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Tratamento de
Resíduo
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Modalidade Semipresencial
Marcus Vinicius Carvalho Arantes
Técnicas de
Tratamento
de Resíduos
São Paulo
2018
Sistema de Bibliotecas do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional
PRODUÇÃO EDITORIAL - CRUZEIRO DO SUL EDUCACIONAL. CRUZEIRO DO SUL VIRTUAL
A684t
Arantes, Marcus Vinicius Carvalho.
Técnicas de tratamento de resíduos. / Marcus Vinicius Carvalho
Arantes. São Paulo: Cruzeiro do Sul Educacional. Campus Virtual,
2018.
128 p.
Inclui bibliografia
ISBN: (e-book)
CDD 628.4
Técnicas de Tratamento
de Resíduos
SUMÁRIO
9 Unidade 1 – Caracterização dos Resíduos Sólidos
Unidade 2 – Gerenciamento
29 de Resíduos Sólidos
Aspectos Legais e Institucionais
Unidade 3 – Gerenciamento
49 de Resíduos e Rejeitos –
Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
Unidade 4 – Gerenciamento
69 de Resíduos Perigosos:
Técnicas de Tratamento
Unidade 5 – Gerenciamento
91 de Resíduos de Serviços
de Saúde: Técnicas de Tratamento
Educação Ambiental: Instrumento de
109 Unidade 6 – conscientização ambiental nos programas
de gerenciamento de resíduos e rejeitos
PLANO DE
AULA
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem Conserve seu
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua material e local de
formação acadêmica e atuação profissional, siga estudos sempre
algumas recomendações básicas: organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
Assim: de se alimentar
e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da hidratado.
sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário
fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
6
Objetivos de aprendizagem
Caracterização dos Resíduos Sólidos
Unidade 1
» Ilustrar, sucintamente, as definições dos resíduos sólidos gerados pelas atividades antrópicas, buscando adotar uma
abordagem abrangente acerca das mudanças de configurações e composições dos resíduos sólidos gerados ao longo
da história do ser humano.
» Abordar os três aspectos gerais que compõem o modelo de gestão de resíduos sólidos do Brasil, segmentados em: 1-)
Arranjos institucionais; 2-) Instrumentos legais; 3-) Mecanismos de financiamento. Nessa unidade, você terá a oportunidade
de estudar as principais características desses três aspectos supracitados, por meio de exemplos e ilustrações.
» Apresentar os tópicos importantes da Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, inerentes aos tipos de resíduos
sólidos e seus respectivos tipos de tratamento.
Unidade 3
» Abordar as principais técnicas de tratamento e gerenciamento de resíduos perigosos, estratificados nos seguintes
grupos de resíduos: – Pilhas e Baterias; – Pneus; – Construção Civil; – Resíduos de Equipamentos Elétricos e
Eletrônicos (REEE).
» Abordar as principais técnicas de tratamento aplicáveis aos resíduos de serviços de saúde (RSS), estratificados nos
seguintes grupos de resíduos: – Grupo A: Biológicos ou Potencialmente Infectantes; – Grupo B: Químicos; – Grupo
C: Rejeitos Radioativos; – Grupo D: Resíduos Comuns (resíduos, orgânico e reciclável, e rejeitos não recicláveis); –
Grupo E: Resíduos Perfurocortantes.
7
1
Caracterização dos Resíduos Sólidos
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade indico-lhe uma breve leitura da matéria “A riqueza
que vem do lixo”, cujo link está descrito logo abaixo. Esta matéria lhe oferecerá
informações sobre os resíduos no Brasil e como a correta gestão, destinação e
reutilização podem se transformar em um mercado produtivo e altamente rentável.
Explor
https://goo.gl/k1jTh7
10
Introdução
O manejo da matéria e a produção de resíduos e rejeitos são processos
inerentes à vida e às diversas atividades desenvolvidas pela humanidade. Ao longo
do processo de civilização e povoamento do planeta Terra observou-se que os
resíduos e rejeitos antropogênicos (originado pelas atividades humanas) possuíram
uma grande diversificação em sua composição físico química.
11
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Contextualização: Características dos Resíduos e Rejeitos
Gerados na Época Pré-Industrial
12
· Composição físico-química simples de origem natural;
· Rico em matéria orgânica;
· Restos e sobras de alimentos e matérias de origem vegetal, tais como: Casca
de frutas, restos de legumes e hortaliças, algodão, fibra de coco etc.;
· Remanescentes de material de origem animal, tais como: Chifres, ossos,
dentes, cascos, pele, couro, conchas, escamas, artefatos de caça etc.;
· Alta capacidade de biodegradabilidade;
· Geração de pequenos volumes de resíduos sólidos orgânicos.
“Os resíduos orgânicos são constituídos basicamente por restos de animais ou vegetais. Podem
Explor
ter diversas origens, como doméstica ou urbana (restos de alimentos e podas), agrícola ou
industrial (resíduos de agroindústria alimentícia, indústria madeireira, frigoríficos, etc), de
saneamento básico (lodos de estações de tratamento de esgotos), entre outras”.
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Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Características dos Resíduos e Rejeitos Gerados na Época
Pós-Industrial
Observamos que até a era industrial os resíduos sólidos antropogênicos (oriundo
de atividades antrópicas) eram, predominantemente, orgânicos. No entanto, com
o advento das Revoluções Industriais*, os resíduos sólidos passaram a apresentar
maior complexidade em suas características físico químicas.
Observa-se que após a era pós-industrial os resíduos sólidos gerados pelas atividades
antrópicas passaram a apresentar uma composição físico-química mais complexa e
perigosa, oferecendo significativos riscos à saúde humana e à qualidade ambiental.
14
Aumento da População Mundial: Impactos na Geração de
Resíduos Sólidos
Um aspecto importante que está diretamente ligado à geração de resíduos na
sociedade moderna é o aumento vertiginoso da população mundial. Esse fenômeno
foi intensificado a partir das revoluções industriais, culminando, consequentemente,
na elevação de geração de resíduos sólidos no mundo.
15
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Além dos fenômenos supracitados, outro fenômeno que agravou os impactos
socioambientais desencadeados pelos resíduos sólidos, foi o surgimento de novos
tipos de resíduos sólidos. Esse fenômeno será descrito no próximo tópico.
De acordo com a Lei 12.350/10, o “Ciclo de Vida do Produto” consiste em uma “série de
etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e
insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final”.
A seguir, serão elencados alguns dos novos tipos de resíduos sólidos gerados a
partir das revoluções industriais.
Borracha
Os primeiros processos de fabricação da borracha foram desenvolvidos pelos
povos pré-colombianos da América Central, em 300 A.C. a 600 D.C. Esses
povos desenvolveram uma espécie de bolas de caucho compostas por um tipo de
borracha rudimentar (SOUZA, 1993). O caucho é árvore da família das moráceas,
que possui látex que produz uma borracha de qualidade inferior.
16
atualmente, sendo também conhecida como borracha sintética (produzida a partir de
processos industriais).
Logo após esse período, a borracha passou a ser utilizada em larga escala nos
mais diversos segmentos industriais, resultando na geração acentuada desse tipo de
resíduo. A tabela abaixo apresenta as principais características gerais da borracha:
Para saber mais sobre o histórico de fabricação da borracha acesse o seguinte link:
Explor
https://goo.gl/LTzxGA
Vidro
Segundo historiadores, o vidro foi descoberto, acidentalmente, por mercadores
da antiga Mesopotâmia, por volta de 7.000 A.C. Esses mercadores verificaram
que a junção dos elementos fogo, areia e nitrato de sódio originavam um líquido
transparente, que viria a ser o vidro.
Para saber mais sobre o histórico de fabricação do vidro acesse os seguintes links:
Explor
17
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Alumínio
Os primeiros vestígios históricos que comprovam a utilização do alumínio são
datados em aproximadamente 7mil anos atrás, onde a civilização Persa fabricava
potes e recipientes de argila compostos com óxido de alumínio, hoje caracterizado
como alumina. Depois desse período outras civilizações antigas, como a egípcia e
a babilônica, também produziram produtos (cosméticos, medicamentos e corantes
de tecidos) à base de alumina (ABAL, 2016).
Para saber mais sobre o histórico de fabricação do alumínio acesse o seguinte link:
Explor
https://goo.gl/lpmUsd
Plástico
O primeiro composto plástico rudimentar foi desenvolvido em 1860, quando
o inglês Alexandre Pakers desenvolveu estudos com o nitrato de celulosa. Esses
estudos foram aperfeiçoados, em 1870, pelo americano John Hyatt, cujo resultado
culminaria na fabricação da primeira matéria plástica artificial.
