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Técnicas de

Tratamento de
Resíduo

EDUCAÇÃO SUPERIOR
Modalidade Semipresencial
Marcus Vinicius Carvalho Arantes

Técnicas de
Tratamento
de Resíduos

São Paulo
2018
Sistema de Bibliotecas do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional
PRODUÇÃO EDITORIAL - CRUZEIRO DO SUL EDUCACIONAL. CRUZEIRO DO SUL VIRTUAL

A684t
Arantes, Marcus Vinicius Carvalho.
Técnicas de tratamento de resíduos. / Marcus Vinicius Carvalho
Arantes. São Paulo: Cruzeiro do Sul Educacional. Campus Virtual,
2018.
128 p.

Inclui bibliografia
ISBN: (e-book)

1. Tratamento de resíduos. 2. Engenharia. I. Cruzeiro do Sul


Educacional. Campus Virtual. II. Título.

CDD 628.4

Pró-Reitoria de Educação a Distância: Prof. Dr. Carlos Fernando de Araujo Jr.

Autoria: Marcus Vinicius Carvalho Arantes

Revisão Técnica: Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino

Revisão Textual: Fátima Furlan

2018 © Cruzeiro do Sul Educacional. Cruzeiro do Sul Virtual.


www.cruzeirodosulvirtual.com.br | Tel: (11) 3385-3009
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização
por escrito dos autores e detentor dos direitos autorais
Plano de Aula

Técnicas de Tratamento
de Resíduos

SUMÁRIO
9 Unidade 1 – Caracterização dos Resíduos Sólidos

Unidade 2 – Gerenciamento
29 de Resíduos Sólidos
Aspectos Legais e Institucionais

Unidade 3 – Gerenciamento
49 de Resíduos e Rejeitos –
Não Perigosos: Técnicas de Tratamento

Unidade 4 – Gerenciamento
69 de Resíduos Perigosos:
Técnicas de Tratamento

Unidade 5 – Gerenciamento
91 de Resíduos de Serviços
de Saúde: Técnicas de Tratamento
Educação Ambiental: Instrumento de
109 Unidade 6 – conscientização ambiental nos programas
de gerenciamento de resíduos e rejeitos
PLANO DE
AULA

Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem Conserve seu
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua material e local de
formação acadêmica e atuação profissional, siga estudos sempre
algumas recomendações básicas: organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
Assim: de se alimentar
e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da hidratado.
sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário
fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.

6
Objetivos de aprendizagem
Caracterização dos Resíduos Sólidos
Unidade 1

» Ilustrar, sucintamente, as definições dos resíduos sólidos gerados pelas atividades antrópicas, buscando adotar uma
abordagem abrangente acerca das mudanças de configurações e composições dos resíduos sólidos gerados ao longo
da história do ser humano.

Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais


Unidade 2

» Abordar os três aspectos gerais que compõem o modelo de gestão de resíduos sólidos do Brasil, segmentados em: 1-)
Arranjos institucionais; 2-) Instrumentos legais; 3-) Mecanismos de financiamento. Nessa unidade, você terá a oportunidade
de estudar as principais características desses três aspectos supracitados, por meio de exemplos e ilustrações.
» Apresentar os tópicos importantes da Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, inerentes aos tipos de resíduos
sólidos e seus respectivos tipos de tratamento.
Unidade 3

Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento


» Abordar as principais técnicas de tratamento e gerenciamento de resíduos e rejeitos tipificados como não perigosos,
estratificados em: - Resíduos orgânicos; - Resíduos recicláveis; - Rejeitos sólidos.

Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento


Unidade 4

» Abordar as principais técnicas de tratamento e gerenciamento de resíduos perigosos, estratificados nos seguintes
grupos de resíduos: – Pilhas e Baterias; – Pneus; – Construção Civil; – Resíduos de Equipamentos Elétricos e
Eletrônicos (REEE).

Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento


Unidade 5

» Abordar as principais técnicas de tratamento aplicáveis aos resíduos de serviços de saúde (RSS), estratificados nos
seguintes grupos de resíduos: – Grupo A: Biológicos ou Potencialmente Infectantes; – Grupo B: Químicos; – Grupo
C: Rejeitos Radioativos; – Grupo D: Resíduos Comuns (resíduos, orgânico e reciclável, e rejeitos não recicláveis); –
Grupo E: Resíduos Perfurocortantes.

Educação Ambiental: Instrumento de conscientização ambiental


Unidade 6

nos programas de gerenciamento de resíduos e rejeitos


» Abordar importantes princípios ambientais de conscientização que podem ser difundidos por meio da Educação
Ambiental. Esses princípios ambientais estão elencados abaixo: I. Prevenção e Precaução; II. Ética Ambiental; III.
Publicidade das informações; IV. Responsabilidade Compartilhada; V. 3Rs, 5Rs e 8Rs; VI. Consumo Sustentável.

7
1
Caracterização dos Resíduos Sólidos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Marcus Vinicius Carvalho Arantes

Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade indico-lhe uma breve leitura da matéria “A riqueza
que vem do lixo”, cujo link está descrito logo abaixo. Esta matéria lhe oferecerá
informações sobre os resíduos no Brasil e como a correta gestão, destinação e
reutilização podem se transformar em um mercado produtivo e altamente rentável.
Explor

https://goo.gl/k1jTh7

10
Introdução
O manejo da matéria e a produção de resíduos e rejeitos são processos
inerentes à vida e às diversas atividades desenvolvidas pela humanidade. Ao longo
do processo de civilização e povoamento do planeta Terra observou-se que os
resíduos e rejeitos antropogênicos (originado pelas atividades humanas) possuíram
uma grande diversificação em sua composição físico química.

Nos capítulos a seguir são abordadas as composições físico-químicas dos


resíduos sólidos gerados pelas atividades antrópicas, desde a época do ser humano
primitivo, também denominado como Caçadores-Coletores, até os dias atuais
(sociedade contemporânea).

Para fins de padronização da nomenclatura, a presente disciplina, assim como


todas suas unidades, utilizar-se-á apenas os termos rejeitos e resíduos sólidos para
caracterizar toda a matéria remanescente (resto e sobras) ou escória produzidas
pelas atividades antrópicas. Sendo importante salientar que o termo “lixo” é uma
nomenclatura obsoleta, ou seja, uma palavra que se encontra em desuso pela
comunidade acadêmica e por todas aquelas relativas à temática gerenciamento
de resíduos.

Os resíduos sólidos são definidos pela NBR 10.004/04 como:

“Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades antrópicas de


Explor

origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam


incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos
ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em
face à melhor tecnologia disponível”.

Os rejeitos são definidos pela Lei Federal nº 12.305/10 (Política Nacional de


Resíduos Sólidos) como:

“Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e


Explor

recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não


apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”.

11
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Contextualização: Características dos Resíduos e Rejeitos
Gerados na Época Pré-Industrial

Na época que antecedeu as grandes


revoluções industriais o ser humano
gerava resíduos sólidos e rejeitos que
continham uma composição físico-
química bem características. Em um
primeiro momento na história da
humanidade esses materiais (resíduos
e rejeitos), em geral, eram gerados
por povos mais primitivos nômades
denominados pelos antropólogos como
“Caçadores-Coletores”. Enquanto em um
segundo momento, com o advento das
atividades de manejo agrícola e produção
de alimentos e diversos artefatos, os
povos denominados como “ Produtores
de Alimentos”, passam a gerar um maior
volume e variedade de resíduos sólidos.
Embora houvesse um aumento no volume
e diversidade de resíduos sólidos, esse
fenômeno não chegou a representar um
problema ambiental de expressiva escala
e complexidade.

Livro de antropologia que dispõe sobre a origem da humanidade e os primeiros materiais


Explor

e tipos de resíduos produzidos pelos seres humanos primitivos presente no material


complementar.

Segundo os antropólogos e cientistas, os povos denominados como “Caçadores-


Coletores” e “Produtores de Alimentos” geravam, predominantemente, resíduos
sólidos oriundos de remanescentes de alimentos, excrementos e dejetos
(EIGENHEER, 2009; DIAMOND, 2013).

Os resíduos sólidos gerados por esses povos mais primitivos possuíam as


seguintes características qualitativas (físico-químicas) e quantitativas (volume):

12
· Composição físico-química simples de origem natural;
· Rico em matéria orgânica;
· Restos e sobras de alimentos e matérias de origem vegetal, tais como: Casca
de frutas, restos de legumes e hortaliças, algodão, fibra de coco etc.;
· Remanescentes de material de origem animal, tais como: Chifres, ossos,
dentes, cascos, pele, couro, conchas, escamas, artefatos de caça etc.;
· Alta capacidade de biodegradabilidade;
· Geração de pequenos volumes de resíduos sólidos orgânicos.

Você Sabia? Importante!

A Biodegradabilidade é definida como um processo no qual todos os fragmentos de


materiais são consumidos por micro-organismos presentes no meio ambiente como
fonte de alimento e energia, podendo gerar água e biomassa (IBAMA).

Podemos dizer, apoiados em evidências históricas e científicas da arqueologia,


que os resíduos sólidos gerados na era pré-industrial eram, predominantemente,
de origem natural e animal. Logo, podemos classificar os resíduos sólidos gerados
pelos seres humanos daquela época como resíduos orgânicos.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os resíduos orgânicos podem


ser denominados como:

“Os resíduos orgânicos são constituídos basicamente por restos de animais ou vegetais. Podem
Explor

ter diversas origens, como doméstica ou urbana (restos de alimentos e podas), agrícola ou
industrial (resíduos de agroindústria alimentícia, indústria madeireira, frigoríficos, etc), de
saneamento básico (lodos de estações de tratamento de esgotos), entre outras”.

Os resíduos sólidos orgânicos dessa época eram gerados em pequenos volumes


e escalas, sendo reciclados ou biodegradados, naturalmente no ambiente.

Você Sabia? Importante!

As Revoluções Industriais protagonizadas pelo ser humano podem ser divididas em


três etapas:
I-) De 1780 a 1830: Originada na Inglaterra com as principais atividades industriais
oriundas da indústria têxtil de algodão;
II-) De 1870 até metade do Sec. XX: Difusão das indústrias metalúrgica, eletromecânica
e petroquímica;
III-) De 1970 até os dias atuais. Diversificação e evolução dos processos industriais e o
surgimento do fenômeno da Globalização.

13
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Características dos Resíduos e Rejeitos Gerados na Época
Pós-Industrial
Observamos que até a era industrial os resíduos sólidos antropogênicos (oriundo
de atividades antrópicas) eram, predominantemente, orgânicos. No entanto, com
o advento das Revoluções Industriais*, os resíduos sólidos passaram a apresentar
maior complexidade em suas características físico químicas.

As características dos resíduos sólidos, a partir da época pós-industrial, sofreram


uma significativa mudança, tanto nos aspectos quantitativo quanto qualitativo,
apresentando as seguintes características gerais:
· Composição físico-química complexa: Origem natural e origem sintética;
· Geração de grandes volumes de resíduos e rejeitos: Fenômeno desencadea-
do pelo crescimento abrupto da população global;
· Menor capacidade de biodegradabilidade;
· Recalcitrantes;
· Xenobióticos;
· Carcinogênico;

O termo Recalcitrantes é uma denominação que busca descrever a resistência a


Explor

transformação ou decomposição de uma determinada molécula ou resíduo orgânico .


O termo Xenobiótico refere-se aos compostos orgânicos artificialmente produzidos e que
podem constituir uma fração do resíduo orgânico presente em um ambiente.
O termo Carcinogênico refere-se à propriedade de um composto provocar ou estimular a
deflagração de uma neoplasia (câncer) no organismo humano.

Observa-se que após a era pós-industrial os resíduos sólidos gerados pelas atividades
antrópicas passaram a apresentar uma composição físico-química mais complexa e
perigosa, oferecendo significativos riscos à saúde humana e à qualidade ambiental.

Os resíduos perigosos são definidos pela NBR 10.004/04 como aqueles


pertencentes à “Classe I”, sendo detentores das seguintes características:
“São aqueles que oferecem grande periculosidade à saúde humana e am-
biental, devido às suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas.
Eles possuem as seguintes características físico-químicas: Inflamabilidade,
Corrosividade, Reatividade, Toxicidade e Patogenicidade”.

Além das revoluções industriais, outro fenômeno antrópico contribuiu para


o aumento da geração de resíduos, o crescimento da população mundial. A
seguir, serão descritas as características gerais desse último fenômeno citado,
sobretudo a sua influência decisiva na problemática de geração e gestão de
resíduos sólidos.

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Aumento da População Mundial: Impactos na Geração de
Resíduos Sólidos
Um aspecto importante que está diretamente ligado à geração de resíduos na
sociedade moderna é o aumento vertiginoso da população mundial. Esse fenômeno
foi intensificado a partir das revoluções industriais, culminando, consequentemente,
na elevação de geração de resíduos sólidos no mundo.

O aumento da população mundial, aliada à crescente migração da população


rural para os ambientes urbanos (êxodo rural), foram processos que acarretaram
grandes impactos no que tange à geração e gestão de resíduos. Ou seja, no início
do século passado a população urbana aumentou consideravelmente, enquanto a
população rural diminuía.

Os autores (HOORNWEG; BHADA-TATA; KENNEDY, 2013) trouxeram em


seus trabalhos as seguintes estimativas e estudos que comprovam a relação direta
entre o aumento da população urbana e a geração de resíduos sólidos:
· Em 1900, o mundo tinha 220 milhões de residentes urbanos (13% da
população mundial). A população urbana mundial gerava em torno de
300 mil toneladas de lixo per capita;
· Em 2000, o mundo já possuía 2,9 bilhões de pessoas que residiam em
cidades (49% da população mundial), gerando mais de 3 milhões de
toneladas de resíduos sólidos per capita.

O gráfico a seguir ilustra esse fenômeno do aumento da população mundial,


sobretudo a partir da Primeira Revolução Industrial.
Gráfico 1 – aumento da população mundial a partir da primeira Revolução Industrial
População em mil milhões Total da população mundial
10
2048
9
2028
8
2013
7
1999 20
6
anos
1987 15
5 anos
1974 14
4 anos
12
1959 anos
3 13
1922 anos
2 15
1804 anos
1 37 anos
118 anos
0
1800 1850 1900 1950 2000 2050*
*Projecção

Observamos, por meio do último gráfico, que a população mundial, no período


de 1800 até 2013, aumentou sete vezes. A conjugação desses dois fenômenos,
aumento da população mundial e o êxodo rural, acentuaram a problemática
relacionada à geração e gestão de resíduos sólidos nos ambientes urbanos.

15
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Além dos fenômenos supracitados, outro fenômeno que agravou os impactos
socioambientais desencadeados pelos resíduos sólidos, foi o surgimento de novos
tipos de resíduos sólidos. Esse fenômeno será descrito no próximo tópico.

Surgimento de Novos Resíduos


Sólidos na Sociedade Moderna
Com o advento das revoluções industriais o ser humano passou a produzir uma
infinidade de produtos e equipamentos, culminando, consequentemente, também
na geração de novos tipos de resíduos sólidos. Esses novos resíduos sólidos são
gerados ao longo de todo o “Ciclo de Vida dos Produtos” oriundos das atividades
industriais. Ou seja, desde a produção até a sua disposição final.

Você Sabia? Importante!

De acordo com a Lei 12.350/10, o “Ciclo de Vida do Produto” consiste em uma “série de
etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e
insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final”.

Os resíduos sólidos oriundos das atividades industriais apresentam uma composi-


ção físico-química complexa. A composição complexa dos resíduos não foi abordado
no capítulo anterior, dessa forma retirar esta afirmação. As principais características
dos resíduos sólidos gerados na sociedade moderna são:
· Baixa capacidade de biodegradabilidade;
· Alta toxicidade e inflamabilidade;
· Grande potencial de geração de impactos ambientais (contaminação
e poluição).

A seguir, serão elencados alguns dos novos tipos de resíduos sólidos gerados a
partir das revoluções industriais.

Borracha
Os primeiros processos de fabricação da borracha foram desenvolvidos pelos
povos pré-colombianos da América Central, em 300 A.C. a 600 D.C. Esses
povos desenvolveram uma espécie de bolas de caucho compostas por um tipo de
borracha rudimentar (SOUZA, 1993). O caucho é árvore da família das moráceas,
que possui látex que produz uma borracha de qualidade inferior.

Somente depois de um longo período na história, com o desenvolvimento de di-


versas experiências, a borracha passou a ser utilizada em escala industrial. Mais preci-
samente a partir de 1839, com o desenvolvimento da técnica de “Vulcanização”, que
a borracha passou a apresentar as características físico-químicas que conhecemos

16
atualmente, sendo também conhecida como borracha sintética (produzida a partir de
processos industriais).

Logo após esse período, a borracha passou a ser utilizada em larga escala nos
mais diversos segmentos industriais, resultando na geração acentuada desse tipo de
resíduo. A tabela abaixo apresenta as principais características gerais da borracha:

Características Gerais da Borracha


Fabricação em escala industrial 1839
Tipo de material Polímero derivado do látex
Processo de fabricação Vulcanização
Material reciclável, resistente à tração, abrasão, compressão,
Propriedades gerais do material
oxidação (oxigênio) e ao envelhecimento térmico.
Tempo aproximado de decomposição Indeterminado

Para saber mais sobre o histórico de fabricação da borracha acesse o seguinte link:
Explor

https://goo.gl/LTzxGA

Vidro
Segundo historiadores, o vidro foi descoberto, acidentalmente, por mercadores
da antiga Mesopotâmia, por volta de 7.000 A.C. Esses mercadores verificaram
que a junção dos elementos fogo, areia e nitrato de sódio originavam um líquido
transparente, que viria a ser o vidro.

No entanto, o vidro somente passou a ser utilizado em escala industrial a partir


da segunda (1870 até metade do Séc. XX) e terceira (De 1970 até os dias atuais)
revoluções industriais. Configurando-se, desde então, como um material muito
utilizado pela sociedade moderna.

A tabela abaixo apresenta as principais características gerais do vidro:

Características Gerais do Vidro


Fabricação em escala industrial Segunda metade do século XIX
Tipo de material Areia e Nitrato de Sódio
Processo de fabricação Flutuação e Folha Estirada
Propriedades gerais do material Transparente, material reciclável, não absorvência de líquidos
e baixa condutividade térmica.
Tempo aproximado de decomposição De 4 mil a 1 milhão de anos
Fonte: ANAVIDRO, 2016

Para saber mais sobre o histórico de fabricação do vidro acesse os seguintes links:
Explor

https://goo.gl/eCAZSH | https://goo.gl/ucCWvf | https://goo.gl/l2o4hF

17
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Alumínio
Os primeiros vestígios históricos que comprovam a utilização do alumínio são
datados em aproximadamente 7mil anos atrás, onde a civilização Persa fabricava
potes e recipientes de argila compostos com óxido de alumínio, hoje caracterizado
como alumina. Depois desse período outras civilizações antigas, como a egípcia e
a babilônica, também produziram produtos (cosméticos, medicamentos e corantes
de tecidos) à base de alumina (ABAL, 2016).

Entretanto, somente na metade do Século XIX que o alumínio passou a ser


isolado da bauxita por meio de um processo químico (reação termoquímica)
denominado como “Hall-Heróult”. Esse processo permitiu a implementação e
difusão da indústria global do alumínio.

Para saber mais sobre o histórico de fabricação do alumínio acesse o seguinte link:
Explor

https://goo.gl/lpmUsd

A tabela abaixo apresenta as principais características gerais do alumínio:

Características Gerais do Alumínio


Fabricação em escala industrial Metade do século XIX
Tipo de material Metal oriundo da bauxita
Processo de fabricação Reações termoquímicas
Material reciclável, resistente à corrosão, condutor térmico e
Propriedades gerais do material
elétrico e detém propriedade antimagnéticas.
Tempo aproximado de decomposição De 100 a 500 anos
Fonte: ABAL, 2016

Plástico
O primeiro composto plástico rudimentar foi desenvolvido em 1860, quando
o inglês Alexandre Pakers desenvolveu estudos com o nitrato de celulosa. Esses
estudos foram aperfeiçoados, em 1870, pelo americano John Hyatt, cujo resultado
culminaria na fabricação da primeira matéria plástica artificial.

Desde esses experimentos iniciais o plástico vem sendo submetido a uma série
de processos de aperfeiçoamento em sua fórmula de fabricação. No início do
século passado foi criado o poliestireno, material primário que veio dar origem aos
demais tipos de plástico produzidos em escala industrial, tais como: Polietileno,
PVC, Poliamidas, Poliéster etc.

Na segunda metade do Século passado, o plástico passa a ser introduzido em


larga escala na indústria (automotiva, têxtil e eletroeletrônicos) e nos mercados do
mundo, gerando com isso diversos produtos descartáveis e, consequentemente,

18
um número gigantesco de resíduos sólidos compostos por esse tipo de material. A
tabela abaixo apresenta as principais características gerais do plástico:

Características Gerais do Plástico


Fabricação em escala industrial 1936
Tipo de material Polímero derivado do petróleo
Processo de fabricação Síntese de polímeros
Material reciclável, baixo peso, resistência mecânica e química
Propriedades gerais do material
e resistência a impactos.
Tempo aproximado de decomposição De 100 a 450 anos
Fonte: ABIPLAST, 2016

Resíduos Eletroeletrônicos
Os avanços tecnológicos protagonizados pela sociedade moderna também são
responsáveis pela geração de “Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos
(REEE)”. Os resíduos eletroeletrônicos também podem ser denominados como
“Electronic Waste ou E-Waste” (Resíduos Eletrônicos). Segundo (Santos, 2010)
os resíduos eletroeletrônicos podem ser classificados como:
“Todo o rejeito oriundo do descarte de aparelhos eletrônicos, tais como:
televisores, computadores pessoais; incluindo os seus componentes,
como discos rígidos, placas-mãe etc.; aparelhos celulares, entre outros”.

Os REEEs são resíduos constituídos por uma grande diversidade de materiais,


sobretudo por metais pesados, plástico e demais metais. Essas propriedades físico-
químicas caracterizam os resíduos eletroeletrônicos como um tipo de resíduo
perigoso, que por sua vez pode gerar severos impactos ao meio ambiente, sobretudo
quando estes não são corretamente gerenciados.

As formas de tratamento dos REEEs serão abordadas na próxima unidade


didática específica.

Demais Resíduos Sólidos Perigosos


A fim de complementar a lista de resíduos sólidos gerados pela sociedade mo-
derna, elencaremos a seguir alguns tipos de resíduos sólidos perigosos antro-
pogênicos. Ou seja, esses resíduos sólidos, quando não gerenciados de manei-
ra adequada, também poderão acarretar severos impactos à saúde pública e à
qualidade ambiental.

A seguir, serão elencados, na tabela abaixo, alguns tipos de resíduos sólidos


perigosos gerados pelas atividades antrópicas:

Exemplos de resíduos sólidos perigosos


Classe do resíduo Composição Origem da geração
Resíduos biológicos, químicos, Hospitais, laboratórios analíticos,
Resíduos de Serviços de Saúde perfurocortantes e comuns drogarias, farmácias, serviços de
e rejeitos radioativos tatuagem etc

19
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Resíduos de Mineração Metais pesados Mineração e atividades de pesquisa
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e
Resíduos de Saneamento Básico Lodo
Estação de Tratamento de Água (ETA)
Resíduos Químicos de Laboratórios Produtos químicos, hormonais, Estabelecimentos de Ensino e
de Ensino e Pesquisa saneantes e demais produtos perigosos Laboratórios de pesquisa
Embalagens de agrotóxicos
Resíduos de Atividades Agrícolas Agricultura e Pecuária
e fertilizantes
Residências, indústrias, comércios,
Pilhas e Baterias Metais pesados, zinco e manganês
hospitais, instituições de ensino etc.
Fonte: PNRS, 2010; RDC nº 306/04; Resolução CONAMA nº 358/05;

Os resíduos sólidos elencados acima apresentam uma complexa composição


físico-química (perigosos), fator que exige a adoção de um programa de gerencia-
mento de resíduos sólidos, ambientalmente correto, sobretudo no que tange os
processos de tratamento de disposição final.

As formas de tratamento e disposição final para esses tipos de resíduos serão


abordados na próxima unidade didática específica.

