Sunteți pe pagina 1din 17

1

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS- UEA


CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE PARINTINS- CESP
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

ARTUR XAVIER PIMENTEL


CARLOS ALBERTO S. DE FREITAS
ENNER DOS SANTOS RIBEIRO
MARA NUBIA DA SILVA SANCHES
SUZANNE SOUZA GUIMARÃES
TASSON RODRIGO C. MAGALHÃES

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO: ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL


SOBRE A RETIRADA DE AREIA DA LOCALIDADE DO ZÉ AÇU

Parintins- AM
2017
2

ARTUR XAVIER PIMENTEL


CARLOS ALBERTO S. DE FREITAS
ENNER DOS SANTOS RIBEIRO
MARA NUBIA DA SILVA SANCHES
SUZANNE SOUZA GUIMARÃES
TASSON RODRIGO C. MAGALHÃES

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO: ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL


SOBRE A RETIRADA DE AREIA DA LOCALIDADE DO ZÉ AÇU

Entrega do Trabalho, a Universidade do Estado do Amazonas -


UEA, como requisito para obtenção de nota na disciplina:
Análise Ambiental.

Orientadora: Profª Dra Charlene Maria Muniz da Silva

Parintins- AM
2017
3

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4
2. ASPECTOS FÍSICOS, AMBIENTAIS E CULTURAIS .............................................. 6
3. PRINCIPAIS TIPOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................ 9
4. LAUDO TÉCNICO: AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS PELO METODO
DE DIAGRAMAS ....................................................................................................... 12
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 13
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 16
APÊNDICE: mapa mental dos areais na localidade do Zé Açu ......................................... 17
4

1. INTRODUÇÃO
A localidade do Zé Açu está situa-se a sudeste do município de Parintins, cerca de 14
km da sede municipal, é composta de sete comunidades rurais, segundo dados da Secretaria
Municipal de Produção de Parintins (2013). Nesse trabalho de campo, realizado no dia 11 de
novembro de 2017, nas proximidades da comunidade Bom Socorro, às margens do lago do Zé
Açu, é a principal comunidade de referência territorial, tem um importante referencial
logístico (via de acesso às comunidades e com a cidade de Parintins), como lugar do lazer e
descanso, fonte de alimentos e da vida para os ribeirinhos que moram em suas margens. É,
também, a fonte de água para fazer a comida e demais usos), dentre outras funcionalidades.
Os estudos de Santos e Cardoso (2007), por exemplo, indicaram as consequências
ocasionadas por perturbações decorrentes da ocupação inadequada com sistemas produtivos
(pastagens e agricultura) nas áreas ciliares dos sistemas hídricos o que causou: aceleração de
processos erosivos nos solos e o assoreamento nos leitos fluviais, os quais vão comprometer a
qualidade da água. Ressaltam ainda, que os impactos desse tipo se não forem sanados a
tempo, poderão se tornar irreversíveis para uma microbacia e também para os seus multiusos.
As abordagens dos autores referenciados iniciam a base do entendimento dos efeitos
dos impactos ambientais, conforme as áreas visitadas (Figura 01), na retirada de areia e a
ocupação de terras nas áreas de uma bacia de drenagem, cujos fatos atingirão magnitudes
diversas, dependendo do avanço antrópico, somados à condição natural da dinâmica fluvial e
de outros fatores que contribuem para a inferência sobre a relação com a questão
socioambiental.
Na Declaração Universal dos Direitos da Água, promulgada em 22 de março de 1992,
pela Organização das Nações Unidas (ONU). Quatro dos 10 princípios citados abaixo:
1- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada
região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos;
2 - A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal
ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a
vegetação, a cultura ou a agricultura;
5 - A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo
aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação
moral do homem para com as gerações presentes e futuras;
7 - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua
utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma
situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
5

Figura 01: mapa dos areais na localidade do Zé Açu

Organizador: SANTARÉM JR, L. S. 2017.

