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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

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Contribuição da neurociência na formação no educador que atua
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no ensino fundamental I
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Teresa Martins Mendes Curto


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ORIENTADOR: Prof. Marta Relvas


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Rio de Janeiro
2019
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM


PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Contribuição da neurociência na formação no educador que atua


no ensino fundamental I

Apresentação de monografia à AVM como requisito


parcial para obtenção do grau de especialista em
Neurociência Pedagógica.

Por: Teresa Martins Mendes Curto

Rio de Janeiro
2019
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EPÍGRAFE

Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos.

Paulo Freire
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METODOLOGIA

Esse trabalho foi elaborado através de levantamentos de dados,


informações de artigos, livros que abordam o assunto tratado pela a
Neurociência e a formação docente. Os principais autores abordados nessa
monografia foram: Paulo Freire, Marta Relvas, Roberto Lent, entre outros.
17

A partir destes eventos históricos importantes para ambas as correntes,


pode-se chegar ao nível de conhecimento que temos hoje sobre o
funcionamento cerebral.

O holismo e o localizacionismo foram responsáveis por nortear algumas


das primeiras aplicações do exame neuropsicológico. A partir da evolução do
conhecimento sobre a estrutura e a função do sistema nervoso, a relação entre
as duas foi se fortalecendo e modificando alguns de seus preceitos básicos,
fundamentados por estudos com pacientes acometidos por diferentes tipos de
lesões, além de por estudos de neuroimagem estrutural e funcional.

Atualmente, sabe-se que funções são adquiridas ao longo da vida


graças à capacidade que diferentes estruturas neurais possuem de fortalecer
conexões mútuas, formando assim diversos circuitos neurais, onde se
encaixaria a terapia de reabilitação cognitiva.

2.2. A idade média

As ideias, baseadas na hipótese cardíaca, enfrentaram críticas dos


adeptos da chamada hipótese cerebral, que viam o cérebro como o
responsável pela atividade mental.

A hipótese cardíaca foi definitivamente abandonada a partir das


confirmações da hipótese cerebral. Entre essas confirmações encontram-se os
achados de Galeno (130-201 a.C.) obtidos a partir da dissecação do cérebro de
animais e cadáveres que contribuíram para teoria ventricular. Segundo esta
teoria, os ventrículos cerebrais eram a sede da mente e os resultados de
Galeno descreviam com precisão estas estruturas anatômico-fisiológicos.

Nesta época, os ventrículos causavam grande interesse entre os


anatomistas porque se destacam na aparência gelatinosa que o cérebro não
fixado apresentava. Segundo a teoria ventricular, haveria três ventrículos, o
19

Já na visão Holista, seria impossível ligar uma função específica à uma


área do cérebro, uma vez que seria capaz de, dada determinada lesão, o
cérebro reorganizar ou redirecionar essa atividade para uma outra região,
compreendendo assim o cérebro como um todo organizador das atividades
cerebrais.

2.4. Modernidade

Houve um desenvolvimento maior no estudo das relações entre cérebro


e comportamento a partir de FranzJ. Gall, no início do século XIX, com a
criação da frenologia. Sua concepção era a existência de uma correspondência
direta entre protuberâncias e depressões do crânio e do cérebro. Com essa
criação veio uma corrente localizacionista, pois as funções do cérebro seriam
facilmente localizadas a partir deste estudo.

Na tentativa de desmascarar a frenologia, Flourens, entregou a Gall um


cérebro de uma deficiente mental para ser feito um mapeamento frenológico. O
resultado apresentou traços de genialidade, e foi a partir disto, que Flourens
relacionou o cerebelo com a motricidade, o bulbo com a respiração e o cérebro
com a inteligência e a percepção. Mas, influenciado pela inspiração cartesiana
da época, sustentou que o funcionamento do cérebro era dependente da
massa cerebral e não da localização específica.

Em 1873, Wernicke, descobriu outra área cerebral relacionada


diretamente com a linguagem e abrindo espaço para pesquisas clínicas não-
localizacionistas. Ele foi um dos pioneiros na concepção de que o cérebro
funcionava conectando várias partes do sistema.

Ao contrário dos posicionamentos localizacionista H. Jackson enfatizou


que o sistema nervoso era subdividido por hierarquia funcional, sendo que
cada parte do mesmo correspondia a determinado nível de funcionamento.
Enfatizou, também, que cada uma das funções mentais superiores era
21

CAPÍTULO III

FORMAÇÃO DOCENTE NA PESPECTIVA DA NEUROCIÊNCIA

Segundo Relvas “A Neurociência quando dialoga com a Educação


promove caminhos para o professor tornar-se um mediador do como ensinar
com qualidade através de recursos pedagógicos que estimulem o aluno a
pensar sobre o pensar. Entretanto torna-se fundamental para o professor
promover os estímulos corretos no momento certo para que o aluno possa
integrar associar e entender. Esses estímulos quando emoldurados e aplicados
no cotidiano, podem ser transformados em uma aprendizagem significativa e
prazerosa no processo escolar. A Neurociência aplicada na Educação vem
como um estudo a mais, e não como “receita de bolo” ou uma “panacéia” de
todos os males da Educação para serem curados pela Neurociência. Não é
uma teoria e nem tão pouco uma tendência pedagógica. É um estudo científico
de como o cérebro pode aprender melhor e guardar saberes. A afetividade é à
base da motivação da aprendizagem.”

