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Professora:
Me. Mariane Helena Lopes Benedito
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Diferenciar remuneração de salário.
•• Conceituar os adicionais trabalhistas.
•• Conhecer as formas de pagamento de salário e de jornada de trabalho.
PLANO DE ESTUDO
Nesta unidade, iremos estudar a remuneração, para que então possamos com-
preender melhor como funcionam os adicionais existentes relacionados ao
empregado. Inicialmente, devemos entender a diferença entre remuneração e
salário. Apesar de muitos, na prática, darem a mesma denominação, o concei-
to de ambos os institutos é diferente. Cabe a todos conhecer a diferença entre
ambos com o intuito de conhecer melhor as verbas que recaem sobre a remu-
neração e sobre o salário.
Vista a remuneração, devemos compreender as formas existentes de salário,
com o intuito de saber como se dão e quais são os adicionais e demais verbas
que incidiram sobre o salário do empregado. Para isso, veremos o salário por
tempo, por produção, por tarefa.
Além das formas de salário, nesta unidade, iremos falar sobre cada um dos
adicionais que podem recair sobre o valor percebido pelo empregado. Para
tanto, precisamos diferenciar cada uma deles, bem como quando o emprega-
do terá direito a eles. Contudo, alguns adicionais possuem mais ligação com a
segurança no trabalho.
Dentre esses adicionais temos o de insalubridade, periculosidade e peno-
sidade. Essas três formas de adicionais incidem diretamente no trabalho do
empregado, pois este merece uma compensação econômica em virtude do
risco em que coloca sua própria vida. Nessa hipótese, dependendo do risco e
dos danos que o empregado poderá sofrer, caberá um determinado adicional.
Visto isso, passamos a ver o funcionamento da jornada de trabalho, pois
esta, quando for exagerada, ou seja, além do que a lei permite, também poderá
colocar em risco a saúde física e mental do empregado. Por conta disso, é de
suma importância que se consiga compreender a diferença de jornadas para
que se saiba quando o empregado estará protegido em relação a acidentes do
trabalho
introdução
6 Pós-Universo
Remuneração
Todavia, há críticas em relação a essa forma de pagamento, pois uma das maiores
dificuldades são os cálculos dos salários por produção e dos demais pagamentos do
empregado baseados nos salários, como férias, indenizações, afastamento do em-
pregado em geral, dentre outros. Ressalta-se ainda que essa forma de pagamento
força o trabalhador, que, para ganhar mais, exaure suas forças e nunca atinge um
valor suficiente.
Com a reforma trabalhista de 2017 o salário por produção foi alterado. Essa forma
de salário não tem mais como garantia o salário mínimo ou o piso salarial da catego-
ria. O empregado de fato deve receber de acordo com o que foi produzido. Nesse
caso, pode ser que o empregado acabe recebendo menos que o salário mínimo.
Esse é um dos pontos que vem sendo discutida a inconstitucionalidade, visto que a
Constituição Federal assegura pelo menos o salário mínimo ao trabalhador.
Salário em Dinheiro
O salário deve ser pago em dinheiro, em moeda de curso forçado. O objetivo prin-
cipal do pagamento em dinheiro é evitar o pagamento em vales, cupons, bônus ou
ainda o pagamento em moeda estrangeira, entre outros,.
Todavia há exceção: se a obrigação tiver que ser cumprida no exterior, não será
vedado o pagamento do salário em moeda estrangeira. A conversão deverá ser feita
tomando por base a taxa de câmbio vigente na data da contratação, aplicando-se
daí em diante os reajustes legais ou convencionais.
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Salário em Utilidades
Essa forma de pagamento irá decorrer do contrato ou do costume. O art. 458 da CLT
permite o pagamento em utilidades, ou seja, além do pagamento em dinheiro, o
empregador poderá fornecer utilidades ao empregado, como alimentação, habita-
ção, vestuário ou outras prestações in natura.
Para configuração da utilidade, dois critérios básicos são necessários: i) habituali-
dade, que inclusive será indicada no art. 458 da CLT. Se a utilidade for fornecida uma
vez ou outra, eventualmente ou provisoriamente, não será considerada salário in
natura; ii) gratuidade. O salário-utilidade é uma prestação fornecida gratuitamente
ao empregado. A utilidade não deixa de ter um aspecto de compensação econômica
pelo trabalho prestado, ainda que seja fornecida gratuitamente. Havendo cobrança
da utilidade pelo empregador, deixará de ter natureza salarial a prestação fornecida
ao empregado.
Se a utilidade não fosse fornecida, o empregado teria que comprá-la ou des-
pender numerário próprio para adquiri-la, mostrando que se trata realmente de um
pagamento ou de um ganho para o trabalhador, uma vantagem econômica. Todavia,
o salário-utilidade deve ser fornecido gratuitamente ao empregado, pois se a utili-
dade for cobrada não deverá se falar em salário. Não representa salário-utilidade o
fornecimento de bebidas alcoólicas ou drogas nocivas – art. 458, parte final, da CLT
(BRASIL, 1943).
