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URGÊNCIAS EM QUEIMADURAS
Prof. Dr. Jalma Jurado

É doença cercada de grande dramaticidade humana que incide em todas as


épocas nos povos primitivos ou civilizados do planeta. O calor, frio, fogo,
explosões, irradiações, químicos, venenos e outros agentes energéticos ambientais
lesam a cobertura cutânea dos seres vivos, causando danos leves, graves ou a
morte. É problema de saúde pública evitável através de programas específicos de
educação preventiva. Após o acidente o tratamento tem elevado custo para
paciente, família e sociedade além de sempre deixar seqüelas definitivas. Qualquer
especialidade médica, cirúrgica ou não, deve ter conhecimentos para o
atendimento da urgência e Emergência em queimados.

Propedêutica na Emergência
 Gravidade e Evolução
Simulando uma situação com grande número de queimados a atender. Uma
simples e rápida inspeção por parte do profissional reconhece o paciente a
priorizar, segundo alguns critérios:
1. Queimaduras Graves - Extensas áreas lesadas na pele ou que
incluam face, pescoço, genitais, vias aéreas, etc. O estado geral evidenciará sinais
e sintomas dos sistemas comprometidos: respiratório, circulatório, renal e
encefálico como dispnéia, hipotensão, hipodiurese ou anúria, obnubilação, etc. que
deverão ser identificados e tratados.
2. O edema da área queimada (vermelhidão, bolhas, epiderme
descamada e exsudações) indica perda de plasma e redução do volume circulatório
exigindo reposição imediata, para evitar o choque, insuficiência renal, hemorragia
digestiva, etc. O edema é progressivo nas primeiras 48 horas e o atendimento
deve ser adequado na unidade semi-intensiva do hospital geral ou de queimados.
3. Com a normalização circulatório-renal o edema vai desaparecendo
durante a primeira semana. Avalia-se exatamente a extensão da queimadura e
sua profundidade, tarefa do Especialista. Agora a extensão contribui menos para a
gravidade, substituída pela profundidade que indicará o tratamento cirúrgico.
Nesta fase o paciente estará em enfermaria apropriada ou numa Unidade de
Queimados.
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4. Para as lesões de qualquer extensão denominadas de: 1º. Grau


(epiderme), 2º. Grau (epiderme e derme em graus variados), cuidados
satisfatórios permitem cura rápida e alta em poucos dias.
5. As queimaduras de 3º. Grau (destruição completa da pele e seus
anexos) restará camadas necróticas aderidas, que nosso corpo destaca e elimina
gradual espontaneamente em 3 a 4 semanas ou por remoção cirúrgica. É uma
fase “úmida”, e acompanhada de secreção geralmente purulenta. Terminada a
“escarotomia” instala-se uma fase ulcerativa, que desenvolvendo granulação
saudável (tecido mesenquimal não ectodérmico, composto de colágeno e
capilares) e livre de infecções deverá receber transplantes autógenos de pele para
reposição completa da pele. Não esquecer de avisar o paciente que sempre
restarão seqüelas definitivas estéticas ou funcionais (estas obrigando novas
cirurgias).

Queimadura e Cicatrização
Se observarmos os itens 1 e 2, eles correspondem exatamente às primeiras
reações orgânicas ao trauma típicas da cicatrização dos ferimentos ou “fase
inflamatória” (exsudativa, quiescente, etc.). Enfatizamos que nesta fase o
diagnóstico e tratamento cabem a qualquer profissional médico, não
necessariamente ao especialista. Os itens 3 e 4 correspondem à “fase celular”
(fibroplasia), que requer observação e cuidados locais adequados, jamais
prejudicando a recuperação espontânea da pele. O item 5 corresponde à “fase de
maturação” (onde a cicatrização é espontânea por 2ª. Intenção ou as ulcerações
requerem transplantes de pele), a cargo de um especialista.