Quando falamos de educação na perspectiva da neurociência, estamos


falando de olhar o aluno além, é entender que quando falamos de
aprendizagem, estamos falando em processos neurais, redes que se
estabelecem, são neurônios que se ligam e formam novas sinapses.
Aprendizagem é um maravilhoso processo no qual o cérebro reage aos
estímulos do ambiente, tornando essas ativações das sinapses mais intensas.
A cada estímulo, temos circuitos que processam informações.

A neurociência então vem exatamente desvendar sobre o que antes não


entendíamos completamente. O cérebro, esse órgão maravilhoso, é
extremamente crucial nesse processo. Os seus lobos, regiões e sucos têm sua
função e sua importância em um trabalho de conjunto. Conhecer o papel do
hipocampo na consolidação de nossas memórias, a importância do sistema
límbico, responsável pelas nossas emoções, desvendar a região frontal, poder
23

relações, é também é reforçada pelas respostas positivas que recebe.


Compreender como se dá o aprendizado é uma intrincada relação entre
emoção e aprendizagem, é um desafio para os profissionais de educação.

3.2. Cognição e afetividade no processo de aprendizagem

Inúmeras etapas de evocação de memórias para que se estabeleça


relação com o que o desafia para então de fato “conhecer” ou aprender algo.
Está evocação se dá através de memórias intimamente ligadas às emoções,
pois as estruturas envolvidas nestes processos são, dentre elas, as que
compõem o sistema Límbico, tornando essas relações tênues. Isso em nível de
compreensão da cognição implica muito claramente que o processo de
significação daquilo que se pretende ensinar/aprender tem papel primordial
para a aprendizagem: a gente aprende a partir daquilo que nos faz sentido, nos
toca, nos "emociona" de alguma maneira.

Desse modo, entende-se que aspectos afetivos estão fortemente


relacionados às retomadas que fazemos pela memória e, assim sendo, aquilo
que se aprende. Baseando-se na a versão eletrônica do Dicionário Houaiss da
língua portuguesa, no que se à psicologia, afetividade traz como significado um
"conjunto de fenômenos psíquicos que são experimentados e vivenciados na
forma de emoções e de sentimentos". Essirmam que "[...] afetividade refere-se
à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo
externo/interno sempre acompanhado de sensações ligadas a tonalidades
agradáveis ou desagradáveis (por assim dizer) que privilegia o processo de
cognição não deve descartar em hipótese alguma a afetividade. Entendendo
que Cognição vem a ser a capacidade que nossos cérebros possuem ao
processar informações para transformá-las em conhecimento, entende mais
marcante – a qual pode conceber como emoção. Evidentemente que a
cognição ou processo cognitivo, se dá através dessas informações e
“decodificações” com base em um conjunto de habilidades cerebrais como
atenção, a imaginação, a associação, a percepção, o raciocínio e a memória. É
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envelhecimento, porém nunca é findada, pois perdura até o momento da morte.


Um cérebro bem estimulado aumenta a conexão entre as células nervosas,
sinapses, melhorando conseqüentemente a memória e a capacidade de
raciocínio. Isso reafirma a capacidade intelectual e genética do nosso cérebro
para a produção contínua de neurônios.

É fundamental que na atualidade o professor tenha conhecimento sobre


a neurociência, para que partindo desse pressuposto entenda como ocorre a
aprendizagem e saiba identificar novos métodos e técnicas para que o aluno
possa ter uma aprendizagem significativa. Portanto, aprender continuamente é
um atributo imprescindível para a evolução da humanidade, é um presente, que
o nosso magnífico e fantástico cérebro nos concederam.

É preciso que na atual conjuntura da sociedade seja imprescindível a


busca por novas propostas pedagógicas, que acompanhem os avanços da
sociedade e do mundo, que reafirmem a escola como lugar de conhecimento,
de convívio e de sensibilidade, para traçar caminhos pedagógicos pautados na
constituição da cidadania. O professor deve estar sempre atento, não focando
apenas na aprendizagem, mas sim no processo da mesma, ou seja, não
somente o que o educando aprendeu, entretanto como ocorreu esse
aprendizado. O aprendizado só ocorre se tiver algum significado para o
mesmo, tornando-os sujeitos ativos de uma aprendizagem significativa. Para
que alunos e professores, em uma caminhada conjunta, encontrem caminhos
pelos quais eles possam a cada dia mais construir o seu saber enquanto
individuo.

A evolução das pesquisas nesta área tem permitido o aumento do


conhecimento do funcionamento do sistema nervoso assim como a sua
amplitude de atuação nos processos desencadeados pela aprendizagem.

Em consideração ao tema da Neurociência podemos visualizar um de


seus conceitos, por meio da classificação realizada por Lent que:
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CONCLUSÃO

Diante das informações apresentadas podemos concluir que a


neurociência e seus conhecimentos a cerca do funcionamento do sistema
nervoso, atualmente, são pouco utilizados como ferramenta auxiliar no
processo educativo de ensino-aprendizagem.

