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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Embrapa Mandioca e Fruticultura


Ministério da Agricultura e do Abastecimento

BANANA
Fitossanidade

Zilton José Maciel Cordeiro


Organizador

Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia


Brasília - DF
2000
Série Frutas do Brasil, 8

Copyright © 2000 Embrapa/MA

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Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia Embrapa Mandioca e Fruticultura


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Responsável pela edição: José Márcio de Moura Silva


Coordenação editorial: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia
Revisão, normalização bibliográfica e edição: Vitória Rodrigues
Planejamento gráfico e editoração: Marcelo Mancuso da Cunha

1ª edição
1ª impressão (2000): 3.000 exemplares

Todos os direitos reservados.


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação do Copyright © (Lei nº.9.610).

CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação.
Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia.

Banana. Fitossanidade / ???????????????????..[et al.]. ; Embrapa Mandioca e


Fruticultura (Cruz das Almas, BA). — Brasília: Embrapa Comunicação para
Transferência de Tecnologia, 2000.
?????p. ; (Frutas do Brasil ; 8).

Inclui bibliografia.
ISBN ????????????

1. Banana - Fitossanidade. 2. Banana - Pragas e doenças. I. ??????????, II.


Embrapa Mandioca Fruticultura (Cruz das Almas, BA). III. Série.
CDD ??????
© Embrapa 2000
AUTORES
UTORES
Ana Lúcia Borges
Engo. Agro., D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas, Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura,
Caixa Postal 007, CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.
E-mail: analucia@cnpmf.embrapa.br
Atônio Lindemberg Martins Mesquita
Eng o. Agr o., D.Sc. Entomologia Agrícola, Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical,
Caixa Postal 3761, Cep 60511-110, Fortaleza, CE
E-mail: mesquita@cnpat.embrapa.br
Aristoteles Pires de Matos
Engo Agro Ph.D. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,
CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.
E-mail: apmatos@cnpmf.embrapra.br
Dilson da Cunha Costa
Eng.º Agrº, M.Sc. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,
CEP 44380-000,Cruz das Almas,BA.
E-mail: dcosta@cnpmf.embrapa.br
Jairo Ribeiro da Silva
Eng.o Agro, B.Sc., Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal - Secretaria de Defesa Sanitária Vegetal,
Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Esplanada dos Ministérios Bloco D anexo A,
CEP 70043-900, Brasília, DF.
E-mail: Jsilva@agricultura.gov.br
José Eduardo Borges de Carvalho
Eng. Agr. D. Sc. em Manejo e Conservação de Solo, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura,
Caixa Postal 007 CEP 44380-000 Cruz das Almas BA
E-mail: jeduardo@cnpmf.embrapa.br
Luadir Gasparotto
Eng.o Agro, D.Sc. em Fitopatologia , Pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Caixa Postal 319,
CEP 69.048-660, Manaus, AM.
Marilene Fancelli
Engo. Agro., M.Sc. em Etimologia, Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,
CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.
E-mail: fancelli@cnpmf.embrapa.br
Paulo Ernesto Meissner Filho
Eng.º. Agrº., D.Sc. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,
CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA
E-mail: meissner@cnpmf.embrapa.br
Paulo Sérgio Torres Brioso
Eng.º. Agrº., D.Sc., Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Caixa Postal 74585,
Departamento de Entomologia e Fitopatologia, CEP 23851-970, Seropedica, RJ.
E-mail: brioso@whouse.com.br
Zilton José Maciel Cordeiro
Engo. Agro., D.Sc. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,
CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.
E-mail: zilton@cnpmf.embrapa.br
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO

Uma das caraterísticas do Programa Avança Brasil é a de conduzir os empreendi-


mentos do Estado, concretizando as metas que propiciem ganhos sociais e institucionais
para as comunidades às quais se destinam. O trabalho é feito para que, ao final da
implantação de uma infra-estrutura de produção, as comunidades envolvidas acrescen-
tem, às obras de engenharia civil requeridas, o aprendizado em habilitação e organização,
que lhes permita gerar emprego e renda, agregando valor aos bens e serviços produzidos.
O Ministério da Agricultura e do Abastecimento participa desse esforço, com o
objetivo de qualificar nossas frutas para vencer as barreiras que lhes são impostas no
comércio internacional. O zelo e a segurança alimentar que ajudam a compor um
diagnóstico de qualidade com sanidade são itens muito importantes na competição com
outros países produtores.
Essas preocupações orientaram a concepção e a implantação do Programa de Apoio
à Produção e Exportação de Frutas, Hortaliças, Flores e Plantas Ornamentais – FRUPEX.
O Programa Avança Brasil, com esses mesmos fins, promove o empreendimento
Inovação Tecnológica para a Fruticultura Irrigada no Semi-árido Nordestino.
Este Manual reúne conhecimentos técnicos sobre a fitossanidade da banana. Tais
conhecimentos foram reunidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
Embrapa – em parceria com as demais instituições do Sistema Nacional de Pesquisa
Agropecuária, para dar melhores condições de trabalho ao setor produtivo, preocupado
em alcançar padrões adequados para a exportação.
As orientações que se encontram neste Manual são o resultado da parceria entre o
Estado e o setor produtivo. As grandes beneficiadas serão as comunidades para as quais
as obras de engenharia também levarão ganhos sociais e institucionais incontestáveis.
Tirem todo o proveito possível desses conhecimentos.

Marcus Vinicius Pratini de Moraes


Ministro da Agricultura e do Abastecimento
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
FITOSSANIDADE NA EXPORTAÇÃO DE BANANA .................................................................. 9
Importância ....................................................................................................................................................... 9
Termos e coonceitos ...................................................................................................................................... 10
Fitossanidade................................................................................................................................................... 10
Pragas quarentenárias ..................................................................................................................................... 11
Erradicação ...................................................................................................................................................... 11
Inspeção ........................................................................................................................................................... 11
Quarentena pós-entrada ................................................................................................................................ 12
Monitoramento ............................................................................................................................................... 12
Área livre ......................................................................................................................................................... 12
Planos de contingência ou emergência ........................................................................................................ 12
Tratamento pós-colheita ................................................................................................................................ 12
Exigeências para exportação ......................................................................................................................... 14
CAPÍTULO 2
MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS .................. 15
Importância ..................................................................................................................................................... 15
Desenvolvimento dos problemas fitossanitários ........................................................................................ 15
Ambiente e localização .................................................................................................................................. 15
Escolha e aquisição de materiais propagativos ............................................................................................ 16
Cuidados no estabelecimento do pomar ...................................................................................................... 17
Monitoramento do bananal ........................................................................................................................... 18
Desenvolvimento na pré-colheita e colheita ............................................................................................... 19
CAPÍTULO 3
PRAGAS ......................................................................................................................................................... 21
Broca-do-rizoma - Cosmopolites sordidus (Germ.) (Coleoptera: Curculionidae). ........................................ 21
Bulgões - Pentalonia nigronervosa Coq. (Homoptera: Aphididae) Aphis gossypii glover (Homoptera: Aphididae)
Myzus persicae (sulzer) (Homoptera: aphididae) ............................................................................................ 26
Tripes - Frankliniella spp. (Thysanoptera: Aelothripidae) Thrips spp., Chaetanaphothrips spp.,Caliothrips bicinctus
Bagnall, Tryphactothrips lineatus Hood, Hercinothrips spp. (Thysanoptera: Thripidae) ................................ 28
Traça-da-bananeira - Opogona sacchari (Bojer) (Lepidoptera: Lyonetiidae) ................................................ 32
Lagartas-desfolhadoras - Caligo spp., Opsiphanes spp. (Lepidoptera: Nymphalidae), Antichloris spp.
(Lepidoptera: Arctiidae) ................................................................................................................................. 33
Outras pragas .................................................................................................................................................. 34
CAPÍTULO 4
DOENÇAS FÚNGICAS E BACTERANAS ....................................................................................... 36
Sigatoka-amarela - (Mycosphaerella musicola = Pseudocercospora musae ).......................................................... 36
Sigatoka-negra - (Mycosphaerella fijiensis = Paracercospora fijiensis) ................................................................. 43
Mal-do-panamá - (Fusarium oxysporum f. sp. cubense) .................................................................................... 48
Doenças de frutos .......................................................................................................................................... 51
Doenças de pré-colheita ................................................................................................................................ 51
Outras doenças fúngicas ................................................................................................................................ 56
Doenças bacterianas ....................................................................................................................................... 59
Moko (Ralstonia solanacearum, raça 2) ............................................................................................................. 59
Podridão-mole (Erwinia spp.) ........................................................................................................................ 63
Outras doenças bacterianas ........................................................................................................................... 65
CAPÍTULO 5
DOENÇAS CAUSADAS POR NEMATÓIDES ................................................................................. 66
Nematóide cavernícola (Radopholus similis, raça bananeira) ....................................................................... 66
Nematóides-das-galhas (Meloidogyne spp.) .................................................................................................... 70
Outros nematóides ......................................................................................................................................... 72
Medidas gerais de controle ............................................................................................................................ 73
CAPÍTULO 6
DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS ................................................................................................... 78
Viroses quarentenárias ................................................................................................................................... 78
topo-em-leque - (banana bunchy top virus, BBTV) ......................................................................................... 78
mosaico-das-brácteas - (banana bract mosaic virus, BBrMV) ......................................................................... 79
viroses existentes no Brasil ............................................................................................................................ 79
Mosaico-do-pepino - (Cucumber mosaic virus, CMV) .................................................................................... 79
Estrias-da-bananeira (Banana streak virus, BSV) ........................................................................................... 81
CAPÍTULO 7
PLANTAS DANINHAS ............................................................................................................................ 83
Introdução ....................................................................................................................................................... 83
Matocompetição na cultura da banana ........................................................................................................ 83
Métodos de controle ...................................................................................................................................... 84
CAPÍTULO 8
PROBLEMAS DE CAUSA ABIÓTICA E ANORMALIDADES
DE CAUSA DESCONHECIDA ............................................................................................................. 87
Problemas de causa abiótica .......................................................................................................................... 87
Introdução ....................................................................................................................................................... 87
Mancha-de-maturidade .................................................................................................................................. 87
Queima de sol ................................................................................................................................................. 87
Quimeras ......................................................................................................................................................... 87
Chilling (Friagem) ............................................................................................................................................ 87
Azul-da-bananeira ........................................................................................................................................... 88
Afloramento-de-rizoma ................................................................................................................................. 88
Defeito na abertura da folha ......................................................................................................................... 89
Deficiências nutricionais ................................................................................................................................ 89
Problemas de causa desconhecida ................................................................................................................ 92
CAPÍTULO 9
USO DE AGROTÓXICOS EM BANANEIRA ................................................................................ 96
Introdução ....................................................................................................................................................... 96
Toxicidade dos defensivos agrícolas ............................................................................................................ 97
Equipamentos de proteção individual – EPIs ............................................................................................ 97
Armazenamento ............................................................................................................................................. 98
Receituário agronômico ............................................................................................................................... 100
Aquisição dos defensivos agrícolas ............................................................................................................. 101
Cuidados no manuseio dos defensivos ...................................................................................................... 101
Descarte das embalagens vazias .................................................................................................................. 103
Intoxicações com defensivos agrícolas ...................................................................................................... 104
Tratamento médico ...................................................................................................................................... 106
Causas de fracassos no controle fitossanitário .......................................................................................... 107
Manutenção e lavagem dos pulverizadores ............................................................................................... 107
CAPÍTULO 10
ENDEREÇOS ÚTEIS ............................................................................................................................. 109
CAPÍTULO 11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 115
CAPÍTULO 12
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................................... 119
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 9

1 FITOSSANIDADE NA
EXPORTAÇÃO DE
BANANA
Jairo Ribeiro da Silva
Zilton José Maciel Cordeiro

IMPORTÂNCIA primeiro consumidor mundial dessa fruta.


Uma parcela estimada em 1% da produção
A banana é o principal produto do nacional é exportada, destacando-se o Uru-
comércio internacional de frutas frescas, guai e a Argentina como principais impor-
movimentando, aproximadamente, US$ 5 tadores (Tabela 1).
bilhões anuais. Os maiores produtores são
Índia, Equador, Brasil e Filipinas. Nas ex- Internamente, a cultura ocupa o se-
portações, o Equador, a Costa Rica, a Co- gundo lugar em volume e valor da produ-
lômbia e as Filipinas lideram o comércio ção entre as frutas produzidas, perdendo
exportador. O Brasil e a Índia, apesar de apenas para a laranja. Além disso, a
serem grandes produtores mundiais, têm bananicultura sempre foi uma das ativida-
participação inexpressiva no mercado in- des agrícolas de grande importância pelo
ternacional. Praticamente toda a produção papel social que exerce na fixação do
nacional de banana é comercializada no homem no campo e na geração de empre-
mercado interno, o que torna o Brasil o go rural.

Tabela 1. Evolução das exportações brasileiras de bananas frescas e secas no período de 1996 a
1998.

Ano de 1996 Ano de 1997 Ano de 1998 (***)


Destino
Valor (*) Quant. (**) Valor (*) Quant. (**) Valor (*) Quant. (**)
Argentina 3.620,00 20.318,00 4.568,00 26.007,00 5.035,00 30.532,00
Uruguai 2.529,00 09.621,00 3.694,00 14.020,00 2.227,00 12.270,00
Países Baixos 0,00 0,00 70,50 18,70 43,50 11,40
Espanha 0,00 0,00 24,80 6,90 115,20 348,30
Chile 55,00 13,80 12,20 3,00 3,80 1,00
Alemanha 22,20 3,90 7,90 1,90 4,30 1,10
EUA 0,00 0,00 3,60 3,20 0,00 0,00
Cabo Verde 0,00 0,00 0,40 0,90 0,20 0,20
Dinamarca 0,40 0,10 0,40 0,10 0,00 0,00
Total 6.226,60 29.956,80 8.381,80 40.061,70 7.429,00 43.152,00
Fonte: FNP/SECEX/DECEX.
(*) US$ 1.000 FOB; (**) Em toneladas; (***) Até junho.
10 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Embora o Brasil figure como um gran- texto da Convenção Internacional para


de produtor e consumidor, a bananicultura Proteção de Vegetais adotado na XX Ses-
nacional enfrenta sérios problemas nas fa- são da Conferência da Organização das
ses de produção e pós-colheita, que limitam Nações Unidas para Alimentação e Agri-
a sua inserção no mercado internacional. cultura - FAO, bem como pela Resolução
Dentre os fatores limitantes, inclui-se a 14/79, promulgada pelo Decreto n.º 318,
qualidade da fruta que é produzida, da qual de 31 de outubro de 1991 e publicado no
se perde cerca de 40%. Isto é reflexo do Diário Oficial da União de 1º de novembro
manejo inadequado durante a produção e de 1991, o termo praga significa qualquer
após a colheita. Um dos fatores de perda é forma de vida vegetal ou animal, ou qual-
a qualidade fitossanitária da fruta. Sabe-se quer agente patogênico daninho ou poten-
que somente frutos de alta qualidade, pro- cialmente daninho para os vegetais ou pro-
duzidos livres de pragas, doenças e distúr- dutos vegetais.
bios diversos são capazes de conquistar
A presença de pragas constitui, por-
novos mercados. Existem, entretanto, exi-
tanto, motivo de preocupação para o agri-
gências específicas da parte dos países im-
cultor por representar uma ameaça cons-
portadores de frutas frescas, que devem,
tante à produção vegetal dessa fruta.
necessariamente, ser atendidas. Em primei-
ro lugar, são feitas rigorosas restrições à As pragas podem disseminar-se de
entrada de frutas portadoras de organismos uma região para outra por caminhos natu-
exóticos, que possam representar risco para rais como, por exemplo, o vento e pássaros,
a agricultura do país importador. Outra ou ainda por vias criadas pelo homem, o
restrição importante diz respeito aos qual, sem dúvida, vem contribuindo para
agrotóxicos utilizados na fase de produção tal dispersão desde que se engajou na agri-
das frutas e a seus resíduos, os quais são cultura. Nesse sentido, o homem tem
objeto de vigilância permanente. Neste sen- desempenhado um papel de destaque devi-
tido, o Brasil pode beneficiar-se das condi- do à expansão dos movimentos migratóri-
ções climáticas apresentadas principalmen- os das populações, à intensificação do co-
te pela região Nordeste, que, associadas ao mércio internacional e ao progresso dos
manejo adequado da irrigação podem, pro- meios de transporte (terrestre, marítimo e
porcionar o desenvolvimento de uma aéreo), fatos que ampliaram substancial-
bananicultura com baixa incidência de do- mente os riscos de disseminação de pragas.
ença, oferta regular e boa qualidade dos
No início do século, os países passa-
frutos. As melhores bananas do mundo são
ram a adotar maior controle sanitário, a fim
produzidas nas zonas mais quentes do glo-
de evitar o ingresso e o estabelecimento de
bo, especialmente entre os trópicos de Cân-
cer e Capricórnio. pragas exóticas, já pensando na proteção da
agricultura e do meio ambiente. O conjunto
Esses fatores e condições mostram a de práticas, medidas ou métodos para im-
importância da fitossanidade na exporta- pedir a introdução e o estabelecimento,
ção da fruta e apontam para a necessidade bem como controlar essas pragas constitui
de levar ao produtor informações práticas o que se denomina defesa sanitária vegetal,
e objetivas, que possibilitem a internalização quarentena vegetal ou fitossanidade.
das informações e a conseqüente aplicação
de novos conhecimentos e a solução dos A quarentena vegetal, que as autorida-
problemas nas próprias áreas de produção. des públicas de um país impõem aos de-
mais, restringe a entrada de plantas, produ-
TERMOS E CONCEITOS
CONCEITOS tos vegetais (frutas, sementes, folhas) e
culturas de organismos vivos, assim como
Fitossanidade
material de embalagem e até mesmo
De acordo com o Artigo II do novo contêineres nos quais os produtos são trans-
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 11

portados. Com isso, protegem sua agricul- da mesma data. Por esses mesmos instru-
tura das pragas inexistentes no seu territó- mentos, foram criadas e adotadas pelo Bra-
rio. A partir de 1º de janeiro de 1995, as sil, as Diretivas para o Reconhecimento de
medidas quarentenárias têm sido Áreas Livres de Pragas.
estabelecidas com base em evidência bioló-
Para a bananicultura, brasileira, são as
gica e jamais por razões políticas ou econô-
seguintes as pragas quarentenárias e respec-
micas, conforme determina o Acordo de
tivos tipos:
Marrakesh, do qual o Brasil é signatário, e
que criou a Organização Mundial do Co- No caso específico da banana, a Secre-
mércio, da qual este país é membro. taria Nacional de Defesa Agropecuária -
SDA do Ministério da Agricultura e do
Pragas quarentenárias
Abastecimento, pela da Portaria n.º 128 de
Segundo o texto da Convenção Inter- 18 de julho de 1994, publicada no Diário
nacional para a Proteção das Plantas apro- Oficial da União de 22 de julho de 1994,
vado em Roma em 1979 — referendado proibiu a importação de mudas, rizomas,
pelo Governo Brasileiro pelo Decreto pseudocaules, outros materiais de propaga-
Legislativo n.º 12 de 1985 —, define-se ção e frutos de bananeira, para quaisquer
como praga quarentenária para um deter- fins, produzidos em países onde esteja pre-
minado país, todo organismo de natureza sente o fungo M. fijiensis, organismo causa-
animal ou vegetal que não estando presente dor da sigatoka-negra.
no país apresenta características de serem
potenciais causadoras de graves danos eco- Erradicação
nômicos se introduzidas. A introdução de uma nova praga e ou
Existem dois tipos de praga doença nos países tem em geral forte reper-
quarentenária: cussão social e econômica. Cite-se, por
exemplo, a da mosca-do-mediterrâneo (uma
• Praga quarentenária A1 é aquela que
praga de frutos) no estado da Califórnia,
ainda não está presente no país;
Estados Unidos da América, no período de
• Praga quarentenária A2 é aquela que 1980 a 1982, que representou para aquele
já está presente no país, porém não país perdas de 100 milhões de dólares nas
se encontra amplamente distribuída, vendas de frutas e o dispêndio de outros
ou seja, existem áreas e/ou regiões 100 milhões para erradicá-la.
geográficas em que a praga não está
estabelecida e, além disso, possuem O processo de erradicação consiste na
programas oficiais de controle. eliminação total de uma praga por diversos
métodos como, por exemplo, o de induzir
Por exemplo, para que uma praga seja
a morte de bananeiras afetadas pelo moko
considerada quarentenária A2 para o Brasil,
(Ralstonia solanacearum - raça 2) com o uso de
há necessidade de obter esse reconheci-
mento por parte dos demais países que, herbicida específico.
com o Brasil, compõem a região da Améri- Inspeção
ca do Sul conhecida como Cone Sul (Ar-
gentina Chile, Paraguai e Uruguai), por Como o trânsito de plantas ou de suas
meio do seu Comitê de Sanidade Vegetal - partes, por meio de turistas ou do comércio
Cosave. Tal procedimento foi acordado internacional e regional, representa uma
pela Resolução Única da V Reunião do ameaça para qualquer país ou região, são
Conselho de Ministros desse Comitê, em necessários atos normativos e pessoal qua-
12 de junho de 1995 e adotado pela Portaria lificado para a fiscalização e inspeção inte-
Ministerial n.º 641, de 10 de outubro de restadual ou internacional desses produtos.
1995, publicada no Diário Oficial da União Os profissionais desta área atuam geral-
12 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

mente em portos, aeroportos e postos de pragas, proceder ao exame da qualidade e


fronteira, executando tarefas rotineiras de quantidade dos insetos capturados pelas
inspeção de vegetais, emissão de certifica- armadilhas previamente e adequadamente
do fitossanitário, fornecimento de atesta- distribuídas pelo bananal, para subsidiar
dos liberatórios, apreensão, interdição e uma avaliação do estado fitossanitário do
destruição de material suspeito. bananal e poder adotar as medidas cabíveis
A inspeção corresponde ao exame vi- com a maior brevidade possível.
sual e minucioso, com o auxílio de instru- Área livre
mentos próprios para a detecção de sinais e
Há países importadores de banana,
sintomas de organismos exóticos. Suas téc-
como a Argentina, que exige no Certificado
nicas podem incluir uma série de exames
Fitossanitário, que acompanha o produto
destinados a constatar a presença tanto de
que será exportado, uma declaração adicio-
ovos de ácaros e insetos como da estrutura
nal de que a fruta provém de área livre do
de reprodução de fungos e outros
moko (R. solanacearum - Raça 2).
patógenos, quer em plantas quer em produ-
tos de origem vegetal, ou no material de Como já foi citado anteriormente, para
embalagem. Esse procedimento permite uma área ser considerada livre, é necessário
que só os produtos tidos como livres de seguir as exigências feitas pela Portaria Mi-
pragas quarentenárias entrem no país. nisterial n.º 641, de 10 de outubro de 1995,
publicada no Diário Oficial da União da
Quarentena pós-entrada mesma data, bem como as Diretivas para o
Quando os exames não acusam a pre- Reconhecimento de Áreas Livres de Pra-
sença de pragas, o inspetor responsável gas, preconizadas pela Organização das
pela quarentena fornece um atestado que Nações Unidas para Agricultura e Alimen-
garante a fitossanidade da partida e, em tação - FAO.
conseqüência, a sua liberação. Em Planos de contingência ou
contraposição, se o produto for considera- emergência
do de alto risco, passará pela análise da
quarentena pós-entrada. Esta consiste no Se numa área considerada livre do
envio do produto a uma estação moko, por exemplo, for detectada a praga,
quarentenária a fim de ser examinado sob entrarão em vigor os chamados planos de
condições de isolamento que indicarão se o contingência ou emergência. Estes consis-
produto será liberado ou destruído, geral- tem na implementação de medidas visando
mente por meio de incineração. impedir a proliferação da praga, que no
caso do Moko, seria a intensificação da
Monitoramento erradicação de bananeiras com a praga e as
No caso das frutas destinadas à expor- plantas vizinhas mesmo que sadias num
tação, deve-se, em princípio, escolher as raio de 5 metros para impedir a proliferação
cultivares mais resistentes às pragas e cujos da praga.
frutos tenham boa aceitação pelo mercado TRAT
TRATAMENTO
AMENTO PÓS-
PÓS-COLHEITA
COLHEITA
a que se destinam. O monitoramento da
região onde o bananal está localizado é Considerando-se todo o processo de
indispensável para contribuir parae a ma- exportação da banana , entre a colheita e a
nutenção da boas condições fitossanitárias. comercialização da fruta podem transcor-
O monitoramento deve ser feito mediante rer até 22 dias, dependendo logicamente da
visitas periódicas ao bananal por profissio- distância entre o centro produtor e o centro
nais qualificados, nas diferentes épocas do consumidor. Para que um fruto colhido
ano e nas diversas fases fenológicas do possa chegar ao seu destino em boas condi-
bananal, para verificar a ocorrência de ções, alguns cuidados especiais devem ser
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 13

tomados. Conforme se pode observar no verdes em trânsito. As lesões não se for-


capítulo sobre doenças fúngicas e mam sobre frutos verdes antes da colheita.
bacterianas, são vários os patógenos que O tratamento pós-colheita deve inici-
provocam manchas em frutos durante o ar no campo, dispensando-se cuidados es-
seu desenvolvimento e após a colheita. peciais durante a colheita, transporte,
Duas doenças são particularmente despencamento, lavagem e embalagem dos
importantes na fase de pós-colheita: a po- frutos, manuseando-os, cuidadosamente,
dridão-da-coroa, causada por diversos para evitar qualquer tipo de ferimento. Após
patógenos como Fusarium roseum; Verticillium a lavagem, recomenda-se a pulverização
theobromae e Colletotrichum musae e a dos frutos, visando ao controle de infec-
antracnose, causada por C. musae. A primei- ções que tenham ocorrido na pré-colheita e
ra ocorre principalmente devido ao aquelas que venham a ocorrer durante o
ferimento que se produz durante o transporte e comercialização. Os principais
despencamento dos cachos, tornando-se produtos registrados no Brasil para o con-
uma porta aberta para a entrada de trole de patógenos em frutos de banana,
patógenos, e a segunda é o problema mais tanto na pré como na pós-colheita, podem
importante da pós-colheita de frutos, ocor- ser observados na Tabela 2. Internacional-
rendo de duas formas distintas: a antracnose mente, entretanto, são mais aceitos os pro-
de frutos maduros, originária de infecção dutos à base de thiabendazol e benomyl. As
latente na casca verde, e a antracnose não concentrações recomendadas geralmente
latente, produzida pela invasão de levam em consideração a distância que se-
Colletotrichum em ferimentos sobre frutos para o cultivo do mercado consumidor.

Tabela 2 . Fungicidas registrados para uso no controle de patógenos que ocorrem em frutos e/ou
em pós-colheita de banana.

Grupo
Produto Dose (prod.
Nome técnico Indicação químico
Comercial com.)

Deigthoniella/Fusarium/
Benzimidazol
Thiabendazol Tecto 600 Thielaviopsis/Verticilium/
Gloeosporium

Fusarium roseum/
F.oxysporum/ F. moniliforme/ 41- 92 ml/100 L Benzimidazol
Thiabendazol Tecto SC*
Thielaviopsis paradoxa/ de água
Gloeosporium musarum

Ditiocarbamato
Mancozeb Persist SC Thielaviopsis paradoxa 4,5 L/ha

90 g/100 L de Ditiocarbamato
Mancozeb Frumizeb Colletotrichum musae
água

Oxicloreto de 250 g/100 L de Cúprico


Cuprozeb Thielaviopsis paradoxa
cobre água

Magnate 200 ml/1000 L Imidazól


Imazalil Colletotrichum gloeosporioides
500 CE * de água
* São os únicos produtos com registro no Ministério da Agricultura e do Abastecimento para tratamento de frutos na pós-
colheita de banana.
14 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

EXIGÊNCIAS PARA
PARA possam representar risco para a agricultura
EXPORTAÇÃO
EXPORTAÇÃO do país importador. Outra restrição impor-
tante diz respeito aos agrotóxicos utilizados
As exigências para a exportação de na fase de produção das frutas e a seus
bananqas dependem de cada país importa- resíduos, os quais são objeto de vigilância
dor, mesmo para os países que compõem o permanente. Ainda com respeito a restri-
Mercosul, pois os produtos não estão har- ções, a última informação são sobre as
monizados. No caso da Argentina, por exigências feitas com relação a embalagens
exemplo, um dos principais importadores de madeira, pois muitas delas podem servir
da banana brasileira, o Serviço Nacional de de veículo para introdução de importantes
Sanidade e Qualidade Agroalimentar - pragas, como o besouro-chinês (Anoplophora
Senasa exige que no Certificado glabripennis). Esse besouro, recentemente
Fitossanitário que acompanha a partida estabelecido nos Estados Unidos, nos esta-
deverá constar de uma declaração adicional dos de Nova Iorque e Illinois preocupa as
assegurando que a banana provém de área autoridades de sanidade vegetal daquele
livre de Ralstonia solanacearum - Raça 2. Por
país por constituir uma ameaça concreta às
outro lado, de acordo com a Resolução
regiões americanas produtoras de madeira.
SAGyP nº 99/94, a banana não poderá
Nesse particular já existem restrições no
ingressar na Argentina pelas províncias de
Chile, e, em novembro de 1999, os Ministé-
Jujuy, Salta, Tucumán e Catamarca. Na che-
rios da Fazenda, da Agricultura e do Abas-
gada do produto na Argentina, a partida será
submetida à inspeção de rotina e serão colhi- tecimento do Brasil editaram a Portaria
das amostras do material para sua posterior Interministerial n.º 499, de 3 de novembro
análise em laboratório. Além disso, a merca- de 1999, publicado no Diário Oficial da
doria deverá cumprir o estabelecido nas União do dia 5 de novembro de 1999.
normas de qualidade comercial, agrotóxicos Assim sendo, é muito importante que
e condições para o seu consumo. o exportador em potencial verifique as
Sabe-se que somente a alta qualidade exigências do país importador para evitar
de frutos produzidos, livres de pragas e de problemas no momento da colocação da
distúrbios fisiológicos, é capaz de conquis- fruta no país de destino. Para tanto, é
tar novos mercados. Existem, entretanto, recomendável que se assegure de todas as
exigências específicas por parte dos países informações quanto às exigências do adido
importadores que devem, necessariamen- agrícola na embaixada ou consulado do país
te, ser atendidas. Em primeiro lugar, são para onde se deseja exportar. Tais informa-
feitas rigorosas restrições à entrada de fru- ções podem ser complementadas por meio
tas portadoras de organismos exóticos, que de contatos com exportadores de banana.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 15

2 MANEJO INTEGRADO
DAS PRAGAS,
DOENÇAS E PLANTAS
DANINHAS
Zilton José Maciel Cordeiro

Antônio Lindemberg Martins Mesquita

INTRODUÇÃO o próprio homem com suas interferências


diversas, aliados à presença de pragas e/ou
A demanda por alimentos mais saudá- patógenos, constituindo os quatro elemen-
veis, ricos em vitaminas e sais minerais, mas tos fundamentais, responsáveis pela ocor-
de baixo poder calórico, é uma das princi- rência de problemas fitossanitários e por
pais preocupações da sociedade moderna. sua gravidade. Sempre que um ou mais de
As frutas preenchem, em grande parte, essa um dos três primeiros fatores citados são
necessidade, principalmente a das classes desfavoráveis às pragas ou doenças, ou
de poder aquisitivo mais elevado. Quando quando o homem intervém positivamente
se fala de alimentos mais saudáveis, a prin- para controlá-las, os problemas
cipal preocupação está na utilização dos fitossanitários são minimizados ou, por
agrotóxicos que, em muitos casos, excede a vezes, eliminados. Estas são informações
racionalidade. Porém há que se ter em básicas que técnicos e agricultores devem
mente que, embora se pretenda consumir ter em mente, para exercer ações de contro-
frutos produzidos com menor uso de le sobre esses problemas, valorizando-se a
agrotóxicos, a qualidade e a boa aparência adoção de medidas preventivas e ações
destes não serão negligenciadas. Neste sen- planejadas.
tido, os países importadores vêm valorizan-
AMBIENTE E LOCALIZAÇÃO
LOCALIZAÇÃO
do a adoção de práticas adequadas de ma-
nejo do pomar como parte integrante de Embora a bananeira seja cultivada nas
um sistema de prevenção contra pragas e mais variadas condições climáticas, a instala-
doenças de modo que reflita em redução ção dos pomares deve atentar para aspectos
do uso de agrotóxicos. Tais práticas e relacionados com o tipo de solo, o supri-
cuidados serão focalizados neste Manual, mento de água, a luminosidade e o calor.
sob a forma de conceitos básicos que de-
Quanto ao solo, um aspecto muito
vem ser compreendidos e implementados
importante é a sua profundidade. Apesar de
sempre que possível.
a bananeira apresentar um sistema radicular
DESENVOL
DESENVOLVIMENT
VIMENTOO DOS superficial, é importante que ele seja pro-
PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOS
FITOSSANITÁRIOS fundo, apresentando uma camada com mais
de 75 cm, sem qualquer impedimento
Os problemas fitossanitários se de- físico à penetração do sistema radicular.
senvolvem a partir da interação entre: o Além disso, é relevante a boa disponibilida-
ambiente – que são as condições climáticas de de oxigênio para o desenvolvimento do
representadas, principalmente, por umida- sistema radicular. Os solos cultivados com
de e temperatura; o hospedeiro – que neste banana devem ter boa profundidade e dre-
caso específico é a bananeira e a ação de nagem interna, para que os excessos de
vetores de doenças – que são os insetos ou umidade sejam drenados rapidamente e o
16 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

nível do lençol freático seja mantido abaixo cia das doenças fúngicas, principalmente a
de 1,80 m. Cultivos estabelecidos em solos sigatoka- amarela e a sigatoka-negra.
mal drenados proporcionam o crescimento
de plantas estressadas e, conseqüentemen- ESCOLHA E AQUISIÇÃO
AQUISIÇÃO DE
te, mais suscetíveis à maioria dos proble- MATERIAIS
MATERIAIS PROPA
PROPAGATIV
GATIVOS
OS
mas de doença.
As mudas constituem um dos itens
No que diz respeito às necessidades mais importantes na implantação de um
hídricas, as maiores produções estão asso- pomar, seja ele de qualquer espécie vegetal.
ciadas a uma precipitação anual de 1.900 Na bananicultura, da qualidade das mudas
mm, bem distribuídos durante todo o ano. depende, em grande parte, o sucesso do
Isto significa ausência de deficiência hídrica, empreendimento. Além de influenciar de
ou seja, ausência de estação seca. Para aten- forma direta no desenvolvimento e produ-
der a essa exigência, os plantios devem-se ção do bananal, sobretudo no seu primeiro
localizar em áreas com índice pluviométrico ciclo, as mudas têm papel fundamental na
maior ou igual a 1.900 mm, bem distribuído sua qualidade fitossanitária, uma vez que
durante o ano, ou estar localizados em áreas várias doenças, pragas e ervas daninhas
que possibilitam o uso da irrigação. podem ser levadas pela muda, comprome-
tendo totalmente o sucesso do novo plan-
A luz e a temperatura são também tio. Dentre estes problemas podem-se ci-
fatores indispensáveis para a obtenção de tar: nematóides, broca-do-rizoma, mal-do-
boas colheitas. A intensidade luminosa afe- panamá, moko, podridão-mole e vírus.
ta diretamente o ciclo vegetativo e produti-
vo da bananeira. A temperatura ótima para De acordo com as tecnologias atual-
um desenvolvimento normal da bananeira mente disponíveis, as mudas podem ser
situa-se na faixa de 28oC, considerando-se a obtidas por quatro métodos diferentes. Não
faixa de 15ºC a 35oC de temperatura, como há método que apresente apenas vanta-
os limites extremos para a exploração raci- gens, por isso, em qualquer deles é preciso
onal da cultura. Constatou-se que tempera- tomar os devidos cuidados, para reduzir os
turas de 22oC são ideais para a iniciação riscos que podem estar embutidos na pro-
floral e as de 31oC, para a emissão das dução da muda. Assim, podem-se obter as
folhas. Em temperaturas abaixo de 15oC, seguintes mudas para utilização no plantio:
ocorre paralisação das atividades da planta. Mudas convencionais
Como se pode observar, as condições São mudas obtidas pela separação de
climáticas ótimas para produção comercial brotos a partir do rizoma-mãe, normal-
de banana são também ótimas para o de- mente retiradas de um bananal já estabele-
senvolvimento de doenças, como é o caso cido, tomando-se os seguintes cuidados:
da sigatoka-negra. Outro aspecto impor-
• Se possível, implantar um viveiro es-
tante para o desenvolvimento das doenças,
pecífico para este fim, tomando-se os cuida-
principalmente de parte aérea, é a umidade
dos necessários para evitar problemas como:
relativa do ar. Em muitos casos, a simples
broca-do-ramo, mal-do-panamá, moko, po-
manutenção de altos níveis de umidade
dridão-mole, nematóides e vírus. Veja reco-
relativa é suficiente para o desenvolvimen-
mendações contidas nos capítulos sobre
to da doença. O melhor desenvolvimento
doenças, nematóides, vírus ervas danihas.
da bananeira é obtido com média de umida-
de relativa anual superior a 80%. Essa con- • Caso a retirada das mudas ocorra
dição acelera a emissão de folhas e prolonga em bananal comercial, fazê-la em plantios
a sua longevidade. A associação de alta com até 4 anos de idade, certificando-se de
umidade relativa, chuvas e temperaturas que esteja livre dos problemas citados
elevadas é condição básica para a ocorrên- inicialmente.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 17

• Proceder à limpeza das mudas no também está na escolha do material


local de sua retirada e não deixá-las arma- propagativo (matriz), para dar origem a um
zenadas no próprio bananal, o que poderá explante livre de problemas fitossanitários,
possibilitar a infestação, principalmente por principalmente de vírus. Apesar de todos
broca-do-rizoma. os cuidados que podem e devem ser toma-
• Caso o plantio não seja imediato, dos na escolha das plantas-matrizes, este
mantê-las em local sombreado, para redu- método ainda não pode oferecer garantias
zir a dessecação e o estresse do plantio. absolutas de limpeza viral, uma vez que a
tecnologia de detecção de vírus em plantas
• Dar preferência às mudas tipo chi- de banana ainda carece de alguns avanços.
fre ou chifrão, que normalmente têm boa
reserva e, dessa forma, resistem mais às O método pode, entretanto, garantir a
condições adversas após o plantio. limpeza em relação às demais doenças cau-
sadas por fungos, bactérias e nematóides.
Mudas obtidas pelo fracionamento
Outro aspecto a considerar na escolha
do rizoma
de mudas produzidas in vitro é o problema de
Neste tipo de muda, as gemas são variação somaclonal. O controle dependerá,
retiradas como frações do rizoma e planta- basicamente, da idoneidade do laboratório.
das em canteiros, para germinação e poste-
Em síntese, o que se pode dizer em
rior transferência para o campo. Os princi-
relação ao material de plantio é que a qua-
pais cuidados são:
lidade fitossanitária da muda depende, ba-
• Selecionar rizomas sadios para ob- sicamente, da seleção do material original.
ter as frações a serem plantadas. Em relação aos métodos de obtenção, a
• Proceder a uma boa limpeza do muda produzida in vitro é a que oferece
rizoma, para eliminação de qualquer pro- maior garantia fitossanitária, devido às con-
blema que possa estar encoberto pelas raízes. dições assépticas em que é produzida.