Tivemos como objetivo geral analisar o ponto de vista socioambiental dos locais de
retirada de areia. Nos objetivos específicos, levantamos os aspectos físicos, ambientais e
culturais relacionados a essa retirada; caracterizamos os principais tipos de impactos
ambientais e elaboramos um laudo técnico, com base na aplicação do método Redes de
Integração com o diagrama da cadeia de impacto ambiental.
Utilizamos os seguintes procedimentos metodológicos: Realização do levantamento de
pesquisas bibliográficas sobre a temática. Elaborar um roteiro de observação dos locais
visitados, observando os aspectos físicos, ambientais e culturais com a perspectiva da equipe
levantar os principais tipos de impactos ambientais. O grupo de trabalho foi dividido em
funções para explorar melhor todas as áreas pesquisadas:
 fotografias e filmagens, acadêmicos Carlos Alberto e Artur;
 gravação de áudio, acadêmica Mara Núbia;
 entrevistas e manusear o GPS, acadêmicos Enner e Suzane; e
 descrição e observação da paisagem, para elaboração do croquis, acadêmico Tasson.
6

Todos utilizaram as ferramentas (máquina fotográfica, gravador de áudio, GPS,


pranchetas e caderno de campo) e as técnicas de pesquisa conforme instruções aplicadas na
reunião realizada antes do trabalho de campo.
Empregamos o método de avaliação dos impactos ambientais com os diagramas em
cadeia para identificar e enumerar os aspectos negativos e positivos.
No final apresentação de um relatório com os dados tabulados e as informações da
situação ambiental.

2. ASPECTOS FÍSICOS, AMBIENTAIS E CULTURAIS


A região do Zé Açu apresenta-se em evidência no crescimento espacial da cidade de
Parintins, pois nessa região concentra-se uma das maiores jazidas de areia do município.
Portanto, cabe ressaltar aqui os impactos socioambientais que sofre o Lago do Zé Açu, este
sendo um dos retentores dessa riqueza mineral, pois a maioria da areia que é retirada dessa
região concentra-se as margens do lago (figura 02), ocasionando impactos ambientais em
toda a extensão do mesmo, pois como afirma Brum (2001 apud SAMPAIO E ALMEIDA
2002, p.2) “A extração de areia natural, que no passado era prática comum nos vales e nos
leitos de rios, agora se concentra em baixadas, provocando impactos ambientais em
consequências da remoção de coberturas vegetais nas áreas a serem lavradas”.

Figura 02: Retirada de areia às margens do lago Zé Açu

Fonte: Trabalho de campo, PAIC 2012. (foto: Hapolo Híbson)


7

Nesse sentido devemos nos direcionar aos reais problemas ambientais ocasionados
pela extração de areia às margens daquele lago devido a sua importância aos ribeirinhos da
região do Zé Açu como um fator socioambiental. Nesse contexto, o Projeto Nova Cartografia
Social da Amazônia (2007), apresenta o relato do ribeirinho J.S.M, morador da comunidade
de N.Sª de Nazaré.
“Nós não temos o apoio do IBAMA, do INCRA. Vem aqui
tá cheio de balsa cheia de areia, levam madeira, levam
tudo daqui da nossa área. Nós fica olhando. Não tem o
IBAMA, o INCRA pra nos apoiar pra fazer reunião com
nós e debater com algo que nós pode procurar as leis.”

