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CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO

Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 45

Capítulo VI

EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE


6.1 – IMPORTÂNCIA DAS EQUAÇÕES DE POISSON E LAPLACE

Veja no quadro abaixo uma comparação de 2 procedimentos usados para a determinação da


capacitância de um capacitor. Os passos do primeiro são baseados nos conceitos teóricos dos
capítulos 2 até 5, os quais dependem inicialmente do conhecimento da distribuição de carga,
grandeza esta de difícil obtenção prática. Por outro lado, o segundo procedimento apresenta uma
situação mais realística, a qual requer primeiramente a obtenção do potencial através das equações
de Poisson ou Laplace. Estas equações e este novo procedimento são abordados neste capítulo.

Quadro - Procedimentos para cálculo da Capacitância de um Capacitor


Procedimento I – Antigo Procedimento II – Novo
Considera-se conhecida a (expressão da) densidade Considera-se conhecida a expressão que fornece o
Passo
superficial de carga ρS de um dos condutores do potencial V em todos os pontos do capacitor,
ou
Etapa capacitor (Nota: Se a carga deste condutor não for incluindo a diferença de potencial V0 entre os 2
positiva, trabalhar com o módulo de ρS). condutores.
Calcula-se a carga do condutor:

Calcula-se o vetor E no dielétrico:
(i) Q = ∫S ρ S dS  
E = −∇ V
 
Calcula-se o vetor D no dielétrico: Calcula-se o vetor D no dielétrico:
(ii)    
∫S D • dS = Q (Gauss) D = εE

Calcula-se o vetor E no dielétrico: Calcula-se a densidade ρS em um condutor (de
  preferência o condutor positivo):
(iii) E = D/ε 
ρS = D N = D
na superfície condutora
Calcula-se a ddp V0 entre os condutores: Calcula-se a carga total no condutor escolhido:

(iv) A   Q = ∫S ρ S dS
V0 = VAB = − ∫ E • dL
B
Calcula-se, finalmente, a capacitância do capacitor: Calcula-se, finalmente, a capacitância do capacitor:
(v) Q Q
C= C=
V0 V0

6.1.1 – Equação de Poisson

∇ • D = ρv 
 
 

D = εE 
  

[( 
)]
 
⇒ ∇ • ε − ∇V = ρ v ⇒ ∇ • ε ∇V = −ρ v[ ( )]
E = −∇ V 
ρv ρv
Se a permissividade ε for constante, obtemos: ∇.∇ V = − ou ∇ 2 V = − Poisson
ε ε
6.1.2 – Equação de Laplace
Se ainda a densidade volumétrica ρv for nula (dielétrico perfeito), obtemos: ∇ 2 V = 0 Laplace

Nota: ∇ 2 = ∇.∇ = divergência do gradiente = (div.)(grad.) = Laplaciano ou “nabla 2”


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6.2 – TEOREMA DA UNICIDADE

“Se uma resposta do potencial satisfaz a equação de Laplace ou a equação de Poisson e


também satisfaz as condições de contorno, então esta é a única solução possível.”

6.3 – EXEMPLOS DE SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DE LAPLACE

A seguir serão mostrados vários exemplos de solução da Equação de Laplace para problemas
unidimensionais, isto é, onde V é função somente de uma única variável. Os tipos de exemplos
possíveis são:
1. V = f(x), sendo x coordenada cartesiana (válido também para V = f(y) e V = f(z))
2. V = f(ρ), sendo ρ coordenada cilíndrica
3. V = f(φ), sendo φ coordenada cilíndrica (válido também se φ é coordenada esférica)
4. V = f(r), sendo r coordenada esférica
5. V = f(θ), sendo θ coordenada esférica

Ex.1: Cálculo de V = f(x), sendo x coordenada cartesiana

∂ 2V d 2V
∇ 2V = 0 ⇒ =0 ⇒ =0
∂x 2 dx 2
dV
Integrando 1a vez: =A
dx
Integrando 2a vez: V = Ax + B
onde A e B são as constantes de integração que são determinadas a partir de condições de
contorno (ou de fronteira) estabelecidas para a região em análise.