• Plantar as frações em solo livre de CUIDADOS


CUIDADOS NO
patógenos, principalmente de nematóides. ESTABELECIMENT
ESTABELECIMENTO
O DO
Mudas obtidas por ferimento de POMAR
gemas A nutrição das plantas é parte impor-
Essas mudas são obtidas a partir das tante no controle integrado de pragas e
gemas laterais presentes no rizoma, medi- doenças da bananeira. Com base nisso, o
ante subdivisão do meristema apical, for- primeiro cuidado deve ser o de proceder a
mação de calo e conseqüente desenvolvi- análises químicas do solo, para determina-
mento de mudinhas, que são retiradas e ção das necessidades de calagem e aduba-
enraizadas em sacos plásticos sob condi- ção das plantas. Vale lembrar que os pro-
ções de câmara úmida. blemas, como o mal-do-panamá, são mais
O cuidado principal está na escolha de freqüentes em áreas com baixo pH e que o
rizomas de plantas livres de pragas e doen- cálcio e o magnésio podem ter influência
ças, conforme já enfatizado no item anteri- direta na operacionalização do mecanismo
or, e o estabelecimento das mudas em de resistência das variedades. Ainda em
substrato estéril. relação ao solo, dar preferência à implanta-
ção do pomar em áreas sem histórico de
Mudas produzidas in vitro ocorrência de mal-do-panamá, moko, po-
Esse tipo de muda é produzido em dridão-mole e nematóides. Esses patógenos
laboratório sob condições assépticas. Con- podem-se manter no solo, mediante es-
forme já enfatizado, o cuidado principal truturas de sobrevivência como é o caso
18 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

dos clamidósporos de Fusarium oxysporum f. precoce de focos como nos casos de moko,
sp. cubense, causador do mal-do-panamá. podridão-mole, vírus e até mesmo do mal-
Bactérias e nematóides sobrevivem, princi- do-panamá. Como exemplo, pode-se citar
palmente, por intermédio de hospedeiros que a convivência com o moko na América
alternativos, que podem ser plantas dani- Central tem como base a identificação pre-
nhas presentes no próprio bananal ou nas coce dos focos e a sua rápida erradicação.
suas proximidades. A colocação em prática desse tipo de
- Utilizar a adubação orgânica na épo- monitoramento é possível desde que os
ca do plantio e, se possível, durante o trabalhos de observação sejam realizados
crescimento das plantas. Essa prática ele- por uma pessoa bem treinada e em condi-
va a diversidade de vida no solo, aumen- ções de recorrer às ilustrações e às in-
tando a competição entre as espécies e, formações dos capítulos referentes a
conseqüentemente, reduzindo a severida- pragas e doenças, para consubstanciar
de das doenças causadas por patógenos de seu diagnóstico.
solo e também de folha, como é o caso do A evolução do dano constatado e as
mal-de-sigatoka, uma vez que a adubação informações sobre as condições climáticas
orgânica poderá imprimir mais taxa de cres- e a variedade da planta afetada, entre outros
cimento às plantas. dados, permitem que se trace uma estraté-
- Executar as obras de engenharia como gia de controle, incluindo a aplicação de
a construção dos canais de drenagem, de agrotóxicos, se necessária. Neste caso, as
modo que o solo, mesmo em ocasiões de recomendações precisarão do parecer de
muita chuva, mantenha-se bem drenado, um técnico especializado no assunto.
evitando a ocorrência de problemas como As inspeções periódicas e o
a podridão-mole e de estresse nas plantas, monitoramento das populações de broca-
tornando-as mais suscetíveis aos proble- do-rizoma, mediante a utilização de iscas
mas fitossanitários. atrativas, e dos nematóides no solo ou nas
- Construir carreadores, formando qua- raízes, pela extração e a determinação das
dras de largura adequada, para facilitar o populações, permitem a indicação do con-
trânsito dentro do bananal e as operações trole de uma forma segura, evitando, as-
de controle químico do mal-de-sigatoka, sim, a aplicação sistemática de defensivos
principalmente quando ele for realizado e tornando, conseqüentemente, o contro-
por via tratorizada. le mais racional.
- No início do desenvolvimento das Para as doenças mais devastadoras da
plantas, tomar cuidados especiais com a cultura, que são a sigatoka-amarela e a
ocorrência da broca-do-rizoma que, quan- sigatoka-negra, é possível mediante a reali-
do ocorre nessa fase, costuma atingir o zação de inspeções e medições semanais do
meristema apical das plantas, levando-as estádio de desenvolvimento das lesões nas
à morte. folhas 2, 3 e 4, e do ritmo de emissão de
folhas, colocar em prática um sistema de
MONITORAMENT
MONITORAMENTO
O DO pré-aviso, para indicar o momento ideal
BANANAL para se fazer o controle químico. O método
conhecido como pré-aviso biológico foi
A vistoria permanente ou desenvolvido pelos franceses e, posterior-
monitoramento do pomar é uma prática mente, modificado e adaptado para as
fundamental para a detecção e prevenção condições da Costa Rica, possibilitando a
de problemas fitossanitários. Assim, com a redução do número de aplicações de
realização de inspeções periódicas, é possí- fungicidas. Sua utilização, no entanto, deve
vel controlar doenças mediante a erradicação ser precedida de ajustes locais.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 19

Para melhor orientação e aplicação roçagem. A presença de altas densidades de


das práticas recomendadas, o pomar deve plantas daninhas no bananal poderá bene-
ser subdividido em quadras, que serão ficiar a ocorrência de broca, devido ao
identificadas por números ou nomes. As fornecimento de sombra que favorece o
inspeções das quadras devem ser periódi- seu abrigo.
cas, sendo mais freqüentes nas épocas de Outro aspecto de alta relevância em
florescimento e frutificação, ocasião em relação às plantas daninhas é que elas po-
que muitos problemas de doença e defici- dem servir de hospedeiras para muitos
ência nutricional são mais freqüentes. To- patógenos, entre os quais se destacam os
das as informações e atividades executadas, vírus, principalmente o vírus-do-mosaico-
bem como a evolução do estado do-pepino (CMV), que apresenta elevado
fitossanitário da quadra, devem ser número de hospedeiros alternativos (veja
registradas. capítulo sobre virologia), as bactérias, prin-
cipalmente a causadora do Moko (ver capí-
DESENVOL
DESENVOLVIMENT
VIMENTO
O NA PRÉ- tulo sobre Moko) e os próprios nematóides.
COLHEITA
COLHEITA E COLHEITA
COLHEITA
A manutenção de uma cobertura ve-
É importante o acompanhamento do getal nas ruas do pomar é conveniente, uma
estado nutricional das plantas durante a vez que favorece a presença de inimigos
fase de crescimento, mediante a realização naturais das pragas e evita a erosão do solo,
de análises químicas de solo e folha. Como principalmente nas regiões de grandes pre-
se sabe, plantas mal nutridas ficam, de cipitações pluviais.
modo geral, mais predispostas aos proble- Para a suplementação de água, são
mas fitossanitários. Além disto, é impor- preferíveis os sistemas de irrigação localiza-
tante manter o equilíbrio entre os nutrien- da (gotejamento e microaspersão). A as-
tes, principalmente K, Ca e Mg. persão convencional pode apresentar uma
A manutenção de um ritmo mais ace- série de inconvenientes, que vão da má
lerado na emissão de folhas (pelo menos distribuição da água até a ocorrência de
uma a cada seis dias) é um aspecto impor- danos nas folhas. Além disso, o
tante no controle do mal-de-sigatoka, para umedecimento direto das folhas favorece o
atingir a fase de frutificação com o maior aparecimento da sigatoka- amarela e da
número possível de folhas sem manchas. sigatoka-negra.
Além de garantir um bom enchimento de Durante a fase de desenvolvimento de
frutos, isso assegurará maior proteção con- frutos, são freqüentes os problemas de
tra a queimadura de sol, que quase sempre deficiência nutricional, merecendo toda a
ocorre por desfolhamento da planta. Como atenção por parte do produtor (veja item
a nutrição da planta é fundamental, também sobre deficiências nutricionais).
o suprimento de água deve ser mantido, para Os frutos, por sua vez, são afetados
garantir a absorção dos nutrientes e, em por uma série de fungos, que provocam
conseqüência, o ritmo de crescimento. manchas de diversas formas e tamanhos,
Recomenda-se, ainda, a eliminação de devendo-se aplicar as medidas gerais de
folhas com altas infestações de sigatokas ou controle, indicadas no capítulo sobre doen-
mesmo parte delas, como forma de reduzir ças fúngicas e bacterianas. Dentre estas, é
o potencial de inóculo. Essa prática melhora bom lembrar a necessidade de eliminação
a eficiência obtida com o controle químico. de folhas secas como forma de reduzir o
potencial de inóculo e proceder ao
As plantas daninhas devem ser ensacamento dos cachos, o que também
mantidas sob controle, mediante capina diminuirá o contato dos frutos com os
manual, aplicação de herbicidas e/ou patógenos.
20 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

No manuseio da fruta durante as ope- qualidade começa na pré-colheita, quando


rações de colheita, transporte, despen- as frutas requerem o máximo de cuidado
camento, lavagem e embalagem, devem ser para se manterem sadias e com bom aspec-
dispensados todos os cuidados possíveis, to. Nas regiões produtoras que registram
para evitar ferimentos aos frutos o que se altos índices de umidade relativa do ar,
refletirá em menor incidência de todas as precauções são necessárias, em
Colletotrichum (antracnose) durante a virtude da maior incidência de doenças
comercialização. fúngicas ou bacterianas, das quais a
O sucesso na produção de banana de antracnose é a mais comum.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 21

3 PRAGAS
Marilene Fancelli
Antônio Lindemberg Martins Mesquita

BROCA-DO-RIZOMA
BROCA-DO -RIZOMA
Cosmopolites sordidus (Germ.)
(Coleoptera: Curculionidae).
INTRODUÇÃO
Dentre as pragas que atacam a cultura,
a broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus
(Germar)) é a mais severa, em função dos
danos que causa e da sua ampla distribuição
Foto: A. L. M. Mesquita

geográfica. É assim chamada pelo fato de a


larva construir galerias no interior do rizoma,
sendo, contudo, conhecida também pelo
nome vulgar de moleque-da-bananeira. A
praga está presente em praticamente todas
Figura 1. Adúlto e pupa da broca-do-
as regiões produtoras de banana no Brasil e
rizoma-da-bananeira, Cosmopolites
no mundo, atacando com maior ou menor sordidus.
intensidade todas as cultivares, nas diversas
A oviposição é realizada a 1 mm ou 2
fases de desenvolvimento da planta. Tem
mm da epiderme, geralmente perto da re-
como principal meio de propagação a muda
gião de inserção das bainhas foliares. Os
infestada. ovos são colocados individualmente em
DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA orifícios abertos pelo rostro das fêmeas.
Eles são brancos e elípticos (2 mm de
O inseto pertence à família
comprimento e 1 mm de largura). A taxa de
Curculionidae, caracterizada pela presença
oviposição (10 a 50 ovos por fêmea) depen-
de um prolongamento anterior (rostro), em
de da temperatura, da alimentação e do
cuja extremidade estão inseridas as peças
número de indivíduos agrupados.
bucais mastigadoras. Apesar de registrado
em plantas do gênero Ensete, C. sordidus é O período de incubação varia de 3 a 15
mais freqüentemente mencionado como dias, após o qual inicia-se a fase larval,
espécie monófaga, restrita à Musa spp. Sua causadora dos danos no rizoma. As larvas
coloração é preta, mede por volta de 11 são ápodes, apresentam coloração branca,
mm de comprimento e 5 mm de largura cabeça marrom e ligeiramente mais estreita
(Figura 1). Os adultos são ativos à noite, do que o corpo (Figura 2). No último
sendo encontrados, durante o dia, em am- estágio de desenvolvimento, após seis ou
bientes úmidos e sombreados junto das sete ínstares, medem cerca de 11 mm de
touceiras, entre as bainhas foliares e nos comprimento. A duração do período larval
restos culturais. A longevidade do adulto depende da cultivar, da temperatura e da
varia de alguns meses a 2 anos; insetos idade da planta, variando de 22 a 45 dias.
mantidos sem alimentação podem sobrevi- Ao final do desenvolvimento larval, o
ver durante vários meses. inseto constrói uma câmara pupal no inte-
22 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Plantas infestadas, em geral, apresen-


tam desenvolvimento limitado, amare-
lecimento das folhas com posterior
secamento, ausência de frutificação e, so-
bretudo em plantas jovens, morte da gema
apical. O peso médio de cachos de bananei-
ra cultivar Nanicão, em áreas onde o con-
trole da praga foi efetuado, variou de 25 kg
Foto: A. L. M. Mesquita

a 30 kg, enquanto que em uma área com alta


infestação da broca-do-rizoma, o peso dos
cachos variou de 15 kg a 18 kg. Além disso,
os frutos colhidos na área infestada foram
Figura 2. Larva da broca-do-rizoma-da-
curtos e finos, em contraste com aqueles
bananeira, Cosmopolites sordidus. obtidos de plantas sadias, os quais foram
compridos e grossos.
rior do rizoma, mas geralmente próxima à CONTROLE
superfície. A pupa é branca, mede 12 mm
de comprimento e 6 mm de largura, e os Utilização de mudas livres de
movimentos restringem-se à porção termi- infestação
nal do abdome. A duração da fase pupal A utilização de mudas sadias, produ-
varia de 4 a 22 dias. zidas in vitro ou de maneira convencional, é
DANOS E CONSEQÜÊNCIAS o primeiro cuidado a ser tomado na instala-
ECONÔMICAS ção do bananal. A seleção das mudas em
campo requer uma inspeção rigorosa do
Os danos que evidenciam o ataque da rizoma. Normalmente, recomenda-se a re-
praga são causados pelas larvas, que cons-
tirada das bainhas foliares e a limpeza do
troem galerias no rizoma (Figura 3), debili-
rizoma, ou o seu descorticamento, com o
tando as plantas e tornando-as mais sensí-
objetivo de eliminar ovos e galerias
veis ao tombamento, sobretudo naquelas
preexistentes. Embora o descorticamento
que se apresentam na fase de frutificação.
seja útil para reduzir a dispersão do inseto,
As galerias no rizoma também causam da-
em áreas onde sua ocorrência seja generali-
nos indiretos como o favorecimento à pe-
zada, pode haver necessidade de tratamen-
netração de patógenos nas áreas atacadas,
to químico das mudas, o que normalmente
causando podridões e morte da planta.
é realizado mediante imersão do material de
plantio em calda com inseticida, registrado
para a cultura e próprio para essa finalidade,
durante um determinado período de tem-
po. A aplicação de inseticidas granulados
diretamente na cova de plantio também é
prática recomendada.
Resistência varietal
Foto: A. L. M. Mesquita

A resistência de plantas a insetos é


considerada uma estratégia segura e durável
para o controle de C. sordidus. A busca por
resistência ao inseto é prioridade, particu-
Figura 3. Galerias provocadas pela larva de Cosmopolites larmente, no contexto de uma agricultura
sordidus em rizoma de bananeira. pobre com baixas taxas de investimentos.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 23

Embora, em condições de campo, to- queijo é preparada cortando-se o


das as variedades sejam infestadas, existem pseudocaule a aproximadamente 30 cm do
trabalhos que mostram diferenças quanto nível do solo, efetuando-se um novo corte
ao desenvolvimento, à sobrevivência e à (parcial ou total) à metade dessa altura
atratividade para a oviposição em função (Figura 5). A isca tipo sanduíche é obtida
dos genótipos utilizados. Em condições de pela justaposição de duas iscas telha ou de
laboratório, alguns autores constataram duas seções transversais de pseudocaule
prolongamento no desenvolvimento larval com 15 cm de altura.
do inseto quando alimentado com rizomas A isca queijo é bem mais eficiente do
da cultivar Prata Santa Maria e redução na que a telha; entretanto a facilidade de ob-
duração dessa fase quando as larvas foram tenção dessas últimas favorece o seu em-
mantidas com as variedades Terra e Mysore. prego com relação aos tipos queijo e sandu-
A generalização sobre a suscetibilidade de íche. Os insetos capturados podem ser
um determinado grupo genômico exige coletados manualmente e, posteriormente,
cautela, em virtude da grande variabilidade
genética, também dentro de um mesmo
grupo genômico. Entretanto, de maneira
geral, a utilização de determinadas cultiva-
res como Terra, D’Angola, Nanica e
Nanicão requer maior intensidade no ma-
nejo da praga do que outras como Prata,
Prata-anã, Pacovan, Maçã e Mysore. Estu-
dos sobre a dureza do rizoma permitiram
detectar um dos prováveis mecanismos da
resistência em genótipos diplóides de bana-
Foto: A. L. M. Mesquita

neira, embora outras causas também pu-


dessem estar associadas a esse caráter.
Iscas atrativas
A utilização das iscas tem como base a
atração exercida pelas substâncias voláteis Figura 4. Isca “Telha” colocada na toceira próxima à base da
presentes no pseudocaule e rizoma da ba- planta.
naneira sobre adultos de C. sordidus. Além
do controle, elas são úteis em estudos sobre
a estimativa populacional do inseto.
Apesar das iscas de rizoma serem mais
atrativas, as de pseudocaule são mais utili-
zadas pela facilidade de obtenção. As iscas
de pseudocaule devem ser confeccionadas
a partir de plantas que já produziram, no
máximo até 15 dias após a colheita, e podem
ser dos tipos queijo, telha ou sanduíche.
Foto: A. L. M. Mesquita

A isca telha consiste num pedaço de


pseudocaule de 50 cm a 60 cm de compri-
mento, cortado ao meio no sentido longitu-
dinal. Deve ser colocada na touceira próxi-
ma à base da planta, com a face cortada Figura 5. Isca “queijo” confeccionada em planta que já produziu
voltada para o solo (Figura 4). A isca tipo cacho.
24 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

destruídos. A utilização de um inseticida estudados e utilizados como agente de con-


aplicado na superfície cortada substitui a trole biológico de C. sordidus no Brasil, visto
catação manual dos adultos. Do ponto de que pode ser facilmente produzido comer-
vista prático, pode-se adotar a seguinte cialmente e a um custo relativamente baixo.
recomendação: utiliza-se a base das plantas A suspensão do inóculo que contém os
colhidas para confeccionar iscas do tipo conídios de B. bassiana é distribuída, por
queijo e emprega-se o resto do pseudocaule meio de pincelamento ou pulverização,
para as do tipo telha. De maneira geral, sobre a superfície das iscas de pseudocaule.
recomenda-se o número de 60 a 100 iscas/ha, O fungo atua sobre os adultos capturados,
com coletas semanais e renovação quinze- os quais morrem alguns dias após a infec-
nal das iscas. Contudo, a eficiência da captu- ção. A aplicação de B. bassiana em condi-
ra é maior com o aumento na densidade das ções de baixa umidade relativa e precipita-
iscas e freqüência de coletas, porém o custo ção em bananal irrigado é também viável no
da operação, associado à disponibilidade de controle de C. sordidus, em razão do
mão-de-obra, deve ser considerado. microclima favorável aos processos de in-
Controle biológico fecção e disseminação do fungo.

Com relação aos inimigos naturais de A eficiência do controle microbiano


C. sordidus, coleópteros da família Histeridae depende de fatores bióticos, climáticos e
(Plaesius javanus, Hololepta quadridentata e não climáticos. Dentre os fatores não cli-
Omalodes foveola) foram referidos como pre- máticos, o solo, apesar de ser o maior
dadores de larvas da broca-do-rizoma. No reservatório para os fungos entomopato-
entanto, os resultados alcançados não fo- gênicos, apresenta inúmeras limitações ao
ram muito promissores, com exceção do seu estabelecimento e atuação, entre eles a
controle biológico exercido por P. javanus, composição mineral, orgânica e microbiana,
introduzido em Fiji e Taiti. Os freqüentes as quais podem influenciar a persistência, a
insucessos no controle biológico dessa pra- atividade biológica e o comportamento
ga deve-se à não especificidade dos epizootiológico.
parasitóides e predadores registrados e ao Em condições de laboratório, a partir
próprio habitat do inseto, dificultando o do oitavo dia após a aplicação, o efeito
contato com os inimigos naturais. sinergético entre B. bassiana e óleo mineral,
Estudos a respeito da utilização de aumenta significativamente a mortalidade
nematóides entomopatogênicos, pertencen- (88%), em comparação com a ação de am-
tes às famílias Steinernematidae e bos os agentes isoladamente, ao passo que
Heterorhabditidae, no controle da broca- aos 20 dias após a aplicação, o efeito foi
do-rizoma, mostram que além de eficientes aditivo, com 98% de mortalidade.
e específicos, são facilmente criados em Controle químico
escala. A eficácia da suspensão de Steinernema
carpocapsae no controle de adultos, aplicada Além da modalidade de tratamento
às iscas de pseudocaule, foi confirmada. As químico das mudas, alguns inseticidas po-
larvas de C. sordidus foram infectadas pelo S. dem ser usados na cova de plantio e em
carpocapsae, mas não os adultos, quando cobertura.
aplicados nos rizomas. Em condições de Quando são utilizadas iscas, alternati-
laboratório, registrou-se mortalidade de vamente à coleta manual dos insetos, pode-
83% para larvas de C. sordidus, quando se aplicar inseticidas à superfície delas. Em
submetidas à infecção por diferentes isola- algumas regiões, o nível de controle com
dos de Heterorhabditis. base no número de insetos encontrado por
O fungo entomopatogênico Beauveria isca está estabelecido, variando de 2 a 5
bassiana é um dos inimigos naturais mais insetos/isca no estado de São Paulo. No
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 25

estado do Espírito Santo, os níveis de con- A aplicação de inseticidas sobre o solo,


trole são da ordem de 2, 4 e 5 adultos/isca, na base da planta, tem sido também reco-
para planta-matriz, primeiro e segundo se- mendada e adotada, principalmente em áreas
guidores, respectivamente. de exploração mais intensiva. Alguns pro-
dutos comumente usados para controle de
O estabelecimento de níveis de con-
nematóides têm sido recomendados para o
trole com base no número de insetos regis- controle da broca devido a sua dupla ação
trado nas iscas é discutido por autores, pois nematicida/inseticida (Tabela 3, Capítulo
a eficiência das capturas depende das con- V). Para o controle específico da broca-do-
dições climáticas e, muitas vezes, não é rizoma, a distribuição do defensivo deve
representativa da população larval. Apesar ser localizada bem próxima à touceira cir-
disso, não se pode negar a importância de cundando completamente todas as plantas
estudos dessa natureza, pois, a utilização de da touceira, cobrindo uma faixa de 10 cm a
iscas para o controle da broca-do-rizoma 15 cm de largura.
no estado do Espírito Santo, com base em
pesquisas sobre a movimentação do inseto Controle por comportamento
e sob o ponto de vista de seu controle, O comportamento gregário, mediado
reduziu drasticamente a quantidade de in- por cairomônios vegetais e feromônios de
seticida utilizada, a poluição do agregação e sexual foi exaustivamente dis-
agroecossistema e a exposição do aplicador, cutido por alguns autores. Provavelmente,
em comparação com o método anterior- o inseto necessita de um estímulo químico
mente utilizado (polvilhamento semestral da planta para iniciar a produção de
nas touceiras). feromônios, visto que a bananeira é utiliza-

Tabela 3 . Produtos químicos registrados para a cultura da bananeira.

Ingrediente
Produto comercial Indicação Dose (prod. com.) Grupo químico
ativo
Aldicarb Temik 150 Cosmopolites sordidus 15-20 g/cova carbamato
Aldicarb Temik 100 Cosmopolites sordidus 30 g/cova carbamato
Carbaryl Sevin 480 SC Antichloris eriphia 225 ml/ 100 l água
Caligo illioneus 340 ml/ 100 l água
carbamato
Opogona sacchari 225 ml/ 100 l água
Opsiphanes invirae 340 ml/ 100 l água
Carbaryl
Carbaryl Opogona sacchari 10-15 kg/ha carbamato
Fersol Pó 75
Carbaryl Sevin 75 Opogona sacchari 10-15 kg/ha carbamato
Carbaryl Agrivin 850 PM Opogona sacchari 1,0-1,3 kg/ha carbamato
Carbofuran Ralzer 50 GR Cosmopolites sordidus 3-5 g/isca queijo carbamato
Carbofuran Furadan 50 G Cosmopolites sordidus 3-5 g/isca carbamato
Carbofuran Furadan 350 SC1 Cosmopolites sordidus 400 ml/100 l água carbamato
Carbofuran Furadan 350 TS Cosmopolites sordidus 400 ml/100 l água carbamato
Carbofuran Diafuran 50 Cosmopolites sordidus 50-80 g/cova carbamato
Ethoprophos Rhocap Cosmopolites sordidus 2,5 g/isca organofosforado
60 g/cova2
Terbufos Counter 50 G Cosmopolites sordidus 40 g/cova 3 organofosforado
25 g/isca queijo
Trichlorfon Dipterex 500 Opogona sacchari 0,3 l/ 100 l água organofosforado

*imersão das mudas por 15 minutos;.1 cultura estabelecida; 2 bananal em formação


26 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

da tanto como fonte alimentar como local Ainda que em fase de laboratório,
para a sua reprodução. Dessa forma, resul- estes estudos de agregação mostram que há
tados obtidos por meio de pesquisas relaci- perspectivas de utilização dessa técnica no
onadas com a resistência de plantas a inse- combate à broca-do-rizoma, constituindo-
tos podem esclarecer determinados padrões se, no futuro, em mais uma alternativa
comportamentais do inseto. dentre as várias recomendações existentes
Com o objetivo de identificar os para o manejo integrado da praga.
cairomônios de rizomas e pseudocaules de PULGÕES -
duas cultivares, uma resistente e outra sus-
Pentalonia nigronervosa Coq.
cetível ao C. sordidus, utilizando a técnica do
olfatômetro para discriminar as respostas (Homoptera: Aphididae)
de indivíduos, de ambos os sexos, aos volá- Aphis gossypii Glover
teis extraídos das plantas, verificou-se que (Homoptera: Aphididae)
machos e fêmeas responderam de maneira Myzus persicae (Sulzer)
similar aos dois genótipos e aos voláteis (Homoptera: Aphididae)
coletados, indicando que as respostas de
orientação observadas são, preferencialmen- INTRODUÇÃO
te, direcionadas à procura do alimento e
Apesar de a colonização da planta ser
não para a busca de locais para oviposição.
realizada somente pelo pulgão da bananei-
Entretanto, as respostas à cultivar suscetí-
ra, Pentalonia nigronervosa Coq., outras espé-
vel foram mais intensas, embora a mistura
cies como Aphis gossypii Glover e Myzus
dos voláteis que ocorreram em maior quan-
persicae (Sulzer) também serão citadas devi-
tidade nessa cultivar não tenha provocado
do à sua importância como transmissoras
respostas, sugerindo que outros compos-
da virose conhecida como mosaico-da-ba-
tos presentes em menor proporção sejam
naneira (CMV).
os responsáveis pela atratividade. Utilizan-
do técnica semelhante, em estudos visando O comportamento para seleção da
determinar respostas olfativas do inseto em hospedeira dos pulgões é caracterizado pelas
relação à amostra de etanol, pseudocaule e picadas de prova e, nesta etapa, se uma
rizoma de Musa acuminata, abacaxi e cacau, planta encontra-se infectada pelo vírus,
observou-se que o inseto foi atraído so- ocorre a contaminação da parte anterior do
mente para partes da bananeira. Além dis- intestino do inseto, o que possibilita a trans-
so, tecidos sadios foram mais atrativos do missão de viroses mesmo para plantas não
que aqueles infestados pela broca e, no hospedeiras dos referidos insetos. Como
campo, odores de tecidos do rizoma atraí- evidenciado por microscopia eletrônica, as
ram mais do que aqueles liberados pelo viroses que apresentam relação não-persis-
pseudocaule. tente com o vetor estão altamente concen-
tradas nos protoplastos de células
Uma substância (1,8-cineole) eletro-
epidérmicas de plantas hospedeiras
fisiologicamente ativa foi identificada entre
sistemicamente infectadas.
os componentes voláteis de cultivares sus-
cetíveis à broca-do-rizoma. Também de- Recentemente, com a expansão do
monstrou-se que essa substância foi atrati- uso de plantas in vitro, tem-se registrado
va ao inseto. Nas cultivares resistentes, ela maior dispersão do CMV do que no passa-
esteve ausente. Por outro lado, outra subs- do. Sua ocorrência é maior nas cultivares do
tância (b-felandrena) que exibiu atividade subgrupo Cavendish, mas também foi cons-
eletrofisiológica, mas não foi atrativa ao C. tatada em variedades do subgrupo Prata e
sordidus, esteve presente somente na culti- Terra. Os bananais são atacados na fase
var resistente. vegetativa, isto é, antes do florescimento.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 27

Casos de 100% de plantas infectadas têm Caladium spp, Arum maculatum, Hedychium
sido reportados na Índia. No Brasil, estima- coronarium, Languas speciosa e Colocasia spp.,
se que 10% das bananeiras encontram-se dentre outros.
infectadas por essa doença, apesar da
Aphis gossypii Glover
inexistência de levantamentos. Além de
transmitir o mosaico-da-bananeira, P. Também chamado de pulgão-do-al-
nigronervosa é também vetor do bunchy top godoeiro, encontra-se distribuído no mun-
(BBTV), virose ainda não constatada no do todo, mas em regiões temperadas, fica
Brasil restrito a casas de vegetação. É particular-
mente abundante e de ocorrência generali-
DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA zada nos trópicos. Os insetos ápteros são
Pentalonia nigronervosa Coq. variáveis na cor. Os espécimes grandes, de
modo geral, são verde-escuros, quase pre-
Conhecido como pulgão-da-bananei-
tos, mas os adultos produzidos em colônias
ra (Figura 6), é um inseto sugador de seiva,
populosas podem ter menos de 1 mm e
cujas colônias localizam-se na porção basal
apresentar a coloração amarelada, quase
do pseudocaule, protegidas pelas bainhas
branca. São extremamente polífagos, ata-
foliares externas. Mede cerca de 1,2 mm a
cando algodão, cucurbitáceas, citros, café,
1,6 mm de comprimento, sendo que as
cacau, berinjela, pimenta, quiabo e muitas
formas adultas apresentam variação na co-
plantas ornamentais, como hibisco. Trans-
loração, de avermelhada a marrom-escura,
mite mais de 50 viroses, tanto com relação
enquanto que as formas jovens, originadas
não-persistente (feijão, ervilha, crucíferas,
por partenogênese, possuem cor mais cla-
aipo, caupi, cucurbitáceas, Dahlia, alface,
ra. O período de desenvolvimento ninfal é
cebola, pimenta, soja, morango, batata doce,
de 10 dias, com 5 a 6 ecdises, sendo a
fumo e tulipa) quanto com relação persis-
longevidade de 11 dias. Nesse período, a
tente (algodão, lírio e ervilha). Por não se
fêmea produz até 18 descendentes. Os hos-
desenvolver em bananeira, dados biológi-
pedeiros alternativos desses afídeos são
cos não foram apresentados.
Myzus persicae (Sulzer)
Essa espécie, vulgarmente chamada
de pulgão-verde, pode ser confundida com
A. gossypii, pois ambas são amarelo-claras.
Entretanto, podem ser diferenciadas pela
forma do corpo, mais alongada em M.
persicae, além do sifúnculo escuro e cilíndri-
co em sua extensão e proporcionalmente
menor. Também apresentam coloração
muito variável. Suas plantas hospedeiras
primárias são Prunus persicae, P. nigra, P.
tanella e, possivelmente, P. serotina. Hospe-
deiros secundários englobam 40 diferentes
Foto: A. L. M. Mesquita

famílias de plantas, muitas das quais impor-


tantes economicamente. É considerado o
mais polífago dos afídeos e o mais impor-
tante vetor de viroses, capaz de transmitir
mais de 100 fitoviroses. As viroses transmi-
Figura 6. Muda de bananeira atacada tidas de modo persistente são beet mild
pelo pulgão Pentalonia nigronervosa. yellowing, beet yellow net, beet mild yellows, pea
28 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

enation mosaic, pea leaf roll, potato leaf roll, radish vírus são recomendadas para o controle do
yellows, tobacco vein distorting e tobacco yellow bunchy top e do CMV. Entretanto, como esse
veinbanding, etc. (Blackman & Eastop, 1984). vírus não ocorre no Brasil, severas barrei-
Os dados biológicos são ausentes para ba- ras quarentenárias devem ser respeitadas
naneira, pela mesma razão apresentada no para evitar a sua introdução.
item anterior.
Com relação ao CMV, as medidas a
A polifagia em afídeos pode ser com- serem tomadas para reduzir os danos são
preendida com base em uma extensão do controlar as plantas daninhas hospedeiras
conceito de hospedeiro-reserva e significa, do vírus e evitar plantas cultivadas na vizi-
preferencialmente, a capacidade de alimen- nhança com alto potencial de infecção.
tação em muitas famílias diferentes de plan- Dentre os hospedeiros do vírus, destacam-
tas e não a ausência de especificidade ali- se as cucurbitáceas, tomate, milho, Canna
mentar. indica, Panicum colonum, Paspalum conjugatum,
DANOS E CONSEQÜÊNCIAS Digitaria sanguinalis, Musa spp. e Commelina
ECONÔMICAS spp. A data de plantio pode ser ajustada
para períodos nos quais a população dos
Pentalonia nigronervosa Coq. afídeos seja reduzida.
Os danos diretos são devidos à sucção Coleópteros da família Coccinelidae,
de seiva das bainhas foliares externas (pró- Cryptogonus orbiculus e Diomus oportunus foram
ximo ao nível do solo) por adultos e ninfas, relatados como inimigos naturais de P.
levando à clorose das plantas e deformação nigronervosa, respectivamente. É provável
das folhas. que, em função da predação exercida por
Em altos níveis populacionais, podem esses inimigos naturais, populações do pul-
ser encontrados no ápice do pseudocaule, gão da bananeira sejam mantidas em níveis
no qual provocam o enrugamento da folha que não prejudiquem diretamente a cultura.
terminal. O honey-dew excretado favorece o
desenvolvimento de fungos saprófitas. TRIPES -
Frankliniella spp.
Conforme mencionado anteriormen-
te, os danos indiretos são devidos à trans- (Thysanoptera: Aelothripidae)
missão das viroses bunchy top e CMV. Plan- Thrips spp.,
tas jovens de bananeira, oriundas de mudas Chaetanaphothrips spp.,
in vitro mostraram mais sintomas de CMV Caliothrips bicinctus Bagnall,
do que as plantas convencionais aos 5 me-
Tryphactothrips lineatus Hood,
ses de idade. Os sintomas das viroses são
descritos no capítulo VI. Hercinothrips spp.
(Thysanoptera: Thripidae)
Aphis gossypii Glover e Myzus
persicae (Sulzer) INTRODUÇÃO
Como a bananeira não é hospedeira Os tripes são insetos pequenos, com
desses pulgões, os prejuízos referem-se ampla distribuição geográfica, mas com
somente à transmissão do CMV, efetuada preponderância de espécies tropicais, que
de maneira não-persistente em breves pica- se caracterizam pela presença de asas
das de prova, após a aquisição a partir de franjadas, o que conferiu o nome
plantas infectadas.
Thysanoptera à ordem na qual se encon-
CONTROLE tram classificados.
A eliminação das plantas doentes e a O aparato alimentar é único entre os
manutenção do material de plantio livre de insetos. Somente a mandíbula esquerda está
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 29

presente nos estágios pós-embrionários, ovo na epiderme por meio do ovipositor.


sendo as maxilas transformadas em um par As condições ótimas para o seu desenvolvi-
de estiletes assimétricos, que se unem para mento são alta temperatura e baixa umida-
formar o canal alimentar. Esses autores de. Com relação à outra espécie, T. florum
registraram informações obtidas na litera- coexiste e é, freqüentemente, confundido
tura sobre o modo de alimentação das com Thrips hawaiiensis Morgan, que é tam-
espécies de tripes. Larvas e adultos usam a bém registrado como praga de banana na
mandíbula para fazer um orifício na super- Austrália. Os adultos de T. exilicornis ali-
fície da planta, no qual os estiletes são mentam-se das flores, enquanto elas ainda
introduzidos. estão cobertas pelas brácteas, sendo os ovos
colocados na epiderme de frutos jovens.
DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA
Após a eclosão, as larvas dirigem-se para as
Tripes da erupção dos frutos - flores, onde alimentam-se da mesma forma
Frankliniella spp. que os adultos.
As espécies com maior distribuição Tripes da ferrugem dos frutos -
geográfica são Frankliniella parvulla Hood e Chaetanaphothrips spp., Caliothrips
Frankliniella insularis (Franklin), entretanto bicinctus Bagnall e Tryphactothrips
Frankliniella brevicaulis Hood e Frankliniella lineatus Hood
fulvipennis Moulton ocorrem com maior fre-
qüência no Brasil. Os ovos são colocados Chaetanaphothrips orchidii Moulton e
individualmente na epiderme da casca de Chaetanaphothrips signipennis Bagnall estão
frutos jovens com menos de duas semanas relacionados com o sintoma da ferrugem
de idade. As formas jovens podem ser dos frutos. No Brasil, além de C. orchidii, as
brancas ou amarelo-claras e, como os adul- espécies Caliothrips bicinctus Bagnall e
tos, são muito ativas. Os adultos apresen- Tryphactothrips lineatus Hood são as mais
tam coloração marrom-escura e são encon- freqüentes. C. bicinctus são insetos peque-
trados geralmente em flores jovens abertas. nos, que vivem nas inflorescências, entre as
Também podem ocorrer naquelas flores brácteas do coração e os frutos. Os ovos,
que estão ainda protegidas pelas brácteas, colocados sob a cutícula do fruto, são co-
alimentando-se nas brácteas e, algumas ve- bertos por uma secreção, que se torna escu-
zes, sobre frutos jovens. O ciclo de desen- ra. As formas jovens movimentam-se len-
volvimento de ovo a adulto varia de 13 dias tamente e são claras, enquanto que os adul-
a 29 dias. A pupação ocorre no solo, prin- tos são escuros.
cipalmente na área de projeção do cacho.
Tripes do prateamento da banana
Tripes do encortiçamento - Thrips - Hercinothrips spp.
spp.
Hercinothrips bicinctus Bagnall e
Thrips exilicornis Hood e Thrips florum Hercinothrips femoralis Reuter são as espécies
Schmutz estão freqüentemente relaciona- que provocam esse sintoma nos frutos. As
dos com o sintoma de encortiçamento nos larvas e adultos são de coloração marrom-
frutos de banana. T. exilicornis exibe um escura e medem 1,5 mm de comprimento.
acentuado dimorfismo sexual, sendo as fê- As larvas de H. bicinctus começam a se
meas maiores e de coloração marrom-escu- alimentar imediatamente após a eclosão,
ra, enquanto os machos são menores e de freqüentemente em grupos de 10 a 20 no
coloração amarelada. Formas jovens e adul- mesmo fruto. Completado o desenvolvi-
tos alimentam-se, normalmente, nas partes mento, a larva passa para o solo, onde
florais remanescentes das extremidades dos ocorre a pupação e emergência do adulto.
frutos e das flores do coração. As fêmeas O ciclo de vida (ovo a ovo) é de aproxima-
fazem a postura no fruto, introduzindo o damente 25 dias. Apesar de ocorrer em
30 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

frutos de banana, H. femoralis é considerado o ataque é muito intenso, as pontuações


uma séria praga de plantas sob cultivo pro- coalescem e originam, posteriormente, no
tegido em regiões temperadas. fruto maduro, os sintomas descritos a se-
guir. A epiderme torna-se marrom-
DANOS E CONSEQÜÊNCIAS
acinzentada a avermelhada e áspera, algu-
ECONÔMICAS mas vezes, com a formação de rachaduras.
Tripes da erupção dos frutos - Os sintomas são mais evidentes sobre o
Frankliniella spp. lado mais externo dos dedos apicais.
Os danos manifestam-se nos frutos Tripes da ferrugem dos frutos -
em desenvolvimento, na forma de pontua- Chaetanaphothrips spp.,
ções marrons e ásperas ao tato (Figura 7). Caliothrips bicinctus Bagnall e
As puncturas resultantes da oviposição so- Tryphactothrips lineatus Hood
bre o fruto reduzem o seu valor comercial,
mas não interferem na qualidade da fruta. Esses tripes provocam a ferrugem dos
frutos (Figura 8), o que diminui sua quali-
Tripes do encortiçamento - dade, embora o dano não afete a polpa da
Thrips spp. banana. Entretanto, frutos atacados não
Swaine & Corcoran (1975) demons- são aceitos para exportação. O dano é cau-
traram que T. florum provoca o sado pela oviposição nos frutos jovens,
manchamento da epiderme de bananas com subseqüente alimentação por larvas e
(corky scab), o que desvaloriza drasticamente adultos na epiderme do fruto, localizando-
o valor comercial do fruto, com diminuição se, principalmente, na área de contato entre
do lucro. os dedos. Em frutos com 30 dias de idade,
as áreas atacadas são ligeiramente
Os adultos, por serem atraídos pela esbranquiçadas. À medida que o fruto se
inflorescência emergente, causam danos desenvolve, os sintomas tornam-se mais
pelas atividades de oviposição e alimenta- severos. Assim, em frutos cujo diâmetro é
ção no fruto em desenvolvimento. Quando de 32 mm, a epiderme perde o brilho e
Foto: A. L. M. Mesquita

Figura 7. Pontuações na casca do fruto provocadas pelo tripes da erupção dos frutos.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 31
Foto: A. L. M. Mesquita

Figura 8. Sintoma de ataque do tripes da ferrugem dos frutos.


torna-se marrom-avermelhada e áspera. Em a remoção do coração durante os meses de
casos de forte infestação, a epiderme pode inverno foi considerada o único método
apresentar pequenas rachaduras devido à praticado contra o inseto. O uso de inseti-
perda de elasticidade. cidas aplicados no momento da emergência
Tripes do prateamento da banana do cacho reduziu o número de frutos afeta-
dos pelo encortiçamento, quando a popu-
- Hercinothrips spp.
lação foi alta. No caso de baixa incidência
Sua atividade alimentar nos frutos de dos tripes, nenhum tratamento reduziu o
banana causa a ruptura das células nível dos sintomas, sendo antieconômico
epidérmicas. Os sintomas – faixas pratea- o controle.
das que mais tarde tornam-se marrons – são
encontrados entre os frutos onde os ovos Tripes da ferrugem dos frutos -
foram colocados. Quando o fruto é muito Chaetanaphothrips spp.,
jovem e o ataque é severo, podem surgir Caliothrips bicinctus Bagnall e
rachaduras longitudinais na epiderme. Tryphactothrips lineatus Hood
CONTROLE Resultados promissores no controle
Tripes das flores - Frankliniella spp. de C. orchidii foram obtidos quando os
cachos foram ensacados e as plantas dani-
Alguns autores concluíram que não há
nhas, tais como Commelina sp. e Brachiaria
controle prático dessas espécies, pois os
purpurascens, foram controladas. O uso de
tripes ovipositam antes que o cacho seja
sacos tratados, aplicações de inseticida na
ensacado. Contudo, a aplicação de insetici-
base da touceira e no solo reduzem a inci-
das no solo, a despistilagem e a remoção do
dência e danos do tripes.
coração podem reduzir a sua população.
Tripes do encortiçamento - Tripes do prateamento da banana
Thrips spp. - Hercinothrips spp.
Como não há registro de multiplica- Estudos mostram que uma única apli-
ção do inseto em hospedeiros alternativos, cação de inseticida antes da proteção dos
32 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

cachos pelo ensacamento foi eficiente con- midade dos frutos e os ovos podem ser
tra C. bicinctus. Também, um segmento de colocados de maneira agrupada ou isolada.
faixa tratada com inseticida medindo 2 cm A lagarta, em seu último estágio de desen-
por 1,5 cm controla a praga quando cachos volvimento, mede cerca de 25 mm. Em
jovens foram ensacados. bananais do litoral paulista, verificou-se
que o aumento da precipitação determinou
TRAÇA-DA-BANANEIRA
TRAÇA-DA-BANANEIRA - uma redução na infestação da praga. Em
Opogona sacchari (Bojer) Santa Catarina, sua ocorrência é mais fre-
(Lepidoptera: Lyonetiidae) qüente no norte do Estado.
DANOS E EFEITOS ECONÔMICOS
INTRODUÇÃO
O inseto pode atacar todas as partes da
No Brasil, sua ocorrência é restrita ao planta, exceto as raízes e as folhas. A lagarta
estado de São Paulo e de Santa Catarina. penetra no fruto, constroe galerias na pol-
Provocou grandes perdas à bananicultura pa, que resultam no seu apodrecimento
paulista na década de 70. Provavelmente, (Figura 9), o que inviabilizando a sua
foi introduzida, clandestinamente, no Bra- comercialização. Somente um indivíduo
sil por meio de mudas de bananeira ou em pode ser encontrado em cada galeria, pois
outros hospedeiros alternativos (cana-de- ocorre o canibalismo nessa espécie. Não
açúcar, gladíolo, dália, inhame, bambu e obstante, pode ser encontrada mais de uma
tubérculos de batata). lagarta no fruto, mas em galerias diferentes.
DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA O produto também é recusado para expor-
tação. A presença do inseto no bananal
O ciclo de desenvolvimento (ovo a pode ser verificada pelo acúmulo de resídu-
adulto) é em torno de 55 dias no estado de os na extremidade apical dos frutos e pela
São Paulo. As mariposas medem 13 mm a sua maturação precoce.
14 mm de comprimento e 30 mm de enver-
gadura, apresentam coloração marrom-cla-
CONTROLE
ra com as asas posteriores acinzentadas. A Práticas culturais como a despitilagem
oviposição é realizada geralmente na extre- e autilização de cultivares cujas extremida-
Foto: A. L. M. Mesquita

Figura 9. Fruto atacado pela traça da bananeira Opogona sacchari.


Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 33

des dos cachos sejam “limpas”, auxiliam no DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA


controle da praga. A proteção dos cachos
No estádio adulto, Caligo spp. (Figura
com sacos de polietileno, mesmo quando
10) pode atingir até 14 cm de envergadura.
estes foram impregnados com inseticidas
não foi eficiente como medida de controle. É conhecida como borboleta-coruja, em
Após à colheita proceder a eliminação do razão da disposição das escamas em suas
engaço, seccionamento do pseudocaule em asas posteriores, em vista ventral. Os ovos
pedaços pequenos como forma de reduzir são colocados em grupos sobre as folhas de
fonte de novas infestações. bananeira. Após 7 a 10 dias, ocorre a eclosão
das lagartas, que são gregárias e alimentam-
O controle químico deve ser concen- se à noite. Durante o dia, elas podem ser
trado nos meses que coincidem com a encontradas abrigadas sobre as folhas secas
maior atividade ovipositora do inseto (fe- da planta. No último estádio de desenvolvi-
vereiro a junho), após a verificação da sua
mento, as lagartas medem cerca de 10 cm de
presença nos restos florais e nos frutos em
comprimento e apresentam coloração mar-
desenvolvimento.
rom, mimetizando as folhas secas da bana-
Em testes efetuados em laboratório e neira. No gênero Opsiphanes (Figura 11), os
campo, verificou-se a presença de substân- ovos são colocados, individualmente, e as
cias sexualmente ativas no extrato bruto de
fêmeas virgens, sendo possível detectar os
picos populacionais da praga ao longo do
ano. Verificou-se a possibilidade de utiliza-
ção do feromônio sexual na determinação
da flutuação populacional do inseto num
determinado local, com o propósito de
indicar a época mais adequada para a aplica-
ção de inseticidas.

LAGART
LAGARTASAS-DESFOLHADORAS
-DESFOLHADORAS
- Caligo spp., Opsiphanes spp.
Foto: A. L. M. Mesquita

(Lepidoptera: Nymphalidae),
Antichloris spp. (Lepidoptera:
Arctiidae)
INTRODUÇÃO
Figura 10. Lagarta desfolhadora da bananeira, Caligo
Os desfolhadores podem causar da-
brasiliensis.
nos à bananeira por reduzir a área foliar da
planta, com reflexos negativos na quantida-
de de fotossintatos elaborados. Há vários
gêneros associados com danos foliares em
banana, embora somente três sejam signi-
ficativos: Caligo, Opsiphanes e Antichloris. As
espécies C. beltrao (Illiger), C. illioneus (Cr.),
Foto: A. L. M. Mesquita

O. invirae (Hueb.), O. cassiae luculus


Fruhstorfer, A. eriphia (Fabr.) e A. viridis
Druce (litoral paulista) têm sido referidas
como desfolhadoras de bananeira no esta-
do de São Paulo, enquanto que no estado da
Bahia, ocorreram C. brasiliensis (Felder) Figura 11. Lagarta desfolhadora da bananeira, Opsiphanes
O. invirae e A. eriphia. invirae.
34 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

lagartas também permanecem isoladas du- de alimentar pode destruir a folha inteira,
rante o desenvolvimento larval. Elas po- exceto a nervura central. Tal afirmativa não
dem ser encontradas na face inferior das se aplica ao gênero Antichloris, cujas lagartas
folhas, ao longo da nervura central. No apenas perfuram o limbo foliar. Em expe-
último estágio de desenvolvimento, podem rimento de simulação dos danos de desfolha
atingir cerca de 8 cm e apresentam colora- por lagartas, verificou-se que a remoção de
ção verde com estreitas faixas longitudinais 20% da área foliar não provocou redução
amarelas e brancas. Os adultos são borbo- na produtividade da cultura.
letas de coloração marrom com uma faixa
CONTROLE
alaranjada nas asas anteriores. A enverga-
dura do inseto é em torno de 8 cm. Com Em geral, as lagartas são mantidas em
relação ao gênero Antichloris (Figura 12), no equilíbrio por seus inimigos naturais. O
último estádio de desenvolvimento, as la- controle químico dessas espécies, quando
gartas medem 3 cm de comprimento e são necessário, deve ser realizado com insetici-
amarelas com uma densa pubescência. São das seletivos, para evitar a destruição dos
encontradas na face inferior das folhas. No inimigos naturais. Surtos de lagartas-
estádio adulto, elas se transformam em desfolhadoras, quando relatados, normal-
mariposas muito semelhantes a vespas. Os mente estão relacionados com o uso
adultos são escuros, com uma coloração indevido de inseticidas.
preta brilhante.
OUTRAS PRAGAS
PRAGAS
DANOS E CONSEQÜÊNCIAS
ECONÔMICAS Abelha-arapuá - Trigona spinipes
As lagartas pertencentes ao gênero (Fabr.) (Hymenoptera: Apidae)
Caligo e Opsiphanes iniciam sua alimentação Conhecida também como abelha-ca-
nas margens das folhas e com a sua ativida- chorro, apresenta coloração preta, mede
Foto: A. L. M. Mesquita

Figura 12. Lagarta desfolhadora da bananeira, Antichloris eriphia.


Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 35

em torno de 6 mm de comprimento, en-


contrando-se presente em bananais na fase
de floração, onde obtém resinas vegetais
que são utilizadas como aglutinadores na
construção de seus ninhos. O ataque às
flores e aos frutos jovens provoca o apare-
cimento de lesões irregulares principalmente
ao longo das quinas (Figura 13), o que
deprecia seu valor comercial. Sua impor-
tância também está associada à transmissão
da bactéria causadora do moko.
Broca-rajada
Metamasius hemipterus
(Coleoptera: Curculionidae)
Inseto freqüentemente associado ao
bananal, sendo atraído pelas iscas utilizadas
na captura de adultos da broca-do-rizoma.
Não é considerado praga da cultura. O
adulto é um besouro curculionídeo de colo-
ração marrom com listras longitudinais pre-
Foto: A. L. M. Mesquita

tas (Figura 14). As larvas são ápodes, apre-


sentam coloração amarelada, curvatura ab-
dominal acentuada, estigmas visíveis e mai-
or agressividade do que C. sordidus. São,
normalmente, encontradas em pseudo-
caules tombados, em decomposição ou em Figura 13. Lesões provocadas pela abelha arapuá,
plantas depauperadas. As pupas são Trigona spinipes, ao longo das quinas de frutos de
revestidas por um casulo confeccionado bananeira “Terra”.
com fibras do pseudocaule.
Apesar de não ser prejudicial à bana-
neira, a multiplicação livre desse inseto
pode causar problemas a culturas vizinhas
das quais o inseto seja praga, como a cana-
de-açúcar e o coqueiro. Um aspecto inte-
ressante da presença da broca-rajada em
bananais é a possibilidade de ser eficiente
Foto: A. L. M. Mesquita

agente de disseminação do fungo B. bassiana,


pois, além de também ser atraída pelos
odores de fragmentos de pseudocaule, apre-
senta maior mobilidade do que os adultos
da broca-do-rizoma, aumentando, portan-
to, a possibilidade de a praga vir a se conta- Figura 14. Broca-rajada da bananeira Metamasius
minar pelo fungo. hemipterus .
36 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

4 DOENÇAS
FÚNGICAS E
BACTERIANAS
Zilton José Maciel Cordeiro
Aristóteles Pires de Matos

DOENÇAS FÚNGICAS com maiores efeitos econômicos nas regi-


ões ou microrregiões produtoras, onde as
INTRODUÇÃO chuvas são mais freqüentes e a temperatura
se mantém em torno do nível tido como
As doenças fúngicas constituem os ótimo, de 25 °C. A região Sudeste é a que
principais problemas fitopatológicos da melhor se enquadra nessas condições e
bananeira, normalmente afetada em todo onde se encontra a maior concentração de
o seu ciclo vegetativo e produtivo, nas suas cultivos de bananeira.
diversas partes (raiz, pseudocaule, folha e
fruto), por um grande número de doenças AGENTE CAUSAL E SINTOMAS
causadas por diversas espécies de fungos. A sigatoka-amarela é causada por
Esses patógenos, em alguns casos, são fato- Mycosphaerella musicola, Leach, a forma per-
res limitantes da produção dessa fruta. Pode- feita ou sexuada de Pseudocercospora musae
se afirmar que o sucesso na produção de
(Zimm) Deighton, que corresponde à for-
banana depende em grande parte dos cui-
ma imperfeita ou assexuada do mesmo
dados dispensados a essas doenças. O nível
fungo. Dois tipos de esporos estão envol-
de produtividade e qualidade dos frutos
vidos no aparecimento da doença: o esporo
será tanto melhor quanto menor for a inci-
sexuado, que é o ascósporo, e o assexuado,
dência de manchas e/ou podridões, que
o conídio. As diferenças de comportamen-
podem aparecer nas raízes, no pseudocaule,
to, entre eles, podem se refletir na
nas folhas e nos frutos. Neste segmento
epidemiologia da doença, que é fortemente
serão abordadas, em profundidade, as do-
influenciada pelas condições climáticas.
enças fúngicas de maior significado econô-
mico, não deixando também de citar aque- Três elementos associados ao clima ¾ chu-
las de efeitos secundários. va, orvalho e temperatura ¾ são funda-
mentais para que ocorram infecção, produ-
SIGAT
SIGATOKA-AMARELA ção e disseminação do inóculo (Tabela 1).
(Mycosphaerella musicola = Uma vez depositado sobre a folha, o esporo
germinará se houver presença de umidade.
Pseudocercospora musae ) Dependendo da temperatura, a germinação
se processará num intervalo de 2 a 6 horas,
DISTRIBUIÇÃO ocorrendo posteriormente, o crescimento
A história da sigatoka-amarela ou da hifa sobre a folha, num processo que
cercosporiose da bananeira teve início em pode estender-se pelo espaço de dois a seis
Java em 1902. Os primeiros prejuízos dias. Localizando um estômato, haverá a
significativos registrados ocorreram nas formação de apressório seguindo-se à pe-
Ilhas Fiji (Vale de Sigatoka), de onde lhe netração do tecido. As folhas mais suscetí-
veio o nome. Está distribuída por quase veis à infecção, em ordem decrescente, vão
todas as regiões produtoras de banana do da vela à folha 3, embora possa ocorrer
mundo. No Brasil, a doença foi constatada infecção na folha 4. Quando as estações são
inicialmente na Amazônia, em 1944, estan- bem definidas, a produção diária de inóculo
do hoje presente no país inteiro, embora pode ser relacionada com a presença de
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 37

Tabela 4. Diferenças no comportamento de conídios e ascósporos de Mycosphaerella


musicola com reflexos na epidemiologia da sigatoka-amarela.

Conídio Ascósporo

Produzido diariamente quando o orvalho Produzido periodicamente quando há


está presente. Não é dependente de chuva. presença de chuva. Produção dependente
de chuva.
Liberado pelo orvalho e chuva Liberado principalmente por chuva

Disseminado pela água Disseminado pelo vento

Infecção sobre toda a folha, mas com Infecção principalmente apical


tendência basal
Sobrevive três a quatro semanas sobre a Sobrevive oito semanas no pseudotécio
folha
Temperatura ótima para germinação e Temperatura ótima mais alta
crescimento de tubo germinativo mais baixa
Pode aumentar infecção no período seco Pouca ou nenhuma infecção no período seco

Fontes: Stover,1972; Stover & Simmonds,1987.

água sobre a folha e com níveis mínimos de pseudotécos em plantações comerciais. Por
temperatura, já que temperaturas máximas outro lado, nos locais onde o controle é
raramente são limitantes se houver água bem feito, os conídios são provavelmente a
livre sobre as folhas. maior fonte de inóculo contínuo. Durante
Os aspectos epidemiológicos mais a estação seca diminui sensivelmente a
importantes para cada tipo de esporo pro- produção de conídios, embora estes se
duzido são: encontrem presentes em lesões foliares e
sejam produzidos em noites com 10 a 12
Produção e disseminação dos horas de orvalho.
ascósporos
Na ausência de período chuvoso fa-
A formação dos pseudotécios (estru- vorável à produção de ascósporos, os
tura reprodutiva de M. musicola onde se conídios tornam-se a maior fonte de inóculo
formam os ascósporos) ocorre em ambas responsável pelo manchamento, por serem
as faces da folha, porém com maior con- menos exigentes que os ascósporos em
centração na face superior. A produção é relação à ocorrência de chuva. A produção
maior nas folhas que ocupam as posições de conídios é muito sensível a temperaturas
de números 5 a 10 e na prevalência de abaixo de 22 °C.
períodos chuvosos combinados com tem-
peraturas superiores a 21°C. O pique de Os sintomas iniciais da doença apare-
produção ocorre no início da estação cem como uma leve descoloração em for-
seca. A água da chuva é essencial para a ma de ponto entre as nervuras secundárias
liberação dos ascósporos; estes são disse- da segunda à quarta folha, a partir da vela.
minados principalmente pelo vento. A contagem das folhas é feita de cima para
baixo: a folha da vela é a zero e as subse-
Produção e disseminação dos
qüentes recebem os números 1, 2, 3, 4, e
conídios assim por diante. Essa descoloração au-
Admite-se que os esporodóquios (es- menta, formando uma estria de tonalidade
truturas onde se formam os conídios) são amarela. Com o tempo as pequenas estrias
produzidos em maior número que os amarelas passam para marrom e, posteri-
38 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

ormente, para manchas pretas, necróticas, portante região produtora de banana do


circundadas por um halo amarelo, adqui- país, os prejuízos causadas pela sigatoka-
rindo a forma elíptico-alongada, apresen- amarela são da ordem de 50% da produção,
tando de 12mm a 15 mm de comprimento podendo serem tomados como média para
por 2 mm a 5 mm de largura, dispondo-se o país. Em verdade, nos microclimas muito
paralelamente às nervuras secundárias da favoráveis, esses prejuízos podem atingir
folha (Figura 15). 100%, uma vez que os frutos, quando pro-
Em estádios avançados da doença, e duzidos sem nenhum controle, não apre-
ocorrendo em alta freqüência de lesões, dá- sentam valor comercial.
se o seu coalescimento, com o comprome- CONTROLE
timento de uma grande área foliar, caracte-
rizando o efeito mais drástico da sigatoka- Várias são as medidas que podem e
amarela, ou seja, a morte prematura das devem ser tomadas para controlar a sigatoka-
folhas com todas as suas conseqüências amarela. Na agricultura moderna, o manejo
(Figura 16). integrado de pragas e doenças constitui a
principal arma de luta fitossanitária, sobre-
DANOS E EFEITOS ECONÔMICOS tudo, para reduzir o uso dos agrotóxicos.
Os prejuízos causados pela sigatoka- Serão apresentados a seguir diversas alter-
amarela são resultantes da morte precoce nativas e aspectos que devem ser conside-
das folhas e do conseqüente enfraqueci- rados no controle desta importante doença.
mento da planta, com reflexos imediatos na Uso de variedades resistentes
produção (Figura 17). Altos níveis de do-
ença provocam ainda diminuição do núme- Para as cultivares do subgrupo
ro de pencas e do tamanho dos frutos, Cavendish, no qual estão incluídas as vari-
maturação precoce dos frutos no campo, edades que dominam o mercado internaci-
enfraquecimento do rizoma e perfilhamento onal de banana, até o momento não existem
lento. Segundo informações coletadas no opções varietais com resistência ou tolerân-
vale do Ribeira em São Paulo, uma im- cia à sigatoka-amarela. O que existem são
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 15. Sigatoka-amarela: lesões elípticas-alongadas típicas da doença.


Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 39
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 16. Sigatoka-amarela : necrose do limbo foliar.

alguns híbridos tipo Gros Michel, que era a


principal variedade comercializada na dé-
cada de cinqüenta, mas foi substituída pela
sua suscetibilidade ao mal-do-panamá. Es-
ses híbridos carecem de melhores avalia-
ções agronômicas, mas são portadores de
níveis intermediários de resistência à
sigatoka-amarela. Dentre as variedades tam-
bém de exportação, as do subgrupo Terra,
que incluem a Terra, Terrinha e D’angola,
são resistentes a essa doença.
Controle cultural
Embora o controle químico ainda seja
o meio mais poderoso na luta contra a
sigatoka-amarela nas variedades do
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

subgrupo Cavendish, as práticas culturais


que reduzam a formação de microclimas
favoráveis à doença são parte fundamental
de uma estratégia integrada de combate.
Neste caso, os principais aspectos a serem
levados em conta são os seguintes:
Drenagem
Além de melhorar o crescimento geral Figura 17. Sigatoka-amarela: redução da área foliar
das plantas, a drenagem rápida de qualquer verde e queda de produção.
40 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

excesso de água no solo reduz as possibili- provocadas pela doença com a manutenção
dades de formação de microclimas adequa- de uma área foliar fotossintetizante adequa-
dos ao desenvolvimento dessa doença. da às necessidades da planta. Em plantas
Combate às plantas daninhas mal nutridas, o lançamento de folhas é
lento e, conseqüentemente, as lesões serão
No bananal, a presença de altas popu- visualizadas em folhas cada vez mais novas.
lações de plantas daninhas não só incrementa
a ação competitiva que elas exercem, como Sombra
também favorece a formação de microclima Plantas mantidas sob condições som-
adequado aos patógenos, devido ao au- breadas apresentam pouca ou nenhuma
mento do nível de umidade no interior do doença. As razões podem ser duas: redução
bananal. ou não formação de orvalho, importante
Desfolha fator no processo de infecção e, ainda,
redução na incidência de luz, que também
A eliminação racional das folhas ataca- é importante no desenvolvimento dos sin-
das ou de parte delas é de suma importân- tomas da doença. O cultivo de banana em
cia, uma vez que com isso se reduz a fonte sistema agroflorestal, certamente é uma
de inóculo no bananal. É preciso, entretan- boa opção para a região amazônica, princi-
to, que tal eliminação seja feita com bastan- palmente pelo seu caráter preservacionista.
te critério, para não provocar danos maio- Logicamente, plantas sob condições som-
res que os causados pela própria doença. breadas sofrem alterações de ciclo, tornam-
No caso de infecções concentradas, reco- se mais estioladas e perdem em produção.
menda-se a eliminação apenas da parte afe-
tada. Quando, porém, o grau de incidência O adensamento do plantio tem sido
for alto e a infecção tiver avançado extensa- muito utilizado em fruticultura. No caso de
mente sobre a folha, aconselha-se que esta bananas tipo Plátanos esta prática funcio-
seja totalmente eliminada. Não há necessi- nou bem na Colômbia, reduzindo a inci-
dade de retirar as folhas do bananal. Embo- dência de sigatoka. As razões da redução
ra as folhas infectadas continuem produ- foram as mesmas já comentadas. Entretan-
zindo esporos por algum tempo após o to, o sistema colombiano foi trabalhado
corte, os esporos liberados concentram-se como cultura anual, ou seja, no sistema
em torno de um metro de altura, não atin- convencional não se pode afirmar que o
gindo conseqüentemente as folhas sadias aumento de densidade populacional con-
para causar novas infecções. Elas servirão, corra para a redução da sigatoka.
por outro lado, como cobertura morta,
Controle químico
retornando após a decomposição, na forma
de nutrientes para as plantas. É uma prática Os fungicidas ainda são a principal
auxiliar utilizada por grandes empresas pro- arma para o controle da sigatoka-amarela,
dutoras de banana. principalmente quando se tratar das varie-
dades do subgrupo Cavendish. Entre as
Nutrição
recomendações para a aplicação de
Plantas adequadamente nutridas pro- fungicidas estão as seguintes:
piciam um ritmo de emissão de folhas mais
Horário
acelerado, ocorrendo nesta condição o apa-
recimento de folhas em intervalos meno- Os fungicidas devem ser aplicados nas
res. A conseqüência imediata é o apareci- horas mais frescas do dia, no início da
mento das lesões de primeiro estádio e/ou manhã e/ou no final da tarde. Somente em
manchas em folhas mais velhas da planta. dias frios ou nublados as aplicações podem
Verifica-se nessa situação o que se pode ser feitas a qualquer hora do dia. Quando
chamar de compensação das perdas se aplicam fungicidas sob condições de
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 41

temperatura elevada, além de haver maior do nível das folhas, a fim de que seja depo-
risco para o aplicador, as pulverizações sitado nas folhas da vela, 1, 2 e 3, as quais,
perdem em eficiência, em virtude, princi- desse modo, ficarão protegidas da infecção.
palmente, da evaporação do produto. Percebe-se que as pulverizações mais efici-
Condições climáticas entes são as realizadas via aérea.

Os dias ou períodos de vento forte Épocas de controle


devem ser evitados. A aplicação de Conforme se ressaltou antes, a inci-
fungicidas quando há ocorrência de ventos dência da sigatoka-amarela é fortemente
provocará grande deriva do produto e di- influenciada pelas condições climáticas,
minuirá, conseqüentemente, a sua eficácia. basicamente temperatura e umidade (chu-
A pulverização não deverá ser feita va). Como em quase todo o país há uma
quando estiver chovendo, por pouco que separação clara entre período seco e perío-
seja. A chuva provoca a lavagem do produ- do chuvoso, o controle da sigatoka deve ser
to, diminuindo a eficiência do controle. A priorizado neste último, ocasião em que o
queda de chuvas fortes logo após uma ambiente é mais propício ao desenvolvi-
aplicação de fungicida praticamente invali- mento da doença. De modo geral, pode-se
da o seu efeito. A eficiência da operação dizer que o controle da sigatoka deve come-
estará assegurada quando, entre o momen- çar tão logo se inicie o período de chuvas e
to da aplicação e o da ocorrência de chuva prolongar-se até a sua interrupção.
leve, transcorrer um intervalo de tempo
superior a três horas. A indicação do controle poderá ser
feita por sistemas de pré-aviso. Para sua
Direcionamento do produto execução, entretanto, é indispensável a re-
A eficiência da pulverização depende- alização de estudos localizados.
rá em grande parte do local de deposição do Produtos, dosagens e intervalos de
produto na planta. Como o controle é aplicação
essencialmente preventivo, é importante
que as folhas mais novas sejam protegidas, Na Tabela 5 estão relacionados os
vez que é por meio delas que a infecção principais produtos em uso ou com poten-
ocorre. Por conseguinte, em qualquer apli- cial de utilização no controle da sigatoka-
cação, o produto deverá ser elevado acima amarela.
Tabela 5. Principais produtos comerciais, dosagens e intervalos de aplicação,
recomendados para o controle do mal-de-sigatoka.
Dosagem
Intervalo/
Produtos Nome comercial deprincípio
aplicações
ativo/ha
Óleo mineral OPPA, Spray oil etc. 12 a 15 l 2 semanas

Propiconazol + óleo mineral Tilt 100 a 125 ml 4 semanas

Benomyl + óleo mineral Benlate 125 a 150 ml 4 semanas

Thiabendazol + óleo mineral Cercobin, Tecto etc. 125 a 150 ml 4 semanas

Metiltiofanato + óleo mineral Cycosin, Topsin 125 a 150 ml 4 semanas

Clorotalonil* Bravo, Daconil 800 a 1600 g 4 semanas


* Não deve ser aplicado em mistura com óleo mineral (mistura fitotóxica), devendo pois ser veiculado
em água e espalhante adesivo.
42 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Os intervalos de aplicação, indicados Comentários adicionais


na Tabela 5, são normalmente utilizados O aparecimento de populações do
em sistemas de controle sistemático, ou patógeno resistentes a fungicidas tem sido
seja, durante o período mais favorável ao uma ocorrência comum no controle da
desenvolvimento do mal-de-sigatoka, o sigatoka-amarela, principalmente no caso
produtor inicia o seu controle e, dependen- dos benzimidazóis e thiabendazóis, que
do do produto que está sendo empregado, atuam na divisão celular como inibidores da
adota um dos intervalos mencionados. Nem mitose. Para evitar tais problemas, é impor-
todos esses produtos, no entanto, estão tante a alternância de produtos e o próprio
registrados no Ministério da Agricultura e monitoramento do controle com testes de
do Abastecimento, para uso no controle do laboratório.
mal-de-sigatoka. Na Tabela 6, estão relaci- Os intervalos entre aplicações pro-
onados vários produtos utilizados no con- postos na Tabela 6 poderão ser diminuídos
trole da doença, catalogados para uso em ou ampliados, dependendo das condições
fruticultura no Estado da Bahia e com climáticas, da concentração de inóculo no
registro no Ministério da Agricultura e do ambiente e do parecer de um técnico espe-
Abastecimento cializado no assunto.

Tabela 6. Principais características dos fungicidas com registro, para uso no controle
do mal-de-Sigatoka da bananeira.
Concentração
Classe
Nome comercial Princípio ativo Formulação de princípio
toxicológica
ativo
Bayfidan Triadimenol Granulado 60 g/kg IV
Concentrado
Bayfidan Triadimenol 250 g/L II
Emusionável
Benlate Benomyl Pó molhável 500g/kg III
Suspensão
Cercobin Tiofanato metílico 500 g/litro IV
concentrada
Cobre Sandoz BR Óxido cuproso Pó molhável 560 g/kg IV
Cupravit verde Oxicloreto de cobre Pó molhável 840 g/kg IV
Cupravit azul Oxicloreto de cobre Pó molhável 588 g/kg IV
Suspensão
Dacostar Clorotalonil 500 g/L I
concentrada
Dithane Mancozeb Pó molhável 800 g/L III
Concentrado
Folicur Tebuconazole 200 g/L III
emulsionável
Fungiscan Tiofanato metílico Pó molhável 700g/kg IV
Concentrado
Juno Propiconazole 250g/L III
emulsionável
Manzate Mancozeb Pó molhável 800 g/kg III
Suspensão
Opus Epoxiconazole 125 g/L II
concentrada
Concentrado
Tilt Propiconazole 250 g/L III
emulsionável
Vanox Clorotalonil Pó molhável 750 g/kg II

Fonte: ADAB (S.D.)


Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 43

SIGAT
SIGATOKA-NEGRA O desenvolvimento de lesões de
(Mycosphaerella fijiensis = sigatoka e a sua disseminação são forte-
mente influenciados por fatores ambientais
Paracercospora fijiensis)
como umidade, temperatura e vento. O
DISTRIBUIÇÃO esporo, uma vez depositado sobre as folhas
de variedades suscetíveis, germinará na pre-
A sigatoka-negra surgiu em 1963, nas sença de um filme de água. A duração desse
Ilhas Fiji, distrito de Sigatoka, como agente processo depende da temperatura. O perí-
causal da doença conhecida como raia- odo de incubação tem se mostrado extre-
negra. Atualmente está presente nas princi- mamente variável, dependendo do ambi-
pais regiões produtoras de banana do mun- ente. Na sigatoka-negra, a produção de
do, abrangendo Ásia, África, América e esporos é mais precoce, ocorrendo ainda na
Oceania. Em 1972, foi constatada em fase de estrias. A presença de maciça infec-
Honduras, disseminando-se, posteriormen- ção induz conseqüentemente, uma maior
te, por toda a América Central e do Sul. Foi produção de esporos, imprimindo, por
constatada no Brasil em fevereiro de 1998, conseguinte, maior taxa de progresso da
no estado do Amazonas e, depois, no Acre, doença, em comparação com a sigatoka-
Rondônia e Mato Grosso. A rapidez com amarela, razão pela qual esta desaparece
que a doença vem-se disseminando pelo em cerca de três anos, após o surgimento
país está acima da expectativa, podendo, da sigatoka-negra.
num futuro não muito distante, atingir to-
dos os estados produtores. O vento, juntamente com a umidade,
principalmente na forma de chuva, são os
AGENTE CAUSAL E SINTOMAS principais responsáveis pela liberação dos
O fungo causador da sigatoka-negra é esporos e disseminação da doença. No caso
um ascomiceto conhecido como específico da sigatoka-negra no Brasil, ou-
Mycosphaerella fijiensis Morelet (fase sexuada) tras vias importantes para sua disseminação
ou Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton têm sido as folhas doentes utilizadas em
(fase anamórfica). A primeira descrição foi barcos e/ou caminhões bananeiros, para
em 1963 nas Ilhas Fiji, distrito de Sigatoka, proteção dos frutos durante o transporte, e
causando a doença conhecida como raia- as bananeiras infectadas levadas pelo rio
negra. Em 1972, foi descrita em Honduras, durante o período de cheia nos rios amazô-
a doença denominada sigatoka-negra, cau- nicos (Figura 18).
sada por M. fijiensis var. difformis (Stover,
1980). Somente mais tarde descobriu-se
que M. fijiensis é a mesma M. fijiensis var.
difformis, ou seja, sigatoka-negra é sinônimo
de raia-negra (Carlier et al., 1994). A fase
assexual (P. fijiensis) está presente durante a
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

fase de estrias ou manchas jovens da doen-


ça, quando se observam conidióforos sain-
do sozinhos ou em pequeno número dos
estômatos. São visíveis, principalmente, na
face inferior da folha. A fase sexuada é
considerada a mais importante no aumento
da doença, uma vez que, um grande núme- Figura 18. Disseminação da Sigatoka-negra na região
ro de ascósporos são produzidos em estru- amazônica por carreamento de plantas contaminadas
turas denominadas pseudotécios. pelo rio.
44 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

As principais características que dife- Os sintomas causados pela evolução


renciam M. musicola de M. fijiensis, as quais das lesões produzidas pela sigatoka-negra
são observadas somente durante a fase se assemelham aos decorrentes do ataque
anamórfica do patógeno, estão listadas no da sigatoka-amarela. A infecção ocorre nas
Tabela 7. As duas espécies podem também folhas mais novas da planta, seguindo os
ser separadas por marcadores moleculares mesmos requisitos apontados para a
tipo RAPD, tanto pela utilização do DNA, sigatoka-amarela. Na sigatoka-negra, en-
extraído de culturas puras do patógeno, tretanto, os primeiros sintomas aparecem
como pela utilização direta do tecido da na face inferior da folha como estrias de cor
folha infectada. marrom (Figura 19), evoluem para estrias
negras, formando um halo amarelo. As
Morfologia Cilíndricos a obclava- lesões em estádio final apresentam também
dos–cilíndricos, retos ou curvos, claros a centro deprimido de coloração cinza. Ge-
claro-oliváceos, 0-6 septos, hilo basal indis- ralmente, no entanto, devido à alta freqüên-
tinto. Obclavados a cilíndricos-obclavados, cia de infecções (Figura 20), o coalescimento
retos ou curvos, hialinos a claro-oliváceos, 1- das lesões dessa doença ocorre ainda na
10 septos, hilo basal ligeiramente espessado. fase de estrias, não possibilitando a forma-

Tabela 7. Características do estádio anamórfico de Mycosphaerella musicola e


Mycosphaerella fijiensis que podem distinguir as duas espécies.

Características M. musicola M. fijiensis

Conidióforos

Início de formação Estádio inicial de mancha Primeiros estádios de estria


Emerge do estômato
Em densos fascículos
isoladamente ou em pequeno
Formação (esporodóquios) sobre estroma
grupo (2 - 8) e não apresenta
marrom-escuro ou preto.
estroma.
Abundante em ambas as
Distribuição sobre superfícies das lesões ou às Largamente presente na
a folha vezes mais freqüente na superfície inferior da lesão.
superfície superior.
Reto ou variavelmente curvo,
Quase retilíneos, hialinos, claro a marrom-claro, 0-5
principalmente sem septação, septos, freqüentemente
Morfologia geniculação ou ramificação, geniculados, raramente
cicatriz do esporo não ramificados na base, cicatriz do
evidente. esporo ligeiramente
espessada.
Dimensões (µm) 5-25 x 2-3,5 16,5-62,5 x 4-7
Conídios
Obclavados a cilíndricos-
Cilíndricos a obclavados-
obclavados, retos ou curvos,
cilíndricos, retos ou curvos,
Morfologia hialinos a claro-oliváceos, 1-10
claros a claro-oliváceos, 0-6
septos, hilo basal ligeiramente
septos, hilo basal indistinto.
espessado.
Dimensões (µm) 18-81 x 2-6 (média 59 x 3) 30-132 x 2,5-5 (média 72,5 x 4)
Fonte: Stover,1972.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 45
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 19. Sigatoka-negra: estrias marrons na face inferior da folha.


Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 20. Sigatoka-negra: coalescimento das lesões ainda na fase de estrias.


46 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

ção de halo amarelo em volta da lesão, agressividade da sigatoka-negra em relação


causando o impacto visual preto nas folhas à amarela, implicando em aumento signifi-
afetadas e conseqüente necrose precoce da cativo de perdas, que podem chegar a 100%
área foliar afetada (Figura 21). Os reflexos da produção, onde o controle não é realiza-
da doença são sentidos pela rápida destrui- do. Outro efeito imediato provocado pela
ção da área foliar, reduzindo-se a capacida- presença dessa doença, é o aumento do
de fotossintética da planta e, conseqüente- custo de controle em função, basicamente,
mente, a sua capacidade produtiva. do maior número de aplicações anuais de
Na Tabela 8, estão agrupadas algumas fungicidas, requeridas para o seu controle.
características próprias da sigatoka-amarela Na América Central este número tem che-
e da sigatoka-negra, em relação aos sinto- gado a ultrapassar, em algumas épocas, a
mas observados no campo, que são impor- casa das 50 aplicações anuais, ou seja, cinco
tantes no seu diagnóstico. vezes mais do que o número de aplicações
normalmente utilizadas para a sigatoka-
DANOS E EFEITOS
EFEITOS ECONÔMICOS amarela, com custo de controle atingindo a
A sigatoka-negra é a mais grave e temi- casa dos mil dólares/hectare/ano. Outro
da doença da bananeira no mundo. Sua fator agravante é o aumento do espectro de
similar, a sigatoka-amarela, já está presente variedades atingidas pela doença, que ataca
no Brasil desde a década de quarenta. Ape- severamente a cultivar Maçã (medianamente
sar de sua reconhecida severidade sobre as suscetível à sigatoka-amarela) e os Plátanos,
bananeiras, nas regiões onde a sigatoka- do subgrupo Terra. Na prática o que se
negra é introduzida, a amarela desaparece observa é a presença de uma grande quan-
em cerca de três anos. Isto se deve à maior tidade de lesões por área e uma conseqüen-
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 21. Sigatoka-negra: necrose precoce do limbo foliar.


Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 47

Tabela 8. Sintomas observáveis em campo que podem diferenciar a sigatoka-


amarela da sigatoka-negra.

