20/11/2017

OFICINA DE CANTO
Por Jefferson Lessa
HIGIENE VOCAL: cuidando da voz

A
voz humana já existe desde o
Técnica Vocal nascimento e se manifesta atra-
 Higiene Vocal: cui- vés do choro, riso e grito. Sendo
dando da voz. assim, ela é um dos meios de
 O que é a Voz? interação mais poderosos do indivíduo e se
 A psicodinâmica da constitui no modo básico de comunicação
voz. entre as pessoas.
 Higiene vocal e fato- Nos comunicamos pelo olhar, gestos, corpo,
res de risco para a
rosto e fala. A voz é responsável por grande
voz.
parte das informações contidas em uma O aparelho que produz e
 Descubra seu perfil
mensagem. A voz fala mais do que as pala- reverbera o som.
de comportamento
vras.
vocal.
 Prática vocal.
 Qual minha classifi- - Você tem alguma lembrança particular de
cação vocal? como foram suas primeiras palavras?
 Referencial teórico.
 Ficha Técnica. O QUE É A VOZ?

A
voz é produzida pelo trato vocal, a
partir de um som básico gerado na
laringe, uma espécie de vibração,
parecido com o que
os lábios fazem
quando vibramos com “BR”.
A laringe localiza-se no pescoço
e é um tubo alongado, no interi-
or do qual ficam as pregas vo-
cais.
As pregas vocais são conhecidas
popularmente como cordas vo-
cais, mas não se tratam de cor-
dinhas como as do violão, mas
sim duas dobras, formadas por
músculo e mucosa, em posição
horizontal dentro da laringe,
como se estivessem deitadas.
Quando respiramos silenciosamente, as pregas
vocais ficam abertas, ou seja, afastadas entre si,
para permitir a entrada e saída livres do ar, co-
mo mostra a primeira imagem.
Já quando produzimos a voz, as
pregas vocais devem se aproxi-
mar e vibrar.
Na segunda imagem observamos
as pregas vocais próximas entre
si e devemos imaginar que nessa
posição elas estão vibrando muito
rapidamente.
Quanto mais agudo for o som,
mais as pregas vibram.
- Faça um teste: qual parte do seu
corpo vibra quando você produz
som?
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A PSICODINÂMICA DA VOZ
Nossa voz é só nossa, uma
espécie de expressão sonora
absolutamente individual,
fato semelhante ao que ocor-
re com a impressão digital.
A voz conta uma série de
dados inerentes a três di-
mensões do indivíduo: a bio-
lógica, psicológica e sócio
-educacional.
As informações na dimensão
biológica dizem respeito ao
sexo, a idade e condições ge-
rais de saúde;
HIGIENE VOCAL E FATORES
DE RISCO PARA A VOZ
Higiene vocal consiste de
normas básicas que ajudam
a preservar a saúde vocal e a
prevenir o aparecimento de
doenças.
As normas de higiene vocal
devem ser seguidas por to-
dos, principalmente por a-
queles que usam mais da
voz ou que apresentam ten-
dência a alterações vocais.
Assim sendo, analisaremos a
seguir os principais fatores
de risco que devem ser consi-
As informações na dimensão psi-
cológica correspondem às carac-
terísticas básicas da personalida-
de e do estado emocional do indi-
víduo durante o momento da e-
missão.
Biopsicossocioeducaional
derados com atenção.
São eles: fumo, álcool, po-
luição, drogas, alergias,
hábitos vocais inadequa-
dos, uso de ar-
condicionado, alimenta-
ção inadequada, falta de
repouso adequado, vestu-
ário incorreto, esportes
abusivos, alterações hor-
monais e medicamentos.
- Quais são seus cuidados
com a sua voz?
Já a dimensão sócio-
educacional oferece dados so-
bre os grupos a que pertence-
mos, quer sejam sociais ou pro-
fissionais.
Algumas pessoas tem uma boa
imagem de sua própria voz. Se
você não gosta de sua própria voz,
faça uma consulta para verificar o
quanto dela deve-se às suas carac-
terísticas herdadas e o quanto deve-
se a como você usa os órgãos de
seu aparelho fonador.
- Como você classificaria sua voz?
Perigo das soluções caseiras
Todos conhece-
mos pelo menos
uma receita de
solução caseira
para aliviar dor
de garganta ou voz rouca.
As soluções vão des-
de chá de alho, pas-
sando por gengibre
moído, pastilhas
várias, como balas
de própolis, mel com
limão, vinagre com sal, gema de ovo com
conhaque, chá de romã ou de cravo, refri-
gerante com azeite e até gargarejos com
uísque ou água quente com aspirina.
Nenhuma dessas combi-
nações apresenta ação
direta sobre a laringe, pois
os alimentos e líquidos
ingeridos não passam pela
árvore respiratória e sim pelo esôfago,
que faz parte do sistema digestivo.
As principais mudanças observadas
devem-se à crença no procedimento
sugerido, aos rituais envolvidos em
seu uso e ao desejo de o indivíduo
controlar a própria saúde.
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DESCUBRA SEU PERFIL DE COMPORTAMENTO