Composição dos Resíduos


Sólidos Gerados no Brasil
Vimos que a sociedade moderna gera uma gama enorme de resíduos sólidos por
meio das mais diversas atividades antrópicas do cotidiano. Nesse tópico efetuaremos
uma rápida abordagem sobre a composição dos resíduos sólidos gerados no Brasil.

A composição dos resíduos sólidos também é conhecida como “Composição


Gravimétrica”, sendo denominada pela NBR 10.007/04 como a “determinação
dos constituintes e de suas respectivas percentagens em peso e volume, em
uma amostra de resíduos sólidos, podendo ser físico, químico e biológico”.

Em linhas gerais, a composição gravimétrica expressa o percentual de cada


componente do resíduo sólido em relação à massa total de uma determinada
amostra. Ou seja, a avaliação da composição gravimétrica procura traduzir cada
componente presente no lixo em relação ao seu peso total.

A tabela abaixo ilustra a composição gravimétrica dos resíduos sólidos produzidos


no Brasil e em outros países do mundo:

Composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados


em algumas nações do globo (%)
Tipo de Reino
Resíduo
Brasil México Canadá EUA Alemanha China Índia Japão Quênia
Unido
Matéria
51,4 52,4 28,7 24 51,2 52,9 20,2 41,8 42,3 53
Orgânica
Vidro 2,4 5,9 4,4 5,3 11,5 2,4 9,3 2,1 2,9 2,1
Metal 2,9 2,9 10,4 8 3,9 0,7 7,3 1,9 5,1 2,3

20
Plástico 13,5 4,4 8 11 6,1 7,9 10,2 3,9 11,2 12,6
Papel 13,1 14,1 37,7 35 19,9 5,7 37,1 5,7 25 16,8
Rochas
0,46 - - - 2,9 18,9 6,8 40,3 - -
e solo
Borracha,
- 1,5 - 7,4 1,5 2,5 2,1 3,5 5,5 2,6
Tecido
Madeira - - - 5,8 - 6,7 - - - -
Outros 16,7 18,9 10,3 3,4 3,1 2,3 7 0,8 8 10,6
Fonte: IBGE, 2010; CABRAL, 2012

Por meio da tabela acima, que dispõe sobre a composição gravimétrica


aproximada de alguns países do mundo, podemos identificar que o Brasil, gera,
predominantemente, matéria orgânica (51,4%). Além de matéria orgânica o Brasil
também gera um grande volume de outros resíduos sólidos como plástico e papel.

Segundo (SOARES), o conhecimento da composição gravimétrica possibilita


estabelecermos:
Uma avaliação preliminar (diagnóstico) da degradabilidade, do poder de
contaminação ambiental, das possibilidades de reutilização, reciclagem,
valorização energética e orgânica dos resíduos sólidos urbanos. Sendo,
portanto, de grande importância na definição das tecnologias mais
adequadas ao tratamento e disposição final dos resíduos.

A seguir, serão abordados os impactos ambientais desencadeados pelo descarte


ambientalmente incorreto desses resíduos.

Resíduos Sólidos e Impactos


Ambientais Associados
A vertiginosa geração de resíduos sólidos, o aumento da complexidade de sua
composição gravimétrica, o aumento da geração de resíduos perigosos e de menor
biodegradabilidade, a indevida disposição final de resíduos etc., todos esses aspectos
acarretam severos impactos à saúde ambiental e humana.

Os impactos ambientais desencadeados pelo incorreto gerenciamento de resídu-


os são difusos, sobretudo quando a disposição final é realizada em lugares inapro-
priados e isentos de infraestrutura apropriada (ex: lixões e aterros controlados). Ou
seja, esse fenômeno nocivo pode propiciar impactos difusos, atingindo os diversos
ambientes terrestres, tais como: hidrosfera, litosfera (solo) e atmosfera.

Impactos dos Resíduos Sólidos nos Corpos Hídricos (Hidrosfera)


A disposição final dos resíduos sólidos em lugares inapropriados pode propor-
cionar a contaminação dos corpos hídricos superficiais (rios, lagos e reservatórios)
e subterrâneos (aquíferos).

21
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Essa contaminação se dá por meio de dois processos. O primeiro ocorre por
meio da infiltração de um material líquido oriundo da decomposição dos resíduos
sólidos, denominado como “Chorume”, no solo, chegando até os lençóis freáticos
subterrâneos ou aquíferos.

O segundo processo de contaminação ocorre quando os resíduos sólidos são


transportados até os corpos hídricos superficiais por meio da ação da chuva ou
quando são lançados, arbitrária e indevidamente, nos corpos hídricos superficiais.

Esses dois processos de contaminação geram impactos ambientais em larga


escala nos corpos hídricos aquáticos, sendo necessário um grande dispêndio
econômico para o tratamento desse importante recurso natural.

Você Sabia? Importante!

O termo Disposição Final, segundo a Lei nº 12.305/10, consiste na “distribuição


ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de
modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos”.

Impactos dos Resíduos Sólidos no Solo (litosfera)


A contaminação do solo, devido ao incorreto gerenciamento dos resíduos
sólidos, ocorre por meio processo semelhante àquele abordado no tópico anterior.
O solo é contaminado pelo “Chorume” proveniente da decomposição dos resíduos
sólidos. Além de ser contaminado também por gases como o metano, que por sua
vez fica aprisionado nas camadas do subsolo.

Essas duas formas de contaminação ambiental estão ilustradas na figura a seguir:

Urubus e
outros animais

Poluição

Chorume

Lençol
Freático

Ilustração de contaminação do solo e aquíferos – Lixo, 2008


Fonte: Adaptado de Pólita Gonçalves

22
Impactos dos Resíduos Sólidos na Atmosfera
Os resíduos sólidos, além de serem geradores do material líquido denominado
como “Chorume”, também produzem gases ao longo de seu processo de
decomposição. O principal gás produzido no processo de decomposição dos
resíduos sólidos é o metano (CH4).

O gás metano (CH4) é classificado como um gás de efeito estufa (GEE), logo a sua
emissão, indiscriminada, na atmosfera acarreta expressivos impactos ambientais
tanto em escala local quanto global (MCTI, 2014).

Vimos que as atividades cotidianas desenvolvidas pelo ser humano geram uma
infinidade de resíduos sólidos, como por exemplo: rejeitos, resíduos orgânicos
e perigosos. Esses resíduos sólidos podem gerar grandes impactos ambientais,
quando não gerenciados, tratados e dispostos de forma ambientalmente correta.

Os resíduos sólidos podem gerar impactos ambientais configurados na forma de


contaminação e poluentes de todos os ambientes da Terra.

Gestão dos Resíduos Sólidos no Brasil


Vimos que os resíduos sólidos antropogênicos exigem uma adequada gestão,
pois podem produzir uma série de impactos ambientais. Logo, a gestão dos resíduos
sólidos gerados pelas atividades antrópicas é um instrumento de gestão ambiental
importante, pois busca prevenir e mitigar uma série de impactos ambientais
associados ao descarte incorreto desse material no meio ambiente.

No âmbito nacional, apesar de inúmeros esforços dos diversos segmentos da


sociedade brasileira, a gestão de resíduos sólidos no nosso país ainda é um tema
que gera muitos desafios para a sociedade civil e gestores públicos. Ou seja, ainda
nos deparamos com uma realidade preocupante, onde os resíduos sólidos ainda são
dispostos ou lançados de forma incorreta no ambiente (exe.: lixões e vazadouro),
como podemos ver no gráfico abaixo:

DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, POR UNIDADES E DE DESTINO (%)


Ano VAZADOURO A CÉU
ATERRO CONTROLADO ATERRO SANITÁRIO
ABERTO
1989 88,2 9,6 1,1
2000 72,3 22,3 17,3
2008 50,8 22,5 27,7
Fonte: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Com o intuito de combater essa problemática ambiental, o Brasil desenvolveu


um Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos que se caracteriza como um conjunto
de diretrizes e referências político-estratégicas, institucionais e legais, que buscam
nortear as ações relativas ao gerenciamento de resíduos sólidos no país.

23
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Segundo (LEITE, 1997), o Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos do Brasil é
composto por três aspectos:
1. Arranjos institucionais: Instituição de diversos órgãos ambientais nas três
esferas administrativas (federal, estadual e municipal) designados para as
tomadas de decisões na área de resíduos sólidos;
2. Instrumentos legais: Aprovação de leis, decretos, resoluções, normas,
dentre outros instrumentos normativos, relativos ao gerenciamento e
tratamento de resíduos sólidos;
3. Mecanismos de financiamento: Fundos e linhas de financiamento que
oferecem suporte financeiro para a implementação de atividades relacionadas
ao gerenciamento de resíduos sólidos.

No próximo capítulo serão abordados os principais órgãos ambientais brasileiros


responsáveis por traçar diretrizes e tomar decisões sobre o gerenciamento de
resíduos sólidos no Brasil. Além desses órgãos abordaremos também as principais
normas e leis relacionadas ao gerenciamento de resíduos sólidos.

24
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008
Tópico: Manejo de Resíduos Sólidos
https://goo.gl/XorkGk

Livros
Armas, Germes e Aço: Os Destinos das Sociedades
DIAMOND, J. Armas, germes e aço: Os destinos das sociedades. 15ª ed. Rio de
Janeiro. Record, 2013.
História do Lixo: A Limpeza Urbana através dos Tempos
EIGENHEER, E. M. A História do Lixo: A limpeza urbana através dos tempos. Rio
de Janeiro: Ed. Campus, 2009

Leitura
Waste Production Must Peak this Century
HOORNWEG, D.; BHADA-TATA, P.; KENNEDY, C. Waste production must peak
this century. Nature, v. 502, p. 615-617, 2013.

25
Caracterização dos Resíduos Sólidos
UNIDADE
1
Referências
Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST). Dados institucionais.
Disponível em: http://www.abiplast.org.br/

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 10.004. Resíduos


sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004.
________, ABNT. NBR 10.007. Amostragem de resíduos sólidos: Rio de
Janeiro, 2004.
Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). Dados institucionais. Disponível em:
http://www.abal.org.br/
Associação Nacional de Vidraçarias (ANAVIDRO). Dados institucionais.
Disponível em: http://www.anavidro.com.br/
AUGUSTO, F. Ciclo da Borracha: dos primórdios até 1920. Disponível em: http://
historiainte.blogspot.com.br/2013/06/ciclo-da-borracha-dos-primordios-ate.html
BRASIL, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Segundo
Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa
- Relatório de Referência: Emissões de Gases de Efeito Estufa no Tratamento e
Disposição de Resíduos. Brasília, 2014. Disponível em: <http://sirene.mcti.gov.
br/documents/1686653/1706227/Estimativas+2ed.pdf/0abe2683-e0a8-4563-
b2cb-4c5cc536c336>.
_______, Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais – Temática: Resíduos
Sólidos. Disponível em: http://www.mma.gov.br/
_______, Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 358, de 29
de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos
serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, 4 de maio de
2005. Disponível em: < http://www.mma.gov.br >.
Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA.
Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro de 2004.
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços
de saúde. Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 2004. Disponível em: <
http://www.anvisa.gov.br >.
_______, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados
Institucionais. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/

_______, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis


(IBAMA). Dados Institucionais. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/

_______, Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm.

26
CABRAL, E. Considerações sobre resíduos sólidos. IFCE /PGTGA

DIAMOND, J. Armas, germes e aço: Os destinos das sociedades. 15.ed. Rio de


Janeiro. Record, 2013.

EIGENHEER, E. M. A História do Lixo: A limpeza urbana através dos tempos.


Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2009

HOORNWEG, D.; BHADA-TATA, P.; KENNEDY, C. Waste production must peak


this century. Nature, v. 502, p. 615-617, 2013.

LEITE, W.C.A., Estudo da gestão de resíduos sólidos: uma proposta de modelo


tomando a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI – 5) como
referência. São Carlos. Tese de D.Sc., Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo (USP). São Carlos, 1997.

PINHEIRO, E. L. Plano de gerenciamento integrado de resíduos de


equipamentos elétricos, eletrônicos (PGIREEE). Belo Horizonte: Fundação
Estadual do Meio Ambiente: Fundação Israel Pinheiro, 2009.

SANTOS, F. H. S. Resíduos de origem eletrônica. Rio de Janeiro: CETEM/


MCT, 2010.

SOARES, E. L. S. F. Estudo da Caracterização Gravimétrica e Poder Calorífico


dos Resíduos Sólidos Urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011.

SOUZA, M. Breve História da Amazônia. São Paulo: Marco Zero, 1993

Sites
http://www.abal.org.br/

http://citrus.uspnet.usp.br/fau/deptecnologia/docs/bancovidros/histvidro.htm

http://www.lixo.com.br/

http://www.plastico.com.br/

http://www.recicloteca.org.br/

27
2
Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Aspectos Legais e Institucionais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Marcus Vinicius Carvalho Arantes

Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, indico-lhe a breve leitura da matéria, cujo link
está descrito logo abaixo. Esta matéria aborda o cenário alarmante da disposição
final incorreta de nossos rejeitos e resíduos em “Lixões” clandestinos situados nos
Estados brasileiros.
Explor

Lixões ainda fazem parte da realidade do Brasil - https://goo.gl/1QqOc9

30
Introdução
Na unidade didática anterior, foi abordado o cenário alarmante relativo aos
mecanismos de gerenciamento de resíduos sólidos adotados no Brasil. Por meio
de dados estatísticos vimos que grande parte de nossos resíduos sólidos ainda
são dispostos e lançados, de forma ambientalmente incorreta, nos mais diversos
ambientes, também denominados como lixões e vazadouros.

No entanto, com o intuito de combater essa problemática socioambiental


desencadeadora de diversos impactos ambientais difusos, os gestores públicos
brasileiros e os diversos responsáveis desenvolveram um Modelo de Gestão de
Resíduos Sólidos. Esse modelo consiste em um conjunto de diretrizes e referências
político-estratégicas, institucionais e legais, que buscam nortear as ações relativas
ao gerenciamento de resíduos sólidos no país.

Em linhas gerais, esse modelo de gestão de resíduos busca estar em consonância


com o princípio de desenvolvimento sustentável presente no Art. 225 da Constituição
Federal Brasileira, sobretudo no que diz respeito ao que cabe ao Poder Público e à
coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e
futuras gerações.

Nos capítulos a seguir, são abordadas as principais características dos três aspectos
que compõem o modelo de gestão de resíduos brasileiro. Ilustraremos também
os principais tópicos da Lei Federal que institui a Política Nacional dos Resíduos
Sólidos, sobretudo os tópicos referentes ao tratamento e responsabilidades.

Modelo de Gestão de Resíduos Brasileiro


Conforme foi abordado anteriormente, o Modelo de Gestão de Resíduos
Brasileiro emergiu da necessidade de se combater os diversos problemas e impactos
socioambientais desencadeados pelo gerenciamento incorreto dos resíduos sólidos
no nosso país.

Esse modelo procura articular ações e projetos de diversos segmentos da


sociedade, buscando implementar mecanismos, ambientalmente corretos, de
gerenciamento de resíduos sólidos. Ou seja, os três aspectos que compõem o
referido modelo busca promover meios sustentáveis no que tange ao tratamento,
à destinação de resíduos e à disposição final de rejeitos gerados pela sociedade
contemporânea.

31
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Destinação de Resíduos
Explor

Segundo a Lei 12.305/10 a etapa de Destinação de Resíduos consiste no encaminha-


mento (destinação) de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a composta-
gem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações de modo
a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos.
Disposição Final de Rejeitos
O processo de Disposição Final dos Rejeitos consiste na etapa onde não há mais nenhuma
forma de reaproveitamento do rejeito. Ou seja, esse material deve ser encaminhado
para os aterros específico (sanitário, classe I, etc), observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar
os impactos ambientais adversos.

Nos tópicos a seguir, serão abordados os três aspectos do Modelo de Gestão de


Resíduos Sólidos Brasileiros, elencados em:
· Arranjos Institucionais;
· Instrumentos Legais;
· Mecanismos de Financiamento.

Arranjos Institucionais & Instrumento Legais


O tópico que dispõe sobre os arranjos institucionais diz respeito às instituições
e aos diversos órgãos ambientais, pertencentes às três esferas administrativas
(federal, estadual e municipal), que são responsáveis por tomadas de decisões
na área de resíduos sólidos. Ou seja, essas instituições e órgãos ambientais são
responsáveis por traçar diretrizes e normas relativas ao gerenciamento dos resíduos
sólidos brasileiros.

A seguir, serão elencados os principais órgãos ambientais (arranjos institucionais)


brasileiros. Além de elencar os respectivos instrumentos legais, leis, resoluções e
normas elaborados e instituídas por esses órgãos ambientais.

Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) foi criado pela Lei Federal
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, sendo um órgão consultivo e deliberativo do
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). De acordo com as Leis federais
nº 6.938/81 e nº 8.028/90, o CONAMA detém a seguinte responsabilidade:

32
“Assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais
e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial
à sadia qualidade de vida”.

Resoluções
Explor

As Resoluções CONAMA consistem em deliberações vinculadas a diretrizes e normas


técnicas, critérios e padrões relativos à proteção ambiental e ao uso sustentável dos
recursos ambientais. Moções, quando se tratar de manifestação, de qualquer natureza,
relacionada com a temática ambiental.

Por meio dessa definição observamos que o CONAMA tem a incumbência de


propor normas e padrões, em nível federal, com o intuito de manter o meio ambiente
ecologicamente equilibrado. As normas que o CONAMA instituiu, ao longo desses
anos, também são conhecidas como resoluções ou instrumentos legais.

Dentre as diversas resoluções (instrumento legais) elaboradas pelo CONAMA,


citaremos aquelas relacionadas ao gerenciamento de resíduos sólidos, tais como:
· Resolução CONAMA nº 258, de 26 de agosto de 1999: Dispõe sobre a
coleta e destinação final ambientalmente adequada aos pneus inservíveis;
· Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002: Estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil;
· Resolução CONAMA nº 358, de 28 de abril de 2005: Dispõe sobre o
tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá
outras providências;
· Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008: Estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de pilhas e baterias
comercializadas em território nacional;
· Resolução CONAMA nº 450, de 6 de março de 2012: Dispõe sobre
o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado
ou contaminado.

Observamos por meio das Resoluções elencadas que o CONAMA desempenha


um papel fundamental no que tange à definição de diretrizes e normas técnicas
inerentes ao tratamento ou destinação e disposição final de diversos resíduos e
rejeitos gerados por nossa sociedade.

Essas referidas Resoluções voltarão a ser abordadas nas unidades subsequentes,


intituladas como “Tratamento de Resíduos Sólidos Perigosos” e “Tratamento de
Resíduos Sólidos Não Perigosos”.

33
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

A Agência Nacional de vigilância Sanitária foi criada por meio da Lei Federal
nº, 9.782, de 26 de janeiro de 1999, sendo caracterizada como uma autarquia
sob regime especial, ou seja, uma agência reguladora detentora de independência
administrativa. A ANVISA é vinculada ao Ministério da Saúde e tem a seguinte
incumbência institucional:
“Promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle
sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços
submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos,
dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. Além disso, a Agência
exerce o controle de portos, aeroportos e fronteiras e a interlocução junto
ao Ministério das Relações Exteriores e instituições estrangeiras para
tratar de assuntos internacionais na área de vigilância sanitária”.

A ANVISA busca, contudo, estabelecer normas e diretrizes relacionadas à


vigilância sanitária em todo o território brasileiro. Dentre essas normas, podemos
citar a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro de
2004, que dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos
de serviços de saúde (RSSs).

A RDC nº 306/04 caracteriza-se como uma resolução que trata sobre o


gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSSs), e consequentemente
aborda algumas técnicas de tratamento para esses resíduos.

Podemos dizer também que as diretrizes da presente Resolução se complementam


com aqueles presentes na Resolução CONAMA nº 358/05, pois ambas discorrem
sobre o gerenciamento e tratamento dos RSSs.

Os métodos de gerenciamento e tratamento dos RSSs serão abordados na


unidade didática intitulada como “Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde”.

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi criada por meio da Lei
Federal nº 4.118, de 27 de agosto de 1962, e assim como a ANVISA a CNEN

34
também é caracterizada como uma autarquia federal com autônima administrativa
e financeira. A CNEN é vinculada ao Ministério da Ciência, sendo um órgão de
supervisão, licenciamento e fiscalização da produção e o uso de energia nuclear
no Brasil.

Além dessas atribuições a CNEN fiscaliza a operação de materiais e equipa-


mentos radioativos, mantendo atividades de pesquisa, orientação, planejamento e
orientação de atividades que envolvam o uso de materiais radioativos, tais como:
· Geração de energia elétrica;
· Medicina nuclear;
· Pesquisa e ensino relacionados às tecnologias aplicadas;
· Tratamento e armazenamento de rejeitos radioativos.

Para fins didáticos, a presente disciplina abordará os mecanismos de


gerenciamento e tratamento que a CNEN preconiza para os rejeitos radioativos
gerados no Brasil. As normas da CNEN que tratam sobre o gerenciamento dos
rejeitos radioativos são:
· Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985: Dispõe sobre o
gerenciamento de rejeitos radioativos em instalações radioativas;
· Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014: Dispõe sobre o gerenciamento
de rejeitos radioativos de baixo e médio nível de radiação.

As formas de gerenciamento e tratamento dos rejeitos radioativos serão


abordadas na unidade subsequente intitulada como “Tratamento de Resíduos de
Serviços de Saúde (RSS)”, levando-se em consideração que esse tipo de rejeito
pode ser classificado como Grupo C dos RSSs.

Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT)

A Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) foi criada em setembro


de 1940, sendo considerada como um importante arranjo institucional, pois é
responsável pela elaboração de diversas normas fundamentais para normalização
e padronização (instrumentos legais) de técnicas de produção realizados no Brasil.

Dentre as diversas normas estabelecidas pela ABNT, serão elencadas nessa


unidade e nas demais unidades aquelas relacionadas ao gerenciamento e tratamento
de resíduos sólidos, tais como:

35
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Se você quiser saber mais sobre o histórico de criação da ABNT no Brasil, recomendamos a
Explor

leitura do seguinte livro:


- História da normatização brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

· ABNT NBR 10.004, de maio de 2004: Dispõe sobre a classificação dos


resíduos sólidos;
· ABNT NBR 11.175, de julho de 1990: Dispõe sobre incineração de
resíduos sólidos perigosos;
· ABNT NBR 13.894, de junho de 1997: Dispõe sobre o tratamento de
resíduos sólidos por meio da técnica “Landfarming”;

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB)

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, fundada em 24 de julho de


1968 (Decreto nº 50.079/68) e reformulada em agosto de 2009 (Lei 13.542/09),
é um arranjo institucional do Estado de São Paulo. Ou seja, a CETESB é um órgão
estadual responsável pelo controle e licenciamento de atividades geradoras de
poluição, enfatizando a preservação e recuperação da qualidade ambiental (águas,
solo e ar).

Como a geração de resíduos sólidos configura-se como uma atividade


potencialmente geradora de diversos impactos ambientais, a CETESB vem
estabelecendo procedimentos específicos para o trato, ambientalmente adequado,
dos resíduos sólidos, industriais e os RSSs. Podemos citar uma interessante
norma técnica que a CETESB elaborou visando trançar diretrizes básicas para o
gerenciamento de resíduos químicos provenientes de estabelecimentos de serviços
de saúde:
· Norma Técnica P4.262, de agosto de 2007: Dispõe sobre o gerencia-
mento de resíduos químicos provenientes de estabelecimentos de servi-
ços de saúde.

A Norma Técnica P4.262 será abordada na unidade subsequente intitulada


como “Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde”.

36
Mecanismos de Financiamento
Vimos nos tópicos anteriores que o Brasil possui diversos órgãos ambientais
responsáveis por traçar diretrizes e normas relativas ao gerenciamento,
ambientalmente correto, dos resíduos sólidos do país. Além desses instrumentos
normativos e legais, podemos encontrar mecanismos de financiamento que
patrocinam iniciativas e projetos voltados ao gerenciamento de resíduos sólidos.