Característica Sigatoka-amarela Sigatoka-negra

Visualização dos Estrias amarelo-claras na face Estrias marrons na face inferior


primeiros sintomas superior da folha da folha

Presença de halo
Comum Nem sempre aparece
amarelo

Freqüência relativa
de lesões/área Baixa Alta
foliar

Suscetibilidade das O subgrupo Terra é resistente e O subgrupo Terra é suscetível, e


cultivares a Ouro é altamente suscetível a Ouro é resistente

Visualização das Melhor visibilidade na face Melhor visibilidade na face


lesões jovens superior da folha inferior da folha

Normalmente ocorre ainda na


Coalescimento das Normalmente ocorre já nos
fase de estrias, deixando a área
lesões estádios finais da lesão
lesionada completamente preta

Predomínio de lesões elípticas Lesões geralmente irregulares


Forma das leões
de contornos bem definidos de contornos mal definidos

te morte do tecido foliar antes mesmo de as entre as aplicações, a adaptação dos equipa-
lesões atingirem o estádio adulto ou de mentos com a finalidade de atingir maior
lesões maduras. Em plantas atacadas, o eficiência na aplicação, e a busca de novas
impacto visual é bastante forte devido à moléculas fungicidas e/ou formulações.
queima precoce das folhas, que adquirem Tais ajustes foram necessários ao esquema
tonalidade escura a preta. de controle da doença na Costa Rica, quan-
do ela foi introduzida no país. A Costa Rica
CONTROLE é provavelmente um dos países onde a
As recomendações formuladas para a sigatoka-negra tem ocorrido com maior
sigatoka-amarela são válidas para a sigatoka- intensidade. As dificuldades encontradas
negra, até mesmo em relação aos produtos no controle dessa doença são devidas, prin-
utilizados. Porém, a depender do ambiente cipalmente, à queda na eficiência de produ-
a ser enfocado, ajustes poderão ser necessá- tos químicos que já foram muito importan-
rios tendo em vista que esta é uma doença tes, como por exemplo, o propiconazol. A
de maior agressividade que a sigatoka-ama- prática do controle químico tem exigido a
rela e, por conseguinte, deverá requerer aplicação de até 56 pulverizações ao ano, o
maior número de aplicações de defensivos que significa a utilização de intervalos entre
e, conseqüentemente, maior atenção no pulverizações, menores que uma semana.
que diz respeito ao manejo do controle No momento, produtos de contato como
químico, quanto a aspectos de surgimento mancozeb, com nova formulação, têm
de formas do patógeno, resistentes aos ganhado espaço no controle da doença,
produtos em uso. Esses ajustes poderão devido aos problemas de resistência que se
exigir, por exemplo, a redução do intervalo agravaram em relação aos triazóis.
48 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

MAL-DO
MAL-DO-P -PANAMÁ
ANAMÁ Pouco se conhece a respeito da influ-
(Fusarium oxysporum f. sp.. ência de parâmetros climáticos como luz,
temperatura e umidade no desenvolvimen-
cubense)
cubense) to de sintomas do mal-do-panamá na bana-
DISTRIBUIÇÃO neira. Sabe-se, porém, que o solo influi
fortemente na incidência da doença, com-
O mal-do-panamá é uma doença parável à do próprio hospedeiro. Como o
endêmica em todas as regiões produtoras F. oxysporum f. sp. cubense é um fungo de
de banana do mundo. Já as raças têm distri- solo, qualquer alteração nesse ambiente
buição relativamente restrita. A raça 4, por poderá influenciar positiva ou negativa-
exemplo, que é preocupante para a mente no avanço da doença. Há quem
bananicultura de exportação do tipo acredite que a resistência e a suscetibilidade
Cavendish, apresenta distribuição restrita, a esse fungo devem ser definidas tendo
sendo encontrada em plantações das Ilhas como referencial as condições do solo.
Canárias, África do Sul, Austrália e Taiwan. As principais formas de disseminação
Os casos de mal-do-panamá em variedades da doença são o contato dos sistemas
Cavendish, aqui no Brasil, têm sido conse- radiculares de plantas sadias com esporos
qüência de estresse sofrido pelas plantas, liberados por plantas doentes e, em muitas
que perdem sua capacidade de reação à áreas, o uso de material de plantio contami-
infecção, sendo infectadas pela raça 1 do nado. O fungo também é disseminado por
patógeno. A doença está distribuída por água de irrigação, de drenagem, de inunda-
todo o país, mas causando problemas prin- ção, assim como pelo homem, por animais
cipalmente nas variedades AAB dos tipos e equipamentos.
Prata e Maçã, que têm sido afetadas pelas
A disseminação de esporos pelo ven-
raças 1 e 2. Não há relato da ocorrência da
to, embora citada por alguns autores, não
raça 4 no Brasil.
deve ser considerada como uma forma
AGENTE CAUSAL E SINTOMAS eficiente, uma vez que os esporos não tole-
ram mais de 20 horas de dessecação ao ar.
O mal-do-panamá é causado por
Na realidade, após quatro horas sua viabili-
Fusarium oxysporum f. sp. cubense (E.F. Smith)
dade já é grandemente comprometida. Além
Sn e Hansen. É um fungo de solo, onde
disso, a infecção ocorre sempre pela raiz,
apresenta alta capacidade de sobrevivência.
tornando pouco provável que espóros leva-
Pertence à classe dos Deuteromycetos ou
dos pelo vento atinjam o sistema radicular.
fungos imperfeitos, não se conhecendo o
seu estádio sexuado. Entre as raças do As plantas infectadas por F. oxysporum
patógeno, as devastadoras são a 1, 2 e 4. A f. sp. cubense exibem externamente um
raça 3 é importante para a Heliconia, porém amarelecimento progressivo das folhas mais
não o é para a bananeira. velhas para as mais novas, começando pe-
los bordos do limbo foliar e evoluindo no
O fungo sobrevive no solo por longos sentido da nervura principal (Figura 22).
períodos, na ausência do hospedeiro, fato Posteriormente, as folhas murcham, secam
que provavelmente se deve à formação de e se quebram junto ao pseudocaule. Em
estruturas de resistência denominadas conseqüência, ficam pendentes, o que dá à
clamidósporos. Existe, também, a hipótese planta a aparência de um guarda-chuva
da sua sobrevivência em estádio saprofítico, fechado (Figura 23). É comum constatar-
formando heterocários com linhagens não se que as folhas centrais das bananeiras
patogênicas de F. oxysporum. Nesses casos, permanecem eretas mesmo após a morte
o núcleo presente em hifas dessas linhagens das mais velhas. Além disso, pode-se obser-
voltaria a atuar na presença do hospedeiro var ainda em plantas infectadas: estrei-
suscetível. tamento do limbo das folhas mais novas,
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 49

semelhantes à queimadura de folhas. Ainda


externamente, é possível notar, próximo ao
solo, rachaduras do feixe de bainhas, cuja
extensão varia com a área afetada no rizoma
(Figura 24).
Internamente, através de corte trans-
versal ou longitudinal do pseudocaule, ob-
serva-se uma descoloração pardo-
avermelhada provocada pela presença do
patógeno nos vasos (Figura 25). A vista de
topo mostra a presença de pontos descolo-
ridos ou uma área periférica das bainhas de
coloração amarronzada, com centro sem
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

sintomas. A vista longitudinal mostra as


linhas de sintomas que começam na base e
estendem-se em direção ao ápice da bainha.
Nesse corte também se vê o centro do
pseudocaule sem sintomas. Em estádios
mais avançados, os sintomas de descolora-
ção vascular podem ser observados tam-
Figura 22. Mal-do-Panamá: amare- bém na nervura principal das folhas.
lecimento progressivo das folhas mais
velhas. O corte transversal do rizoma tam-
bém revela a presença do patógeno pela
descoloração pardo-avermelhada exibida,
cuja intensidade é maior na área de
vascularização densa, onde o estelo se junta
ao córtex (Figura 26).
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 23. Mal-do-Panamá: quebra das


folhas formando guarda-chuva fechado.
engrossamento das nervuras e, eventual-
mente, necrose do cartucho. No caso espe-
cífico das variedades do subgrupo Figura 24. Mal-do-Panamá: rachadura
Cavendish, têm sido observados sintomas das bainhas do pseudocaule.
50 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

DANOS E EFEITOS
ECONÔMICOS
O mal-do-panamá está entre os pro-
blemas fitossanitários mais sérios que afli-
gem os produtores de banana no mundo.
Seu destaque é cada vez maior, diante das
mudanças radicais já impostas à
bananicultura mundial na década de ses-
senta e, mais recentemente, pelo apareci-
mento de uma nova raça do patógeno cau-
sador do mal-do-panamá capaz de atacar as
variedades resistentes do subgrupo
Cavendish. Isso mostra a necessidade do
avanço da pesquisa na busca de novas alter-
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

nativas genéticas ou culturais para o con-


trole dessa doença. No caso do Brasil, no
entanto, a ocorrência de fusariose em vari-
edades resistentes do subgrupo Cavendish
não tem sido caracterizada como raça 4.
Porém, há uma grande preocupação neste
sentido, porque se sabe das dificuldades a
Figura 25. Mal-do-Panamá: descoloração vascular serem enfrentadas para o controle desta
observada no pseudocaule. doença.
CONTROLE
Até o momento, os esforços para
controlar o mal-do-panamá por via quími-
ca, inundação ou práticas culturais não pro-
duziram os resultados esperados. As reco-
mendações têm-se orientado, por conse-
guinte, para o uso de variedades resistentes,
cabendo o destaque, sob esse aspecto, às
cultivares do subgrupo Cavendish. Essas,
entretanto, têm sido afetadas pela raça 4 do
patógeno, embora sua distribuição ainda
seja bastante restrita.
Não obstante a resistência apresenta-
da pelas variedades citadas e as do subgrupo
Terra, ocorrem casos esporádicos de mal-
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

do-panamá, mesmo entre as variedades re-


sistentes que, entretanto, não têm sido ca-
racterizados, no Brasil, como uma quebra
de resistência.
Como medidas preventivas recomen-
dam-se as seguintes práticas:
Figura 26. Mal-do-Panamá: descoloração vascular • Evitar as áreas com histórico de inci-
observada no rizoma. dência do mal-do-panamá;
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 51

• Utilizar mudas comprovadamente sa- midores a rejeitá-los, resultando em baixas


dias e livres de nematóides; estes po- vendas e baixos preços.
derão ser os responsáveis pela quebra Vários são os patógenos que atacam
da resistência; os frutos antes ou após à colheita, causan-
• Corrigir o pH do solo, mantendo-o do-lhes manchas ou podridões.
próximo à neutralidade e com níveis
DOENÇAS DE PRÉ-COLHEIT
PRÉ-COLHEITA
A
ótimos de cálcio e magnésio, que são
condições menos favoráveis ao lesão-de-Johnston
patógeno; grisea)
(Pyricularia grisea)
• Dar preferência a solos com teores mais A doença é causada pelo fungo
elevados de matéria orgânica, o que Pyricularia grisea, considerado o mais pode-
aumenta a concorrência entre as espé- roso patógeno manchador de frutos, como
cies, dificultando a ação e a sobrevivên- também um colonizador saprofítico co-
cia de F. oxysporum cubense no solo; mum de folhas, ainda que sem causar pro-
blemas. Todas as variedades comerciais de
• Manter as populações de nematóides
banana são suscetíveis, porém o subgrupo
sob controle, já que eles podem ser Cavendish é o mais severamente afetado
responsáveis pela quebra da resistên- por este patógeno.
cia ou facilitar a penetração do
patógeno, por meio dos ferimentos; O sintoma inicial é uma ligeira pontu-
ação escura, que se expande rapidamente
• Manter as plantas bem nutridas, guar- para cima e para baixo, ao mesmo tempo
dando sempre uma boa relação entre que adquire uma coloração parda. Em
potássio, cálcio e magnésio. estádio mais avançado da doença, essa co-
Nos bananais já estabelecidos, em loração passa de parda a quase preta, apre-
que a doença comece a se manifestar, sentando-se envolta por um halo amarelo,
recomenda-se a erradicação das plantas com uma depressão na parte central que
amiúde se trinca. A doença é, freqüen-
doentes como medida de controle, para
stemente, observada em frutos com mais
evitar a propagação do inóculo na área de
de 60-70 dias. Pode também ocorrer em
cultivo. Na área erradicada aplicar calcário
pós-colheita, resultante de infecções laten-
ou cal hidratada.
tes, recebendo o nome de pitting disease.
DOENÇAS DE FRUTOS Mancha-parda (Cercospora
(Cercospora hayi)
hayi)
A preocupação com as doenças que Em cultivos do hemisfério ocidental,
ocorrem em frutos tem-se restringido mui- este é um defeito comum em frutos desen-
to ao tratamento dos frutos após a colheita, volvidos durante períodos chuvosos e quen-
para garantir maior tempo de prateleira. tes. Sua incidência varia grandemente de
Em verdade, a aparência dos frutos e a um país para outro, sendo porém maior no
presença de manchas neles se devem, em México, na Guatemala e em Honduras. É
grande parte, ao manejo adotado nas fases causada por Cercospora hayi, um saprófita
de crescimento vegetativo e de produção. A comum, sobre folhas de banana já mortas e
depender dos cuidados adotados, os fun- sobre folhas de plantas daninhas senescentes
gos manchadores de frutos podem causar ou mortas. Os esporos dessa espécie tam-
sérios prejuízos aos bananicultores. Embo- bém aparecem sobre manchas de sigatoka e
ra a qualidade da polpa, raramente, seja cordana em folhas verdes. Todas as varie-
afetada, os frutos manchados são descarta- dades de banana são suscetíveis, mas o
dos devido aos defeitos e ao mau aspecto subgrupo Cavendish parece ser mais sensí-
que apresentam, os quais levam os consu- vel que o Gros Michel.
52 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Os sintomas aparecem como man- das variedades Cavendish. Ela também ocor-
chas marrons, surgidas sobre a ráquis, que re sobre Gros Michel, embora em menor
progridem atingindo a coroa e os dedos. grau. Ocorrência relativamente severa foi
Variam de páleas a pardo-escuras e apre- também observada em plantios de Mato
sentam margem irregular circundada por Grosso do Sul.
um halo de tecido encharcado. Também Os sintomas no início e no final do
variam em tamanho, geralmente em torno desenvolvimento da mancha-losango são
de 5 mm a 6 mm de comprimento. As bastante característicos. Entre essas duas
manchas só aparecem em frutos com idade fases, entretanto, ela pode ser confundida
igual ou superior a 50 dias. Em contraste com Pitting. O primeiro sintoma é o apare-
com a pinta de P. grisea, não ocorre aumento cimento sobre a casca do fruto verde de
da freqüência ou do tamanho das manchas uma mancha amarela imprecisa medindo 3
na maturação. mm a 5 mm de diâmetro. Como as células
Mancha-losango (Cercospora
( Cercospora hayi; infectadas não se desenvolvem e o tecido
roseum)
Fusarium solani; Fusarium roseum) sadio em torno da lesão cresce, surge uma
rachadura circundada por um halo amarelo.
Esta mancha de fruto foi primeira- Esta aumenta de extensão além do halo e se
mente descrita, em 1968, como sendo cau- alarga no centro. O tecido exposto pela
sada por Fusarium roseum, possivelmente em rachadura e o halo amarelo tornam-se
conjunção com outro fungo secundário necróticos, entram em colapso e escure-
comum sobre casca de banana. Estudos cem. A mancha aparece então como uma
posteriores mostram que o invasor primá- lesão em forma de losango, preta, deprimi-
rio é Cercospora hayi, seguido por Fusarium da, com 1,0 cm a 3,5 cm de comprimento
solani, F. roseum e, possivelmente, outros por 0,5 cm a 1,5 cm de largura (Figura 27).
fungos. A mancha-losango tem sido a causa As manchas pequenas raramente se esten-
comum da perda de frutos em Honduras e dem além da casca; já no caso de manchas
na Guatemala desde a expansão do cultivo grandes, a polpa fica eventualmente expos-
Foto: Sebastião de oliveira e Silva

Figura 27. Mancha-losango: lesões em forma de losango preto, deprimindo a casca do fruto.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 53

ta. As manchas começam a aparecer quan- xam grandes quantidades de folhas pendu-
do os frutos estão aproximando-se do radas, ou cuja drenagem é deficiente. Como
ponto de colheita. Um aumento do núme- a pinta se manifesta quando as bananas
ro e do tamanho das manchas pode, entre- estão desenvolvidas e como muitos frutos
tanto, ocorrer após a colheita. A mancha- apresentam incidência tão baixa que sua
losango só se manifesta em períodos chu- aparência não chega a ser afetada, esta
vosos prolongados. doença é quase mascarada pela cor amarela
dos frutos amadurecidos. Todas as varieda-
Pinta-de-Deightoniella
des de banana são afetadas pela pinta.
(Deightoniella
Deightoniella torulosa)
torulosa
Os sintomas podem aparecer sobre
A pinta não é um defeito grave da
frutos em todos os estádios de desenvolvi-
casca da banana, exceto de forma ocasional,
mento. Consistem em manchas diminutas,
após períodos de chuvas que se prolongam
geralmente com menos de 2 mm de diâme-
além do normal ou quando os frutos são
tro, de coloração que vai do marrom-
colocados em sacos de polietileno insufici-
avermelhado ao preto. Um halo verde-
entemente perfurados. O problema é cau-
escuro circunda cada mancha. As pintas
sado pelo fungo Deightoniella torulosa, que é
aumentam quando o fruto se acerca do
um habitante freqüente de folhas e flores
ponto de colheita (Figura 28). Os frutos
mortas. Tem sido reportado como um
velhos são mais resistentes à infecção; os de
patógeno fraco de folhas velhas e
10 a 30 dias de idade são infectados mais
danificadas, bem como de pontas de frutos.
prontamente que os de 70 a 100 dias. As
A doença sucede em períodos de chuvas
pintas não devem ser confundidas com as
prolongadas.
manchas causadas por choque e com as
As pintas tendem a ser severas nas resultantes de oviposição de tripes nas flo-
plantações mal conduzidas, em que se dei- res, as quais podem ser removidas.
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 28. Pinta-de-Deighthoniella: inúmeras pequenas lesões sobre o fruto e coroa.


54 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Ponta-de-charuto Controle
(Verticillium theobromae; As doenças de fruto na fase de pré-
Trachysphaera fructigena) colheita apresentam características de so-
Na literatura são citados vários fungos brevivência e ocorrência que permitem o
como os causadores da podridão das pon- seu agrupamento com recomendações ge-
tas dos frutos, porém os mais consistente- rais de controle. Tais medidas são relacio-
mente isolados das lesões são Verticillium nadas a seguir e visam, basicamente, à redu-
theobromae e Trachysphaera fructigena. A ocor- ção do potencial de inóculo pela eliminação
rência da doença em variedades do subgrupo de partes senescentes e redução do contato
Cavendish tem sido associada a períodos de entre patógeno e hospedeiro.
alta umidade. No Brasil, além do subgrupo • Eliminação de folhas mortas ou em
Cavendish, o problema aparece com fre- senescência.
qüência em variedades do subgrupo Terra.
• Eliminação periódica de brácteas, prin-
Os sintomas da ponta-de-charuto ca- cipalmente, durante o período chuvoso.
racterizam-se por uma necrose preta que
começa no perianto e atinge a ponta dos • Ensacamento dos cachos com saco
frutos ainda verdes. O tecido necrótico de polietileno perfurado, tão logo ocorra a
corrugado cobre-se de fungos e faz lembrar formação dos frutos.
a cinza da ponta de um cigarro (Figura 29). • Implementação de práticas culturais
A podridão se espalha lentamente e, raras adequadas, orientadas para a manutenção
vezes, afeta mais que dois centímetros da de boas condições de drenagem e de densi-
ponta do fruto. dade populacional, bem como para o con-
trole de plantas daninhas, a fim de evitar um
ambiente muito úmido na plantação.
• Proteção dos frutos, antes do
ensacamento, com fungicidas tais como
Dithane e Manzate.

DOENÇAS DE PÓS-
PÓS-COLHEITA
COLHEITA
Podridão-da-coroa
(Fusarium roseum;
Verticillium theobromae e
Gloeosporium musarum/
Colletotrichum musae)
A prática do despencamento, necessá-
ria à comercializando dos frutos em pencas
ou buquês, eliminou o problema da podri-
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

dão-do-engaço, mas apareceu a podridão-


da-coroa ou almofada, um problema até
mais grave que o anterior, devido à proxi-
midade da área afetada com os frutos. O
problema se desenvolve em conseqüência
dos ferimentos provocados pela operação,
que facilita a entrada de microrganismos
Figura 29. Ponta-de-charuto: necrose da ponta do causadores da decomposição dos tecidos.
fruto. De modo geral, a podridão se restringe à
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 55

coroa, ainda que, eventualmente, possa es- apressório e penetram neles. Não há, entre-
tender-se ao pedicelo e aos frutos. O pro- tanto, o desenvolvimento de sintomas em
blema normalmente resulta da atividade frutos verdes. Ocorrida a penetração, a
combinada de vários fungos. Os mais infecção permanece quiescente até que o
freqüentemente associados à podridão-da- fruto entre em maturação. Duas formas
coroa são: Fusarium roseum (Link) Sny e distintas da doença são observadas: a
Hans., Verticillium theobromae (Torc.) Hughes antracnose de frutos maduros, originária de
e Gloeosporium musarum Cooke e Massel infecção latente da casca verde e que per-
(Colletotrichum musae Berk e Curt.). Uma manece dormente até o início da maturação;
série de outros fungos também têm sido e a antracnose não latente, produzida pela
isolados, porém, com menor freqüência. invasão do patógeno em ferimentos ocorri-
Os sintomas se manifestam pelo dos sobre frutos verdes em trânsito. Com
escurecimento dos tecidos da coroa, sobre os modernos sistemas de embalagem e o
a qual pode-se desenvolver um micélio transporte em caminhões ou navios frigorí-
branco-acinzentado (Figura 30). A ocor- ficos, os frutos estão agora menos sujeitos
rência da podridão-da-coroa é uma anoma- às injúrias. As variedades Cavendish são
lia capaz de causar sérios prejuízos na fase mais suscetíveis à antracnose de ferimento
de comercialização da banana, razão pela de frutos verdes do que a Gros Michel. Por
qual exige cuidados especiais, iclusive com sua vez, os frutos maduros são mais susce-
adoção, do controle químico. Caso contrá- tíveis que os verdes.
rio, as chances de que a doença possa se Os sintomas caracterizam-se pela for-
instalar durante as fases de transporte e mação de lesões escuras deprimidas. Estas,
comercialização são muito grandes. sob condições de alta umidade, cobrem-se
de frutificação rosada, que são acérvulos de
Colletotrichum. As lesões aumentam de tama-
nho com a maturação do fruto e podem
coalescer, formando grandes áreas
necróticas deprimidas (Figura 31). Geral-
mente, a polpa não é afetada, exceto quan-
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 30. Podridão-da-coroa: necrose


dos tecidos da coroa com aparecimento
de sinais do fungo.
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Antracnose (Colletotrichum
(Colletotrichum musae)
musae)
As lesões de antracnose em frutos de
banana representam o mais grave problema
na pós-colheita desta fruta. Embora se
manifeste durante esse período, o proble-
ma tem início no campo, ocasião em que os
esporos dispersos no ar são depositados Figura 31. Antracnose: necrose preta e deprimida da
sobre os frutos, germinam, formam casca, mostrando frutificação rosada do fungo.
56 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

do exposta a altas temperaturas, ou quan- OUTRAS DOENÇAS


do os frutos se encontram em adiantado FÚNGICAS
estágio de maturação. Os frutos atacados
pela antracnose amadurecem mais depres- As doenças fúngicas mais graves da
sa que os sadios. bananeira são a sigatoka-amarela, a sigatoka-
negra e o mal-do-panamá, mas uma série de
CONTROLE outras, principalmente manchas foliares,
O controle deve começar no campo, de importância secundária, são encontra-
com boas práticas culturais, conforme re- das nas plantações. Elas serão abordadas de
forma resumida a seguir.
comendado para o controle de patógenos
de frutos na pré-colheita. Na fase de colhei- Mancha-de-Cordana
ta e pós-colheita todos os cuidados devem (Cordana musae )
ser tomados para evitar ferimentos nos É uma lesão considerada secundária
frutos, que são a principal via de penetração em banana, pois as medidas de controle
dos patógenos. Além disso, é importante a aplicadas à sigatoka também servem para
calibragem dos frutos, uma vez que os de controlar esta doença. É causada pelo fun-
maior calibre favorecem o aparecimento da go Cordana musae Zimm., freqüentemente
doença durante o transporte. associado às manchas de sigatoka nas vari-
As práticas em pós-colheita de edades suscetíveis a essa doença. Entretan-
despencamento, lavagem e embalagem de- to, esse fungo pode também penetrar o
tecido sadio, embora encontre maior difi-
vem envolver o manuseio extremamente
culdade devido à formação de barreiras. A
cuidadoso dos frutos e medidas rigorosas
produção de conídios ocorre, abundante-
de assepsia. A par desses cuidados, o últi-
mente, na face inferior da lesão em noites
mo passo é o controle químico que pode ser com formação de orvalho ou durante perí-
feito por imersão ou por atomização dos odos chuvosos. Por volta das sete horas da
frutos. Os seguintes princípios ativos têm manhã ocorre o pico de concentração de
sido utilizados a nível mundial: conídios no ar, obedecendo a uma periodi-
Thiabendazol (Tecto 60, TBZ, Mertect, cidade diurna regular. O parasitismo desta
Termazol); Benomyl (Benlate); Tiofanato espécie, quando associado às lesões de
metílico (Cercobin M-70, Cycosin, Topsin Sigatoka, provoca aumento no seu tama-
M). As dosagens recomendadas variam de nho, formando zonas concêntricas, circun-
200 ppm a 400 ppm do ingrediente ativo, dadas por um halo amarelo (Figura 32).
dependendo da distância do mercado con- Podem ocorrer também sintomas nos bor-
sumidor. Vale salientar ainda que essa reco- dos foliares, causando necrose do tecido
mendação é válida também para o controle formando ziguezague irregular, com uma
da podridão-da-coroa. banda amarela separando o tecido sadio do
doente. Em coleções de germoplasma,
Nem todos esses produtos, no entan-
observa-se que os genótipos com maior
to, estão registrados na Secretaria de Defe-
participação da espécie Musa balbisiana apre-
sa Sanitária Vegetal do Ministério da Agri- sentam, proporcionalmente, mais lesões
cultura e do Abastecimento, para uso no de Cordana. A literatura cita os plátanos
tratamento de frutos. Além disso, aquele AAB como muito mais extensivamente
produtor que desejar exportar sua produ- afetados.
ção deve estar atento para as exigências do
país importador, que, muitas vezes, tem Mancha-de-Cloridium
uma legislação própria sobre o assunto só (Cloridium musae)
musae)
aceitando frutos tratados com determina- É uma mancha foliar bastante comum
dos produtos. em bananais crescendo em ambiente tropi-
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 57
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 32. Mancha-de-Cordana: lesões com halo amarelo semelhante às de


Sigatoka.

cal de muito calor e umidade. Entretanto, alta umidade. Quando boas práticas cultu-
não causa danos ao crescimento e à produ- rais e o controle da sigatoka são aplicados,
ção das plantas. É causada pelo fungo as manchas de Deightoniella são raras. Elas
Cloridium musae Stahel, que produz conídios aparecem, principalmente, ao longo dos
somente na face inferior da folha, ocorren- bordos do limbo foliar e sobre as folhas
do com maior freqüência em ambientes mais velhas e inferiores. É comum, ainda, a
com muita umidade, em condições de som- sua ocorrência sobre a nervura principal
bra de árvores e margens úmidas de flores- das folhas mais velhas da planta. Há infor-
tas. Em meio de cultura, cresce prontamen- mações de que a ocorrência desse patógeno
te sobre um grande número de substratos, na bananeira está associada com sintomas
produz colônias cinza-escuras e esporula de deficiência de manganês na planta. Os
facilmente sobre meio de batata-dextrose- primeiros sintomas aparecem como peque-
ágar (BDA). Os sintomas caracterizam-se nas lesões necróticas pretas com 1 mm a 2
pelo aparecimento de diminutas lesões den- mm de diâmetro (Figura 34). As manchas
samente agrupadas, formando manchas podem aumentar em tamanho, tornando-
marrom-escuras, as quais ocupam uma con- se ovais, com dois ou mais centímetros em
siderável área da folha (Figura 33). diâmetro, e bordos pretos.
MANCHA-DE-DEIGHTONIELLA LESÕES-DE-PHYLLOSTICTINA
(Deightoniella torulosa = (Phyllostictina musarum)
musarum)
torulosum)
Helminthosporium torulosum) São pequenas lesões que podem ser
O fungo causador desta doença, observadas sobre folhas e frutos verdes,
Deightoniella torulosa, é um saprófita colo- causadas pelo fungo Phyllostictina musarum
nizador de folhas secas da bananeira e um (Macrophoma musae, Phoma musae), facilmen-
fraco parasita sobre folhas velhas, especial- te identificado pela formação de picnídios
mente onde estão ocorrendo senescência, pretos sobre as lesões. Os sintomas apare-
injúria, pobres condições de crescimento e cem nas folhas como pequenas lesões mar-
58 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 33. Mancha-de-Cloridium: lesões agrupadas, formando manchas marrom-escuras.

rons a pretas, estendendo do meio para as


margens de folhas senescentes. Cada man-
cha tem cerca de 1 mm de diâmetro com
bordos indefinidos. Na superfície da man-
cha tem-se a sensação de aspereza devido
ao grande número de picnídios pretos so-
bre ela. Algumas vezes, estes se agregam,
formando círculos, surgindo manchas pre-
tas de 4 mm de diâmetro, circundadas por
um halo verde-amarelo, Podendo ocorrer
o coalescimento das lesões, formando gran-
des áreas escurecidas.
Ocorre, principalmente, sobre varie-
dades do subgrupo Cavendish na Ásia e
Oceania. Em Taiwan, este patógeno tor-
nou-se tão importante quanto a
Mycosphaerella fijiensis. O controle pode ser
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

feito com os mesmos produtos utilizados


no controle da sigatoka-negra, exceto os
benzimidazóis.
Podem ser encontradas ainda sobre as
folhas da bananeira várias outras manchas,
dentre as quais destacam-se: mancha foliar
de Mycosphaerella, causada por Mycosphaerella
Figura 34. Mancha-de-Deightoniella: lesões necróticas musae; mancha foliar de Periconiella, causada
distribuidas pelo limbo e nervura principal. por Periconiella musae, uma espécie fúngica
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 59

muito similar à Cloridium musae; e a mancha Raça 1: afeta solanáceas e outras plantas;
de Cladosporium, causada por Cladosporium Raça 3: afeta solanáceas.
musae. São normalmente lesões escuras a
pretas, muito pequenas, que ocorrem em Segundo informações disponíveis, nas
geral sobre folhas velhas, sem causar danos Filipinas a raça 1 causa murcha leve em
econômicos importantes na maioria das bananeira, embora aparentemente apenas
regiões produtoras do mundo. plantas que crescem sob condições desfa-
voráveis sejam afetadas.
DOENÇAS BACTERIANAS
BACTERIANAS As três raças de R. solanacearum podem
As doenças bacterianas na bananeira ser diferenciadas pela reação em folhas de
constituem um grupo menos numeroso de fumo (Nicotiana tabacum) infiltradas com
que as fúngicas e, numa escala de importân- suspensão bacteriana. A raça 1 não produz
cia, pode-se afirmar que apresentam me- sintomas visíveis após 24 horas, mas causa
nor significado econômico, apesar dos da- murcha e necrose após oito dias; a raça 2
nos que uma doença como o moko pode causa reação de hipersensibilidade; a raça 3
causar em uma plantação. Assim como os provoca, apenas, descoloração amarela da
fungos, as bactérias podem afetar todas as área infiltrada, 48 horas após a inoculação.
partes da planta, causando severos danos.
A raça 2 apresenta linhagens com ca-
Neste item, serão abordadas em maiores
racterísticas patogênicas e epidemiológicas
detalhes o moko e a podridão-mole, por se
diferentes, das quais pelo menos estas cinco
tratar de problemas mais graves para a
são reconhecidas na bananeira:
cultura, fazendo-se referências rápidas so-
bre outras bacterioses conhecidas. • Linhagens D ou distorção - Origi-
nária de Heliconia selvagem, provoca subde-
MOKO
MOKO senvolvimento e distorção de plantas jo-
(Ralstonia solanacearum,
solanacearum, raça 2) vens. Tem baixa virulência sobre bananei-
ras e baixa capacidade tanto de invadir
DISTRIBUIÇÃO brácteas florais como de sobreviver no solo
Existem informações de que a do- (menos de seis meses). Em meio de
ença surgiu na Guiana por volta de 1840 e, tetrazólio, forma colônias irregulares, bran-
posteriormente, causou problemas em plan- cas e fluidas.
tios de Trinidad e Tobago. À exceção das • Linhagem B ou banana - Provavel-
Filipinas, a doença está restrita ao hemisfé- mente originária da linhagem D por muta-
rio ocidental, abrangendo o México, a ção, é altamente virulenta sobre a bananei-
América Central, a Colômbia, o Peru, o ra. Apresenta pouca ou nenhum exsudação
Suriname, o Brasil, entre outros países. Nas de pus bacteriano pelas brácteas florais,
condições brasileiras, a doença está presen- sendo moderada a sua capacidade de inva-
te em todos os estados da região Norte, di-las. Sobrevive no solo por 12 a 18 meses
com exceção do Acre. Surgiu também no e é indistinguível da linhagem D em meio
estado de Sergipe, em 1987, onde vem de cultura.
sendo mantida sob controle, mediante
erradicação dos focos. • Linhagem SFR, de small, fluidal, round
(colônias pequenas, fluidas e redondas) -
AGENTE CAUSAL E SINTOMAS Originária de B ou D, é altamente virulenta
A doença é causada pela bactéria sobre a bananeira. Possui alta capacidade
Ralstonia solanacearum Smith (Pseudomonas invasora de brácteas florais, sobre as quais
solanacearum), raça 2. Além dessa raça, a forma abundante exsudação de pus
bactéria causadora da murcha ou moko da bacteriano. Sua sobrevivência no solo é de
bananeira, apresenta outras duas: três a seis meses.
60 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

• Linhagem H - É provavelmente Nas plantas jovens e em rápido pro-


mutante da linhagem B, afeta a variedade cesso de crescimento, uma das três folhas
Bluggoe, mas não as bananeiras comerciais. mais novas adquire coloração verde-pálida
• Linhagem A ou Amazônica - Pro- ou amarela e se quebra próximo à junção do
posta para essa região, sendo posterior- limbo com o pecíolo. No espaço de poucos
mente identificada em material no tipo Pra- dias a uma semana muitas folhas se que-
ta oriundo do Amapá. bram (Figura 35). O sintoma mais caracte-
rístico do moko, entretanto, se manifesta
A permanência da bactéria em áreas nas brotações novas que foram cortadas e
onde a doença tenha sido constatada não voltaram a crescer. Estas escurecem,
está condicionada apenas à sua capacidade atrofiam e podem apresentar distorções.
de sobrevivência no solo; também depende As folhas, quando afetadas, podem
da presença de plantas invasoras hospedei- amarelecer ou necrosar.
ras, grande parte das quais já foi identificada.
A transmissão e a disseminação da
doença pode ocorrer de diferentes formas,
dentre as quais se destaca o uso de ferra-
mentas infectadas nas várias operações que
fazem parte do trato dos pomares, bem
como a contaminação de raiz para raiz ou do
solo para a raiz, principalmente no caso da
linhagem B, cujo período de sobrevivência
no solo é bem mais longo (12 a 18 meses) que
o da linhagem SFR (até seis meses).
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Outro veículo importante de trans-


missão, sobretudo do ponto de vista
epidemiológico, são os insetos visitadores
de inflorescências, tais como as abelhas
(Trigona spp.), vespas (Polybia spp.), mosca-
das-frutas (Drosphyla spp.) e muitos outros
gêneros. A transmissão via insetos é mais
comum no caso da linhagem SFR do que Figura 35. Moko: quebra do pecíolo
no da B, uma vez que esta última raramen- das folhas mais novas da planta.
te flui de botões florais infectados. A descoloração vascular do pseudocaule
Exsudações provocadas pelo corte de é mais intensa no centro (Figura 36) e é
brotações novas, pseudocaule e coração menos aparente na região periférica, ao
de plantas infectadas podem constituir contrário do que ocorre na planta atacada
uma importante fonte de inóculo para a pelo mal-do-panamá, na qual a descolora-
disseminação por meio dos insetos. ção vascular apresenta maior diâmetro e
está concentrada mais perifericamente.
Os sintomas do moko se apresentam
tanto nas plantas jovens como nas adultas e Nos frutos das plantas atacadas pelo
podem confundir-se com os do mal-do- moko, os sintomas jamais presentes no
panamá. Existem, porém, diferenças mal-do-panamá são muito característicos.
marcantes no que respeita aos sintomas Internamente, os frutos apresentam po-
dessas duas doenças, percebidas nas dridão seca, firme, de coloração parda
brotações, na parte interna do pseudocaule, (Figura 37). A presença de frutos amarelos
assim como nos frutos e no engaço das em cachos verdes normalmente indica a
plantas doentes. incidência de moko.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 61
Foto: Aristoteles Pires de Matos

Figura 36. Moko: intensa descoloração vascular dos tecidos centrais do pseudocaule.
Foto: Aristoteles Pires de Matos

Figura 37. Moko: podridão seca, de coloração parda na polpa dos frutos.
62 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Para um teste rápido, destinado a de- • Nas plantas adultas, na fase de de-
tectar a presença da bactéria nos tecidos da senvolvimento final do cacho ou durante a
planta, utiliza-se um copo transparente com colheita, pode-se observar o desenvolvi-
água até dois terços de sua altura, em cuja mento anormal dos filhos, caracterizado
parede se adere uma fatia delgada da parte pela distorção ou desembainhamento e
afetada (pseudocaule ou engaço), cortada morte destes.
no sentido longitudinal, fazendo-a pene-
DANOS E EFEITOS
trar ligeiramente na água. Dentro de apro-
ECONÔMICOS
ximadamente um minuto ocorrerá a desci-
da do fluxo bacteriano, tal como mostra a O moko ou murcha-bacteriana-da-
Figura 38. bananeira, constitui permanente ameaça aos
cultivos dessa planta. Apesar de incluir-se
no rol das principais doenças da bananeira
no hemisfério ocidental, provoca maiores
perdas entre as culturas de plátanos do que
nos cultivos comerciais. A distribuição do
moko é restrita, pois não obstante a presen-
ça de seu agente em muitas áreas produto-
ras de banana no mundo, as linhagens que
atacam essa cultura só incidem no hemisfé-
rio ocidental e nas Filipinas. A confirmação
oficial no Brasil ocorreu em 1976, no então
Território Federal do Amapá. Por vários
anos, o Ministério da Agricultura e do Abas-
tecimento manteve um programa de
erradicação da doença na região Norte, sen-
do posteriormente abandonado. Sua ocor-
rência em Sergipe, em 1987, levou a Defesa
Sanitária Vegetal a fazer novas erradicações
nesse Estado e os focos foram controlados.
Algumas características da doença,
Figura 38. Moko: teste do copo, mostrando o fluxo
como disseminação por insetos, morte rá-
bacteriano a partir dos vasos infectados.
pida das plantas afetadas, ausência de vari-
Os sintomas mencionados a seguir edades resistentes, deixam sempre os pro-
foram observados em bananais da região dutores em alerta, devido aos riscos de
Norte: perda que normalmente acompanham os
• Murcha da última bráctea do coração, casos de ocorrência do moko nas planta-
a qual cai sem se enrolar. Neste estádio a ções de banana.
ráquis já mostra os sintomas da doença, quan- CONTROLE
do cortada, porém os frutos são normais.
Os pontos principais do controle do
• Seca do coração e da ráquis. Neste moko são a detecção da doença e a rápida
estádio os frutos já podem apresentar sinto- destruição tanto das plantas infectadas como
mas típicos, como os descritos anterior- das que lhes são adjacentes, as quais, embo-
mente. ra aparentemente sadias, podem ter contra-
• Nas plantas jovens, uma ou mais ído a doença. Para tanto, é indispensável
folhas, a partir geralmente do ápice, se que um esquema de inspeção dos plantios
dobram no pecíolo ou na nervura principal, seja cumprido por pessoas bem treinadas e
mesmo antes de amarelecerem. repetido a intervalos regulares de 2 a 4
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 63

semanas, dependendo do grau de incidên- Até o momento não se tem nenhuma


cia da doença. Constatada a infecção numa alternativa genética para o controle do moko.
planta, esta deve ser imediatamente elimi-
nada, devendo-se proceder à observação PODRIDÃO-MOLE
PODRIDÃO-MOLE
das plantas vizinhas a fim de aferir a neces- (Erwinia spp.)
spp.)
sidade de também eliminá-las.
DISTRIBUIÇÃO
A erradicação é feita mediante a apli-
cação de herbicida como o glifosato a 50%, Foi descrita em Honduras, em 1949,
injetado no pseudocaule ou introduzido como uma destrutiva doença sobre planta-
por meio de palitos embebidos nessa sus- ções de banana Gros Michel. Na ocasião
pensão. O produto deve ser aplicado em foram noticiados também severos ataques
todas as brotações existentes na touceira no Panamá, na Costa Rica e na Guatemala.
(3 ml a 30 ml por planta, dependendo da A literatura internacional, entretanto, não
altura desta). dá destaque à doença, sinal de que ela tem
importância secundária. Observa-se, po-
É importante que a área erradicada rém, que o número de casos tem aumenta-
permaneça limpa durante o pousio. Este do gradativamente no Brasil nos últimos
deve ter a duração de 12 meses, no caso da anos. Tem sido constada na região Norte
linhagem B, e de seis meses, no da SFR. do país, no perímetro irrigado governador
Findo esse período, pode-se retomar o Nilo Coelho, no submédio São Francisco, e
cultivo de bananeira no local. Em planta- no perímetro irrigado do Jaíba, norte de
ções abandonadas devido ao moko, todas Minas Gerais em áreas irrigadas de Barrei-
as espécies de Musa e Heliconia devem ser ras na Bahia. O problema pode ser observa-
destruídas e a área alqueivada por 12 meses. do em todas as regiões produtoras, mas
Nas áreas virgens onde houver infestação aparece com maior freqüência nas áreas
de espécies de Heliconia, estas deverão ser irrigadas, provavelmente por deficiência no
destruídas com herbicidas, mantendo-se a manejo da irrigação, que tem possibilitado
área em pousio durante 12 meses. o excesso de umidade em pontos localiza-
Outras medidas importantes para o dos dentro da plantação.
controle do moko: AGENTE CAUSAL E SINTOMAS
• Desinfecção das ferramentas usa- A podridão-mole descrita em
das nas operações de desbaste, corte do Honduras foi atribuída à bactéria Erwinia
pseudocaule e colheita. Para tanto, proce- musa, relacionada com a espécie E. carotovora.
de-se à imersão desse material em solução É uma bactéria móvel, gram-negativa, que
de formaldeído 1:3, após seu uso em cada forma colônias branco-acinzentadas, sem
planta. brilho, sobre meio nutriente-ágar. Acredi-
• Eliminação do coração assim que as ta-se que a bactéria perde rapidamente sua
pencas tiverem emergido em variedades patogenicidade em cultura. Os casos
com brácteas caducas. Esta prática visa a registrados no Brasil referem-se à E.
impedir a transmissão pelos insetos. A re- carotovora subsp. carotovora.
moção deve ser feita quebrando-se a parte As observações indicam que a doença
da ráquis com a mão. inicia-se no rizoma, progredindo posterior-
mente para o pseudocaule. Os sintomas
• Plantio de mudas comprovada-
caracterizam-se pelo apodrecimento do
mente sadias.
rizoma (Figura 39), evoluindo da base para
• Na medida do possível, o uso de o ápice. Ao se cortar o rizoma ou
herbicidas deve substituir as capinas manu- pseudocaule de uma planta afetada, pode
ais ou mecânicas. ocorrer a liberação de grande quantidade de
64 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Foto: Zilton José Maciel Cordeiro


Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 40. Podridão-mole: amare-


lecimento e murcha das folhas.

solo. Os danos causados não têm sido


mensurados, mas com certeza não têm
participação economicamente importante,
Figura 39. Podridão-mole: apodreci- dentro do custo de produção da cultura.
mento total do rizoma.
CONTROLE
material líquido fétido, daí o nome podri- As medidas gerais de controle que são
dão aquosa. Na parte aérea, os sintomas recomendadas não incluem intervenções com
podem ser confundidos com aqueles do agrotóxicos, mas sim algumas práticas que
moko ou mal-do-panamá. A planta nor- mantenham as condições menos favoráveis
malmente expressa sintomas de amare- ao desenvolvimento da bactéria, tais como:
lecimento e murcha das folhas (Figura 40),
podendo ocorrer a quebra da folha no meio • manejar corretamente a irrigação,
do limbo ou junto ao pseudocaule. Os sinto- evitando o excesso de umidade no solo;
mas são mais típicos em plantas adultas, mas • eliminar plantas doentes ou suspei-
tendem a ocorrer com maior severidade em tas, realizando-se vistorias periódicas da
plantios jovens estabelecidos em solos infes- área plantada;
tados, devido à presença de ferimentos gera-
• utilizar, em lugares com histórico de
dos pela limpeza das mudas.
ocorrência de doenças, mudas já enraizadas,
DANOS E EFEITOS ECONÔMICOS para prevenir infecções precoces, que ten-
Apesar da ocorrência relativamente dem a ocorrer via ferimentos provocados
comum da podridão-mole em bananeira, durante a limpeza das mudas (descorti-
em nenhum dos casos o problema teve camento);
caráter de epidemia, embora nas áreas • utilizar práticas culturais que pro-
irrigadas represente um perigo potencial, movam a melhoria da estrutura e aeração
exigindo maior controle da umidade do do solo.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 65

OUTRAS DOENÇAS BACTERIANAS ção na ponta do dedo, que avança por toda
A literatura cita a ocorrência de outras a polpa.
bacterioses na bananeira, tais como: Podridão-mole de frutos verdes
Podridão da ponta do fruto A infecção inicia no perianto de frutos
Foi descrita em Honduras com o nome jovens, penetra na polpa gradualmente,
de mokillo, devido à semelhança com frutos avançando para o final. Os frutos afetados
infectados por Pseudomonas solanacearum. podem ou não amadurecer prematuramen-
Acredita-se que a causa principal seja uma te e exibir uma área preta na casca. A polpa
bactéria do gênero Pseudomonas (Ralstonia) tende a deprimir-se, mas a podridão varia
que foi consistentemente isolada da lesão. de uma simples descoloração amarela a
Ocorre alteração da forma do fruto, que, uma liquefação escurecida do tecido. Dois
freqüentemente, torna-se mais estreito na tipos de bactérias predominaram entre os
ponta e menor do que os outros dedos. materiais doentes, não sendo, entretanto,
Internamente, pode-se observar descolora- confirmado o agente causal primário.
66 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

5 DOENÇAS
CAUSADAS POR
NEMATÓIDES
Dilson da Cunha Costa

INTRODUÇÃO
NEMATÓIDE
NEMATÓIDE CAVERNÍCOLA
CAVERNÍCOLA
A bananeira é uma das fruteiras em (Radopholus similis, raça
que os danos às raízes são bastante eviden- bananeira)
ciados por ataques de fitonematóides. Os
mais prejudiciais estão envolvidos na des- OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
truição das raízes primárias e do sistema de
Apesar de o primeiro relato oficial ter
apoio da planta, resultando na diminuição
sido realizado por Carvalho, em 1959, no
da eficiência de absorção de água e nutrien-
Vale do Ribeira, estado de São Paulo, é
tes pelas raízes e no acamamento de plantas
impossível precisar a época de sua introdu-
à medida que os cachos se aproximam da
ção no Brasil, havendo indicações de sua
colheita. Danos nas raízes e nos rizomas,
causados pela invasão de nematóides segui- presença em bananais infestados nessa re-
dos por certos fungos e bactérias, são os gião, pelo menos desde a década de 40. No
mais sérios problemas nas variedades do estado de São Paulo, encontra-se dissemi-
subgrupo Cavendish depois da sigatoka- nado no litoral paulista, causando maiores
negra. Na 0cultura da banana são relatadas danos no chamado litoral sul, onde se situa
146 espécies de nematóides parasitas ou a região do Vale do Ribeira. Muitos bana-
associadas ao cultivo, distribuídas em 43 nais localizados nos municípios de Regis-
gêneros (Gowen & Quénéhervé, 1990), tro, Cajati, Jacupiranga, Eldorado Paulista,
dos quais 28 já foram relatados em territó- Juquiá, Miracatu, Pedro de Toledo, Itariri,
rio nacional. Entre as espécies, Radopholus Pariquera-Açu, Iguape, Peruíbe e Itanhaém,
similis, Pratylenchus coffeae e Meloidogyne spp. entre outros, encontram-se infestados.
destacam-se pelos danos causados e pela Assim, também, no interior paulista, na
ampla distribuição nas principais regiões região chamada de Planalto, embora exis-
produtoras de banana do mundo. No Bra- tindo uma portaria legal do Instituto Bioló-
sil, diversas espécies têm sido identificadas gico de São Paulo, que proibia o trânsito de
em associação às raízes e ao solo da rizosfera mudas de banana do litoral para o planalto
de bananeiras, entretanto, apenas R. similis paulista e para outras regiões do país, a sua
é tida como de maior importância econô- disseminação infelizmente não pode ser
mica, embora outras como Meloidogyne evitada, por meio do comércio de mudas
javanica e M. incognita, Helicotylenchus contaminadas. Zem & Lordello,1983, re-
multicinctus, Pratylenchus coffeae e Rotylenchulus forçam tal hipótese, ao listarem os estados
reniformis também ocorram, causando da- onde R. similis foi verificado parasitando a
nos expressivos na cultura (Ferraz, 1995; bananeira (Bahia, Ceará, Espírito Santo,
Costa et al., 1997; Gonzaga, 1997). A Goiás, Distrito Federal, Maranhão, Mato
espécie H. multicinctus é encontrada com Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio
freqüência em infestações mistas com R. de Janeiro.
similis e/ou Meloidogyne spp., porém pouco
AGENTE CAUSAL E SINTOMAS
se sabe a respeito da extensão dos danos
causados por H. multicinctus. A ocorrência Esta espécie é vulgarmente chamada
de Pratylenchus coffeae em áreas de produção de nematóide cavernícola, designação que
nacional de banana é esporádica. se deve ao sintoma por ela causado no
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 67

córtex das raízes e rizomas de bananeiras pelo movimento contínuo do nematóide


em virtude da ação do endoparasitismo no tecido cuja conseqüência é a formação
migratório. A espécie R. similis apresenta-se de extensas áreas necróticas de coloração
vermiforme tanto no estágio juvenil como avermelhada (Figura 43). Quando ocorre
no adulto. O ciclo de vida deste nematóide alta infestação, a espécie R. similis provoca
tem duração de três a quatro semanas. Dos rachaduras ao longo das raízes, facilitando
ovos eclodem juvenis no segundo estádio a penetração de patógenos secundários (fun-
(J2) que crescem e passam por três ecdises gos e bactérias), assim como do agente
subseqüentes, originando os adultos ma- causal do mal-do-panamá, Fusarium
chos e fêmeas. É marcante o dimorfismo oxysporum f. sp. cubense (Figura 44).
sexual nessa espécie. O macho apresenta o Em conseqüência do ataque de R.
aparelho digestivo degenerado e não é con- similis, as raízes tornam-se necrosadas, re-
siderado parasita. As fêmeas são providas duzindo a sua capacidade de absorção e
de forte estilete e esôfago completo. A sustentação. São freqüentes os casos de
reprodução se dá por anfimixia, podendo tombamento de plantas pela ação do vento
ocorrer, excepcionalmente, partenogênese. ou pelo peso do próprio cacho (Fig. 45). As
Os danos causados nas raízes e no perdas provocadas por esse nematóide po-
rizoma (Figuras 41 e 42 ) são atribuídos às dem chegar a 100% entre as bananeiras do
juvenis (J2, J3 e J4) e às fêmeas de R. similis subgrupo Cavendish.
que se alimentam do citoplasma e, às vezes, A dispersão do nematóide cavernícola
do núcleo das células corticais. Estas, por se processa principalmente por meio de
sua vez, tornam-se necrosadas pelo fato de material propagativo. Outras formas de
terem suas paredes danificadas e seu con- disseminação são os implementos agrícolas
teúdo exaurido, problema que é agravado contaminados, o trânsito de trabalhadores
Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 41. Raízes de bananeira necrosadas por ataque de Radopholus similis.


68 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 42. Danos no rizoma: Necroses escuras causadas por Radopholus similis.
Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 43. Corte longitudinal da raiz: necroses marrom avermelhada sintoma da


infecção por Radopholus similis.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 69
Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 44. Rachaduras nas raízes: infecção severa por Radopholus similis e patógenos
oportunistas.
e animais, o escoamento de água em áreas regiões do país onde ocorreu a expansão da
de declive e as águas de rega. Embora mais cultura. R. similis tem sido encontrado pra-
restrito do que o da raça citros, o círculo de ticamente em todas as áreas cultivadas com
hospedeiros da raça banana pode atingir bananeiras Cavendish, causando severos
plantas de diversas famílias botânicas. danos, especialmente em solos arenosos,
onde as perdas em produção atingiram até
DANOS E EFEITOS ECONÔMICOS
100%. Na região produtora do norte de
Algumas estimativas dos efeitos de R. Minas Gerais que, na década de 1990 surgiu
similis na produção de banana em alguns como grande pólo de desenvolvimento de
países são listadas na Tabela 9. O nematóide bananicultura irrigada, a produção de espé-
cavernícola, no momento com ampla disse- cies do subgrupo Cavendish foi inviabilizada
minação no Brasil, tem causado bastante em poucos anos. As lavouras foram, inici-
prejuízos, não somente nos estados de São almente, estabelecidas com material
Paulo e Rio de Janeiro, como nas demais propagativo contaminado de procedência
Tabela 9. Perdas causadas por R. similis do Vale do Ribeira (SP). Os solos arenosos,
na cultura da banana (Musa spp.). associados às altas temperaturas predomi-
nantes na região, provavelmente favorece-
Perdas do ram a rápida multiplicação do nematóide.
Local
Rendimento Atualmente, predomina naquela região a
África 20 a 80% monocultura de Prata-anã, que mostrou-se
tolerante ao nematóide e substituiu rapida-
Brasil 80 a 100% mente as cultivares do subgrupo Cavendish.
Entretanto, em poucos anos, a maioria dos
Colômbia 30 a 60% bananais dessa cultivar localizados na re-
gião encontra com níveis altos de infestação,
Costa Rica 6,2%/ha/ano sendo necessária, em alguns casos, a elimi-
nação completa dos mesmos. A alta
Filipinas 60%
infestação do nematóide na região pode
México 50 a 58% estar associada a áreas severamente ataca-
das pelo mal-do-panamá (Fusarium
70 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

oxysporum f. sp. cubense), o que não é relata- cem unidos por meio de uma matriz gelati-
do em outras regiões produtoras dessa cul- nosa secretada pela própria fêmea durante
tivar. Com a migração da bananicultura a oviposição. O sintoma característico do
brasileira dos estados de São Paulo e Santa ataque desse nematóide é o engrossamento
Catarina, para a região Nordeste, sobretu- localizado nas radicelas e raízes denomina-
do para os projetos de irrigação implanta- do de galhas (Figura 46). O desenvolvimen-
dos pelo governo ao longo do Vale do Rio to das galhas radiculares se dá pela hipertrofia
São Francisco, essa espécie de nematóide e hiperplasia de células do parênquima
tem encontrado condições de solo e clima
favoráveis para a sua multiplicação. Na
região de Petrolina, vários bananais de
Pacovan, com poucos anos de estabeleci-
dos, apresentam-se com altos níveis de
infestação e baixa produtividade, sendo
necessárias aplicações de nematicidas de

Foto: Dilson da Cunha Costa


alto custo para garantir cachos com frutos
de boa qualidade.

NEMATÓIDES
NEMATÓIDES-D -DAS
AS--GALHAS
(Meloidogyne spp.)
OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
F i g u r a 4 5 . Fêmea adulta de
Os nematóides formadores de galhas, Meloidogyne javanica ovopositando no
principalmente as espécies Meloidogyne exterior da raiz.
arenaria, M. hapla, M. incognita e M. javanica,
ocorrem em todas as regiões onde se culti-
vam bananeiras. Dentre as espécies de
Meloidogyne relatadas em associação às raízes
de bananeiras, em diferentes partes do
mundo, até o momento, apenas M. incognita
e M. javanica são as de maior ocorrência e
mais amplamente distribuídas.
AGENTE CAUSAL E SINTOMAS
As espécies do gênero Meloidogyne ca-
racterizam-se por acentuado dimorfismo
sexual; a fêmea apresenta o corpo globoso,
periforme ou em forma de saco, e imóvel;
o macho tem corpo vermiforme e é inativo.
A penetração nas raízes ocorre no
Foto: Dilson da Cunha Costa

estádio juvenil vermiforme (J2), pela região


meristemática da raiz; em seguida migra até
a zona de maturação, onde estabelece um
local de alimentação na região vascular,
tornando-se sedentária. Passa por três
ecdises até atingir a fase adulta, quando
adquire corpo globoso. Deposita seus ovos Figura 46. Raízes de muda de bananeira
no exterior da raiz (Figuras 45). Os ovos com galhas causadas por Meloidogyne
que a fêmea lança para o exterior permane- javanica.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 71

vascular da raiz. As células hipertróficas as, serem comparáveis aos de R. similis. Alta
multinucleadas são chamadas de células infestação de M. incognita causa em bananei-
gigantes; funcionam como verdadeiros ar- ras do subgrupo Cavendish redução de
mazéns no suprimento alimentar dos perfilhamentos, do tamanho e do peso,
nematóides sedentários. além de atrasar a maturação dos cachos. Os
danos causados nos cultivos de banana são
Quando a infestação é severa, o sistema diretamente proporcionais ao aumento de
radicular apodrece facilmente (Figura 47) e suas populações. O incremento ou o de-
as plantas não absorvem água e nutriente do créscimo da população dependerão de fa-
solo de forma adequada, reduzindo o seu tores ambientais que atuem direta ou indi-
tempo de vida; crescem menos, mostran- retamente sobre o nematóide ou sobre a
do-se amareladas, com menor produção e hospedeira, bem como de fatores inerentes
frutos pequenos. A disseminação desses à biologia do próprio nematóide.
nematóides por seus próprios meios é mui-
Com relação aos fatores ambientais, o
to pequena, sendo facilitada por meio de teor de umidade no solo é considerado
mudas infectadas destinadas ao plantio, pelo como o de maior importância, seguido de
solo aderido às ferramentas e às máquinas outros, como as condições edáficas, a
agrícolas, pelas enxurradas e pela água de situação fisiológica da planta e a presença
irrigação, além dos pés ou dos excrementos de outros organismos (fungos, bactérias,
de animais. outros nematóides etc.) no mesmo nicho.
DANOS E EFEITOS Entre os fatores diretamente associados à
ECONÔMICOS biologia dos nematóides que afetam a
dinâmica populacional está a ação da densi-
Devido à sua ampla distribuição nos dade populacional da própria espécie regu-
cultivos de banana, Meloidogyne incognita e M. lando o tamanho da população. Outro
javanica têm sido grande destruidoras de fator endógeno que afeta a dinâmica
raízes nas regiões mais áridas do Brasil, populacional é a presença de variações
podendo seus danos, em determinadas áre- patogênicas dentro das espécies.
Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 47. Raiz apodrecida com alta infestação de Meloidogyne javanica.


72 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

OUTROS NEMATÓIDES
NEMATÓIDES parasitismo por R. similis (Figura 48). Seve-
ras perdas provocadas por H. multicinctus
Helicotylenchus multicinctus foram observadas em Israel, onde esse
Esta espécie pertence ao grupo dos nematóide ocorre na ausência de R. similis.
nematóides espiralados (família As lesões por H. multicinctus também po-
Hoplolaimidae), apesar de não apresentar dem ser colonizadas por fungos como
essa característica. Após a morte lenta em Fusarium, Rhizoctonia e Cylindrocarpon.
água quente, esses nematóides assumem H. multicinctus tem sido a espécie mais
formas que variam de retilíneas até um “C” freqüentemente associada à bananeira em
aberto. Tanto as juvenis como os adultos levantamentos realizados nas principais re-
dos dois sexos são vermiformes; aparente- giões produtoras do Brasil, porém pouco se
mente inexiste dimorfismo sexual. conhece sobre os danos por ela causados,
H. multicinctus é uma espécie sendo necessários estudos mais detalhado
ectoparasita e endoparasita migratória. Ju- sobre sua patogenicidade isoladamente e
venis e adultos dos dois sexos se alimentam sua interação com diferentes agentes
de citoplasma no parênquima cortical em patogênicos. Sua disseminação é feita de
que penetram. A exemplo do que ocorre maneira semelhante à de R. similis.
no parasitismo por R. similis, dá-se o
Pratylenchus coffeae
necrosamento das células com as paredes
danificadas e desprovidas de citoplasma. Esta espécie pertence ao grupo dos
chamados nematóides das lesões radiculares.
Os sintomas do ataque por H.
Os estágios juvenis e adultos dos dois sexos
multicinctus consistem em pequenas lesões
são vermiformes; tampouco se verifica em
acastanhadas sob a forma de mini-
P. coffeae a presença de dimorfismo sexual.
pontuações superficiais localizadas, princi-
palmente, nas raízes mais grossas. Quando O parasitismo por P. coffeae é seme-
o ataque é muito severo, as lesões podem lhante ao de R. similis, embora as lesões
coalescer, dando às raízes um aspecto causadas pelo primeiro sejam menos exten-
necrosado semelhante ao produzido pelo sas e de evolução mais lenta (Figura 49).
Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 48. Necroses típicas do ataque de Helicotylenchus multicinctus em raiz de


bananeira.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 73
Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 49. Dano: Raiz de bananeira infectada por Pratylenchus coffeae.

Registra uma distribuição mais restrita que sem boa aceitação dos consumidores. A
a de R. similis e H. multicinctus, sendo verifi- forma mais segura de combate aos
cado em levantamentos realizados nas prin- nematóides é sem dúvida a utilização de
cipais regiões produtoras de banana do mudas de biotecnologia, produzidas em
Brasil, em apenas 2,5% das amostras. A laboratório de comprovada idoneidade téc-
disseminação se processa de maneira seme- nica e comercial, e plantadas em solos nun-
lhante à de R. similis. ca utilizados para o cultivo de bananeiras.
Na Embrapa Mandioca e Fruticultura, a
MEDIDAS GERAIS DE CONTROLE
combinação de tratamentos (descor-
A primeira medida de controle a ser ticamento do rizoma e a obtenção de mu-
adotada em relação aos fitonematóides da das por fracionamento de rizomas + imersão
bananeira é evitar a sua introdução na área dos pedaços de rizomas em solução de
de cultivo. Quando, porém, eles já se en- hipoclorito de sódio a 1% + semeio em
contram estabelecidos nos cultivos, outras canteiros com aplicação de Nemacur 400CE
medidas de controle tornam-se indispensá- - 5 ml/ 100 l de água) é prática considerada
veis, devendo fundamentar-se nas estimati- segura na obtenção de mudas sadias. Quan-
vas dos danos causados. A avaliação de tais do as mudas convencionais apresentam
danos pode ser feita tomando-se por base alta infestação, o tratamento pela combi-
alguns parâmetros, como, por exemplo, a nação dos métodos físico, químico e me-
contagem dos nematóides nas raízes e cânico não elimina totalmente os
rizomas, o índice de lesões nas raízes e nematóides. Em Janaúba/MG e Petrolina/
rizomas e a contagem mensal de plantas PE essa prática não tem sido eficiente,
tombadas pela ação dos nematóides. ocorrendo altos níveis de tombamentos
A seguir estão relacionadas algumas de plantas em poucos anos de plantio. O
práticas recomendadas para o controle dos descorticamento visa à eliminação ou à
fitonematóides de bananeira. redução do inóculo contido na muda, me-
diante a supressão das raízes e dos tecidos
Mudas livres de nematóides
afetados no rizoma, com a ajuda de faca ou
O ideal seria plantar mudas de cultiva- facão. As mudas descorticadas devem ser
res resistentes aos nematóides e que tives- acondicionadas de forma que evite a sua
74 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

reinfestação. A quimioterapia é executada zão de diferentes fatores do ambiente. Como


em combinação com a anterior. Consiste comentado anteriormente, na fase inicial da
na imersão das mudas em recipiente com bananicultura no norte de Minas Gerais,
produtos de ação nematicida. Recomenda- mudas de Nanicão infectadas por R. similis
se a sua imersão durante 15 minutos em contaminaram os solos arenosos de Janaúba
calda preparada com 400 ml de Furadan e do projeto Jaíba plantados com banana.
350 SC, dissolvido em 100 litros de água. A O tipo de solo, associado às altas tempera-
termoterapia pode também ser combinada turas da região proporcionaram maiores
ao método mecânico, em que, após o condições de multiplicação dos nematóides.
descorticamento dos rizomas, as mudas Dessa forma, foi verificado em poucos
são submetidas a temperaturas de 65ºC, por anos que áreas de plantio de cultivar Prata-
5 min. e/ou 55ºC, por 20 min. A utilização anã encontravam-se severamente atacadas
de mudas produzidas em viveiro sob o com danos semelhantes de tombamento
rigoroso combate aos nematóides, é a prá- característicos de bananais do subgrupo
tica mais eficaz para retardar o aumento da Cavendish. Porém em áreas do Vale do
densidade populacional desses parasitos, Ribeira (SP) e em Itajaí (SC), a rotação em
em relação ao uso de mudas obtidas de áreas-problema com o cultivo da Prata-anã,
bananais jovens ou velhos. As mudas assim tem sido uma opção favorável. Um outro
preparadas e tratadas devem ser plantadas fator importante a ser considerado na busca
em solos virgens de bananeiras, ou onde de resistência de genótipos de bananeira a
tenha sido realizada uma rotação de cultura, R. similis é a existência de biótipos ou raças
por período mínimo de seis meses, ou do nematóide, até o momento pouco estu-
estado em pousio por um tempo determi- dada no Brasil.
nado, conforme as suas condições físicas. Alqueive
Cultivar Resistente Destina-se à redução da população de
Embora seja uma alternativa de gran- nematóides a um nível que não cause dano
de interesse para a produção de banana, as econômico à cultura. Consiste na destrui-
ção do bananal, mecanicamente, por
cultivares do subgrupo Cavendish não apre-
herbicidas, assim como de toda a vegetação
sentam resistência aos principais nematóides
da área, a fim de manter o terreno limpo por
da bananeira. Ensaios preliminares de casa
um período mínimo de seis meses. Esta
de vegetação na Embrapa Mandioca e Fru-
prática é aconselhável por ocasião da reno-
ticultura têm sido realizados com genótipos
vação dos bananais. O período de pousio
de bananeiras melhorados e/ou introduzi-
deve obedecer não só às condições do solo
dos no Banco de Germoplasma para seleci- como também à biologia dos nematóides
onar resistência a R. similis, Meloidogyne sob controle. Na região do Vale do Ribeira
incognita e M. javanica. Dentro do grupo (SP), esta medida de controle já começou a
genômico AAB, as cultivares Prata e Prata- ser adotada por vários produtores, na busca
anã e do AAAB, a cultivar Pioneira com- de melhores produtividades, porém o perí-
portam-se como moderadamente resisten- odo de 3 a 4 meses ainda é pouco para
tes a R. similis e Meloidogyne incognita. Embora reduzir as populações de nematóides a bai-
o comportamento tolerante das cultivares xos níveis de danos econômicos.
do subgrupo Prata a R. similis seja observa-
do, alguns fatores devem ser seguidos. Os Inundação
níveis populacionais de R. similis nos bana- Esta prática é adotada em virtude do
nais podem variar bastante, resultando im- efeito negativo do excesso de umidade do
pactos negativos sobre as produções igual- solo sobre as populações de nematóides
mente variáveis. Isto pode ocorrer em ra- fitoparasitos, em conseqüência, principal-
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 75

mente, da deficiência de oxigênio livre e das do butírico ou ácidos graxos voláteis. A


transformações químicas produzidas no falta de matéria orgânica e atividade micro
meio pela ação de microorganismos e macrobiológica afetam bastante o desen-
anaeróbicos (fungos e bactérias). A inun- volvimento das bananeiras; sendo assim, a
dação da área por um período mínimo de 6 adubação orgânica se faz necessária nos
a 7 semanas é altamente eficiente para redu- bananais. A fermentação de restos vegetais
zir populações de nematóides. Obviamen- denominada bokashi de EM (microrganis-
te, a inundação deve ser realizada em áreas mos eficazes) já é prática utilizada com
de renovação de bananais e a água utilizada sucesso na melhoria da fertilidade dos ba-
não poderá originar-se de locais com alta nanais e redução da população de
infestação de nematóides. Esta medida tem nematóides, em alguns países da América
sido pouco utilizada em áreas de plantio Central. No Brasil, o bokashi de banana
contínuo ou perene. (engaço e restos de bananeiras) encontra-se
em fase de testes na região de Janaúba
Rotação de culturas
(MG), Vale do Ribeira (SP) e Curaçá (BA).
Consiste na redução da população por
meio de plantio de cultivares não hospedei- Tratamento Químico
ras das espécies que se quer combater. No É o método utilizado com maior fre-
caso das espécies de Meloidogyne essa prática qüência no controle de nematóides em
é de difícil implantação, pelo fato de que banana. A eficiência dos nematicidas está
esses fitonematóides apresentam um círcu- condicionada ao tipo de solo em que são
lo de plantas hospedeiras muito amplo den- aplicados, à dosagem e aos métodos de
tro das espécies cultivadas. Para R. similis há aplicação, bem como à época e à freqüência
necessidade de estudos do comportamento do tratamento. Na Tabela 10, estão relacio-
de espécies vegetais, que possam ser utiliza- nados alguns nematicidas que vêm sendo
das em programas de rotação. O cravo-de- utilizados no cultivo de banana. Para a
defunto e brachiária são eficientes na redu- determinação da dose adequada do produ-
ção de R. similis, Pratylenchus sp., Meloidogyne to, devem-se levar em conta não só o incre-
incognita e Helicotylenchus multicinctus, em pe- mento econômico, mas também aspectos
ríodos de 6 a 9 meses de cultivo no campo. de natureza ecológica e de saúde pública,
A mucunã-preta, embora eficiente para a como, por exemplo, a acumulação de resí-
maioria dos nematóides, comporta-se no duos tóxicos nos frutos além dos níveis
campo como boa hospedeira para H. toleráveis.
multicinctus, espécie esta considerada a de Quanto ao tipo de solo, a eficiência
maior ocorrência em bananais no mundo. dos nematicidas depende principalmente
Adubação Orgânica da textura do terreno. Para os solos de
textura mais fina (argilosos), recomenda-se
Adubação orgânica consiste no uso de dosagem maior do que para os de textura
materiais orgânicos na fertilização do solo. mais grossa. Muitos autores consideram
Admite-se que a matéria orgânica é respon- que a aplicação de nematicidas na cova, por
sável pelo declínio de populações de ocasião do plantio, é mais eficiente do que
nematóides no solo. Porém, o que ocorre é a realizada em cobertura. Quando se faz a
um aumento da população dos inimigos aplicação em cobertura, esta deve ser
naturais dos fitonematóides, como fungos, direcionada para as plantas-filhas, dado que,
bactérias, nematóides predadores, após a inflorescência, a resposta ao trata-
protozoários etc., que causam um decrésci- mento é insignificante em termos de pro-
mo na população de nematóides. Ocorre, dução. Os produtos granulados utilizados
também, a produção e liberação de subs- em cobertura devem cobrir um raio de 30
tâncias com efeito nematicida, como o áci- cm a 50 cm da planta.
76 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Tabela 10. Principais nematicidas utilizados no controle dos nematóides.


Doses
Nome Comercial Nome Técnico Formulação
Recomendadas
80 g/cova e/ou
Furadan carbofuran 50 G e 350 SC
400 ml/l00 l de água

Rhocap ethoprophos 100 GR 30 g/cova

Temik aldicarb 150 GR 15-20 g/cova

Counter terbufos 150 GR 20 g/cova

Para a aplicação dos nematicidas, das dos produtos e menor freqüência da


desaconselham-se os períodos em que sua aplicação.
eficiência é menor, como os de excessiva Atualmente na região do Vale do Ri-
umidade do solo, a fim de evitar perdas do beira (SP) e Itajaí (SC), a aplicação de quími-
produto. A freqüência de aplicação dos cos não é uma prática comum no controle
nematicidas deve ser determinada de acor- de nematóides, a não ser para a broca-do-
rizoma (Cosmopolites sordidus). Vários moti-
do com o período residual do produto e da
vos explicam este fato, entre eles, os altos
relação custo-benefício. Alguns pesquisa- custos dos produtos e a ineficácia do con-
dores já estão preocupados com a possibi- trole dos nematóides durante longo tempo.
lidade de desenvolvimento de resistência Porém, no norte de Minas Gerais e na
dos nematóides aos nematicidas, a exemplo região Nordeste, o problema é desconheci-
do que ocorreu com alguns insetos que do, ou as aplicações de nematicidas são
desenvolveram resistência a carbamatos e realizadas com auxílio da lurdinha no
a compostos organofosforados. Em vista pseudocaule da bananeira três vezes ao ano
desse fato, sugerem-se aplicações alterna- (Figuras 50 e 51).
Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 50. Furo no pseudocaule da bananeira com a utilização da ‘lurdinha’, para


aplicação de nematicida.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 77
Foto: Dilson da Cunha Costa

Figura 51. Aplicação do nematicida ‘Counter 50 G’ no pseudocaule: método prático


do produtor.

Uso de escoras e amarração das Controle biológico


plantas Até o momento, o controle biológico
Esta prática não tem efeito direto so- dos nematóides em bananeira tem recebido
bre a população de nematóides, mas ameni- pouca atenção de parte dos pesquisadores.
za as perdas conseqüentes do tombamento Alega-se que, apesar da existência de para-
das plantas cujo sistema radicular fica com- sitas e predadores dos nematóides, os resul-
prometido quando elas são atingidas por tados de aplicação prática no campo não
ventos e chuvas fortes, ou sofrem com o têm sido satisfatórios.
próprio peso dos cachos.
78 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

6 DOENÇAS
CAUSADAS POR
VÍRUS
Paulo Ernesto Meissner Filho
Paulo Sérgio Torres Brioso

INTRODUÇÃO de diâmetro, DNA de fita simples, sendo


disseminado por meio de mudas infectadas
Geralmente, os produtores e muitos a longas distâncias, e no plano local, pelo
técnicos brasileiros não consideram as viro- pulgão Pentalonia nigronervosa, o qual trans-
ses como sendo problemas sérios na cultu- mite o vírus de forma persistente. A bana-
ra da bananeira, uma vez que, com freqüên- neira é o principal hospedeiro desse vírus,
cia, os danos causados por elas não são tão sendo todas as espécies de bananeira susce-
visíveis, como os devidos à infecção por tíveis ao BBTV. Em condições experimen-
fungos ou bactérias. Com a modernização tais, Ensete ventricosum é suscetível ao vírus.
dos métodos de produção de mudas, pas- Há evidências de que Canna indica, Hedychium
sou-se a produzir milhares de mudas a coronarium, Heliconia spp. e Colocasia esculenta
partir de poucas matrizes, neste caso ficou sejam hospedeiras do BBTV. Plantas vo-
evidenciada a importância do emprego de luntárias próximas à plantação servem de
matrizes sadias. Além disso, após uma plan- fonte de inóculo.
tação estar infectada por uma virose não
As plantas afetadas apresentam as fo-
existem métodos rápidos e baratos para
lhas do ápice com clorose marginal, mais
eliminá-la. O sucesso do controle de viro-
estreitas, com tamanho reduzido e ficam
ses depende do emprego de medidas pre-
eretas lembrando um leque (Figura 52).
ventivas que evitem a infecção dos plantios.
Uma planta infectada pode não produzir
VIROSES QUARENTENÁRIAS
QUARENTENÁRIAS cachos. No pseudocaule e nas folhas ocor-
rem estrias verde-escuras.
Para a bananicultura brasileira é im-
portante muito cuidado na introdução de
DANOS E EFEITOS ECONÔMICOS
mudas e matrizes de bananeira vindas do Os danos causados pelo BBTV são
exterior, uma vez que em outras países variáveis, sendo que em alguns casos ele é
ocorrem viroses que não estão presentes um fator limitante para a produção de bana-
aqui, como o vírus do topo-em-leque e o neira. Além disso, há uma série de gastos
vírus do mosaico-das- brácteas. com a erradicação de plantas e com a manu-
tenção de medidas quarentenárias, acresci-
TOPO-EM-LEQUE
OPO-EM-LEQUE dos do fato de a presença do BBTV limitar
(banana bunchy top virus,
virus, BBTV) o intercâmbio de germoplasma.
DISTRIBUIÇÃO CONTROLE
O BBTV ocorre na África, Ásia e no Até o momento não foi encontrada
sul do Pacífico. fonte de resistência a esse vírus em bananei-
ra. No momento a principal medida de
AGENTE CAUSAL E SINTOMAS controle é a adoção de medidas quaren-
O topo-em-leque da bananeira é tenárias para evitar a introdução da virose
causado pelo vírus do mesmo nome - bana- em regiões onde ela não existe. . Nos locais
na bunchy top virus, BBTV. Esse vírus possui nos quais o vírus está presente, recomen-
partículas isométricas com 18 mm a 20 mm dam-se o plantio de mudas sadias e a erra-
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 79

dicação das plantas infectadas. A cultura in cias e no pecíolo (Figura 53), morte das
vitro de meristemas, associada com bainhas foliares, mosqueado no pseu-
termoterapia, tem permitido a obtenção de docaule, má formação dos frutos e diminui-
plantas sadias. ção no tamanho do cacho.
DANOS E EFEITOS ECONÔMICOS
Nas Filipinas provoca perdas superio-
res a 40%. Nas plantas afetadas, os frutos
podem ficar chochos, ou então apresenta-
rem estrias, causando redução do seu valor
Foto: INIBAP, 1996
comercial.
Foto: Kenneth Sherpherd

Figura 53. Sintomas do vírus do mosai-


co-das-brácteas-da-bananeira.

CONTROLE
Figura 52. Sintomas do vírus do topo- Adotar medidas quarentenárias para
em-leque em bananeira. evitar a introdução da virose em regiões
onde ela não existe. Erradicar as plantas
MOSAICO-D
MOSAICO -DASAS-BRÁCTEAS
-BRÁCTEAS infectadas. Utilizar para o estabelecimento
(banana bract mosaic virus,
virus, de novos plantios mudas sadias e indexadas
para viroses.
BBrMV)
VIROSES EXISTENTES NO BRASIL
DISTRIBUIÇÃO
Até o momento já foram relatados no
Até o momento somente foi registra- Brasil, o vírus do mosaico-do-pepino
da a sua presença na Ásia. (cucumber mosaic virus, CMV) e o vírus das
AGENTE CAUSAL E SINTOMAS estrias-da-bananeira (banana streak virus,
BSV). Mesmo para as viroses já presentes
O vírus do mosaico-das-brácteas-da-
no país é importante o seu monitoramento,
bananeira (banana bract mosaic virus, BBrMV)
uma vez que em diferentes regiões podem
possui partículas flexuosas com 700 nm a estar presentes estirpes com diferente viru-
750 nm é uma espécie do gênero Potyvirus e
lência e epidemiologia.
infecta bananeiras e plátano. O vírus é
transmitido por material de propagação MOSAICO-DO
MOSAICO -DO-PEPINO
-PEPINO
vegetativa e pelos afídeos Rhopalosiphum (cucumber mosaic virus, CMV)
maidis, Aphis gossypii e Pentalonia nigronervosa
de modo não-persistente. DISTRIBUIÇÃO
As plantas infectadas apresentam ris- Este vírus é cosmopolita e ocorre em
cas descontínuas nas brácteas da inflorescên- todo o território brasileiro
80 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

AGENTE CAUSAL E SINTOMAS DANOS E EFEITOS


Esse vírus possui partículas isométricas ECONÔMICOS
com 30 mm de diâmetro, contém genoma Recentemente no Brasil, em Mato
tripartido, apresenta quatro RNAs de fita Grosso e Minas Gerais, ocorreram perdas
simples e pertence à família Bromoviridae e elevadas devido ao CMV. Tem sido obser-
ao gênero Cucumovirus. O CMV causa a vado que plantas jovens e tenras são muito
doença conhecida com mosaico ou clorose atrativas para os afídeos vetores. Então,
infecciosa da bananeira. As plantas afetadas nestas circunstâncias a presença de inóculo
apresentam porte reduzido, sintomas de próximo aos plantios pode provocar a ocor-
mosaico das folhas (folha com diferentes rência de CMV em surtos epidêmicos, ha-
colorações de verde) (Figura 54). As vendo nestes casos perdas elevadas. Na
nervuras secundárias ficam espessas, pode China já foram observadas perdas de até
ocorrer distorção das folhas. Dependendo 100% devido a esse vírus.
da estirpe presente, quando na região ocor- CONTROLE
rem temperaturas abaixo de 24ºC, verifica-
se a necrose do pseudocaule e das folhas, e Utilizar novos mudas indexadas
até mesmo a morte de plantas (Figura 55). para viroses. Instalar os bananais novos em
áreas livres de plantas daninhas e distantes
O CMV possui mais de 200 plantas de plantios de hortaliças, como
hospedeiras, sendo disseminado por meio cucurbitáceas e solanáceas; não cultivar entre
de mudas infectadas e, naturalmente, de as bananeiras cultura intercalar suscetível
forma não-persistente por mais de 60 espé- ao vírus. O mato e estes plantios permitem
cies de afídeos, especialmente Aphis gossypii, a formação de colônias de pulgões vetores
Rhopalosiphum maidis, R. prunifoliae e Myzus do CMV. Erradicar dos bananais as plantas
persicae. Em bananais, geralmente a planta que apresentarem sintomas fortes de mo-
daninha Commelina diffusa (Figura 56) é uma saico. É possível obter mudas sadias de
fonte de inóculo para a plantação. O vírus matrizes submetidas à termoterapia, utili-
é transmitido pelas sementes de algumas zando o cultivo de meristemas in vitro, ou
plantas hospedeiras. gemas laterais obtidas de rizomas tratados.
Foto: Paulo Ernesto Meissner Filho

Figuras 54. Sintomas do vírus do mosaico-do-pepino.


Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 81
Foto: Paulo Ernesto Meissner Filho

Figuras 55. Sintomas do vírus do mosaico-do-pepino.

ões do mundo por meio de mudas


infectadas, juntamente com a variedade
Foto: Paulo Ernesto Meissner Filho

Mysore. O vírus é transmitido naturalmen-


te pela cochonilha Planoccocus citri Russo e
Saccharicoccus sacchari Ckll de forma
semipersistente. As hospedeiras do vírus
estão restritas à bananeira, à cana-de-açúcar
e à Canna edulis Ker-Gawl. Em condições
experimentais, Ensete spp. é suscetível a
esse vírus. O BSV possui numerosas estir-
Figura 56. Planta daninha - Commelina
diffusa. pes sorologicamente distintas. As plantas
afetadas apresentam riscas foliares, lesões
ESTRIAS-D
ESTRIAS-DA-BANANEIRA
A-BANANEIRA foliares cloróticas que, com o passar do
(banana streak virus,
virus, BSV) tempo, tornam-se necróticas (Figura 57).
Em algumas situações podem ocorrer a
DISTRIBUIÇÃO distorção dos cachos, a podridão interna e,
O BSV ocorre no Brasil, na Europa, conseqüentemente, a morte da planta.
na África, na Ásia e na Oceania. DANOS E CONSEQÜÊNCIAS
AGENTE CAUSAL E SINTOMAS ECONÔMICAS
Esta virose é causada pelo vírus das A infecção pelo BSV ocasiona per-
estrias-da-bananeira (banana streak virus, das variáveis, que podem atingir 90% da
BSV), que possui partículas baciliformes produção. Uma vez que o vírus fica integra-
com 30 nm x 130 nm a 150nm, contendo do ao genoma da planta hospedeira, não há,
DNA de fita dupla, pertencente ao gênero no momento, métodos que permitam lim-
Badnavirus. O BSV é disseminado pelas par uma planta após ela ter sido infectada.
sementes de plantas infectadas, ficando Plantas infectadas não podem ser utilizadas
integrado ao genoma da planta hospedeira. em cruzamentos, pois transmitirão o vírus
Foi introduzido no Brasil e em outras regi- para a sua progênie.
82 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Foto: Paulo Ernesto Meissner Filho

Figura 57. Sintomas do vírus das estrias-da-bananeira.

CONTROLE eliminar o vírus de plantas infectadas. Boas


Utilizar para a formação de novos práticas agronômicas têm permitido man-
bananais mudas indexadas para BSV. ter a produtividade em pomares infectados
Erradicar as plantas infectadas. Não existe, com o vírus. Há germoplasma com nível
até o momento, um método que permita diferente de resistência ao BSV.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 83

7 PLANTAS
DANINHAS
José Eduardo Borges de Carvalho

INTRODUÇÃO MAT
MATOCOMPETIÇÃO NA
A bananeira é uma planta muito sensí- CULTURA
CULTURA DA
DA BANANA
vel à competição de plantas daninhas pelos A cultura da banana é muito sensível à
fatores de produção como nutrientes e, competição de plantas daninhas pelos fato-
principalmente, por água, resultando na res de produção no período de formação do
redução do vigor e na produtividade, razão bananal, exigindo limpas mensais, por pro-
pela qual o seu controle dessas ervas é porcionarem crescimento mais rápido da
fundamental para o sucesso da cultura. planta e produção mais elevada (Chambers,
Ao definir um programa de controle 1970). Estes resultados foram confirmados
de plantas daninhas na cultura da banana, é em outros trabalhos, nos quais se observa-
importante levar em consideração que o ram que as capinas mensais, ao longo do
sistema radicular é bastante superficial, ano, proporcionaram resultados de cresci-
sendo, freqüentemente, danificado pelas mento e produção mais próximos aos do
capinas mecânicas ou manuais, podendo cultivo mantido sempre no limpo (Seeyave
agravar a ocorrência de doenças como & Phillips, 1970, citados por Durigan ,
moko, mal-do-panamá e podridão-mole, 1984).
que penetram pelo sistema radicular. Além Avaliando o efeito das plantas dani-
desse aspecto, a maioria dos plantios no nhas sobre o peso do cacho da cultivar
Brasil está situada em áreas com declive Prata em áreas declivosas do estado do
acentuado, exigindo assim um manejo ade- Espírito Santo, Gomes (1983) observou, na
quado do mato e coberturas vegetais, como planta-mãe, que o peso do cacho foi preju-
prática conservacionista. dicado quando a primeira capina foi realiza-
As plantas daninhas podem favorecer da após 30 dias do plantio, tendo atribuído
a ocorrência de pragas e servir como hospe- à competição por nutrientes a principal
deiras de vírus ou de nematóides, graves causa da queda do peso do cacho.
patógenos que atacam a bananeira. Por Apesar da necessidade de limpas cons-
outro lado, é possível explorar a convivên- tantes, os primeiros cinco meses da instala-
cia harmônica entre plantas daninhas e a ção são os mais limitantes para a cultura,
cultura da banana, permitindo tê-las como requerendo, segundo Alves & Oliveira 1997,
aliadas num manejo mais ecológico do cinco a seis capinas. Nessa etapa, o controle
bananal, como fonte de alimento e abrigo das plantas daninhas deve ser realizado
de inimigos naturais de pragas e doenças, adequadamente para que o crescimento das
conforme já observado na cultura dos citros. bananeiras não seja afetado e sua recupera-
Nesse capítulo, será abordada a inter- ção não seja excessivamente lenta.
ferência das plantas daninhas com o desen- Após esse período a cultura é menos
volvimento da cultura, os métodos mais sensível à competição do mato (Belalcázar
utilizados para seu controle e as relações Carvajal, 1991). Com esse conhecimento,
com o combate de pragas e doenças. as plantas daninhas podem ser utilizadas
84 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

como fonte de alimento e abrigo de inimi- dos bananais estabelecidos com densidade
gos naturais de pragas e doenças, favore- baixa e média, e dispostos em linhas parale-
cendo o manejo ecológico do bananal. las, não é uma prática muito recomendada
Apesar disso, não deve ser descartada a por acarretar problemas de compactação e
possibilidade de algumas plantas daninhas endurecimento da camada superficial do
servirem, também, como hospedeiras de solo e cortes no sistema radicular, apesar de
nematóides e de agentes causais de doenças ser um método eficiente de controle. O uso
como viroses, sendo necessário eliminá-las desses equipamentos fica limitado até o
totalmente ou mantê-las ceifadas, evitando segundo mês após o plantio.
sua convivência com a cultura da banana.
Cinco meses depois da instalação do
É preciso considerar, ainda, que a pos- bananal, o uso da roçadeira manual é um
sibilidade de convivência da bananeira com método viável, apresentando grande rendi-
o mato, sem prejuízo na produção, é uma mento de trabalho, sem as limitações da
prática conservacionista, atuando na redu- capina manual. Outra vantagem dessa prá-
ção significativa das perdas de solo e água tica cultural é a manutenção da integridade
por escoamento nas áreas declivosas e que, do solo, pois evita a sua manipulação, não
portanto, deve ser buscada desde que não causa danos ao sistema radicular das plantas
interfira negativamente no controle de pra-
e, conseqüentemente, reduz os riscos de
gas e doenças.
abrir portas para doenças como o mal-do-
MÉTODOS
MÉTODOS DE CONTROLE panamá, moko e podridão-mole, além de
ser também uma prática preservacionista.
Capina Em áreas afetadas pelo moko, na região
O controle de plantas daninhas, com Norte, o uso deste sistema de controle de
enxada, utilizado pelos pequenos produto- plantas daninhas reduziu drasticamente a
res, deve ser realizado com critério para incidência da doença (Pereira, 1990). O
evitar danos ao sistema radicular superficial rendimento do trabalho pode ser ainda
da bananeira, evitando, também, a penetra- maior com a utilização da roçadeira
ção de patógenos de solo nos ferimentos motomecanizada (Souto et al. 1997, citado
causados às raízes. por Souto et al. 1999).
Esse método de controle tem um efei- Controle químico
to muito curto, com o rápido resta-
Na Tabela 11 são apresentados os
belecimento do mato nos períodos chuvo-
herbicidas registrados e recomendados para
sos, além do baixo rendimento e dos custos
a cultura da banana no Brasil. Observa-se
elevados, já que são necessários, em média,
que há herbicidas pré-emergentes ou resi-
15 homens/dia para capinar um hectare de
duais que são aplicados ao solo logo após o
um bananal com densidade de 1.300
plantio do bananal e antes da emergência
touceiras (ITAL,1990, citado por Alves &
das plantas daninhas, para inibir seu cresci-
Oliveira, 1997; Souto et al., 1999). Assim,
para evitar a competição de plantas dani- mento, e os pós-emergentes (de contato e
nhas nos primeiros cinco meses da instala- sistêmicos), para o controle das plantas
ção do bananal são necessárias cinco a seis daninhas já desenvolvidas, provocando a
capinas, com um custo total, aproximado, sua morte. A escolha do herbicida ou da
de R$ 720,00 por hectare. Dessa forma, a mistura de herbicidas a ser utilizada vai
capina manual é impraticável nos grandes depender da composição matoflorística
cultivos de banana e plátano. presente na área e da seletividade da cultura.
Em virtude da facilidade de manuseio, do
Controle mecânico menor impacto ambiental e da formação de
O uso da grade de discos e da enxada uma cobertura morta, que possibilita a con-
rotativa para o controle de do mato nas ruas servação da umidade do solo por um perí-
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 85

Tabela 11. Herbicidas recomendados e registrados no Brasil para a cultura da


banana. (Rodrigues & Almeida, 1998).
Dose i.a.
Herbicida /Marca modo deaplicação
(l ou kg/ha) (kg/ha)

Herbipak 500 g/l 2,4 - 4,8 1,2 - 2,4 Pré-emergência

Metrimex 500 g/l 2,4 - 5,6 1,2 - 2,8 Pré-emergência

Metrimex 800 g/kg 2,5 - 3,8 2,0 - 3,04 Pré-emergência

Finale 200 g/l 2,0 0,40 Pós (jato dirigido)

Siptram 800 g/kg 2,0 - 5,0 1,6 - 4,0 Pré-emergência

Gramocil 300 g/l 2,0 - 3,0 0,6 - 0,9 Pós (jato dirigido)

Roundup 360 g/l 0,5 - 6,0 0,18 - 2,16 Pós (jato dirigido)

Roundup W.G. 720 g/l 0,5 - 3,5 0,36 - 2,52 Pós (jato dirigido)

Gramoxone 200 g/l 1,5 - 3,0 0,30 - 0,60 Pós (jato dirigido)

Zapp 480 g/l 1,0 - 6,0 0,48 - 2,88 Pós (jato dirigido)

odo mais longo, existe, atualmente, forte herbicida glifosate nas doses compreendi-
tendência de usar, em área total, os das entre 0,72 a 1,08 kg/ha do i.a., apresen-
herbicidas pós-emergentes sistêmicos em tou controle do mato superior a 80%, du-
substituição aos pré-emergentes, além de rante um período observado de 60 dias
apresentarem um custo de controle muito após aplicação, sem causar fitotoxidade à
menor que as capinas manuais. Segundo bananeira (Schmidt, 1988; Carvalho et al.,
Mesquita et al., 1983, o controle químico de 1990).
plantas daninhas contribuiu para a redução
Controle integrado com manejo de
de Cosmopolites sordidus capturados no bana-
nal, em comparação à utilização de cober-
coberturas vegetais
tura morta formada por partes da própria Controle integrado é a combinação de
bananeira. métodos que, de forma eficiente, promo-
vem o combate às plantas daninhas na
O efeito de capinas regulares e de
bananicultura, reduzindo custos e uso de
alguns herbicidas mais utilizados na
herbicidas; possibilitam um ambiente mais
bananicultura, sobre o peso do cacho e o
ecológico no bananal; melhoram e preser-
ciclo de produção da bananeira Prata, foi
vam os recursos naturais, como solo e água,
estudado por Gomes et al.,1984, que ob-
proporcionando maior competitividade e
servaram que nenhum dos herbicidas e
sustentabilidade ao produtor, mas acima de
misturas utilizadas foi superior à roçadeira.
tudo, ajudando no controle de pragas e
Entretanto o glifosate (1,23 kg/ha do ingre-
doenças da bananeira.
diente ativo) e a mistura de paraquat +
diuron (0,3 + 1,6 kg/ha do i. a.) apresenta- O controle cultural, abordado por
ram resultados idênticos a essa mistura, no Belalcázar Carvajal,1991, enquadra-se per-
controle das plantas daninhas presentes. O feitamente nesse conceito, pois, ao garantir
86 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

o estabelecimento uniforme do bananal e o pelos aspectos e vantagens já abordadas


crescimento rápido do cultivo, coloca-o em desse método. Na época de deficiência de
vantagem sobre as plantas daninhas. A ado- água no solo, recomenda-se o controle quí-
ção de menor distância entre plantas tem mico em área total para formação de uma
contribuído para diminuir a incidência do cobertura morta, conservando a umidade,
mato daninhas, pois, com a sombra produ- permitindo um suprimento mais adequado
zida, evita-se o crescimento de espécies de água, principalmente na região Nordes-
muito agressivas e induz-se ao predomínio te. Uma segunda alternativa, recomendada
de espécies de pouco crescimento e menos por Borges & Souza,1998, para o primeiro
exigentes pelos fatores de produção. ano de instalação do bananal sem irrigação,
é o plantio de feijão-de-porco (Canavalia
A utilização de coberturas mortas ensiformis) no espaço largo para melhorar as
(mulching) como um método integrado de propriedades do solo. Deve ser plantado no
controle do mato, utilizando restos cultu- início das chuvas e ceifado (em qualquer
rais de bananeira, capim picado, bagaço de fase de desenvolvimento) na estação seca
cana, palha-de-arroz, café ou cacau, apesar (para evitar a competição por água com a
de elevar a produtividade, tem custo eleva- bananeira) e deixado na superfície do solo.
do, seja na produção do material a ser usado Nas linhas da cultura, herbicidas pós-emer-
como cobertura, seja para transportá-lo, gentes são usados para o controle do mato
não se caracterizando como prática viável e formação de cobertura morta. Os resulta-
em grandes bananais, ficando a sua aplica- dos obtidos por Mesquita et al.,1983, mos-
ção restrita a cultivos de pequena extensão, traram que o uso de leguminosas nas entre-
do tipo familiar. linhas do bananal, a exemplo do feijão-de-
porco, como método de controle de plan-
Ressaltam-se contudo, duas alternati- tas daninhas e como prática de rotação de
vas de controle integrado viáveis a qualquer cultura, contribuiu para redução da
extensão do cultivo, sendo a primeira a infestação de Cosmopolites sordidus, inseto
integração do método mecânico com o causador da broca-do-rizoma. Da mesma
químico, pela aplicação de herbicidas pós- forma, recomenda-se o uso de leguminosas
emergentes no espaço estreito (entre plan- (Crotalaria juncea, soja perene, mucuna),
tas) e no espaço largo (entrelinhas) o uso de como medida cultural de controle de
roçadeira em determinadas épocas do ano, nematóides.
onde a concorrência por água é minimizada,
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 87

8 PROBLEMAS DE
CAUSA ABIÓTICA E
ANORMALIDADES DE
CAUSA DESCONHECIDA
Zilton José Maciel Cordeiro
Ana Lúcia Borges

INTRODUÇÃO especialmente sobre plantas localizadas em


áreas abertas tais como ao longo de estra-
Além dos problemas de doenças e das, diques, cercas e casas. É comum o
pragas com agente causal definido, existe na amarelecimento da casca dos frutos, mas,
cultura da bananeira uma série de anorma- em casos severos, a parte afetada pode
lidades cuja causa é abiótica, ou seja, não é tornar-se marrom ou preta e até apodrecer.
provocada por organismos vivos. Há, tam- Quando ocorre apenas o amarelecimento,
bém, algumas anormalidades, provavelmen- o defeito, praticamente, não é notado após
te de natureza biótica, mas que não foram a maturação.
ainda definidas. Entre os problemas de cau-
sa abiótica, podem estar incluídas as aberra- Quimeras
ções genéticas, as anormalidades fisiológi- Quimeras são listras no tecido da cas-
cas, as deficiências nutricionais e problemas ca dos frutos com colorido anormal. Apa-
causados por alterações climáticas. recem normalmente como bandas
avermelhadas ou marrons sobre a casca.
PROBLEMAS DE CAUSA
CAUSA
ABIÓTICA Chilling (friagem) x
Consiste em uma descoloração do
Mancha-de-maturidade tecido vascular abaixo da epiderme do fru-
É uma anormalidade fisiológica que to. Retirando-se a película (epiderme) do
aparece na casca dos frutos disposta longi- fruto verde, observa-se a presença de estri-
tudinalmente como uma listra de cor ver- as marrom–avermelhadas no tecido
melha-alaranjada a marrom. Comumente, vascular. Onde ocorre esse problema, o
aparece sobre os ombros externos dos de- fluxo de látex é reduzido ou interrompido e
dos. O defeito geralmente é insignificante, a casca tende a aderir fortemente às cama-
mas aparece quando o grau de maturação das subepidermais.
do fruto torna-se excessivo. Esta anormali-
Frutos com este problema amadure-
dade é, algumas vezes, confundida com
cerão mais lentamente do que os normais,
danos causados pelo tripes-da-ferrugem.
terão um amarelo sem brilho e, se a desco-
Entretanto, a diferença entre eles é que os
loração for severa, o fruto pode não
sintomas de tripes são encontrados entre os
amarelecer, mas tornar-se cinza sem brilho.
dedos, enquanto este problema aparece na
A placenta pode tornar-se endurecida. A
parte externa do fruto.
qualidade para o consumo somente é afeta-
Queima de sol da quando a injúria pelo frio é muito severa.
Em períodos de alta intensidade de luz O chilling pode ocorrer no campo quan-
e calor, a queima de sol sobre frutos e caule do a temperatura atinge 18o C por várias
da bananeira é muito comum. Isto ocorre horas. Pode ocorrer também devido à refri-
88 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

geração ou ventilação impróprias nos com- Em bananeiras do subgrupo Plantain,


partimentos de carga. Os sintomas de na Colômbia, não foram observados os sin-
descoloração por chilling, normalmente, só tomas típicos do azul-da-bananeira em plan-
aparecem após 48 h de exposição a baixas tas deficientes em Mg, e sim pontos necróticos
temperaturas. no pecíolo próximo à lâmina foliar.
Controle Desordens fisiológicas foram obser-
vadas em plantações de banana na Costa
A colocação de sacos de papel, reves-
Rica, em solos pobres em nutrientes e em
tidos com polietileno perfurado sobre os
períodos de menor precipitação. As plantas
frutos, pode prevenir vários graus de frio.
com sintomas apresentavam partes amare-
Porém, um simples saco de polietileno per-
ladas no limbo de folhas intermediárias e
furado não é suficiente para proteger os
estas manchas se intensificavam em plantas
frutos da friagem.
com cacho. Quando o problema era severo,
Azul-da-bananeira estas partes amarelas, eventualmente,
O azul-da-bananeira é uma desordem necrosavam. Esse fenômeno pode ser ex-
fisiológica causada pelo desequilíbrio entre plicado por desbalanços das relações K-Ca-
K e Mg, cujo sintoma é evidenciado pelo Mg, devido aos altos níveis de K e Ca em
mosqueamento pardo-violáceo da face in- relação aos de Mg.
ferior dos pecíolos e da base das nervuras Afloramento-de-rizoma
centrais (Figura 58), que, quando cortadas,
O rizoma é o caule verdadeiro da
podem apresentar apodrecimento interno
bananeira, localizando-se abaixo da super-
e exalar mau cheiro.
fície do solo. A partir dele serão formadas as
raízes, as folhas que originarão o
pseudocaule e, por fim, os frutos. Uma de
suas funções é a sustentação da planta e,
para que isto ocorra, o melhor seria que o
rizoma se mantivesse dentro do solo. En-
tretanto, em algumas variedades, principal-
mente as do subgrupo Terra, o rizoma
tende a aflorar mesmo que o seu plantio
tenha sido feito em covas mais profundas.
Quando isso acontece poderá ocorrer a
produção de um segundo rizoma ao nível
do solo. O afloramento do rizoma é, por-
tanto, uma característica de crescimento
dessas variedades que não pode ser altera-
da. A conseqüência do afloramento é o
aumento do risco de tombamento das plan-
Foto: López M. & Espinosa M.

tas, necessitando a adoção da prática de


amarrio ou de seu escoramento. Além do
aspecto genético que fica evidente nas vari-
edades tipo Terra, outros fatores que pro-
voquem estresse nas plantas certamente
poderão provocar o afloramento do rizoma
e, entre estes, destaca-se a presença de
lençol freático muito superficial.
Figura 58. Azul-da-bananeira: coloração azulada dos
pecíolos.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 89

Defeito na abertura da folha foro, potássio e magnésio) e desequilíbrio


entre cátions (azul-da-bananeira).
Esta é uma anomalia bastante comum
principalmente nas variedades do subgrupo MACRONUTRIENTES
Terra, nas quais o ápice foliar não completa Deficiência de nitrogênio (N) - Os
a sua abertura, provocando defeitos na sintomas de deficiência de N aparecem, no
folha. Esta apresenta-se com ápice rasgado início do desenvolvimento da planta, sob a
ou retorcido (Figura 59). Aparentemente forma de clorose (verde-clara) uniforme e
não há danos para a planta, mas há sempre generalizada das folhas. Ocorre também
por parte dos produtores um questionamento redução da distância entre as folhas, o que
sobre a ocorrência do defeito dá à planta um aspecto de roseta, bem como
pecíolos róseos (Figura 60). Além disso, o
número de folhas é reduzido e aumentam
os dias para a sua emissão; os cachos produ-
zidos são raquíticos e com menor número
de pencas.
Foto: Foto Martínez Garnica.
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 60. Sintomas de deficiência de nitrogênio

Deficiência de fósforo (P) - As fo-


lhas mais velhas são tomadas por uma
Figura 59. Defeito na abertura da folha. clorose marginal, em forma de dentes de
serra (Figura 61), e os pecíolos se quebram;
as folhas novas adquirem coloração verde-
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
escura tendendo a azulada. Os frutos podem
Quando um nutriente mineral está em apresentar menor teor de açúcar e as raízes
deficiência, a planta expressa este apresentarem-se pouco desenvolvidas.
desequilíbrio por sintomas visuais, que nor-
malmente são traduzidos por deformações
nas folhas e frutos, redução do crescimento
de vários órgãos vegetais e mudanças na
coloração, sobretudo, do sistema foliar.
Em geral, os sintomas de deficiên-
Foto: Martínez Garnica.

cia de nutrientes na bananeira se manifes-


tam das seguintes formas: sintomas genera-
lizados (nitrogênio e cobre), sintomas nas
folhas jovens (cálcio, enxofre, boro, ferro e
zinco), sintomas nas folhas medianas
(manganês), sintomas nas folhas velhas (fós- Figura 61. Sintomas de deficiência de fósforo
90 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Deficiência de potássio (K) - Carac- Deficiência de magnésio (Mg) - A


teriza-se pelo amarelecimento rápido e deficiência de Mg caracteriza-se pelo
murchamento precoce das folhas mais ve- amarelecimento paralelo às margens do
lhas, com o limbo dobrando-se na ponta da limbo foliar, por deformações irregulares
folha, aparentando aspecto encarquilhado nas emissões florais e podridão dos pecíolos,
e seco (Figura 62). O cacho é a parte da com mau cheiro e descolamento das bai-
planta mais afetada pela falta de K, pois, nhas do pseudocaule. O sintoma mais co-
com o baixo suprimento desse nutriente, a mum no campo é a clorose da parte interna
translocação de carboidratos das folhas para do limbo - com a nervura central e bordos
os frutos diminui, produzindo frutos pe- permanecendo verdes - também conheci-
quenos, com maturação irregular e polpa da como clorose magnesiana (Figura 64).
pouco saborosa. Quando os sintomas atingem os cachos,
estes tornam-se raquíticos e deformados,
com maturação irregular dos frutos, polpa
mole, viscosa e de sabor desagradável,
ocorrendo também o apodrecimento rápi-
Foto: Martínez Garnica.

do do fruto.

Figura 62. Sintomas de deficiência de


potássio.
Deficiência de cálcio (Ca) - A defi-
ciência de Ca caracteriza-se por cloroses
nos bordos, descontínuas e em forma de
dentes de serra, engrossamento das nervuras
secundárias e diminuição do tamanho da
Foto: López M. & Espinosa M.

folha (Figura 63). Nos frutos pode levar à


maturação irregular, a pouco aroma e açú-
car, além da podridão.

Figura 64. Sintomas de deficiência de


magnésio.
Deficiência de enxofre (S) - Carac-
teriza-se por uma clorose generalizada do
limbo das folhas mais novas, que desapare-
ce com a idade (Figura 65). Quando a
Foto: López M. & Espinosa M.

deficiência progride, há necrose das mar-


gens do limbo e pequeno engrossamento
das nervuras, à semelhança do que ocorre
na deficiência de cálcio. Às vezes sobrevêm
mudanças na morfologia da planta, com
ausência de limbo foliar, crescimento
Figura 63. Sintomas de deficiência de atrofiado, cachos muito pequenos ou en-
cálcio. gasgados.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 91
Foto: López M. & Espinosa M.

Foto: López M. & Espinosa M.

Figura 65. Sintomas de deficiência de Figura 67. Sintomas de deficiência de


enxofre boro.
MICRONUTRIENTES Deficiência de cobre (Cu) – É facil-
mente confundida com deficiência de N,
Deficiência de boro (B) - Os primei-
devido à clorose generalizada e porte redu-
ros sinais se expressam como listras amare-
zido da planta, em forma de guarda-sol.
lo-esbranquiçadas, que se espalham pela
Fica extremamente sensível ao ataque de
superfície da folha e paralelamente à nervura
principal, seguidas de necrose (Figura 66). tripes, fungos e vírus-do-mosaico e os fru-
As folhas podem ficar deformadas e apre- tos apresentam manchas de ferrugem.
sentar redução do limbo, semelhante ao Deficiência de ferro (Fe) – As plan-
que se constata quando há deficiência de tas deficientes em Fe apresentam clorose
enxofre (Figura67). Nos casos graves, sur- marginal do limbo das folhas mais jovens,
ge uma goma no pseudocaule que atinge a atingindo com rapidez o interior pelos es-
flor e pode até mesmo impedir sua emer- paços internervais, podendo ficar quase
gência, ficando a inflorescência bloqueada que totalmente descoloridas (brancas).
dentro do pseudocaule. Deficiência de manganês (Mn) –
Observa-se uma clorose do limbo em pente
nos bordos (Figura 68). Eventualmente,
Foto: López M. & Espinosa M.

Foto: López M. & Espinosa M.

Figura 66. Sintomas de deficiência de Figura 68. Sintomas de deficiência de


boro. manganês.
92 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

ocorre desenvolvimento do fungo Os sintomas de deficiência de Zn são,


Deightoniella torulosa no limbo foliar, poden- muitas vezes, confundidos com os de infec-
do contaminar os frutos. ção por vírus.
Deficiência de zinco (Zn) – As plan-
tas deficientes em Zn têm crescimento e PROBLEMAS DE CAUSA
CAUSA
desenvolvimento retardado, folhas peque- DESCONHECIDA
DESCONHECIDA
nas e lanceoladas. Estas apresentam tam-
bém listras amarelo-esbranquiçadas entre Amarelão
as nervuras secundárias (Figura 69) e Esta anomalia tem ocorrido com fre-
pigmentação vermelha na face inferior qüência em plantas da variedade Terra ou
(Figura 70). Os frutos, além de peque- do subgrupo Terra nos estado da Bahia e do
nos, podem apresentar-se enrolados, com Amazonas. Segundo informações da litera-
as pontas verde-claras e o ápice em formato tura, o problema pode ser o mesmo relata-
de mamilo, no caso de bananas do subgrupo do como Mata amarilla ou Colorado disease, de
Cavendish. causa incerta, ocorrendo sobre plantações
de Honduras, sendo citada também como
de ocorrência esporádica ao longo de toda
a costa atlântica da América Central e
Suriname.
Os sintomas são descritos como
amarelecimento das folhas inferiores de
plantas adultas ou com frutos. O avanço da
anomalia é acropetal, até que apenas umas
poucas folhas mais novas permaneçam ver-
Foto: López M. & Espinosa M.

des. As folhas que aparecem após os pri-


meiros sintomas são menores e mais estrei-
tas. As brotações podem também apresen-
tar os sintomas, que geralmente provocam
a sua morte. Sintomas no pseudocaule,
quando presentes, consistem em
Figura 69. Sintomas de deficiência de descontínua descoloração vascular, usual-
zinco. mente pálida e menos extensa de que os
sintomas de mal-do-panamá e moko e qua-
se sempre confinados às bainhas externas.
Os sintomas observados em bananais
brasileiros são bastante semelhantes aos
sintomas externos descritos na literatura.
Porém, os danos observados no
pseudocaule são muito mais intensos. Há
desenvolvimento de uma podridão aquosa
Foto: López M. & Espinosa M.

com mau cheiro, semelhante aos casos de


podridão-de-erwinia (Figura 71). O
amarelecimento exibido nas folhas lembra
muito a deficiência de Potássio ( Figura 72),
que aliás é dada como a causa maior do
problema no estado do Amazonas. Nos
Figura 70. Sintomas de deficiência de cachos de plantas afetadas tem sido obser-
zinco. vada a redução do tamanho dos frutos na
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 93

sua metade inferior (Figura 73). Há ainda


casos de uma podridão aquosa de
pseudocaules de plátanos AAB, cujos sin-
tomas são parecidos com os ocorridos no
Brasil. Quanto às possíveis causas, embora
a literatura cite os solos pesados e a má
drenagem como prováveis responsáveis
pelo aparecimento dos sintomas, que se
parecem com os do amarelão, as condições
de solo observadas na Bahia, não condu-
zem a esta hipótese. Porém, continuam em
análise as possibilidades de relacionamento
com a nutrição potássica. Na eliminação
dessa hipótese, a mais provável passa a ser
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

um problema patológico, mas que tenha


distribuição vascular.

Figura 71. Sintomas de podridão aquo-


sa no pesudocaule de plantas com
amarelão.
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 73. Anomalia observada na


metade inferior de cachos.

Machiamento
A denominação de machiamento é
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

dada por produtores para plantas de banana


tipo Terra que se apresentam anormais e,
usualmente, não chegam a lançar o cacho
ou quando o fazem, esses são fora de pa-
drão. Por isso os produtores dizem que a
planta “machiou”. Os sintomas apresenta-
dos são baixo crescimento, pseudocaule
Figura 72. Amarelecimento de folhas mais alargado na base, folhas em forma de
semelhante à deficiência de potássio. leque, presença de lesões foliares na forma
94 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

estrias cloróticas (Figura 74), folhas meno- Mancha preta do fruto


res e mais estreitas. Esses sintomas geral-
Este problema começou a ser obser-
mente se assemelham aos causados pelos
vado a cerca de dois anos e, de acordo com
vírus CMV e BSV, podendo ser observados
também nas brotações de plantas afetadas as consultas e materiais para análise que têm
(Figura 75) chegado na Embrapa Mandioca e Fruti-
cultura , já ocorre nos estados de Minas
Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Bahia e
Pernambuco. Diversas cultivares têm sido
afetadas, sem que haja uma definição sobre
a causa do problema. Plantas afetadas apre-
sentam redução drástica no crescimento
exibindo manchas pretas nas bainhas exter-
nas do pseudocaule vistas como lesões
necróticas quando cortado (Figura 76). As
manchas pretas aparecem também externa-
mente no engaço do cacho e são vistas
internamente como pontuações necróticos
(Figura 77). Nos frutos é marcante a man-
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

cha preta que aparece contrastando com a


casca verde, podendo enegrecer todo o
fruto (Figura 78). Em geral o problema
restringe-se à casca. Observações realiza-
das em frutos maduros, apresentando os
sintomas, mostram o desenvolvimento de
Figura 74. Planta com baixo crescimen-
to, estrias cloróticas nas folhas e forma-
ção de topo em leque.
Foto: Sebastião de Oliveira e Silva
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro

Figura 76. Lesões necróticas no tecido


Figura 75. Filhos de plantas acome-
interno do pseudocaule.
tidas pelo “machamento”, exibindo sin-
tomas semelhantes de níveis CMV e BSV.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 95

grânulos nas áreas necróticas, provocando


um ferimento de cor ferrugem na polpa
(Figura 79). Dentre as diversas consultas
feitas à Embrapa Mandioca e Fruticul-
tura , constatou-se que o problema já ocor-
re nas variedades Prata Anã, Pacovan e
Terra e que vários tetraplóides já apresenta-
ram os sintomas na área experimental do
CNPMF. As primeiras tentativas foi isolar
algum patógeno das lesões, não teve suces-
Foto: Sebastião de Oliveira e Silva

so. Trabalhe-se no momento, com a hipó-


tese de ser um problema causado por vírus.
Independente do agente causal os sintomas
observados preocupam pelo número de
variedades já afetadas e pelos danos poten-
ciais que o problema poderá causar. Como
medidas de controle tem sido recomenda-
da a erradicação das plantas afetadas.
Figura 77. Pontuações necróticas no
engaço.
Foto: Zilton José Maciel Cordeiro
Foto: Sebastião de Oliveira e Silva

Figura 79. Sintomas de cor ferrugem na


Figura 78. Manchas negras, alongadas, polpa com presença de grânulos na
visíveis na casca dos frutos. casca de frutos maduros.
96 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

9 USO DE
AGROTÓXICOS EM
BANANEIRA
Luadir Gasparotto

INTRODUÇÃO ganismos não alvos, aliada às inadequadas


técnicas de aplicação têm contribuído bas-
O mercado de frutas frescas está evo- tante para o aumento dos efeitos indesejá-
luindo rapidamente e os consumidores es- veis ao meio ambiente.
tão tornando-se cada vez mais exigentes
quanto à qualidade e à sanidade dos frutos. Antes de adotar qualquer medida de
Além disso, há muita pressão de ecologistas controle, várias perguntas devem ser res-
com relação ao impacto ambiental provo- pondidas:
cado por agrotóxicos. • Há necessidade de controlar a praga
Agrotóxicos, segundo a Lei Federal ou patógeno? Em caso afirmativo, qual o
7.802 de 11.07.89, são os produtos e os método mais eficiente e menos oneroso?
agentes de processos físicos, químicos ou • Se for necessária a utilização de
biológicos, destinados ao uso nos setores defensivos agrícolas, qual o produto mais
de produção, armazenamento e indicado? Dosagem? Período de carência?
beneficiamento dos produtos agrícolas, nas Intervalos entre aplicações? Quando, onde
pastagens, na proteção de florestas, nativas e como aplicá-lo? Quais são seus efeitos
ou implantadas, e de outros ecossistemas, e, sobre os inimigos naturais e sobre o meio
também, de ambientes urbanos, hídricos e ambiente? Como transportar, armazenar e
industriais, cuja finalidade seja alterar a com- manusear o produto?
posição da flora ou da fauna, a fim de
A falta de atenção, de consciência ou
preservá-las da ação danosa de seres vivos
mesmo a ignorância de muitos técnicos,
considerados nocivos. Desta forma, prefe-
vendedores e produtores sobre o assunto
rimos utilizar o termo defensivo agrícola
são as principais causas de acidentes e de
que, apesar de sinônimo, comumente é
insucessos no emprego de defensivos agrí-
utilizado de forma mais restrita para desig-
colas. Como exemplo, podemos citar o
nar produtos, em geral sintéticos, destina-
caso do uso de super ou subdosagens. As
dos ao controle de organismos prejudiciais
superdosagens, apesar de eficientes, po-
ao crescimento e produção de plantas e de
dem apresentar efeitos deletérios com re-
animais, e à preservação dos produtos
sultados imprevisíveis às plantas, aos ani-
agropecuários.
mais, aos consumidores e ao meio ambien-
Como muitos outros produtos úteis, te. As subdosagens, além de não serem
os defensivos agrícolas podem ser perigo- eficientes, colocam em risco a produção e
sos. A grande maioria das pessoas que os poderão propiciar o aparecimento de pra-
utiliza não questiona a sua validade, empre- gas ou patógenos resistentes ao produto.
gando-os de forma inadequada, ameaçan-
Os defensivos são essenciais à bana-
do não só a saúde daqueles que os manipu-
neira devido às pragas e doenças que redu-
lam, mas também dos consumidores.
zem drasticamente a produção e a produti-
A ignorância do homem quanto ao vidade. Porém, exigem toda precaução, vi-
manuseio correto dos produtos fitossa- sando à proteção dos operários que os
nitários e de suas conseqüências nos or- manipulam e aplicam, bem como dos con-
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 97

sumidores de banana, dos animais de cria- limitações, quando atribuída a sua significa-
ção, de abelhas, peixes e, tanto quanto ção toxicológica ao homem.
possível, de organismos predadores e para- Assim, para fins de prescrição das
sitas, enfim, do meio ambiente. medidas de segurança contra riscos para a
Os cuidados devem ser adotados no saúde humana, os produtos são enquadra-
transporte, no armazenamento, no manu- dos em função do DL50, inerente a cada um
seio (preparo, aplicação, descarte de emba- deles.
lagens etc.) e quando ocorrem acidentes. I- Extremamente tóxicos (DL50 < 50
Além disso, é importante conhecer a mg/kg de peso vivo);
toxicidade dos produtos e como decidir na
II-Muito tóxicos (DL50 – 50 a 500 mg/
escolha do defensivo para determinada pra-
kg de peso vivo);
ga ou doença.
III-Moderadamente tóxicos (DL50 –
TOXICIDADE
XICIDADE DOS 500 a 5000 mg/kg de peso vivo);
DEFENSIVOS
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
A GRÍCOLAS IV-Pouco tóxicos (DL50 > 5000 mg/
A toxicidade da maioria dos defensi- kg de peso vivo).
vos é expressa em termos do valor da Dose De acordo com a toxicidade dos de-
Média Letal (DL50), por via oral, represen- fensivos agrícolas, o rótulo da embalagem
tada por miligramas do produto tóxico por apresenta na parte inferior uma faixa com
quilo de peso vivo, necessários para matar uma das seguintes cores: vermelha, amare-
50% de ratos e outros animais testes. la, azul ou verde.
Conquanto adotado universalmente, Vermelho vivo: para os produtos da
esse índice de toxicidade dos componentes classe toxicológica I;
básicos dos defensivos é considerado de Amarelo intenso: para os produtos da
precisão relativa, uma vez que, em função classe toxicológica II;
da espécie, do sexo, da idade, do estado
nutricional do animal, do tipo da formula- Azul intenso: para os produtos da
ção e da via de penetração da substância, classe toxicológica III;
variam os valores apurados. De outra parte, Verde intenso: para os produtos da
sob condições comparáveis da toxicidade classe toxicológica IV.
inerente, da forma física, da concentração,
da dosagem, da freqüência da aplicação, da EQUIPAMENT
EQUIPAMENTOS
OS DE
persistência dos resíduos, podem ocorrer PROTEÇÃO
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
INDIVIDUAL – EPIS
metabólitos mais funestos que o produto
O avanço dos trabalhos na área de
original, como no caso do Fenthion, que
higiene e proteção do trabalhador rural
dobra seu DL50 no organismo, passando a
vem gerando novos conceitos referentes à
sulforido ou sulfona etc.
aplicação de defensivos agrícolas. Acima
Um produto altamente tóxico, aplica- de tudo é preciso proteger o trabalhador de
do em baixa concentração do seu princípio possível exposição aos defensivos e res-
ativo ou menor dosagem, pode ser de me- guardar a salubridade da atividade agrícola.
nor risco para a saúde humana do que
Os EPIs mais comumente utilizados
outros menos tóxicos, usados em altas con-
são: macacão de manga comprida, másca-
centrações ou em dosagem mais elevada.
ras protetoras, óculos e avental, luvas,
O DL50 tem sido de utilidade como botas e chapéu de abas largas impermeá-
mero fator de comparação dos referidos veis. Os EPIs a serem utilizados são indica-
compostos químicos, estando a interpreta- dos via receituário agronômico e nos rótu-
ção de seus valores condicionada a certas los dos produtos.
98 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Os critérios que determinam a classifi- • Evitar a contaminação do ambiente


cação toxicológica devem ser considera- e locais por onde transitam.
dos, a fim de garantir a proteção da parte do
• Nunca transportar defensivos agrí-
corpo mais exposta às ações da produto. Se
colas com alimentos, rações, remédios etc.
o defensivo pertence à classe toxicológica I,
devido à irritação persistente dos olhos, • Nunca carregar embalagens que
deve-se enfatizar a necessidade de proteção apresentem vazamentos. Se durante o trans-
ocular do usuário. porte for constatado um vazamento, envol-
ver essa embalagem com outra que evite a
Recomendações:
dispersão do produtos.
• Os EPIs devem ser utilizados em
• Embalagens com defensivos e que
boas condições, de acordo com a recomen-
sejam suscetíveis de ruptura deverão ser
dação do fabricante e do produto a ser
utilizado, tendo-se o cuidado de observar se protegidas durante seu transporte median-
há furos e rasgos, consertando-os ou subs- te materiais adequados.
tituindo-os, se necessário. • Verificar se as tampas estão bem
• Os EPIs devem possuir Certificado ajustadas.
de Aprovação (C.A.) do MTb. • Impedir a deterioração das embala-
• Os filtros das máscaras e respirado- gens e das etiquetas.
res são específicos para defensivos e têm • Evitar que o veículo de transporte
data de validade. tenha pregos ou parafusos sobressalentes
• As luvas recomendadas devem ser dentro do espaço onde devem ser coloca-
resistentes aos solventes dos produtos. das as embalagens.
• O trabalhador deve seguir as instru- • Não levar produtos perigosos den-
ções de uso de respiradores. tro da cabine ou mesmo na carroceria se
nela viajarem pessoas ou animais.
• A lavagem dos EPIs deve ser feita
usando luvas e separadamente das roupas • Não estacionar o veículo perto das
da família. casas ou em locais de aglomeração humana
• Os EPIs devem ser mantidos em ou de animais.
locais limpos, secos, seguros e longe de • Em dias de chuva, sempre cobrir as
produtos químicos. embalagens com lona impermeável se a
Transporte carroceria for aberta.
O transporte de defensivos pode ser ARMAZENAMENTO
ARMAZENAMENTO
perigoso, principalmente, quando as emba-
lagens são frágeis e quando a tampa dos Durante a armazenagem podem tam-
frascos apresentar problemas de vedação. bém ocorrer danos na embalagem, provo-
Frascos de vidro ou de plástico e até mesmo cando problemas. Um outro fator impor-
as embalagens de papel podem romper-se e tante é a temperatura no interior do arma-
contaminar o veículo de transporte. A con- zém. As temperaturas mais altas podem
seqüência maior estaria no fato da provocar o aparecimento de pressões inter-
reutilização do veículo para transportar ali- nas nos frascos, contribuindo para a ruptu-
mentos, que poderiam sofrer contamina- ra da embalagem, ou mesmo, propiciando
ção, trazendo sérias conseqüências para os o risco de contaminação de pessoas durante
consumidores. Devem-se tomar as seguin- a sua abertura. Gases tóxicos podem tam-
tes precauções: bém emanar daquelas embalagens que não
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 99

forem esvaziadas por completo, ou que • Deve ser efetuado um controle per-
foram contaminadas externamente por manente das datas de validade dos produ-
escorrimentos durante o uso. Esses vapo- tos, evitando que caiam no vencimento. As
res ou gases podem colocar em risco a vida pilhas devem ser montadas para facilitar
de pessoas ou animais da redondeza. essa verificação;
Recomendações gerais • As embalagens para líquido devem
ser armazenadas com o fecho para cima;
• Colocar em lugar coberto de maneira
a proteger os produtos contra as intempéries; • Os tambores ou embalagens de for-
ma semelhante não devem ser colocados
• Como um incêndio em depósito de verticalmente sobre os outros que se en-
defensivos agrícolas traz riscos excepcio- contram horizontalmente, ou vice-versa;
nais, a construção deve ser de alvenaria,
incombustível; • Deve haver sempre disponibilidade
de embalagens vazias, como tambores, para
• O piso deve ser revestido de mate- o recolhimento de produtos vazados;
rial impermeável, liso, fácil de limpar;
• Deve haver sempre um adsorvente
• Não deve haver infiltração de umi- como areia, terra, pó de serragem ou calcário
dade pelas paredes, nem goteiras no telhado; para absorção de líquido vazados;
• Funcionários que trabalham nos de- • Deve haver um estoque de sacos de
pósitos devem ser adequadamente treina- plástico, para envolver adequadamente
dos. Devem receber equipamento indivi- embalagens rompidas;
dual de segurança e ser periodicamente
submetidos à exames médicos; • Nos grandes depósitos é interes-
sante haver um aspirador de pó industrial,
• Junto de cada depósito devem ha- com elemento filtrante descartável, para se
ver chuveiros e torneiras, para higiene dos aspirar partículas sólidas ou frações de pós
trabalhadores; vazados;
• Um chuveirinho voltado para cima, • Se ocorrer um acidente que provo-
para a lavagem de olhos, é recomendável. que vazamentos, tomar medidas para que
• As pilhas dos produtos não devem os produtos vazados não alcancem fontes
ficar em contato direto com o chão, nem de água, não atinjam culturas, e que sejam
encostadas na parede, pois pode haver contidos no menor espaço possível. Reco-
perigo de umedecimento ou corrosão na lher os produtos vazados em recipiente
sua base; adequado. Se a contaminação ambiental for
significativa, avisar as autoridades, bem
• Deve haver amplo espaço para mo- como alertar moradores vizinhos.
vimentação, bem como arejamento entre as
pilhas; Pequenos depósitos
• Estar situado o mais longe possível Na fazenda, menores quantidades de
de habitações ou locais onde se conservem defensivos tendem a ser armazenadas. Po-
ou consumam alimentos, bebidas, drogas rém, algumas regras devem ser observadas:
ou outros materiais, que possam entrar em • Não guardar defensivos agrícolas
contato com pessoas ou animais; ou remédios veterinários dentro de resi-
• Contar com facilidades necessárias, dências ou de alojamentos de pessoal.
para que, no caso de existirem diferentes • Não armazenar defensivos nos mes-
tipos de produtos para uso agrícola, pos- mos ambientes onde são guardados ali-
sam ficar separados e independentes; mentos, rações ou safras.
100 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