Ainda nesse contexto, Simas (2000, p.17) afirma ainda que:


“O lugar pacato e conservado, o lago do Zé Açu, passou a ser ameaçado e agredido. Era um
lago limpo e farto em época de verão. A abundância de peixes e caças permitiram a seu povo,
uma alimentação variada e farta.”
Sendo assim, é possível associarmos o crescimento urbano da cidade de Parintins com
os impactos ambientais no Lago do Zé Açu, uma vez que grande parte da areia utilizada em
construções civis na cidade é oriunda dessa região. A demanda da areia utilizada na cidade
para a construção de casas, infraestrutura urbana entre outros, fez com que os
empreendimentos de construção voltassem seus olhos para esse recurso natural existente na
localidade do Zé Açu, e assim explora-los de forma intensa e sem nenhum controle por parte
dos órgãos ambientais, como SEMA (municipal), IPAAM (estadual) e IBAMA (federal).
Outra problemática evidente as margens do lago do Zé Açu, é a intensificação da
pecuária, pois existem muitas propriedades que são destinadas a criação de bovinos e
bubalinos em torno do lago, sendo o desmatamento, praticados por muitos fazendeiros, um
dos principais impactos ambientais naquela localidade, mas especificamente, nas margens do
Lago do Zé Açu. Nesse sentido, Simas (2000, p.17), afirma que:
“Com o progresso vieram também suas mazelas. Hoje as fazendas predominam as
margens do lago. Os campos foram construídos sem nenhum cuidado, com devastação da
mata marginal e dos igapós que serviam de viveiro natural para os peixes e outros serem
aquáticos.”
A partir dos impactos ambientais motivados pela expansão da pecuária e a retirada de
areia, o assoreamento como resultado das erosões manifesta-se como um incômodo para os
ribeirinhos que utilizam o Lago do Zé Açu para sua subsistência, através das atividades
8

pesqueiras e até mesmo para o consumo da água, pois os mesmos sofrem no período da
estiagem, devido ao lago apresentar uma cor suja e barrenta, onde fica impossível a prática da
atividade da pesca, assim como o consumo da água. Partindo dessas problemáticas o
assoreamento mostra-se de forma crescente, segundo relato de alguns moradores, antigamente
o lago era farto em pescado, hoje o mesmo não oferece condições de manter as comunidades
que estão no seu entorno. Nesse contexto, Costa (2012, p. 30-31), argumenta que:
(...) o lago do Zé Açu é bastante escasso do pescado na atualidade pelo fato de no passado e
mesmo recentemente ter sofrido um intenso processo de pesca predatória ilegal, mencionando
ainda que a intensa devastação das matas ciliares e os processos de erosão que são impostos
pela derrubada da floresta também contribuíram para que o lago do Zé Açu não seja mais
farto como era antigamente.
Segundo o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (2007), coordenado pelo
antropólogo Alfredo Wagner, a morte das nascentes é devido às erosões que causam o
assoreamento das cabeceiras, a morte do rio e dos peixes, fazendo com que os ribeirinhos
saiam de sua terra. Nesse Contexto, Simas (2000) diz que, as águas, antes negras e claras, hoje
apresentam cor turva, suja, pelo assoreamento e pela erosão, pois as margens não têm mais
como conter as enxurradas.

Figura 03: Principais responsáveis pela degradação ambiental.

Fonte: Trabalho de Campo PAIC/UEA, 2013.


9

A figura 03 mostra que 44% dos entrevistados, responsabilizaram os fazendeiros como


os principais agentes causadores da degradação ambiental no Lago do Zé Açu, os mesmos
afirmaram que existem conflitos entre comunitários e fazendeiros. Segundo o depoimento do
Sr. S.S.M exposto no Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, 2007:
“Na região do Paraíso, entre Nossa Senhora das Graças e Paraíso, tem uma área de Dono o
fazendeiro, mas não é não, é da União é do INCRA né? É da União, tem os parceleiros que
têm mais de 30 anos que eles passam, bem próximo, lá onde tem umas crateras grandes né?
Ele colocou uma cerca elétrica e impediu dos parceleiros passarem pro seus lotes pra buscar
sua produção.”
Um fator interessante nos resultados, foi que 28 % dos entrevistados puseram esta
responsabilidade aos próprios comunitários, o Sr. R.J.L.S afirma que “os comunitários tem
que dar exemplo primeiramente, para depois cobrar dos outros.”
Os entrevistas apontam 17% as mineradoras (extração de areia) como as principais
responsáveis pela degradação do lago, uma vez que, segundo alguns moradores as mesmas
levam riqueza e deixam pobreza, não se referindo apenas à pobreza social, mas também a
pobreza ambiental. E apenas 11% declararam culpados os banhistas que frequentam aquela
região nos fins de semana. Banhistas esses que geralmente são da sede do município de
Parintins, que buscam nas praias do Lago do Zé Açu uma forma de lazer para os fins de
semana mas é comum esses banhistas poluírem o lago devido o despejo se sacolas plásticas e
latas de bebidas alcoólicas.

