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Pg 19 – A visualidade eletrônica passou a fazer parte constitutiva da visibilidade cultural, a qual [...], é ao
mesmo tempo entorno tecnológico e novo imaginário capaz de falar culturalmente: de abrir novos
espaços e tempos para uma nova era do visível.
Pg 33- A televisão é a mídia que mais radicalmente irá desordenar a ideia e os limites do campo da
cultura: suas cortantes separações entre realidade e ficção, entre vanguarda e kitsch, entre espaço de
ócio e de trabalho. Porque, mais do que buscar seu nicho na ideia ilustrada de cultura, a experiência
audiovisual a repõe radicalmente: desde os próprios modos de relação com a realidade, istoé, desde as
transformações de nossa percepção do espaço e do tempo. Do espaço, aprifundando o desancoramento
que a modernidade produz com relação ao lugar, desterritorialização dos modos de presença e relação,
das formas de perceber o próximo e o longínquo, que tornam mais perto o vivido “a distãncia” daquilo
que cruza nosso espaço físico cotidianamente. E, pradoxalmente, essa nova espacialidade não emerge
do itinerário que me tira do meu pequeno mundo, senão, ao contrário, da experiência doméstica
convertida pela televisão e pelo computador nesse território visual ao qual, como expressivamente disse
Virilio, “todos chegam sem que tenham de partir”.
Pg 41 – [...] a televisão se constitui em ator decisivo das mudanças políticas, em protagonista das novas
maneiras de fazer política, ao mesmo tempo que é nela que o permanente simulacro das sondagens
suplanta a participação cidadã e onde o espetáculo trapaceia até dissolver o debate político. porém,
espaço de poder estratégico, em todo caso: pela democratização desta “esfera pública eletrônica”, que
é a televisão, passa em boa medida a democratização dos costumes e da cultura política. E também
esteticamente atelevisão se tornou crucial na América latina, pois etá convocando – em que pesem os
antolhos dos negociantes e os preconceitos de muitos dos p´roprios criadores – boa parte do talento
nacional, desde diretores e artistas de teatro e cinema até grupos de criação popular e as novas
gerações de criadores de vídeo. Nas brechas da televisão comercial, e nas possibilidades abertas pelos
canais culturais, regionais, locais ou comunitários, a televisão aparece como um espaço de cruzamentos
estratégicos com certas tradições culturais de cada país: orias, gestuais, escritas, teatrais,
cinematográficas, novelescas etc.