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UNIDADE 04

Relações de Gênero, Raça e Etnia

Nas unidades de aprendizagem 1, 2, e 3 quando começamos a abordar o conceito de gênero, uma série
de questões em relação a naturalidade das desigualdades entre homens e mulheres. Tal discussão buscou
proporcionar uma análise crítica de várias questões a nossa volta que reforçam a desigualdade de gênero,
mostrando o porque que ainda hoje as mulheres são desfavorecidas sob o discurso e justificativa de uma
menor capacidade física ou emocional com relação aos homens.

Diante do exposto, a unidade de aprendizagem 4, tem como objetivo refletir sobre a produção da diferença
sexual, da diferenças de gênero e discutir sobre a diferença entre sexo e gênero, bem como entre gênero e
identidade de gênero.

Ao estudar esta unidade de aprendizagem, você poderá:


●●Na unidade 4 de aprendizagem, o principal objetivo é refletir a respeito de alguns elementos que
definem a nossa percepção de masculino e feminino, especificamente as convenções corporais que
orientam a construção das diferenças de gênero.

No decorrer deste material você conhecerá diferentes temas. Confira abaixo:


●●Refletindo sobre criações culturais: a relação entre sexo e de gênero
●●Sexo e gênero: construção de diferença
●●Gênero e identidade de gênero
●●Sexo e gênero: a visão de judith butler.

Sexo e Gênero: Construção De Diferenças E Criações Culturais.. 32


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Relações de Gênero, Raça e Etnia

Refletindo Sobre Criações Culturais: A Relação Entre


Sexo E De Gênero
Qual é o seu gênero?

Relembre da sua formação pessoal: desde criança você foi ensinado(a) a agir e a ter uma determinada
aparência, de acordo com o seu sexo biológico. Se havia ultrassonografia, esse sexo foi determinado
antes de você nascer. Se não, foi na hora do seu parto, como vimos na unidade de aprendizagem 3.

Crescemos sendo ensinados que “homens são assim e mulheres são assado”, porque “é da sua natureza”,
e costumamos realmente observar isso na sociedade.

Podemos refletir sobre alguns elementos que definem a nossa percepção sobre masculino e feminino.

Quando vemos, por exemplo, uma pessoa pela primeira vez ou observamos um retrato de alguém
desconhecido, ou até mesmo a imagem de alguém em um programa de televisão e a voz de pessoas em
um programa de rádio, uma das atitudes imediatas que temos, sem mesmo darmos conta, é lhe atribuir
um gênero, masculino ou feminino.

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Imagens retiradas dos sites: http://www.agenciajovem.org/wp/?p=15758 / http://www.sies.uem.br/

Este comportamento se dá a partir de determinadas regras e suposições em relação à masculinidade

e a feminilidade que são construídas no nosso processo de socialização como vimos na unidade de

aprendizagem 3. È interessante observar que na maior parte das vezes, tais distinções ocorrem sem

qualquer evidencia acerca dos genitais da pessoa.

A partir disso, podemos perceber que a atribuição do gênero ultrapassa essa demarcação física,

envolvendo ao mesmo tempo a percepção seletiva do observador e a acentuação de determinados sinais

por parte de quem esta sendo observado. Seguem abaixo alguns elementos que desencadeiam uma serie

de diferenciações culturais entre masculino e feminino e como referência nas atribuições de gênero.

A constituição física; a presença de pelos; o formato dos quadris; o tamanho dos ombros;
a voz mais grossa ou mais fina; a forma de vestir; o corte de cabelo; as posturas corporais;
os gestos; as expressões faciais, além do contexto em que está circunscrita a observação.

Em nosso cotidiano nos defrontamos com pessoas que apresentam ao mesmo tempo características

relacionadas ao feminino e masculino e, assim, somos obrigados a reorganizar a nossa percepção e,

a procurar explicações para os elementos que eventualmente não se encaixam na nossa atribuição de

gênero e ao mesmo tempo procuramos dar um sentido aqueles componentes que, conforme s nossos

padrões socioculturais, estão fora de lugar.

Diante disso, muita das vezes tais elementos que colocam em duvida a atribuição de gênero podem

remeter ainda a um questionamento sobre “verdadeiro’ sexo da pessoa.

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Na nossa cultura, que historicamente segue a lógica do patriarcado, percebe-se que a indicação do sexo
biológico funciona como um aspecto fundamental que orienta a nossa percepção do gênero. Nos padrões
culturais ocidentais, ter um pênis ou uma vagina define em grande medida as possibilidades que temos de
construir as identidades de gênero.

Desse modo, por mais feminina que nos pareça uma pessoa, ao sabermos que ela possui um pênis,
deixamos de vê-la como mulher e passamos a considera - lá a partir de outras categorias, como por
exemplo, a de travesti e a de transexual.