3. PRINCIPAIS TIPOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS


A atividade extrativista de areia da comunidade do Zé Açú é uma importante atividade
minerária, sendo a areia considera produto básico na construção civil. De acordo com Vieira
(2005), é incontestável que a atividade de extração de areia é essencial ao desenvolvimento
econômico da sociedade capitalista atual. Com essas retiradas de areia que é feito de forma
desordenada na localidade infelizmente além dos benefícios acarreta uma série de prejuízos ao
meio ambiente.
Segundo Tanno et al. (2003), a areia caracteriza-se pelo seu baixo valor econômico e
pelo transporte de grandes volumes, o que condiciona seu aproveitamento econômico nas
proximidades dos centros consumidores. Deste modo os grandes comerciantes procuram áreas
o mais próximo possível dos centros de consumo (centros urbanos na sua maioria), o que
potencializa situações de conflito entre a mineração e o uso urbano ou rural do espaço.
10

Além desse conflito pelo espaço rural e urbano, a extração de areia, como qualquer
outra atividade humana, interfere no meio ambiente, degradando os recursos naturais. Quando
ocorre por dragagem de leitos fluviais, pode provocar graves danos ao meio ambiente, como a
supressão da vegetação nativa presente às margens do local de exploração (figura 04),
instabilidade de ambientes ribeirinhos, aumento da turbidez da água e até mesmo
modificações e desvios no leito do rio.

Figura 04: dimensão da retirada de areia

Aproximadamente 8 metros de extração

Fonte: FREITAS, C. A. S. 2017.

No que rege a Resolução CONAMA nº 01, de 23 de janeiro de 1986, em seu artigo 1º,
considera-se:
Impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 1986).

Segundo Melo (2010), qualquer umas das formas de ocorrência e de extração de areia
pode acarretar em impactos ambientais. Estes podem ser positivos, proporcionando benefícios
sociais, ou negativos, proporcionando diferentes prejuízos.
11

A seguir são listados e descritos os impactos decorrentes da atividade de extração na


areia da comunidade do Zé Açú. Essa listagem foi realizada com base na consulta a
referências bibliográficas, em especial Lelles (2003) e Melo (2010). Os impactos ambientais
desta localidade foram classificados como negativos.
1. Incidência de processos erosivos no solo, em virtude da interferência advinda da abertura
da rede viária e da remoção da vegetação, com a consequente depreciação da sua qualidade.

2. Diminuição da infiltração de água no solo, devido à compactação ocasionada pelo uso de


máquinas pesadas e à impermeabilização promovida pela instalação da infraestrutura do
empreendimento.
3. Depreciação da qualidade do solo, decorrente da diminuição da sua fertilidade, plasticidade
e aeração, por causa da compactação pelo uso de maquinarias pesadas, e da remoção da
matéria orgânica nas áreas onde o solo foi exposto.
4. Aumento da concentração de partículas em suspensão (turbidez) no curso d’água, em
virtude do surgimento de fenômenos erosivos, decorrentes da exposição do solo às
intempéries.
5. Desregularização da vazão dos cursos d’água, devido à supressão da cobertura vegetal e da
compactação do solo.
6. Indução a uma instabilidade do solo nos ambientes ribeirinhos, tendo em vista a
concentração de operações nestes para a extração de areia.

