento do meu tempo; pelo RESOLVI esforçar-me ao máxi-
contrário, sempre buscarei formas de mo para que a cada semana eu cresça
torná-lo o mais proveitoso possível. na vida espiritual e no exercício da
RESOLVI jamais fazer alguma graça, além do nível em que estava
coisa que eu não faria, se soubesse na semana anterior.
18 Fé para Hoje
RESOLVI que me perguntarei ao na realidade, apenas algumas facetas
final de cada dia, semana, mês, ano, diferentes de uma afinidade com um
como e onde eu poderia ter agido Deus SOBERANO. Assim, Jonathan
melhor. Edwards tanto pregava sermões ví-
RESOLVI renovar freqüente- vidos sobre o fogo do inferno, quanto
mente a dedicação da minha vida a se expressava em poesia e de forma
Deus que foi feita no meu batismo e lírica em suas apreciações sobre a na-
que eu refaço solenemente neste dia, tureza, pois o Deus que criou o
12 de janeiro de 1722. mundo em toda a sua beleza, tam-
RESOLVI, a partir deste mo- bém é perfeito em sua santidade.
mento e até à minha morte, jamais Edwards combinava o exercício
agir como se a minha vida me per- mental e intelectual de um gigante
tencesse, mas como sendo total e com piedade quase infantil, pois ele
inteiramente de Deus. percebia Deus tanto como infinita-
RESOLVI que agirei da maneira mente complexo quanto como mara-
que, suponho, eu mesmo julgarei ter vilhosamente simples. Na sua igreja
sido a melhor e a mais prudente, em Northampton, sua consistente
quando estiver na vida futura. exaltação da majestade divina gerou
RESOLVI jamais relaxar ou de- muitas reações diferentes — primei-
sistir, de qualquer maneira, na minha ro ele foi exaltado como grande líder
luta contra as minhas próprias fra- e, em seguida, foi demitido do seu
quezas e corrupções, mesmo quando púlpito.
eu não veja sucesso nas minhas ten- Edwards sustentava a doutrina
tativas. de que o Deus onipotente exigia ar-
RESOLVI sempre refletir e me rependimento e fé das suas criaturas
perguntar, depois da adversidade e humanas; por isso, ele proclamava
das aflições, no que fui aperfeiçoa- tanto a absoluta soberania de Deus
do ou melhorado através das difi- quanto as urgentes responsabilidades
culdades; que benefícios me vieram dos homens.
através delas e o que poderia ter acon- ___________
tecido comigo, caso tivesse agido de (Mark Noll - Christian History,
outra maneira. vol. 6, no. 4. Originalmente
publicado em português pelo
Apesar da sua biografia apresen- Jornal Os Puritanos, Ano I,
tar contrastes dramáticos, estas são, Número 3, Agosto/1992).

✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩

“Jesus... tendo amado os seus


que estavam no mundo, amou-os até ao fim.”
João 13.1
CALVINISMO VERSUS ARMINIANISMO 19

CALVINISMO VERSUS ARMINIANISMO


David N. Steele e Curtis Thomas

Este breve artigo contrasta, de maneira clara e concisa, os


Cinco Pontos do Calvinismo com os Cinco Pontos do Arminia-
nismo. Foi extraído de Romans: An Interpretative Outline (Roma-
nos — Um Esboço Interpretativo).

CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO CINCO PONTOS DO CALVINISMO

LIVRE-ARBÍTRIO DEPRAVAÇÃO TOTAL


OU HABILIDADE HUMANA OU INCAPACIDADE TOTAL

Embora a natureza humana te- Por causa da Queda, o homem


nha sido gravemente afetada pela é, por si mesmo, incapaz de crer
Queda, o homem não foi deixado de maneira salvífica no evangelho.
em um estado de total incapacida- O pecador está morto, cego e sur-
de espiritual. Deus graciosamente do para as coisas de Deus; seu
capacita cada pecador a se arrepen- coração é enganoso e desesperada-
der e crer, mas Ele não interfere na mente corrupto. Sua vontade não é
liberdade do homem. Cada peca- livre, está em escravidão à sua na-
dor possui uma vontade livre e seu tureza pecaminosa; por isso, ele não
eterno destino depende de como ele escolhe — e realmente não pode
a utiliza. A liberdade do homem escolher — o bem, ao invés do mal.
consiste em sua habilidade de esco- Conseqüentemente, é necessário
lher o bem, em lugar do mal, nos muito mais do que apenas a assis-
assuntos espirituais. A vontade do tência do Espírito Santo, para trazer
homem não está escravizada à sua um pecador a Cristo; é necessário
natureza pecaminosa. O pecador acontecer a regeneração por meio
tem o poder de cooperar com o da qual o Espírito Santo vivifica o
Espírito de Deus e ser regenerado pecador e lhe dá uma nova nature-
ou de resistir a graça de Deus e pe- za. A fé não é algo que o homem
recer eternamente. O pecador per- contribui para a sua salvação; pelo
20 Fé para Hoje

