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Desde que João Paulo II morreu em 2005, uma interpretação diferente de Apocalipse 17: 9-11
ganhou força:
Quando Francisco foi eleito, esta interpretação perdeu sua última chance de acertar alguma
coisa. Porém, o maior problema é que aqueles que interpretam dessa forma, não seguem as
regras básicas de interpretação profética da Bíblia.
Regra 1: Historicismo:
A Igreja Adventista, assim como a maioria esmagadora dos protestantes de língua inglesa até o
século 19, acredita que as profecias devem ser interpretadas ao longo da história: passado,
presente e futuro. Portanto, elas precisam ser consideradas dentro desse percurso de tempo e
não aplicadas apenas ao “passado” ou ao “futuro”.
Regra 2: As profecias de Daniel e Apocalipse não identificam pessoas mas sim potências,
impérios ou países.
Um exemplo claro encontramos em Daniel 2:38, quando Daniel diz a Nabucodonosor: “Você é
a cabeça de ouro”. A cabeça era Nabucodonosor? Não, era Babilônia, pois Belsazar era
também da cabeça até que ele foi derrubado pelo “peito” da estátua que representava a Medo-
pérsia.
Não há uma única profecia de Daniel e Apocalipse que dê ênfase à uma pessoa em particular.
Só esta regra derruba completamente a interpretação de que Apocalipse 17 se refere a “sete
papas”… Mas, há outros erros.
Precisamos interpretar usando a mesma linguagem usada em outras profecias. Vamos analisar
os símbolos e seu significado.
De acordo com Apocalipse 17:9-11, as “montanhas” são “cabeças” que são “reis” e a última é
“uma besta”. Portanto, “rei” não pode ser a interpretação, mas o símbolo. Vamos analisar mais
detalhes:
Sentar-se: diz-se que a prostituta está sentada sobre muitas águas (17:1, 15), em cima de uma
besta escarlate (17:3) e sobre sete colinas (17:9).
O ato de sentar significa que a prostituta não apenas governa sobre os reis da terra (17:18),
mas também sobre toda tribo, língua e nação (13:7) (E. Bohr, Secrets Unsealed)
Montes: Você pode ver que são “poderes” ou “reinos” em várias referências: Daniel 2:34, 35,
44; Jeremias 51:25; Miqueias 4:1. Não há uma única evidência de que “colina” ou “montanha”
seja uma pessoa. Isso também indica que as montanhas não são literais, uma vez que Roma
não é a única cidade com 7 colinas. Lisboa e São Francisco também têm, entre outras.
Besta: Apocalipse 17:11 diz: “E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete,
e vai à perdição.” Em Apocalipse (veja, por exemplo, o cap. 13), “besta” é sempre “poder”:
besta que sobe do mar (papado), besta que sobe da terra (EUA).
Rei: É também um poder na Bíblia, como é o “Rei do Norte” e o “Rei do do Sul” em Daniel 11.
Eles são poderes. Daniel 7 diz em vários momentos que os “animais” (ou bestas) são “reis”.
Sendo Apocalipse 17 da mesma natureza que o livro de Daniel (um livro apocalíptico), é óbvio
que o significado para “reis” é o mesmo.
Cabeça: Cabeça é raramente usado nas profecias da Bíblia, mas se entende que também são
poderes ou símbolos de força ou poder. O dragão de Apocalipse 12, a besta de Apocalipse 13
e 17 têm 7 cabeças. J. N. Andrews interpreta isso como sete poderes e outros interpretam
como poder pleno (7 simboliza plenitude). Mas ninguém identifica como uma pessoa.
Resumindo:
O mesmo acontece quando diz que temos o “nome de Deus escrito nas testas”. Recebemos o
caráter de Deus em nossa mente.
Assim, 666 não é o NOME da besta literalmente, mas sim o CARÁTER dela que se revela
numa aberta e total oposição Deus.
Desse modo, o 666 não pode em hipótese alguma ser interpretado como “VICARIVS FILII DEI”
ou “JOANNES PAVLVS SECONDO”. Se o uso da gematria fosse um recurso interpretativo
válido, alguns autores teriam razão em alegar que no nome de Ellen G. White, co-fundadora do
adventismo, também se encontra o 666.
João escreveu o Apocalipse em grego, não em latim. Portanto, é absurdo relacionar o 666 com
o inexistente título papal escrito em latim. O mais lógico seria calcular o “número” ou “nome” da
besta usando as letras em grego. Não acha?
OS SETE PAPAS
Creio que não há dúvida de que a interpretação que estamos discutindo está cheia de erros
teológicos. Há também erros de lógica.
1. Pio XI (1922-1939)
2. Pio XII (1939-1958)
3. João XXIII (1958-1963)
4. Paulo VI (1963-1978)
5. João Paulo I (1978)
– Eles caíram (a partir da perspetiva do tempo a que a profecia se aplica. Outro erro, pois isso
aplica à Apocalipse 17 não o método historicista, mas futurista)
Há várias interpretações possíveis. Portanto, devemos reconhecer que ainda não sabemos
todos os detalhes sobre Apocalipse 17. Porém, o único consenso é que tais “reis” não são
“papas” individuais.
Para o Pr. Bohr, por exemplo, a interpretação seria um pouco diferente, começando Egito e
Assíria, mas com Babilônia:
1. Babilônia.
2. Medos e persas.
3. Grécia.
4. Roma Imperial.
5. Os poderes civis da Europa sob o domínio do papado durante o
1260 anos.
6. O poder civil dos Estados Unidos sob o protestantismo apóstata
7. Roma papal ressuscitada de sua ferida mortal e aliada com o protestantismo
apostatado e os “reis” (todo sistema político e governamental) da terra.
1. Babilônia.
2. Medo-Pérsia.
3. Grécia.
4. Roma.
5. Reinos europeus.
6. Papado medieval (de 538 à 1798 d.C).
7. O ateísmo da Revolução Francesa.
8. Papado depois da cura da ferida (segunda fase do 6º rei)
Portanto, não se deixe guiar por interpretações particulares, sem base bíblica consistente.
Adote a metodologia correta (historicista) e assim seguirá por um caminho mais seguro em sua
jornada de estudo das profecias.
“Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam
as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo” (Ap 1:3).