Se você quiser saber mais sobre o projeto desenvolvido pelo Banco Caixa Econômica Federal,
Explor

“Saneamento para Todos”, acesse esse link: https://goo.gl/n5ycmj

Esses mecanismos de financiamento de projetos caracterizam-se como


excelentes ações catalizadoras de ações voltadas para o gerenciamento e tratamento
adequados dos resíduos sólidos. Podemos citar importantes órgãos que promovem
o financiamento dessas ações, tais como:

Banco Caixa Econômica Federal


O Banco Caixa Econômica Federal criou um programa intitulado como “Sane-
amento para Todos”, cuja finalidade consiste na disponibilização de financiamento
para empreendimento do setor público (estados, municípios, empresas públicas
etc.) ou privado (concessionárias, empresas privadas, organizações etc.) que te-
nham o objetivo de promover a melhoria das condições da saúde pública e a qua-
lidade ambiental.

Dentre as modalidades de investimento que integram o programa “Saneamento


para Todos” podemos destacar aquela denominada como “Manejo de Resíduos
Sólidos”. Ou seja, a Caixa Econômica Federal destina uma linha de financiamento
aos programas e projetos que buscam promover os seguintes benefícios
socioambientais relacionados ao “Manejo de Resíduos Sólidos”:
· Aumento da cobertura dos serviços de coleta, transporte, tratamento de
disposição final de resíduos sólidos;
· Implantação de infraestrutura adequada para a coleta dos RSSs;
· Programas e ações relativas à coleta seletiva, triagem e reciclagem;
· Projetos voltados para o tratamento de resíduos sólidos da construção civil;
· Implementação de projetos que visem à redução de emissão de gases de
efeito estufa (GEEs), denominados como Mecanismos de Desenvolvimento
Limpo (MDL);
· Projetos de conscientização e educação ambiental relacionados ao
gerenciamento de resíduos sólidos.

37
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2

Os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) é um mecanismo de flexibilização criado


Explor

pelo Protocolo de Quioto e descrito em seu artigo 12 como um meio de auxiliar o processo
de redução de GEEs ou de captura ou sequestro de carbono por parte dos países do Anexo I.
Podemos citar alguns países do Anexo I, tais como: Alemanha, Canadá, Rússia, Reino Unido,
Noruega, Japão, Itália, Estados Unidos, Suécia, Suíça, Grécia etc.

Se você quiser mais sobre os MDL aplicados aos resíduos sólidos, recomendamos a leitura
Explor

da seguinte obra:
MONTENEGRO, F. A. V. Mecanismo de desenvolvimento limpo aplicado à resíduos
sólidos: Conceito, planejamento e oportunidade. Rio de Janeiro: IBAM, 2007

Observamos que este programa do Banco estatal Caixa Econômica configura-


se como um importante mecanismo de financiamento que visa contribuir com
projetos voltados ao gerenciamento ambientalmente correto dos resíduos sólidos,
além de programas de conscientização e educação ambiental.

Se você se interessou sobre o texto do Protocolo de Quioto, recomendamos que acesse o


Explor

conteúdo traduzido desse documento por meio do seguinte link: https://goo.gl/Xz50Or

Banco Mundial
O Banco Mundial, assim como o exemplo citado anteriormente, também possui
mecanismos de financiamentos de projetos voltados ao gerenciamento de resíduos
sólidos. Sendo que desde 2000, o Banco Mundial vem concedendo empréstimos
para a implementação de diversos projetos de gestão de resíduos sólidos em todo
o mundo.

De acordo com o Banco Mundial já foram beneficiados cerca de 329 programas,


totalizando um investimento na ordem de US$ 4,5 bilhões. Esses programas
articulam o financiamento de infraestrutura e serviços de consultoria/assessoria,
e abrangem desde a coleta básica de resíduos sólidos e sua disposição final até
programas mais complexos que envolvem mudança de comportamento (educação
ambiental), reutilização e reciclagem.

Nesse contexto, podemos citar um projeto que envolveu a parceria entre os


bancos, Caixa Econômica Federal e Banco Mundial, o projeto “Projeto Integrado
de Gestão de Resíduos Sólidos e Financiamento de Carbono”, que totalizou
um investimento de US$ 50 milhões. Esse projeto foi criado no final de 2011 e
buscou financiar a redução da emissão dos GEEs oriundos da decomposição dos
resíduos sólidos.

38
Esse projeto buscou também fomentar o desenvolvimento de estratégias
sustentáveis vinculadas ao gerenciamento de resíduos sólidos, sobretudo no que
tange o fechamento de lixões. Logo, esse projeto emergiu com o intuito de financiar
a construção de aterros sanitários modernos.

Outra importante ação socioambiental que esse projeto contemplou foi


o investimento em estratégias que visam à melhoria das condições de vida dos
“catadores de lixo”, ou seja, a promoção da inclusão social desses indivíduos por
meio da criação de empregos.

Se você quiser saber mais sobre os projetos que o Banco Mundial desenvolve para a gestão
Explor

de resíduos sólidos em diversos países do mundo, acesse os seguintes links:


https://goo.gl/KdMi7H
https://goo.gl/s2KZCW

Política Nacional de Resíduos Sólidos -


Lei nº12.305/10
Nesse capítulo, será abordado, primeiramente, o histórico da criação da Lei
Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS). Observaremos que a PNRS consiste em um fundamental
instrumento legal que busca contemplar as diretrizes gerais norteadoras para o
gerenciamento de diversos tipos de resíduos sólidos.

A PNRS contém princípios e instrumentos de gestão ambiental importantes que


proporcionaram ao Brasil avanços significativos no que tange ao enfrentamento
dos principais problemas socioambientais e econômicos decorrentes do manejo,
ambientalmente incorreto, dos resíduos sólidos.

Histórico da Elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos


No início da década de 90, o Brasil carecia de diretrizes gerais detentoras de
princípios, instrumentos e metas que abordassem a temática dos resíduos sólidos.
Ou seja, embora houvesse diversas normas específicas relacionadas aos resíduos
sólidos, sobretudo aquelas instituídas por meio das Resoluções do CONAMA, não
havia no país um marco legal que estabelecesse diretrizes gerais aplicáveis aos
resíduos sólidos.

Emerge nesse contexto, no início da década de 90, a necessidade de ser


instituir um instrumento legal a fim de orientar os Estados e os Municípios sobre
os mecanismos, ambientalmente corretos, de gerenciamento de resíduos sólidos.

A PNRS tramitou por praticamente 10 anos no Congresso Nacional, Ministérios


e Senado até a consolidação da sua redação final. Houve, portanto, a participação

39
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
de diversos atores sociais, entidades, associações, federações, organizações etc. no
processo de elaboração da redação desta política. A seguir, será ilustrada a linha
cronológica de elaboração da PNRS:

2010 Criação Da PNRS


Depois de ser votada na Câmara dos Deputados e no Senado, a Lei
nº 12.305/10 é sancionada em 2 de agosto de 2010.

2007
Projeto de Lei nº 1991
Depois da participação de diversos atores sociais, associações,
federações, organizações etc, nos processos de discussão do texto
da Lei. O Executivo propõe o Projeto de Lei 1991. O texto é
finalizado e enviado à Casa Civil.

2004
MMA - Criação de Propostas
O Ministério do Meio Ambiente cria grupos de discussões para a
elaboração de propostas para a regulamentação dos resíduos
sólidos. No mesmo ano o CONAMA realizou um seminário para
ouvir a sociedade e formular uma nova proposta de projeto de lei.

2001 Comissão Especial da PNRS


A Câmara dos Deputados criaram uma Comissão Especial para
avaliar as matérias contempladas no Projeto de Lei nº 203/91.

1991 Projeto de Lei nº 203


O projeto de Lei nº 203 tratava sobre o acondicionamento, coleta,
tratamento, transporte e destinação dos resíduos de serviços de
saúde (RSSs)

PNRS: Aspectos Relacionados ao Tratamento e Destinação dos


Resíduos Sólidos
Na época em foi sancionada a Lei nº 12.305/10, houve a incorporação de
conceitos modernos de gestão de resíduos sólidos, oferecendo novas ferramentas
e ditames normativos à legislação ambiental brasileira.

A seguir, serão abordados, sucintamente, alguns tópicos importantes da PNRS


relacionados, direta ou indiretamente, à etapa de tratamento de resíduos sólidos.

40
Instrumento da PNRS
A PNRS possui importantes instrumentos que podem ser utilizados no processo
do manejo dos resíduos sólidos, sendo importantes ferramentas de conscientização
ambiental. Podemos citar os seguintes instrumentos que compõe a PNRS:
· Coleta Seletiva;
· Educação Ambiental;
· Incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas de catadores;
· Gerenciamento de resíduos sólidos com a seguinte ordem de prioridade:
Não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos e disposição final, ambientalmente correta, dos rejeitos.
· Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos


Segundo a Lei nº 12.305/10, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
pode ser definido como:
“O documento que elucida as ações relativas ao gerenciamento dos
resíduos sólidos, observadas suas características físico/químicas e riscos,
norteando-se nos princípios da não geração de resíduos, minimização da
geração de resíduos e na mitigação de eventuais impactos ambientais.
Este documento deve contemplar os aspectos referentes à geração,
segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,
tratamento, destinação e disposição final, bem como outras medidas que
visem à proteção da saúde humana e ambiental”.

Observa-se por meio dessa definição que o processo de tratamento de resíduos


sólidos é parte integrante de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. As
formas de tratamento dos resíduos sólidos serão abordadas nas próximas unidades.

É importante destacar que a referida Lei obriga àqueles que desenvolvem


atividades potencialmente geradoras de resíduos sólidos perigosos a elaboração de
um “Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos”. As atividades geradoras de
resíduos perigosos elencadas pela Lei são:
· Serviço público de saneamento básico;
· Atividades industriais;
· Atividades desenvolvidas em estabelecimentos de saúde;
· Atividades de mineração;
· Específicas atividades desenvolvidas em estabelecimentos comerciais;

Responsabilidade Compartilhada
A PNRS trouxe, em seu capítulo III, um princípio ambiental denominado como
“Responsabilidade Compartilhada pelo Ciclo de Vida dos Produtos”. Esse princípio
ambiental é definido pela Lei como:

41
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos ti-
tulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados,
bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qua-
lidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos
desta Lei.

A Responsabilidade Compartilhada possui um caráter inovador e agregador


à temática de gestão de resíduos sólidos, postulando que todos os geradores de
resíduos, seja pessoa física quanto jurídica, são responsáveis pela destinação ou
disposição final, ambientalmente corretas, de seus resíduos.

Os geradores de resíduos sólidos na figura de pessoa física, quando houver um


sistema de coleta seletiva implementada no âmbito municipal, são obrigados a
acondicionar de forma correta seus resíduos, encaminhando aqueles passíveis de
reciclagem e reutilização ao sistema de coleta seletiva.

Já os geradores de resíduos na figura de pessoa jurídica, conforme abordado


no tópico anterior, deverão gerenciar seus resíduos sólidos e implementar os
mecanismos de minimização, reciclagem, tratamento e disposição final.

Logo, a Responsabilidade Compartilhada tem como objetivo os seguintes


preceitos gerais (PNRS, 2010):
· Promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a
sua cadeira produtiva ou para outras cadeiras produtivas;
· Reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a
poluição e os danos ambientais;
· Estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de
produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis;
· Incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.

Logística Reversa
A “Logística Reversa” é um instrumento de gestão que emergiu com a finalidade
de promover a destinação, ambientalmente correta, de resíduos perigosos,
promovendo o seu tratamento adequado. A Logística Reversa é definida pela
PNRS como:
“Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por
um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar
a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada”.

O sistema de Logística Reversa visa, portanto, destinar os resíduos perigosos,


após o uso pelo consumidor, aos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes. Ou seja, o consumidor gerador de um determinado resíduo perigoso

42
deve encaminhar seus resíduos aos fabricantes ou comerciantes, a fim que estes
implementem o tratamento e disposição final desse material.

A PNRS elenca uma série de resíduos perigosos que deverão ser submetidos ao
sistema de Logística Reversa, tais como:
· Embalagens de agrotóxicos;
· Pilhas e baterias;
· Pneus;
· Lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio;
· Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Observamos que a Logística Reversa corrobora com a necessidade de se adotar


processos de tratamento e disposição final, ambientalmente corretos, de resíduos
perigosos, tais como pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos e resíduos
eletroeletrônicos.

Meta de eliminação e recuperação de lixões


Embora a Lei nº 12.305/10 não trate diretamente sobre uma data precisa
para o encerramento de lixões, no Art. 15 da referida Lei estabelece uma meta
para eliminação e recuperação de lixões. Esta meta compõe o Plano Nacional de
Resíduos Sólidos que trata também da disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos.

Essa meta proíbe a destinação de resíduos sólidos, passíveis de reciclagem, aos


aterros sanitários, permitindo apenas a disposição final dos rejeitos sólidos.

Quando se sancionou a PNRS, em agosto de 2010, tornou-se consenso que a


eliminação dos lixões tinha que ser empregada no prazo de quatro anos, contados
a partir da data de publicação da Lei (até agosto de 2014). E é oportuno informar
que a disposição de resíduos sólidos em lixões configura-se como crime ambiental,
segundo o Art. 54 da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, inciso V.

No entanto, por meio da aprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS) nº


425/2014, houve a protelação do prazo para que as cidades se adequem à PNRS.
Essa prorrogação se deu de forma escalonada, ou seja, estabeleceram-se prazos
diferenciados para o fim dos lixões, aos quais variam de acordo com o número de
habitantes, conforme ilustrados na tabela abaixo:

Prazo para eliminação dos lixões e


Municípios
instauração de aterros sanitários
Capitais e os municípios de região metropolitana 31/07/2018
Municípios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil
31/07/2019
habitantes, com base no Censo de 2010
Municípios que têm entre 50 e 100 mil habitantes 31/07/2020
Municípios com menos de 50 mil habitantes 31/07/2021
Fonte: Senado Federal, 2015

43
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Considerações Finais
A presente unidade procurou abordar os aspectos legais e normativos da
legislação ambiental brasileira inerente ao gerenciamento de resíduos sólidos, com
ênfase na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A PNRS discorre, de forma abrangente, sobre as etapas de gerenciamento de


uma considerável variedade de resíduos sólidos, traçando diretrizes gerais para o
tratamento e disposição final desses resíduos. No entanto, nas próximas unidades
serão abordados os mecanismos específicos de tratamento para os resíduos
tipificados como perigosos e não perigosos.

44
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Saneamento para Todos
Projeto desenvolvido pelo Banco Caixa Econômica Federal, “Saneamento para
Todos”, acesse esse link:
https://goo.gl/yhCPq5

Livros
História da Normatização Brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011
História da normatização brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo aplicado à Resíduos sólidos: Conceito, Planejamento e Oportunidade
MONTENEGRO, F. A. V. Mecanismo de desenvolvimento limpo aplicado à resíduos
sólidos: Conceito, planejamento e oportunidade. Rio de Janeiro: IBAM, 2007

Leitura
Protocolo de Quioto
Acesso o conteúdo traduzido desse documento por meio do seguinte link:
https://goo.gl/GZEjaf

45
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais.
Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/

________, Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro


de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos
de serviços de saúde. Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 2004. Disponível
em: < http://www.anvisa.gov.br >.

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. História da normatização


brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

________, NBR 10.004. Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004.

________, ABNT. NBR 11.175. Incineração de resíduos sólidos perigosos: Rio de


Janeiro, 1990.

________, ABNT. NBR 13.894. Incineração de resíduos sólidos perigosos: Rio de


Janeiro, 1990

Banco Caixa Econômica Federal: Saneamento para Todos. Dados institucionais.


Disponível em: http://www.caixa.gov.br/poder-publico/programas-uniao/meio-
ambiente-saneamento/saneamento-para-todos/Paginas/default.aspx

Banco Mundial. “Caixa Econômica Federal” e Banco Mundial assinam empréstimo


de US$ 50 milhões para resíduos sólidos e compra de 3 milhões em redução de
emissões de carbono. Disponível em: http://www.worldbank.org/pt/news/press-
release/2011/12/05/World-Bank-Caixa-solid-waste-management-Brazil

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Dados institucionais. Disponível


em: http://www.cnen.gov.br/

________, Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985: Dispõe sobre o


gerenciamento de rejeitos radioativos em instalações radioativas;

________, Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014: Dispõe sobre o


gerenciamento de rejeitos radioativos de baixo e médio nível de radiação.

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Dados institucionais. Disponível


em: http://www.cetesb.sp.gov.br/

________, Norma Técnica P4.262, de agosto de 2007. Gerenciamento


de resíduos químicos provenientes de estabelecimentos de serviços de saúde:
Procedimento. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/servicos/normas-
tecnicas-cetesb/normas-tecnicas-vigentes/

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Dados institucionais.


Disponível em: http://www.mma.gov.br/

________, Resolução CONAMA nº 258, de 26 de agosto de 1999: Dispõe


sobre a coleta e destinação final ambientalmente adequada aos pneus inservíveis;

46
________, Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002: Estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
http://www.mma.gov.br

________, Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre


o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências. Disponível em: http://www.mma.gov.br

________, Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008:


Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de pilhas e baterias
comercializadas em território nacional. Disponível em: http://www.mma.gov.br

________, Resolução CONAMA nº 450, de 6 de março de 2012: Dispõe sobre


o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.
Disponível em: http://www.mma.gov.br

Constituição da República Federativa do Brasil de 1998. Capítulo VI Do


Meio Ambiente: Art. 225. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicaocompilado.htm

Lei nº 4.118, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre a Política Nacional


de Energia Nuclear, cria a Comissão Nacional de Energia Nuclear, e dá outras
providências.

Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do


Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências.

Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990. Dispõe sobre a organização da Presidência


da República e dos Ministérios, e dá outras providências.

Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Define o Sistema Nacional de Vigilância


Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências.

Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12305.htm

Lei nº 13.542, de 8 de maio de 2009, Altera a denominação da CETESB-


Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental e dá nova redação aos artigos
2.º e 10 da Lei n. 118, de 29 de junho de 1973. Disponível em: http://www.al.sp.
gov.br/repositorio/legislacao/lei/2009/lei-13542-08.05.2009.html

LEITE, W.C.A., Estudo da gestão de resíduos sólidos: uma proposta de modelo


tomando a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI – 5) como
referência. São Carlos. Tese de D.Sc., Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo (USP). São Carlos, 1997.

Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais – Temática: Resíduos Sólidos.


Disponível em: http://www.mma.gov.br/

47
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Aspectos Legais e Institucionais
UNIDADE
2
MONTENEGRO, F. A. V. Mecanismo de desenvolvimento limpo aplicado
à resíduos sólidos: Conceito, planejamento e oportunidade. Rio de Janeiro:
IBAM, 2007.

Protocolo de Quioto: Convenção sobre Mudanças do Clima, 1998. Versão


traduzida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia com o apoio do Ministério das
Relações Exteriores.

Senado Federal. Agência do Senado: Senadores aprovam prorrogação do


prazo para fechamento dos lixões. Brasília, 2015. Disponível em: http://www12.
senado.leg.br/noticias/materias/2015/07/01/senadores-aprovam-prorrogacao-
do-prazo-para-fechamento-dos-lixoes

48
3
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos –
Não Perigosos: Técnicas de Tratamento

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Marcus Vinicius Carvalho Arantes

Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade indico-lhe a breve leitura da matéria, cujo link está
disponível logo abaixo. Esta matéria contextualiza o surgimento das técnicas de
reciclagem e tratamento de resíduos e rejeitos.
Explor

Você sabe o que é Reciclagem? E como ela surgiu? - https://goo.gl/rCL4RA

50
Introdução
Na unidade didática anterior foram abordadas e descritas as principais
responsabilidades dos órgãos ambientais brasileiros (CONAMA, ANVISA, ABNT,
CNEN, CETESB, etc), assim como seus respectivos instrumentos legais relativos ao
gerenciamento de resíduos sólidos, tais como suas normas, resoluções, decretos, etc.

Pudemos observar que esses órgãos ambientais são responsáveis por traçar
diretrizes e normas importantes, que por sua vez postulam quais são os mecanismos
ideais para o tratamento de uma gama significativa de diversos tipos de resíduos e
rejeitos gerados pelas atividades antrópicas.

Observamos nas unidades anteriores que o ser humano passou a ser responsável
pela geração de diversos tipos de resíduos e rejeitos, sobretudo depois das grandes
revoluções industriais. Esses resíduos e rejeitos passaram a apresentar uma
composição físico química complexa, ou seja, exigindo, imprescindivelmente, a
implementação de um sistema de gerenciamento e tratamento desses materiais.

Logo, diante do exposto, nessa unidade e nas duas subsequentes, serão abordados
os principais mecanismos de tratamento de resíduos e rejeitos considerados como
não perigosos que podemos adotar em nosso cotidiano. Isto é, serão ilustradas as
técnicas de tratamento para esses materiais preconizados pelas normas, resoluções
e decretos dos órgãos ambientais brasileiros.

É importante salientar que a etapa de “Tratamento” é uma das etapas que


compõe um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), ou também
conhecido como um mecanismo de gestão integrada de resíduos sólidos. Ou seja,
antes do tratamento há diversas etapas importantes responsáveis pelo adequado
gerenciamento de resíduos e rejeitos antrópicos.

Logo para fins didáticos, os métodos de tratamento de resíduos e rejeitos que


serão ilustrados nesta Unidade serão compostos por quatro etapas importantes que
constituem um PGRS, tais como:

I. Identificação;

II. Segregação/Acondicionamento;

III. Tratamento;

IV. Destinação ou Disposição Final.

Em suma, essas quatro etapas de gerenciamento de resíduos e rejeitos são


importantes para a instituição de um adequado sistema de tratamento, ou seja,
cada etapa exerce um significativo grau de importância. A seguir, serão descritas
as principais características de cada etapa, assim como o gerenciamento e regras,
ambientalmente corretas, que se deve seguir nas respectivas etapas.

51
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Identificação de Resíduos e
Rejeitos não Perigosos
A etapa de Identificação é descrita pela RDC da ANVISA nº 306/04 como:
“Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos
resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao seu
correto manejo”

É oportuno enfatizar que a etapa de “Identificação” é extremamente importante,


pois ela configura-se como uma etapa que sustenta todas as outras que vêm em
seguida. Ou seja, a etapa de “Identificação” é o primeiro passo para se implementar
um adequado sistema de tratamento de resíduos e rejeitos antrópicos.

Logo, deve-se fazer uma adequada identificação de cada grupo de resíduo e


rejeito não perigoso, a fim de implementar o tratamento e destinação correta
desses materiais.

Quanto à Identificação, segundo a NBR 10.004/2004 da ABNT, os resíduos


e rejeitos não perigosos podem ser classificados como aqueles pertencentes ao
grupo de:

Resíduos Classe II – Não Perigosos


Essa forma de classificação preconizada pela NBR 10.004/2004 leva-se em
consideração o grau de periculosidade dos resíduos, ou seja, os resíduos e rejeitos
não perigosos podem ser tipificados como “Classe II – Não Perigosos”. E ainda de
acordo com o “Anexo H” desta norma os “Resíduos de Classe II – Não Perigosos”
podem ser divididos e codificados da seguinte forma (Tabela 1):

Tabela 1 - Anexo H da NBR 10.004/2004

Classificação e Descrição de Resíduos Não Perigosos


Código de Identificação Descrição do Resíduo Código de Identificação Descrição do Resíduo
A001 Resíduo de Restaurante (Restos de Alimentos) A009 Resíduo de Madeira
A004 Sucata de Metais Ferrosos A010 Resíduo de Materiais Têxteis
A005 Sucata de Metais não Ferrosos (Latão etc) A011 Resíduos de Minerais não-metálicos
A006 Resíduo de Papel e Papelão A016 Areia de Fundição
A007 Resíduos de Plástico Polimerizado A024 Bagaço de Cana
A008 Resíduos de Borracha A099 Outros Resíduos não Perigosos
NOTA: Excluídos aqueles contaminados por substâncias constantes nos anexos, C, D ou E e que apresentem características de periculosidade.

Fonte: NBR 10.004/2004

Por meio da “Tabela 1 – Anexo H” da NBR 10.004/2004 podemos observar


diversos tipos de resíduos e rejeitos não perigosos gerados pelas atividades
antrópicas, além de seus respectivos códigos de identificação. No entanto, para
fins de simplificação, a presente Unidade adotará a seguinte divisão e agrupamento
para os resíduos e rejeitos não perigosos:

52
1. Resíduos Orgânicos: Restos de alimentos e matéria orgânica;

2. Resíduos Recicláveis: Materiais passíveis de reciclagem: Metais, plásticos,


papéis, vidros etc.;

3. Rejeitos Sólidos: Outros resíduos não perigosos não suscetíveis à reciclagem


ou reutilização.