dido necessita da assistência do Es- contrário, é uma parte do divino


pírito de Deus; todavia, ele não dom da salvação. A fé é um dom
tem de ser regenerado pelo Espíri- de Deus outorgado ao pecador, não
to Santo, antes que seja capaz de é um dom do pecador para Deus.
crer, pois a fé é um ato humano e
precede o novo nascimento. A fé é
o dom do pecador para Deus; é a
contribuição do homem para a sua
salvação.

ELEIÇÃO CONDICIONAL ELEIÇÃO INCONDICIONAL

Deus escolheu certos indivídu- Deus escolheu certos indivídu-


os para a salvação, antes da fun- os para a salvação, antes da fun-
dação do mundo, fundamentado em dação do mundo, fundamentado
sua previsão de que eles atenderi- tão-somente em sua vontade sobe-
am a chamada divina. Deus se- rana. A escolha divina de alguns
lecionou aqueles que Ele sabia cre- pecadores em particular não se ba-
riam, por si mesmos, esponta- seou em qualquer resposta de
neamente, no evangelho. A eleição, obediência por parte do pecador,
portanto, foi determinada ou con- vista por antecipação, tal como a
dicionada ao que o homem faria. fé, o arrependimento, etc. Deus
A fé que Deus viu antecipadamen- outorga a fé e o arrependimento a
te e sobre a qual Ele fundamentou cada pessoa que Ele mesmo esco-
sua eleição não foi dada por Deus lheu. Esses atos são o resultado e
ao pecador (nem criada pelo poder não a causa da eleição divina. A
regenerador do Espírito Santo); foi eleição, portanto, não foi determi-
o resultado exclusivo da vontade nada pela escolha ou condicionada
humana. Foi deixado inteiramente a qualquer qualidade virtuosa vista
ao homem aquilo que diz respeito de antemão no homem. Aqueles que
a quem haveria de crer e, deste Deus escolheu soberanamente, Ele
modo, quem seria eleito para a sal- os traz a aceitarem voluntariamen-
vação. Deus escolheu aqueles que te a Cristo, por intermédio do po-
Ele sabia escolheriam a Cristo, por der do Espírito Santo. Deste modo,
sua livre vontade. Assim a escolha a escolha do pecador por parte de
do pecador por Cristo, e não esco- Deus, e não a escolha de Cristo por
lha de Deus pelo pecador, é a causa parte do pecador, é a causa essen-
essencial da salvação. cial da salvação.
REDENÇÃO UNIVERSAL REDENÇÃO PARTICULAR
OU EXPIAÇÃO GERAL OU EXPIAÇÃO LIMITADA

A obra redentora de Cristo tor- A obra redentora de Cristo ti-


nou possível que cada homem seja nha o propósito de salvar apenas os
CALVINISMO VERSUS ARMINIANISMO 21

salvo, mas não assegura realmente eleitos e realmente assegurou a sal-


a salvação de ninguém. Embora vação para eles. A morte de Cristo
Cristo tenha morrido por todos os foi um suportar vicariamente a pe-
homens e em favor de cada indiví- nalidade do pecado, em lugar de
duo, somente aqueles que cre- certos pecadores específicos. Além
rem nEle serão salvos. A morte de de remover os pecados de seu povo,
Cristo capacitou Deus a perdoar pe- a redenção de Cristo assegura tudo
cadores sob a condição de que que é necessário à salvação deles,
creiam, mas realmente não remove incluindo a fé que os une a Cristo.
os pecados deles. A redenção reali- O dom da fé é aplicado de maneira
zada por Cristo torna-se eficaz infalível pelo Espírito Santo a to-
apenas se o homem decidir aceitá- dos aqueles em favor dos quais
la. Cristo morreu, garantindo, deste
modo, a salvação deles.