Condições de contorno: x = constante ⇒ superfície plana


 V = V1 em x = x 1
Sejam: 
V = V2 em x = x 2

Substituindo acima, obtemos A e B como:


V − V1
A= 2
x 2 − x1
e
V x − V2 x1
B= 1 2
x 2 − x1
V2 − V1 V x − V2 x1
Logo: V = x+ 1 2
x 2 − x1 x 2 − x1

Suponha agora que as condições de contorno sejam estabelecidas da seguinte maneira:


V = V1 = 0 em x = x1 = 0

V = V2 = Vo em x = x 2 = d
Vo Vo
Assim, temos: A = e B=0 ⇒ V= x (0 ≤ x ≤ d)
d d
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Etapas de cálculo da capacitância C do capacitor de placas // formado:


V 
E = −∇ V = − o a x
 
(i)
d
εV 
(ii) D = εE = − o a x
 
d
εV
= o
  
(iii) ρ s = D n = D = D
x =0 x =d d
εV
(iv) Q = ∫S ρ s dS = ρ s S = o S
d
Q εVo S / d εS
(v) C = = ⇒ C= (Mesmo resultado obtido na seção 5.8)
Vo Vo d

Ex.2: Cálculo de V = f(ρ), sendo ρ coordenada cilíndrica

1 d  dV 
∇ 2V = 0 ⇒ ρ =0 (ρ ≠ 0)
ρ dρ  dρ 

dV
Integrando 1a vez: ρ =A

Re-arrajando e integrando 2a vez: V = A ln ρ + B

Condições de contorno: ρ = constante ⇒ superfície cilíndrica


V = 0 em ρ = b (refer.)
 (b > a)
V = Vo em ρ = a

Daí, obtém-se A e B e substituindo acima:

ln (b / ρ)
V = Vo (a < ρ < b)
ln (b / a )

Etapas de cálculo da capacitância C do


capacitor coaxial formado:
∂V − Vo a ρ − b / ρ 2 Vo 1
(i) E = −∇ V = − aρ = = aρ
∂ρ ln(b / a ) b / ρ ln(b / a ) ρ
εVo 1
(ii) D = εE = aρ
ln(b / a ) ρ
εVo
(iii) ρ s = D n ρ= a = (= densidade superficial no condutor interno c/ carga +Q)
a ln(b / a )
εVo
(iv) Q = ∫s ρ s dS = ρ s S = 2πa L
a ln(b / a )
Q 2πεL
(v) C= = (Mesmo resultado obtido na seção 5.8, Ex. 2)
Vo ln(b / a )
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Ex. 3: Cálculo de V = f(φ), sendo φ coordenada cilíndrica

1 d 2V
∇ 2V = 0 ⇒ =0 (ρ ≠ 0)
ρ 2 dφ2
d 2V
Fazendo ρ ≠ 0 ⇒ =0
dφ 2

dV
Integrando 1a vez: =A

Re-arrajando e integrando 2a vez: V = A φ + B

Condições de contorno: φ = constante ⇒ superfície


semi-plana radial nascendo em z
V = 0 em φ = 0

V = Vo em φ = α

Daí, obtém-se A e B e substituindo acima:


V
V= oφ
α

Nota: Calcular a capacitância do capacitor formado por dois planos finitos definidos por:
φ = 0, a < ρ < b, 0 < z < h (Adotar V = 0)
φ = α, a < ρ < b, 0 < z < h (Adotar V = Vo)
εh b
Desprezar os efeitos das bordas. (Resposta: C = ln )
α a

Ex. 4: Cálculo de V = f(r), sendo r coordenada esférica

1 d  2 dV 
∇ 2V = 0 ⇒ r  = 0 (r ≠ 0)
r 2 dr  dr 

dV
Integrando 1a vez: r 2 =A
dr

Re-arranjando e integrando 2a vez:


A
V=− +B
r

Condições de contorno: r = constante ⇒ superfície esférica


V = 0 em r = b (refer.)
 (b > a)
V = Vo em r = a
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Daí, obtém-se A e B e substituindo acima:


1 1

V = Vo r b
1 1

a b

Etapas de cálculo da capacitância C do capacitor esférico formado:


∂V − Vo  1 
(i) E = −∇ V = − ar =  − a
∂r 1 1  r2  r

a b
εVo 1
(ii) D = εE = a
1 1 r2 r

a b
εVo 1
(iii) ρs = D n ( r = a ) = (= densidade superficial no condutor interno c/ carga +Q)
1 1 a2

a b
εVo 1
(iv) Q = ∫s ρ s ds = 4πa 2
1 1 a2

a b
Q 4πε
(v) C= = (Mesmo resultado obtido na seção 5.8, Ex. 3)
Vo 1 1

a b

Ex. 5: Cálculo de V = f(θ), sendo θ coordenada esférica

1 d  dV 
∇ 2V = 0 ⇒ 2
 sen θ =0 (r ≠ 0, θ ≠ 0, θ ≠ π)
r sen θ dθ  dθ 

Fazendo r ≠ 0, θ ≠ 0 e θ ≠ π:
d  dV 
 sen θ =0
dθ  dθ 

dV
Integrando 1a vez: sen θ =A

Re-arrajando e integrando 2a vez: V = A ln[tg(θ 2)] + B

Condições de contorno: θ = constante ⇒ superfície cônica


V = 0 em θ = π 2
 (α < π/2)
V = Vo em θ = α

Daí, obtém-se A e B e substituindo acima:

Vo ln[tg (θ / 2 )]
V=
ln[tg (α / 2 )]
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Nota: Calcular a capacitância do capacitor formado por dois cones finitos definidos por:
θ = π/2, 0 < r < r1, 0 < φ < 2π (Adotar V = 0)
θ = α, 0 < r < r1, 0 < φ < 2π (Adotar V = Vo)
− 2πε r1
Desprezar os efeitos das bordas. (Resposta: C = )
ln[tg (α 2 )]

6.4 – EXEMPLO DE SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DE POISSON

Exemplo: A região entre dois cilindros condutores coaxiais com raios a e b, conforme mostrado na
figura abaixo, contém uma densidade volumétrica de carga uniforme ρV . Se o campo
elétrico E e o potencial V são ambos nulos no cilindro
interno, determinar a expressão matemática que fornece o
potencial V na região, entre os condutores assumindo que
sua permissividade seja igual à do vácuo.

Solução:

2 1 ∂  ∂V  ρ
Equação de Poisson: ∇ V = ⋅  ρ  = − v
ρ ∂ρ  ∂ρ  εo

Integrando pela 1a vez:


∂V ρ ρ2 ∂V ρ A
ρ =− v ⋅ +A⇒ = − v ⋅ρ + (01)
∂ρ εo 2 ∂ρ 2ε o ρ
∂V ∂V ∂V
Porém, sabe-se que: E = −∇V ⇒ E = − aρ ⇒ E = E = − ⇒ = −E (02)
∂ρ ∂ρ ∂ρ

Substituindo (02) em (01), temos:


∂V ρ A
= −E = − v ⋅ ρ + (03)
∂ρ 2ε o ρ

1a Condição de Contorno (Obtenção de A): E = 0 para ρ = a. (04)

Substituindo (04) em (03), temos:

ρv A ρ
0= ⋅ a − ⇒ A = v ⋅ a2 (05)
2ε o a 2ε o

Substituindo (05) em (01), temos:

∂V ρv ρv a2
=− ⋅ρ+ ⋅ (06)
∂ρ 2ε o 2ε o ρ

Integrando pela 2a vez:

ρv ρ 2 ρv
V=− ⋅ + ⋅ a 2 ln ρ + B (07)
2ε o 2 2ε o
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2a Condição de Contorno (Obtenção de B): V = 0 para ρ = a. (08)

Substituindo (08) em (07), temos:

ρv a2 ρv ρ ρ
0=− ⋅ + ⋅ a 2 ln a + B ⇒ B = v ⋅ a 2 − v ⋅ a 2 ln a (09)
2ε o 2 2ε o 4ε o 2ε o

Substituindo (09) em (07), temos:


ρv ρ ρ ρ
V=− ⋅ ρ 2 + v ⋅ a 2 ln ρ + v ⋅ a 2 − v ⋅ a 2 ln a
4ε o 2ε o 4ε o 2ε o

V=
ρv
4ε o
( ) ρ
2ε o
ρ
⋅ a 2 − ρ 2 + v ⋅ a 2 ln 
a
[V] (10)

6.5 – SOLUÇÃO PRODUTO DA EQUAÇÃO DE LAPLACE

Suponha o potencial seja função das variáveis x e y de acordo com a seguinte expressão:

V = f ( x )f ( y) = XY onde X = f ( x ) e Y = f ( y) (01)

Aplicando a equação de Laplace, obtemos:


2 ∂ 2V ∂ 2V
∇ V=0 ⇒ + =0 (02)
∂x 2 ∂y 2

(01) → (02):
∂ 2X ∂ 2Y
Y 2 +X 2 =0 (03)
∂x ∂y

Dividindo (03) por XY:


1 ∂ 2X 1 ∂ 2Y
+ =0
X ∂x 2 Y ∂y 2

Separando os termos somente dependentes de x dos termos somente dependentes de y, escrevemos:


1 d 2X 1 d 2Y
= − (04)
X dx 2 Y dy 2

Como X = f ( x ) e Y = f ( y) , então para que a equação (04) seja verdadeira, cada um dos membros
de (04) deve resultar em uma mesma constante. Chamando esta constante de α2, temos:

1 d 2X
2
= α2 (05)
X dx
1 d 2Y
2
= −α 2 (06)
Y dy
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Re-escrevendo (05) e (06) temos:

d 2X
2
= α2X (07)
dx
d 2Y
2
= −α 2 Y (08)
dy

Solução da equação (07) pelo Método de Dedução Lógica: Basta responder a seguinte pergunta:
“Qual é a função cuja segunda derivada é igual a própria função multiplicada por uma
constante positiva?”

Solução 1: Função trigonométrica hiperbólica em seno ou co-seno. Assim:


X = A cos hαx + B sen hαx (09)

Solução 2: Função exponencial. Assim:


X = A' e αx + B' e −αx (10)

Solução da equação (08) pelo Método de Dedução Lógica: Basta responder a seguinte pergunta:
“Qual é a função cuja segunda derivada é igual a própria função multiplicada por uma
constante negativa?”

Solução 1: Função trigonométrica em seno ou co-seno. Assim:


Y = C cos αy + D sen αy (11)

Solução 2: Função exponencial complexa. Assim:


Y = C' e jαy + D' e − jαy (12)

Nota: Veja no Anexo I a solução da equação diferencial (07) por série infinita de potências.

Solução final da equação (01):

Substituindo (09) e (11) em (01), obtemos finalmente:

V = XY = (A cos hαx + B sen hαx )(C cos αy + D sen αy ) (13)

sendo que as constantes A, B, C e D são determinadas pelas condições de contorno do problema.

Exemplo: Calcule o potencial na região interna da calha


retangular da figura. São conhecidos todos os
potenciais nos contornos metálicos da calha.
Observe que temos, neste caso, V = f(x) f(y).
Partir da expressão (13) obtida acima.

Solução: Pela figura temos as condições de contorno:


(i) V = 0 em x = 0,
(ii) V = 0 em y = 0,
(iii) V = 0 em y = d, 0 < x < c
(iv) V = Vo em x = c, 0 < y < d
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Aplicando as condições (i) e (ii) em (13) obtemos A = C = 0 e chamando BD = V1, chegamos a:


V = XY = BD sen hαx sen αy = V1 sen hαx sen αy (14)

e aplicando a condição (iii), V = 0 em y = d, temos:



0 = V1 sen hαx senαd ⇒ α = (n = 0,1,2,…) (15)
d

Substituindo α de (15) em (14):


nπx nπy
V = V1 sen h sen (16)
d d

Para a condição (iv) é impossível escolher um n ou V1 de modo que V = Vo em x = c, para cada 0