Após a divisão dos resíduos e rejeitos não perigosos em Resíduos Orgânicos,


Resíduos Recicláveis e Rejeitos, serão ilustrados, no próximo tópico, os métodos
de identificação que podem ser implementados para cada um desses grupos.

Resíduos Orgânicos: De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os resíduos orgânicos


Explor

podem ser denominados como: “Os resíduos orgânicos são constituídos basicamente por
restos de animais ou vegetais. Podem ter diversas origens, como doméstica ou urbana
(restos de alimentos e podas), agrícola ou industrial (resíduos de agroindústria alimentícia,
indústria madeireira, frigoríficos, etc), de saneamento básico (lodos de estações de
tratamento de esgotos), entre outras”.

Resíduos Orgânicos – Identificação


Os Resíduos Orgânicos oriundos de atividades antrópicas podem ser identificados
por meio da ilustração abaixo: Resíduo Orgânico

Figura 1 - Resíduo Orgânico


Fonte: Adaptado de iStock / Getty Images

53
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Resíduos Recicláveis – Identificação
Os resíduos sólidos passíveis à destinação de um sistema de tratamento
denominado como reciclagem podem ser identificados com o símbolo da reciclagem
padronizado universalmente. Esse símbolo de identificação esta presente na
ilustração abaixo:

De acordo com a Lei º 12.305/10, o processo de reciclagem pode ser denominado como:
Explor

”Processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas


propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos
ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos
competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa”.

Figura 2 - Resíduo Reciclável


Fonte: Adaptado de iStock / Getty Images

Rejeitos sólidos – Identificação


Já os “Rejeitos Sólidos” são caracterizados como materiais que não são susce-
tíveis à reciclagem ou reutilização, isto é, esse material não apresenta outra possi-
bilidade que não seja a sua disposição final ambientalmente adequada. Logo, esse
material pode ser denominado como “Não reciclável”, podendo ser identificado
conforme a ilustração abaixo:

Resíduos Sólidos: Os rejeitos são definidos pela Lei Federal nº 12.305/10 (Política
Explor

Nacional de Resíduos Sólidos) como: “Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas
as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada”.

54
Figura 3

Segregação/Acondicionamento de Resíduos
e Rejeitos não perigosos
A etapa de “Segregação/Acondicionamento” vem logo após a identificação
dos tipos de resíduos e rejeitos. A etapa de “Segregação/Acondicionamento” é
definida pela RDC da ANVISA nº 306/04 como:

Segregação
“Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração,
de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado
físico e os riscos envolvido”.

Acondicionamento
“Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou
recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e
ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser
compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo”.

Em linhas gerais, a etapa de “Segregação” visa separar os resíduos dos rejeitos


sólidos, enquanto a etapa de “Acondicionamento” consiste no local (recipiente)
onde cada tipo de material ficará embalado ou armazenado.

55
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Essas duas etapas são realizadas, simultaneamente, tendo como principal
finalidade a preservação das propriedades físico químicas dos resíduos orgânicos e
recicláveis, evitando, portanto, a contaminação desses materiais. Isto é, busca-se
preservar as propriedades físico químicas desses resíduos com o intuito de mantê-
los aptos à reciclagem e reutilização, separando os dos rejeitos sólidos que podem
provocar a contaminação desses materiais suscetíveis a reciclagem.

Portanto, a implementação da segregação e acondicionamento específicos para


os resíduos orgânicos, recicláveis e rejeitos sólidos são etapas imprescindíveis para
o manejo adequada desses materiais, pois além de evitar a contaminação de cada
um, propicia, consequentemente, o melhor reaproveitamento e tratamento desses
tipos de materiais.

Os resíduos orgânicos, recicláveis e os rejeitos sólidos podem ser segregados e


acondicionados em recipientes de colorações diferentes, conforme preconizado
pela Resolução CONAMA nº 275/01. Esse código de cores visa promover
a segregação correta desses materiais, livrando os de contaminação e de um
inadequado mecanismo de acondicionamento.

O código de cores estabelecido pela Resolução CONAMA nº 275/01 pode ser


visualizado por meio da ilustração abaixo:

Papel, Papelão Madeira Resíduos Orgânicos Metal

Resíduo geral não reciclável,


Plástico Vidro misturado ou contaminado,
não passível de separação.

Figura 4 - Resolução CONAMA nº 275/01 - Código de cores para os diferentes tipos de resíduos e rejeitos
Fonte: Resolução CONAMA nº 275/01

Por meio da Resolução CONAMA nº 275/01, podemos observar que os resíduos


orgânicos podem ser armazenados em recipientes acondicionados (lixeiras) de
coloração marrom. Enquanto os resíduos recicláveis podem ser acondicionados
em recipientes de diversas colorações, tais como: Azul (papel e papelão); Amarelo
(metais); Vermelho (plástico); Verde (vidro).

Já os rejeitos sólidos podem ser acondicionados em recipientes de cor cinza. Esse


mecanismo de segregação/acondicionamento busca, portanto, a não contaminação
ou contato dos resíduos orgânicos e recicláveis com os rejeitos sólidos.

56
No entanto, é importante salientar que a segregação/acondicionamento dos
resíduos orgânicos, recicláveis e os rejeitos sólidos pode ser implementada de
forma mais simplificada. Ou seja, atualmente vem se adotando uma forma mais
simplificada de segregação/acondicionamento desses materiais, separando os em
três recipientes, ilustrados abaixo:

Modelos de Recipientes para Segregação e Acondicionamento de Resíduos e Rejeitos Sólidos


Recipiente para Resíduo Orgânico Recipiente para Resíduo Recicláveis Recipiente para Rejeitos Sólidos

Figura 5
Esse mecanismo mais simplificado de segregação/acondicionamento busca
economizar recursos financeiro com a aquisição de diversos recipientes, e facilitar a
compreensão dos cidadãos no que diz respeito a coleta seletiva e o armazenamento
desses materiais.

Tratamento de Resíduos
e Rejeitos não Perigosos
No presente tópico serão abordadas as técnicas de tratamentos que podem ser apli-
cadas aos resíduos orgânicos e recicláveis oriundos de atividades antrópicas, descreven-
do algumas de suas características gerais e vantagens socioambientais e econômicas.

Resíduos Orgânicos: Técnicas de tratamento


Os resíduos orgânicos por muito tempo foram submetidos a processos de
gerenciamento que não aproveitavam suas características físico químicas, isto é,
os resíduos orgânicos geralmente eram gerenciados como se fossem rejeitos, não
havendo a adoção de técnicas de reciclagem e reutilização desses resíduos.

Dentre as técnicas de tratamento de resíduos orgânicas utilizadas pelo ser


humano será descrita nesse tópico o método conhecido como “Sistema de Com-
postagem – Vermicompostagem”

57
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Sistema de Compostagem: Vermicompostagem
Diante do desafio mundial de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados pelas
atividades antrópicas, o Sistema de Compostagem figura como uma interessante
técnica de tratamento dos resíduos orgânicos, promovendo a sua gestão,
ambientalmente correta.

O Sistema de Compostagem, basicamente, tem por finalidade promover a


degradação natural (biodegradação) dos resíduos orgânicos por meio do processo
de “Vermicompostagem”. Esse processo promove a biodegradação da matéria
orgânica (resíduo orgânico) por meio da ação de minhocas, que por sua vez
transformam esse resíduo em “húmus” (adubo orgânico) e “chorume orgânico ou
Biochorume” (fertilizante natural).

Em linhas gerais, a Vermicompostagem dos resíduos orgânicos trata-se de um


processo natural aeróbico (presença de oxigênio no processo) de decomposição
que conta com a participação e auxílio de minhocas, que por sua vez transformam
os restos de alimentos (resíduos orgânicos) em adubo (Húmus) e fertilizante
(Chorume Orgânico) de ótima qualidade. Logo abaixo, há uma ilustração desse
referido sistema:

Figura 6 - Sistema Doméstico de Compostagem dos Resíduos Orgânicos: Vermicompostagem


Fonte: Adaptado de ecycle.com.br

Por meio da ilustração acima podemos visualizar o funcionamento básico de um


Sistema Doméstico de Compostagem. Nesse Sistema podemos identificar nas caixas
digestoras, a ação das minhocas no processo de decomposição dos resíduos orgânicos.

E por fim, podemos ver na “Caixa Coletora do Chorume” a contenção


do “Chorume Orgânico” ou “Biochorume”. O “Chorume Orgânico” é um
biofertilizante líquido rico em nutrientes, sais minerais e livre de contaminantes,
podem ser diluído em água em uma proporção de 1/5 até 1/10 e, posteriormente,
borrifado em jardins.

58
Entretanto, é importante registrar que nem todos os resíduos orgânicos podem
ser submetidos a esse processo de Vermicompostagem. Logo, existem aqueles
resíduos orgânicos que podem ser encaminhados para esse tipo de compostagem e
outros que não podem, ou em outras palavras, há resíduos orgânicos decomponíveis
e outros não decomponíveis.

Na tabela abaixo, estão expostos os resíduos orgânicos que podem e não podem
ser encaminhados ao “Sistema de Vermicompostagem”:

Sistema de Compostagem - Vermicompostagem


Resíduos orgânicos que podem ser submetidos à Resíduos orgânicos que não podem ser submetidos à
Vermicompostagem (Decomponíveis) Vermicompostagem (Não Decomponíveis)
• Resíduos frescos de podas de gramas e folhas; • Frutas cítricas;
• Folhas secas; • Alho e cebola;
• Borra de café; • Fezes de cães e gatos;
• Filtro de papel com borra de café; • Carnes e laticínios;
• Serragens não tratadas (ser verniz); • Gorduras;
• Pequena quantidade de alimentos cozidos; • Nozes pretas;
• Esterco de boi, porco e galinha (se tiverem sido curtidos). • Derivados de trigo (massas, bolos, pães, etc);
• Arroz (depois de cozido);
• Serragens de madeira tratadas (com verniz);
• Carvão vegetal;
• Plantas com fungos ou bactérias.

Fonte: Adaptado de ecycle.com.br

O Sistema de Compostagem de resíduos orgânicos apresenta diversas vantagens


socioambientais e econômicas, tais como:
» Redução significativa do volume de resíduos orgânicos domésticos
encaminhados aos aterros sanitários;
» Diminuição da geração e emissão de gás metano (CH4 - Gás de Efeito Estufa
- GEE) na atmosfera, oriundo da decomposição dos resíduos orgânicos;
» Diminuição da proliferação de doenças ocasionadas pelo mal gerenciamento
dos resíduos orgânicos, como por exemplo a leptospiroses;
» Diminuição da contaminação do solo e dos lençóis freáticos por conta do
chorume proveniente da decomposição dos resíduos orgânicos;
» Transformação dos resíduos orgânicos em adubo e fertilizantes orgânicos de
ótima qualidade;
» Sistemas de tratamento e destinação de resíduos orgânicos domésticos,
ambientalmente corretos.

Outro Mecanismo de Tratamento de Resíduos Orgânicos: Biodigestores


Além do Sistema de Compostagem do tipo Vermicompostagem, podemos
citar outros mecanismos de tratamento e decomposição (biodegradabilidade) dos
resíduos orgânicos, os “Biodigestores”.

Os “Biodigestores” são estruturas e compartimentos físicos que aplicam o


tratamento dos resíduos orgânicos por meio de processo acelerado de decomposição
ou biodegradação desses materiais.

59
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Os Biodigestores foram criados, em 1939, na cidade de Kampur, na Índia,
fruto de pesquisas e trabalhos desenvolvidos pelo Institute Gobár Gás deste país.
Por meio das referidas pesquisas, foi possível estruturar a primeira usina de gás de
esterco, que tinha por finalidade tratar os dejetos e estercos animais e produzir o
biogás por meio da decomposição anaeróbica desse material. (GRANDINI, 2001).

O processo de degradação dos resíduos orgânicos que ocorre nos Biodigestores


é anaeróbico, ou seja, realizado sem a presença de oxigênio. Esse processo pode
ser denominado como “Biodigestão Anaeróbica” dos resíduos orgânicos.

Os produtos resultantes desse processo de tratamento denominado como


“Biodigestão Anaeróbica” são: “Biofertilizantes” e o “Biogás”. Os “Biofertilizantes”
configuram-se como os resíduos sólidos orgânicos resultantes do processo de
“Biodigestão Anaeróbica”, sendo compostos por nutrientes e fertilizantes naturais
fundamentais para o desenvolvimento das plantas como: nitrogênio, fósforo,
potássio, enxofre etc.

Já o Biogás é formado basicamente pelos gases metano e carbônico (gases


com alto poder de combustão), também produtos da degradação dos resíduos
orgânicos. O Biogás pode ser utilizado como fonte de energia térmica, em processos
industriais (indústrias de cerâmica e cimento) e na produção de energia elétrica. A
utilização do Biogás como energia confere ao mesmo o status de Fonte de Energia
Renovável. No entanto, a utilização do biogás deve ser precedida por um processo
de tratamento, visando à retirada de materiais particulados indesejáveis.

As ilustrações abaixo representam o funcionamento de dois tipos de Biodiges-


tores estruturados para o tratamento de resíduos orgânicos, o Indiano o Chinês:
Campânula Saída de Gás Alimentação
Alimentação Saída
Válvula
Campânula Válvula
Bio Fertilizante

Nível
terreno Bio Gás D
Nível terreno e
Cano de Entrada Bio Fertilizante Entrada s
Câmara de c
Câmara de Cano de Saída a
Fermentação
Fermentação r
Saída g
a

Figura 7 - Biodigestor Modelo Indiano Figura 8 - Biodigestor Modelo Chinês


Fonte: SEIXAS, 1980. Fonte: SEIXAS, 1980.

Os Biodigestores oferecem uma série de vantagens nos âmbitos, ambiental,


social e econômico, sendo compiladas logo abaixo:

» Tratamento ambientalmente correto e eficaz dos resíduos orgânicos;


» Tratamento ambientalmente correto e eficaz dos efluentes (esgotos);
» Ótima alternativa para a destinação correta de resíduos orgânicos;
» Redução significativa de gases de efeitos estufa, sobretudo o metano;
» Geração e aproveitamento do biogás na produção de energia elétrica;
» Geração de biofertilizantes;

60
» Inclusão social por meio da geração de empregos;
» Geração de crédito de carbono.

Resíduos Recicláveis – Técnicas de Tratamento


Nesse tópico serão abordadas as vantagens socioambientais e econômicas
proporcionadas pela reciclagem dos resíduos sólidos suscetíveis a esse processo.
Além de citar as principais técnicas de reciclagem empregadas para os resíduos
sólidos como vidro, plástico, papel e alumínio.

Os processos de reciclagem dos resíduos sólidos supracitados são conduzidos e


norteados pelos conhecidos programas de coleta seletiva, cuja principal finalidade
consiste em separar os resíduos recicláveis em grupos específicos e destiná-los aos
locais responsáveis pelos processos de reciclagem.

As tabelas abaixo ilustrarão as técnicas de reciclagem aplicadas para os


diversos resíduos sólidos, assim como as vantagens socioambientais e econômicas
propiciadas por esses processos de tratamento.

Tipo de Resíduo Plástico

1 2 3
PET PEAD PVC

Simbolo de Identificação
4 5 6
PEBD PP PS
1 - Poli (tereftalato de etileno)
2 - Polietileno de alta densidade

7 3 - Poli (cloreto de vinila)


4 - Polietileno de baixa densidade
5 - Polipropileno
OUTROS 6 - Poliestireno
7 - Outros

Tempo para Decomposição (Anos) 450

1. Reciclagem mecânica: Método convencional que visa transformar as embalagens e materiais de


plástico em pequenos grânulos que poderão ser utilizados na produção de sacos, pisos, mangueiras,
peças automotivas etc.;
Técnicas de Reciclagem 2. Reciclagem química: Método de reciclagem mais complexo que realiza o reprocessamento do plástico
para transformá-lo em matéria prima novamente;
3. Reciclagem energética: Método que visa transformar o plástico em energia térmica, elétrica e
combustível por meio do processo de incineração desse material.

61
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Tipo de Resíduo Plástico
– Redução considerável do volume de resíduos urbanos;
– Destinação ambientalmente correto desse tipo de resíduo;
– Economia de matéria prima (recursos naturais) e energia;
– Uma tonelada de plástico gera uma economia de 130 kg de petróleo;
– A reciclagem do plástico consome apenas aproximadamente 10% de energia, se comparada como
processo de produção primário;
– Inclusão social;
– Aproveitamento da matéria prima reciclada na fabricação de inúmeros compostos e materiais.

Resina Produto produzido após reciclagem


Fibra para carpete, tecido, vassoura, embalagem de produto de limpeza,
PET
Vantagens acessórios diversos.
Frascos para produtos de limpeza, óleo para motor, tubulação de esgoto,
PEAD
conduit.
PVC Mangueira para jardim, tubulação de esgoto, cones de tráfego, cabos.
PEBD/PELBD Envelopes, Filmes, sacos, sacos para lixo, tubulação para irrigação.
Caixas e cabos para bateria de carro, vassouras, escovas, funil para óleo,
PP
caixas, bandejas.
PS Placas para isolamento térmico, acessórios para escritório, bandejas.
Outros Madeira plástica, reciclagem energética.

Fonte: ecycle

Fonte: ABIPLAST

Tipo de Resíduo Alumínio

Símbolo de Identificação
aI

ALUMÍNIO
Tempo para Decomposição (anos) 200

Parte I - As latinhas de alumínio são separadas e coletadas pelas cooperativas de material reciclável e demais
instituições, sendo destinadas, posteriormente às grandes indústrias de reciclagem;
Parte II - Essas grandes indústrias prensam o alumínio coletado e separam as impurezas contidas nas latinhas;
Técnicas de Reciclagem Parte III - Depois da separação das impurezas esse material é encaminhado para os fornos rotativos e de
revérbero. Nesses fornos o alumínio é fundido à 700 ºC, sendo transformado em alumínio líquido;
Parte IV - O alumínio líquido consiste na material prima que poderá ser utilizada para a fabricação de
inúmeros produtos, tais como: latinhas, peças automotivas, de construção civil, aeronáutica etc.

– Redução considerável do volume de resíduos urbanos;


– O alumínio pode ser reciclado infinitas vezes;
– Destinação ambientalmente correto desse tipo de resíduo;
– Economia de matéria prima (recursos naturais) e energia;
– A cada um quilo de alumínio reciclado, cindo quilos de bauxita são poupados;
Vantagens
– A cada tonelada de alumínio reciclado gasta somente 5% de energia que seria necessária para se
produzir a mesma quantidade de alumínio primário (economia de energia de 95%);
– A reciclagem de alumínio reduz as emissões de gases de efeito estufa, como o CO2;
– Inclusão social: O Brasil, segundo a ABAL, recicla atualmente cerca de 97,9% das latinhas de alumínio
comercializadas.

Fonte: ABAL e LATASA

62
Tipo de Resíduo Papel

Símbolo de Identificação

Tempo para Decomposição (anos) 1 a 6 meses

PAPEL LIXO SEPARAÇÃO


(Aparas)

Artefatos de polpa
Produtos Químicos
moldada: bandeja Mistutado com água
Alvejantes/Tintas de ovos, frutas, etc.

Adição ou não de Batimento para


Fibras Virgens separação das fibras

Alvejamento/ Limpeza e Separação


Refinamento Remoção de Tinta das fibras (peneiras)

Pasta de Celulose
com Fibras
Técnicas de Reciclagem Secundárias

O que pode e não pode ser reciclado?


Reciclável Não-Reciclável
Caixa de Papelão Papel Sanitário
Jornal Copos descartáveis
Revista Papel Carbono
Impressos em geral Fotografias
Fotocópias Fitas Adesivas
Rascunhos Etiquetas Adesivas.
Envelopes
Embalagens Longa-Vida*
Papel Timbrado
Cartões
Papel Fax
* papel + plástico + alumínio

– Economia de matéria prima (recursos naturais);


– A fabricação de uma tonelada de papel reciclado consome 2.000 litros de água, enquanto o processo
tradicional de fabricação consome cerca de 100.000 litros por tonelada;
– A fabricação de uma tonelada de papel reciclável proporciona uma economia de 2,5 barris de petróleo e
uma economia de energia elétrica de 2.500km/h (cerca de 80% de economia);
Vantagens – Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado,
o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30 árvores;
– A reciclagem de uma tonelada de embalagens “Tetra Pack” poupa o corte e supressão de 20 árvores;
– Papel reciclável pode ser transformado em diversos produtos (papel higiênico, guardanapo, papel para
impressão, embalagens etc.);
– Inclusão social, com a geração de empregos nas diversas etapas de reciclagem do papel;

Fonte: ambientebrasil.com.br

63
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Tipo de Resíduo Vidro

Símbolo de Identificação

Tempo para Decomposição (anos) Indeterminado

Parte I - O processo se inicia com a separação do vidro de acordo com a sua coloração e características físicas, com
o intuito de garantir a qualidade dos materiais que serão produzidos por meio dessa matéria prima reciclada.
Parte II - Depois dessa primeira etapa efetua-se a lavagem do vidro, sendo que em processos mais complexos
complementam-se a lavagem com a aplicação de eletroímãs (processo de magnetismo) para a separação
dos metais contaminantes presentes no vidro, tais como materiais orgânicos, metais ferrosos, vidros
Técnicas de Reciclagem farmacêuticos, material particulado, etc.
Parte III – Logo após a lavagem e a eliminação de impurezas, o vidro é moído em um triturador, buscando
formar cacos de tamanhos homogêneos (até 15 mm) que depois serão peneirados. Esse material triturado é
submetido à nova separação de eletroímãs e posteriormente fundido a mais de 1300 ºC, gerando uma nova
matéria prima que poderá ser moldada e utilizada na fabricação de diversos compostos.

– O vidro pode ser reciclado infinitas vezes sem nenhuma perda de material, pois é composto por areia,
barrilha, calcário e feldspato;
– Destinação ambientalmente correta desse tipo de resíduo, reduzindo os custos de coleta urbana de
resíduos e rejeitos e aumento a vida útil dos aterros sanitários;
– Economia de matéria prima (recursos naturais) e energia;
– Reciclagem do vidro reduz, consideravelmente, o consumo de energia elétrica e gera menos resíduos e
Vantagens gases, como no caso do CO2;
– Inclusão social, por meio de geração de empregos em toda a cadeia do processo de reciclagem;
– Atividade econômica viável, configurando-se como um nicho de mercado inexplorado com grande
potencial de lucratividade.
– A matéria prima oriunda do vidro proveniente da reciclagem possibilita a fabricação de inúmeros pro-
dutos e compostos.

Fonte: ANAVIDRO; ABIVIDRO; CEMPRE

Rejeitos Sólidos – Técnicas de Tratamento


Os rejeitos sólidos, por definição, não apresentam outra possibilidade que não
seja a sua disposição final ambientalmente adequada, ou seja, em aterros sanitários.
Logo, no tópico a seguir será abordada a forma ambientalmente correta empregada
para a disposição final dos rejeitos sólidos gerados pelas atividades antrópicas.

64
Destinação e Disposição Final de Resíduos e
Rejeitos não perigosos
Nesse tópico serão explanados, sucintamente, os mecanismos de destinação de
resíduos e a disposição final de rejeitos sólidos, que consistem na última etapa do
gerenciamento, ambientalmente correto, de resíduos e rejeitos.

Conforme vimos nos tópicos anteriores, os resíduos sólidos suscetíveis à


reciclagem devem ser encaminhados às cooperativas e as indústrias de reciclagem.
Esse processo é imprescindível, pois promove a redução de impactos ambientais e
prolonga a vida útil dos aterros sanitários.

Já os rejeitos sólidos não recicláveis poderão ser destinados aos aterros


sanitários, devidamente certificados, e à incineração, que consiste, basicamente,
na queima desses materiais. A incineração dos rejeitos sólidos não recicláveis acaba
providenciando o aproveitamento energético, além de diminuir a quantidade e o
volume de rejeitos encaminhados aos aterros sanitários.

Considerações Finais
Nessa unidade foi possível estudar as formas de tratamento, ambientalmente
corretas, de resíduos e rejeitos. Na próxima unidade, estudaremos os mecanismos
de tratamento e gerenciamento de resíduos sólidos perigosos.