LISTA DE SITUAÇÕES DE ABUSO E MAU USO VOCAL E CONDIÇÕES ADVERSAS A SAÚDE VOCAL
(Adaptado de VILLELA & BEHLAU, 2000)

[ 1 ] Raramente Ocorro [ 2 ] Ocorre às vezes [ 3 ] Ocorre muitas vezes [4 ] Ocorre sempre

- Fala em grande intensidade (voz forte)
- Fala durante muito tempo
- Fala agudo demais (muito fino)
- Fala grave demais (muito grosso)
- Fala sussurrando
- Fala com os dentes travados
- Fala com esforço
- Fala sem respirar
- Pala enquanto inspira o ar
- Usa o ar até o final
- Fala rápido demais
- Fala junto com os outros
- Fala durante muito tempo sem se hidratar
- Fala sem descansar
- Articula exageradamente as palavras
- Fala muito ao telefone
- Fala muito ao ar livre
- Pala muito no carro, metrô ou ônibus
- Pigarreia constantemente
- Tosse demais
- Ri demais
- Chora demais
- Grita demais
-Trabalha em ambiente ruidoso
- Vive em ambiente familiar ruidoso
- Vive com pessoas com problema de audição
- Mantém rádio, som ou TV ligados enquanto fala
- Imita vozes dos outros
- Imita vários sons
- Usa a voz em posturas corporais inadequadas
- Pratica esportes que usam a voz
- Freqüenta competições esportivas
- Participa de grupos religiosos com grande uso de
voz
- Tem alergias
- Usa a voz normalmente quando resfriado
-Toma pouca água
- Permanece em ambiente com ar condicionado
- Vive em cidade de clima muito seco
- Vive em cidade com ar muito poluído
- Permanece em ambiente empoeirado, com mofo
ou pouca ventilação
- Expõe-se a mudanças bruscas de temperatura
- Toma bebidas geladas constantemente
- Toma café ou chá em excesso
- Come alimentos gordurosos ou excessivamente
condimentados
- Come alimentos achocolatados em excesso
- Fuma
- Vive em ambiente de fumantes
- Toma bebidas alcoólicas destiladas
- Usa drogas
- Faz automedicação quando tem problemas de voz
- Dorme pouco
- Canta demais
- Canta fora de sua extensão vocal
- Canta em várias vozes
- Usa roupas apertadas no pescoço, tórax ou cintura
- Apresenta azia
- Apresenta má digestão
- Tem refluxo gastresofágico
- Tem vida social intensa
- Tem estresse
SOME SEUS PONTOS:_______
CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO VOCAL
Tipo 1. Até 15 pontos - O comportado vocal
Tipo 2. De 16 a 30 pontos - O candidato a problemas de voz
Tipo 3. De 31 a 50 pontos - O risco sério
Tipo 4. Acima de 51 pontos - O campeão de abusos vocais

PRÁTICA VOCAL
A prática
vocal pas-
sa por
todas es-
tas vias
de conhe-
cimento
que já vimos até agora, porém há tam-
bém a parte prática que envolve exer-
cícios de relaxamento e ativação Alguns modelos para relaxamento muscular
muscular e aquecimento vocal.
Para isso, será necessário:
 Relaxar e concentrar as costas,
ombros, nuca, cabeça e rosto.
 Treinar Respiração.

 Articulação (usando vocalises).

Vamos colocar em prática tudo que

aprendemos até aqui!
Respiração desejada para cantar
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Os vocalises
Os vocalises
são exercícios
vocais que ser-
vem para pro-
mover aqueci-
mento das pre-
gas vocais de
modo gradativo.

Assim sendo, um modelo de e-

xercício é proposto com um fina-
lidade específica; com isso acon-
tecem modulações que sobem e
descem em intervalos de meio ou
um tom.

Podemos trabalhar aspectos

como estes: aquecimento, res-
sonância, ponto de ressonân-
cia, respiração, agilidade,
apoio, impulso, timbragem.

Muito importante saber qual Exemplos de vocalises que podem ser feitas em aquecimento vocal
sua classificação vocal e fazer
estes exercícios com um profis-
sional de canto!

QUAL MINHA CLASSIFICAÇÃO VOCAL?

REFERENCIAL TEÓRICO
BEHLAU, Mara; PONTES, Paulo. Higiene Vocal: cuidando da voz. 3. ed. Rio de Janeiro: Revin-
ter, 2001.

COELHO, Helena de S. N.. Tecnica Vocal Para Coros. São Leopoldo, RS: Sinodal 2008.

FICHA TÉCNICA
JEFFERSON LESSA, 26 anos, natural do Rio de Janeiro, Licenciando em Música
com gestão da Música Eclesiástica pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro
(STBSB), Bacharelando em Psicologia do Instituto de Psicologia da UFRJ. É
formado em Piano Clássico e Canto Popular pela Escola de Música Villa-Lobos,
onde atualmente é professor da mesma nos cursos de piano e teoria musical. É Mi-
nistro de Música da Igreja Batista em Praça do Carmo, Penha - RJ.

Contatos: (22) 998929509 costa.Lessa@gmail.com

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