< y < d. Portanto, deve-se combinar um número infinito de campos de potenciais com valores
diferentes de n e valores correspondentes de V1, isto é, V1n. Assim, genericamente devemos ter:


nπx nπy
V = ∑ V1n sen h sen 0<y<d (17)
n =0 d d

Aplicando agora a última condição de contorno (iv), V = Vo em x = c, 0 < y < d, obtemos:


nπc nπy
Vo = ∑ V1n sen h sen 0<y<d (18)
n =0 d d
ou

nπy
Vo = ∑ b n sen 0<y<d (19)
n =0 d
onde,
nπc
b n = V1n sen h (20)
d

A equação (19) pode representar uma série de Fourier em seno para f(y) = V(y) = Vo em 0 < y < d
(região de interesse) e f(y) = V(y) = –Vo em d < y < 2d, repetindo a cada período T = 2d. O gráfico
desta função é mostrado na figura abaixo.

Sendo a função ímpar, o coeficiente bn é dado por:

2 T nπy
bn = ∫ f ( y) sen dy n=0,1,2,3,...
T y =0 d
ou
1 d nπy 1 2d nπy
bn = ∫ oV sen dy + ∫ (− Vo ) sen dy
d y =0 d d y =d d

Resolvendo as integrais, obtemos:


4Vo
bn = para n ímpar (21)

e
b n = 0 para n par
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Substituindo bn de (21) em (20) e isolando V1n chegamos a:


4Vo
V1n = (22)
nπc
nπ sen h
d

Finalmente, substituindo (22) em (17) obtemos a expressão para o potencial como:

∞ 4Vo nπx nπy


V= ∑ sen h sen 0 < x < c, 0 < y < d (23)
n =1 nπc d d
ímpar nπ sen h
d

ou,

nπx nπy
sen h sen
4Vo ∞
d d
V= ∑ 0 < x < c, 0 < y < d (24)
π n =1 nπc
ímpar n sen h
d

6.6 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS

6.1) Num meio uniforme de permissividade ε existe uma distribuição de cargas com densidade
volumétrica ρv(r) = k, ocupando uma região esférica oca definida, em coordenadas esféricas,
por a ≤ r ≤ b. Assumindo que o potencial seja zero em r = a, determinar pela equação de
Laplace/Poisson, o campo elétrico E(r ) e o potencial V(r) dentro das regiões:


a) 0 ≤ r ≤ a; b) a ≤ r ≤ b; c) r ≥ b.

Nota: Pode-se usar a Lei de Gauss para obter a segunda condição de contorno para E .
Respostas: a) E(r ) = 0 e V(r) = 0;


k  a 3  − k  r 2 a 3 3a 2 
b) E(r ) = a r e V(r ) =

⋅ r− ⋅ + − ;
3ε  2 
r  3ε 
 2 r 2 

k  b 3 − a 3  k  b 3 − a 3 3b 2 3a 2 
c) E(r ) = a r e V(r ) = ⋅  .

⋅ − + 
3ε  r 2  3ε  r 2 2 

6.2) Na região interna entre os planos z = 0 e z = 2a foi colocada uma carga uniformemente
distribuída com densidade volumétrica ρv. Na região externa aos planos, o meio é somente o
vácuo. Determinar a distribuição de potenciais para:
a) A região interna entre os planos definida por 0 ≤ z ≤ 2a ;
Nota: A primeira condição de contorno é obtida fixando a referência de potencial zero em
z = 0. A segunda condição de contorno é obtida verificando onde o campo elétrico
é nulo, baseando-se na simetria da configuração de cargas.
b) A região externa entre os planos definida por z ≥ 2a .
Nota: As condições de contorno devem ser obtidas partindo dos resultados do item
anterior.
− zρ v  z  − aρ v
Respostas: a) V = ⋅  − a  ; b) V = ⋅ (z − 2a )
εo 2  εo
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6.3) ( )
Dados os campos de potencial V′ = 3x − y [V] e V′′ = 5 2r 2 − 7 cos θ [V] , pede-se:
a) Verificar se estes campos de potencial satisfazem a Equação de Laplace;
b) Determinar, para cada campo de potencial acima, a densidade volumétrica de carga no
ponto P(0,5 ; 1,5 ; 1,0) no espaço livre.
Respostas: a) V′ satisfaz (dielétrico perfeito) e V′′ não satisfaz a Equação de Laplace;
b) ρv = 0 (dielétrico perfeito) para V′ e ρv = –283,97 [pC/m3] para V′′ .