65
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST)
https://goo.gl/H8caO2
Associação Nacional de Vidraçarias (ANAVIDRO)
https://goo.gl/6udMKf
Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE)
Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE). Vidro o mercado para a reciclagem. Dados institucionais
https://goo.gl/vVnf66
Latasa Reciclagem. Processo de Reciclagem do Alumínio
https://goo.gl/hPGHJr

66
Referências
________ NBR 10.004. Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004.

________ NBR 13.230. Embalagens e acondicionamentos plásticos recicláveis


– identificação e simbologia. Rio de Janeiro, 2008.

________ Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001: Estabelece o


código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação
de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a
coleta seletiva;

________ Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre


o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências. Disponível em: http://www.mma.gov.br

________ Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro


de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos
de serviços de saúde. Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 2004. Disponível
em: < http://www.anvisa.gov.br >.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais. Dis-


ponível em: http://portal.anvisa.gov.br/

Ambiente Brasil. Dados institucionais. Disponível em: www.ambientebrasil.com.br/

Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) Dados institucionais.


Disponível em: http://www.abiplast.org.br/

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. História da normatização


brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). Dados institucionais. Disponível em:


http://www.abal.org.br/

Associação Nacional de Vidraçarias (ANAVIDRO). Dados institucionais. Disponível


em: http://www.anavidro.com.br/

Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (ABIVIDRO).


Dados institucionais. Disponível em: www.abividro.org.br

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Dados institucionais. Disponível


em: http://www.cetesb.sp.gov.br/

Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE). Vidro o mercado para


a reciclagem. Dados institucionais. Disponível em: http://cempre.org.br/artigo-
publicacao/ficha-tecnica/id/6/vidro

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Dados institucionais.


Disponível em: http://www.mma.gov.br/

67
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos – Não Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
3
Constituição da República Federativa do Brasil de 1998. Capítulo VI Do Meio
Ambiente: Art. 225. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicaocompilado.htm

eCycle. O que deve e o que não deve ir para composteira. Disponível em:
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/849-saiba-o-
que-deve-e-o-que-nao-deve-ir-para-a-composteira.html

GRANDINI, D.V. Produção de bovinos a pasto com suplementos proteicos e/ou


energéticos. In: Reunião anual da sociedade brasileira de Zootecnia. Fundação
de Estudos Agrários “Luiz de Queiroz”. Piracicaba, 2001.

Latasa Reciclagem. Processo de reciclagem do alumínio. Dados institucionais.


Disponível em: http://www.latasa.ind.br/pt/

Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12305.htm

LEITE, W.C.A., Estudo da gestão de resíduos sólidos: uma proposta de modelo


tomando a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI – 5) como
referência. São Carlos. Tese de D.Sc., Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo (USP). São Carlos, 1997.

Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais – Temática: Resíduos Sólidos.


Disponível em: http://www.mma.gov.br/

Portal do Biogas: Biodigestores. Dados institucionais. Disponível em: http://


www.portaldobiogas.com/biodigestao-anaerobia/

Portal Resíduos Sólidos: Biodigestores – Princípio, tipo e viabilidade econômica.


Dados institucionais. Disponível em: http://www.portalresiduossolidos.com/
biodigestores-principio-tipos-e-viabilidade-economica/

SEIXAS, Jorge et al. Construção e funcionamento de biodigestores. Brasília:


EMBRAPA - DID, 1980. EMBRAPA-CPAC. Circular técnica, 4.

68
4
Gerenciamento de Resíduos Perigosos:
Técnicas de Tratamento

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Marcus Vinicius Carvalho Arantes

Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade indico-lhe a breve leitura da matéria, cujo link está
disponível logo abaixo. Esta matéria contextualiza o surgimento das técnicas de
reciclagem, reaproveitamento e tratamento de resíduos perigosos, como no caso
específico dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) ou “E-Waste”.
Esse grupo de resíduo perigoso também é denominado como “Lixo eletrônico”.
Explor

Tech in Brazil: https://goo.gl/Epr1R5

70
Introdução
Na unidade didática anterior foram abordadas e descritas as técnicas de trata-
mento aplicáveis aos resíduos e rejeitos não perigosos, que por sua vez consistem
como uma das etapas de gerenciamento de resíduos e rejeitos.

Pudemos observar que apesar de não oferecerem riscos potenciais diretos à


saúde humana e ao meio ambiente, os resíduos e rejeitos não perigosos devem
ser submetidos a diversos processos de tratamento, pois estes, se indevidamente
gerenciados, podem gerar impactos ambientais.

Na presente Unidade, serão descritas as técnicas de tratamento aplicáveis aos


resíduos sólidos considerados perigosos, ou seja, serão ilustrados os mecanismos de
tratamento para esses materiais preconizados pelas normas, resoluções e decretos
dos órgãos ambientais brasileiros.

É importante salientar que a etapa de “Tratamento” é uma das etapas que


compõe um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Ou seja,
antes do tratamento há diversas etapas importantes responsáveis pelo adequado
gerenciamento de resíduos e rejeitos antrópicos.

Logo, para fins didáticos, os métodos de tratamento aplicáveis aos resíduos


sólidos perigosos serão compostos por três etapas importantes de gerenciamento,
tais como:
1. Identificação;
2. Tratamento;
3. Destinação ou Disposição Final.

Em suma, essas três etapas de gerenciamento de resíduos sólidos perigosos são


importantes para a instituição de um adequado sistema de tratamento, ou seja,
cada etapa exerce um significativo grau de importância. A seguir, serão descritas
as principais características de cada etapa, assim como o gerenciamento e regras,
ambientalmente corretas, que se deve seguir nas respectivas etapas.

Resíduos Perigosos: Definições


Os resíduos sólidos perigosos, conforme estudamos na Unidade I da presente
disciplina, é definido pela NBR 10.004/04 como aqueles “Resíduos de Classe I”
que oferecem grande periculosidade à saúde humana e à qualidade ambiental,
devido as suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas. Além dessas
características, os resíduos sólidos perigosos apresentam propriedades físico-
químicas que exigem grande cuidado, tais como inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade e patogenicidade.

71
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Diante do exposto, os resíduos sólidos perigosos exigem, imprescindivelmente,
de um sistema de tratamento e gerenciamento adequados, a fim de prevenir o
desencadeamento de potenciais impactos deletérios à saúde e à qualidade ambiental.

Segundo o Dicionário Aurélio a palavra Deletério é definida como aquilo que pode ocasionar
Explor

destruição e que seja pernicioso à saúde humana, ou seja aquilo que pode proporcionar
severos danos à saúde humana.

Dentre os diversos resíduos sólidos considerados perigosos, a presente Unidade


descreverá as técnicas de tratamento aplicáveis aos seguintes grupos de resíduos:
• Pilhas e Baterias;
• Pneus;
• Construção Civil;
• Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos.

Ou seja, nos tópicos subsequentes serão abordadas as técnicas de tratamento e


gerenciamento aplicáveis aos resíduos sólidos perigosos supracitados, descrevendo
aquilo que as legislações específicas preconizam para o tratamento de cada tipo
de resíduos.

Pilhas e Baterias
A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege o gerenciamento dos
resíduos perigosos tipificados como “Pilhas e Baterias” é a Resolução CONAMA
nº 401, de 4 de novembro de 2008. A referida Resolução estabelece as diretrizes
e padrões para o gerenciamento, ambientalmente correto, de pilhas e baterias.

A Resolução CONAMA nº 401/08 emergiu da necessidade de se nortear e


regulamentar o gerenciamento de pilhas e baterias, levando-se em consideração os
potenciais efeitos deletérios que esses resíduos podem ocasionar à saúde humana e
ao meio ambiente (fenômeno de “Bioacomulação”), pois estes são compostos por
metais pesados como, chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos.

Importante! Importante!

A Bioacumulação de metais pesados, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos


Estados Unidos da América (sigla em inglês EPA), é um fenômeno que ocorre quando
os organismos vivos absorvem esses compostos químicos, acumulando e retendo os em
seus tecidos ou órgãos.

72
Os organismos vivos contaminados por metais pesados estão suscetíveis a
severos danos à saúde. No caso dos seres humanos, uma vez contaminados por
esses compostos químicos, podem desencadear os seguintes sintomas e patologias:
bronquite, edema pulmonar, lesões renais, convulsões, alucinações, irritabilidade,
perda de memória, confusão mental, coma e morte.

Identificação/Simbologia para o Gerenciamento


de Pilhas e Baterias
O Anexo I Resolução CONAMA nº 401/08 apresenta as formas de identifi-
cação (simbologia) que podem ser aplicadas no processo de gerenciamento de
pilhas e baterias. Essas simbologias empregadas para as pilhas e baterias podem
ser visualizadas por meio das ilustrações abaixo:

Figura 1 – Simbologias adotadas para o gerenciamento de pilhas e baterias usadas


Fonte: Resolução CONAMA nº 401/08

Os geradores de pilhas e baterias usadas como, pessoas física e jurídica


(fabricantes ou importadores), poderão utilizar as ilustrações acima para identifcar
esse tipo de resíduo sólido perigoso.

A identificação de pilhas e baterias é uma etapa importante de gerenciamento,


pois permite a segregação adequada desse resíduo sólido dos demais, evitando,
portanto, a contaminação de diversos resíduos com metais pesados.

Você poderá assistir o processo de reciclagem de pilhas por meio dos seguintes links:
Explor

Biosfera - Reciclagem de Pilhas (1 parte): https://youtu.be/tYgyqU3yKL4


Biosfera - Reciclagem de Pilhas (2 parte): https://youtu.be/CHVaMLzR0ag

73
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Técnicas de Tratamento de Pilhas e Baterias
Logo após a devida identificação e segregação, as pilhas e baterias devem ser
submetidas aos devidos processos de reciclagem. Essas técnicas de reciclagem de
pilhas e baterias começaram a ser desenvolvidas no início da década de 80, sendo
que atualmente existem três processos convencionais de reciclagem de pilhas e
baterias, tais como:

Mineralúrgica
É um processo de reciclagem adotado para baterias industriais de grande porte,
envolvendo, sobretudo, processos físicos de separação ou concentração dos
materiais que constituem as baterias, tais como: eletrólito, invólucro, plásticos,
isolantes, eletrodos e placas.
Esse processo de reciclagem pode gerar grande economia financeira para as
indústrias que as utilizam, pois ocorre uma significativa recuperação de diversos
materiais e a posterior reutilização na cadeia produtiva.

Pirometalúrgica
O processo de reciclagem classificado como “Pirometalúrgica” busca recuperar
os metais pesados presentes nas pilhas e baterias por meio da submissão desses
materiais a altas temperaturas. Isto é, após a separação dos componentes metálicos
e não metálicos desses resíduos (pilhas e baterias), os componentes metálicos são
aquecidos a temperaturas superiores a 1000 º C.

O aquecimento dos componentes metálicos das pilhas e baterias promove a des-


tilação de seus componentes como o mercúrio, zinco e cádmio, que posteriormen-
te são condensados e podem ser reutilizados nos diversos processos produtivos.

Esse processo, embora demande um elevado consumo de energia elétrica,


possui a vantagem de não gerar resíduos sólidos perigosos.

Hidrometalúrgica
Já o processo denominado como “Hidrometalúrgica” busca promover a recicla-
gem de metais pesados (mercúrio) constituintes de pilhas e baterias por meio da
dissolução ácida ou básica desses metais. Ou seja, o mercúrio presente em pilhas e
baterias é extraído por meio de um processo de aquecimento, sendo que esse metal
pesado é recuperado, posteriormente, por meio de eletrólise ou precipitação.

Esse processo de reciclagem, apesar de gerar certa quantidade de resíduos


perigosos passíveis de tratamento, detém a vantagem de utilizar uma menor
quantidade de energia quando comparado ao processo Pirometalúrgico.

74
Outro processo de reciclagem de pilhas, que envolve a separação de seus
componentes, pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo:

Como é feita a reciclagem de pilhas e baterias?


Explor

https://goo.gl/rD2B5H

Destinação/Disposição Final de Pilhas e Baterias


A Resolução CONAMA nº 401/08 preconiza que não é permitida a implemen-
tação de formas inadequadas de destinação ou disposição final de pilhas e baterias
usadas de chumbo-ácido, níquel-cádmio e de óxido de mercúrio em qualquer tipo
de aterro sanitário, bem como a sua incineração. Ou seja, de acordo com a referida
Resolução, as pilhas e baterias usadas não podem ser destinadas ou dispostas em:
• Em céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais, ou em aterro não licenciado;
• Queima à céu aberto ou incineração em instalações e equipamentos não
licenciados;
• Lançamento em corpos d’água, praias, manguezais, pântanos, terrenos
baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, redes de drenagem de
águas pluviais, esgotos, ou redes de eletricidade ou telefone, mesmo que
abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação.

Logo, as pilhas e baterias usadas devem ser encaminhas às cooperativas ou


indústrias de reciclagem por meio da coleta seletiva ou logística reversa, conforme
exigido na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A Logística Reversa é denominada pela Lei nº 12.305/10 como:


Explor

“Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de


ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos
sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

É importante ressaltar que o adequado gerenciamento de pilhas e baterias no


Brasil configura-se ainda como um grande desafio para os gestores públicos e
privados, pois apesar do grande potencial de periculosidade que esses resíduos
conferem ao ambiente e à saúde humana, esse material ainda é pouco reciclado e
ou destinado e disposto de forma ambientalmente correta.

75
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Pneus
A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege atualmente o gerencia-
mento dos resíduos perigosos tipificados como “Pneus” é a Resolução CONAMA
nº 416, de 30 de setembro de 2009. A referida Resolução revoga as Resoluções
anteriores nº 258/1999 e nº 301/2002, e estabelece as diretrizes e padrões para
o gerenciamento, ambientalmente correto, de pneus inservíveis.

A Resolução CONAMA nº 416/09 emergiu da necessidade de se nortear e


regulamentar o gerenciamento de pneus inservíveis, levando-se em consideração os
potenciais impactos ambientais (passivo ambiental) que esse resíduo pode ocasionar
à saúde humana e ao meio ambiente, devido à sua inadequada disposição final.

Passível Ambiental é definido pela NBR 15.515-2/2011 como:


Explor

“Danos infligidos ao meio natural por uma determinada atividade ou pelo conjunto das
ações humanas que podem ou não ser avaliados economicamente”.

E ainda sobre a Resolução CONAMA nº 416/09 é oportuno salientar que


depois de inúmeros incidentes envolvendo a indevida importação de pneus usados,
fica terminantemente proibida a importação de pneumáticos usados.
É importante relembrar também que os pneus são compostos, predominante-
mente, pela matéria prima borracha, ou seja, conforme vimos na Unidade I, esse
material possui um tempo indeterminado para a sua decomposição. Logo, esse fa-
tor corrobora com a necessidade de se efetuar um gerenciamento adequado desse
tipo de resíduo sólido perigoso.
Nos tópicos serão abordados os mecanismos de tratamento e reciclagem aplicá-
veis aos pneus inservíveis.

Identificação/Simbologia para o Gerenciamento de Pneus


A Resolução CONAMA nº 416/09 não possui uma ilustração ou simbologia
que pode ser utilizada para na etapa de identificação de pneus. Entretanto, para
fins acadêmicos, a presente Unidade sugere a utilização da ilustração abaixo no
processo de identificação desse tipo de resíduo sólido perigoso:

Figura 2 – Sugestão de Simbologia para o gerenciamento de pneus inservíveis

76
Técnicas de Tratamento de Pneus
Segundo a RECICLANIP, entidade criada, em 2007, pelos principais fabricantes
de pneus e vinculada à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP),
o Brasil destinou mais de 183 mil toneladas de pneus inservíveis para o processo
reciclagem. Entretanto, embora esse número seja significativo, o Brasil ainda possui
um grande desafio no que tange ao gerenciamento desse tipo de resíduo, ou seja,
muitos pneus inservíveis ainda são dispostos, indevidamente, no meio ambiente.

A Resolução CONAMA nº 416/09 enfatiza a importância de os pneus inser-


víveis serem destinados aos processos de reciclagem, reutilização e reformas. E
segundo as entidades RECICLANIP e CEMPRE os pneus inservíveis podem ser
reaproveitados para os seguintes fins:
• Combustível alternativo para as indústrias de cimento;
• Matéria prima para concreto: A borracha fragmentada em pequenos pedaços
pode ser utilizada no concreto, em substituição a brita, proporcionando a
fabricação de blocos pré-moldados, pisos, guias etc.;
• Construção civil: Isolamento para telhados, pisos e revestimentos;
• Fabricação de solados de sapatos, borrachas de vedação, dutos pluviais, tapetes
para automóveis;
• Laminação: Confecção de tiras para sofá, tubos, solados etc.;
• Asfaltos de borracha: Fabricação de manta asfáltica, denominados também
como asfalto-borracha.

O processo de reciclagem dos pneus inservíveis consiste, basicamente, na


separação de seus compartimentos básicos, tais como: banda de rodagem, cintas
de aço, talão, carcaça de lona e parede lateral ou flanco.

Você poderá assistir o processo de reciclagem de pneus por meio dos seguintes links:
Explor

Reciclagem de Pneus no Recife: https://youtu.be/zebKMchcEzY


Borracha de Pneu Velho vira Piso Ecológico: https://youtu.be/BxwveQ5u12U

Banda de rolagem Ombro

Malha de nylon Faixa lateral

Carcaça de poliéster
Malha de aço
(“bolha”)

Talão “Bolha” Reforço do talão

Figura 3 – Compartimentos básicos dos pneus


Fonte: portalresiduossolidos.com.br

77
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Logo após a separação dos compartimentos básicos dos pneus, ilustrado aci-
ma, efetua-se a trituração de cada compartimento, transformando os em grãos. A
granulação desses compartimentos permite que cada grupo de grãos seja utilizado
para diferentes finalidades, isto é, cada substância é aproveitada como uma matéria
prima específica.

Os grãos de aço são destinados às indústrias siderúrgicas, enquanto os grãos de


borracha são utilizados para diversas finalidades supracitadas como na fabricação
de novos pneus, pisos, asfaltos, solas de sapatos etc.

Destinação/Disposição Final de Pneus


Segundo a Resolução CONAMA nº 416/09, os pneus inservíveis devem ser
preferencialmente reutilizados, reformados e reciclados antes de sua destinação,
ambientalmente correta. Segundo a referida Resolução, a destinação ambientalmente
adequada e pneus inservíveis consiste em:
“Procedimentos técnicos em que os pneus são descaracterizados de sua
forma inicial, e que seus elementos constituintes são reaproveitados,
reciclados ou processados por outra(s) técnica(s) admitida(s) pelos órgãos
ambientais competentes, observando a legislação vigente e normas
operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública
e à segurança, e a minimizar os impactos ambientais adversos”.

A Resolução CONAMA nº 416/09 exige dos fabricantes e importadores de


pneus novos, a instalação, nos municípios acima de 100.000 habitantes, de
pelo menos um ponto de coleta. Esse ponto de coleta visaria implementar e
operacionalizar a logística reversa de pneus inservíveis, ou seja, o recolhimento
desse material para o emprego de sua adequada destinação.

Com o intuito de estar em consonância com a Resolução CONAMA nº 416/09


e com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a RECICLANIP investiu na criação
de 1008 pontos de coleta de pneus usados em todo o Brasil, implementando,
portanto, o processo de logística reversa desse resíduo sólido. O Estado de São
Paulo possui 241 pontos de coletas, podendo ser consultados no site institucional
da RECICLANIP.

Em suma, o Programa de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, criado


pela RECICLANIP configura-se como uma das principais iniciativas promovidas
pelos fabricantes e importadores de pneus, cuja principal finalidade consiste na
implementação da destinação ambientalmente correta desse tipo de resíduo sólido
classificado como perigoso.

78
Construção Civil
A norma ambiental brasileira de esfera federal que rege atualmente o
gerenciamento dos resíduos perigosos oriundos da construção civil é a Resolução
CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002. A referida Resolução estabelece as
diretrizes e critérios para o gerenciamento, ambientalmente correto, de resíduos
provenientes da construção civil.

A Resolução CONAMA nº 307/02 emergiu da necessidade de se nortear e


regulamentar o gerenciamento de resíduos de construção civil (RCC), buscando
reduzir e mitigar os potenciais impactos ambientais desencadeados pela inadequada
destinação e disposição final desses resíduos.

Identificação/Simbologia para o Gerenciamento de Resíduos


da Construção Civil
Segundo (PINTO, 1999), os resíduos oriundos da construção civil (RCC)
representam cerca de 50% do volume total de resíduos sólidos gerados em
ambientes urbanos. E ainda segundo os autores (PINTO & GONZALES, 2005)
os resíduos de construção civil geralmente são provenientes de diversas práticas
construtivas, tais como: edificações, reformas e demolições. O Gráfico 1 ilustra as
fontes de geração de tipo específico de resíduo:

Gráfico I – Fontes de Resíduos de Construção Civil


Residências Novas

Edificações Novas (acima de 300m2)


20%
Reformas, Ampliações e Demolições

59%
21%

Fonte: Adaptado de (PINTO e GONZALES, 2005)

Os RCCs são definidos pela Resolução CONAMA nº 307/02, de forma abran-


gente, como resíduos:

79
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
“Provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras
de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos,
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubula-
ções, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras,
caliça ou metralha”.

A definição dos RCCs ilustrada acima descreve, abrangentemente, os tipos de


resíduos sólidos que compõem esse grupo/tipo de resíduo. No entanto, a Resolução
CONAMA nº 307/02 divide e classifica os resíduos de construção civil em quatro
classes, tais como:
• Classe A;
• Classe B;
• Classe C;
• Classe D.

As características gerais de cada classe de resíduos de construção civil estão


presentes na tabela abaixo:

Tabela I - Classes/Tipos de resíduos sólidos oriundos da construção civil


Classe Características gerais
Os resíduos de Classe A são os resíduos sólidos passíveis de reciclagem e reutilização, tais como:
A – Solos provenientes de terraplanagem;
– Componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto.
Os resíduos de Classe B são os resíduos sólidos também passíveis de reciclagem e reutilização, tais como:
B*
Plástico; Papel e papelão; Metais; Vidros; Madeiras; Embalagens vazias de tintas imobiliárias; Gesso.
Os resíduos de Classe C são aqueles para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
C** economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação. Ou seja, esses materiais
podem ser classificados como rejeitos sólidos não recicláveis.
Os resíduos de Classe D são todos os resíduos perigosos oriundos da construção civil, tais como: Tintas;
D*** Solventes; Óleos; Telhas e objetos que contenham amianto; E os demais resíduos perigosos que
podem oferecer riscos à saúde e à qualidade ambiental.
A redação da descrição dos resíduos de construção civil pertencentes à Classe B foi alterada e atualizada por
OBS*
meio da Resolução CONAMA nº 469, de 29 de julho de 2015.
A redação da descrição dos resíduos de construção civil pertencentes à Classe C foi alterada e atualizada
OBS**
por meio da Resolução CONAMA nº 431, de 24 de maio de 2011.
A redação da descrição dos resíduos de construção civil pertencentes à Classe D foi alterada e atualizada
OBS***
por meio da Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004.

Técnicas de Tratamento de Resíduos da Construção Civil


Neste tópico, serão abordadas as técnicas de tratamento aplicáveis aos resíduos
oriundos da construção civil. Ou seja, cada classe dos resíduos de construção civil
deve receber um tipo de tratamento específico.

80
Embora se observe um interessante aumento no percentual de reciclagem desse
tipo de resíduo, nos últimos anos, estimam-se que mais que a metade do volume
desse resíduo ainda é destinada a aterros clandestinos (lixões e céu aberto). Essa
indevida disposição clandestina acarreta uma série de impactos ambientais, tais
como: enchentes, entupimento de galerias de esgoto, assoreamento de corpos
hídricos superficiais e diversas formas de poluições difusas. (PINTO, 1999 e
MIRANDA, 2009)

Logo, os processos de reciclagem e reaproveitamento de resíduos sólidos


provenientes da construção civil configuram-se como importantes etapas de
gerenciamento e gestão ambiental, cujas finalidades principais consistem na
promoção da preservação ambiental e na geração de renda e inclusão social.

No Brasil, as primeiras pesquisas relativas à reciclagem de resíduos oriundos


da construção civil são datadas do ano de 1986, buscando, nessa época, o
desenvolvimento de métodos de reciclagem para os resíduos compostos por
argamassa e concreto. Logo após essa época, a Prefeitura de São Paulo, em
1991, construiu as primeiras usinas de reciclagem desses resíduos, influenciando,
posteriormente, as prefeituras de Londrina e Belo Horizonte a também construírem
suas usinas, em 1993 e 1994, respectivamente. (MIRANDA, 2009).