Os órgãos genitais operam, assim, como uma ancoragem a partir da qual, mesmo considerando a
variabilidade de outros atributos corporais, organizamos a percepção de gênero.

Será que o biológico é mesmo um referencial tão auto-evidente, livre da influência cultural e estável quanto
imaginamos?

Sexo E Gênero: Construção De Diferença

O que seria gênero?


Gênero esta ligado a um conjunto de representações sociais e culturais construídas a partir da diferença
biológica dos sexos, construção social do masculino e feminino.

Conforme defende Joan Scott (1990) Apud Heleieth I.B. Saffioti (2005) gênero deve ser visto como
elemento constitutivo das relações sociais baseadas em diferenças percebidas entre os sexos, e como
sendo um modo básico de significar relações de poder.

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O que seria sexo?

O termo abrange vários sentidos, como uma pratica “fazer sexo” ou “manter relações sexuais com alguém”.
Mas pode indicar o conjunto de atributos fisiológicos, órgãos e funções reprodutivas e, além disso, permite
classificar e definir os indivíduos em categorias distintas como: seres do mesmo sexo, do sexo oposto, segundo
as características especificas atribuídas a seus corpos, atitudes e comportamentos.

Diante das reflexões e com base na discussão teórica de Saffioti (2005), seguem abaixo a descrição das distinções
entre Sexo e Gênero:

Gênero: Maneira que as diferenças entre mulheres e homens assumem nas diferentes sociedades, no transcorrer
da história.

Sexo: Diferenças anátomo-fisiológicas existente entre os homens e as mulheres. Expressão biológica que define
um conjunto de características anatômicas e funcionais (genitais e extragenitais).

É perceptível em nossas sociedades, que a diferença sexual é concebida como um dado da natureza, mas,
no entanto, pela lógica da diversidade cultural, não podemos afirmar que essa busca pelo “verdadeiro sexo” é
observada necessariamente em outras culturas.

Neste sentido, por mais que tenhamos uma variação em relação a comportamentos deslocados do seu referencial
masculino ou feminino, é no corpo, em suas dimensões macro ou microscópicas, que procuramos a verdade
sobre o sexo e a sua relação com o gênero.

Gênero e Identidade de Gênero

O que seria Identidade de gênero?

Tomando como referência nas discussões de Robert Stoller (1964) Apud Butler (2003) para falarmos da
expressão “identidade de gênero”, gênero e identidade são opostos ao seu sexo biológico. A identidade
de gênero pode então se desenvolver de forma normal (quando o gênero é congruente com a anatomia)
ou distorcida (quando gênero diverge da anatomia em virtude de frustrações, conflitos, proibições,
comunicações confusas).

A formação da identidade de gênero depende:


●●Das relações que estabelecem uns com os outros
●●Do meio sócio-cultural
●●Das leis e norma sociais
●●Da forma de vida dos diversos grupos aos quais pertencemos (família, trabalho, amigos, classe social
e sexo.

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Como ocorre a identidade de gênero?

Na visão de Saffioti (2005) a identidade de homens e mulheres começa a ser construída antes do
nascimento e continua pela vida afora, dependendo doa padrões de feminilidade e masculinidade
existentes e do que valorizamos e não valorizamos nos nossos papeis sociais feminino e masculino.

Na família os papeis sociais são definidos de acordo com o que ocorre na sociedade.

Exemplo: Nas famílias nucleares, em geral as mulheres cuidam e os homens sustentam os filhos.
Mesmo quando sustentam as mulheres não são vistas como provedoras. Seguem no organograma
abaixo, algumas frases que expressam e reforçam a lógica do patriarcado na relação entre homem
e mulher.
Eles mandam,
elas obedecem..

Eles gritam,
elas choram.

Elas seduzem, eles


Eles pensam e
são seduzidos
elas fazem.

A noção de identidade de gênero tornou-se então um elemento decisivo naquelas situações que desafiam
a correspondência entre sexo e gênero.

Sexo e Gênero: A Visão de Judith Butler.

Complementando a discussão, nos anos de 1990, a filósofa feminista Judith Butler provocou muitas
controvérsias entre militantes e estudiosas, ao propor uma critica a teoria da construção social do gênero
e a própria definição da mulher como sujeito político do feminino, sendo seu trabalho decisivo para a
emergência de um questionamento sobre a oposição entre natureza e cultura e, conseqüentemente, sobre
a oposição entre sexo e gênero.

Como Butler entende a construção social do gênero?

Para Butler a noção de construção social é problemática, porque supõe a existência de uma entidade
passiva e inerte, anterior a existência da cultura, desconsiderando a própria definição do que seja natureza,
sendo, portanto, histórica e contextual mente variáveis. Assim, ressalta que a nossa maneira de olhar
para o corpo, e a nossa percepção da anatomia dividida em dois sexos opostos embasada em saberes e
tecnologias específicos da nossa cultura.