Para que o professor hoje enfrentar a realidade social em que estamos


inseridos, é preciso que tenham uma nova postura, rompendo com o
tradicional, para que o ensino não seja uma simples reprodução que ignore as
vivências que são trazidas para além da sala de aula, principalmente os
saberes cotidianos e suas emoções que contribuem efetivamente para a
compreensão de sua realidade, destacando o valor do diálogo e da escuta,
através dessa abordagem que a Neurociência nos traz. É preciso fazer uma
crítica aos modelos que muitas vezes são impostos na sala de aula.

Dessa forma constatou-se que o estudo relacionado ao funcionamento


do sistema nervoso e do cérebro possibilita a inserção de novas ferramentas
de ensino, ampliando o rol de conhecimentos e permitindo o uso destes
conhecimentos como grandes aliados no desenvolvimento e a implantação de
atividades/aulas voltadas aos alunos e suas demandas de aprendizagem.
31

 LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios? Conceitos Fundamentais da


Neurociência. 2ª edição, São Paulo: Editora Artheneu, 2010.

 MAHONEY, A. A.; ALMEIDA, L. R. Sentimentos e emoções: um estudo


com professores do ensino superior. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED,
28., 2005, Caxambú. Anais... Caxambu: Anped, 2005. p. 1-7

 MALLOY-DINIZ, L.F.; MATTOS, P; ABREU,N ; et al. Neuropsicologia :


aplicações clínicas. Artmed Editora , Porto Alegre ,2016
Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=iBQlCwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT5&dq=localizacionismo&ots=
PNVd_iSIsF&sig=5yu2H5VqF21SErV3nNZ9vQdoXpo#v=onepage&q=lo
calizacionismo&f=false
Acessado em : 8 de janeiro de 2019

 MOREIRA, Eliane Dias. A importância da afetividade no processo-


ensino aprendizagem. 2007, PUC, SP.

 PINHEIRO, M. Aspectos históricos da neuropsicologia: subsídios


para a formação de educadores (Historical aspects of the
neuropsychology: a contribution to the educators
formation).Educar,Editora UFPR,Curitiba,n.25,p.175-196,2005.
Disponível em: https://revistas.ufpr.br/educar/article/viewFile/2244/1876
Acessado em: 09 de janeiro de 2019

 RELVAS, M. P. Neurociências e educação: Potencialidades dos gêneros


humanos na sala de aula. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009.

 RELVAS, M. P. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as


múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. 5. ed. Rio de Janeiro:
Wak Ed, 2011.
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crise pela qual passa a escola e a docência está em que a sociedade não tem
dado conta de seus ideais de progresso.

Arroyo (2000) trata também sobre as “competências” que devem nortear


a formação do profissional da educação. A primeira é cultivar a sensibilidade a
fim de compreender a diversidade e individualidade. A segunda é a visão critica
das estruturas escolares e de seu próprio trabalho, “conhecer melhor para
desconstruir a engrenagem desqualificadora em que se enreda sua condição e
trabalho docente”. Outra é entender o alargamento dos direitos, principalmente
o direito a formação plena, e “formar os profissionais deste ampliado direito
com as capacidades e as artes de reinventar novas situações de trabalho para
serem profissionais da garantia de direitos concretos.”.

Ao mesmo tempo em que existe um projeto de sociedade em curso no


país, bem como as políticas educacionais que se estreitam com os interesses
dos organismos empresariais da educação, é importante a necessidade da
construção de espaços que aglutinam os movimentos sociais que pensam um
projeto de educação representativo da classe trabalhadora brasileira.

É preciso existir esse exercício de análise dos ambientes educativos, já


que a educação é de extrema importância e analisar a importância e o reflexo
que a escola e a sociedade nos trazem. Diante disso, os educadores têm a
obrigação de passar essa educação para os alunos como primordial para o
crescimento intelectual.

A forma pela qual os educadores atuam em sua sala de aula com seus
alunos deixa claras as marcas que ficam registradas em seus alunos, sejam
elas de cunho positivo ou negativo. As relações que os alunos têm com o
ensino podem transformar o desenvolvimento do aluno, tudo vai depender de
como suas experiências que são vividas em sala transcorrem pelo seu campo
afetivo, no seu objetivo de conhecimento. Podemos dizer por tanto que se um
13

aluno teve um professor que o fazia se sentir incapaz, ele ficou marcado de
forma profundamente negativa.

A tarefa do docente vai além de simplesmente produzir ou reproduzir


saberes. Ele necessita estar convicto de que sua atividade é especial, é
política, é formadora. O professor que compreende seu papel na sociedade
ultrapassa a esfera do conhecimento e tem ciência do tipo de aluno que quer
formar para qual sociedade o está formando, e para que tipo de mundo
desenvolva a ação docente.

Para Freire (1991), ensinar, aprender e pesquisar lida com dois


momentos: o que se aprende o conhecimento já existente e o em que se
trabalha a produção do conhecimento ainda não existente.

Ensinar requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador,


enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação que separe as
pessoas em raça ou classes.