O ESPÍRITO SANTO PODE SER A GRAÇA EFICAZ


EFICAZMENTE RESISTIDO (OU IRRESISTÍVEL)

O Espírito Santo chama de ma- Em complemento da chamada


neira íntima todos aqueles que são externa e geral para a salvação, cha-
chamados exteriormente através do mada dirigida a todos que ouvem o
convite do evangelho. Ele faz tudo evangelho, o Espírito Santo esten-
o que pode para trazer o pecador à de aos eleitos uma chamada interior
salvação. Mas, visto que o homem e especial que inevitavelmente os
é livre, ele pode resistir com suces- traz à salvação. A chamada inte-
so a chamada do Espírito Santo. O rior (dirigida tão-somente aos elei-
Espírito Santo não pode regenerar tos) não pode ser resistida; sempre
o pecador, enquanto este não crer; resulta em conversão. Por intermé-
a fé (que é a contribuição do ho- dio dessa chamada especial, o
mem) precede e torna possível o Espírito Santo atrai de maneira
novo nascimento. Assim, a vonta- irresistível o pecador a Cristo. Ele
de do homem limita o Espírito não é limitado pela vontade huma-
Santo na aplicação da obra salvífica na em sua obra de aplicar a sal-
de Cristo. O Espírito Santo só pode vação; tampouco depende da coo-
atrair a Cristo aqueles que permiti- peração do homem para ser bem-
rem que Ele realize sua obra. Até sucedido. O Espírito Santo leva gra-
que o pecador responda favoravel- ciosamente o pecador eleito a
mente, o Espírito Santo não pode cooperar, a crer, a arrepender-se,
lhe dar vida. Por conseguinte, a gra- a vir espontânea e livremente a Cris-
ça de Deus não é invencível; ela to. A graça de Deus, portanto, é
pode ser, e com freqüência o é, re- invencível; ela nunca falha em re-
sistida e frustrada pelo homem. sultar na salvação daqueles a quem
ela é estendida.
22 Fé para Hoje

CAIR DA GRAÇA PERSEVERANÇA DOS SANTOS

Aqueles que crêem e são ver- Todos os que são eleitos por
dadeiramente salvos podem perder Deus, redimidos por Cristo e rece-
a sua salvação, por deixarem de pre- bem a fé por intermédio do Espírito
servar a sua fé, etc. Todos os Santo são eternamente salvos. Eles
arminianos não concordam nesse são guardados na fé pelo poder do
ponto; alguns afirmam que os cren- Deus todo-poderoso e, deste modo,
tes estão eternamente seguros em preservados até ao final.
Cristo e que, tendo sido regenera-
dos, eles não podem ser mais
perdidos.

DE ACORDO COM O ARMINIANISMO:


A salvação é um resultado da combinação dos esforços de Deus (que
toma a iniciativa) e do homem (que tem de responder à iniciativa divina),
mas a resposta do homem é o fato determinante. Deus providenciou a salva-
ção para todos; essa provisão, porém, se torna efetiva somente para aqueles
que, por sua própria vontade, escolherem cooperar com Deus e aceitarem
sua oferta de graça. Nesse ponto crucial, a vontade do homem desempenha
um papel decisivo. Assim, o homem, e não Deus, resolve quem serão os
recipientes da salvação.

DE ACORDO COM O CALVINISMO:


A salvação é realizada pelo poder do Deus triúno. O Pai escolheu um
povo, o Filho morreu por esse povo, e o Espírito Santo torna a morte de
Cristo eficaz, ao trazer os eleitos à fé e ao arrependimento, levando-os a
obedecerem voluntariamente ao evangelho. Todo o processo (eleição, re-
denção e regeneração) é uma obra de Deus, realizada tão-somente pela graça.
Assim, Deus, e não o homem, determina quem serão os recipientes do dom
da salvação.

✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩

A erudição e a posição eclesiástica não são provas


de que o ministro de Cristo é instruído pelo Espírito.
J. C. Ryle
O DIAGNÓSTICO E A IGREJA MODERNA 23