Desde esses experimentos iniciais o plástico vem sendo submetido a uma série
de processos de aperfeiçoamento em sua fórmula de fabricação. No início do
século passado foi criado o poliestireno, material primário que veio dar origem aos
demais tipos de plástico produzidos em escala industrial, tais como: Polietileno,
PVC, Poliamidas, Poliéster etc.
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um número gigantesco de resíduos sólidos compostos por esse tipo de material. A
tabela abaixo apresenta as principais características gerais do plástico:
Resíduos Eletroeletrônicos
Os avanços tecnológicos protagonizados pela sociedade moderna também são
responsáveis pela geração de “Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos
(REEE)”. Os resíduos eletroeletrônicos também podem ser denominados como
“Electronic Waste ou E-Waste” (Resíduos Eletrônicos). Segundo (Santos, 2010)
os resíduos eletroeletrônicos podem ser classificados como:
“Todo o rejeito oriundo do descarte de aparelhos eletrônicos, tais como:
televisores, computadores pessoais; incluindo os seus componentes,
como discos rígidos, placas-mãe etc.; aparelhos celulares, entre outros”.
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Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Resíduos de Mineração Metais pesados Mineração e atividades de pesquisa
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e
Resíduos de Saneamento Básico Lodo
Estação de Tratamento de Água (ETA)
Resíduos Químicos de Laboratórios Produtos químicos, hormonais, Estabelecimentos de Ensino e
de Ensino e Pesquisa saneantes e demais produtos perigosos Laboratórios de pesquisa
Embalagens de agrotóxicos
Resíduos de Atividades Agrícolas Agricultura e Pecuária
e fertilizantes
Residências, indústrias, comércios,
Pilhas e Baterias Metais pesados, zinco e manganês
hospitais, instituições de ensino etc.
Fonte: PNRS, 2010; RDC nº 306/04; Resolução CONAMA nº 358/05;
20
Plástico 13,5 4,4 8 11 6,1 7,9 10,2 3,9 11,2 12,6
Papel 13,1 14,1 37,7 35 19,9 5,7 37,1 5,7 25 16,8
Rochas
0,46 - - - 2,9 18,9 6,8 40,3 - -
e solo
Borracha,
- 1,5 - 7,4 1,5 2,5 2,1 3,5 5,5 2,6
Tecido
Madeira - - - 5,8 - 6,7 - - - -
Outros 16,7 18,9 10,3 3,4 3,1 2,3 7 0,8 8 10,6
Fonte: IBGE, 2010; CABRAL, 2012
21
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Essa contaminação se dá por meio de dois processos. O primeiro ocorre por
meio da infiltração de um material líquido oriundo da decomposição dos resíduos
sólidos, denominado como “Chorume”, no solo, chegando até os lençóis freáticos
subterrâneos ou aquíferos.
Urubus e
outros animais
Poluição
Chorume
Lençol
Freático
22
Impactos dos Resíduos Sólidos na Atmosfera
Os resíduos sólidos, além de serem geradores do material líquido denominado
como “Chorume”, também produzem gases ao longo de seu processo de
decomposição. O principal gás produzido no processo de decomposição dos
resíduos sólidos é o metano (CH4).
O gás metano (CH4) é classificado como um gás de efeito estufa (GEE), logo a sua
emissão, indiscriminada, na atmosfera acarreta expressivos impactos ambientais
tanto em escala local quanto global (MCTI, 2014).
Vimos que as atividades cotidianas desenvolvidas pelo ser humano geram uma
infinidade de resíduos sólidos, como por exemplo: rejeitos, resíduos orgânicos
e perigosos. Esses resíduos sólidos podem gerar grandes impactos ambientais,
quando não gerenciados, tratados e dispostos de forma ambientalmente correta.
23
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Segundo (LEITE, 1997), o Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos do Brasil é
composto por três aspectos:
1. Arranjos institucionais: Instituição de diversos órgãos ambientais nas três
esferas administrativas (federal, estadual e municipal) designados para as
tomadas de decisões na área de resíduos sólidos;
2. Instrumentos legais: Aprovação de leis, decretos, resoluções, normas,
dentre outros instrumentos normativos, relativos ao gerenciamento e
tratamento de resíduos sólidos;
3. Mecanismos de financiamento: Fundos e linhas de financiamento que
oferecem suporte financeiro para a implementação de atividades relacionadas
ao gerenciamento de resíduos sólidos.
24
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008
Tópico: Manejo de Resíduos Sólidos
https://goo.gl/XorkGk
Livros
Armas, Germes e Aço: Os Destinos das Sociedades
DIAMOND, J. Armas, germes e aço: Os destinos das sociedades. 15ª ed. Rio de
Janeiro. Record, 2013.
História do Lixo: A Limpeza Urbana através dos Tempos
EIGENHEER, E. M. A História do Lixo: A limpeza urbana através dos tempos. Rio
de Janeiro: Ed. Campus, 2009
Leitura
Waste Production Must Peak this Century
HOORNWEG, D.; BHADA-TATA, P.; KENNEDY, C. Waste production must peak
this century. Nature, v. 502, p. 615-617, 2013.
25
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Referências
Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST). Dados institucionais.
Disponível em: http://www.abiplast.org.br/
26
CABRAL, E. Considerações sobre resíduos sólidos. IFCE /PGTGA
Sites
http://www.abal.org.br/
http://citrus.uspnet.usp.br/fau/deptecnologia/docs/bancovidros/histvidro.htm
http://www.lixo.com.br/
http://www.plastico.com.br/
http://www.recicloteca.org.br/
27
2
Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Aspectos Legais e Institucionais
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, indico-lhe a breve leitura da matéria, cujo link
está descrito logo abaixo. Esta matéria aborda o cenário alarmante da disposição
final incorreta de nossos rejeitos e resíduos em “Lixões” clandestinos situados nos
Estados brasileiros.
Explor
30
Introdução
Na unidade didática anterior, foi abordado o cenário alarmante relativo aos
mecanismos de gerenciamento de resíduos sólidos adotados no Brasil. Por meio
de dados estatísticos vimos que grande parte de nossos resíduos sólidos ainda
são dispostos e lançados, de forma ambientalmente incorreta, nos mais diversos
ambientes, também denominados como lixões e vazadouros.
Nos capítulos a seguir, são abordadas as principais características dos três aspectos
que compõem o modelo de gestão de resíduos brasileiro. Ilustraremos também
os principais tópicos da Lei Federal que institui a Política Nacional dos Resíduos
Sólidos, sobretudo os tópicos referentes ao tratamento e responsabilidades.
31
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Destinação de Resíduos
Explor
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) foi criado pela Lei Federal
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, sendo um órgão consultivo e deliberativo do
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). De acordo com as Leis federais
nº 6.938/81 e nº 8.028/90, o CONAMA detém a seguinte responsabilidade:
32
“Assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais
e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial
à sadia qualidade de vida”.
Resoluções
Explor
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Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
A Agência Nacional de vigilância Sanitária foi criada por meio da Lei Federal
nº, 9.782, de 26 de janeiro de 1999, sendo caracterizada como uma autarquia
sob regime especial, ou seja, uma agência reguladora detentora de independência
administrativa. A ANVISA é vinculada ao Ministério da Saúde e tem a seguinte
incumbência institucional:
“Promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle
sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços
submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos,
dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. Além disso, a Agência
exerce o controle de portos, aeroportos e fronteiras e a interlocução junto
ao Ministério das Relações Exteriores e instituições estrangeiras para
tratar de assuntos internacionais na área de vigilância sanitária”.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi criada por meio da Lei
Federal nº 4.118, de 27 de agosto de 1962, e assim como a ANVISA a CNEN
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também é caracterizada como uma autarquia federal com autônima administrativa
e financeira. A CNEN é vinculada ao Ministério da Ciência, sendo um órgão de
supervisão, licenciamento e fiscalização da produção e o uso de energia nuclear
no Brasil.
35
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Se você quiser saber mais sobre o histórico de criação da ABNT no Brasil, recomendamos a
Explor
36
Mecanismos de Financiamento
Vimos nos tópicos anteriores que o Brasil possui diversos órgãos ambientais
responsáveis por traçar diretrizes e normas relativas ao gerenciamento,
ambientalmente correto, dos resíduos sólidos do país. Além desses instrumentos
normativos e legais, podemos encontrar mecanismos de financiamento que
patrocinam iniciativas e projetos voltados ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Se você quiser saber mais sobre o projeto desenvolvido pelo Banco Caixa Econômica Federal,
Explor
37
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
pelo Protocolo de Quioto e descrito em seu artigo 12 como um meio de auxiliar o processo
de redução de GEEs ou de captura ou sequestro de carbono por parte dos países do Anexo I.
Podemos citar alguns países do Anexo I, tais como: Alemanha, Canadá, Rússia, Reino Unido,
Noruega, Japão, Itália, Estados Unidos, Suécia, Suíça, Grécia etc.