A educação é realidade em constante transformação. Uma constante


busca de algo novo, que justifique a crescente percepção que em nosso mundo
existe incertezas, onde o autoritarismo deve ser deixado de lado. Como diz
Moreira (2007):

Dessa forma, é interessante percebermos que a educação não


é algo estático. A educação é dinâmica, e como a vida, é um
permanente processo em movimento, em transformação.
Assim, a educação não pode ser vista como espaço de
sofrimento, de pura disciplina, de autoritarismo, pelo contrário,
a educação, na medida do possível, deve ser espaço de
prazer, de desenvolvimento, de alegria. A ação pedagógica
deve expressar uma ação amorosa. (Moreira, 2007, p.98)

Quando o educador não busca uma aproximação com o aluno,


ministrando suas aulas sem se preocupar com os diferentes indivíduos e sem a
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devida apropriação dos conteúdos que são apresentados, o resultado


realmente não será motivador.

O Ser professor hoje é viver o seu tempo com sensibilidade e


consciência, precisa saber lidar com as diferenças, ter flexibilidade e ajudar o
seu aluno a refletir. O professor é um parceiro de visão e experiência na
construção do conhecimento, assumindo o seu papel de promotor, orientador,
mediador, motivador e deve ser fonte de motivação para o aluno.

A sociedade e, principalmente, o poder público devem se convencer de


que necessitam de professores bem preparados e capacitados para que a
educação melhore. A humanidade precisa de educadores com visão
emancipada, que possibilitem transformar as informações em conhecimento e
em consciência crítica, para formar cidadãos sensíveis e que busquem um
mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos.

Toda pessoa que trabalha com educação, seja no Ensino Fundamental I


ou em qualquer esfera, está ajudando a formar cidadãos que construirão a
sociedade em que vivem.
15

CAPÍTULO II

NEUROCIÊNCIA: UMA TENDÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO

Ao se falar de formação docente e suas dificuldades, como foram


descritas no capítulo passado, podemos nos remeter a aprendizagem como o
marco central de uma educação. Diante disso, a neurociência aparece como
uma tendência para esse estudo, já que passamos a entender dentro de suas
potencialidades, como o cérebro aprende.

A Neurociência é o estudo do sistema nervoso, isto é, sua estrutura,


seu desenvolvimento, sua evolução, seu funcionamento, sua relação com o
comportamento e a mente, como também, suas alterações. A partir da
compreensão das funções neurológicas, podemos compreender melhor certas
patologias, criarmos novas intervenções terapêuticas e potencializarmos o
aprendizado (LENT, 2010).

2.1. A evolução das neurociências

Partindo do principio das neurociências, devemos fazer um


apanhado histórico, buscando entender historicamente o seu desenvolvimento.

Ao estudarmos a História das civilizações percebemos uma


preocupação acerca da mente humana. Entender as questões fundamentais da
natureza em relação à mente humana, sua sede e formação, remete a um
desenvolvimento das sociedades como um todo, na busca da complexidade e
da compreensão da existência e funcionamento daquilo que compreendemos
como mente.

É importante identificar os primórdios da neurociência, em uma


análise cronológica, podendo compreender as diversas correntes teóricas que
permearam as sociedades ao longo dos séculos até chegarmos ao que
entendemos, hoje, por neurociência.
16

.Com base nisso, podemos destacar o embate da neurociência a


cerca da visão localizacionista e a holista, no decorrer da história. Na corrente
localizacionista, acreditava-se que as diferentes partes do cérebro servem a
diferentes funções cognitivas. Já a visão holista, defendia que o cérebro
participaria como um todo na execução das diferentes funções mentais .

Na pré-história, os egípcios se destacaram pelo conhecimento a


respeito do sistema nervoso central devido ao processo de mumificação. O
registro foi feito em papiros, sendo o mais antigo encontrado, o “Papiro
Cirúrgico de Edwin Smith" de 1700 a.C. Já na Grécia Antiga, não possuía tanto
conhecimento sobre o funcionamento cerebral. O autor Alcmeon de Crotona e
os filósofos como Hipócrates, Platão e Aristóteles, observaram os aspectos
mentais e criaram suas teorias.

A técnica da trepanação, de perfurações do crânio por instrumentos


pontiagudos, foi usada no período paleolítico e foi difundida na Idade Antiga e
Média.

Na Idade Média, Galeno defendia a idéia de que a alma era sediada


nos ventrículos cerebrais, mas especificamente no líquido céfalo-raquidiano.

A corrente Localizacionista contou com dois eventos fundamentais: os


estudos da frenologia, proposta por Franz Josef Gall e Johannn Spurzheim, e
os estudos anátomo-clínicos feitos por Paul Broca. Broca e Wernicke que
descobriram áreas relacionadas à linguagem.

Já na vertente holista, Jackson,Luria e Vygotsky, já acreditavam em que


o cérebro funcionaria como um todo. A teoria do sistema funcional
desenvolvida por Luria, baseado na observação de pacientes de cérebros
lesados.
17

A partir destes eventos históricos importantes para ambas as correntes,


pode-se chegar ao nível de conhecimento que temos hoje sobre o
funcionamento cerebral.