Eleição
Walter Thomas Conner

A Bíblia ensina não somente que Deus tem um plano geral


que está se realizando na história da humanidade, mas também
que o propósito de Deus se aplica ao indivíduo. Quando alguém
é salvo, isto não acontece como resultado do acaso, destino,
sorte ou acidente: é salvo como resultado da realização do eterno
propósito divino. Deus salva uma pessoa, porque resolveu fazê-
lo. Ele salva um homem em particular, em um tempo específico,
sob a influência de um determinado conjunto de circunstâncias,
porque Ele planejou assim fazer.
A eleição não significa que Deus estabeleceu um plano ge-
ral de salvação e decretou que toda pessoa que desejar será
salva, bem como não significa que aquele que quiser ser salvo
é um eleito no sentido de que se colocou no objetivo do plano
de Deus para a salvação do homem. É verdade que Deus decre-
tou que quem quiser aceitar o evangelho será salvo; mas a eleição
é algo mais específico e pessoal. Ela significa que Deus decretou
trazer certas pessoas à fé em Cristo, pessoas sobre as quais Deus
colocou seu coração desde a eternidade, pessoas que são objeto do
seu amor eterno.
Na Bíblia, a salvação é sempre atribuída a Deus. Salvar é
obra divina. No entanto, salvar inclui realizar a mudança de
coração e mente que chamamos conversão. Não é verdade que
o pecador em seu íntimo, por si mesmo, se arrepende e crê e,
em seguida, Deus entra no processo de salvação, trazendo-lhe
perdão. Não, Deus estava no processo de salvação desde o início.
Ele agiu para produzir arrependimento e fé. Trabalhou para criar
as circunstâncias sobre as quais Ele poderia conceder perdão. Ele
busca o pecador. Submetemo-nos a um Deus que nos atraiu a Si
mesmo. Nós O buscamos porque Ele nos buscou primeiro. O evan-
gelho de Cristo é o evangelho de um Deus que busca o homem.
Atrair-me a Cristo é a obra de Deus. Sem esse poder que atrai, os
homens não podem vir a Cristo (Jo 6.44).

É fácil confundir curiosidade intelectual com fome espiritual.


François Fenelon
24 Fé para Hoje

A INCAPACIDADE
DA VONTADE HUMANA
Arthur W. Pink

E stá na esfera da vontade hu- nharias em comparação com os re-


mana a capacidade de aceitar ou re- sultados morais e espirituais da Que-
jeitar o Senhor Jesus como Salvador? da! Somente quando examinamos as
Visto que o evangelho é anunciado Escrituras Sagradas, podemos obter
ao pecador e que o Espírito Santo o alguma idéia correta a respeito da
convence de sua condição de perdi- extensão dessa terrível calamidade.
do, está no poder de sua própria von- Quando dizemos que o homem é to-
tade resistir ou render-se a Deus? As talmente depravado, estamos afir-
respostas destas perguntas definem mando que a entrada do pecado na
nossa opinião a respeito da deprava- constituição humana afetou todas as
ção do homem. partes e todas as faculdades do ho-
Todos os crentes concordam com mem. A depravação total significa
o fato de que o homem é uma criatura que o homem, em seu corpo, alma e
caída. Mas, freqüentemente, é muito espírito, é escravo do pecado e servo
difícil determinar o que eles querem de Satanás — está andando de acor-
dizer ao utilizarem o vocábulo “caí- do com “o príncipe da potestade do
do”. A impressão geral parece ser ar, do espírito que agora atua nos fi-
esta: o homem não está mais na mes- lhos da desobediência” (Ef 2.2).
ma condição em que saiu das mãos Não precisamos argumentar em
do Criador; ele está sujeito a enfer- favor desta verdade; é um fato co-
midades e herdou tendências perver- mum da experiência dos homens. O
sas; mas, se empregar ao máximo as homem é incapaz de atingir suas pró-
suas habilidades, o homem será, de prias aspirações e concretizar seus
alguma maneira, capaz de desfrutar próprios ideais. Ele não pode fazer
o máximo da felicidade. as coisas que gostaria de fazer. Existe
Oh! quão distante isso está da uma incapacidade moral que o pa-
terrível verdade! Enfermidades, do- ralisa. Esta é uma prova de que ele
enças e a morte física são apenas ni- não é um ser livre e que, ao contrá-
A INCAPACIDADE DA VONTADE HUMANA 25
rio disso, é um escravo do pecado e pecado. A vontade está sob o domí-
de Satanás. “Vós sois do diabo, que nio do pecado e de Satanás. Portan-
é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe to, a vontade não é livre. Em resu-
os desejos” (Jo 8.44). mo, as afeições amam e a vontade
O pecado é muito mais do que escolhe de acordo com o estado do
uma atitude ou uma série de atitudes; coração; e, visto que este é engano-
é a constituição do próprio homem. so e desesperadamente corrupto,
O pecado cega o entendimento, mais do que todas as coisas, “não há
corrompe o coração e separa o quem entenda, não há quem busque
homem de Deus. E a vontade do a Deus” (Rm 3.11).
homem não escapou dos efeitos do

“AQUELE QUE INVOCAR O NOME DO SENHOR”


João Calvino

E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR


será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os
que forem salvos, como o SENHOR prometeu; e, entre os
sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar.
Joel 2.32