Se você quiser mais sobre os MDL aplicados aos resíduos sólidos, recomendamos a leitura
Explor
da seguinte obra:
MONTENEGRO, F. A. V. Mecanismo de desenvolvimento limpo aplicado à resíduos
sólidos: Conceito, planejamento e oportunidade. Rio de Janeiro: IBAM, 2007
Banco Mundial
O Banco Mundial, assim como o exemplo citado anteriormente, também possui
mecanismos de financiamentos de projetos voltados ao gerenciamento de resíduos
sólidos. Sendo que desde 2000, o Banco Mundial vem concedendo empréstimos
para a implementação de diversos projetos de gestão de resíduos sólidos em todo
o mundo.
38
Esse projeto buscou também fomentar o desenvolvimento de estratégias
sustentáveis vinculadas ao gerenciamento de resíduos sólidos, sobretudo no que
tange o fechamento de lixões. Logo, esse projeto emergiu com o intuito de financiar
a construção de aterros sanitários modernos.
Se você quiser saber mais sobre os projetos que o Banco Mundial desenvolve para a gestão
Explor
39
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
de diversos atores sociais, entidades, associações, federações, organizações etc. no
processo de elaboração da redação desta política. A seguir, será ilustrada a linha
cronológica de elaboração da PNRS:
2007
Projeto de Lei nº 1991
Depois da participação de diversos atores sociais, associações,
federações, organizações etc, nos processos de discussão do texto
da Lei. O Executivo propõe o Projeto de Lei 1991. O texto é
finalizado e enviado à Casa Civil.
2004
MMA - Criação de Propostas
O Ministério do Meio Ambiente cria grupos de discussões para a
elaboração de propostas para a regulamentação dos resíduos
sólidos. No mesmo ano o CONAMA realizou um seminário para
ouvir a sociedade e formular uma nova proposta de projeto de lei.
40
Instrumento da PNRS
A PNRS possui importantes instrumentos que podem ser utilizados no processo
do manejo dos resíduos sólidos, sendo importantes ferramentas de conscientização
ambiental. Podemos citar os seguintes instrumentos que compõe a PNRS:
· Coleta Seletiva;
· Educação Ambiental;
· Incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas de catadores;
· Gerenciamento de resíduos sólidos com a seguinte ordem de prioridade:
Não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos e disposição final, ambientalmente correta, dos rejeitos.
· Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Responsabilidade Compartilhada
A PNRS trouxe, em seu capítulo III, um princípio ambiental denominado como
“Responsabilidade Compartilhada pelo Ciclo de Vida dos Produtos”. Esse princípio
ambiental é definido pela Lei como:
41
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos ti-
tulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados,
bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qua-
lidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos
desta Lei.
Logística Reversa
A “Logística Reversa” é um instrumento de gestão que emergiu com a finalidade
de promover a destinação, ambientalmente correta, de resíduos perigosos,
promovendo o seu tratamento adequado. A Logística Reversa é definida pela
PNRS como:
“Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por
um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar
a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada”.
42
deve encaminhar seus resíduos aos fabricantes ou comerciantes, a fim que estes
implementem o tratamento e disposição final desse material.
A PNRS elenca uma série de resíduos perigosos que deverão ser submetidos ao
sistema de Logística Reversa, tais como:
· Embalagens de agrotóxicos;
· Pilhas e baterias;
· Pneus;
· Lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio;
· Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
43
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Considerações Finais
A presente unidade procurou abordar os aspectos legais e normativos da
legislação ambiental brasileira inerente ao gerenciamento de resíduos sólidos, com
ênfase na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
44
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Saneamento para Todos
Projeto desenvolvido pelo Banco Caixa Econômica Federal, “Saneamento para
Todos”, acesse esse link:
https://goo.gl/yhCPq5
Livros
História da Normatização Brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011
História da normatização brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo aplicado à Resíduos sólidos: Conceito, Planejamento e Oportunidade
MONTENEGRO, F. A. V. Mecanismo de desenvolvimento limpo aplicado à resíduos
sólidos: Conceito, planejamento e oportunidade. Rio de Janeiro: IBAM, 2007
Leitura
Protocolo de Quioto
Acesso o conteúdo traduzido desse documento por meio do seguinte link:
https://goo.gl/GZEjaf
45
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais.
Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
46
________, Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002: Estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
http://www.mma.gov.br
47
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
MONTENEGRO, F. A. V. Mecanismo de desenvolvimento limpo aplicado
à resíduos sólidos: Conceito, planejamento e oportunidade. Rio de Janeiro:
IBAM, 2007.
48
3
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos –
Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade indico-lhe a breve leitura da matéria, cujo link está
disponível logo abaixo. Esta matéria contextualiza o surgimento das técnicas de
reciclagem e tratamento de resíduos e rejeitos.
Explor
50
Introdução
Na unidade didática anterior foram abordadas e descritas as principais
responsabilidades dos órgãos ambientais brasileiros (CONAMA, ANVISA, ABNT,
CNEN, CETESB, etc), assim como seus respectivos instrumentos legais relativos ao
gerenciamento de resíduos sólidos, tais como suas normas, resoluções, decretos, etc.
Pudemos observar que esses órgãos ambientais são responsáveis por traçar
diretrizes e normas importantes, que por sua vez postulam quais são os mecanismos
ideais para o tratamento de uma gama significativa de diversos tipos de resíduos e
rejeitos gerados pelas atividades antrópicas.
Observamos nas unidades anteriores que o ser humano passou a ser responsável
pela geração de diversos tipos de resíduos e rejeitos, sobretudo depois das grandes
revoluções industriais. Esses resíduos e rejeitos passaram a apresentar uma
composição físico química complexa, ou seja, exigindo, imprescindivelmente, a
implementação de um sistema de gerenciamento e tratamento desses materiais.
Logo, diante do exposto, nessa unidade e nas duas subsequentes, serão abordados
os principais mecanismos de tratamento de resíduos e rejeitos considerados como
não perigosos que podemos adotar em nosso cotidiano. Isto é, serão ilustradas as
técnicas de tratamento para esses materiais preconizados pelas normas, resoluções
e decretos dos órgãos ambientais brasileiros.
I. Identificação;
II. Segregação/Acondicionamento;
III. Tratamento;
51
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Identificação de Resíduos e
Rejeitos não Perigosos
A etapa de Identificação é descrita pela RDC da ANVISA nº 306/04 como:
“Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos
resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao seu
correto manejo”
52
1. Resíduos Orgânicos: Restos de alimentos e matéria orgânica;
podem ser denominados como: “Os resíduos orgânicos são constituídos basicamente por
restos de animais ou vegetais. Podem ter diversas origens, como doméstica ou urbana
(restos de alimentos e podas), agrícola ou industrial (resíduos de agroindústria alimentícia,
indústria madeireira, frigoríficos, etc), de saneamento básico (lodos de estações de
tratamento de esgotos), entre outras”.
53
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Resíduos Recicláveis – Identificação
Os resíduos sólidos passíveis à destinação de um sistema de tratamento
denominado como reciclagem podem ser identificados com o símbolo da reciclagem
padronizado universalmente. Esse símbolo de identificação esta presente na
ilustração abaixo:
De acordo com a Lei º 12.305/10, o processo de reciclagem pode ser denominado como:
Explor
Resíduos Sólidos: Os rejeitos são definidos pela Lei Federal nº 12.305/10 (Política
Explor
Nacional de Resíduos Sólidos) como: “Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas
as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada”.
54
Figura 3
Segregação/Acondicionamento de Resíduos
e Rejeitos não perigosos
A etapa de “Segregação/Acondicionamento” vem logo após a identificação
dos tipos de resíduos e rejeitos. A etapa de “Segregação/Acondicionamento” é
definida pela RDC da ANVISA nº 306/04 como:
Segregação
“Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração,
de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado
físico e os riscos envolvido”.
Acondicionamento
“Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou
recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e
ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser
compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo”.
55
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Essas duas etapas são realizadas, simultaneamente, tendo como principal
finalidade a preservação das propriedades físico químicas dos resíduos orgânicos e
recicláveis, evitando, portanto, a contaminação desses materiais. Isto é, busca-se
preservar as propriedades físico químicas desses resíduos com o intuito de mantê-
los aptos à reciclagem e reutilização, separando os dos rejeitos sólidos que podem
provocar a contaminação desses materiais suscetíveis a reciclagem.
Figura 4 - Resolução CONAMA nº 275/01 - Código de cores para os diferentes tipos de resíduos e rejeitos
Fonte: Resolução CONAMA nº 275/01
56
No entanto, é importante salientar que a segregação/acondicionamento dos
resíduos orgânicos, recicláveis e os rejeitos sólidos pode ser implementada de
forma mais simplificada. Ou seja, atualmente vem se adotando uma forma mais
simplificada de segregação/acondicionamento desses materiais, separando os em
três recipientes, ilustrados abaixo:
Figura 5
Esse mecanismo mais simplificado de segregação/acondicionamento busca
economizar recursos financeiro com a aquisição de diversos recipientes, e facilitar a
compreensão dos cidadãos no que diz respeito a coleta seletiva e o armazenamento
desses materiais.