CONDUTA DO SERVIÇO
Vias aéreas queimadas, ou intoxicações por fumaça e agentes tóxicos com
obnubilação mental necessitarão de oxigênio e drogas antiedema cerebral;
raramente entubação ou traqueostomia. O uso de analgésicos potentes via
endovenosa, até opiáceos é indicado nas primeiras horas da dor, bem como
antibióticos profiláticos e prevenção antitetânica. Todos os queimados graves
deverão ter monitorização da diurese por cateter vesical a um ritmo mínimo de 30
a 50ml/hora. Um adulto tem normalmente 1,7ms2 de pele, um reservatório de
30% da volemia. O sistema circulatório superficial lesado, com os vasos repletos
de sangue, ampliará a perda volêmica (em sangue total). A cateterização de uma
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veia, o mais próxima do coração, permite rápida reposição da volemia nas


primeiras 48 horas. O volume reposto é função da extensão da queimadura,
calculado rapidadamente pela “Regra dos Nove” ou por tabelas comuns de Pronto
Socorro (figura 1).

Fig. 1: “Regra dos nove”

 Reposição do volume circulatório – O cálculo a partir da zero hora do


momento da queimadura é feito pela fórmula:
a) 1ml por quilo de peso por porcentagem de área queimada totalmente
infundidos nas primeiras 8 horas.
b) Mesma dosagem nas 16 horas seguintes e
c) mesma dosagem nas próximas 24 horas.
Assim, o queimado receberá no total: 3 ml / quilo / % de área queimada,
em 48 horas.
 Qualidade do volume de reposição – Em pessoas hígidas usa-se soro
fisiológico. Se o volume for muito grande, o NaCl acidificará o Equilíbrio ácido-
básico do sangue do paciente, pois os Mili-equivalentes de Cloro (35,5) são
maiores que os do plasma (23). Nestes casos usar solução balanceada (Ringer,
ou acrescentar bicarbonato de sódio ao soro fisiológico, por ex.). Em pessoas
desnutridas usar soro e sangue ou seus derivados macromoleculares, na
proporção de uma parte de sangue e 3 partes de soro.
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 Tratamento local para 1º. e 2º. Graus - Do ponto de vista da fisiologia da


reepitelização da pele, isto é, quando restam elementos epiteliais na área
lesada (anexos da pele), jamais esquecer que a pele “Cicatriza em meio
seco”. A umidade em contacto com a pele favorece maceração, exsudação e
como sempre há contaminação com temperatura de 37ºC, cria-se um meio de
cultura que fatalmente termina em infecção. Os curativos que mantém a
umidade são retirados contendo na área de contato secreções de cores
reveladoras (amarela para gram positivos, esverdeada para gram-negativos,
etc.).Com freqüência eles escorregam e esfregam a queimadura, facilitando a
maceração por nova lesão mecânica. Lembre-se que a dermatite das fraldas
úmidas está relacionada com a urina dos bebês em contato com a pele, por
isso as fraldas hoje são “enxutas, absorvem a umidade”. O “curativo” (na
verdade bandagem) em 4 camadas “OCR – Oclusão, compressão e repouso”,
é indicada quando feito em ambiente descontaminado e com técnica especial,
executada por para-médicos experientes. As quatro camadas incluem: gaze ou
rayon úmido em soro fisiológico, jamais ocluir as malhas com vaselina e
ungüentos que não permitam a passagem do exsudato plasmático; uma
camada de tecido absorvente, algodão e crepe de forma semicompressiva e
confortável. Ao trocá-lo, uma ou duas vezes até a reepitelização, jamais retirar
a camada de rayon aderida e seca, pois provocamos novas lesões. “A pele
queimada deve ser tratada com os cuidados dedicados a uma pétala de flor”.
Os médicos em geral, necessitam de longo treinamento para bandagens
eficientes. Nesse caso, com raras exceções, a melhor conduta é a “Exposição”,
a pele fica exposta ao meio ambiente, protegendo paciente em tendas com
umidade do ar e temperaturas adequadas. Na fase inflamatória ou exsudativa
das primeiras 48 horas, a pele lesada exsuda plasma que em contato com o ar
coagula e solidifica tornando-se um “curativo biológico” seco e utilíssimo para
evitar infecção e permitindo epitelização sob essa “cobertura autógena”.
 Tratamento local para lesões de 3º. Grau – A cura da área ulcerada na
evolução destas queimaduras só será concluída com os transplantes de pele,
portanto em qualquer fase da queimadura a bandagem tem menor
importância, admitindo-se qualquer conduta: “em exposição, OCR, banhos,
remoção das escaras com cirurgia, ungüentos, etc”.
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Avanços da medicina em Queimaduras – Há inúmeros materiais que