Os vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e
utilizados apenas no local de trabalho para a prestação de serviços não serão consi-
derados como salário. Se o uniforme não é usado apenas no emprego, ou se o veículo
é usado também nos finais de semana e férias do empregado, representando van-
tagem concedida pelo trabalho e não apenas para o trabalho, serão considerados
como salário in natura.
Dessa forma, com base no § 2º do art. 458 da CLT, é possível distinguir entre a
prestação fornecida pela ou para a prestação dos serviços. Se a utilidade é forneci-
da pela prestação dos serviços, terá natureza salarial. Decorre da contraprestação do
trabalho desenvolvido pelo empregado, representando remuneração. Tem caráter
retributivo.
Ao contrário, se a utilidade for fornecida para a prestação de serviços, estará des-
caracterizada a natureza salarial, como ocorre com os equipamentos de proteção
individual, que servem para ser utilizados apenas no serviço.
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Salário-Condição
É o pagamento feito pelo empregador ao empregado, em decorrência do contrato
de trabalho, sendo dependente do estabelecimento de condições específicas que
devem ser cumpridas pelo trabalhador.
São espécies de salário-condição: adicionais (horas extras, noturno, periculosi-
dade, insalubridade, por tempo de serviço, transferência etc.), prêmios, gratificações
ajustadas. Poderá deixar de ser pago desde que o serviço não seja prestado de acordo
com a condição.
Se a condição estabelecida for permanente, o salário não pode ser reduzido ou
suprimido. Se a condição é temporária, no término do período, cessa o direito ao
pagamento do salário-condição, salvo se houve habitualidade no pagamento, que
passa a ter natureza salarial, incorporando-se ao salário.
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Formas Especiais
de Salário
Conforme vimos anteriormente, o salário pode ser pago sob diversas formas, sendo,
porém, todas elas consideradas juridicamente normais, desde que reflitam a verdade.
Agora, veremos outros tipos de remuneração que pode ser paga ao empregado.
Todas essas formas são consideradas de “natureza” salarial (que significa que devem ser
agrupadas com o salário), porém não são o salário em si, mas o complemento deste.
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Abonos
Abono significa adiantamento em dinheiro, uma antecipação salarial. Situações de
momento criam certas necessidades para as quais são estabelecidas medidas tran-
sitórias. Com o tempo, cessada a causa, cessam os seus efeitos ou se processa a sua
absorção pelo salário.
Adicionais
Adicional significa algo que se acrescenta. No sentido jurídico, adicional é um acrésci-
mo salarial que tem como causa o trabalho em condições mais gravosas para quem
o presta. Pode ser dividido em adicional de horas extras, noturno, de insalubridade,
de periculosidade, de transferência.
•• Adicional Noturno
Segundo o art. 73 da CLT, o adicional será de 20% sobre a hora diurna para
o empregado urbano (BRASIL, 1943) e de 25% sobre a remuneração normal
para o empregado rural – art. 7º, parágrafo único da Lei nº 5.889/73 (BRASIL,
1973). Se o adicional for pago com habitualidade, integra o cálculo do salário
do empregado para todos os efeitos.
•• Adicional de Insalubridade
•• Adicional de Periculosidade
•• Adicional de Penosidade
•• Adicional de Transferência
Comissões
É frequente, nos empregos de comércio, a retribuição com base em percentuais
sobre os negócios que o vendedor efetua. Percebendo o trabalhador apenas comis-
sões, não tendo salário fixo, o empregador deve assegurar ao mesmo, pelo menos,
um salário mínimo no mês em que as comissões não atingirem essa importância.
Gratificações
Gratificações são liberalidades do empregador que pretende gratificar o emprega-
do por ocasião das festas de fim de ano. A gratificação pode ter várias finalidades:
i) retributiva, de modo a remunerar o empregado pelo serviço prestado, seja de
maneira expressa ou tácita; ii) premial, ou de recompensa pelos serviços extras pres-
tados; iii) estimulante, de modo a fazer que o empregado produza mais ou melhore
sua produção.
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Jornada de
Trabalho
Jornada de trabalho são as horas de um dia de trabalho. Na realidade, são computa-
das na jornada de trabalho não só o tempo efetivamente trabalhado, mas também
o tempo à disposição do empregador.
Para se compreender o conceito de jornada de trabalho, devem ser analisadas
três teorias diferentes: o tempo efetivamente trabalhado, o tempo à disposição do
empregador e o tempo in itinere.