Tratamento de Resíduos
e Rejeitos não Perigosos
No presente tópico serão abordadas as técnicas de tratamentos que podem ser apli-
cadas aos resíduos orgânicos e recicláveis oriundos de atividades antrópicas, descreven-
do algumas de suas características gerais e vantagens socioambientais e econômicas.
57
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Sistema de Compostagem: Vermicompostagem
Diante do desafio mundial de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados pelas
atividades antrópicas, o Sistema de Compostagem figura como uma interessante
técnica de tratamento dos resíduos orgânicos, promovendo a sua gestão,
ambientalmente correta.
58
Entretanto, é importante registrar que nem todos os resíduos orgânicos podem
ser submetidos a esse processo de Vermicompostagem. Logo, existem aqueles
resíduos orgânicos que podem ser encaminhados para esse tipo de compostagem e
outros que não podem, ou em outras palavras, há resíduos orgânicos decomponíveis
e outros não decomponíveis.
Na tabela abaixo, estão expostos os resíduos orgânicos que podem e não podem
ser encaminhados ao “Sistema de Vermicompostagem”:
59
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Os Biodigestores foram criados, em 1939, na cidade de Kampur, na Índia,
fruto de pesquisas e trabalhos desenvolvidos pelo Institute Gobár Gás deste país.
Por meio das referidas pesquisas, foi possível estruturar a primeira usina de gás de
esterco, que tinha por finalidade tratar os dejetos e estercos animais e produzir o
biogás por meio da decomposição anaeróbica desse material. (GRANDINI, 2001).
Nível
terreno Bio Gás D
Nível terreno e
Cano de Entrada Bio Fertilizante Entrada s
Câmara de c
Câmara de Cano de Saída a
Fermentação
Fermentação r
Saída g
a
60
» Inclusão social por meio da geração de empregos;
» Geração de crédito de carbono.
1 2 3
PET PEAD PVC
Simbolo de Identificação
4 5 6
PEBD PP PS
1 - Poli (tereftalato de etileno)
2 - Polietileno de alta densidade
61
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Tipo de Resíduo Plástico
– Redução considerável do volume de resíduos urbanos;
– Destinação ambientalmente correto desse tipo de resíduo;
– Economia de matéria prima (recursos naturais) e energia;
– Uma tonelada de plástico gera uma economia de 130 kg de petróleo;
– A reciclagem do plástico consome apenas aproximadamente 10% de energia, se comparada como
processo de produção primário;
– Inclusão social;
– Aproveitamento da matéria prima reciclada na fabricação de inúmeros compostos e materiais.
Fonte: ecycle
Fonte: ABIPLAST
Símbolo de Identificação
aI
ALUMÍNIO
Tempo para Decomposição (anos) 200
Parte I - As latinhas de alumínio são separadas e coletadas pelas cooperativas de material reciclável e demais
instituições, sendo destinadas, posteriormente às grandes indústrias de reciclagem;
Parte II - Essas grandes indústrias prensam o alumínio coletado e separam as impurezas contidas nas latinhas;
Técnicas de Reciclagem Parte III - Depois da separação das impurezas esse material é encaminhado para os fornos rotativos e de
revérbero. Nesses fornos o alumínio é fundido à 700 ºC, sendo transformado em alumínio líquido;
Parte IV - O alumínio líquido consiste na material prima que poderá ser utilizada para a fabricação de
inúmeros produtos, tais como: latinhas, peças automotivas, de construção civil, aeronáutica etc.
62
Tipo de Resíduo Papel
Símbolo de Identificação
Artefatos de polpa
Produtos Químicos
moldada: bandeja Mistutado com água
Alvejantes/Tintas de ovos, frutas, etc.
Pasta de Celulose
com Fibras
Técnicas de Reciclagem Secundárias
Fonte: ambientebrasil.com.br
63
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Tipo de Resíduo Vidro
Símbolo de Identificação
Parte I - O processo se inicia com a separação do vidro de acordo com a sua coloração e características físicas, com
o intuito de garantir a qualidade dos materiais que serão produzidos por meio dessa matéria prima reciclada.
Parte II - Depois dessa primeira etapa efetua-se a lavagem do vidro, sendo que em processos mais complexos
complementam-se a lavagem com a aplicação de eletroímãs (processo de magnetismo) para a separação
dos metais contaminantes presentes no vidro, tais como materiais orgânicos, metais ferrosos, vidros
Técnicas de Reciclagem farmacêuticos, material particulado, etc.
Parte III – Logo após a lavagem e a eliminação de impurezas, o vidro é moído em um triturador, buscando
formar cacos de tamanhos homogêneos (até 15 mm) que depois serão peneirados. Esse material triturado é
submetido à nova separação de eletroímãs e posteriormente fundido a mais de 1300 ºC, gerando uma nova
matéria prima que poderá ser moldada e utilizada na fabricação de diversos compostos.
– O vidro pode ser reciclado infinitas vezes sem nenhuma perda de material, pois é composto por areia,
barrilha, calcário e feldspato;
– Destinação ambientalmente correta desse tipo de resíduo, reduzindo os custos de coleta urbana de
resíduos e rejeitos e aumento a vida útil dos aterros sanitários;
– Economia de matéria prima (recursos naturais) e energia;
– Reciclagem do vidro reduz, consideravelmente, o consumo de energia elétrica e gera menos resíduos e
Vantagens gases, como no caso do CO2;
– Inclusão social, por meio de geração de empregos em toda a cadeia do processo de reciclagem;
– Atividade econômica viável, configurando-se como um nicho de mercado inexplorado com grande
potencial de lucratividade.
– A matéria prima oriunda do vidro proveniente da reciclagem possibilita a fabricação de inúmeros pro-
dutos e compostos.
64
Destinação e Disposição Final de Resíduos e
Rejeitos não perigosos
Nesse tópico serão explanados, sucintamente, os mecanismos de destinação de
resíduos e a disposição final de rejeitos sólidos, que consistem na última etapa do
gerenciamento, ambientalmente correto, de resíduos e rejeitos.
Considerações Finais
Nessa unidade foi possível estudar as formas de tratamento, ambientalmente
corretas, de resíduos e rejeitos. Na próxima unidade, estudaremos os mecanismos
de tratamento e gerenciamento de resíduos sólidos perigosos.
65
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST)
https://goo.gl/H8caO2
Associação Nacional de Vidraçarias (ANAVIDRO)
https://goo.gl/6udMKf
Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE)
Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE). Vidro o mercado para a reciclagem. Dados institucionais
https://goo.gl/vVnf66
Latasa Reciclagem. Processo de Reciclagem do Alumínio
https://goo.gl/hPGHJr
66
Referências
________ NBR 10.004. Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004.
67
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Constituição da República Federativa do Brasil de 1998. Capítulo VI Do Meio
Ambiente: Art. 225. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicaocompilado.htm
eCycle. O que deve e o que não deve ir para composteira. Disponível em:
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/849-saiba-o-
que-deve-e-o-que-nao-deve-ir-para-a-composteira.html
68
4
Gerenciamento de Resíduos Perigosos:
Técnicas de Tratamento
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade indico-lhe a breve leitura da matéria, cujo link está
disponível logo abaixo. Esta matéria contextualiza o surgimento das técnicas de
reciclagem, reaproveitamento e tratamento de resíduos perigosos, como no caso
específico dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) ou “E-Waste”.
Esse grupo de resíduo perigoso também é denominado como “Lixo eletrônico”.
Explor
70
Introdução
Na unidade didática anterior foram abordadas e descritas as técnicas de trata-
mento aplicáveis aos resíduos e rejeitos não perigosos, que por sua vez consistem
como uma das etapas de gerenciamento de resíduos e rejeitos.
71
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Diante do exposto, os resíduos sólidos perigosos exigem, imprescindivelmente,
de um sistema de tratamento e gerenciamento adequados, a fim de prevenir o
desencadeamento de potenciais impactos deletérios à saúde e à qualidade ambiental.
Segundo o Dicionário Aurélio a palavra Deletério é definida como aquilo que pode ocasionar
Explor
destruição e que seja pernicioso à saúde humana, ou seja aquilo que pode proporcionar
severos danos à saúde humana.
Pilhas e Baterias
A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege o gerenciamento dos
resíduos perigosos tipificados como “Pilhas e Baterias” é a Resolução CONAMA
nº 401, de 4 de novembro de 2008. A referida Resolução estabelece as diretrizes
e padrões para o gerenciamento, ambientalmente correto, de pilhas e baterias.