podem ser usados sobre a área queimada em qualquer fase da doença, alguns
impropriamente ditos “pele sintética”. A cultura de tecidos principalmente, de
pequena porção da pele (1cm pode produzir uma camada epitelial de 1m),
produziu um grande avanço e pode substituir a pele de doadores (homógena de
parentes com alguma coincidência genética, segmentos retirados em cirurgias ou
post-mortem) e também material zoógeno (principalmente a pele do porco).
Materiais retirados de vísceras (tubo gastro-intestinal e âmnio da placenta, etc.)
também tem sido estudados, bem como materiais sintéticos. A cultura da derme
(autógena ou homógena) tem sido publicada como uma esperança para devolver a
elasticidade dos enxertos epidérmicos ou até diminuir a sua capacidade de
retração em áreas onde o movimento é fundamental como nas articulações, etc.
Não podemos esquecer que o tecido cutâneo (envoltório em contato permanente
com o meio ambiente) é o mais reativo do corpo na produção de anticorpos, bem
como o revestimento mucoso respiratório e gastrintestinal e reage com eliminação
rápida dos transplantes, excetuando gêmeos univitelinos (integração definitiva) ou
transplantados em uso de depressores da imunidade. Estuda-se a clonagem da
pele ao nascer para doações eventuais durante a vida, como é feito com o sangue
do cordão umbilical. Enfim à luz dos conhecimentos atuais é impossível devolver a
perfeita integridade de uma pele lesada, embora os meios de comunicação
divulguem a cada instante novidade cirúrgicas de eficiência duvidosa, como o
transplante total da pele facial. A regra é a eliminação rápida ou lenta com o uso
de bloqueadores imunológicos, a menos que estes se tornem completamente
inócuos à saúde. A cicatriz continua sendo a única forma de reparação orgânica
que separa o meio externo do interno.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Houhouot-Attoungbre ML, et al. Disturbances of electrolytes in severe thermal
burns. Ann Biol Clin (Paris). 2005 Jul-Aug;63(4):417-21. French.
2. Grau Carmona T, et al. Nutritional support in burnt patients. Nutr Hosp. 2005
Jun;20 Suppl 2:44-6. Spanish.
3. Hall B. Wound care for burn patients in acute rehabilitation settings. Rehabil Nurs.
2005 May-Jun;30(3):114-9. Review.
4. Nishida N, et al. Acute cerebral infarction caused by congenital hypoplasty of
cerebral artery in a severe burn case. Leg Med (Tokyo). 2002 Jun;4(2):119-22.
5. Boscher A, et al. Cooling and irrigation, volume replacement, pain management.
First aid in burns. MMW Fortschr Med. 2002 Jun 13;144(24):22-6. German.
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RESUMO ESQUEMÁTICO DE CONDUTA

Queimadura grave

Vias aéreas queimadas - Analgésicos fortes, via - Reposição do volume


Intoxicações por fumaça e endovenosa circulatório: Ringer
agentes tóxicos - Opiáceos Lactato 2-4ml/kg x % de
Obnubilação mental - Antibióticos profiláticos área queimada; iniciar
- Prevenção antitetânica metade nas primeiras 8
horas e o restante nas 16
horas seguintes
- Monitorização de débito
Oxigenioterapia urinário (30-50ml/hora)
Avaliar PIC
Entubação ou
traqueostomia

Paciente estável

Avaliar

- Inicialmente: Profundidade da
Extensão da lesão
lesão

Edema progressivo - Lesões de - Lesões de


nas primeiras 48 1º e 2º grau 3º grau
horas

Cicatriza em Transplante
meio seco de pele

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