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Como Butler entende a construção social do gênero?

Além disso, Butler avalia que a idéia de “construção” oculta à existência de um “eu” ou de um “nós” que
atua e que produz o gênero e, portanto, propõe a utilização da concepção de “fabricação” ou “produção”,
em virtude da referência ao processo constante de materialização do gênero no corpo. Ela define que
não apenas os significados atrelados ao corpo são produzidos, mas também que s contornos corporais
são cotidianamente feitos e refeitos.

Esse processo de feitura do corpo pressupõe uma atuação concreta das pessoas na repetição ou na
subversão de expectativas e prescrições sociais que antecedem o seu próprio nascimento.

Não há, portanto, na visão de Butler, razão para dizer que as pessoas sejam portadoras de identidades
de gênero coerentes, já que o gênero é produzido na prática, a partir da associação entre elementos
completamente diversos, como raça, pertencimento étnico, classe social e sexualidade, e que podem
ganhar diferentes significados em determinadas situações e contextos, bem como podem estar
combinados entre si de formas distintas.

Como Butler define Sexo e Gênero?

Para Butler (2003) a compreensão que se baseia na percepção de que o sexo — homem ou mulher — é um
dado natural, a-histórico, e de que o gênero é uma construção histórica e social, por um lado determinista
e por outro construtivista, restringe em muito a possibilidade de compreensão das subjetividades e das
sexualidades.

Butler (2003) coloca que o sexo, assim como o gênero, seria fabricado, materializado de formas
especificas, através de praticas e tecnologias distintas e em diferentes contextos socioculturais.

Então comprar uma boneca, pintar o quarto de azul, escolher uma peça de roupa ou um acessório, o
jeito de usar o cabelo, a forma de andar ou de sentar, trabalhar numa determinada área profissional, ter
o corpo, ou determinadas partes do corpo, mas ou menos malhadas são escolhas quase intuitivas, mas
que materializam diariamente o nosso gênero.

É no cotidiano da casa, do bairro, da escola, da empresa, das cidades, que estão materializados os
efeitos da dominação e da exploração e da injustiça social e é onde a desigualdade se produz e se
reproduz. As desigualdades de gênero são resultados de processos históricos que variam conforme cada
cultura social.

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Na presente unidade de aprendizagem foi feita a reflexão sobre alguns elementos que definem a nossa
percepção sobre masculino e feminino e o papel da cultura e dos padrões feminino e masculino definidos
por ela, bem como suas influências da construção das desigualdades de gênero.

Além disso, foi discutido sobre a diferença entre sexo e gênero e construção das diferenças e as distinções
sobre sexo e gênero e de gênero e identidade de gênero, referenciando-se na teoria de Judith Butler

Bibliografia Recomendada

Bibliografia Complementar:

BUTLER, Judith. Problemas do Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 2003.

Bibliografia recomendada:

SAFFIOTI, Heleieth I.B. GÊNERO E PATRIARCADO: A NECESSIDADE DA VIOLÊNCIA. In: CASTILLO-

MARTÍN, Márcia; OLIVEIRA, Suely de (org). Marcadas a ferro: violência contra a mulher. Brasília: Secretaria

Especial de Políticas para as Mulheres, 2005, (p. 35-76).

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Dicas de Filmes

Café da manhã (Irlanda e Inglaterra, 135 min) – Direção de Neil Jordan. Produzido pelos estúdios Pathé
Pictures Ltd. / Parallel Films/ Bord Scánnán na heireann/Number 9 Films Ltd. Patrick “pussy” Braden
é um travesti numa pequena cidade da Irlanda. Filha de um relacionamento entre uma doméstica e o
padre local, depois de abandonada pela mão. Patrick foi criada por Ma. Braden, que não suporta seu jeito
afeminado, juntamente com seus amigos Charlie, Irwin e Laurence, Pussy decide sair de casa e a partir
em busca de sua mãe verdadeira.

Desejo Proibido (IF These Walls Could Talk 2, 2006, Estados Unidos, 96 min) – Direção de Jane Anderson,
Martha Coolidge, Anne Heche. Três histórias sobre casais de lésbicas em diferentes épocas – 1961, 1972
e 2000, enfrentando diferentes questões. Destaque para a segunda história, quando uma das ativistas
feministas, LINDA é repreendida por ter se relacionado com Amy, uma lésbica considerada pelas outras
ativistas como “masculinizada”.

Sites para visitar

NÚCLEO DE ESTUDOS DE GÊNERO PAGU DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS.

http://www.nupacs.ufrgs.br

NUPACS – NÚCLEO DE PESQUISA EM ANTROPOLOGIA DO CORPO E DA SAÚDE

http://www.nupacs.ufrgs.br

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