Importante! Importante!
72
Os organismos vivos contaminados por metais pesados estão suscetíveis a
severos danos à saúde. No caso dos seres humanos, uma vez contaminados por
esses compostos químicos, podem desencadear os seguintes sintomas e patologias:
bronquite, edema pulmonar, lesões renais, convulsões, alucinações, irritabilidade,
perda de memória, confusão mental, coma e morte.
Você poderá assistir o processo de reciclagem de pilhas por meio dos seguintes links:
Explor
73
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Técnicas de Tratamento de Pilhas e Baterias
Logo após a devida identificação e segregação, as pilhas e baterias devem ser
submetidas aos devidos processos de reciclagem. Essas técnicas de reciclagem de
pilhas e baterias começaram a ser desenvolvidas no início da década de 80, sendo
que atualmente existem três processos convencionais de reciclagem de pilhas e
baterias, tais como:
Mineralúrgica
É um processo de reciclagem adotado para baterias industriais de grande porte,
envolvendo, sobretudo, processos físicos de separação ou concentração dos
materiais que constituem as baterias, tais como: eletrólito, invólucro, plásticos,
isolantes, eletrodos e placas.
Esse processo de reciclagem pode gerar grande economia financeira para as
indústrias que as utilizam, pois ocorre uma significativa recuperação de diversos
materiais e a posterior reutilização na cadeia produtiva.
Pirometalúrgica
O processo de reciclagem classificado como “Pirometalúrgica” busca recuperar
os metais pesados presentes nas pilhas e baterias por meio da submissão desses
materiais a altas temperaturas. Isto é, após a separação dos componentes metálicos
e não metálicos desses resíduos (pilhas e baterias), os componentes metálicos são
aquecidos a temperaturas superiores a 1000 º C.
Hidrometalúrgica
Já o processo denominado como “Hidrometalúrgica” busca promover a recicla-
gem de metais pesados (mercúrio) constituintes de pilhas e baterias por meio da
dissolução ácida ou básica desses metais. Ou seja, o mercúrio presente em pilhas e
baterias é extraído por meio de um processo de aquecimento, sendo que esse metal
pesado é recuperado, posteriormente, por meio de eletrólise ou precipitação.
74
Outro processo de reciclagem de pilhas, que envolve a separação de seus
componentes, pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo:
https://goo.gl/rD2B5H
75
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Pneus
A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege atualmente o gerencia-
mento dos resíduos perigosos tipificados como “Pneus” é a Resolução CONAMA
nº 416, de 30 de setembro de 2009. A referida Resolução revoga as Resoluções
anteriores nº 258/1999 e nº 301/2002, e estabelece as diretrizes e padrões para
o gerenciamento, ambientalmente correto, de pneus inservíveis.
“Danos infligidos ao meio natural por uma determinada atividade ou pelo conjunto das
ações humanas que podem ou não ser avaliados economicamente”.
76
Técnicas de Tratamento de Pneus
Segundo a RECICLANIP, entidade criada, em 2007, pelos principais fabricantes
de pneus e vinculada à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP),
o Brasil destinou mais de 183 mil toneladas de pneus inservíveis para o processo
reciclagem. Entretanto, embora esse número seja significativo, o Brasil ainda possui
um grande desafio no que tange ao gerenciamento desse tipo de resíduo, ou seja,
muitos pneus inservíveis ainda são dispostos, indevidamente, no meio ambiente.
Você poderá assistir o processo de reciclagem de pneus por meio dos seguintes links:
Explor
Carcaça de poliéster
Malha de aço
(“bolha”)
77
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Logo após a separação dos compartimentos básicos dos pneus, ilustrado aci-
ma, efetua-se a trituração de cada compartimento, transformando os em grãos. A
granulação desses compartimentos permite que cada grupo de grãos seja utilizado
para diferentes finalidades, isto é, cada substância é aproveitada como uma matéria
prima específica.
78
Construção Civil
A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege atualmente o
gerenciamento dos resíduos perigosos oriundos da construção civil é a Resolução
CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002. A referida Resolução estabelece as
diretrizes e critérios para o gerenciamento, ambientalmente correto, de resíduos
provenientes da construção civil.
59%
21%
79
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
“Provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras
de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos,
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubula-
ções, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras,
caliça ou metralha”.
80
Embora se observe um interessante aumento no percentual de reciclagem desse
tipo de resíduo, nos últimos anos, estimam-se que mais que a metade do volume
desse resíduo ainda é destinada a aterros clandestinos (lixões e céu aberto). Essa
indevida disposição clandestina acarreta uma série de impactos ambientais, tais
como: enchentes, entupimento de galerias de esgoto, assoreamento de corpos
hídricos superficiais e diversas formas de poluições difusas. (PINTO, 1999 e
MIRANDA, 2009)
81
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
As usinas móveis de reciclagem de RCCs configuram-se como uma grande
alternativa técnica para o tratamento desse tipo de resíduo, gerando uma série
de vantagens como a redução de gastos (dispêndios financeiros) com a logística
de transporte desses resíduos, alta capacidade de tratamento e processamento
de resíduos e a facilidade de ser transportada (grande mobilidade) até o local e
empreendimento civil.
Algumas de técnicas de tratamento dos RCCs podem ser conferidas no link a seguir:
Explor
https://youtu.be/Kn7OrCmUrG4
https://youtu.be/cgGGSrh3Vqg
https://youtu.be/DgvhfuKLrUw
Observamos que cada classe de RCCs deve ser submetida a uma técnica de
tratamento específica, sendo fundamental a segregação e separação de cada tipo
desses resíduos em sua fonte geradora, também conhecida como canteiro de obra.
Esse aspecto, corrobora com a necessidade de se implementar um sistema de
gerenciamento dos RCCs composto, basicamente, pelas etapas de por identificação,
segregação e tratamento.
82
Em suma, o tratamento e reciclagem dos RCCs são processos de gerenciamento
que buscam atentar aos princípios ambientais como: Educação Ambiental, “3Rs”
(reduzir, reciclar e reutilizar), Prevenção, Responsabilidade Compartilhada (defini-
ção Unidade II), Gestão Integrada, etc.
D Logística reversa, incineração e aterros sanitários em conformidade com as normas técnicas específicas.
83
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Resíduos de Equipamentos
Elétricos e Eletrônicos
Estudamos na Unidade I que os “Resíduos de Equipamentos Elétricos e
Eletrônicos (REEE)”, também denominados como “Electronic Waste ou E-Waste”
(Resíduos Eletrônicos), são resíduos constituídos por uma grande diversidade de
materiais, sobretudo por metais pesados (mercúrio, berílio, chumbo e cádmio),
plástico e demais metais.
O Brasil, até o presente momento, não detém uma norma ou legislação ambiental
federal padrão que venha a reger as diretrizes operacionais para o gerenciamento,
ambientalmente correto, dos REEEs. Embora seja notório que a taxa de geração
desse tipo de resíduo apresente constante elevação a cada ano, em virtude do
acelerado processo de crescimento tecnológico da sociedade moderna.
84
Observa-se que a cada ano ocorre o aumento da geração de REEEs, que por
sua vez configuram-se como um tipo, que apesar de perigosos, são compostos
por divesos materiais preciosos que podem ser reciclados e recuperados. Como
por exemplo as ‘Placas-Mães” que integram os computadores modernos possuem
diversos metais preciosos, conforme podem ser visualizados na Tabela 5 abaixo:
Identificação/Simbologia
85
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Etapa de gerenciamento Descrição geral
A reciclagem dos REEEs é realizada, basicamente, por meio das seguintes etapas:
1) Coleta: Coleta seletiva dos REEEs, separando esses materiais dos demais resíduos sólidos;
2) Pré-processamento: Preparação e separação dos REEEs de acordo com suas características
físico químicas;
3) Fragmentação: Tratamento mecânico dos componentes separados, visando à redução de
volume desses resíduos;
4) Separação: Efetua-se o desmanche, ou seja, a remoção de componente e/ou parte dos
componentes eletroeletrônicos presentes nesses resíduos, tais como: placas-Mães, monitores,
baterias, motores, fontes e componentes passíveis de reciclagem e reaproveitamento (metais
preciosos [ex*: ouro e prata], vidro, alumínio, plástico etc.). Há três métodos convencionais de
separação desses componentes:
I – Separação eletromagnética: As partículas metálicas são separadas por meio do mecanismo
de indução magnética eletrostática;
Técnicas de Tratamento II – Flotação: É um processo físico eficiente que busca separar os polímeros presentes nos
computadores por meio da emersão desses materiais em uma solução aquosa;
III- Separação por vibração: Por meio da técnica de granulometria, onde as diversas partículas
dos REEEs são separadas por meio de um processo físico de vibração. Isto é, por meio desse
processo as partículas maiores se depositam na parte superior do volume total desses
resíduos acumulados em um recipiente, enquanto as menores se depositam na parte inferior.