O holismo e o localizacionismo foram responsáveis por nortear algumas


das primeiras aplicações do exame neuropsicológico. A partir da evolução do
conhecimento sobre a estrutura e a função do sistema nervoso, a relação entre
as duas foi se fortalecendo e modificando alguns de seus preceitos básicos,
fundamentados por estudos com pacientes acometidos por diferentes tipos de
lesões, além de por estudos de neuroimagem estrutural e funcional.

Atualmente, sabe-se que funções são adquiridas ao longo da vida


graças à capacidade que diferentes estruturas neurais possuem de fortalecer
conexões mútuas, formando assim diversos circuitos neurais, onde se
encaixaria a terapia de reabilitação cognitiva.

2.2. A idade média

As ideias, baseadas na hipótese cardíaca, enfrentaram críticas dos


adeptos da chamada hipótese cerebral, que viam o cérebro como o
responsável pela atividade mental.

A hipótese cardíaca foi definitivamente abandonada a partir das


confirmações da hipótese cerebral. Entre essas confirmações encontram-se os
achados de Galeno (130-201 a.C.) obtidos a partir da dissecação do cérebro de
animais e cadáveres que contribuíram para teoria ventricular. Segundo esta
teoria, os ventrículos cerebrais eram a sede da mente e os resultados de
Galeno descreviam com precisão estas estruturas anatômico-fisiológicos.

Nesta época, os ventrículos causavam grande interesse entre os


anatomistas porque se destacam na aparência gelatinosa que o cérebro não
fixado apresentava. Segundo a teoria ventricular, haveria três ventrículos, o
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primeiro associado às sensações, o segundo associado à razão e o


pensamento e o terceiro seria a o responsável pela memória.

A Igreja reconhecia a explicação de Galeno de que o fluido que


circulavam nos ventrículos seriam os espíritos e que estes determinavam os
comportamentos. Com apoio da Igreja, que tinha que forte influência sobre as
ideias da época, a teoria ventricular perdurou até boa parte da Idade Média.

O filósofo francês René Descartes (1596-1650), baseado nos princípios


do dualismo cartesiano, defende, no final do século XVII, a ideia de que a
mente e o corpo seriam entidades separadas e elas interagiam a partir de uma
estrutura encontrada no corpo humano, a glândula pineal. Esta glândula era
vista como a sede do espírito no corpo e por meio dela eram controlados os
comportamentos.

2.3. Visão Holista e Localizacionista

A hipótese cerebral tornou-se a ideia predominante desenvolveu-se um


intenso debate entre função versus estrutura deste centro de comando. No
centro da discussão, representando a vertente de função estavam os holistas e
a vertente estrutura os localizacionistas, onde, apesar de concordarem sobre o
cérebro como a sede do funcionamento mental também discordava sobre a
forma como esse controle seria possível. Para os holistas, o cérebro atuaria
como um todo, comandando as funções mentais e o comportamento, enquanto
que os localizacionistas acreditavam em um funcionamento fragmentado, de
forma que cada uma de suas regiões cerebrais teria uma função específica.

Numa perspectiva Localizacionista, apenas compreender o cérebro


como fundamental para a expressão da mente não é o suficiente. Também é
necessário entender como esse cérebro produz a mente, considerando que o
cérebro possui estruturas diferenciadas; e que a mente humana possui
processos mentais distintos.
19

Já na visão Holista, seria impossível ligar uma função específica à uma


área do cérebro, uma vez que seria capaz de, dada determinada lesão, o
cérebro reorganizar ou redirecionar essa atividade para uma outra região,
compreendendo assim o cérebro como um todo organizador das atividades
cerebrais.

2.4. Modernidade

Houve um desenvolvimento maior no estudo das relações entre cérebro


e comportamento a partir de FranzJ. Gall, no início do século XIX, com a
criação da frenologia. Sua concepção era a existência de uma correspondência
direta entre protuberâncias e depressões do crânio e do cérebro. Com essa
criação veio uma corrente localizacionista, pois as funções do cérebro seriam
facilmente localizadas a partir deste estudo.

Na tentativa de desmascarar a frenologia, Flourens, entregou a Gall um


cérebro de uma deficiente mental para ser feito um mapeamento frenológico. O
resultado apresentou traços de genialidade, e foi a partir disto, que Flourens
relacionou o cerebelo com a motricidade, o bulbo com a respiração e o cérebro
com a inteligência e a percepção. Mas, influenciado pela inspiração cartesiana
da época, sustentou que o funcionamento do cérebro era dependente da
massa cerebral e não da localização específica.

Em 1873, Wernicke, descobriu outra área cerebral relacionada


diretamente com a linguagem e abrindo espaço para pesquisas clínicas não-
localizacionistas. Ele foi um dos pioneiros na concepção de que o cérebro
funcionava conectando várias partes do sistema.

Ao contrário dos posicionamentos localizacionista H. Jackson enfatizou


que o sistema nervoso era subdividido por hierarquia funcional, sendo que
cada parte do mesmo correspondia a determinado nível de funcionamento.
Enfatizou, também, que cada uma das funções mentais superiores era
20

cometida por todo o cérebro, sendo que cada área do mesmo contribuiria, no
conjunto, com uma determinada parte para o funcionamento cognitivo.