Embora já houvesse usinas de reciclagem RCCs, fora a Resolução CONAMA


nº 307/02 que veio a catalisar e estimular o surgimento de diversas usinas no
Brasil. Na ilustração abaixo podemos ver a evolução no que tange ao surgimento e
à distribuição de usinas de reciclagem desse tipo de resíduo nos Estados brasileiros:

Tabela 2 – Porcentual de usinas de reciclagem de RCCs no Brasil

São Paulo 54% Goiás 2% Pernambuco 4%

Bahia 1% Mato Grosso 1% Rio de Janeiro 7%

Ceará 2% Minas Gerais 3% Rio Grande do Norte 3%

Distrito Federal 1% Paraíba 4% Rio Grande do Sul 7%

Espírito Santo 1% Paraná 7% Santa Catarina 3%

Observa-se na “Tabela 2” uma grande concentração de usinas de reciclagem


de RCCs no Estado de São Paulo. É oportuno mencionar que, além dessas usinas
de reciclagem denominadas como fixas (construídas), existem também usinas de
reciclagem de RCCs móveis compostas por três componentes principais:
I. Caminhão do tipo “Roll On Roll Off”;
II. Britadeira Móvel;
III. Peneira Rotatória Móvel fixa no caminhão como se fosse um reboque.

81
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
As usinas móveis de reciclagem de RCCs configuram-se como uma grande
alternativa técnica para o tratamento desse tipo de resíduo, gerando uma série
de vantagens como a redução de gastos (dispêndios financeiros) com a logística
de transporte desses resíduos, alta capacidade de tratamento e processamento
de resíduos e a facilidade de ser transportada (grande mobilidade) até o local e
empreendimento civil.

A Tabela 3, presente logo abaixo, elencará as principais técnicas de reciclagem


dos RCCs adotadas no Brasil para cada grupo desses resíduos:

Tabela 3 – Técnicas de tratamento dos RCCs


Classe Principais técnicas de tratamento
Os resíduos de Classe A como solos de terraplanagem, componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas,
placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto devem ser separados/segregados dos resíduos de outros
grupos. Logo após essa segregação (coleta seletiva) ocorre aplicação da técnica de tratamento denominada
como “Trituração”, que consiste em fragmentar esses resíduos em pequenos grãos. Depois que os resíduos
A são transformados em grãos efetua-se a sua “Granulagem”. A “Granulagem” busca separar (peneirar) as
frações de cada tipo de grãos de acordo com seu tamanho e diâmetro, dividindo os em área, brita, pedrisco,
base e sub-base, bica corrida e outros. Esses grãos separados tornam-se, novamente, matéria prima,
podendo ser utilizada na fabricação de tijolos ecológicos, argamassa, blocos pré-moldados de cimento e
concretos, britas, solos, cimento, etc. promovendo a reciclagem dessa classe dos RCCs.
Os resíduos de Classe B como plástico, papel/papelão, metais e vidros devem ser submetidos aos processos de
reutilização e reciclagem (coleta seletiva), ou seja, métodos abordados na Unidade III desta disciplina.
- As embalagens vazias de tintas imobiliárias devem ser submetidas ao processo de logística reversa, isto é,
encaminhadas aos fabricantes ou empresas especializadas na reciclagem desses materiais. Essa medida busca
B
atender aos ditames normativos da Política Nacional de Resíduos sólidos.
- As madeiras utilizadas na construção civil podem ser encaminhadas para o processo de compostagem, conforme
abordado na Unidade III.
- E por fim, o gesso deve ser submetido ao mesmo tratamento de Trituração e Granulagem descrito acima.
Os resíduos de Classe C são aqueles que podem ser classificados como rejeitos sólidos não recicláveis. Logo,
C conforme estudamos na Unidade III, esses rejeitos devem ser encaminhados aos aterros sanitários ou à
incineração, em conformidade com as normas técnicas específicas.
- Os resíduos de Classe D como são tintas, solventes e óleos também devem ser submetidos ao processo de
logística reversa, em conformidade com as normas técnicas específicas.
D
- Já as telhas e objetos que contenham amianto (resíduo perigoso carcinogênico), devem ser separados dos
demais resíduos e encaminhados aos aterros sanitários de classe I.
Fontes: Ecycle, Portal de Resíduos Sólidos, ABRECON, PINTO & GONZALES (2005), MIRANDA (2009).

Algumas de técnicas de tratamento dos RCCs podem ser conferidas no link a seguir:
Explor

https://youtu.be/Kn7OrCmUrG4
https://youtu.be/cgGGSrh3Vqg
https://youtu.be/DgvhfuKLrUw

Observamos que cada classe de RCCs deve ser submetida a uma técnica de
tratamento específica, sendo fundamental a segregação e separação de cada tipo
desses resíduos em sua fonte geradora, também conhecida como canteiro de obra.
Esse aspecto, corrobora com a necessidade de se implementar um sistema de
gerenciamento dos RCCs composto, basicamente, pelas etapas de por identificação,
segregação e tratamento.

82
Em suma, o tratamento e reciclagem dos RCCs são processos de gerenciamento
que buscam atentar aos princípios ambientais como: Educação Ambiental, “3Rs”
(reduzir, reciclar e reutilizar), Prevenção, Responsabilidade Compartilhada (defini-
ção Unidade II), Gestão Integrada, etc.

Educação Ambiental: De acordo com a Lei federal nº 9.795/99 a Educação Ambiental


Explor

configurara como um mecanismo educacional que busca suscitar a preocupação individual


e coletiva para as questões ambientais e sociais, por meio da construção de valores e
princípios sociais, consciência socioambiental, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a identificação e a proposição de soluções para os problemas
ambientais, preservando, contudo, a saúde humana e ambiental.

Gestão Integrada: De acordo com a Resolução CONAMA nº 307/02 a “Gestão Integrada”


dos resíduos oriundos da construção civil consiste no conjunto de ações voltadas para a
busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desen-
volvimento sustentável

Destinação/Disposição Final de Resíduos da Construção Civil


De acordo com a Resolução CONAMA nº 307/02, os resíduos provenientes da
construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos,
em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas
protegidas por Lei.

E segundo a Resolução CONAMA nº 448/12, os geradores deverão, inicial-


mente, ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente,
a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a dis-
posição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Já o artigo 10º da Resolução
CONAMA nº 307/02 preconiza que esses resíduos deverão ser destinas e dispos-
tos da seguinte forma (Tabela 4):

Tabela 4 – Destinação e Disposição final dos RCCs

Classe Descrição geral

A Reciclagem, reutilização e logística reversa.

B Reciclagem, reutilização e logística reversa.

C Incineração e aterros sanitários em conformidade com as normas técnicas específicas.

D Logística reversa, incineração e aterros sanitários em conformidade com as normas técnicas específicas.

83
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Resíduos de Equipamentos
Elétricos e Eletrônicos
Estudamos na Unidade I que os “Resíduos de Equipamentos Elétricos e
Eletrônicos (REEE)”, também denominados como “Electronic Waste ou E-Waste”
(Resíduos Eletrônicos), são resíduos constituídos por uma grande diversidade de
materiais, sobretudo por metais pesados (mercúrio, berílio, chumbo e cádmio),
plástico e demais metais.

Essas propriedades físico-químicas caracterizam os resíduos eletroeletrônicos


como um tipo de resíduo perigoso, que por sua vez pode gerar severos impactos
ao meio ambiente, sobretudo quando estes não são corretamente gerenciados.

O Brasil, até o presente momento, não detém uma norma ou legislação ambiental
federal padrão que venha a reger as diretrizes operacionais para o gerenciamento,
ambientalmente correto, dos REEEs. Embora seja notório que a taxa de geração
desse tipo de resíduo apresente constante elevação a cada ano, em virtude do
acelerado processo de crescimento tecnológico da sociedade moderna.

Segundo as estimativas dos estudos capitaneados pela United Nations


Environment Programme (UNEP), em 2009, o mundo gera cerca de 40 milhões
de toneladas de REEEs ao ano, onde grande parte desse total é disposta, incor-
retamente, em países subdesenvolvidos. O Gráfico II abaixo ilustra a quantidade
de REEEs gerados nos países subdesenvolvidos economicamente, como no caso
do Brasil.

Gráfico II – Produção aproximada de REEEs por ano (Kg/hab.)

Fonte: (CETEM 2010) adaptado de (UNEP, 2009)

84
Observa-se que a cada ano ocorre o aumento da geração de REEEs, que por
sua vez configuram-se como um tipo, que apesar de perigosos, são compostos
por divesos materiais preciosos que podem ser reciclados e recuperados. Como
por exemplo as ‘Placas-Mães” que integram os computadores modernos possuem
diversos metais preciosos, conforme podem ser visualizados na Tabela 5 abaixo:

Tabela 5 – Metais preciosos presentes nas placas-mãe dos computadores


Metal Massa (%)
Ferro 7
Alumínio 5
Cobre 20
Chumbo 1,5
Níquel 1
Estanho 3
Compostos Orgãnicos 25
Fonte: (UNEP, 2009)

Logo, para fins didáticos, o tópico a seguir ilustrará, sucintamente, os meca-


nismos gerais que podem ser adotados para o gerenciamento, ambientalmente
correto, dos REEEs.

Principais Etapas para o Gerenciamento e Tratamento dos REEEs


Embora não haja, até o presente momento, uma legislação específica no Brasil
que norteie o gerenciamento dos REES, a Tabela 6 reuni as principais diretrizes
e ações que podem ser adotadas para o gerenciamento, ambientalmente correto,
desse tipo de resíduo:

Tabela 6 – Principais etapas para o gerenciamento dos REEES


Etapa de gerenciamento Descrição geral

Identificação/Simbologia

- Grandes eletrodomésticos: Congeladores, frigoríficos, máquina de lavar;


Tipos de REEEs - Pequenos eletrodomésticos: Aspiradores, torradeiras etc.;
(Diretiva 2012/19 - UE) - Equipamentos de informática e de telecomunicações: PCs, Notes etc.;
- Equipamentos de iluminação: Reatores, lâmpadas fluorescentes, sódio etc.

85
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Etapa de gerenciamento Descrição geral
A reciclagem dos REEEs é realizada, basicamente, por meio das seguintes etapas:
1) Coleta: Coleta seletiva dos REEEs, separando esses materiais dos demais resíduos sólidos;
2) Pré-processamento: Preparação e separação dos REEEs de acordo com suas características
físico químicas;
3) Fragmentação: Tratamento mecânico dos componentes separados, visando à redução de
volume desses resíduos;
4) Separação: Efetua-se o desmanche, ou seja, a remoção de componente e/ou parte dos
componentes eletroeletrônicos presentes nesses resíduos, tais como: placas-Mães, monitores,
baterias, motores, fontes e componentes passíveis de reciclagem e reaproveitamento (metais
preciosos [ex*: ouro e prata], vidro, alumínio, plástico etc.). Há três métodos convencionais de
separação desses componentes:
I – Separação eletromagnética: As partículas metálicas são separadas por meio do mecanismo
de indução magnética eletrostática;
Técnicas de Tratamento II – Flotação: É um processo físico eficiente que busca separar os polímeros presentes nos
computadores por meio da emersão desses materiais em uma solução aquosa;
III- Separação por vibração: Por meio da técnica de granulometria, onde as diversas partículas
dos REEEs são separadas por meio de um processo físico de vibração. Isto é, por meio desse
processo as partículas maiores se depositam na parte superior do volume total desses
resíduos acumulados em um recipiente, enquanto as menores se depositam na parte inferior.
5) Aproveitamento da matéria prima reciclada: Logo após a separação desses componentes
(metálicos e não metálicos), promovem-se a reciclagem e recuperação por meio de processos
específicos de reciclagem. Já os resíduos não aproveitáveis (rejeitos) são encaminhados aos
aterros específicos.
OBS*: Reciclagem de componentes preciosos, como ouro e prata, presentes nas placas-mães” e
“processadores” de PCs. A reciclagem é efetuada por meio de processos físico-químicos complexos,
como por exemplo, a “Flotação”, através dos quais implementam a imersão desses REEEs em
soluções químicas, promovendo a separação desses componentes preciosos.

Formas de destinação - Reciclagem, reutilização e logística reversa dos resíduos passíveis de reciclagem;
e ou disposição final - Disposição final dos rejeitos em aterros específicos.

- Destinação e Disposição final, ambientalmente correta, desse tipo de resíduo perigoso;


- Conservação de recursos naturais;
- Redução do consumo de energia elétrica e água;
- Redução da poluição ambiental (solo, água e ar);
- Redução de resíduos perigos no meio ambiente, mitigando os riscos à saúde humana e à
Vantagens
qualidade ambiental;
- Aproveitamento de materiais nobres e preciosos como: ouro, prata, paládio, cobre e alumínio;
- Inclusão social por meio da formação da indústria de reciclagem dos REEES de grande
valor agregado e em mercados de reutilização e recuperação (remanufaturamento) desses
componentes;
Fontes: (Diretiva 2012/19 – União Eupeia, 2012), (CETEM,2010) e (EPA, 2000)

Considerações Finais
Nessa unidade foi possível estudar as formas de tratamento, ambientalmente
corretas, dos resíduos sólidos considerados perigoso. Na próxima unidade,
estudaremos os mecanismos de tratamento e gerenciamento de resíduos sólidos
denominados como “Resíduos de Serviços de Saúde”.

86
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE). Dados institucionais.
http://www.abrelpe.org.br/
Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON). Dados institucionais.
http://www.abrecon.org.br/
Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Dados institucionais
http://www.anip.com.br/
RECICLANIP. Dados institucionais
http://www.reciclanip.org.br/

Livros
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América
Environmental Protection Agency (EPA). WasteWise Update: Electronics reuse and
recycling. EPA, 2000.
Relatório de Pesquisa Setorial 2015/2015
Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição
(ABRECON). Relatório de Pesquisa Setorial 2015/2015: A reciclagem de resíduos de
construção e demolição no Brasil. São Paulo, 2015.
Série Tecnologia Ambiental – Resíduos de Origem Eletrônica
Centro de Tecnologia Mineral (CETEM). Série Tecnologia Ambiental - Resíduos de
origem eletrônica. Organizadores Fábio Henrique Silva dos Santos e Carlos Eduardo
Gomes de Souza Ministério de Ciência e Tecnologia, 2010
A Reciclagem de Resíduos da Construção e Demolição no Brasil
MIRANDA, L. F. R. A reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil: 1986
– 2008. Revista Ambiente Construído v.9, n.1, jan/mar. Porto alegre, 2009. p. 57-71.
Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção Urbana
PINTO, T. P. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da
Construção Urbana. São Paulo, 1999. 189 f. Tese (Doutorado em Engenharia) –
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil
PINTO, T. P.; GONZALES, J. Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil:
manual de orientação: como implantar um sistema de manejo e gestão nos municípios.
Brasília: Caixa, 2005. v.1, 196 p
United Nations Environment Programme & United Nations University
UNEP, United Nations Environment Programme & United Nations University.
Sustainable Innovation and Technology Transfer Industrial Sector Studies. “Recycling
from E-Waste to resources. July, 2009.

87
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
Vídeos
Biosfera - Reciclagem de Pilhas (1 parte)
https://youtu.be/tYgyqU3yKL4
Biosfera - Reciclagem de Pilhas (2 parte)
https://youtu.be/CHVaMLzR0ag
Reciclagem de Pneus no Recife
https://youtu.be/zebKMchcEzY
Borracha de Pneu Velho Vira Piso Ecológico
https://youtu.be/BxwveQ5u12U
Ecosólidos - Gerenciamento e Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil
https://youtu.be/Kn7OrCmUrG4
Alternativas para o Entulho
https://youtu.be/cgGGSrh3Vqg
Restos de Materiais de Construção são Reaproveitados em Minas Gerais
https://youtu.be/DgvhfuKLrUw

88
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais.
Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/

Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América - Environmental


Protection Agency (EPA). Solid waste and emergency response glossary—
Bioaccumulation. Disponível em: https://www.epa.gov/

________. WasteWise Update: Electronics reuse and recycling. EPA, 2000.

Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE). Dados institucionais.


Disponível em: http://www.abrelpe.org.br/

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. História da normatização


brasileira. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

________. NBR 10.004. Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004.

________. NBR 15.515-2. Passivo ambiental em solo e água subterrânea –


Parte 2: Investigação confirmatória. Rio de Janeiro, 2011.

Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição


(ABRECON). Dados institucionais. Disponível em: http://www.abrecon.org.br/

________. Relatório de Pesquisa Setorial 2015/2015: A reciclagem de resíduos


de construção e demolição no Brasil. São Paulo, 2015.

Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Dados institucionais.


Disponível em: http://www.anip.com.br/

Centro de Tecnologia Mineral (CETEM). Série Tecnologia Ambiental - Resíduos


de origem eletrônica. Organizadores Fábio Henrique Silva dos Santos e Carlos
Eduardo Gomes de Souza Ministério de Ciência e Tecnologia, 2010

Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE). Vidro o mercado para


a reciclagem. Dados institucionais. Disponível em: http://cempre.org.br/artigo-
publicacao/ficha-tecnica/id/6/vidro

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Dados institucionais. Disponível


em: http://www.mma.gov.br/

________. Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002: Estabelece


diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
http://www.mma.gov.br

________. Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004: Altera a


Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe
de resíduos perigosos. http://www.mma.gov.br

89
Gerenciamento de Resíduos Perigosos: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
4
________. Resolução CONAMA nº 401, de 4 de novembro de 2008:
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de pilhas e baterias
comercializadas em território nacional. Disponível em: http://www.mma.gov.br

________. Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009: Dispõe


sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua
destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.mma.gov.br

________. Resolução CONAMA nº 431, de 24 de maio de 2011: Altera o art.


3o da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente CONAMA, estabelecendo nova classificação para o gesso. Disponível
em: http://www.mma.gov.br

________. Resolução CONAMA nº 448, de 18 de janeiro de 2012. Altera os


arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002,
do Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA. Disponível em: http://
www.mma.gov.br

________. Resolução CONAMA nº 469, de 29 de julho de 2015: Altera a


Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002, que estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disponível
em: http://www.mma.gov.br

Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12305.htm

Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais – Temática: Resíduos Sólidos.


Disponível em: http://www.mma.gov.br/

MIRANDA, L. F. R. A reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil:


1986 – 2008. Revista Ambiente Construído v.9, n.1, jan/mar. Porto alegre,
2009. p. 57-71.

PINTO, T. P. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da


Construção Urbana. São Paulo, 1999. 189 f. Tese (Doutorado em Engenharia)
– Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

PINTO, T. P.; GONZALES, J. Manejo e Gestão de Resíduos da Construção


Civil: manual de orientação: como implantar um sistema de manejo e gestão nos
municípios. Brasília: Caixa, 2005. v.1, 196 p.

RECICLANIP. Dados institucionais. Disponível em: http://www.reciclanip.org.br/

UNEP, United Nations Environment Programme & United Nations University.


Sustainable Innovation and Technology Transfer Industrial Sector Studies.
“Recycling from E-Waste to resources. July, 2009.

90
5
Gerenciamento de Resíduos de Serviços
de Saúde: Técnicas de Tratamento

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Marcus Vinícius Carvalho Arantes

Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, indico-lhe a visualização do material audiovisual,
intitulado como “Descarte irregular de lixo hospitalar ameaça à saúde pública”.
O presente material foi desenvolvido pelo “Programa Fantástico” do canal Rede
Globo, e esta disponível no link logo abaixo.

Essa matéria expõe os descartes ilegais de resíduos de serviços de saúde ocorridos nas
Explor

cidades pertencentes às regiões sudeste, centro-oeste e nordeste do Brasil.


https://youtu.be/aQBiJt5s9hk

92
Introdução
Na unidade anterior foram descritas as técnicas de tratamento aplicáveis aos
resíduos classificados como perigosos, elencando as suas principais características
e especificidades.

Pudemos observar que os resíduos perigosos oferecem grandes riscos à saúde


pública e à qualidade ambiental, exigindo, portanto, que esses materiais sejam
submetidos a diversos processos de tratamento.

Na presente Unidade serão descritas as técnicas de gerenciamento e tratamento


aplicáveis a outro grupo de resíduos também denominados como perigosos, os
resíduos de serviços de saúde (RSS).

Durante muito tempo o gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (RSSs)


caracterizou-se como um tema de importância secundária para os diversos gestores
e responsáveis por tomadas de decisões.

Não haviam, até então, leis, normas ou políticas de gestão de resíduos de serviços
de saúde. Ou seja, não haviam instrumentos normativos e diretrizes consolidadas
para nortearem o gerenciamento desse grupo de resíduos.

Entretanto, a partir da década de 90 o gerenciamento dos RSSs passou a ser


debatido com maior ênfase na comunidade acadêmica e nos demais âmbitos da
sociedade, levando-se em consideração os seguintes aspectos:
» Risco Ambiental;
» Biossegurança;
» Gerenciamento de resíduos.

Dentre os diversos instrumentos normativos existentes relacionados ao


gerenciamento dos RSSs, o presente material didático será embasado nas seguintes
normas ambientais:
» Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro
de 2004: Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de
resíduos de serviços de saúde (RSSsww);
» Resolução CONAMA nº 358, de 28 de abril de 2005: Dispõe sobre
o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá
outras providências.

Figura 1 e 2

93
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
É importante salientar que as normas supracitadas apontam diretrizes e regras
relativas à etapa de “Tratamento” dos RSSs. Essa etapa compõe um Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), sendo precedida por
diversas etapas importantes responsáveis pelo adequado gerenciamento dos RSSs

Logo, para fins didáticos, os métodos de tratamento aplicáveis aos RSSs serão
compostos por três etapas importantes de gerenciamento, tais como:
I. Identificação;
II. Segregação/Acondicionamento;
III. Tratamento;
IV. Destinação ou Disposição Final.

Em suma, essas quatro etapas de gerenciamento de RSSs são importantes para


a implementação de um adequado sistema de tratamento, isto é, cada etapa exerce
um significativo grau de importância.

Resíduos de Serviços de Saúde (RSS):


Definições
Para fins didáticos, o presente material didático adotará a seguinte definição de resí-
duos de serviços de saúde, preconizada pela Resolução CONAMA nº 358/05 como:
“Todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde
que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em
seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final”.

É oportuno acrescentar que os RSSs apresentam um elevado grau de


periculosidade à saúde humana e à qualidade ambiental devido às suas características
biológicas e físico químicas, e sobretudo aos riscos associados ao manuseio desses
resíduos, tais como:
» Risco biológico;
» Risco químico;
» Risco físico;
» Risco ergonômico;
» Risco de acidentes.

Portanto, os RSSs podem ser tipificados como resíduos perigosos pois detêm
também as seguintes características: Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade,
Toxicidade e Patogenicidade.

E ainda de acordo com as Resoluções nº 306/04 da ANVISA e nº 358/05 do


CONAMA os RSSs podem ser divididos nos seguintes grupos:

94
Grupo A: Resíduos conhecidos como os Resíduo Biológicos ou Potencial-
mente Infectantes, sendo um grupo de resíduos que apresenta risco potencial
à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos.
O Grupo A dos RSSs é dividido em cinco subgrupos, exemplificados abaixo:
» A.1: Culturas e estoques de microrganismos, resíduos de fabricação de
produtos biológicos e resíduos de laboratórios de manipulação genética;
» A.2: Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes
de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação
de microorganismos;
» A.3: Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecunda-
ção sem sinais vitais;
» A.4: Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e
gases aspirados de área contaminada; sobras de amostras de laboratório
e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, tecido adiposo
proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de
cirurgia plástica; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos
provenientes de procedimentos cirúrgicos, carcaças, peças anatômicas,
vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a
processos de experimentação, bolsas transfusionais vazias;
» A.5: Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes e
demais materiais com suspeita ou certeza de contaminação com “príons”.
Explor

“Príons”: são moléculas proteicas que possuem propriedades infectantes, podendo


desencadear doenças como a Encefalopatias espongiformes – “Síndrome da Vaca Loca”

Grupo B: Resíduos químicos em estado sólido ou líquido que podem apre-


sentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas ca-
racterísticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
Os RSSs do grupo B podem ser:
1. Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplá-
sicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais;
2. Produtos desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pe-
sados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contamina-
dos por estes;
3. Efluentes (esgoto) de processadores de imagem (reveladores e fixadores);
4. Efluentes de equipamentos utilizados em análises clínicas; e demais pro-
dutos considerados perigosos, conforme classificação da NBR-10.004
da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

95
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Grupo C: Rejeitos radioativos são aqueles que correspondem a quaisquer
materiais resultante de atividades humanas, que contenha radionuclídeos
em quantidades superiores aos limites de dispensa especificados em
Norma da CNEN e para o qual a reutilização é imprópria ou não prevista.
Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de
pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de
medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade
superior aos limites de eliminação.