6.4) Seja V = Aln[tg (θ 2 )] + B a expressão algébrica para o cálculo do potencial elétrico no


dielétrico entre dois cones condutores coaxiais, sendo θ o ângulo medido a partir do eixo dos
cones e A e B duas constantes. Sejam estes cones condutores definidos por θ = 60o e θ =
120o, separados por um espaço infinitesimal na origem. O potencial em P(r=1, θ =
o o o o
60 , φ= 90 ) é 50 V e o campo elétrico em Q(r=2, θ = 90 , φ= 120 ) é 50aθ [V/m].


Determinar:
a) O valor do potencial V no ponto Q;
b) A diferença de potencial Vo entre os dois cones;
c) O ângulo θ no qual o potencial elétrico é nulo.
Respostas: a) VQ = – 4,93 [V]; b) Vo = 109,86 [V]; c) θ = 87,18o.

6.5) Suponha que o espaço livre seja preenchido com uma carga distribuída com densidade
volumétrica de carga ρV = kεox [C/m3]. Sejam os valores do quadro abaixo e k = 6 ⋅ 106 .
Pede-se: x [mm] V(x) [V] E(x) [V/m]
a) Determinar as expressões matemáticas de 0 0
V(x) e E(x); 5
b) Completar os valores de V(x) e E(x) no 10 – 1200
quadro. 15

− kx 3 kx 2
Respostas: a) V( x ) = + 1500 x e E ( x ) = − 1500 ;
6 2
b)
x [mm] V(x) [V] E(x) [V/m]
0 0 –1500
5 7,375 –1425
10 14,0 –1200
15 13,125 –825

6.6) A figura mostra um capacitor de placas


paralelas, com dois dielétricos (regiões) de
permissividades relativas εR1 e εR2.
Pede-se:
a) Os valores das diferenças de potenciais
V10 e V20, nas 2 regiões, em função da
tensão da bateria Vo;
b) As expressões matemáticas de V1(x) e
V2(x) nas 2 regiões, determinadas a partir
da equação de Laplace e condições de
contorno apropriadas.
Vo 2Vo V V
Respostas: a) V10 = e V20 = ; b) V1(x) = o x e V2 (x) = o (2 x − d)
3 3 3d 3d
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6.7) Um capacitor é constituído de duas placas planas condutoras situadas em φ = 0 e φ = α. As


placas são limitadas pelos cilindros ρ = a e ρ = b e pelos planos z = 0 e z = h. Se a diferença
de potencial entre as placas condutoras for Vo, pede-se:
a) Determinar a expressão matemática do potencial V na região, partindo da equaçao de
Laplace;
b) Determinar a expressão matemática da capacitância;
c) Dizer se é possível obter a mesma expressão da capacitância do item anterior, partindo da
Lei de Gauss empregando uma superfície gaussiana. Justificar sua resposta;
d) Determinar a separação que conduz a mesma capacitância do item (b) quando as placas são
colocadas numa posição paralela, com o mesmo dielétrico entre elas.
Nota: Assumir a permissividade do dielétrico como sendo a do vácuo.
V ε h b
Respostas: a) V = o φ ; b) C = o ⋅ ln ;
α α a
c) Não é possível obter uma superfície gaussiana para a solução pela Lei de
Gauss, pois em qualquer plano radial (φ = cte), D não é constante (D = f (ρ)),
apesar de ser normal à estes planos;
d) d = (b − a )α [ln(b a )]

6.8) Num dispositivo o potencial elétrico é função somente da variável z, possuindo uma região
com densidade volumétrica de carga ρv = ρo(z/z1) e condições de fronteira dadas por E = 0
em z = 0 e V = 0 em z = z1. Determinar para qualquer ponto nesta região:
a) O potencial elétrico V,

b) O campo elétrico E .