O desenvolvimento da neurociência procede por diversos fatores,


alguns deles são as sustentações das posições unitaristas e localizacionista
durante o início do século XX e o grande desenvolvimento da psicanálise e o
interesse causado por ela. O crescente entendimento entre as neurociências e
as ciências do comportamento contribui com as pesquisas que buscam mostrar
com mais clareza e funcionamento do cérebro e sua conexão com o
funcionamento cognitivo.
21

CAPÍTULO III

FORMAÇÃO DOCENTE NA PESPECTIVA DA NEUROCIÊNCIA

Segundo Relvas “A Neurociência quando dialoga com a Educação


promove caminhos para o professor tornar-se um mediador do como ensinar
com qualidade através de recursos pedagógicos que estimulem o aluno a
pensar sobre o pensar. Entretanto torna-se fundamental para o professor
promover os estímulos corretos no momento certo para que o aluno possa
integrar associar e entender. Esses estímulos quando emoldurados e aplicados
no cotidiano, podem ser transformados em uma aprendizagem significativa e
prazerosa no processo escolar. A Neurociência aplicada na Educação vem
como um estudo a mais, e não como “receita de bolo” ou uma “panacéia” de
todos os males da Educação para serem curados pela Neurociência. Não é
uma teoria e nem tão pouco uma tendência pedagógica. É um estudo científico
de como o cérebro pode aprender melhor e guardar saberes. A afetividade é à
base da motivação da aprendizagem.”

Quando falamos de educação na perspectiva da neurociência, estamos


falando de olhar o aluno além, é entender que quando falamos de
aprendizagem, estamos falando em processos neurais, redes que se
estabelecem, são neurônios que se ligam e formam novas sinapses.
Aprendizagem é um maravilhoso processo no qual o cérebro reage aos
estímulos do ambiente, tornando essas ativações das sinapses mais intensas.
A cada estímulo, temos circuitos que processam informações.

A neurociência então vem exatamente desvendar sobre o que antes não


entendíamos completamente. O cérebro, esse órgão maravilhoso, é
extremamente crucial nesse processo. Os seus lobos, regiões e sucos têm sua
função e sua importância em um trabalho de conjunto. Conhecer o papel do
hipocampo na consolidação de nossas memórias, a importância do sistema
límbico, responsável pelas nossas emoções, desvendar a região frontal, poder
22

entender os mecanismos diante das dificuldades de nossos alunos é uma


busca constante. Cada órgão se conecta e se interliga nesse trabalho, onde
cada estrutura desempenha um papel importantíssimo no saber.

O profissional, que dentro da sua formação continuada, que busca


adentrar nesse universo tão vasto e complexo que a neurociência nos atrai,
tem respaldo para estabelecer novas estratégias profissionais, assim
promovendo uma condição facilitadora nos seus alunos.

3.1. Educação e afetividade

Um ponto principal que a neurociência nos trás é a afetividade, ela está


diretamente relacionada ao aprendizado. O maior desafio referente à
afetividade está relacionado com a dificuldade dos educadores em relação a
compreender o sujeito como todo, já que as emoções fornecem informações
sobre a importância dos estímulos exteriores e interiores do organismo, e
também, sobre as situações-problema onde os indivíduos se encontram
envolvidos num determinado contexto. Porque os seres humanos são animais
sociais e dispõem de cognição social e de inteligência emocional.

Segundo Lent “Na vida cotidiana, sempre que você se defronta com uma
determinada situação, há geralmente uma cena real ou imaginária que você
avalia com bases inicialmente em informações sensoriais: visuais, auditivas e
outras. Esse conjunto de informações é então ponderada segundo seu
significado emocional”

‘ O aprendizado é quase sempre mais fácil quando o indivíduo está bem


emocionalmente. Portando os sentimentos negativos duradouros diante de
distúrbios afetivos ou no estado de excitação exagerada, afetam a
sensibilidade em geral e a capacidade cognitiva. Além disso, as emoções estão
intimamente ligadas aos processos cognitivos, elas são essencialmente
importantes para a aprendizagem implícita e inconsciente, assim também para
as suas decisões. A autoconfiança para aprender aparece nas suas primeiras
23

relações, é também é reforçada pelas respostas positivas que recebe.


Compreender como se dá o aprendizado é uma intrincada relação entre
emoção e aprendizagem, é um desafio para os profissionais de educação.

3.2. Cognição e afetividade no processo de aprendizagem

Inúmeras etapas de evocação de memórias para que se estabeleça


relação com o que o desafia para então de fato “conhecer” ou aprender algo.
Está evocação se dá através de memórias intimamente ligadas às emoções,
pois as estruturas envolvidas nestes processos são, dentre elas, as que
compõem o sistema Límbico, tornando essas relações tênues. Isso em nível de
compreensão da cognição implica muito claramente que o processo de
significação daquilo que se pretende ensinar/aprender tem papel primordial
para a aprendizagem: a gente aprende a partir daquilo que nos faz sentido, nos
toca, nos "emociona" de alguma maneira.