Deus afirma que a invocação de seu nome, em uma situação


de desespero, é um refúgio seguro. O que Joel havia profetizado
era terrível — toda a ordem da natureza seria mudada de tal modo,
que não aparecia qualquer sinal de vida, e todos os lugares ficariam
repletos de trevas. Portanto, neste versículo, era como se Joel es-
tivesse dizendo que, se os homens invocassem o nome de Deus, a
vida seria encontrada mesmo no sepulcro.
Visto que é Deus quem convida o perdido e morto, não há mo-
tivo para que as mais intensas aflições obstruam o nosso acesso ou
o de nossas orações até Deus. Se existe uma promessa de salvação
e livramento para todos os que invocarem o nome do Senhor, con-
cluímos que, conforme o apóstolo Paulo argumentou, a doutrina do
evangelho também é para os gentios. Haveria grande presunção
em nós mesmos, se nos apresentássemos diante de Deus, sem que
Ele nos houvesse outorgado a confiança e a promessa de ouvir-nos.
Aprendemos disso que, embora Deus possa afligir muito a sua igreja,
ela será perpetuada no mundo, visto que não pode ser destruída,
assim como não pode ser destruída a verdade de Deus, imutável e
eterna.
26 Fé para Hoje

A SOBERANA VONTADE DE DEUS


Don Haddleton

E m qualquer época, desastres Mesmo aqueles que, no meio


e tempos difíceis podem vir sobre o evangélico, abraçaram o evangelho
crente: a morte de uma pessoa que- “da riqueza e da saúde” e suas
rida, enfermidade, perdas irrever- multiformes variações, reconhecem
síveis nos negócios, divisões na fa- que suas próprias vidas negam o en-
mília, etc. Poderíamos continuar a sino deste evangelho. Eles têm
lista, acrescentando-lhe nossas expe- experimentado provações em suas
riências pessoais. De maneira con- vidas. Conhecendo o ensino claro
trária ao ensino bastante divulgado das Escrituras a respeito das aflições
nas igrejas, os crentes não estão isen- que sobrevirão às nossas vidas, pre-
tos de problemas e aflições dos quais cisamos, como eleitos de Deus,
a carne humana é herdeira. Na ver- entender os motivos que estão por trás
dade, os crentes têm de esperar que das provações. Temos de vigiar nos-
compartilharão plenamente de sofri- sas reações e o modo como nos com-
mentos neste mundo, por serem portamos quando estamos passando
filhos de um Deus vivo. O Senhor por essas provações.
Jesus mesmo lhes prometeu persegui- As aflições sobrevêm às nossas
ções nesta vida. Se não estamos vidas, pelo menos, por meio destes
passando ou sendo atribulados por al- três instrumentos:
gum teste ou prova de nossa fé,
devemos parar e questionar a nós 1. Por meio de nossas atitudes
mesmos sobre a realidade de nossa imprudentes, julgamentos incor-
experiência cristã. As Escrituras afir- retos, idéias extravagantes, or-
mam claramente que o Senhor dis- gulho e falta de discernimento es-
ciplina todos aqueles que são seus fi- piritual.
lhos. Se não estamos sendo dis-
ciplinados, o autor inspirado afirmou 2. Por meio das atitudes irre-
com ousadia que somos bastardos (Hb fletidas ou deliberadas de outras
12.8). pessoas. Estas são áreas sobre as
A SOBERANA VONTADE DE DEUS 27
quais temos pouquíssima influên- vida, e não para a verdadeira fonte
cia. destas aflições e provações. Nós as
3. Por meio do curso natural vemos como se viessem do homem e
dos acontecimentos. Estas são áre- até do diabo, e não as vemos como