5) Aproveitamento da matéria prima reciclada: Logo após a separação desses componentes
(metálicos e não metálicos), promovem-se a reciclagem e recuperação por meio de processos
específicos de reciclagem. Já os resíduos não aproveitáveis (rejeitos) são encaminhados aos
aterros específicos.
OBS*: Reciclagem de componentes preciosos, como ouro e prata, presentes nas placas-mães” e
“processadores” de PCs. A reciclagem é efetuada por meio de processos físico-químicos complexos,
como por exemplo, a “Flotação”, através dos quais implementam a imersão desses REEEs em
soluções químicas, promovendo a separação desses componentes preciosos.
Formas de destinação - Reciclagem, reutilização e logística reversa dos resíduos passíveis de reciclagem;
e ou disposição final - Disposição final dos rejeitos em aterros específicos.
Considerações Finais
Nessa unidade foi possível estudar as formas de tratamento, ambientalmente
corretas, dos resíduos sólidos considerados perigoso. Na próxima unidade,
estudaremos os mecanismos de tratamento e gerenciamento de resíduos sólidos
denominados como “Resíduos de Serviços de Saúde”.
86
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE). Dados institucionais.
http://www.abrelpe.org.br/
Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON). Dados institucionais.
http://www.abrecon.org.br/
Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Dados institucionais
http://www.anip.com.br/
RECICLANIP. Dados institucionais
http://www.reciclanip.org.br/
Livros
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América
Environmental Protection Agency (EPA). WasteWise Update: Electronics reuse and
recycling. EPA, 2000.
Relatório de Pesquisa Setorial 2015/2015
Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição
(ABRECON). Relatório de Pesquisa Setorial 2015/2015: A reciclagem de resíduos de
construção e demolição no Brasil. São Paulo, 2015.
Série Tecnologia Ambiental – Resíduos de Origem Eletrônica
Centro de Tecnologia Mineral (CETEM). Série Tecnologia Ambiental - Resíduos de
origem eletrônica. Organizadores Fábio Henrique Silva dos Santos e Carlos Eduardo
Gomes de Souza Ministério de Ciência e Tecnologia, 2010
A Reciclagem de Resíduos da Construção e Demolição no Brasil
MIRANDA, L. F. R. A reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil: 1986
– 2008. Revista Ambiente Construído v.9, n.1, jan/mar. Porto alegre, 2009. p. 57-71.
Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção Urbana
PINTO, T. P. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da
Construção Urbana. São Paulo, 1999. 189 f. Tese (Doutorado em Engenharia) –
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil
PINTO, T. P.; GONZALES, J. Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil:
manual de orientação: como implantar um sistema de manejo e gestão nos municípios.
Brasília: Caixa, 2005. v.1, 196 p
United Nations Environment Programme & United Nations University
UNEP, United Nations Environment Programme & United Nations University.
Sustainable Innovation and Technology Transfer Industrial Sector Studies. “Recycling
from E-Waste to resources. July, 2009.
87
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Vídeos
Biosfera - Reciclagem de Pilhas (1 parte)
https://youtu.be/tYgyqU3yKL4
Biosfera - Reciclagem de Pilhas (2 parte)
https://youtu.be/CHVaMLzR0ag
Reciclagem de Pneus no Recife
https://youtu.be/zebKMchcEzY
Borracha de Pneu Velho Vira Piso Ecológico
https://youtu.be/BxwveQ5u12U
Ecosólidos - Gerenciamento e Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil
https://youtu.be/Kn7OrCmUrG4
Alternativas para o Entulho
https://youtu.be/cgGGSrh3Vqg
Restos de Materiais de Construção são Reaproveitados em Minas Gerais
https://youtu.be/DgvhfuKLrUw
88
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais.
Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
89
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
________. Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008:
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de pilhas e baterias
comercializadas em território nacional. Disponível em: http://www.mma.gov.br
90
5
Gerenciamento de Resíduos de Serviços
de Saúde: Técnicas de Tratamento
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, indico-lhe a visualização do material audiovisual,
intitulado como “Descarte irregular de lixo hospitalar ameaça à saúde pública”.
O presente material foi desenvolvido pelo “Programa Fantástico” do canal Rede
Globo, e esta disponível no link logo abaixo.
Essa matéria expõe os descartes ilegais de resíduos de serviços de saúde ocorridos nas
Explor
92
Introdução
Na unidade anterior foram descritas as técnicas de tratamento aplicáveis aos
resíduos classificados como perigosos, elencando as suas principais características
e especificidades.
Não haviam, até então, leis, normas ou políticas de gestão de resíduos de serviços
de saúde. Ou seja, não haviam instrumentos normativos e diretrizes consolidadas
para nortearem o gerenciamento desse grupo de resíduos.
Figura 1 e 2
93
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
É importante salientar que as normas supracitadas apontam diretrizes e regras
relativas à etapa de “Tratamento” dos RSSs. Essa etapa compõe um Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), sendo precedida por
diversas etapas importantes responsáveis pelo adequado gerenciamento dos RSSs
Logo, para fins didáticos, os métodos de tratamento aplicáveis aos RSSs serão
compostos por três etapas importantes de gerenciamento, tais como:
I. Identificação;
II. Segregação/Acondicionamento;
III. Tratamento;
IV. Destinação ou Disposição Final.
Portanto, os RSSs podem ser tipificados como resíduos perigosos pois detêm
também as seguintes características: Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade,
Toxicidade e Patogenicidade.
94
Grupo A: Resíduos conhecidos como os Resíduo Biológicos ou Potencial-
mente Infectantes, sendo um grupo de resíduos que apresenta risco potencial
à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos.
O Grupo A dos RSSs é dividido em cinco subgrupos, exemplificados abaixo:
» A.1: Culturas e estoques de microrganismos, resíduos de fabricação de
produtos biológicos e resíduos de laboratórios de manipulação genética;
» A.2: Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes
de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação
de microorganismos;
» A.3: Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecunda-
ção sem sinais vitais;
» A.4: Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e
gases aspirados de área contaminada; sobras de amostras de laboratório
e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, tecido adiposo
proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de
cirurgia plástica; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos
provenientes de procedimentos cirúrgicos, carcaças, peças anatômicas,
vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a
processos de experimentação, bolsas transfusionais vazias;
» A.5: Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes e
demais materiais com suspeita ou certeza de contaminação com “príons”.
Explor
95
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Grupo C: Rejeitos radioativos são aqueles que correspondem a quaisquer
materiais resultante de atividades humanas, que contenha radionuclídeos
em quantidades superiores aos limites de dispensa especificados em
Norma da CNEN e para o qual a reutilização é imprópria ou não prevista.
Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de
pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de
medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade
superior aos limites de eliminação.
Observa-se, por meio das classificações acima, que os RSSs são compostos por
cinco grupos complexos, detentores de uma série de resíduos específico. No tópico
a seguir serão descritos os mecanismos de identificação (simbologia) aplicados em
cada um desses grupos.
Identificação/Simbologia - Grupo A
Os RSSs pertencentes ao Grupo A são identificados pelo símbolo universal de
substância infectante presente na norma ABNT NBR 7.500/04. Esse símbolo é
composto por um rótulo de fundo branco com um desenho de contornos pretos.
96
O referido símbolo pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo:
Figura 3
Fonte: NBR 7.500/04
Identificação/Simbologia - Grupo B
Os RSSs pertencentes ao Grupo B são identificados pelo símbolo de risco também
presente na norma ABNT NBR 7.500/04, com a devida descrição de substância
química e frases de risco. Isto é, os RSSs do Grupo B detêm diversas características
físico químicas (inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade) que podem
ser identificadas por meio dos seguintes símbolos:
97
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Identificação/Simbologia - Grupo C
Os RSSs pertencentes ao Grupo C são identificados por meio do símbolo
internacional que expressa a presença de radiação ionizante. Esse símbolo é
conhecido como o trifólio, de cor magenta, em rótulos de fundo amarelo, contornos
pretos e acrescido da expressão “Rejeito Radioativo”.
O símbolo internacional trifólio pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo:
Identificação/Simbologia - Grupo D
Os RSSs pertencentes ao Grupo são caracterizados como os resíduos não
perigosos, ou seja, os resíduos, orgânico e reciclável, e rejeitos sólidos não
recicláveis. Logo, a sua identificação pode ser feita conforme os símbolos presentes
na Unidade III, ilustrados abaixo:
98
Identificação/Simbologia - Grupo E
Por fim, os RSSs pertencentes ao Grupo E são identificados com o mesmo
símbolo de substância infectante utilizado no Grupo A, acrescidos da inscrição de
“Resíduo Perfurocortante”.