Desse modo, entende-se que aspectos afetivos estão fortemente


relacionados às retomadas que fazemos pela memória e, assim sendo, aquilo
que se aprende. Baseando-se na a versão eletrônica do Dicionário Houaiss da
língua portuguesa, no que se à psicologia, afetividade traz como significado um
"conjunto de fenômenos psíquicos que são experimentados e vivenciados na
forma de emoções e de sentimentos". Essirmam que "[...] afetividade refere-se
à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo
externo/interno sempre acompanhado de sensações ligadas a tonalidades
agradáveis ou desagradáveis (por assim dizer) que privilegia o processo de
cognição não deve descartar em hipótese alguma a afetividade. Entendendo
que Cognição vem a ser a capacidade que nossos cérebros possuem ao
processar informações para transformá-las em conhecimento, entende mais
marcante – a qual pode conceber como emoção. Evidentemente que a
cognição ou processo cognitivo, se dá através dessas informações e
“decodificações” com base em um conjunto de habilidades cerebrais como
atenção, a imaginação, a associação, a percepção, o raciocínio e a memória. É
24

perceptível que este conjunto de habilidades reflete uma relação profunda com
os processos que envolvem a afetividade.

Desse modo, uma proposta de trabalho que pressupõe a íntima e


indispensável relação de afetividade e cognição, estará pautada numa busca
de construção do conhecimento por meio do concreto, da significação, daquilo
que “emociona”, gera um impacto de alguma maneira, transforma uma
experiência de aprendizagem em algo significativo para que se concretize de
fato em um aprendizado.

3.3. Aprendizagem significativa e a busca de novas propostas

Segundo Relvas, durante muitas décadas acreditou-se que o cérebro


era imutável, ou seja, nascia e permanecia igual por toda a vida. Contudo
estudos da Neurociência comprovam que o nosso cérebro é um baú de
surpresas e mutável a cada nova experiência, confirmando mais uma vez a
existência da Plasticidade Neural.

Desta forma, praticar atividades diversificadas e desafiadoras com


nossos alunos, como exercícios cognitivos, ou seja, leitura, caça- palavras,
charadas, enigmas, praticar exercício físico, frequentar ambientes divertidos,
fazer cálculos, aprender um novo jogo de tabuleiro pode se tornar uma boa
maneira de manter-se um cérebro saudável, pois estas atividades aumentam o
nível de produção de endorfina, responsável pela sensação de bem-estar.
Contudo, altera-se o padrão de funcionamento das células cerebrais,
modificando as atividades rotineiras de cada dia, melhorando a oxigenação e
fazendo com que o sangue passe pelas regiões menos irrigadas do cérebro.
Parafraseando Lent (2010), declara que existe um período crítico ou janelas de
oportunidades de desenvolvimento do cérebro e consequentemente de
plasticidade, o qual compreende a primeira infância até os 10 (dez) anos de
idade. Assim considera-se que o período de maior plasticidade do cérebro é na
infância, diminuindo a intensidade de acordo com o crescimento ou
25

envelhecimento, porém nunca é findada, pois perdura até o momento da morte.


Um cérebro bem estimulado aumenta a conexão entre as células nervosas,
sinapses, melhorando conseqüentemente a memória e a capacidade de
raciocínio. Isso reafirma a capacidade intelectual e genética do nosso cérebro
para a produção contínua de neurônios.

É fundamental que na atualidade o professor tenha conhecimento sobre


a neurociência, para que partindo desse pressuposto entenda como ocorre a
aprendizagem e saiba identificar novos métodos e técnicas para que o aluno
possa ter uma aprendizagem significativa. Portanto, aprender continuamente é
um atributo imprescindível para a evolução da humanidade, é um presente, que
o nosso magnífico e fantástico cérebro nos concederam.

É preciso que na atual conjuntura da sociedade seja imprescindível a


busca por novas propostas pedagógicas, que acompanhem os avanços da
sociedade e do mundo, que reafirmem a escola como lugar de conhecimento,
de convívio e de sensibilidade, para traçar caminhos pedagógicos pautados na
constituição da cidadania. O professor deve estar sempre atento, não focando
apenas na aprendizagem, mas sim no processo da mesma, ou seja, não
somente o que o educando aprendeu, entretanto como ocorreu esse
aprendizado. O aprendizado só ocorre se tiver algum significado para o
mesmo, tornando-os sujeitos ativos de uma aprendizagem significativa. Para
que alunos e professores, em uma caminhada conjunta, encontrem caminhos
pelos quais eles possam a cada dia mais construir o seu saber enquanto
individuo.

A evolução das pesquisas nesta área tem permitido o aumento do


conhecimento do funcionamento do sistema nervoso assim como a sua
amplitude de atuação nos processos desencadeados pela aprendizagem.