as sobre as quais não temos se viessem das mãos de um Deus so-
nenhum controle ou influência. berano e amável. Atribuímos tudo à
“má sorte”, a um “acidente” ou mes-
Temos de aceitar, pelo menos mo a uma “ação do inimigo”. As-
em alguma medida, a responsabili- saltamos o trono da graça com a
dade pelas aflições que nos sobrevêm súplica constante de que nossa afli-
como resultado de nossos próprios ção seja removida de nós. Mas
erros; mas, se a aflição permanece perdemos de vista o fato de que as
sobre nós, de- Escrituras reve-
monstramos a lam o Senhor
g
tendência de re- como a causa fun-
clamar para Deus Mesmo aqueles que, no damental de todas
que as coisas es-
tão indo muito
meio evangélico, abraça- as coisas que so-
brevêm às nossas
longe e começa- ram o evangelho “da vidas, quer sejam
mos a duvidar de riqueza e da saúde” e boas, quer sejam
seu amor e de seus suas multiformes variações, más. Embora De-
motivos em per- us mesmo não se-
mitir que nossas
reconhecem que suas
ja o autor do pe-
aflições continu- próprias vidas negam cado, e não nos
em. As áreas o ensino deste evangelho. tente a pecar, e
mencionadas nos não nos leve ao
g
dois últimos pon- pecado, está cru-
tos são as que nos cialmente envol-
trazem as maiores dificuldades. vido em tudo que nos acontece. Na
“Como pode um Pai tão amoroso verdade, querido leitor, as próprias
permitir que tais coisas aconteçam provações que você está experimen-
aos seus próprios filhos?” Não po- tando agora fazem parte do plano de
demos emitir em público esse sen- Deus para a sua vida. Esta é a sobe-
timento. No entanto, em nossos sen- rana vontade de Deus para você.
timentos mais íntimos e, às vezes, A menos que você e eu chegue-
em nossas orações particulares, ex- mos ao ponto de crer e aceitar a
pressamos tais sentimentos petulan- soberania de Deus sobre as nossas
tes. vidas e sobre tudo o que nos acon-
Nossa incapacidade para enten- tece, não seremos capazes de reagir
der os motivos e aceitar as diversas de uma maneira cristã em relação a
aflições que sobrevêm à nossa vida tudo que nos ocorre nesta peregrina-
resulta do fato de que olhamos para ção. Na verdade, não seremos ca-
os instrumentos humanos pelos quais pazes de lutar contra o mundo con-
estas aflições aparecem em nossa forme ele é hoje. Poderemos ser
28 Fé para Hoje
vencidos, desencorajados e alarma- gerido que amaldiçoasse a Deus e
dos, se não reconhecermos que Deus, morresse; Jó, porém, ainda que não
por meio de sua vontade soberana e pudesse entender o motivo, discerniu
imutável, está no pleno controle de corretamente que todas as suas afli-
todas as coisas. É absolutamente ne- ções haviam sido, de alguma ma-
cessário que nos apeguemos a esta neira, enviadas por Deus. Jó estava
doutrina da soberana vontade de Deus expressando o fato de que, embora o
em, por meio de e sobre todas as homem seja uma criatura racional e
coisas. Nada em nossa vida é aciden- responsável por suas decisões e ati-
te, incidente ou coincidência. tudes, Deus ainda é soberano e realiza
Jó reconheceu isto, quando dis- a sua própria vontade, sem pisotear
se, em meio às suas terríveis aflições: a nossa. Esta soberania de Deus é a
“Temos recebido o bem de Deus e rocha sobre a qual repousa a conso-
não receberíamos também o mal?” lação do crente.
(Jó 2.10) A sua esposa lhe havia su-

