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Sumário:
Lei de Ampère
A Lei de Biot-Savart é geral mas a sua aplicação prática pode ser trabalhosa pois
envolve um integral. Vamos estabelecer uma expressão, equivalente à lei de Boit-
Savart, que permite obter os campos magnéticos a partir de uma distribuição de
correntes. A lei de Ampère pode ser útil em certas circunstâncias, designadamente por
os cálculos envolvidos serem mais simples. Esta lei desempenha para as correntes um
papel semelhante ao da lei de Gauss (11ª aula) para cargas estacionárias quando
pretendemos determinar o campo eléctrico que produzem.
Sabemos já que o campo magnético criado por uma corrente I, rectilínea e
infinita, é, em módulo,
µ0 I
B= (25.1)
2πr
Figura 25.1
1
B (2πr ) = µ 0 I . (25.2)
B ⋅ d = µ0 I . (25.3)
C
Esta equação é a lei de Ampere e, embora tenha sido aqui obtida para um caso
particular, é uma lei geral. Tomando a mesma corrente, e deformando o contorno
circular, como se mostra na Fig. 25.2, obtém-se sempre para a circulação do campo
magnético o mesmo valor µ0 I .
^t
C'
^t C
B
Figura 25.2
Mas para se ter o segundo membro em (25.3) diferente de zero é preciso que a corrente I
seja “enlaçada” pelo contorno C (notar que este contorno é uma linha imaginária, não é
um circuito eléctrico!). Por exemplo, na situação representada no lado esquerdo da
Fig. 25.3, o campo magnético tem circulação nula ao longo de C pois nenhuma das
correntes fica enlaçada pelo contorno. Do lado direito, apesar de haver duas correntes,
só uma contribui para a circulação do campo magnético ao longo de C. Mas atenção!
Ambas as correntes produzem campo magnético! Só que a circulação do campo
produzido pela corrente 1 é nula ao longo da linha fechada C. Para o lado direito da
Fig. 25.3 vem B ⋅ d = µ0 I 2 .
C
2
I1 I1
I2
I2
C
C
Figura 25.3
Como referimos no início da aula, pode estabelecer-se uma analogia entre a lei de Gauss
para cargas eléctricas e correspondentes campos eléctricos − que se traduz
matematicamente por E ⋅ dS = Q /ε 0 , onde Q é a carga total delimitada pela superfície
S
I=0
S N
A
Figura 25.4
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Mas o mesmo já não acontece se ocorrer uma variação temporal do campo magnético na
zona do circuito! Foi o que Faraday descobriu, em 1831, onze anos depois da
descoberta de Oerstead! Com o material representado na Fig. 25.4 essa variação
temporal do campo magnético pode conseguir-se de duas maneiras: ou movendo o
magnete (como no lado esquerdo da Fig. 25.5); ou deformando o circuito (como no lado
direito da Fig. 25.5).
I
I
N N
S S
0 0
A A
Figura 25.5
φ = BA cos θ (25.4)
Figura 25.6
4
fluxo do campo magnético no SI é o weber (símbolo Wb) que é o fluxo de um campo de
1 T através de uma superfície que lhe é perpendicular de 1 m2.
Figura 25.7
No caso geral de o campo variar de ponto para ponto e de a superfície de área A ser
qualquer, tem de se considerar, como habitualmente, em primeiro lugar, elementos de
superfície infinitesimais orientados, dA = n̂ dA , depois o produto escalar B ⋅ dA e,
finalmente, a soma de todos estes elementos infinitesimais:
φ = B ⋅ dA . (25.5)
A
∆φ
εi = . (25.6)
∆t
dφ
ε =− . (25.7)
dt
Esta expressão é conhecida por lei de Faraday. O sinal negativo tem a ver com o sentido
da corrente gerada: esta corrente é, ela própria fonte de campo magnético que, por sua
vez vai também contribuir para o fluxo. O sentido dessa corrente é tal que a variação do
fluxo assim criado se opõe ao do campo inicial.
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onde existe um campo magnético (com origem num íman). A rotação, provocada pela
passagem de água ou circulação de vapor em turbinas, é com velocidade angular
constante. Na Fig. 25.8 mostra-se o circuito que delimita uma área A e admite-se que o
campo magnético é constante.
θ
^
n
exterior
A
Figura 25.8
φ (t ) = BA cos ωt . (25.8)
dφ
εi = − = BAω sin ωt (25.9)
dt