Em consideração ao tema da Neurociência podemos visualizar um de


seus conceitos, por meio da classificação realizada por Lent que:
26

Um modo simples, mas esquemático, seria considerar cinco grandes


disciplinas neurocientíficas. A Neurociência molecular tem como
objetivo de estudos as diversas moléculas de importância funcional
no sistema nervoso, e suas interações. Pode ser também chamada
de Neuroquímica ou Neurobiologia molecular. A Neurociência celular
aborda as células que formam o sistema nervoso, sua estrutura e sua
função. Pode ser chamada também de Neurocitologia ou
Neorobiologia celular. A Neurociência Sistemica considera
populações de células nervosas situadas em diversas regiões do
sistema nervoso, que constituem sistemas funcionais como o visual, o
auditivo, o motor, etc. Quando apresenta uma abordagem mais
morfológica é chamada de Neuro-histologia ou Neuroanatomia e,
quando lida com aspectos funcionais é chamada Neurofisiologia. A
Neurociência comportamental dedica-se a estudar as estruturas
neurais que produzem comportamentos e outros fenômenos
psicológicos como o sono, os comportamentos sexuais, emocionais, e
muitos outros. É às vezes conhecida também como Psicofisiologia ou
Psicobiologia. Finalmente, a Neurociência cognitiva trata das
capacidades mentais mais complexas, geralmente típicas do homem,
como a linguagem, a autoconsciência, a memória, etc. É claro que os
limites entre essas disciplinas não são nítidos, o que nos obriga a
saltar de um nível a outro, ou seja, de uma disciplina para outra,
sempre que tentamos compreender o funcionamento do sistema
nervoso. LENT (2010, p.6)

A aprendizagem é um processo que se desenvolve ao longo da vida do


sujeito, por meio de suas rotinas e dos processos de aprendizado aos quais
está submetido no cotidiano. E essa aprendizagem aliada à educação sobre a
perspectiva da neurociência pode ser compreendida como um estudo da
estrutura, do desenvolvimento, da evolução e do sistema nervoso central.

Nesse desenvolvimento, existem processos químicos e ambientais que


se aproximam e se complementam. Segundo Relvas, estudar a
neuropedagogia é fazer a releitura das principais teorias da aprendizagem, é
reconhecer que é uma ciência complexa, que estuda a aprendizagem como um
processo químico e comportamental do sistema nervoso.
27

CONCLUSÃO

Diante das informações apresentadas podemos concluir que a


neurociência e seus conhecimentos a cerca do funcionamento do sistema
nervoso, atualmente, são pouco utilizados como ferramenta auxiliar no
processo educativo de ensino-aprendizagem.

Para que o professor hoje enfrentar a realidade social em que estamos


inseridos, é preciso que tenham uma nova postura, rompendo com o
tradicional, para que o ensino não seja uma simples reprodução que ignore as
vivências que são trazidas para além da sala de aula, principalmente os
saberes cotidianos e suas emoções que contribuem efetivamente para a
compreensão de sua realidade, destacando o valor do diálogo e da escuta,
através dessa abordagem que a Neurociência nos traz. É preciso fazer uma
crítica aos modelos que muitas vezes são impostos na sala de aula.

Dessa forma constatou-se que o estudo relacionado ao funcionamento


do sistema nervoso e do cérebro possibilita a inserção de novas ferramentas
de ensino, ampliando o rol de conhecimentos e permitindo o uso destes
conhecimentos como grandes aliados no desenvolvimento e a implantação de
atividades/aulas voltadas aos alunos e suas demandas de aprendizagem.
28

ANEXOS

Anexo 1:

https://psicoativo.com/2017/01/sinapses-partes-funcoes-e-tipos-de-
sinapses.html
29

Anexo 2:

http://neurocienciaeaprendizagem.blogspot.com/2015/11/motivacao-x-
aprendizagem.html
30

BIBLIOGRAFIA

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memória: possíveis implicações para a educação. In: REUNIÃO ANUAL
DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
EM EDUCAÇÃO, 28., 2005, Caxambu. Anais... Caxambu: ANPED,
2005. Disponível em: <http://28reuniao.anped.org.br/gt20.htm>. Acesso
em: 7 jan. 2019.

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Mestre. Petropolis, RJ: Vozes, 2000.

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Civilização Grega: As Primeiras Observações do Funcionamento
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núm. 1, pp. 141-152. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto
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 CASTRO, F. S.; FERNANDEZ, J. L. Notas históricas acerca do debate


mente e cérebro.Revista Com Ciência, no.144 ,Campinas dez. 2012.
http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-
76542012001000009&lng=pt&nrm=iso Acessado em: 09 de janeiro de
2019.

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 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática


educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
31

 LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios? Conceitos Fundamentais da


Neurociência. 2ª edição, São Paulo: Editora Artheneu, 2010.

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Acessado em : 8 de janeiro de 2019

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 RELVAS, M. P. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as


múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. 5. ed. Rio de Janeiro:
Wak Ed, 2011.
32

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I
Formação docente: desafios entre teoria e prática 11

CAPÍTULO II
Neurociência: uma tendência para a educação 15

2.1. A evolução das neurociências 15


2.2. A idade média 17
2.3. Visão Holista e Localizacionista 18
2.4. Modernidade 19

CAPÍTULO III
Formação docente na perspectiva da neurociência 21

3.1. Educação e afetividade 22


3.2. Cognição e afetividade no processo de aprendizagem 23
3.3. Aprendizagem significativa e a busca de novas propostas 24

CONCLUSÃO 27

ANEXOS 28

BIBLIOGRAFIA 30

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