DEUS É SOBERANO
E O HOMEM É RESPONSÁVEL
R. B. Kuiper

Não se pode imaginar a soberania de Deus como se ela


eliminasse a responsabilidade do homem. Como os mais cultos
e competentes teólogos e filósofos se mostraram incapazes de
conciliar soberania divina com responsabilidade humana peran-
te o tribunal da razão, sempre se corre o risco de dar ênfase a
uma delas em detrimento — ou mesmo com a exclusão — da
outra. Mas a Bíblia ensina as duas verdades com grande ênfa-
se. Aquele que aceita com humilde fé a Bíblia como a infalível
Palavra de Deus, dará vigoroso destaque tanto a uma como à
outra. Portanto, o pregador do evangelho tem de dizer ao peca-
dor não apenas que a salvação é somente pela graça soberana,
mas também que, para ser salvo, ele precisa crer em Jesus
Cristo como Salvador e Senhor. Por um lado, deve pregar que
os eleitos de Deus serão salvos com toda a segurança; por outro
lado, deve proclamar a advertência de que aquele que não crê
no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre
ele (João 3.36).
O FIM DO MUNDO 29

O FIM DO MUNDO
O. Palmer Robertson

M uitas pessoas não o sabem, veio a este mundo, como alguém es-
mas este mundo chegará ao fim. Elas pecialmente comissionado por Deus,
pensam que o mundo existirá por o Pai. Ele nasceu de uma virgem,
tempo indeterminado, devido ao fato curou enfermos e ressuscitou mor-
que ele permanece da mesma manei- tos; ao ser crucificado e morto,
ra desde que o conhecem. Alguns sofreu o castigo que os pecadores
imaginam: quando o nosso sol ex- mereciam; ressuscitou dentre os mor-
tinguir-se, então, o mundo chegará tos ao terceiro dia e agora está
ao fim; ou: se acontecer uma guerra entronizado, com poder, à direita de
nuclear, a humanidade deixará de Deus.
existir. Entretanto, independente- Ele virá a este mundo novamen-
mente dessas perspectivas, as pesso- te. Mas, naquela ocasião, será em
as sentem que o mundo simplesmen- glória, com todos os anjos de Deus.
te perpetuará sua existência. Sua volta não será apenas uma mani-
Aqueles que mantêm esse ponto festação espiritual; Ele retornará em
de vista ignoram duas coisas. Primei- forma física, de modo que todos os
ra: o mundo já sofreu uma destruição homens O vejam. Eles saberão que é
catastrófica, ou seja, o Dilúvio, na o próprio Senhor Jesus e não outra
época de Nóe. Deus julgou o mundo pessoa qualquer (Mt 24.27-44).
antigo por causa de sua depravação e
executará juízo sobre o mundo no-
2. OS MORTOS SERÃO RESSUSCI-
vamente. Segunda: as palavras de
TADOS
Jesus e da Bíblia a respeito do fim
do mundo. Deus, que no princípio criou o
O que podemos conhecer sobre homem do pó da terra e soprou em
o fim deste mundo? O que nos espe- suas narinas o fôlego da vida, trará
ra adiante? Considere estas seis de volta à vida todas as pessoas que
verdades sobre as quais você pode ter já viveram na face da terra. O mar
certeza. entregará os seus mortos. Os sepul-
cros serão esvaziados. Deus, por
intermédio de seu poder criativo,
1. JESUS VOLTARÁ
fará os mortos reviverem (Ap 20.11-
Jesus, o eterno Filho de Deus, já 15).
30 Fé para Hoje

3. OS CÉUS E A TERRA QUE AGORA e banidos da presença de Deus. Se-


rão punidos com justiça de acordo
CONHECEMOS SERÃO DESTRUÍDOS
com as obras ímpias que praticaram
Deus prometeu que águas de di- (Mt 25.32-46).
lúvio jamais cobrirão a terra outra
vez. Enquanto a terra existir, haverá
6. SERÁ INICIADA A ÚLTIMA ERA,
dia e noite, e as estações do ano con-
QUE CONTINUARÁ POR TODA A
tinuarão. Mas virá o dia em que toda
ETERNIDADE
a terra, outros planetas e estrelas dis-
tantes serão destruídos (2 Pe 3.1-12). Na eternidade passada, a terra
não existia. Então, Deus falou e um
mundo perfeito veio à existência (Gn
4. NOVOS CÉUS E UMA NOVA TER-
1.31). Todavia, a rebeldia dos pri-
RA SERÃO CRIADOS
meiros seres humanos contra a auto-
Deus não será frustrado em seu ridade de Deus trouxe o mundo a uma
plano de estabelecer um mundo onde condição de depravação pecamino-
não existe pecado, tristeza e dor. sa. Em sua misericórdia, Deus pro-
Após destruir este mundo corrompi- meteu enviar um Salvador, que
do, juntamente com toda a sua venceria o diabo e as forças malig-
depravação e pecaminosidade, Ele nas (Gn 3.15). No tempo certo, Je-
criará novos céus e nova terra. Nes- sus Cristo veio ao mundo. Após
tes haverá beleza e harmonia em consumar sua obra redentora, Ele
todos os lugares. Santidade e amor comissionou seus seguidores a pro-
estarão presentes em todos os rela- pagar as boas-novas sobre a salvação
cionamentos. O pecado e o mal já a todos os confins da terra (Mt 28.18-
não mais existirão nos corações dos 20).
homens (2 Pe 3.13). Estas são as grandes épocas que
o mundo, nossa habitação, tem ex-
perimentado até agora. Mas ainda
5. SERÁREALIZADO UM GRANDE
falta uma grande Era. Esta conti-
JULGAMENTO
nuará para sempre. Nesta última Era,
Todas as criaturas, tanto anjos pureza e paz existirão em perfeição.
como homens, se apresentarão dian- Jesus Cristo será honrado pelos ho-
te de Deus a fim de prestarem contas mens e os anjos por causa da grande
de tudo que houverem feito. Quan- obra de redenção que Ele realizou
do as cortinas forem abertas para este (Fp 2.9-11; Ap 5.8-14).
último julgamento, as pessoas serão Esta última Era surgirá em bre-
posicionadas à direita ou à esquerda ve. Através de arrepender-se de seus
do trono de Deus. Os que estiverem pecados e crer no Senhor Jesus Cris-
à direita desfrutarão de bênçãos eter- to, como o Salvador dos pecadores,
nas; serão recompensados de acordo você pode desfrutar dessas bênçãos
com as boas obras que realizaram. de Deus, por toda a eternidade. A
Mas os que estiverem à esquer- porta da oportunidade está aberta a
da serão condenados à eterna perdição todos os que vierem a Cristo.
QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO? 31

QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?