Grupo D: Resíduos que não detêm risco biológico, químico ou radiológico à


saúde humana ou ao meio ambiente, podendo ser caracterizados como resíduos,
orgânico e reciclável, e rejeitos sólidos não recicláveis.

Grupo E: Os resíduos pertencentes ao Grupo E são aqueles conhecidos como


materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear,
agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, pontas diamantadas, lâminas de
bisturi, lancetas; tubos capilares; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea
e placas de Petri) e outros similares.

Observa-se, por meio das classificações acima, que os RSSs são compostos por
cinco grupos complexos, detentores de uma série de resíduos específico. No tópico
a seguir serão descritos os mecanismos de identificação (simbologia) aplicados em
cada um desses grupos.

Identificação / Simbologia para


o Gerenciamento dos RSSs
No presente tópico serão ilustrados os símbolos utilizados na etapa de
“Identificação” dos RSSs, sendo definida pela RDC nº 306/04 como:
“Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos
resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao
correto manejo dos RSS”.

Veremos a seguir que cada grupo de RSS detém um mecanismo de identificação


específico, permitindo o reconhecimento dos resíduos acondicionados (armazenados)
em sacos e recipientes.

Identificação/Simbologia - Grupo A
Os RSSs pertencentes ao Grupo A são identificados pelo símbolo universal de
substância infectante presente na norma ABNT NBR 7.500/04. Esse símbolo é
composto por um rótulo de fundo branco com um desenho de contornos pretos.

96
O referido símbolo pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo:

Figura 3
Fonte: NBR 7.500/04

Identificação/Simbologia - Grupo B
Os RSSs pertencentes ao Grupo B são identificados pelo símbolo de risco também
presente na norma ABNT NBR 7.500/04, com a devida descrição de substância
química e frases de risco. Isto é, os RSSs do Grupo B detêm diversas características
físico químicas (inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade) que podem
ser identificadas por meio dos seguintes símbolos:

Figura 4 - Símbolos utilizados na identificação dos RSSs do Grupo B – Químicos


Fonte: NBR 7.500/04

97
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Identificação/Simbologia - Grupo C
Os RSSs pertencentes ao Grupo C são identificados por meio do símbolo
internacional que expressa a presença de radiação ionizante. Esse símbolo é
conhecido como o trifólio, de cor magenta, em rótulos de fundo amarelo, contornos
pretos e acrescido da expressão “Rejeito Radioativo”.

O símbolo internacional trifólio pode ser visualizado por meio da ilustração abaixo:

Figura 5 e 6 - Símbolo internacional utilizado na identificação dos RSSs do Grupo C – Trifólio


Fonte: NBR 7.500/04 Fonte: SILVA, 1999

Identificação/Simbologia - Grupo D
Os RSSs pertencentes ao Grupo são caracterizados como os resíduos não
perigosos, ou seja, os resíduos, orgânico e reciclável, e rejeitos sólidos não
recicláveis. Logo, a sua identificação pode ser feita conforme os símbolos presentes
na Unidade III, ilustrados abaixo:

Figura 7 - Símbolos utilizados na identificação dos resíduos orgânico e reciclável (A e B)


Símbolo utilizado na identificação dos rejeitos sólidos não recicláveis (C)
Fonte: Do Autor

98
Identificação/Simbologia - Grupo E
Por fim, os RSSs pertencentes ao Grupo E são identificados com o mesmo
símbolo de substância infectante utilizado no Grupo A, acrescidos da inscrição de
“Resíduo Perfurocortante”.

Segregação/Acondicionamento para
o gerenciamento dos RSSs
Logo após a etapa de identificação, os RSSs devem ser submetidos às etapas
de “Segregação” (separados) e “Acondicionamento” (retidos ou armazenados).
Essas duas etapas são realizadas concomitantemente, ou seja, ambas as etapas são
executadas simultaneamente.

As etapas supracitadas são definidas pela RDC nº 306/04 como:

Segregação
“Consiste na separação dos resíduos no momento e local de
sua geração, de acordo com as características físicas, químicas,
biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos”.

Acondicionamento
“Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes
que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura”.

Essas duas etapas supracitadas, ao lado da “identificação, são extremamente impor-


tantes, pois elas alicerçam todas as etapas subsequentes. Ou seja, se essas etapas não
forem executadas adequadamente, as etapas posteriores poderão ser comprometidas.

No que tange à etapa de acondicionamento os RSSs devem ser acondicionados


em sacos constituídos por material resistente a ruptura e vazamento, impermeável,
baseado na NBR 9.191/02.

A seguir, serão expostos os mecanismos de segregação e acondicionamento


aplicáveis aos cinco grupos dos RSSs.

Segregação/Acondicionamento - Grupo A
A segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo A
deve ser realizado em saco branco leitoso, devidamente identificado pelo símbolo
de material infectante (NBR 7.500/04). É importante enfatizar que o volume a ser
acondicionado no saco não deve ultrapassar 2/3 ou 75% de sua capacidade total

99
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Além do saco branco leitoso, o recipiente que vier armazená-lo também deve
possuir a coloração branca leitosa, sendo também identificado pelo símbolo de
material infectante. O saco e o recipiente de coloração branco leitoso pode ser
visualizado por meio das ilustrações abaixo:

Figura 8 - Saco e recipiente utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo A
Fonte:pixabay.com

Segregação/Acondicionamento - Grupo B
A segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo B
devem ser realizadas de acordo com a compatibilidade química dos resíduos entre
si. Isto é, em linhas gerais, deve-se observar a compatibilidade química entre os
resíduos químicos nas etapas de segregação e acondicionamento, a fim de evitar
reações químicas perigosas como corrosão, combustão, explosão, etc.

E além da compatibilidade química entre os resíduos, também deve-se observar a


compatibilidade química dos resíduos com os materiais das embalagens (recipientes
acondicionadores). Essa medida tem o intuito de evitar possíveis reações químicas
entre os componentes do resíduo e da embalagem, enfraquecendo ou deteriorando
a estrutura física da embalagem.

Logo, os resíduos do Grupo B podem ser armazenados em bombonas, frascos


de vidro e demais recipientes plásticos, conforme ilustrados abaixo:

100
Figura 9 - Recipiente (bombonas) utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo B (A)
Recipiente (frascos de vidro) utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo B (B)
Fonte: pixabay.com

Segregação/Acondicionamento - Grupo C
Os rejeitos radioativos sólidos pertencentes ao Grupo C devem ser segregados
e acondicionados em recipientes de material rígido, forrados internamente com
saco plástico resistente e identificados. Os rejeitos radioativos líquidos devem
ser acondicionados em frascos de até dois litros ou em bombonas de material
compatível com o líquido armazenado, sempre que possível de plástico, resistentes,
rígidos e estanques, com tampa rosqueada, vedante, acomodados em bandejas
de material inquebrável e com profundidade suficiente para conter, com a devida
margem de segurança, o volume total do rejeito.

Figura 10 - Recipiente utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento


dos RSSs do grupo C
Fonte: pixabay.com

Segregação/Acondicionamento - Grupo D
As etapas de segregação e acondicionamento dos resíduos pertencentes ao
Grupo D, se comparadas aos procedimentos anteriores, configuram-se como
processos mais simplificado, pois os resíduos, orgânico e reciclável, e os rejeitos
não recicláveis não detêm o mesmo grau de periculosidade dos demais resíduos dos
grupos A, B, C e E.

101
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Entretanto, apesar de serem menos perigosos, os resíduos e rejeitos pertencentes
ao Grupo D devem ser devidamente segregados e acondicionados em recipientes
separados, conforme ilustrados abaixo:

Figura 11 - Recipientes utilizados nas etapas de segregação e acondicionamento dos RSSs do grupo D:
Resíduos, orgânico e reciclável e rejeitos não recicláveis
Fonte: pixabay.com

Segregação/Acondicionamento - Grupo E
Já a segregação e o acondicionamento dos resíduos pertencentes ao Grupo
E devem ser realizados em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e
vazamento, com tampa, devidamente identificados (substância infectante), atendendo
a normas da NBR 13.853/97 da ABNT. É importante salientar que é sumariamente
proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento.

Os recipientes habitualmente utilizados para a se-


gregação e acondicionamento dos resíduos do Gru-
po E são as caixas de papelão de coloração amarela
e identificadas com o mesmo símbolo de substância
infectante utilizados para os resíduos do grupo A.

É importante enfatizar que o volume a ser acon-


dicionado no recipiente específico (caixa de pape-
lão) não deve ultrapassar 2/3 ou 75% da capacida-
de total ou o nível de preenchimento ficar a cinco
cm de distância da parte superior do recipiente.

Ao lado, estão ilustrados o recipiente de pape- Figura 12 - Recipiente (caixa de papelão)


utilizada nas etapas de segregação e
lão utilizados no acondicionamento dos resíduos acondicionamento dos RSSs do grupo E
do grupo E. Fonte: pixabay.com

102
Logo após o acondicionamento dos resíduos do Grupo E nas caixas de papelão,
deve-se acondicionar esse material no mesmo saco branco leitoso utilizado nos
resíduos do Grupo A, e depois encaminhá-lo aos específicos procedimentos de
tratamento e disposição final.

Técnicas de Tratamento para os RSSs


No presente tópico serão descritas, sucintamente, na tabela abaixo algumas
técnicas de tratamento aplicáveis aos cinco grupos dos RSSs.

Tabela 1 - Técnicas de Tratamento dos RSSs

Grupo Principais Técnicas de Tratamento


• Autoclave: Processo de esterilização de resíduos em câmara fechada sob determinadas condições de
pressão e temperatura;
• Técnica Incinerador de Grelha Fixa*: É o processo de tratamento que promove a esterilização térmica dos
resíduos do grupo A, por meio de sua incineração e com a introdução de ar nas grelhas fixas do incinerador;
• Técnica de Pirólise*: É o processo de tratamento que promove a esterilização térmica dos resíduos
pertencentes ao grupo A, onde ocorre a sua incineração com a ausência de oxigênio;
• Técnica de Forno Rotativo*: Tratamento que promove a destruição térmica dos RSSs do grupo A, por meio
A de sua incineração. Esse processo também é utilizado no tratamento de resíduos industriais de Classe I;
• Técnica de Microondas*: Tratamento que promove a trituração e incineração dos RSSs do grupo A em um
forno de microondas específico. Esse processo busca aplicar, uniformemente, a radiação microondas nesses
resíduos. *Fonte: Portal Resíduos Sólidos

• Tratamento e recuperação de solventes: O tratamento e a recuperação de solventes visam promover à


reutilização desse material por meio de processos de tratamento como destilação, lavagem com solução
ácida e secagem.
• Degradação química e Biodegradação: Esse tipo de tratamento pode ser aplicado para em resíduos
B químicos compostos por acetato de etila.
• Incineração de medicamentos: A fim de evitar a contaminação ambiental difusa, deve-se efetuar a
incineração de medicamentos e demais fármacos vencidos.

O procedimento de tratamento e gerenciamento dos rejeitos radioativos deve obedecer às diretrizes técnicas
das normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). As normas da CNEN relativas ao gerenciamento e
tratamento dos rejeitos radioativos são:
• Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985: Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos em
C instalações radioativas;
• Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014: Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos de baixo e
médio níveis de radiação;
• Norma CNEN NN 3.01, de março de 2014: Dispõe sobre as diretrizes básicas de proteção radiológica.

• Resíduos orgânico: Processo de Compostagem, Vermicompostagem ou Biodigestores;


• Resíduos recicláveis: Coleta seletiva, reciclagem e reutilização;
D
• Rejeitos não recicláveis: Incineração ou disposição final em aterros sanitários certificados dos rejeitos
sólidos não recicláveis.

103
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
• Técnica Incinerador de Grelha Fixa*: É o processo de tratamento que promove a destruição térmica dos
resíduos do grupo E, por meio de sua incineração e com a introdução de ar nas grelhas fixas do incinerador;
• Técnica de Forno Rotativo*: Tratamento que promove a destruição térmica dos RSSs do grupo E, por meio
E de sua incineração. Esse processo também é utilizado no tratamento de resíduos industriais de Classe I;
• Técnica de Microondas*: Tratamento que promove a trituração e incineração dos RSSs do grupo E em um forno
de microondas específico. Esse processo busca aplicar, uniformemente, a radiação microondas nesses resíduos.
*Fonte: Portal Resíduos Sólidos

Destinação e Disposição Final dos RSSs


Neste último tópico serão descritas, sucintamente, na tabela abaixo, os
mecanismos de destinação ou disposição final dos cinco grupos dos RSSs:

Tabela 2 - Destinação e Disposição final dos RSSs


Grupo Descrição geral
Devem ser submetidos a um tratamento prévio específico (tabela I) e depois serem encaminhados aos
A Aterros Sanitários, devidamente certificados.
Devem ser submetidos a um tratamento prévio específico (tabela I) e depois serem encaminhados aos
B Aterros Sanitários, devidamente certificados.
OBS: Os resíduos químicos compostos por metais pesados devem ser submetidos a um tratamento prévio
específico e depois serem encaminhados aos Aterros de Resíduos Perigosos-Classe I;
Após ter decorrido o tempo de decaimento necessário os rejeitos radioativos podem ser encaminhados aos
C Aterros Sanitários, devidamente certificados.
• Os resíduos orgânicos podem ser destinados aos processos de Compostagem e Biodigestores;
• Os resíduos recicláveis devem ser destinados às cooperativas ou estabelecimentos específicos que
D promovem a reciclagem e a reutilização desses materiais;
• Os rejeitos não recicláveis devem ser dispostos em Aterros Sanitários, devidamente certificados, ou
encaminhados à incineração.
Devem ser submetidos a um tratamento prévio específico (tabela I) e depois serem encaminhados aos
E Aterros Sanitários, devidamente certificados.

Considerações Finais
Nessa unidade foi possível estudar as formas de tratamento, ambientalmente
corretas, aplicáveis aos resíduos de serviço de saúde. Na próxima unidade
estudaremos os conceitos e princípios relacionados à Educação Ambiental,
destacando a sua importância na implementação de técnicas de conscientização
ambiental nos Programas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

104
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Para aqueles discentes que desejam ampliar seus conhecimentos acerca do “Gerenciamento
de resíduos de serviços de saúde” recomenda-se a leitura da seguinte referência bibliográfica:

Sites
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Abertos
https://goo.gl/WdcsPb
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE)
https://goo.gl/zYIYEX
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
https://goo.gl/hStWrQ
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
https://goo.gl/FMdSN
Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010
Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de
1998; e dá outras providências.
https://goo.gl/tpFo
Portal Resíduos Sólidos: Biodigestores. Dados institucionais
https://goo.gl/DEusqg

Leitura
________, Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro de 2004
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá
outras providências.
https://goo.gl/cmyKE
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7.500
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7.500. Identificação para o transporte
terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos: Rio de Janeiro, 2004.
________, NBR 9.191
Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Requisitos e métodos de ensaio: Rio de
Janeiro, 2002.
________, NBR 10.004
Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004.

105
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
________, NBR 13.853
Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes – Requisitos e métodos
de ensaio: Rio de Janeiro, 1997.

________, NBR 13.853


Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes – Requisitos e métodos
de ensaio: Rio de Janeiro, 1997.
________, Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985
Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos em instalações radioativas.
________, Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014
Dispõe sobre o gerenciamento de rejeitos radioativos de baixo e médio níveis de radiação.
________, Norma CNEN NN 3.01, de março de 2014
Dispõe sobre as diretrizes básicas de proteção radiológica
________, Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005
Dispõe sobre as diretrizes básicas de proteção radiológica

106
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dados Institucionais. Dispo-
nível em: http://portal.anvisa.gov.br/

________, Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 306, de 7 de dezembro de


2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de
serviços de saúde. Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 2004. Disponível
em: < http://www.anvisa.gov.br >.

Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE). Dados institucio-


nais. Disponível em: http://www.abrelpe.org.br/

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR 7.500. Identificação


para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produ-
tos: Rio de Janeiro, 2004.

________, NBR 9.191. Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Requisitos


e métodos de ensaio: Rio de Janeiro, 2002.

________, NBR 10.004. Resíduos sólidos. Classificação: Rio de Janeiro, 2004.

________, NBR 13.853. Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes


ou cortantes – Requisitos e métodos de ensaio: Rio de Janeiro, 1997.

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Dados institucionais. Disponível


em: http://www.cnen.gov.br/

________, Norma CNEN NE 6.05, de dezembro de 1985: Dispõe sobre o geren-


ciamento de rejeitos radioativos em instalações radioativas.

________, Norma CNEN NN 8.01, de abril de 2014: Dispõe sobre o gerencia-


mento de rejeitos radioativos de baixo e médio níveis de radiação.

________, Norma CNEN NN 3.01, de março de 2014: Dispõe sobre as diretrizes


básicas de proteção radiológica.

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Dados institucionais. Dispo-


nível em: http://www.mma.gov.br/

________, Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre


o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências. Disponível em: http://www.mma.gov.br

Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resí-


duos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm

Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais – Temática: Resíduos Sólidos.


Disponível em: http://www.mma.gov.br/

107
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Técnicas de Tratamento
UNIDADE
5
Portal Resíduos Sólidos: Biodigestores. Dados institucionais. Disponível em:
http://www.portalresiduossolidos.com

SILVA, E.M.P.; CUSSIOL, N.A.M. Gerência de rejeitos radioativos de serviços de


saúde. Belo Horizonte. Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, 1999.

108
6
Educação Ambiental: Instrumento de
Conscientização Ambiental nos Programas de
Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Marcus Vinicius Carvalho Arantes

Revisão Técnica:
Prof. Dr. Eloá Cristina Figueirinha Pelegrino
a a

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, indico-lhe uma breve leitura do artigo publicado
pelas autoras Liliane Soares, Alexandra Salgueiro e Maria Gazineu na “Revista
Ciências e Tecnologia”, cujo título é: Educação ambiental aplicada aos resíduos
sólidos na cidade de Olinda, Pernambuco – um estudo de caso.

O presente artigo aborda a importância da educação ambiental como instrumento


de transformação individual e social, sobretudo no que tange à conscientização
ambiental desenvolvida no programa de gerenciamento de resíduos desenvolvido
no Município de Olinda - Pernambuco, em 2004.

O referido artigo pode ser acessado por meio do link abaixo:

Educação Ambiental Aplicada aos Resíduos Sólidos na Cidade de Olinda, Pernambuco –


Explor

um estudo de caso.
https://goo.gl/lDZRGy

110
Introdução
Nas unidades anteriores, foram descritas as técnicas de tratamento aplicáveis
aos resíduos e rejeitos classificados como perigosos e não perigosos, elencando as
suas principais características e especificidades.

Pudemos observar diversas técnicas de tratamento que têm por finalidade


oferecer o gerenciamento, ambientalmente correto, dos diversos resíduos e rejeitos
gerados pelas atividades antrópicas, buscando, portanto, a preservação da saúde
pública e a qualidade ambiental.

Na presente Unidade, será abordada a importância do instrumento pedagógico


intitulado como “Educação Ambiental” no processo de implementação de
programas de gerenciamento de resíduos e rejeitos sólidos. Esse instrumento acaba
sendo fundamental para o desenvolvimento de uma conscientização ambiental nos
indivíduos, gerando comprometimento e responsabilidade no que diz respeito ao
gerenciamento correto de resíduos e rejeitos.

Em linhas gerais, a educação ambiental configura-se como um instrumento


imprescindível que auxiliar na estruturação de programas de gerenciamento de resíduos
e rejeitos sólidos, pois busca promover mudanças de comportamento no indivíduo,
fazendo com que este enxergue a sua importância em um eventual programa de
gerenciamento, sobretudo no que tange às etapas de separação/acondicionamento,
tratamento e destinação de resíduos ou disposição final de rejeitos.

A conscientização ambiental promovida pela educação ambiental é fundamental


nesses programas de gerenciamento, pois faz com que o indivíduo reconheça sua
responsabilidade em todo o processo de gerenciamento, ambientalmente correto,
de seus resíduos e rejeitos.

Nos tópicos a seguir, serão apresentados alguns fatos históricos que ajudaram
a definir o instrumento pedagógico “Educação Ambiental”, assim como os
conceitos e princípios ambientais difundidos por esse importante instrumento de
conscientização ambiental.

Educação Ambiental: Contexto Histórico


A educação ambiental é um instrumento pedagógico que emergiu da
necessidade de se difundir o respeito a todas as formas de vida, estimulando a
formação de sociedades mais justas e ecologicamente equilibradas (SORRENTINO,
2005). Sendo também notabilizada como um instrumento educador, na qual a
corresponsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover
o desenvolvimento sustentável (REIGOTA, 2010).

111
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
A estruturação da educação ambiental foi influenciada por meio de diversos
eventos internacionais, sendo contextualizados, brevemente, nos seguintes tópicos:

1952: London Smog: Consistiu em uma notável catástrofe ambiental (poluição


atmosférica), decorrente do elevado processo de industrialização na Inglaterra,
que assolou a cidade de Londres em 1952. Fato que culminou na morte de,
aproximadamente, 1.600 pessoas.

Esse evento simbólico demonstrou para toda comunidade internacional os


efeitos dos impactos ambientais ocasionados pelo homem, despertando uma
conscientização ambiental nos indivíduos e a necessidade de se refletir sobre os
efeitos das atividades antrópicas sob a saúde humana e a qualidade ambiental

1965: Conferência de Educação da Universidade de Keele: Conferência


que buscou discutir as extensões dos impactos ambientais desencadeados pelas
ações humanas. Essa conferência destacou-se como o local cuja expressão
“Educação Ambiental”, oriunda do mesmo termo em inglês “Environmental
Education”, foi proferida pela primeira vez.

1968: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultu-


ra – UNESCO: Evento que classificou a educação ambiental como um tema com-
plexo e interdisciplinar que não deve se limitar a uma única disciplina específica.

1968: Clube de Roma: Reunião composta por diversos atores sociais (políticos,
cientistas, empreendedores industriais etc.), cuja finalidade consistiu em avaliar
o uso crescente dos recursos naturais, o que potencializava diversos problemas
ambientais, tais como: industrialização exacerbada, escassez de alimentos,
esgotamento de recursos não renováveis e o elevado crescimento demográfico.

1972: Declaração de Estocolmo: Conferência das Nações Unidas sobre o


Meio Ambiente realizada, em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia. Essa
conferência configurou-se com um marco na elaboração de uma política
mundial de proteção ambiental, culminando na criação do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e na criação da recomendação para a
criação de um Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), também
conhecido como “A Recomendação 96”. A Recomendação 96 promoveu os
primeiros alicerces da educação ambiental.

1975: Carta de Belgrado: A “Carta de Belgrado” foi elaborada em um evento


promovido pela UNESCO, conhecido como “Encontro de Belgrado”, através da
qual estabelece as metas e os princípios globais para a estruturação teórica da
educação ambiental.

1977: Declaração de Tbilisi: A “Declaração de Tbilisi” fora elaborada em um


evento internacional sobre a educação ambiental, conhecido como “Primeira
Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental”. Esse docu-
mento importante traçou princípios e diretrizes que influenciaram, significativa-
mente, a estruturação da Política Nacional de Educação Ambiental, presente na
Lei nº. 9.795/99. Essa política será abordada posteriormente.

112
1992: Agenda 21: A “Agenda 21” fora um documento elaborado na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
realizada no Rio de Janeiro, conhecida como “Eco-92”. Dentre os capítulos
que compõe a Agenda 21 podemos destacar o capítulo número 36, ao qual
estabelece os princípios que viriam a estruturar a Política Nacional de Educação
Ambiental no Brasil.