A primeira teoria, do tempo efetivamente trabalhado, não considera as para-
lisações do empregado, mas sim apenas o tempo em que este efetivamente presta
serviços ao empregador. Tal teoria não se aplica na legislação brasileira (MARTINS,
2013).
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saiba mais
A jornada de trabalho é um ponto importantíssimo no que diz respeito à
segurança no ambiente de trabalho. Isso porque, quando o empregado ultra-
passa a carga horária a ser realizada, começa a apresentar sinais de cansaço,
desgaste físico e mental, baixo desempenho no ambiente de trabalho.
Por essa razão, não se pode solicitar que o empregado tenha uma carga
horária além da permitida por lei com frequência. Somente em fatos iso-
lados e quando for essencial para a empresa. A hora extra, portanto, não
pode ser vista como uma forma de aumentar o rendimento financeiro do
empregador.
Fonte: a autora.
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reflita
Seria certo permitir que um empregado trabalhasse, por semana, mais de
44 horas?
Como sabemos, muitas pessoas, devido à crise que estamos vivendo, estão
trabalhando muito além da jornada permitida pela Constituição Federal,
para que possam assim ter um valor maior de salário que as ajudem com
os problemas financeiros. Tal prática poderia ser considerada certa?
Fonte: a autora
atividades de estudo
2. Marines dos Santos foi contratada como empregada de uma indústria de cosméti-
cos. Quando foi chamada para assinar o contrato de trabalho, o horário que constava
no mesmo era das 7hs às 17hs, com 1 hora de intervalo. Contudo, no final do ano,
devido ao aumento da produção, Marines precisou trocar sua jornada de trabalho,
por dois dias da semana, para das 17hs à 1h do dia seguinte, permanecendo com
uma 1 hora de intervalo, retornando ao trabalho normalmente assim que foi com-
pletado o quadro de funcionários da empresa. Nessa situação hipotética, assinale a
alternativa correta.
a) Quanto ao cumprimento da jornada, ela foi devidamente cumprida. Por essa razão
Marines não tem nenhum direito relacionado à troca de horário.
b) Em relação ao trabalho realizado na semana em que foi necessária a troca de
turno, Marines tem direito ao pagamento de horas extras por não ter sido obser-
vado o seu intervalo determinado por lei.
c) Em verdade, é devido o pagamento de adicional noturno, por ter sido realizado
o trabalho no período da noite.
d) Na realidade Marines não tem direito nem a adicional noturno nem ao pagamen-
to de horas extras, pois realizou sua atividade normalmente.
atividades de estudo
Nesta terceira unidade, estudamos o que vem a ser a remuneração. Esta não é a mesma coisa que
salário e nem pode ser confundida com ele. Em verdade, a remuneração é o geral, e o salário é
uma espécie de remuneração. Vimos cada uma das formas de salário que o empregado poderá
receber: por tempo, por produção, por tarefa.
Para que se tenha a remuneração, além do valor do salário base ao qual o empregado tem direito
quando recebe um valor fixo por mês, podem ser recebidas também outras verbas que irão com-
plementar a sua remuneração. Acerca dessas verbas, vimos cada uma das que podem incidir sobre
o salário do empregado. Nesse caso, dependerá especificamente da relação de trabalho anali-
sada. Até mesmo o tipo de empregado poderá influenciar sobre as verbas que podem incidir
sobre o salário.
As verbas que complementam o valor percebido pelo empregado são diferenciadas também
em verbas salariais e não salariais. As salariais incidem sobre o salário e passam a fazer parte do
valor recebido mensalmente pelo empregado. Já as não salariais têm característica de indeni-
zação, sendo pagas ao empregado em momentos pontuais da relação de emprego. Assim, não
incorporam o salário.
A partir do estudo feito, pudemos compreender melhor como funciona a relação de emprego e,
na sequência, estudamos melhor como e por que a segurança do trabalho se tornou importan-
te e essencial dentro de uma organização empresarial, uma vez que ela influencia diretamente
nos adicionais de insalubridade, periculosidade e penosidade.
Em seguida, analisamos a jornada de trabalho. Esta tem grande influência na relação de trabalho,
pois o empregado, para que possa realizar sua atividade, deve estar em condições psicológicas
e físicas para tanto. Por essa razão é importante que o empregador respeite o limite máximo de
trabalho e a jornada que o empregado pode realizar.
material complementar
Na Web
Para saber mais sobre a jornada de trabalho e os encargos que podem ser gerados por ela,
leia o texto de Rogerio Martir, disponível em: <http://rogeriomartir.jusbrasil.com.br/arti-
gos/112335848/a-jornada-de-trabalho-nos-limites-da-lei>. Acesso em: 7 jul. 2015.
referências
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1o de maio de 1943.Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10243.
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resolução de exercícios
2. d. Na realidade Marines não tem direito nem a adicional noturno nem ao pagamen-
to de horas extras, pois realizou sua atividade normalmente.