7. Redução espacial do “habitat” silvestre por ocasião da supressão da cobertura vegetal


nativa nas áreas destinadas à instalação das estruturas de extração de areia e da rede viária.
8. Estresse da fauna silvestre, ocasionado pela geração de ruídos advindos do trânsito de
maquinarias e pelo aumento de presença humana no local.

Dentro dessa perspectiva dos autores, mesmo passado alguns anos do levantamento
realizado referente aos impactos ambientais na localidade do Zé Açu. Constamos em locus,
durante o deslocamento dos locais visitados, a continuidade da degradação no aspectos físicos
e ambientais. Por outro lado observamos um total abandono em relação à fiscalização dos
órgãos públicos responsáveis pela preservação e monitoramento dessa região.
As atividades de extração de areia possui um impacto positivo na importância para o
desenvolvimento social, mas também são responsáveis por impactos ambientais negativos,
alguns inclusive irreversíveis. Neste sentido, no próximo tópico trabalhamos na avaliação
qualitativa dos impactos ambientais utilizando-se o método: Rede de interação que permite
12

identificar a totalidade das conexões entre vários efeitos ambientais que podem resultar das
intervenções humanas.

4. LAUDO TÉCNICO: AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS PELO


MÉTODO DE DIAGRAMAS

Figura 05: gráfico da analise ambiental da retirada de areia

Organizador: RIBEIRO, E. S. 2017.

A retirada de areia pelas empresas privadas na localidade do lago do Zé Açu, no


município de Parintins, demonstra o descontentamento por parte dos comunitários causando
problemas sociais e ambientais respectivamente. Esta retirada de areia predatória causa uma
mudança significativa nos ecossistemas da região, devido não haver um controle e
planejamento junto à comunidade e os órgãos ambientais competentes.
Sem a preservação da vegetação ciliar e pela proximidade junto ao lago, o fluxo
sedimentar atinge causa o assoreamento do curso de água e modifica a sua cor pelo auto teor
de argila e areia. No período da vazante a mobilidade por meio de barcos, balsas e bajaras
com dificuldade de deslocamento em alguns locais, evidenciando a problemática resultante da
retirada de areia.
13

Figura 06: gráfico da análise ambiental hipotética da retirada de areia

Organizador: RIBEIRO, E. S. 2017.

Hipoteticamente a extração de areia na Comunidade nossa Senhora do lago do Zé Açú,


poderia continuar como fonte de renda para os comunitários, gerando empregos, recursos e
consequentemente maior circulação econômica na região. Continuaria, portanto, a mudança
no ecossistema, mas com planejamento e controle, longe dos cursos de água para garantir um
fluxo regular de sedimentos para o lago. Assim, teríamos disponibilidade de água limpa e a
navegabilidade sustentável.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou a compreensão das dimensões dos impactos ambientais na
localidade do Zé Açu, evidenciando os aspectos físicos, ambientais e culturais naquela região.
Portanto, foi importante identificar os principais problemas ambientais nas regiões dos areais,
pois, esse processo de extração está acarretando um descontrole socioambiental na mesma.
Consequentemente, necessitando de uma atenção do poder público municipal, pois os
moradores encontram nesse órgão público uma das únicas alternativas de amenizar essa
situação.
No entanto, para se compreender as dimensões ambientais fez se necessário
estabelecer uma relação dos problemas socioambientais encontrados na localidade com a
discussão sobre a preservação e desenvolvimento sustentável. Pois o processo de
14

desenvolvimento espacial/econômico faz se presente nessa localidade, necessitando de