Segregação/Acondicionamento para
o gerenciamento dos RSSs
Logo após a etapa de identificação, os RSSs devem ser submetidos às etapas
de “Segregação” (separados) e “Acondicionamento” (retidos ou armazenados).
Essas duas etapas são realizadas concomitantemente, ou seja, ambas as etapas são
executadas simultaneamente.
Segregação
“Consiste na separação dos resíduos no momento e local de
sua geração, de acordo com as características físicas, químicas,
biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos”.
Acondicionamento
“Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes
que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura”.
Segregação/Acondicionamento - Grupo A
A segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo A
deve ser realizado em saco branco leitoso, devidamente identificado pelo símbolo
de material infectante (NBR 7.500/04). É importante enfatizar que o volume a ser
acondicionado no saco não deve ultrapassar 2/3 ou 75% de sua capacidade total
99
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Além do saco branco leitoso, o recipiente que vier armazená-lo também deve
possuir a coloração branca leitosa, sendo também identificado pelo símbolo de
material infectante. O saco e o recipiente de coloração branco leitoso pode ser
visualizado por meio das ilustrações abaixo:
Figura 8 - Saco e recipiente utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo A
Fonte:pixabay.com
Segregação/Acondicionamento - Grupo B
A segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo B
devem ser realizadas de acordo com a compatibilidade química dos resíduos entre
si. Isto é, em linhas gerais, deve-se observar a compatibilidade química entre os
resíduos químicos nas etapas de segregação e acondicionamento, a fim de evitar
reações químicas perigosas como corrosão, combustão, explosão, etc.
100
Figura 9 - Recipiente (bombonas) utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo B (A)
Recipiente (frascos de vidro) utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo B (B)
Fonte: pixabay.com
Segregação/Acondicionamento - Grupo C
Os rejeitos radioativos sólidos pertencentes ao Grupo C devem ser segregados
e acondicionados em recipientes de material rígido, forrados internamente com
saco plástico resistente e identificados. Os rejeitos radioativos líquidos devem
ser acondicionados em frascos de até dois litros ou em bombonas de material
compatível com o líquido armazenado, sempre que possível de plástico, resistentes,
rígidos e estanques, com tampa rosqueada, vedante, acomodados em bandejas
de material inquebrável e com profundidade suficiente para conter, com a devida
margem de segurança, o volume total do rejeito.
Segregação/Acondicionamento - Grupo D
As etapas de segregação e acondicionamento dos resíduos pertencentes ao
Grupo D, se comparadas aos procedimentos anteriores, configuram-se como
processos mais simplificado, pois os resíduos, orgânico e reciclável, e os rejeitos
não recicláveis não detêm o mesmo grau de periculosidade dos demais resíduos dos
grupos A, B, C e E.
101
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Entretanto, apesar de serem menos perigosos, os resíduos e rejeitos pertencentes
ao Grupo D devem ser devidamente segregados e acondicionados em recipientes
separados, conforme ilustrados abaixo:
Figura 11 - Recipientes utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo D:
Resíduos, orgânico e reciclável e rejeitos não recicláveis
Fonte: pixabay.com
Segregação/Acondicionamento - Grupo E
Já a segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo
E devem ser realizados em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e
vazamento, com tampa, devidamente identificados (substância infectante), atendendo
a normas da NBR 13.853/97 da ABNT. É importante salientar que é sumariamente
proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento.
102
Logo após o acondicionamento dos resíduos do Grupo E nas caixas de papelão,
deve-se acondicionar esse material no mesmo saco branco leitoso utilizado nos
resíduos do Grupo A, e depois encaminhá-lo aos específicos procedimentos de
tratamento e disposição final.
O procedimento de tratamento e gerenciamento dos rejeitos radioativos deve obedecer às diretrizes técnicas
das normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). As normas da CNEN relativas ao gerenciamento e
tratamento dos rejeitos radioativos são:
• Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985: Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos em
C instalações radioativas;
• Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014: Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos de baixo e
médio níveis de radiação;
• Norma CNEN NN 3.01, de março de 2014: Dispõe sobre as diretrizes básicas de proteção radiológica.
103
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
• Técnica Incinerador de Grelha Fixa*: É o processo de tratamento que promove a destruição térmica dos
resíduos do grupo E, por meio de sua incineração e com a introdução de ar nas grelhas fixas do incinerador;
• Técnica de Forno Rotativo*: Tratamento que promove a destruição térmica dos RSSs do grupo E, por meio
E de sua incineração. Esse processo também é utilizado no tratamento de resíduos industriais de Classe I;
• Técnica de Microondas*: Tratamento que promove a trituração e incineração dos RSSs do grupo E em um forno
de microondas específico. Esse processo busca aplicar, uniformemente, a radiação microondas nesses resíduos.
*Fonte: Portal Resíduos Sólidos
Considerações Finais
Nessa unidade foi possível estudar as formas de tratamento, ambientalmente
corretas, aplicáveis aos resíduos de serviço de saúde. Na próxima unidade
estudaremos os conceitos e princípios relacionados à Educação Ambiental,
destacando a sua importância na implementação de técnicas de conscientização
ambiental nos Programas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
104
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Para aqueles discentes que desejam ampliar seus conhecimentos acerca do “Gerenciamento
de resíduos de serviços de saúde” recomenda-se a leitura da seguinte referência bibliográfica:
Sites
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Abertos
https://goo.gl/WdcsPb
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE)
https://goo.gl/zYIYEX
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
https://goo.gl/hStWrQ
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
https://goo.gl/FMdSN
Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010
Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de
1998; e dá outras providências.
https://goo.gl/tpFo
Portal Resíduos Sólidos: Biodigestores. Dados institucionais
https://goo.gl/DEusqg
Leitura
________, Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro de 2004
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá
outras providências.
https://goo.gl/cmyKE
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7.500
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7.500. Identificação para o transporte
terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos: Rio de Janeiro, 2004.
________, NBR 9.191
Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Requisitos e métodos de ensaio: Rio de
Janeiro, 2002.
________, NBR 10.004
Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004.
105
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
________, NBR 13.853
Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes – Requisitos e métodos
de ensaio: Rio de Janeiro, 1997.
106
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais. Dispo-
nível em: http://portal.anvisa.gov.br/
107
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Portal Resíduos Sólidos: Biodigestores. Dados institucionais. Disponível em:
http://www.portalresiduossolidos.com
108
6
Educação Ambiental: Instrumento de
Conscientização Ambiental nos Programas de
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, indico-lhe uma breve leitura do artigo publicado
pelas autoras Liliane Soares, Alexandra Salgueiro e Maria Gazineu na “Revista
Ciências e Tecnologia”, cujo título é: Educação ambiental aplicada aos resíduos
sólidos na cidade de Olinda, Pernambuco – um estudo de caso.
um estudo de caso.
https://goo.gl/lDZRGy
110
Introdução
Nas unidades anteriores, foram descritas as técnicas de tratamento aplicáveis
aos resíduos e rejeitos classificados como perigosos e não perigosos, elencando as
suas principais características e especificidades.
Nos tópicos a seguir, serão apresentados alguns fatos históricos que ajudaram
a definir o instrumento pedagógico “Educação Ambiental”, assim como os
conceitos e princípios ambientais difundidos por esse importante instrumento de
conscientização ambiental.
111
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
A estruturação da educação ambiental foi influenciada por meio de diversos
eventos internacionais, sendo contextualizados, brevemente, nos seguintes tópicos:
1968: Clube de Roma: Reunião composta por diversos atores sociais (políticos,
cientistas, empreendedores industriais etc.), cuja finalidade consistiu em avaliar
o uso crescente dos recursos naturais, o que potencializava diversos problemas
ambientais, tais como: industrialização exacerbada, escassez de alimentos,
esgotamento de recursos não renováveis e o elevado crescimento demográfico.
112
1992: Agenda 21: A “Agenda 21” fora um documento elaborado na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
realizada no Rio de Janeiro, conhecida como “Eco-92”. Dentre os capítulos
que compõe a Agenda 21 podemos destacar o capítulo número 36, ao qual
estabelece os princípios que viriam a estruturar a Política Nacional de Educação
Ambiental no Brasil.
Esses dois tipos de educação ambiental, formal e não formal, serão descritos nos
tópicos a seguir.