Peter Jeffery

U m dos mais populares pro- errado. O homem sabia a resposta


gramas de TV da atualidade, tanto correta e até propôs qual era tal res-
na Inglaterra como nos Estados Uni- posta; todavia, o medo de perder
dos, é o programa de perguntas e res- 468.000 libras o deixou hesitante.
postas “Quem quer ser um milioná- Ele sabia a resposta correta, mas
rio?” estava com medo de se comprometer
Recentemente, no programa com ela. No final, ele não correu o
britânico, um homem chegou até à risco, para ganhar um milhão de li-
última pergunta, tornando-se o pos- bras. Se ele o tivesse feito, teria ga-
sível ganhador de um milhão de nhado. Naquela circunstância, você
libras. Ele disse que passou com fa- não pode culpá-lo — a certeza de ter
cilidade e confiança por todas as meio milhão pareceu-lhe melhor do
perguntas anteriores. Este homem que a possibilidade de ganhar um
não estava brincando. Ele sabia real- milhão de libras.
mente as respostas. Então, ele en- O que você teria feito no lugar
frentou a pergunta final, depois de dele?
haver ganhado meio milhão de libras.
Se respondesse de maneira errada, ele A coisa interessante é que mui-
perderia 468.000 libras do que já tas pessoas enfrentam um dilema se-
havia ganhado. Mas ele não tinha de melhante no que se refere a Deus.
responder a pergunta e poderia vol- Estou falando de pessoas que co-
tar para casa com as 500.000 libras. nhecem a verdade a respeito de
Logo que a pergunta final lhe Deus. Elas crêem no evangelho,
foi dirigida, e as quatro possíveis res- mas não se comprometem com aqui-
postas, apresentadas, eu sabia a lo que reconhecem ser a verdade.
resposta. Disse à minha esposa: “A
resposta é a letra ‘c’”. Mas eu estava Você é esse tipo de pessoa?
32 Fé para Hoje
Você sabe que é um pecador e que suas convicções e não haver prosse-
Jesus veio ao mundo para salvar os guido, para ganhar o prêmio maior.
pecadores. Sabe que precisa ser sal- O maior de todos os prêmios é
vo e que Jesus pode salvá-lo, e real- Cristo. Tê-lo como seu Salvador ul-
mente o fará, se você vier a Ele com trapassa qualquer coisa deste mundo.
arrependimento e fé. A questão não Significa possuir a paz com Deus e a
é: “Quem quer ser um milionário?”, segurança de um lugar no céu. Sig-
e sim: “Quem quer ser um verdadei- nifica conhecer a vitória sobre a morte
ro cristão? Ter os seus pecados per- e começar a desfrutar o dom da vida
doados? Tornar-se aceitável diante de eterna, outorgado por Deus.
Deus? Ir para o céu?” Você sabe que isso é verdade;
Você sabe que Jesus é a única então, por que não confia na verda-
resposta para o problema do seu pe- de? Não estou lhe pedindo que creia
cado, mas não quer se comprometer em uma história imaginária ou em
com o que reconhece ser a verdade. algo que você sabe estar errado. Es-
Você não quer fazer isso, porque tem tou pedindo que você se comprome-
medo do que pode perder. No entan- ta com aquilo que reconhece ser a
to, você perdeu de vista o que ga- verdade.
nhará com certeza, se vier a Cristo e Se você se tornar um milioná-
tornar-se um verdadeiro cristão. rio, chegará o dia em que terá de dei-
Sua posição não é semelhante à xar a sua riqueza. Você sabe que não
do homem do programa de pergun- pode levá-la consigo. Mas, se você
tas e respostas — afinal de contas, ele tiver Cristo como seu Salvador, pode
ganhou meio milhão de libras. Se tê-Lo por toda a eternidade. Você não
continuar rejeitando a Jesus, você somente pode levá-Lo consigo, Ele
perderá tudo. Não existe qualquer vai adiante de você, na morte, e o
ganho para aqueles que recusam a conduz seguro ao céu de Deus. Con-
oferta de Deus para a salvação. O verta-se a Jesus agora. Você sabe que
homem do programa de TV retornou o evangelho contém a promessa de
para casa feliz com o que ganhou. que Ele não o lançará fora. Busque a
Mas eu me pergunto se, depois, ele Jesus em oração, peça-Lhe perdão,
não se arrependeu, por não ter de- comece a desfrutar das riquezas que
monstrado coragem semelhante às você jamais pode perder.

✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩ ✩

O que impede o homem de entrar no reino dos


céus não é o fato de possuir riquezas, e sim o fato de
as riquezas o possuírem.
J. Caird

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