instâncias voltadas à preocupação na manutenção correta dos recursos naturais, para que se
possa alcançar o desenvolvimento sustentável, onde os objetivos econômicos, sociais e
ambientais possam desfrutar de uma sensibilização ecológica/social que seria um dos
caminhos para melhorar a qualidade de vida do ribeirinho e conservar o meio ambiente.
Outro fator que cabe aqui ressaltar, são os impactos ambientais que estão ocorrendo às
margens do lago do Zé Açu, pela falta de planejamentos dos fazendeiros, onde os mesmos
buscam apenas o crescimento de sua atividade sem o devido cuidado com o ecossistema local,
enquanto isso, os mesmos deixam o lago poluído, devido às erosões como consequências da
derrubadas das matas ciliares para a plantação de pasto. Assim, como as grandes empresas da
construção civil, que fazem daquela região sua principal fonte de retirada de areia tendo como
consequência o assoreamento do lago. Nesse sentido é alarmante a falta de pescado nesta
região, sendo que a maioria dos moradores alimenta-se de produtos industrializados, como
frango, calabresa salsicha, sardinha enlatada, entre outros, o lago não tem mais peixe em
abundancia, assim um fator ambiental acaba influenciando diretamente um aspecto cultural e
histórico que é o consumo de peixe pelas populações ribeirinhas na Amazônia.
Com este trabalho campo, realizado com a turma do sétimo período de licenciatura em
Geografia/2017 (Figura 07). Procurou-se demonstrar as dimensões dos problemas
ambientais, através do método das redes de interação, sendo possível relacionar uma
sequência de impactos, a partir de determinada ação, utilizando diagramas, mostrando a
cadeia de modificações que ocorrem, ou seja, os impactos diretos e indiretos que podem
resultar nos vários problemas socioambientais, mas que podem ser resolvidos ou amenizados
com políticas públicas voltadas para as questões ambientais. Dentre essas ações podemos
citar, a fiscalização mais eficiente de órgãos ambientais sobre a atividade de extração de areia,
um projeto na área de educação ambiental para amenizar os impactos e um programa voltado
para o controle na retirada dos recursos naturais não renováveis.
15

Figura 07: Turma do 7º período de Geografia/CESP-UEA, na região dos areais do Zé Açu

Fonte: FREITAS, C. A. S. 2017.


16

REFERÊNCIAS

BRASIL (1986). Resolução CONAMA nº 001. Avaliação de Impacto Ambiental como um


dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. 4p. Brasília. 1996.

BRASIL. Presidência da República. Comissão Interministerial para a Preparação da


Conferência das Nações Unidas sobre o Meio ambiente e Desenvolvimento . O desafio do
desenvolvimento sustentável. Brasília: 1991.

DE OLIVEIRA, Guilherme Alves. Análise Ambiental Integrada: Os Índices de fragilidade


Geomorfológica no Córrego do Cedro- Presidente Prudente- SP. Universidade Estadual
de Londrina. 2014.

FERREIRA, Hapolo Hibson de Souza. Ambiente e Sustentabilidade em Comunidades


Rurais da Amazônia: Um Estudo das Dimensões Ambientais na Comunidade de Bom
Socorro do Zé Açu no Município de Parintins-AM/Brasil. Universidad de Málaga. Red
Académica Iberoamericana Local Global 2013.

LELLES, L. C. Avaliação qualitativa de impactos ambientais oriundos da extração de


areia em cursos d’água. 2004. 91 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Ciência Florestal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG, 2004.

PACHÊCO, Jesuéte Brandão. Uso e ocupação da terra e a sustentabilidade ambiental da


dinâmica fluvial das microbacias hidrográficas Zé Açu e Tracajá na Amazônia
Ocidental. UnB - Brasília, 2013.

SILVA, Charlene Maria Muniz da. Territorialidades Rurais No Município De Parintins:


Habitus, Circularidade Da Cultura E Ethos Ambiental Na Localidade Do Zé Açu.
Universidade Federal do Amazonas – Manaus – AM. 2015

TANNO, L. C.; SINTONI, A. (Coord.). Mineração e município: bases para planejamento


e gestão dos recursos minerais. Instituto de Pesquisas Tecnológicas - São Paulo. P. 9-14.
(Publicações IPT, 2850). 2003.
17

APÊNDICE: mapa mental dos areais na localidade do Zé Açu

S-ar putea să vă placă și