113
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Educação Ambiental: Formal
A educação ambiental “Formal” consiste no tipo de educação que deve ser
desenvolvida e aplicada nas grades curriculares das diversas instituições de ensino
público e privado. Ou seja, a educação ambiental formal deve ser ministrada e
desenvolvida nos seguintes níveis e modalidades de educação e ensino adotados no
Brasil (Lei nº 9.394/96):
Figura 1
Fonte: Adaptado das leis nº 9.394/96 e 9.795/99
114
As ações de conscientização ambiental que compõem a educação ambiental
“Não formal” podem ser consideradas mais pragmáticas, quando comparadas com
a educação “Formal”. Ou seja, a educação ambiental “Não formal” configura-
se como um mecanismo de conscientização mais simples e direto, podendo
ser desenvolvida em campanhas de conscientização nos diversos segmentos da
sociedade como:
• Meios de comunicação em massa;
• Programas de educação ambiental em parcerias com escola, universidades
e organizações não governamentais (ONG) etc.;
• Programas educacionais desenvolvidos em comunidades tradicionais, agri-
cultores, unidades de conservação etc.;
• Programas e campanhas educativas.
115
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Conceitos e Definições de Resíduos e Rejeitos
Foi explanado nos tópicos anteriores que a educação ambiental pode
ser considerada como um instrumento que pode alicerçar os programas de
gerenciamento de resíduos e rejeitos sólidos de diversas naturezas. Isto é, antes
da implementação de qualquer programa de gerenciamento de resíduos e rejeitos,
é importante investir na conscientização ambiental dos indivíduos que vierem a
participar desse projeto.
É reciclável?
Sim Sim Sim Sim
Tampas, potes, garrafas, Garrafas, Jornais, revistas, Latas de refrigerante,
recipientes de limpeza, potes, copos e caixas, rascunhos de óleo e sardinha,
brinquedos e baldes frasco de remédio escritos e papelão ferragens, canos,
arame e pregos
Figura 2 - Ilustração - O que pode ser e o que não pode ser reciclado
116
Princípios Ambientais nos Programas de Gerenciamento de
Resíduos e Rejeitos
Os princípios ambientais são constituídos por um conjunto de leis ou valores
considerados universais que definem as regras de eventuais políticas, campanhas e
programas ambientais.
Nesse tópico, serão ilustrados alguns dos principais princípios ambientais que
podem ser fundamentais no processo de conscientização ambiental de indivíduos
que venham a participar de programas de gerenciamento de resíduos e rejeitos.
Prevenção
“Princípio que objetiva proteger o meio ambiente e a saúde pública, por
meio da implementação de medidas preventivas quando houver ameaça
de danos graves e irreversíveis, já conhecidos, ao meio ambiente”.
Precaução
“Princípio utilizado quando se pretende evitar a degradação ambiental, nos
casos de incerteza científica acerca da extensão e característica da mesma”.
Importante! Importante!
Prezado aluno, você pode consultar o material Didático das Unidades anteriores para
relembrar as características gerais dos resíduos sólidos considerados perigosos, tais
como: os resíduos de serviço de saúde dos grupos A (biológicos), B (químicos) e E
(perfurocortantes), pilhas e baterias, pneus, Resíduos de Equipamentos Elétricos e
Eletrônicos (REEE), etc.”
117
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Já o princípio da precaução é adotado quando se pretende proteger a saúde
pública e a qualidade ambiental nos casos de incerteza científica da extensão do
impacto ambiental que determinado resíduo ou rejeito poderá oferecer ao meio
ambiente. Como, por exemplo, em casos onde se reconhece que um eventual
descarte de um resíduo, sem tratamento prévio, poderá gerar algum impacto
ambiental. No entanto, nesse caso não se sabe a extensão ou tamanho desse
impacto, por isso adota-se o princípio da precaução.
Ética ambiental
A ética ambiental, criada em 1960, é um princípio ambiental que emergiu da
preocupação com a sobrevivência de todos os seres vivos do planeta, assim como
a preservação de seus respectivos habitats.
Figura 3
118
Explor
Ecocentrismo: é definido pelo autor DUNLAP (2008) como: “Grau em que as pessoas se
conscientizam sobre os problemas ambientais e são capazes de empenhar esforços para
contribuir na solução ou ao menos demonstrar vontade de engajar-se pessoalmente na
questão ambiental.”
Antrocêntrico: é definido pelo Dicionário Aurélio como um sistema filosófico que considera
o homem como o centro do universo
A ética ambiental considera, portanto, que o ser humano está inserido no meio
ambiente com as demais espécies sem hierarquia, ou seja, o ser humano faz parte da
natureza e não pode explorá-la, infinitamente, como se fosse seu único “proprietário”.
Responsabilidade Compartilhada
A responsabilidade compartilhada é um princípio ambiental que emergiu na
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10), sendo abordada no
material didático das unidades anteriores.
119
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Publicidade das Informações
A publicidade das informações é um princípio ambiental importante, pois obriga
que os órgãos públicos divulguem ao público em geral seus atos administrativos.
Figura 4
Podemos citar o seguinte exemplo: Por meio desse princípio ambiental qualquer
cidadão poderá reivindicar, junto aos órgãos públicos citados, informações
relacionadas ao gerenciamento de seus resíduos e rejeitos, sobretudo se esses
órgãos são geradores de resíduos e rejeitos classificados como perigosos.
120
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) define os princípios ambientais dos
“3Rs” e “5Rs” como:
3Rs
“Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Princípios que visam poupar os
recursos naturais e conter o desperdício”.
5Rs
“A política dos cinco R’s é constituída pelos seguintes princípios: Reduzir;
Repensar; Reaproveitar; Reciclar; Recusar produtos geradores impactos
socioambientais significativo”.
Já o Instituto Akatu define o princípio dos “8Rs” conforme ilustrada na figura abaixo:
Figura 5
121
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
É importante destacar que a adoção desses princípios ambientais pode gerar os
seguintes benefícios socioambientais e econômicos:
• Diminuição da extração e exploração de recursos naturais;
• Redução dos resíduos e rejeitos dispostos nos aterros e o aumento da sua
vida útil;
• Aumento da vida útil dos aterros sanitários;
• Redução dos gastos dos gestores públicos com o tratamento e disposição
final de resíduos e rejeitos;
• Incentivo a programas de coleta seletiva;
• Redução do uso de água e energia elétricas nos processos produtivos industriais;
• Inclusão social por meio de cooperativas e indústrias de reciclagem;
• Destinação e disposição final, ambientalmente corretas, de resíduos e rejeitos.
do “ter” em detrimento da cultura do “ser”. O consumo invade diversas esferas da vida social,
econômica, cultural e política. Neste processo, os serviços públicos, as relações sociais, a
natureza, o tempo e o próprio corpo humano se transformam em mercadorias.
Sociedade de Consumo: é definido pelo Manual de Consumo Sustentável como as
mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades contemporâneas. Refere-se à importância
que o consumo tem ganhado na formação e fortalecimento das nossas identidades e na
construção das relações sociais. Assim, o nível e o estilo de consumo se tornam a principal
fonte de identidade cultural, de participação na vida coletiva, de aceitação em um grupo e
de distinção com os demais.
122
O manual “Consumo Sustentável” traz consigo uma importante proposta para
a construção de uma sociedade moderna, que visa propor a mudança dos padrões
de consumo atuais. Essa proposta é composta por três modelos de padrões de
consumo, tais como:
Considerações Finais
Nessa unidade, foi possível estudar a importância da educação ambiental na
conscientização dos indivíduos, sobretudo nas ações relativas aos programas de
gerenciamento de resíduos e rejeitos sólidos.
Observamos que por meio da educação ambiental muitos princípios podem ser
abordados e difundidos, enfatizando a importância da participação de todos na
elaboração de medidas e propostas voltadas ao gerenciamento, ambientalmente
correto, dos resíduos e rejeitos gerados pela sociedade moderna.
123
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Para aqueles discentes que desejam ampliar seus conhecimentos acerca do contexto
histórico sobre a formação do instrumento pedagógico “Educação Ambiental” recomenda-
se a leitura dos seguintes materiais complementares:
Sites
Livros
A Educação Ambiental Frente aos Desafios Apresentados pelos Discursos Contemporâneos sobre a Natureza.
REIGOTA, Marcos. A Educação Ambiental frente aos desafios apresentados pelos discursos
contemporâneos sobre a natureza. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 36, n. 2, Aug. 2010.
Direito Ambiental
ANTUNES, P. B. Direito Ambiental. 12.ed. Rio de Janeiro, 2010. Editora Lumenjuris.
Direito Ambiental
BELTRÃO, Antônio F. G. Direito Ambiental. 2.ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2009.
124
Referências
Agenda 21: Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e De-
senvolvimento. Disponível em: http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/
agenda21.pdf
ANTUNES, P. B. Direito Ambiental. 12.ed. Rio de Janeiro, 2010. Editora Lumenjuris.
ARAÚJO, T. C. D. Principais marcos históricos mundiais da educação
ambiental. Ambiente Brasil (Online), São Paulo, setembro 2007. Disponível
em: http://noticias.ambientebrasil.com.br/artigos/2007/09/11/33350-principais-marcos-
historicos-mundiais-da-educacao-ambiental.html
125
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações
previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art.
216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159,
de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm
126
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