No presente capítulo, procuramos expor o conjunto de eventos que influenciaram


a formação e estruturação do conceito pedagógico intitulado como educação
ambiental. Nos próximos tópicos, apresentaremos a definição de educação
ambiental, assim como os princípios ambientais e mudanças de hábitos que podem
ser difundidos por esse instrumento de conscientização ambiental.

Educação Ambiental: Definição


Dentre as diversas definições existentes de educação ambiental na comunidade
acadêmica, a presente unidade adotará a definição padrão presente na Lei 9.795,
de 27 de abril de 1999. Logo, a referida Lei define a educação ambiental como:
“Caracteriza-se como um mecanismo educacional que busca suscitar a
preocupação individual e coletiva para as questões ambientais e sociais,
por meio da construção de valores e princípios sociais, consciência
socioambiental, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a identificação e a proposição de soluções para os problemas
ambientais, preservando, contudo, a saúde humana e ambiental”.

Por meio desta definição, podemos observar aspectos importantes relacionados


à educação ambiental, como a preocupação desse instrumento em estimular uma
maior conscientização ambiental nos indivíduos e a construção de soluções para os
mais diversos desafios e problemas ambientais, como no caso do gerenciamento
dos resíduos e rejeitos sólidos.

E ainda segundo a Lei nº 9.795/99, que também instituiu a Política Nacional de


Educação Ambiental no Brasil, a educação ambiental deve ser considerada como
um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter
formal e não formal.

Esses dois tipos de educação ambiental, formal e não formal, serão descritos nos
tópicos a seguir.

113
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Educação Ambiental: Formal
A educação ambiental “Formal” consiste no tipo de educação que deve ser
desenvolvida e aplicada nas grades curriculares das diversas instituições de ensino
público e privado. Ou seja, a educação ambiental formal deve ser ministrada e
desenvolvida nos seguintes níveis e modalidades de educação e ensino adotados no
Brasil (Lei nº 9.394/96):

Figura 1
Fonte: Adaptado das leis nº 9.394/96 e 9.795/99

Além das modalidades de ensino ilustradas acima, a Lei 9.795/99 estabelece


também que a educação ambiental formal deve estar presente nos currículos de
formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.

Você Sabia? Importante!

A Lei federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, define as diretrizes e bases da


educação no Brasil, dividindo os níveis e modalidades de educação e ensino em:
» Educação básica;
» Educação superior;
» Educação especial;
» Educação profissional;
» Educação de jovens e adultos.

Educação Ambiental: Não formal


Já a educação ambiental “Não formal” é definida pela Lei 9.795/99 como:
“As ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade
sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa
da qualidade do meio ambiente”.

114
As ações de conscientização ambiental que compõem a educação ambiental
“Não formal” podem ser consideradas mais pragmáticas, quando comparadas com
a educação “Formal”. Ou seja, a educação ambiental “Não formal” configura-
se como um mecanismo de conscientização mais simples e direto, podendo
ser desenvolvida em campanhas de conscientização nos diversos segmentos da
sociedade como:
• Meios de comunicação em massa;
• Programas de educação ambiental em parcerias com escola, universidades
e organizações não governamentais (ONG) etc.;
• Programas educacionais desenvolvidos em comunidades tradicionais, agri-
cultores, unidades de conservação etc.;
• Programas e campanhas educativas.

É importante salientar que a educação ambiental, tanto de caráter “Formal”


quanto ”Não formal”, pode desenvolver importantes instrumentos de conscientiza-
ção, sobretudo em programas e campanhas educativas relacionadas ao gerencia-
mento de resíduos e rejeitos, abordando temas como: identificação e segregação/
acondicionamento de resíduos e rejeitos, coleta seletiva, destinação e disposição
final corretas etc.

A importância da educação ambiental nesses programas é ressaltada na Política


Nacional de Resíduos Sólidos, sendo considerada como um importante instrumento
de conscientização ambiental.

Educação Ambiental: Princípios Ambientais


Até agora vimos que a educação ambiental se caracteriza como uma vertente
educacional que busca despertar uma consciência individual e coletiva para as
questões ambientais e sociais (humanistas), de maneira formal e não formal. Esse
instrumento educacional acaba sendo uma via onde podemos difundir uma série
de ações de sensibilização e conscientização ambiental que venham a auxiliar na
elaboração de programas de gerenciamento de resíduos, tais como:
• Conceitos e Definições;
• Princípios Ambientais;
• Mudanças de comportamento de consumo.

A seguir, serão abordadas as principais características de cada aspecto ilus-


trado acima.

115
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Conceitos e Definições de Resíduos e Rejeitos
Foi explanado nos tópicos anteriores que a educação ambiental pode
ser considerada como um instrumento que pode alicerçar os programas de
gerenciamento de resíduos e rejeitos sólidos de diversas naturezas. Isto é, antes
da implementação de qualquer programa de gerenciamento de resíduos e rejeitos,
é importante investir na conscientização ambiental dos indivíduos que vierem a
participar desse projeto.

Por meio de campanhas de conscientização ambiental é possível ensinar os


indivíduos sobre a sua importância em todo o ciclo de gerenciamento correto de
seus resíduos e rejeitos. Ou seja, por meio de campanhas e programa educativos é
possível esclarecer as seguintes dúvidas como:
• O que é considerado como um rejeito?
• O que é considerado como um resíduo reciclável?
• O que pode e não pode ser reciclado? (ILUSTRAÇÃO)
• Qual material devo encaminhar para a logística reversa?
• Quais são os dias que meu município disponibiliza o recolhimento dos meus
resíduos recicláveis?

É reciclável?
Sim Sim Sim Sim
Tampas, potes, garrafas, Garrafas, Jornais, revistas, Latas de refrigerante,
recipientes de limpeza, potes, copos e caixas, rascunhos de óleo e sardinha,
brinquedos e baldes frasco de remédio escritos e papelão ferragens, canos,
arame e pregos

Não Não Não Não


Tomada, cabo de panela, Espelho, louça, Adesivos, etiquetas, Clipes, grampos, esponja
espuma, acrílico e cerâmica, óculos fita crepe, papel carbono, de aço, latas de tinha,
embalagens metalizadas e porcelana fotografias, papéis pilhas e baterias
engordurados, papel
toalha e higiênico

Figura 2 - Ilustração - O que pode ser e o que não pode ser reciclado

Portanto, a educação ambiental configura-se como uma mola propulsora de


campanhas de conscientização ambiental direcionadas para esclarecimento de
dúvidas conceituais, procurando esclarecer aos indivíduos aquilo que pode e não
pode ser encaminhado para os processos de reciclagem.

Essas ações devem ser desenvolvidas e aplicadas continuamente, ou seja, antes e


durante da implantação de um programa de gerenciamento de resíduos e rejeitos.

116
Princípios Ambientais nos Programas de Gerenciamento de
Resíduos e Rejeitos
Os princípios ambientais são constituídos por um conjunto de leis ou valores
considerados universais que definem as regras de eventuais políticas, campanhas e
programas ambientais.

Nesse tópico, serão ilustrados alguns dos principais princípios ambientais que
podem ser fundamentais no processo de conscientização ambiental de indivíduos
que venham a participar de programas de gerenciamento de resíduos e rejeitos.

Princípios da Prevenção e Precaução


Os princípios ambientais da “Prevenção” e “Precaução” são princípios oriundos
do direito ambiental e exercem um papel fundamental quando se pretende explicar
a importância de se implementar o gerenciamento, ambientalmente, correto de
resíduos e rejeitos perigosos e não perigosos.

Os autores de direito ambiental (BELTRÃO, 2009) e (ANTUNES, 2010) definem


os princípios da Prevenção e Precaução como:

Prevenção
“Princípio que objetiva proteger o meio ambiente e a saúde pública, por
meio da implementação de medidas preventivas quando houver ameaça
de danos graves e irreversíveis, já conhecidos, ao meio ambiente”.

Precaução
“Princípio utilizado quando se pretende evitar a degradação ambiental, nos
casos de incerteza científica acerca da extensão e característica da mesma”.

Em linhas gerais, adota-se o princípio da prevenção quando se pretende explicar


a importância de se implementar medidas preventivas quando há certeza de amea-
ça de danos ambientais graves irreversíveis. Ou seja, adota-se, por exemplo, o prin-
cípio da prevenção quando se efetua o tratamento prévio de resíduos perigosos,
pois já são conhecidos os diversos impactos nocivos à saúde humana e à qualidade
ambiental acarretados pelo descarte incorreto desses materiais.

Importante! Importante!

Prezado aluno, você pode consultar o material Didático das Unidades anteriores para
relembrar as características gerais dos resíduos sólidos considerados perigosos, tais
como: os resíduos de serviço de saúde dos grupos A (biológicos), B (químicos) e E
(perfurocortantes), pilhas e baterias, pneus, Resíduos de Equipamentos Elétricos e
Eletrônicos (REEE), etc.”

117
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Já o princípio da precaução é adotado quando se pretende proteger a saúde
pública e a qualidade ambiental nos casos de incerteza científica da extensão do
impacto ambiental que determinado resíduo ou rejeito poderá oferecer ao meio
ambiente. Como, por exemplo, em casos onde se reconhece que um eventual
descarte de um resíduo, sem tratamento prévio, poderá gerar algum impacto
ambiental. No entanto, nesse caso não se sabe a extensão ou tamanho desse
impacto, por isso adota-se o princípio da precaução.

Logo, o princípio da precaução é adotado no gerenciamento de resíduos que


podem oferecer risco à saúde pública e ao meio ambiente, como no caso de resíduos
farmacêuticos (restos de medicamentos). Embora não se saiba a extensão dos
impactos que esses resíduos podem oferecer à saúde humana e ao meio ambiente,
adota-se a incineração desses resíduos como medida de precaução de eventuais
impactos socioambientais.

Ética ambiental
A ética ambiental, criada em 1960, é um princípio ambiental que emergiu da
preocupação com a sobrevivência de todos os seres vivos do planeta, assim como
a preservação de seus respectivos habitats.

Esse princípio é precursor ao conceito de “Desenvolvimento sustentável”, sendo


definido pelos autores (BRENNAN, A. & LO, Y. S, 2002) como um princípio que
afirma que a conservação da vida humana está ligada à conservação da vida das
demais espécies do planeta.

A ética ambiental procura enxergar cada indivíduo diante da natureza, respeitan-


do todas as suas formas de vida, essa visão pode ser denominada como “ecocên-
trica”, ou seja, um princípio ambiental centrado na preservação da natureza. Esse
princípio diverge da visão antropocêntrica que coloca o ser humano, hierarquica-
mente, no centro do universo.

A figura abaixo simboliza as diferenças entre as linhas de pensamento “ecocên-


trica” e “antropocêntrica”.

Visão “Antropocêntrica” Visão “Ecocêntrica”

Figura 3

118
Explor
Ecocentrismo: é definido pelo autor DUNLAP (2008) como: “Grau em que as pessoas se
conscientizam sobre os problemas ambientais e são capazes de empenhar esforços para
contribuir na solução ou ao menos demonstrar vontade de engajar-se pessoalmente na
questão ambiental.”
Antrocêntrico: é definido pelo Dicionário Aurélio como um sistema filosófico que considera
o homem como o centro do universo

A ética ambiental considera, portanto, que o ser humano está inserido no meio
ambiente com as demais espécies sem hierarquia, ou seja, o ser humano faz parte da
natureza e não pode explorá-la, infinitamente, como se fosse seu único “proprietário”.

Responsabilidade Compartilhada
A responsabilidade compartilhada é um princípio ambiental que emergiu na
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10), sendo abordada no
material didático das unidades anteriores.

A Responsabilidade Compartilhada possui um caráter inovador e agregador


à temática de gestão de resíduos sólidos, postulando que todos os geradores de
resíduos, seja pessoa física quanto jurídica, são responsáveis pela destinação ou
disposição final, ambientalmente corretas, de seus resíduos.

Os geradores de resíduos sólidos na figura de pessoa física, quando houver um


sistema de coleta seletiva implementada no âmbito municipal, são obrigados a
acondicionar de forma correta seus resíduos, encaminhando aqueles passíveis de
reciclagem e reutilização ao sistema de coleta seletiva.

Já os geradores de resíduos na figura de pessoa jurídica, conforme abordado


no tópico anterior, deverão gerenciar seus resíduos sólidos e implementar os
mecanismos de minimização, reciclagem, tratamento e disposição final.

Logo, a Responsabilidade Compartilhada tem como objetivo os seguintes


preceitos gerais (PNRS, 2010):
• Promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a sua
cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas;
• Reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição
e os danos ambientais;
• Estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de pro-
dutos derivados de materiais reciclados e recicláveis;
• Incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.

119
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Publicidade das Informações
A publicidade das informações é um princípio ambiental importante, pois obriga
que os órgãos públicos divulguem ao público em geral seus atos administrativos.

A Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, também conhecida como


“Lei de Acesso à Informação”, assegura que os órgãos públicos deverão divulgar
informações de interesse público, independentemente de solicitações.

Figura 4

Logo, órgãos públicos como autarquias, fundações públicas, empresas públicas,


universidades públicas e sociedades de economia mista e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios deverão assegurar a gestão transparente da informação, propiciando
amplo acesso a ela e sua divulgação. (Lei nº 12.527/11).

Podemos citar o seguinte exemplo: Por meio desse princípio ambiental qualquer
cidadão poderá reivindicar, junto aos órgãos públicos citados, informações
relacionadas ao gerenciamento de seus resíduos e rejeitos, sobretudo se esses
órgãos são geradores de resíduos e rejeitos classificados como perigosos.

Nesse exemplo, o cidadão poderá propor e exigir a esses órgãos públicos


enquadrados na referida Lei, mecanismos, ambientalmente corretos, para o
gerenciamento de seus resíduos e rejeitos, buscando, portanto, assegurar a
preservação da saúde pública e qualidade ambiental.

Embora esse princípio ambiental seja muito importante para o exercício da


cidadania socioambiental, nota-se que a sua divulgação ainda é realizada de forma
tímida. Logo, a educação ambiental pode se configurar como um eficaz instrumento
de divulgação desse interessante princípio.

Princípios dos 3Rs, 5Rs e 8Rs


Por fim, a educação ambiental pode ser um instrumento pedagógico voltado
à promoção dos princípios ambientais dos “3Rs, 5Rs e 8Rs”. Esses princípios
ambientais são constantemente utilizados em ações de conscientização ambiental
pertencentes aos programas de gerenciamento de resíduos e rejeitos, sendo um
processo educativo cujo objetivo é a mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos
por meio da reciclagem, reutilização, redução do desperdício e consumo, etc.

120
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) define os princípios ambientais dos
“3Rs” e “5Rs” como:

3Rs
“Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Princípios que visam poupar os
recursos naturais e conter o desperdício”.

5Rs
“A política dos cinco R’s é constituída pelos seguintes princípios: Reduzir;
Repensar; Reaproveitar; Reciclar; Recusar produtos geradores impactos
socioambientais significativo”.

Já o Instituto Akatu define o princípio dos “8Rs” conforme ilustrada na figura abaixo:

Figura 5

121
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
É importante destacar que a adoção desses princípios ambientais pode gerar os
seguintes benefícios socioambientais e econômicos:
• Diminuição da extração e exploração de recursos naturais;
• Redução dos resíduos e rejeitos dispostos nos aterros e o aumento da sua
vida útil;
• Aumento da vida útil dos aterros sanitários;
• Redução dos gastos dos gestores públicos com o tratamento e disposição
final de resíduos e rejeitos;
• Incentivo a programas de coleta seletiva;
• Redução do uso de água e energia elétricas nos processos produtivos industriais;
• Inclusão social por meio de cooperativas e indústrias de reciclagem;
• Destinação e disposição final, ambientalmente corretas, de resíduos e rejeitos.

Mudanças de Comportamento de Consumo


A mudança de comportamento de consumo que a educação ambiental preconiza
busca, essencialmente, diminuir o consumo elevado de produtos, o desperdício de
alimentos, e, consequentemente, a geração abrupta de resíduos e rejeitos sólidos
descartados no meio ambiente. Por meio da mudança de comportamento podemos
diminuir a nossa geração de resíduos e rejeitos, aliando-se às políticas dos “3Rs,
5Rs e 8Rs”.

O consumismo, portanto, é um hábito comum nas sociedades de consumo


da modernidade, sendo diretamente ligado à exploração excessiva de recursos
naturais (água, combustíveis fósseis, madeira etc.), produzindo inúmeros impac-
tos socioambientais.

Consumismo: é definido pelo Manual de Consumo Sustentável como: a expansão da cultura


Explor

do “ter” em detrimento da cultura do “ser”. O consumo invade diversas esferas da vida social,
econômica, cultural e política. Neste processo, os serviços públicos, as relações sociais, a
natureza, o tempo e o próprio corpo humano se transformam em mercadorias.
Sociedade de Consumo: é definido pelo Manual de Consumo Sustentável como as
mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades contemporâneas. Refere-se à importância
que o consumo tem ganhado na formação e fortalecimento das nossas identidades e na
construção das relações sociais. Assim, o nível e o estilo de consumo se tornam a principal
fonte de identidade cultural, de participação na vida coletiva, de aceitação em um grupo e
de distinção com os demais.

Visando combater o consumismo, o desperdício de alimentos e a grande geração


de resíduos e rejeitos, o Ministério do Meio Ambiente elaborou um manual que visa
combater essas mazelas da sociedade moderna. Esse manual é intitulado como
“Consumo Sustentável” e entende que os atuais padrões de consumo estão nas
raízes da crise ambiental enfrentada pela sociedade moderna.

122
O manual “Consumo Sustentável” traz consigo uma importante proposta para
a construção de uma sociedade moderna, que visa propor a mudança dos padrões
de consumo atuais. Essa proposta é composta por três modelos de padrões de
consumo, tais como:

• Consumo Verde: Consumidor busca a melhor qualidade e preço, incluindo


em seu poder de escolha a variável ambiental. Ou seja, o consumidor prio-
riza produtos e serviços que não agridam o meio ambiente.
• Consumo ético, responsável e consciente: Modo de consumo que visa
à inclusão dos aspectos sociais, e não apenas ecológicos, nas ativida-
des de consumo. Nessa filosofia, os consumidores devem incluir, em suas
escolhas de consumo, um compromisso ético ambiental, considerando os
eventuais impactos sociais e ambientais que suas escolhas podem acarretar;
• Consumo sustentável: É uma proposta mais abrangente que as anteriores,
pois além das inovações tecnológicas e das mudanças de escolhas individuais
de consumo, prioriza as iniciativas coletivas e mudanças de políticas, econômi-
cas e institucionais, voltadas às mudanças de padrões e os níveis de consumo.

O presente tópico procurou enfatizar que a mudança de hábitos de consumo


tanto do indivíduo como da sociedade pode gerar impactos positivos nas esferas
social, ambiental e econômica. Isto é, por meio da mudança dos padrões de
consumo o indivíduo poderá agregar conceitos presentes nas políticas dos “3Rs,
5Rs e 8Rs”, tais como:
• Reduzir: O volume de resíduos gerados e o desperdício de alimentos;
• Recusar/Refletir/Repensar: Sobre a consciência e uma responsabilidade
quanto aos impactos sociais e ambientais que suas escolhas podem acarre-
tar ao ambiente;
• Respeitar/Repassar: Novos valores e hábitos de consumo, visando adotar
os princípios da ética ambiental e desenvolvimento sustentável.

Considerações Finais
Nessa unidade, foi possível estudar a importância da educação ambiental na
conscientização dos indivíduos, sobretudo nas ações relativas aos programas de
gerenciamento de resíduos e rejeitos sólidos.

Observamos que por meio da educação ambiental muitos princípios podem ser
abordados e difundidos, enfatizando a importância da participação de todos na
elaboração de medidas e propostas voltadas ao gerenciamento, ambientalmente
correto, dos resíduos e rejeitos gerados pela sociedade moderna.

123
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Para aqueles discentes que desejam ampliar seus conhecimentos acerca do contexto
histórico sobre a formação do instrumento pedagógico “Educação Ambiental” recomenda-
se a leitura dos seguintes materiais complementares:

Sites

Principais marcos históricos mundiais da educação ambiental. Ambiente Brasil (Online)


ARAÚJO, T. C. D. Principais marcos históricos mundiais da educação ambiental. Ambiente
Brasil (Online), São Paulo, setembro 2007
https://goo.gl/fgZFhn
Carta de Belgrado. 1975
https://goo.gl/2GV9u1
Declaração de Estocolmo: Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. 1972
https://goo.gl/yce5jU
DECLARAÇÃO DE TBILISI. Global Development Research Center
https://goo.gl/GYeHRq
Dicionário Aurélio-Online. Banco de dados
https://goo.gl/1Moyez
Environmental Ethics, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Summer 2002 Edition)
BRENNAN, A.; LO, Y. S. Environmental Ethics, The Stanford Encyclopedia of Philosophy
(Summer 2002 Edition), Edward N. Zalta (ed.).
https://goo.gl/IKCe6N
Consumo Sustentável: Manual de Educação
Consumo Sustentável: Manual de educação. Brasília: Consumers International/MMA/MEC/
IDEC, 2005. 160 p.

Livros
A Educação Ambiental Frente aos Desafios Apresentados pelos Discursos Contemporâneos sobre a Natureza.
REIGOTA, Marcos. A Educação Ambiental frente aos desafios apresentados pelos discursos
contemporâneos sobre a natureza. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 36, n. 2, Aug. 2010.

Educação Ambiental como Política Pública.


SORRENTINO, Marcos et al . Educação ambiental como política pública. Educ. Pesqui. São
Paulo, v. 31, n. 2, Aug. 2005.

Direito Ambiental
ANTUNES, P. B. Direito Ambiental. 12.ed. Rio de Janeiro, 2010. Editora Lumenjuris.

Direito Ambiental
BELTRÃO, Antônio F. G. Direito Ambiental. 2.ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2009.

124
Referências
Agenda 21: Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e De-
senvolvimento. Disponível em: http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/
agenda21.pdf
ANTUNES, P. B. Direito Ambiental. 12.ed. Rio de Janeiro, 2010. Editora Lumenjuris.
ARAÚJO, T. C. D. Principais marcos históricos mundiais da educação
ambiental. Ambiente Brasil (Online), São Paulo, setembro 2007. Disponível
em: http://noticias.ambientebrasil.com.br/artigos/2007/09/11/33350-principais-marcos-
historicos-mundiais-da-educacao-ambiental.html

BELTRÃO, Antônio F. G. Direito Ambiental. 2.ed. rev. e atual. Rio de Janeiro:


Forense; São Paulo: Método, 2009.
BRENNAN, A.; LO, Y. S. Environmental Ethics, The Stanford Encyclopedia
of Philosophy (Summer 2002 Edition), Edward N. Zalta (ed.). Disponível em:
http://plato.stanford.edu/archives/sum2002/entries/ethics-environmental.
Carta de Belgrado. 1975. Disponível em: http://www.mma.gov.br/
Consumo Sustentável: Manual de educação. Brasília: Consumers International/
MMA/ MEC/IDEC, 2005. 160 p
Declaração de Estocolmo: Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente. 1972. Disponível em: http://www.mma.gov.br/
DECLARAÇÃO DE TBILISI. Global Development Research Center. Disponí-
vel em: http://www.gdrc.org/uem/ee/tbilisi.html.
Dicionário Aurélio-Online. Banco de dados. Disponível em: https://dicionario-
doaurelio.com
DUNLAP, R. The new environmental paradigm scale: from marginality to
worldwide use. The Journal of Environmental Education, 2008. 40(1), 3-18.
Instituto AKATU. Dados institucionais. Disponível em: http://www.akatu.org.br/
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm

Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12305.htm

125
Educação Ambiental: Instrumento de Conscientização Ambiental
UNIDADE nos Programas de Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos
6
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações
previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art.
216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159,
de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm

Ministério do Meio Ambiente. Dados Institucionais. Disponível em: http://www.


mma.gov.br/

REIGOTA, Marcos. A Educação Ambiental frente aos desafios apresentados


pelos discursos contemporâneos sobre a natureza. Educ. Pesqui., São Paulo,
v. 36, n. 2, Aug. 2010.

SORRENTINO, Marcos et al . Educação ambiental como política pública. Educ.


Pesqui. São Paulo, v. 31, n. 2, Aug. 2005.

UNESCO. Declaration of Thessaloniki (1997). Disponível (em inglês) em:


http://unesdoc.unesco.org/images/0011/001177/117772eo.pdf.

126
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