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Resumo: Os ensaios de flexão em três pontos e cisalhamento são importantes para a engenharia,
pois fornecem dados sobre a resistência mecânica dos materiais, como módulo de elasticidade e
tensão de ruptura. Nestes experimentos foram feitos tais ensaios para o aço 1020 e o alumínio e
comparados os resultados.
1. Introdução
As propriedades dos materiais podem ser divididas em físicas e químicas; entre as propriedades
físicas existem as propriedades mecânicas que podem ser determinadas através de ensaios
mecânicos, como o ensaio de flexão e o de cisalhamento, assim pode-se medir os esforços aos
quais o material é capaz de resistir ou transmitir [1].
O ensaio de flexão consiste em colocar um corpo de prova, o qual pode ter seção com forma
circular ou retangular, seguindo o método A-438 da ASTM, sob dois apoios distanciados entre si e
submete-lo a uma carga que inicialmente é zero e aumenta paulatinamente, até o rompimento da
peça. Esse ensaio pode ser feito usando três ou quatro apoios, sendo o primeiro mais explorado,
nesse, uma carga é aplicada a uma distância igual dos dois outros apoios; no segundo, é usada uma
barra com dois apoios com aplicação de carga em dois pontos [2]. Na figura 1 é ilustrado um ensaio
de flexão em três pontos.
A tensão de flexão é a tensão máxima na superfície do corpo de prova que passa pelo ensaio de
flexão. No ponto de aplicação da carga a peça sofrerá compressão, enquanto a superfície oposta à
essa aplicação de carga será tracionada, normalmente materiais frágeis têm como importante
propriedade mecânica maior resistência a compressão do que a tração, ou seja, a parte da peça com
maior tendência à fratura é a superfície tracionada. A partir do ensaio de flexão pode-se obter
propriedades do material como o módulo de ruptura do material, também o módulo de elasticidade,
de resiliência e de tenacidade [2, 3]. O módulo de elasticidade é possível de ser calculado pois este
ensaio trabalha dentro da região elástica do material, na Equação 1, o módulo de elasticidade é
colocado em função da força aplicada (F), da flecha medida para cada carga, da distância entre os
apoios (L) e das dimensões do corpo de prova (b, h) [4].
O ensaio de cisalhamento, por sua vez, consiste em um escorregamento paralelo de uma parte
da peça sobre a outra, por fim, separando-as. Neste ensaio o corpo de prova é, geralmente, um
produto acabado como parafusos, pinos e rebites, pois a forma do produto final influencia na
resistência ao cisalhamento. A figura 2 esquematiza como é feito este ensaio mostrando onde
ocorrem as regiões de cisalhamento no corpo de prova [5].
2. Materiais e Métodos
2.1. Materiais
● Pinos e barras de aço 1020 e de alumínio;
● Paquímetro;
● Régua;
● Máquina de Ensaio universal, marca Mohr & Federhaff Losenhausen.
2.2. Métodos
Primeiramente, foram realizados os ensaios de cisalhamento no aço 1020 e no alumínio
comercial. Previamente ao ensaio, as dimensões dos corpos de prova foram medidas com auxílio de
um paquímetro, em três pontos diferentes a fim de se obter uma média e posteriormente utilizar este
valor para o cálculo da área. Em seguida, cada corpo de prova foi colocado e ensaiado
separadamente na Máquina Universal. O ensaio foi realizado com aplicação gradativa de carga com
velocidade de 1mm/min até a ruptura, encontrando a força de ruptura que, juntamente com a área,
foram utilizadas para calcular a tensão de ruptura ao cisalhamento.
Figura 3. Ensaio de cisalhamento.
Após o ensaio de cisalhamento, foi realizado o ensaio de flexão em três pontos, na mesma
máquina em que foi realizado o ensaio de cisalhamento. Assim como nos corpos de prova utilizados
para cisalhamento, os corpos de prova também foram medidos com auxílio de uma régua para se
determinar o comprimento (L) e um paquímetro para determinação da base (b) e da altura (h). As
barras foram apoiadas sobre dois pontos, sendo o terceiro ponto o que transmitia a força aplicada
pela máquina. Tal força aplicada foi pré estabelecida (100, 200, 300, 400 e 500 Kgf) e exercida a
uma taxa de 0,5mm/min e assim, foram anotadas as flechas correspondentes através do relógio
comparador.
3. Resultados e Discussão
3.1. Ensaio de Cisalhamento
Força [kgf] Força [N] Flecha Média [mm] Flecha Média [mm]
A partir da Tabela 3 foram plotadas as curvas de Força vs Flecha para o aço 1020 e alumínio
(Figuras 5 e 6).
Figura 5. Curva Força x Flecha para Aço 1020.
Através dos coeficientes angulares das curvas plotadas, obteve-se os valores da razão F/f (tg
α), os quais foram utilizados para o cálculo do módulo de elasticidade (E) de cada material. Tais
valores foram obtidos através das equações de linearização da reta seguido da Equação 5.
τ t = (Mt * c) / I
Mt = (F . L) / 4
Tabela 4. Valores calculados para τ f (carga de 500 kgf), para o aço 1020 e o alumínio.
4. Conclusão
Com base nas discussões realizadas, conclui-se que o aço 1020 tem melhores propriedades
mecânicas em comparação ao alumínio comercialmente puro. Tal fato ocorre porque a adição de
carbono no aço afeta diretamente em suas propriedades mecânicas. Por isso, o aço 1020 seria o aço
mais indicado para um trabalho que exige resistência mecânica.
5. Referências Bibliográficas
[1] Callister Jr., W. D.; Rethwisch D. G. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução. 8 ed., Rio
de Janeiro: LTC, 2013.
[2] Garcia, A.; Spim, J. A.; Santos, C. A. Ensaios dos Materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
[3] Souza, S. A. Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos. Fundamentos teóricos e práticos. 5 ed.,
São Paulo: Edgard Blucher, 1982.
[4] F. P. Beer; E. Russell. “Resistência dos Materiais” Pearson Makron Books, 3ªedição, 1995