Respostas: a) V =
6ε z1
(
− ρo 3
)
z − z13 ; b) E =
ρo 2
2ε z1
z az

6.9) a) Desenvolver as equações de Poisson e Laplace para um meio linear, homogêneo e


isotrópico.
b) Sendo v = campo vetorial qualquer e f = campo escalar qualquer, demostrar a seguinte
identidade vetorial: ∇ • (f v ) = (∇ f ) • v + (∇ • v ) f
Sugestão: Usar o sistema de coordenadas cartesianas para facilitar sua demonstração.
c) De que maneira deve a permissividade elétrica (ε) variar em um meio não-homogêneo sem
carga, de modo que a equação de Laplace continue válida?
Sugestão: Iniciar pelo desenvolvimento do item (a), supondo ε variando espacialmente
(com a distância). Usar também a identidade vetorial do item (b).

Respostas: a) Equação de Poisson: ∇ 2 V = −ρ v / ε , Equação de Laplace (ρv = 0): ∇ 2 V = 0 ;


b) Demonstração;
c) Fazendo na identidade vetorial acima f = ε e v = ∇ V e tomando ∇ 2 V = 0
(Laplace), obtém-se (∇ ε ) • E = 0 , logo ∇ ε ⊥ E e a permissividade elétrica (ε)
deve variar somente numa direção perpendicular ao campo elétrico (E ) .

6.10) a) Demonstrar, partindo da equação de Laplace, que a capacitância C de um capacitor


esférico formado por 2 superfícies condutoras esféricas de raios a e b (b > a), separadas
4πε
por um dielétrico de permissividade elétrica ε, é dada por: C =
1 1

a b
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 57

b) Determinar a capacitância, CESFERA, de um capacitor esférico isolado formado por uma


esfera de cobre de raio 9 cm, no vácuo.
c) Se uma camada de um dielétrico uniforme (com εR = 3) de espessura d é colocada
envolvendo a esfera de raio 9 cm do item (b), determinar d tal que a nova capacitância
total equivalente seja 2 × CESFERA.
Atenção: Note que a configuração final é de 2 capacitores esféricos dispostos em série.
Respostas: a) Demonstração; b) CESFERA = 4πεoa = 10 pF (b → ∞); c) d = 27 cm.

6.11) Dada a equação diferencial de segunda ordem X" + 2 xX' − X = 0 , considere uma solução na
forma de série infinita de potências, e calcule os valores numéricos dos coeficientes a2 até a6
desta série, sendo a0 = 1 e a1 = –2.

Atenção: Como X é função somente de x, fazer X = ∑ a n x n .
n =0

Respostas: a2 = 1/2, a3 = 1/3, a4 = –1/8, a5 = –1/12, a6 = 7/240.

6.12) Sabendo-se que uma solução produto para a Equação de Laplace em duas dimensões é dada
por V1 = X1Y1 , onde X1 e Y1 são funções somente de x e y, respectivamente, verificar se
cada uma das 5 funções dadas a seguir satisfaz ou não à equação de Laplace, justificando sua
resposta.
a) Va = X1 − Y1 ;
b) Vb = Y1 ;
c) Vc = X1Y1 + y ;
d) Vd = 2X1Y1 ;
e) Ve = X1Y1 + x 2 − y 2

Respostas: (a) e (b) não satisfazem a Equação de Laplace. Observe que ∇ 2X1 e ∇ 2 Y1 não
são solucionáveis, já que não se sabe suas expressões matemáticas. Assim, não se
pode afirmar que ∇ 2 (X1 − Y1 ) = 0 para (a), e nem que ∇ 2 Y1 = 0 para (b);
(c), (d) e (e) satisfazem a Equação de Laplace, já que ∇ 2 (X1Y1 ) = 0 (dado) e
( )
também ∇ 2 (y ) = 0 e ∇ 2 x 2 − y 2 = 2 − 2 = 0 .
CONCEITOS TEÓRICOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS DE ELETROMAGNETISMO
Capítulo VI: EQUAÇÕES DE POISSON E DE LAPLACE 58

Anotações do Capítulo VI

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