• Se defensivos forem guardados num • Máscaras contra gases são muito


galpão de máquinas, a área deve ser isolada importantes para as pessoas envolvidas no
com tela ou parede, e mantida trancada. combate ao fogo.
• Não fazer estoque de produtos além RECEITUÁRIO AGRONÔMICO
A GRONÔMICO
das quantidades previstas para uso no curto
prazo, como uma safra agrícola. É o parecer técnico sobre a situação
• Todos os produtos devem ser man- fitossanitária tendo como finalidade a utili-
tidos nas embalagens originais. Após uma zação de métodos de controle mais adequa-
remoção parcial dos conteúdos, as embala- dos, para efetivar o controle das pragas,
gens devem ser novamente fechadas. doenças e plantas daninhas com baixo cus-
to, sem comprometer a saúde do aplicador,
• No caso de rompimento de embala- do consumidor e do meio ambiente.
gens, devem receber uma sobrecapa, prefe-
rivelmente de plástico transparente para Aliado ao Receituário Agronômico, o
técnico responsável deve considerar a in-
evitar a contaminação do ambiente. O rótu-
trodução do manejo integrado como forma
lo do produto deve permanecer visível.
de proteger os agentes responsáveis pelo
• Na impossibilidade de manutenção controle biológico natural e maximizar a
na embalagem original, por estar muito eficiência dos defensivos agrícolas por meio
danificada, os produtos devem ser transfe- do seu uso racional e o emprego de uma
ridos para outras embalagens que não pos- tecnologia de aplicação eficaz.
sam ser confundidas com recipientes para
O Receituário Agronômico exige, im-
alimentos ou rações. Devem ser aplicadas
põe e assume a responsabilidade profissio-
etiquetas que identifiquem o produto, a
nal em toda a sua amplitude por meio do
classe toxicológica e as doses a serem usa-
seu documento formal – a receita.
das para as culturas em vista. Essas embala-
gens de emergência não devem ser mais Somente os engenheiros agrônomos e
usadas para outra finalidade. florestais, nas respectivas áreas de compe-
tência, estão autorizados a emitir a receita.
Incêndio em depósito Os técnicos agrícolas podem assumir a
Qualquer incêndio é normalmente um responsabilidade técnica de aplicação, des-
atrativo para pessoas, que desejam ver o de que sob a supervisão de um engenheiro
espetáculo. Quando esse incêndio pode agrônomo ou florestal (Resolução
gerar vapores tóxicos, é importante evitar a CONFEA No 344 de 27-07-90).
aproximação de qualquer pessoa Para a elaboração de uma receita é
desprotegida. imprescindível que o técnico vá ao local
Os meios de combate ao fogo podem com problemas para ver, avaliar, medir,
variar em função dos tipos de produtos auscultar os fatores ambientais, bem como
armazenados: suas implicações na ocorrência do proble-
ma fitossanitário e na adoção de prescri-
• Jatos de água não devem ser usados ções técnicas.
quando se tenham produtos que possam
As receitas só podem ser emitidas para
ser espalhados pela pressão de água e, even-
os defensivos registrados na Secretaria
tualmente, continuar a arder. Como exem-
Nacional de Defesa Agropecuária - SNDA
plo, enxofre.
do Ministério da Agricultura e do Abasteci-
• Embalagens com líquido combustí- mento, que poderá dirimir qualquer dúvida
vel devem ser esfriadas com neblina, evi- que surja em relação ao registro ou à reco-
tando-se explosões. mendação oficial de algum produto.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 101

Os profissionais habilitados podem ganismos não alvos, principalmente daque-


providenciar a confecção de seu talonário les que usarão a água para sua sobrevivência.
de receitas, desde que respeitem a legislação O despreparo do agricultor e seu des-
em vigor e que ele seja numerado e/ou conhecimento a respeito dos perigos que os
controlado pelo Conselho Regional de defensivos agrícolas apresentam, associa-
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – dos à atual tecnologia de aplicação, contri-
Crea de seu estado. Alguns Creas possuem buem, cada vez mais, para a ocorrência de
talonário próprio que o profissional pode acidentes e o aumento da contaminação
adquirir. ambiental.
AQUISIÇÃO DOS Cuidados antes das aplicações
DEFENSIVOS
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
A GRÍCOLAS • Siga sempre orientação de um téc-
nico para programar os tratamentos fitossa-
• Procurar orientação técnica com o
nitários;
engenheiro agrônomo ou florestal.
• Leia atentamente as instruções cons-
• Solicitar o receituário agronômico,
tantes do rótulo do produto e siga-as corre-
seguindo-o atentamente.
tamente. O rótulo das embalagens deve
• Adquirir o produto em lojas cadas- conter as seguintes informações:
tradas e de confiança.
- a dosagem a ser aplicada;
• Verificar se é o produto recomen-
- número e intervalo entre aplicações;
dado (nome comercial, ingrediente ativo e
concentração). - período de carência, ou seja, tempo
mínimo necessário a ser esperado entre a
• Observar a qualidade da embala-
última aplicação e a colheita do produto;
gem, rótulo e bula (vazamento/amassa-
dos/rasgados etc.). - quais as culturas, pragas, patógenos
etc. em que o produto pode ser utilizado;
• Verificar se a embalagem está lacrada.
- DL50;
• O prazo de validade, o número de
lote e a data de fabricação devem estar - classe toxicológica;
especificados. - efeitos colaterais no homem, animal,
• Exigir a nota fiscal de consumidor planta e meio ambiente;
especificada. - recomendações gerais em caso de
envenenamento;
CUIDADOS
CUIDADOS NO MANUSEIO
DOS DEFENSIVOS
DEFENSIVOS - persistência (tempo envolvido na
degradação do produto);
O preparo da calda é uma das opera-
- modo de ação do produto;
ções mais perigosas para o homem e o meio
ambiente, pois o produto é manuseado em - formulação;
altas concentrações. Normalmente, essa - compatibilidade com outros produ-
operação é feita próxima a pontos de cap- tos químicos e nutrientes;
tação de água, como poços, rios, lagos,
açudes etc. Em geral ocorrem escorrimentos - Precauções.
e respingos que atingem o operador, a • Inspecione sempre o plantio. Não
máquina, o solo e o sistema hídrico, promo- deixe que pragas e doenças tomem conta,
vendo desta forma a contaminação de or- mas não aplique o produto sem necessidade.
102 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

• Mantenha os defensivos em emba- em locais onde estiverem pessoas ou ani-


lagens originais, bem fechadas e guardadas mais desprotegidos.
em depósitos apropriados, em locais fora
• Não aplique defensivos nas proxi-
do alcance de crianças e animais domésti-
midades de fontes de água.
cos, longe de alimentos.
• Não fume, não beba e não coma
• Siga, rigorosamente, as instruções,
durante a operação sem antes lavar as mãos
não usando concentrações além dos limites
e o rosto com água e sabão.
recomendados.
• Não use a boca - nem tampouco
• Abra as embalagens com cuidado,
arames, alfinetes ou objetos perfurantes -
para evitar respingo, derramamento do pro-
para desentupir bicos, válvulas e outras
duto ou levantamento de pó.
partes dos equipamentos.
• Mantenha o rosto afastado e evite
• Não aplique defensivos quando hou-
respirar o defensivo, manipulando o pro-
ver ventos fortes; aproveite as horas mais
duto de preferência ao ar livre ou em ambi-
frescas do dia.
ente ventilado.
• Não faça aplicações contra o senti-
• Evite o acesso de crianças, pessoas
do do vento.
desprevenidas e animais aos locais de mani-
pulação dos defensivos. • Não permita que pessoas estranhas
ao serviço fiquem no local de trabalho
• Não permita que pessoas fracas,
durante as aplicações.
idosas, gestantes, menores de idade e doen-
tes apliquem defensivos. As pessoas em • Evite que, durante a operação, os
condições de aplicarem defensivos devem operários trabalhem próximos uns dos
ter saúde, serem ajuizadas e competentes. outros.
• Esteja sempre acompanhado quan- Cuidados após as aplicações
do estiver usando defensivos muito fortes.
• As sobras de produtos devem ser
• Verifique se o equipamento está em guardadas na embalagem original, bem fe-
boas condições. chadas.
• Use aparelhos sem vazamento e bem • Não utilize as embalagens vazias
calibrados, com bicos desentupidos e fil- para guardar alimentos, rações e medica-
tros limpos. mentos; queime-as ou enterre-as.
• Use vestuários EPIs durante a ma- • Não enterre as embalagens ou res-
nipulação e aplicação de defensivos. Após a tos de produto junto de fontes de água.
operação, todo e qualquer equipamento de
proteção deverá ser recolhido, • Queime somente quando o rótulo
descontaminado, cuidadosamente limpo e indicar e evite respirar a fumaça.
guardado. • Respeite o intervalo recomendado
entre as aplicações.
Cuidados durante as aplicações
• Respeite o prazo de carência (in-
• Não pulverize árvores estando em-
tervalo de tempo entre a aplicação e a
baixo delas.
colheita).
• Evite a contaminação das lavouras
• Não lave equipamentos de aplica-
vizinhas, pastagens, habitações etc.
ções em rios, riachos, lagos e outras fontes
• Não aplique defensivos agrícolas de água.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 103

• Evite o escoamento da água de lava- vazias de defensivos agrícolas logo depois


gem do equipamento de aplicações ou das do uso do produto, para evitar que venha a
áreas aplicadas para locais que possam ser secar, dificultando sua retirada. As embala-
utilizados pelos homens e animais. gens vazias, antes do descarte, devem ser
lavadas e enxaguadas três vezes. Para lavá-
• Ao terminar o trabalho, tome ba- la, deve-se enchê-la com água até atingir ¼
nho com bastante água fria e sabão. A do volume, tampá-la e agitá-la por 30 se-
roupa de serviço deve ser trocada e lavada gundos. A calda que resulta da lavagem
diariamente. deve ser despejada no tanque do pulveriza-
dor com a calda que será aplicada no pomar.
DESCARTE DAS
DAS EMBALAGENS
EMBALAGENS
VAZIAS Após a tríplice lavagem, as embala-
gens devem também ser furadas e amassa-
O destino das embalagens vazias é, das, para impedir o seu reaproveitamento
atualmente, um problema muito grave. Em como recipiente doméstico e rural. Mante-
geral, elas são deixadas amontoadas, próxi- nha, porém, o rótulo das embalagens para
mas dos pontos de captação de água, sendo facilitar a sua identificação.
utilizadas para fins diversos. Não existe até Para diminuir o volume de embalagens
o momento uma maneira prática e total- metálicas ou de plástico, é recomendável um
mente segura para destruir ou eliminar as amassamento em prensa especial para essa
embalagens vazias. finalidade. Os vidros devem ser quebrados.
As embalagens de defensivos agríco- Para evitar a dispersão de fragmentos, efetu-
las não devem ser usadas para outras fina- ar a quebra dentro de um saco de plástico
lidades, por mais atrativas ou práticas que grosso, como um saco de adubo.
sejam. Para as grandes propriedades agríco-
A forma de descarte prevista em dis- las, recomenda-se montar na área dos
positivos regulamentadores é o descartes uma prensa amassadora, com dis-
positivo de recolhimento de resíduos que
enterramento. Sendo relativamente fácil
ainda possam estar nas embalagens.
para pequenos volumes, pode tornar-se
complexo em propriedades onde haja um A embalagem usada pode ser armaze-
consumo elevado, exigindo um planeja- nada para futura reciclagem controlada pe-
mento racionalizado. los órgãos ambientais responsáveis, ou de-
positada em um fosso sanitário.
Nas regiões onde não existam depósi-
tos comunitários de lixo contaminado, o Fosso sanitário
descarte é de responsabilidade do agricul- • O local para construção do fosso
tor, que, isoladamente ou em convênio deve ser distante de qualquer fonte de água,
com vizinhos, precisa montar uma estrutu- casas e instalações de animais, fora do trân-
ra adequada. sito de pessoas e animais, onde não se
Para assegurar-se de que as embala- preveja aproveitamento agrícola, mesmo
gens estejam realmente vazias, deve-se usar no longo prazo.
todo o conteúdo, não deixando restos. • O local não deve ser de baixada,
Existem diferentes formas de descarte sujeito a inundações ou a acúmulo de água.
de embalagens, mas antes deve-se proceder • O solo deve ser profundo e de
à tríplice lavagem, prática simples, que tem permeabilidade média a fim de permitir
o objetivo de reduzir significativamente os uma percolação lenta e a degradação bioló-
níveis de resíduos internos nas embalagens gica do defensivo.
104 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

• Abrir um fosso de 1 a 2 metros de Sintomas de intoxicação


profundidade, comprimento e largura, não
O trabalhador intoxicado por defen-
excedendo a 3 m, de acordo com as neces-
sivos apresenta algumas das seguintes alte-
sidades.
rações:
• Distribuir no fundo do fosso uma
• Altamente irritado ou nervoso;
camada de 20 cm de pedra irregular e uma
de 10 cm a 15 cm de pedra britada. • Ansiedade e angústia;
• Ao redor do fosso cavar uma valeta, • Desmaios, perda da consciência até
com escoadouro para impedir a entrada de o coma. Coma é a situação de urgência, e o
enxurradas. intoxicado pode vir a falecer;
• Reservar uma área suficiente para a • Convulsões ou ataques – a pessoa
instalação de mais fossos, de acordo com a cai no chão, soltando saliva ou baba em
necessidade. grande quantidade, mexe com os braços e
pernas, além de não entender o que está
• Isolar o fosso com uma cerca de
acontecendo;
tela, arame ou madeira para impedir a entra-
da de animais e dificultar a entrada de • Fraqueza e mal-estar, dor de cabe-
pessoas. ça, vertigem, dificuldades para enxergar;
• Colocar uma placa de advertência • Ânsia, vômitos, dores de barriga e
(CAVEIRA), com os dizeres: LIXO TÓ- diarréias;
XICO. • Respiração difícil, com dores no
• Antes de iniciar o uso e após cada 15 peito e falta de ar;
cm de material descartado, intercalar com • Muita saliva e suor;
camadas de cal virgem ou calcário para a
neutralização; • Fala palavras desconexas e apresen-
ta tremores no corpo;
• Completada a capacidade do fosso,
cobrir com uma camada de 50 cm de terra • Queimaduras e alterações da pele;
e compactar bem. • Dores nos braços, barriga e peito;
• Uma camada adicional de 30 cm de • Urina alterada, seja na quantidade,
terra deve ser colocada sobre o aterro para cor ou consistência;
que este fique acima de nível do terreno.
• Irritação do nariz, garganta, olhos,
INTO
INTOXICAÇÕES COM provocando tosse e lágrimas.
DEFENSIVOS
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
A GRÍCOLAS Primeiros socorros
Os defensivos agrícolas, pelo seu po- Um rápido atendimento logo após a
der tóxico, podem envenenar uma pessoa contaminação corporal, ingestão ou inala-
pela boca (no ato de comer, beber, ou ção de um defensivo agrícola é fundamen-
fumar, estando as mãos e rostos sujos com tal para a preservação da saúde. Primeiros
defensivos), pelo nariz (quando não é utili- socorros devem ser prestados ainda no
zada máscara e respira-se o produto), pela campo, quando não houver recursos médi-
pele (quando o defensivo, seja pó, líquido cos imediatos. Não devem, contudo, ser
ou gás, adere à roupa do trabalhador) e ministrados remédios a título preventivo.
pelos olhos (quando não é utilizado óculos, Caberá sempre ao médico prescrever o
os respingos do produto podem atingi-los). medicamento adequado.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 105

Sintomas de intoxicação podem não Ingestão de produtos tóxicos


aparecer de imediato. Deve ser prestada (intoxicação pela boca)
atenção à possível ocorrência desses sinto-
Deve-se impedir ou retardar a ab-
mas, para que possam ser relatados com
sorção dos componentes tóxicos pelo or-
precisão. No rótulo do produto utilizado
ganismo. Diversas medidas podem ser con-
constam quais os sintomas, o antídoto e o
sideradas:
que fazer.
Indução do vômito
O socorrista deve conhecer bem os
defensivos utilizados na propriedade e os Pode ser indicada em certos casos,
antídotos recomendados. Manter a calma, mas não é uma medida de primeiros socor-
afastar os curiosos e agir com rapidez e ros. Nunca induzir o vômito em pessoas
segurança. Acalmar a vítima, deitando-a no inconscientes, semiconscientes ou em con-
chão. Além dos primeiros socorros, deve- vulsão. A ingestão prévia de um copo de
se providenciar um carro para levar a vítima água facilita o vômito. A introdução de um
até o hospital ou chamar um médico. dedo, espátula, cabo de colher etc., pela
boca, estimulando partes profundas da gar-
Materiais para atendimento de ganta, geralmente provoca vômitos. Água
urgência morna e com sal de cozinha induz ao vômi-
Para que durante a fase de atendimen- to, mas nem sempre é indicado. Uma solu-
to não tenhamos que improvisar ou correr ção de tintura de Ipecacuanha, numa dose
atrás de materiais, torna-se imprescindível de 10 ml a 20 ml para adultos, produz boa
uma caixa de primeiros socorros, que con- indução ao vômito. Pode ser repetida após
tenha: 20 minutos.

- sabão de coco ou comum; Se houver ingestão de um produto


granulado fica mais difícil a eliminação e
- copos de vidro ou de papel; repetidas provocações de vômito, auxilia-
- seringas descartáveis de 5 ml, com das pela ingestão de água, devem ser
agulha; efetuadas.
Ao vomitar, a pessoa deve ser
- algodão;
mantida de bruços, com a cabeça inclinada
- álcool; para baixo.
- antídoto para os produtos mais uti- Guardar uma porção do material
lizados na propriedade rural. vomitado para ser entregue ao médico, que
poderá mandar analisar o conteúdo. Se for
Esses antídotos ou contravenenos têm
prevista demora no encaminhamento,
uma utilização regulada, quer dizer, para conservá-la em congelador.
cada tipo de defensivo, um contraveneno,
de acordo com a indicação no rótulo do O vômito é contra-indicado quan-
produto. Quando for utilizá-lo, siga rigoro- do o paciente ingeriu um produto cáustico,
samente as instruções do rótulo do tóxico. de forte reação ácida ou alcalina, bem como
produtos cujo solvente seja um derivado de
A caixa de primeiros socorros deve petróleo, porque eles tendem a afetar as
sempre estar perto dos trabalhadores ou do mucosas. Muitos concentrados
local de armazenamento, manipulação, pre- emulsionáveis têm solventes agressivos, não
paração ou aplicação, sendo o seu uso ex- devendo ser provocado o vômito se foram
clusivo do socorrista treinado. ingeridos no estado puro ou pouco diluído.
106 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Pode-se induzir o vômito, se os defensivos Contaminação da pele


foram ingeridos de forma diluída, como nas
• Tirar as roupas contaminadas.
caldas preparadas para pulverização.
• Lavar imediatamente todo o corpo
Diluição do ingerido do paciente, principalmente as partes atin-
Fazer o paciente tomar grande quan- gidas, com água fria e sabão.
tidade de água é no geral benéfico para • Vestir roupas limpas.
diluir o produto, facilitando sua eliminação,
também por vômito. Leite e alimentos • Se o acidentado apresentar calafri-
gordurosos tendem a promover absorção os, envolver o corpo com cobertores.
de produtos lipossolúveis e devem ser evi- • Não aplicar pomadas ou fazer trata-
tados, exceto quando especificamente re- mentos de superfície, se não forem reco-
comendados. Evitar bebida alcóolica. Nun- mendados pelo médico.
ca dar algo via oral à pessoa inconsciente,
semi-inconsciente ou em convulsão, pois • Roupas contaminadas devem ser
existem sérios riscos de aspiração para os lavadas em separado das roupas de uso
pulmões. normal da família.

Adsorventes Contaminação dos olhos


Geralmente é recomendável admi- • Banhar os olhos com água limpa e
nistrar adsorventes, como uma suspensão fria, corrente e pouco intensa, por 10 a 15
de carvão ativado, em água. Em situações minutos;
de emergência pode ser usado o carvão • Não aplicar colírios ou pomadas, se
ativado existente em filtros de água domés- não forem determinados pelo médico.
ticos.
TRAT
TRATAMENTO
AMENTO MÉDICO
Inalação de tóxico (intoxicação pelo
nariz) Mesmo que tenham sido tomadas as
• Retirar o paciente do ambiente con- primeiras medidas de socorro, deve ser
taminado. Se existirem gases no ambiente, buscado um atendimento médico. Intoxi-
o socorrista deve usar máscara adequada. cações por certos defensivos podem apre-
sentar efeitos retardados ou pode voltar a
• Transferir o paciente para um ambi- ocorrer um quadro de crise aguda algumas
ente de ar puro, removendo-lhe ou afrou- horas depois de contornada a primeira cri-
xando as roupas. se. São informações importantes para o
• Retirar, próteses dentárias (denta- médico:
duras, por exemplo). • nome do produto que supostamen-
• Inclinar a cabeça para trás o máxi- te causou o acidente;
mo possível (se houver queda da língua, • nome do ingrediente ativo, grupo
puxá-la para a frente). químico;
• Fazer respiração artificial (boca a • tipo de formulação e concentração do
boca, por exemplo) caso a respiração es- ingrediente ativo na formulação comercial;
pontânea não seja adequada.
• é preferível sempre levar ao médico
• Manter o paciente aquecido, utili- um rótulo ou uma embalagem vazia, com
zando cobertores. rótulo ainda legível, pois nele constam quais
• As pernas devem ficar em posição são os sintomas, o antídoto e quais as
ligeiramente superior ao corpo. medidas a serem adotadas;
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 107

• forma em que estava o produto resultados medianos, sendo mesmo mais pro-
quando ocorreu a contaminação, se puro vável um fracasso completo na operação.
ou diluído em calda; • Aplicação de defensivos deteriora-
• há quantos dias vinha trabalhando o dos. O defensivo pode deteriorar-se pelas
paciente com esse produto; condições de armazenagem e preparo.
• que outros produtos o paciente ma- • Uso de máquinas e técnicas de apli-
nipulou ou aplicou nas últimas semanas; cação inadequadas.
• forma de contaminação; • Não observância dos programas de
tratamento, tanto no que diz respeito à
• se ingerido: volume aproximado da
época, intervalo, como ao número de apli-
ingestão, hora da ingestão e quantas horas
cações.
depois começaram a aparecer os sintomas;
• Escolha errônea dos defensivos. É
• contaminação corporal: a que horas muito comum a apresentação de “equiva-
ocorreu e quanto tempo depois começa- lentes” pelo distribuidor.
ram a aparecer os sintomas;
• Início do tratamento depois que
• se não houver contaminação grande parte da produção já está seriamente
significante, em que hora o paciente come- comprometida.
çou a aplicar o produto e quanto tempo
depois começaram a aparecer os sintomas; • Confiança excessiva nos métodos
de controle químico.
• tipos de sintomas;
• medidas de emergência tomadas; MANUTENÇÃO E LAV
LAVAGEM
DOS PULVERIZADORES
PULVERIZADORES
• se o paciente já teve outros aciden-
tes com defensivos; A manutenção e a limpeza dos apa-
• se vinha apresentando sintomas de relhos que aplicam defensivos devem ser
intoxicação ultimamente; realizadas ao final de cada dia de trabalho
ou a cada recarga com outro tipo de produ-
• se o paciente tem algum tipo de to, tomando os seguintes cuidados:
doença, sofre de algum problema em algum
órgão (coração, rins, fígado etc.). • colocar os EPIs recomendados;
• após o uso, certificar-se de que toda
CAUSAS
CAUSAS DE FRACASSOS
FRACASSOS NO a calda do produto foi aplicada no local
CONTROLE FITOSSANITÁRIO
FITOSSANITÁRIO recomendado; deve-se evitar o desperdí-
cio, preparando a quantidade suficiente para
Equipamentos e defensivos associ- as suas necessidades;
am-se, mutuamente, para a obtenção de
resultados satisfatórios. Na realidade, exis- • junto com a água de limpeza, colo-
tem muitos outros fatores envolvidos, mas car detergentes ou outros produtos reco-
considerando apenas as máquinas e os pro- mendados pelos fabricantes;
dutos, diríamos que o resultado da opera- • repetir o processo de lavagem com
ção seria antes um produto desses dois água e com o detergente por, no mínimo,
fatores do que uma média de suas eficiênci- mais duas vezes. Evitar respingos;
as individuais. • desmontar o pulverizador, remo-
Isto significa que o melhor defensi- vendo o gatilho, as molas, as agulhas, os
vo, aplicado com uma máquina inadequada filtros e as pontas, colocando-os em um
ou mal regulada não dá nem ao menos balde com água;
108 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

• limpar também o tanque, as alças e pressão, quando o equipamento estiver com


a tampa, com esponjas, escovas e panos a bomba funcionando sem estar pulverizan-
apropriados somente para isso; do. O mesmo procedimento deverá ser segui-
• certificar-se de que o pulverizador do nos períodos de inatividade da máquina;
está totalmente vazio; • no preparo da calda, utilizar somen-
• verificar se a pressão dos pneus é a te água limpa, sem materiais em suspensão,
correta, se os parafusos de fixação apresen- especialmente areia, pelo poder abrasivo
tam apertos adequados, se a folga das cor- que esta possui sobre as partes ativas dos
reias é a conveniente etc.; equipamentos;
• verificar se há vazamento, na bom- • regular o equipamento, sempre que
ba, nas conexões, nas mangueiras, registros o gasto de calda variar de 15% em relação ao
e bicos, regulando a pressão de trabalho obtido com a calibração inicial;
para o ponto desejado, utilizando-se so- • trocar os componentes do bico sem-
mente a água para isso; pre que a sua vazão diferir de 5% da média
• destravar a válvula reguladora de dos bicos da mesma especificação.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 109

ASSOCIAÇÕES

ABANORTE
10 – ASSOCIAÇÃO DE
ENDEREÇOS ÚTEIS
ANÁLISE DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS

INSTITUTO ADOLFO LUTZ


CPATSA - CENTRO DE PESQUISA
AGROPECUÁRIA DO TRÓPICO SEMI-ÁRIDO
BR 428 km 152 - Zona Rural - CEP 56300-
BANANICULTORES DO NORTE DE MINAS 000 - Petrolina-PE
Av. Dr. Arnaldo, 355
Parque de Exposições Fone: (081) 961-4411, Telex: 81-0016, Fax:
Bairro Serqueira Cezar, Pacaembu (081) 992-1283
CEP: 39440-000 Janaúba-MG
CEP: 01246-902 - São Paulo-SP
Tel.: (011) 851-0111 EPAMIG/ CTNM
ANDEF – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS Caixa Postal 12, CEP 39440-000, Janaúba-
INSTITUIÇÕES DE PESQUISA LIGADAS À MG
Rua Capitão Antônio Rosa, 376 – 13o andar
BANANICULTURA Fone: (038) 821 2160
CEP: 01443-010 – São Paulo-SP
Tel. (011) 881 5033 – Fax: (011) 853-2637
CENTROS DE PESQUISA LIGADOS A EPAGRI
BANANA Rod. Ademar Gonzaga 1347
HORTINEXA – ASSOCIAÇÃO NACIONAL
Bairro Itacorubi
DOS EXPORTADORES DE HORTIGRA-
NGEIROS CTAA - CENTRO NACIONAL DE PESQUISA Florianópolis - SC
R. Teodoro Sampaio, 417 – 7o andar – Conj. DE TECNOLOGIA AGROINDUSTRIAL DE CEP: 88034-901
74 ALIMENTOS Fax: (048) 234-1024
CEP: 05405-000 - São Paulo-SP Av. das Américas, 29501 - Guaratiba Fone: (048) 234-0066
Tel.: (011) 883-0322 – Telex: 11-24184 CEP: 23020-000 - Rio de Janeiro, RJ –
Fax: (011) 853-3126 Fone:(021) 410-2350 IPA – EMPRESA PERNAMBUCANA DE
PESQUISA AGROPECUÁRIA
Telex: 21-2367, Fax: (021) 410-1090
Av. General San Martin, 1371- Bonji
GPF – GRUPO PAULISTA DE FITOPATOLOGIA
Caixa Postal 1022, CEP 50571-000, Recife, PE
FCAV – UNESP CNPAT - CENTRO NACIONAL DE PESQUISA Fone: (081) 4452200; Fax: (081) 2274017
CEP 14870-000, Jaboticabal, SP DE AGROINDUSTRIA TROPICAL
Fone: (016) 323-2500; Fax: (016) 322-4275 Rua Drª Sara Mesquita, 2270 – Pici IAC - INSTITUTO AGRONÔMICO DE
CEP: 60511-110, Fortaleza, CE CAMPINAS
IBF – INSTITUTO BRASILEIRO DO FRIO Fone: (21) 410-2350 Av. Barão de Itapura, 1481
Al. Barão de Piracicaba, 799 – 2o Andar Tel: (85) 299-1800 CEP 13020-000 Campinas, SP
CEP: 01216-010 – São Paulo-SP Fone: (0192) 31-5422 - Telex: 19-1059
Tel.: (011) 221-5777 – Telex: 31404 Fax: (0192) 31-4943
CPAA – CENTRO DE PESQUISA
Fax: (11) 222-4418 AGROFLORESTAL DA AMAZÔNIA
OCIDENTAL FACAV - UNESP
IBRAF – INSTITUTO BRASILEIRO DA FRUTA Rod. AM- 010, km 28, Estrada Manaus/ Rod. Carlos Tonanni, km 5, Jaboticabal
R. Dr. Franco da Rocha, 137 – Conj. 42 Itacoatiara CEP 14870, Tel.: (0163) 22-4000
CEP: 05015-040 – São Paulo-SP Caixa Postal 319, CEP 69. 048-660,
Tel.: (011) 261-6331 – Fax: (011) 263-2921 Manaus, AM. CREA
Fone: (092) 622-2012; Fax: (092) 622 1100
OCB – ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS CREA-AC
DO BRASIL Av. Ceará - 1146
CNPMA - CENTRO NACIONAL DE PESQUISA
Centro Comercial Sul – Ed. Baracat – 4o andar Rio Branco-AC, CEP 69900-460
E MONITORAMENTO AMBIENTAL
CEP: 73300-500 – Brasília-DF Fone: (068) 224-5632, Fax: (068) 224-9826
Rod. SP 340, km 127,5
Tel.: (061)225-0275 – Telex: 61-1879
Bairro Tanquinho Velho
Fax: (061) 226-8766 CREA-AL
CEP 13820-000- Jaguariúna, SP
Rua Dr. Osvaldo Sarmento, 22 - Farol
SBF – SOCIEDADE BRAS. DE FRUTICULTURA Fone: (19) 38678700, Telex: 19-2655,
Maceió - AL, CEP 57021-510
Av. Silvio Vantini, 52 – Nova Jaboticabal EPBA-BR, Fax:(19) 38675225
Fone: (082) 221-0866 / 221-1037-PABX
CEP: 14870-000 – Jaboticabal - SP Fax: (082) 221-0929
Tel./fax: (16) 323 3102 CPAF-AC – CENTRO DE PESQUISA
e-mail: sbfruti@asbyte.com.br AGROFLORESTAL DO ACRE
CREA-AM/RR
Rod. BR 364, km 14 Rua Costa Azevedo, 174 - Centro
SBF – SOCIEDADE BRAS. DE FITOPATOLOGIA Caixa Postal 392, CEP 69908-970, Manaus - AM, CEP 69010-230
Cx. Postal 04482 Rio Branco, AC. Fone: (092) 622-4714 / 622-4715-PABX
CEP: 70919-970 – Brasília-DF Fone: 068) 224-3932/4025; Telex: 682589; Fax: (092) 622-4716
Tel.: (061) 348-2424 Fax: (068) 224 4035
CREA-BA
VALEXPORT – ASSOCIAÇÃO DOS CNPMF - CENTRO NACIONAL DE PESQUISA Trav.daAjuda,1-Ed.MartinsCatharino -
EXPORTADORES DE HOTIGRANJEIROS E EM MANDIOCA E FRUTICULTURA 2o Andar
DERIVADOS DO VALE DO SÃO FRANCISCO. Rua Embrapa S/N Caixa Postal 007 - CEP Salvador - BA, CEP 40020-030
Cx. Postal, 120. 44380 Fone: (071) 243-9055 / 243-9176 / 243-
CEP: 56300-970 – Petrolina-PE Cruz das Almas, BA. Tel.:(075) 721-1210 - 9976- PABX 243-8172-Pres.
Tel.: (081) 961-5409 Fax:(075) 721-2420 Fax: (071) 242-8214
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Brasília - DF, CEP 70390-010 Tel.: (014) 452-1811 e 452-1911 REAL
Fone: (061) 321-3001-PABX / 321-1581- Telex: (011) 79101. Rod. Regis Bittencourt, km 26
Pres. Cx. Postal 144
Fax: (061) 321-1581 FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS DE CEP: 06800-970 – São Paulo-SP
PROTEÇÃO INDIVIDUAL Tel.: (011) 914-1622 – Telex: (011) 1171847
CREA-ES REALUVA
Av. Princesa Isabel, 54 - Ed. Caparaó - 9o Produtos: Equipamentos de Segurança
BERTAGLIA & SILVA LTDA.
andar Av. Paes de Barros 3.743
Vitória - ES, CEP 29010-360 RIMPAC – ÓCULOS E EQUIPAMENTOS DE
CEP: 03114-001 – São Paulo-SP SEGURANÇA RIMPAC LTDA.
Fone: (027) 222-2690 / 222-2374 Tel.: (011) 494-2711 Rua Mogi-Mirin, 253
222-2444 / 222-2395 - Fax: (027) 223- Telex: (011) 1121988 BESL BR CEP: 03187-040 – São Paulo-SP
5560
Produtos: Equipamentos de Proteção Tel.: (011) 292-4033.
Individual Telex: (011) 36009 RMDE-BR
CREA-GO Produtos: Óculos e Equipamentos de
Rua 239, no 585 - Setor Leste Universitário BRÄGER LUBECA – IND. COM. E IMP. LTDA. Segurança
Goiânia - GO, CEP 74605-070 Rua Cidade de Bagdá, 554
Fone: (062) 223-4405 - PABX MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO
Vila Santa Catarina
Fax: (062) 224-2793 ABASTECIMENTO
Cx. Postal 21232
CEP: 04377-000 – São Paulo-SP SDA – SECRETARIA DE DEFESA AGROP.
CREA-MA Tel.: (011) 275-4022 COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA
Rua 28 de julho, 214 Telex: (011) 24259 LUBE BR FITOSSANITÁRIA
São Luís - MA, CEP 65010-680 Esplanada dos Ministérios Bl D
Produtos: Máscaras e filtros
Fone: (098) 221-2094 / 221-2116 / 221- Anexo – 3o andar Ala A – Sala 343.
2021-PABX CEP: 70043-900 – Brasília-DF
3M
Tel.: (061) 218-2258
Caixa Postal 123
CREA-MG
CEP: 13001-970 – Campinas-SP
Av. Alvares Cabral, 1600 DAS – SECRETARIA DE DEFESA AGROP.
Tel.: (019) 242-2711 DIVISÃO DE AGROTÓXICOS E AFINS.
Belo Horizonte - MG, CEP 30170-001
Produtos: Máscaras e Filtros Esplanada dos Ministérios Bl D – Anexo
Fone: (031) 335-7888-PABX / 335-4540-
Pres. 3o andar, Ala A – Sala 350.
Fax: (031) 335-7949 MSA DO BRASIL EQUIPAMENTOS E CEP: 70043-900 – Brasília-DF
INSTRUMENTOS DE SEGURANÇA LTDA. Tel.: (061) 218-2445
Av. Roberto Gordon, 138
CREA-MS
Cx. Postal 376 REDE NACIONAL DE CENTROS DE
Rua Antônio Maria Coelho, 221 - Vila Planalto INFORMAÇÃO E ASSESSORAMENTO
CEP: 09900-090 – Diadema-SP
Campo Grande - MS, CEP 79009-380 TOXICOLÓGICO.
Tel.: (011) 445-1499
Fone: (067) 383-5916 / 383-5983 / 383-
5315-Pres. Telex: (011) 44241 MSAE BR CENTRO DE ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICAS
Fax: (067) 721-2518 Produtos: Equipamentos e Instrumentos de Hospital Santa Lúcia
Segurança Av. Comendador Pereira Inácio, s/n.
CREA-MT CEP: 18131-000 – Sococaba-SP
MUCAMBO – ARTEFATOS DE BORRACHA Tel.: (015) 232-5222
Rua Campo Grande, 479 - Centro
MUCAMBO LTDA.
Cuiabá - MT, CEP 78005-360
Av. Prof. Magalhães Neto, 999 – 5 – Pituba CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES
Fone: (065) 321-0532 / 321-0326 /
Cx. Postal 97 Hospital das Clínicas da UNICAMP
321-0236-PABX - Fax: (065) 624-4484
CEP: 41820-021 – Salvador-BA Cidade Universitária Zeferini Vaz
Tel.: (071) 231-4266 Caixa Postal 6142
FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS DE CEP: 13081-970 – Campinas-SP
Telex: (071) 3201 ABMU 41820
APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS Tel.: (019) 239-3128
Produtos: Artefatos de Borracha
BERTHOUD INDÚSTRIA DE MÁQUINAS CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES
AGRÍCOLAS LTDA. PROT-CAP
Hospital das Clínicas – FNRP
Rua Tenente Djalma Dutra, 888 Rua Ivaí, 356/368 Av. Bandeirantes, s/n – Campus Universitário
São José dos Pinhais CEP: 03080-010 – São Paulo-SP - USP
Cx. Postal 71 Tel.: (011) 292-4033 CEP: 14030-670 – Ribeirão Preto-SP
CEP: 83100-970 – Curitiba-PR Telex: (011) 38762 PRTP-BR Tel.: (016) 634-7020 r.190 – Telex: (0166)
Produtos: Artigos para Proteção Industrial. 583
PABX: (041) 282-1191 – Telex: 6447 BM AG
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 111

CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES CENTRO DE INFORMAÇÕES CENTRO DE INFORMAÇÕES


Hospital de Base TOXICOLÓGICAS TOXICOLÓGICAS
Av. Brigadeiro Faria Lima, 5.544 Hospital de Base do Distrito Federal – Rua do Direito Q.04 C/21 – Conj.
CEP: 15090-000 – São José do Rio Preto-SP SCS Q.101 – Bl. A. COHAFUMA
Tel.: (017) 232-9404/32 – 2755 r.105. CEP: 70335-900 – Brasília-DF CEP: 65078-430 – São Luís-MA
Tel.: (061) 224-2509 - Telex: (061) 3434 Tel.: (098) 232-3812
CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES
Hospital Jabaquara CENTRO DE INFORMAÇÕES CENTRO DE INFORMAÇÕES
TOXICOLÓGICAS TOXICOLÓGICAS
Av. Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro,
860 Campus - Hospital Universitário _ Rua Domingos Crescencio, 132 – 8o andar
CEP 04330-020 – Campinas-SP Bairro Trindade CEP: 90650-090 - Porto Alegre-RS
Tel.: (019) 275-5311/578-5111 r. 215 CEP: 88040-900 – Florianópolis-SC Tel.: (051) 223-6417 / 223-6110
Tel.: (048) 233-9535 / 233-3111 Telex: (051) 2077
CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES Telex: (048) 2527
Universidade Taubaté CENTRO DE INFORMAÇÕES
TOXICOLÓGICAS
Av. Granadeiro Guimarães, 270 CENTRO DE INFORMAÇÕES
TOXICOLÓGICAS Rua Sagiro Nakamura, 800 – Vila Industrial
CEP 14020-130 – Ribeirão Preto-SP
Hospital Geral de Portão CEP: 12220-280 – São José dos Campos-SP
Tel.: (012) 233-4422 r.247
Av. República Argentina, 4.406 Tel.: (012) 329-1819 / 329-5400 r. 31

CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES CEP: 81050-000 – Curitiba-PR


Tel.: (041) 246-3434/246-1212 CENTRO DE INFORMAÇÕES
Hospital Universitário Antônio Pedro
TOXICOLÓGICAS
R. Marques de Paraná, 303 – Centro Telex: (041) 5010
Rua Samuel de farias, 75/602 – Casa Forte
CEP 24033-900 – Niterói-RJ
CEP: 52060-430 – Recife-PE
Tel.: (021) 717-0148/717-0521 CENTRO DE INFORMAÇÕES
TOXICOLÓGICAS
CENTRO DE INFORMAÇÕES
CENTRO DE EPIDEMIOLOGIA Hospital Giselda Trigueiro
TOXICOLÓGICAS
Fundação Caetano Munhoz da Rocha Rua Cónego Montes, s/n – Quintas
Universidade Estadual de Maringá
Rua Engenheiro Repousas, 1707 CEP: 59037-170 – Natal-RN
Av. Colombo, 3.690
CEP: 80230-900 – Curitiba-PR Tel.: (084) 223-5544
CEP: 87020-900 – Maringá-PR
Tel.: (041) 222-8335/283-2917 Tel.: (044) 226-2727 – Telex: (044) 20198
CENTRO DE INFORMAÇÕES
CENTRO DE INFORMAÇÕES ANTIVENENO TOXICOLÓGICAS
NÚCLEO DE TOXICOLOGIA CLÍNICA–CIT-
Hospital do Pronto Socorro Municipal Hospital Universidade Federal – Campus Univ.
SSMS
Rua General Vale, 192 CEP: 58059-900 – João Pessoa–PB.
Rua Filinto Muller, s/n – Bairro Universitário
CEP: 78010-100 – Cuiabá-MT Tel.: (083) 224-6688
CEP: 79080-190 – Campo Grande-MS
Tel.: (065) 321-1212 Tel.: (067) 387-3031
CENTRO DE INFORMAÇÕES
TOXICOLÓGICAS
CENTRO DE INFORMAÇÕES ANTIVENENO PROGRAMA NACIONAL INTEGRADO DE
Hospital Universitário de Londrina
Instituto Dr. José Frota INFORMAÇÕES FARMACOTOXICOLÓGICO
Av. Roberto Kock, s/n.
Rua Senador Pompeu, 1757 Fundação Osvaldo Cruz– M. Saúde –
CEP: 86037-010 – Londrina-PR PRONITOX
CEP: 60025-001 – Fortaleza-CE
Tel.: (043) 223-7444 r.244 Av. Brasil, 4.036 – 5o andar.
Tel.: (085) 231-6666
CEP: 21045-900 – Rio de Janeiro-RJ
CENTRO DE INFORMAÇÕES Tel.: (021) 270-0295 – Fax: (021) 590-3545
CENTRO DE INFORMAÇÕES ANTIVENENO
TOXICOLÓGICAS Telex: (021) 37623
CIAVE
Hospital Central Roberto Santos Instituto Fernandes Figueira/IFF
Av. Saboeiro, s/n – Cabula Av. Rui Barbosa, 716 – 6o andar SERVIÇO DE TOXICOLOGIA DE MINAS
CEP: 41187-900 – Salvador-BA CEP: 22250-020 – Rio de Janeiro-RJ GERAIS
Tel.: (071) 231-4343 – Telex: (071) 0155 Tel.: (021) 551-7697/552-0898/286-2424 Hospital João XXIII
Av. Alfredo Balena, 400
CENTRO DE INFORMAÇÕES CEP: 30130-100 – Belo Horizonte-MG
CENTRO DE INFORMAÇÕES TÓXICO-
FARMACOLÓGICA TOXICOLÓGICAS Tel.: (031) 224-4000
Dep. Farmacologia/UNESP Laboratório Toxicologia
Campus de Botucatu Rua Barão Mamoré, 749 REGISTRANTES DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
CEP: 18600-400 – Rubião Júnior-SP CEP: 66073-070 – Belém-PA
Tel.: (014) 922-3048 - Telex: 0142107 Tel.: (091) 229-8444 ABBOT LABORATÓRIOS DO BRASIL LTDA.
Rua Nova York, 245 – Brooklin
CENTRO DE INFORMAÇÕES CEP: 04560-908 – São Paulo-SP
CENTRO DE INFORMAÇÕES TÓXICO-
FARMACOLÓGICAS SUDS TOXICOLÓGICAS
Av. Presidente Costa e Silva, s/n Rua Comendador Alexandre Amorim, 330 – AGIL AGROQUÍMICA INDUSTRIAL LTDA.
Aparecida Gleba Lindóia Lotes 1, 2, 3
Jardim Bela Vista
CEP: 75863-050 – Goiânia-GO CEP: 69010-300- Manaus-AM Parque Rui Barbosa
Tel.: (092) 232-2241/232-6504 CEP: 86079-590 – Londrina-PR
Tel.: (062) 249-1094
112 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

AGRICONTROL QUÍM. E BIOL. IMP. EXP. BAYER DO BRASIL LTDA. DINAGRO AGROPECUÁRIA LTDA.
LTDA. Rua Domingos Jorge, 1.000 – Socorro Via Anhanguera, km 304
R. Duarte da Costa, 397 – V. Nogueira CEP: 04761-000 – São Paulo-SP CEP: 14097-140 – Ribeirão Preto-SP
CEP: 13088-310 – Campinas-SP Tel.: (011) 525-5279
DOMESA S.A. PARTICIPAÇÃO IMP. COM. E
AGRICUR DEFENSIVOS LTDA. BROMISA INDUSTRIAL E COM. LTDA. SERVIÇO
R. Sergipe, 475 – 3o andar Av. Paulista, 2073 – Terraço 2 –
Av. Angélica, 1814 – Conj. 1305/6 3A
CEP: 01243-001 – São Paulo-SP Cerqueira César
CEP: 01228-200 – São Paulo-SP
CEP: 01051-300 – São Paulo-SP
AGRIPEC QUÍMICA E FARMACÊUTICA S.A.
CALAIS S.A. IND. QUÍMICAS Tel.: (011) 288-4044
Av. Parque Sul, s/n. Distrito Industrial
CEP: 61940-878 – Maracanaú-CE Av. Nossa Senhora Aparecida 978
CEP: 81350-340 – Curitiba-PR DOW PRODUTOS QUÍMICOS LTDA.
Tel.: (085) 215-2622
Rua Alexandre Dumas, 1671
CASA BERNARDO LTDA. Chácara Santo Antônio
AGRITEC IND BRASIL. DE HERBICIDAS LTDA.
Rua Dr. José Rod. De Almeida, 348 – Paulicéia Av. Ana Costa 482/184 – 9o andar CEP: 04717-903 – São Paulo-SP
CEP: 09980-160 – Piracicaba-SP CEP: 11060-003 – Santos-SP Tel.: (011) 546-9122
Tel.: (019) 434-2255
CHEVRON DO BRASIL LTDA. DOWELANCO INDUSTRIAL LTDA.
AGRO QUÍMICA MARINGÁ S.A. Rua General Jardim, 660 – 6o andar Rua Alexandre Dumas, 1671 4o andar
Rua Álvares Cabral, 1.210 – Serraria CEP: 01223-010 – São Paulo-SP CEP: 04717-903 – São Paulo-SP
CEP: 09980-160 – Diadema-SP
Tel.: (011) 465-1644 CIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA DUPONT DO BRASIL S.A.
Rua São Francisco Eugênio, 329 Alameda Itapecuru, 506 – Alphaville
AGRO VETERINÁRIA VITAFLOR LTDA. CEP: 20941-350 – São Cristovão-RJ CEP: 06454-080 – Barueri-SP
Av. Juruá, 641 – Alphaville Tel.: (011) 421-8420
CEP: 06455-010 – Barueri-SP
CIBA GEIGY QUÍMICA S.A.
Av. Santo Amaro, 5137 – Brooklin ECADIL IND. QUÍMICA S.A.
AGROCERES IMP. EXP. IND. E COM. LTDA. Rua Luiz Nallin, 403, Vila Cosmos
CEP: 04706-900 – São Paulo-SP
Av. Dr. V. de Carvalho, 40 – 3 o andar – Centro
Tel.: (011) 240-1011 CEP: 13150-000 – Cosmópolis-SP
CEP: 012010-900 – São Paulo-SP

CNDA CIA NACIONAL E DEFENS. ELANCO QUÍMICA LTDA.


AGROGEN BIOT. AGRÍCOLAS LTDA.
AGRÍCOLAS Av. Morumbi, Brooklin Paulista
Av. São Gabriel, 555, C/202
Av. das Nações Unidas, 14171 – Santo Amaro CEP: 04703-900 – São Paulo-SP
CEP: 05085-060 – São Paulo-SP
CEP: 04794-000 – São Paulo-SP Tel.: (011) 533-9211
AGROLI IND. QUÍM.. LTDA. Tel.: (011) 241-1744
Sítio Rage Maluf, Rio Acima ENGENHARIA RURAL IND. DE MÁQ. LTDA.
CEP: 13190-000 – Monte Mor-SP COMERCIAL AGRÍCOLA PAULISTA LTDA. Av. Amoreiras, 3266 – Jardim do Lago
Tel.: (019) 279-1362 Rua Uruguai, 1770 Cx. Postal 350950
CEP: 14075-330 – Pirassununga-SP CEP: 13050-260 – Campinas-SP
AQB AGROQUÍMICA DO BRASIL S.A.
Rod. Est. PE 41, km 02 CVA AGRÍCOLA LTDA. FERSOL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
CEP: 53600-000 Iguarassu-PE Rua Belo Horizonte, 4559 – Vila Belmiro, Rua Leopoldo C. Magalhães Jr, 1304
Tel.: (081) 543-0558 CEP: 13630-000 - Pirassununga – SP Itaim Bibi
CEP: 04542-012 – São Paulo-SP
ARBORE AGRÍCOLA E COM. LTDA. CYANAMID QUÍMICA DO BRASIL LTDA. Tel.: (011) 813-3111
Av. Franc. Glicério 1424 – 11o andar - Centro Av. Rio Branco, 311 – 7o andar
Cx. Postal 1643 CEP: 20040-009 - Rio de Janeiro-RJ FERTIBRÁS S.A. ADUBOS E INSETICIDAS
CEP: 13012-100 – Campinas-SP Tel.: (021) 297-4141 Av. Henry Ford, 803 – Pres. Altino
CEP: 06210-108 – Osasco-SP
ATTA KILL IND. E COM. DEF. AGRIC.LTDA.
DEFENSA IND. DE DEFENSIVOS AGRÍC. S.A.
Av. Dr. Vieira Carvalho, 4o andar – Centro
Rua General Andrades Neves, 106 – Centro FMC DO BRASIL IND. E COM. LTDA.
CEP: 01210-010 – São Paulo-SP
CEP 90010-210 – Porte Alegre-RS Av. Ar. Moraes Salles 711 – 2 o andar – Centro
ATOCHEM PROD. QUÍM. LTDA. Tel.: (051) 225-4022 CEP: 13010-001 – Campinas-SP
Alameda Campinas, 433 – 9o andar –
Jardim Paulista DETROX IND. E COM. DE INSETICIDAS LTDA. FORMICIDAS E CONEXÕES 7 BELO LTDA.
CEP: 01404-000 – São Paulo-SP Rua Guará, 2230 – Jardim Santos Dumont Av. Paulista, 162 – Vera Cruz
Tel.: (011) 289-2311 CEP 01450-060 – Ribeirão Preto-SP CEP: 01310-000 – São Paulo-SP
Tel.: (016) 634-9812
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Cerâmica São Caetano do Sul Rua Goiás, 1232 Jardim Paulista
CEP: 01320-060 – São Paulo-SP CEP: 21380-430- Rio de Janeiro-RJ CEP: 68075-000 – Londrina-PR
Tel.: (011) 441-1677 Tel.: (021) 593-4233 – Fax: 212897197 Tel.: (043) 223-2626
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 113

HOKKO DO BRASIL IND. QUÍM. E MICRO SERVIÇO LTDA. NOVARTIS BIOCIÊNCIAS S.A.
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Rua Apeninos, 970 - Paraíso CEP: 09941-760 – Diadema-SP Av. Prof. Vicente Rao, 90 – Brooklin
CEP: 04104-020 – São Paulo-SP CEP: 04706-900 – São Paulo-SP
Tel.: (011) 549-4111 MICROQUÍMICA INDÚSTRIAS QUÍMICAS Tel.: (011) 532-7369 – Fax (011) 532-7917
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GIULINI ADOLFOMER IND. QUÍM. S.A. Rua Dr. Eduardo e Badaró, 530 – Jardim OXIQUÍMICA IND. E COM. LTDA.
Rua Ferreira Viana, 656 – Socorro Eulina R. Minervino de C. Pedroso 13-A
CEP: 04761-010 – São Paulo-SP CEP: 13063-140 – Campinas-SP Parque Ind. C. Tonani
Tel.: (011) 523-4877 Tel.: (019) 242-4699 CEP: 14870-000 – Jaboticabal-SP

HOECHST DO BRASIL QUÍM. E FARM. S.A. MITSUI DO BRASIL TRADING PALQUÍMICA IND. QUÍM. PAULISTA LTDA.
Av. das Nações Unidas, 18001 Av. Bernadino de Campos, 98 Estrada de Embu-Guaçu 14, km 43
CEP: 04795-900 – São Paulo-SP CEP: 15815-000 – Paraíso-SP CEP: 06900-000 – Embuguaçu-SP

ICI BRASIL S.A. MITSUBISHI CORPORATION DO BRASIL S.A. PARAGRO-SIPCAM DEFENSIVOS AGRÍC. S.A.
Rua Verbo Divino, 1356 – Santo Amaro Av. Paulista, 1294 – 23o andar Rua Presidente Altino, 2568
CEP: 04719–903 – São Paulo-SP CEP: 01311-200 – São Paulo-SP CEP: 01311-300 – Cerqueira César-SP
Tel.: (011) 525-2323 Tel.: (011) 284-9011
ML IND. QUÍM. LTDA.
IHARABRAS S.A. INDÚSTRIA QUÍMICAS PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S.A.
Rua São Sebastião, 689
Av. Brigadeiro F. Lima, 1815 – 2o andar Praça 22 de Abril, 36 – Centro
CEP: 14150-000 – Serrana-SP
Conj. 21 Jardim Paulista CEP: 20021-370 – Rio de Janeiro-RJ
CEP: 01451-001 – São Paulo-SP Tel.: (021) 217-8383
MOBIL OIL DO BRASIL IND. E COM. LTDA.
Tel.: (011) 813-2000 Av. Paulista 1009, 5 o andar – Cerqueira César
PROD. ROCHE QUÍMICOS E FARM. S.A.
CEP: 01311-100 – São Paulo-SP
INDERCO IND. E COM. LTDA. Av. Eng. Billings, 1729
Rua Gal. José L. P. Vascon.,11, CEP: 05321-900 – Jaquaré-SP
MONSANTO DO BRASIL S.A.
Jardim Arpoador Rua Paes Leme, 524 – Pinheiros PRODUTOS QUÍMICOS SÃO VICENTE LTDA.
CEP: 05566-140 – São Paulo-SP CEP: 05424-010 – São Paulo-SP Rua Teófilo Gastanho, 1 – Pimentas
Tel.: (011) 815-0211 CEP: 07260-140 – Guarulhos-SP
IND. J.B. DUARTE S.A. DIVISÃO CHEMITEC
Tel.: (011) 208-8313
Rua dos Patriotas 1382 – Ipiranga
MONTEDISON DO BRASIL LTDA.
CEP: 04207-040 – São Paulo-SP
Av. Paulista 925, 14o andar - Conj. 142 PRÓ-QUÍMICA COM. DE DEFENSIVOS LTDA.
CEP: 01311-100 – São Paulo-SP Av. Sarzedo, 1500 – Vila Pinheiros
IND. QUÍMICA MENTOX LTDA.
CEP: 32400-000 – Ibirité-MG
Rod. Do Café BR 277 Km 29, Ferraria
NALCO PRODUTOS QUÍMICOS LTDA. Tel.: (031) 533-1287
CEP: 04311-000 – Campo Largo-SP
Rua Américo Brasiliense, 998 – Santo Amaro
CEP 04715-900 – São Paulo-SP PSI PRODUTOS AGRÍCOLAS LTDA.
INDÚSTRIA QUÍMICA KRAMER LTDA.
Tel.: (011) 246-1099 Rua Barão de Paranapanema, 146-C 84
Av. Marg. V. Gabriel PB Couto, 220
Bosque Campinas
CEP: 13209-520 – Jundiaí-SP
NARAGRO IND. DE PROD. AGRÍCOLAS CEP: 13026-010 – Campinas-SP
LTDA. Tel.: (019) 252-9544
IPIRANGA COMERCIAL QUÍMICA S.A.
Praça Pio X, 15 – 8o andar – Centro
Rua Antônio Carlos, 434 QUIMINAS IND. QUÍM. S.A.
CEP: 20040-020 – Rio de Janeiro-RJ
CEP: 01309-010 – São Paulo-SP Rua Iguarapava, 599 – Dist. Ind. III
Tel.: (021) 263-2146
Cx. Postal 691
LAB. PFIZER LTDA. CEP: 38100-970 – Uberaba-MG
NITRATOS NATURAIS DO CHILE LTDA.
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114 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

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Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 115

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Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 119

12 GLOSSÁRIO
Abortamento - ação de não vingar, de morrer antes de
desenvolver-se.
Ação sistêmica - que se movimenta internamente na planta.
Ácaros - artrópodes aracnídeos da ordem acarina, de corpo não
Casulos - invólucro filamentoso construído pela larva de
insetos.
Cochonilhas - nome vulgar e genérico usado para designar
insetos da ordem dos homópteros pertencentes à família dos
segmentado, abdome soldado ao cefalotórax com quatro coccídeos.
pares de patas de seis a sete segmentos, cuja respiração se faz Coleóptero - ordem de insetos formada pelos besouros.
por traquéias ou através da pele, podendo ter vida livre ou Comensalismo - associação entre organismos de espécies
parasitária. diferentes sem prejuízo para as partes envolvidas.
Adesivo - é um adjuvante que auxilia o defensivo ou agrotóxico Compatibilidade (de agrotóxicos) - propriedade que dois ou
a aderir na superfície tratada. mais agrotóxicos apresentam ao serem misturados sem que
Adjuvante - qualquer substância inerte adicionada a uma a eficiência de cada um seja alterada ou diminuída.
formulação de defensivo, para torná-lo mais eficiente. É o CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
caso dos adesivos, emulsificantes, penetrantes, espalhantes Agronomia.
umidificantes etc. Controle biológico - controle de uma praga, doença ou erva
Aeração - ato ou efeito de arejar, renovar o ar; ventilação, daninha pela utilização de organismos vivos.
circulação do ar. Convexa - de saliência curva, externamente arredondada,
Agressividade – capacidade de um microrganismo causar bojuda.
doença numa dada ????? ou variedade. Corpo reticulado - que tem linhas e nervuras entrecruzadas
Agrotóxicos - defensivo agrícola; substância utilizada na como a rede.
agricultura com a finalidade de controlar insetos, ácaros, Crescimento pulverulento - aparecimento de uma cobertura
fungos, bactérias e ervas daninhas. de pó sobre a epiderme das plantas.
Alvo (de pulverização) - é a parte da planta a ser protegida Cúprico - grupo químico de agrotóxicos derivados de produtos
pelo defensivo, por ser preferencialmente atacada pela à base de cobre.
praga ou moléstia que se visa combater ou por ser o local Cutícula - camada de material de natureza cerosa (cutina),
preferido pela praga ou doença para se instalar. Ele pode se pouco permeável à água, que reveste a parede externa de
encontrar mais externa ou internamente na planta, conforme células epidérmicas.
o hábito da praga ou a localização dos tecidos mais sujeitos Dano - estrago, deterioração, danificação, lesão.
ao ataque do fungo ou bactéria. Assim, em cada pulverização De vez - no tempo adequado de ser colhido, entremaduro.
é necessário definir com propriedade o alvo, para que ela Deficiências nutricionais - carência de algum elemento
possa ser corretamente executada. químico fundamental ao desenvolvimento da planta.
Ambiente - que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas Definhado - enfraquecido, debilitado, consumido.
por todos os lados. Desinfetar - destruir os micróbios vivos.
Análise foliar - exame laboratorial das folhas com o fim de Deriva - é o fenômeno de arrastamento de gotas de pulverização
determinar o teor dos elementos fundamentais ao pelo vento.
desenvolvimento da planta. Desintegração da polpa - amolecimento da polpa.
Análise de solo - exame laboratorial do solo, com a finalidade Dispersão - ato ou efeito de fazer ir para diferentes partes.
de determinar o teor dos elementos fundamentais ao Disseminar - espalhar por muitas partes; difundir, divulgar,
desenvolvimento da cultura a ser plantada ou existente. propagar.
Anomalia - irregularidade, anormalidade. Distúrbio hormonal - perturbação ou anomalia causada pela
APHIS - Animal and Plant Health Inspection Service. variação indesejável das quantidades de hormônios na planta.
Arar - lavrar, sulcar, revolver a terra. Distúrbios fisiológicos - problema ou anomalia na planta de
causa abiótica.
Áreas cloróticas - sintomas que se revelam pela coloração
Ditiocarbamato - grupo importante de fungicidas derivados
amarela das partes normalmente verdes.
do ácido ditiocarbônico; ex.: Mancozeb, Maneb, Zineb.
Bactérias - organismos microscópicos unicelulares que podem
Dominância apical - Crescimento predominante das gemas
parasitar vegetais. meristemáticas.
Benzimidazóis - grupo de fungicidas sistêmicos abrangendo Dorso - parte posterior, reverso.
os fungicidas Thiabendazol, Benomyl ( ou benomil? Eclosão - emergência do imago ou inseto perfeito da pupa; ato
aparecem as duas formas em todos os textos da coleção, qual ou processo de nascimento do ovo; saída do ovo pela larva
a correta) e Tiofanato metílico, entre outros. ou pela ninfa.
Bico - é a parte final do circuito hidráulico de um pulverizador, Encarquilhado - cheio de rugas ou pregas, rugoso, enrugado.
que tem as funções de transformar a calda em pequenas Entomopatogênico - capaz de produzir doenças ou parasitar
gotas, espalhando-as no alvo e controlar a saída de calda por insetos.
unidade de tempo. No caso do combate às pragas e às Eriofídeos - ácaros alongados pertencentes à família
doenças de um pomar, só são utilizados bicos tipo cone Eriophydae.
aberto, ou seja bicos cujo jato tem o formato de um cone Erosão - movimentação do solo causada pela água das chuvas
vazio no seu centro. e pelo vento.
Bráctea - folha da inflorescência quase sempre de forma Escama - designação vulgar da secreção, em geral escamiforme,
modificada, dimensões reduzidas e coloração viva. dos insetos homópteros da família dos coccídeos
Brocado - furado ou atacado por insetos adultos ou suas larvas (cochonilhas), sob a qual estes permanecem durante toda a
e lagartas. sua existência ou parte dela.
Brotação - o mesmo que brotamento, isto é, saída de novos Espalhantes adesivos - produtos adicionados em pequena
brotos, que darão origem a ramificações, folhas e flores. proporção à solução de agrotóxicos com o fim de melhorar
Calagem - método que consiste em adicionar substâncias a dispersão e adesão do produto sobre a planta.
cálcicas (cal, calcário) à terra para corrigir a acidez. Espécie - conjunto de indivíduos que guardam grande
Cálcio - elemento químico de número atômico 20, pertencente semelhança entre si e com seus ancestrais, e estão aptos a
aos metais alcalino-terrosos. produzir descendência fértil; é a unidade biológica
Calda - solução composta por água e agrotóxico. fundamental; várias espécies constituem um gênero.
Calo - formação mais ou menos dura, originada dos tecidos Esporos - estrutura, geralmente unicelular, capaz de germinar
vegetais, sobretudo, em seguida a ferimentos. sob determinadas condições, reproduzindo vegetativa ou
Castas - conjunto de uma espécie animal ou vegetal com assexuadamente o indivíduo que a formou; corpúsculo
origem comum e caracteres semelhantes. reprodutivo de fungos e algumas bactérias.
120 Banana Fitossanidade Frutas do Brasil, 8

Esporulação - formação de esporos. Hipertrofia - crescimento exagerado de parte de uma planta


Estilete – parte do aparelho bucal de nematóides ou de toda a planta pelo aumento do tamanho das células.
fitopatogênicos, que é introduzida na célula para captar Hospedeiros - vegetal que hospeda insetos e microrganismos,
alimento. patogênicos ou não.
Estresse hídrico - conjunto de reações da planta à falta de água Incidência - que ocorre, ataca, recai.
que pode perturbar-lhe a homeostase. Inflorescência - nome dado a um grupo ou conjunto de flores.
Eucariotico - Organismo composto por uma ou mais Ingrediente ativo - é a substância química ou biológica que dá
eficiência aos defensivos agrícolas. É também referida
células que possuem núcleo distinto, envolvido por como molécula ativa.
membrana nuclear; eucarionte. Inimigos naturais - são os predadores e parasitas de uma praga
Euforbiáceas - grande, complexa e multiforme família de ou doença existente em um local.
plantas floríferas, composta de árvores, arbustos e ervas; há Inoculação - ato de inserir, introduzir ou implantar um
perto de 7.200 espécies espalhadas pelo mundo; o Brasil é microrganismo ou um material infectado num ser vivo.
rico em representantes, entre eles a seringueira. Insetos polinizadores - insetos que transportam grãos de
Exportação in natura - ao natural. pólen de uma flor para outra.
Exsudação - é a liberação de líquido da planta por meio de Intoxicação - ato de intoxicar, envenenamento.
ferimento em aberturas naturais (estômato, aqüífero ou Intumescido - inchado, saliente, proeminente.
hidatódio). Irrigação por gotejamento - tipo de irrigação localizada, feita
FAO - Organização para Alimentação e Agricultura; agência através de gotejadores.
das Nações Unidas, cujo objetivo é contribuir para a Lagartas - forma larval dos lepidópteros e de alguns
eliminação da fome e a melhoria da nutrição no mundo. himenópteros (falsa-lagarta).
Fendilhamento - separação no sentido do comprimento. Larvas - segundo estádio do desenvolvimento pós-embrionário
Fertilização - aplicação de fertilizantes ou adubos. dos insetos.
Fitotóxico - que é considerado tóxico, veneno para as plantas. Lenho - o principal tecido vegetal de sustentação e condução
Florescimento - ato de produzir flores. da seiva bruta nos caules e raízes; o mesmo que xilema.
Fluxo vegetativo - período de crescimento das plantas, excluída Lepidópteros - ordem de insetos representada pelas borboletas,
a reprodução. mariposas e traças.
Limbo foliar - a parte expandida da folha (lâmina).
Fonte de inóculo - local onde são produzidas as unidades
Luminosidade - que indica o maior ou menor grau de luz.
reprodutivas ou propágulos de microrganismos patogênicos.
Macronutrientes - nutrientes que a planta requer em maior
Forma anamórfica - de origem assexuada.
quantidade (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio) para o seu
Forma assimétrica - que não se acha distribuída em volta de desenvolvimento.
um centro ou eixo. Materiais propagativos - partes das plantas utilizadas na sua
Forma imperfeita (de fungos) - fungos dos quais só multiplicação (sementes, mudas, bulbos, estacas).
conhecemos estruturas de reprodução assexuada, ou seja, a Micélios - conjunto de filamentos ramificados ou em rede
fase de produção de esporo assexuado ou conídio. (hifas) que constitui a estrutura vegetativa de um fungo.
Formas aladas - com asas. Microaspersão - tipo de irrigação localizada de plantas, feita
Fungicidas - produtos destinados à prevenção ou ao combate por meio de pequenos aspersores.
de fungos; agrotóxicos. Micro-himenóptero - pequeno inseto da ordem himenóptera
Fungos fitopatogênicos - fungos que causam doenças em (vespinhas).
plantas. Micronutrientes - nutrientes que a planta requer em menor
Fungos - grupo de organismos que se caracterizam por serem quantidade (boro, cobre, zinco, molibdênio, cloro, ferro),
eucarióticos e aclorofilados; são considerados vegetais embora sejam também importantes para o seu
inferiores. desenvolvimento.
Fungos oportunistas - fungos que, para se desenvolverem, Microrganismos - forma de vida de dimensões microscópicas
aproveitam dos ferimentos ocorridos na planta por causas (fungos, bactérias, vírus e micoplasmas).
diversas. Necrose - sintoma de doença de plantas caracterizado pela
Galhas - desenvolvimento anormal de um órgão ou parte dele degeneração e morte dos tecidos vegetais.
devido à hiperplasia e hipertrofia simultâneas das células, Nematóides - vermes geralmente microscópicos, finos e
por ação de um patógeno; as galhas se desenvolvem tanto alongados que podem parasitar as plantas.
em órgãos tenros, e nas raízes e ramos de plantas herbáceas, Ninfa - forma intermediária entre a larva e o inseto adulto.
como em órgãos lenhosos; são comuns aquelas produzidas OMS - Organização Mundial de Saúde.
por nematóides nas raízes de várias plantas e menos Organoclorados - inseticidas à base de carbono, hidrogênio e
freqüentes as causadas por insetos fungos e bactérias em cloro, que às vezes contêm átomos de enxofre e oxigênio;
vários órgãos. são considerados agrotóxicos perigosos devido à sua longa
Gemas - brotações que dão origem a ramos e folhas (gemas permanência no meio ambiente.
vegetativas) e flores (gemas florais). Organofosforados - inseticidas à base de ácido orgânico (com
Gênero - conjunto de espécies que apresentam certo número carbono), ácido fosfórico ou outros derivados de fósforo;
de caracteres comuns convencionalmente estabelecidos. são agrotóxicos.
Germinação - nas sementes, consiste numa série de processos Parasita - organismo que vive às custas de outro.
que culminam na emissão da raiz; o conceito de germinação Partenogênese - reprodução por meio de ovos que se
se estendeu a todo tipo de planta e microrganismo; fala-se desenvolvem sem serem fecundados.
em germinação de esporos e até de gemas de estacas que Patógeno - organismo capaz de produzir doença.
reproduzem vegetativamente a planta de origem.
Pecíolo - parte da folha que prende o limbo (lâmina) ao caule,
Gradagem - método que consiste em aplainar o solo por meio
diretamente ou por meio de uma bainha.
de grades puxadas por trator; também pode ser utilizada no
Pedúnculo - pequena haste que suporta uma flor ou um fruto.
combate às plantas daninhas.
Película - pele delgada, flexível ou rígida, lisa ou estriada.
Granizo - precipitação atmosférica na qual as gotas de água se
Pistola - barra de metal leve que tem uma das extremidades
congelam ao atravessar uma camada de ar frio, caindo sob
acoplada à mangueira por meio de uma válvula e na outra
a forma de pedras de gelo.
um dispositivo para a colocação de bicos para a produção da
Hemisférica - que tem a forma da metade de uma esfera.
pulverização desejada. A válvula de fechamento pode ser do
Himenóptera - ordem de insetos representados pelas abelhas,
tipo gatilho ou, mais comumente, do tipo rosca, com 350º de
vespas, marimbondos e formigas.
giro, o que faz o jato variar continuamente de sólido, ou com
Hiperplasia - Crescimento exagerado de um órgão por gotas grosseiras de grande alcance, a cônico fino, de pequeno
proliferação exagerada das células; hipertrofia numérica. alcance.
Frutas do Brasil, 8 Banana Fitossanidade 121

Plantas daninhas - o mesmo que ervas invasoras; mato que Saprófita - organismo capaz de se desenvolver sobre matéria
cresce no pomar e compete por água, luz e nutrientes com a orgânica.
cultura principal. Seletividade (de agrotóxicos) - é a propriedade que um
Poda sanitária - corte de folhas mortas ou afetadas por alguma agrotóxico apresenta quando, na dosagem recomendada, é
praga ou doença. menos tóxico ao inimigo natural do que à praga ou doença
Pólen - pequenos grânulos produzidos nas flores, representando contra a qual é empregado, apesar de atingi-los igualmente.
o elemento masculino da sexualidade da planta, cuja função Severidade – intensidade de ocorrência de doença.
na reprodução é fecundar os óvulos das flores. Subsolagem - operação de rompimento das camadas
Polífaga - que se nutre de vários tipos de alimento; parasito que compactadas de solo abaixo de 30 cm, por meio de um
ataca vários hospedeiros. implemento chamado subsolador, tracionado por um trator.
Polpa - parte carnosa dos frutos. Substrato - o que serve como suporte e fonte de alimentação
População - conjunto de indivíduos da mesma espécie. de uma planta.
Pós-colheita - período que vai da colheita ao consumo do Suscetibilidade - tendência de um organismo a ser atacado por
fruto. insetos ou a contrair doenças.
PPQ - Plant Protection and Quarentine. Tecido corticoso - tecido da casca.
Precipitação pluvial - fenômeno pelo qual a nebulosidade Tórax - segunda região do corpo dos insetos, caracterizada
atmosférica se transforma em água, formando a chuva. pela presença de pernas e em geral também de asas.
Predador - organismo que ataca outros organismos, geralmente Transmissor - organismo (inseto, nematóide, ácaro) que passa
menores e mais fracos, e deles se alimenta. uma doença de uma planta para outra.
Tratos culturais - conjunto de práticas executadas numa
Pulverização - aplicação de líquidos em pequenas gotas.
plantação com o fim de produzir condições mais favoráveis
Pulverização de pistola - sistema empregado na aplicação de
ao crescimento e à produção da cultura.
agrotóxicos sob a forma líquida, com equipamentos que
Tubo polínico - expansão tubulosa do pólen que possibilita a
possuem bombas capazes de comprimir a calda a grandes
fecundação da oosfera por um de seus núcleos que funciona
pressões e assim expeli-la através da pistola, onde é fracionada
como gameta masculino.
em numerosas gotas de tamanho variável em função da
Turbo-atomizador - equipamento de pulverização que produz
regulagem feita.
gotas diminutas que são lançadas nas plantas através de um
Pupa - estádio dos insetos com metamorfose completa; estágio
turbilhão, para atingir as partes superiores e inferiores da
normalmente inativo em que ele não se alimenta; precede planta.
a fase adulta. Turgidez - inchação, dilatação.
Quadro sintomatológico - conjunto de sintomas que as pragas Tutoramento - colocação de uma vara ou estaca com a
ou doenças causam nas plantas (murcha, seca, podridão). finalidade de amparar uma muda ou árvore flexível.
Quebra-ventos - cortina protetora formada por árvores, Urticantes - que queima ou irrita; que produz a sensação de
arbustos de diversos tamanhos e telas, com a finalidade de queimadura; pêlos urticantes das taturanas.
diminuir os efeitos danosos do vento sobre um pomar. USDA - United States Department of Agriculture ( traduzir,
Regiões semi-áridas - regiões semidesérticas com um período ver o que foi feito com o verbete FAO)
mínimo de seis meses secos e com índices pluviométricos Variedade - subdivisão de indivíduos da mesma espécie que
abaixo de 800 mm anuais. ocorrem numa localidade, segundo suas formas típicas
Regiões subtropicais - regiões que apresentam um inverno diferenciadas por um ou mais caracteres de menor
pouco rigoroso e temperaturas médias em torno de 30°C. importância.
Regiões superúmidas - regiões com umidade relativa nunca Ventilação - circulação de ar.
inferior a 70% e temperaturas superiores a 25°C. Vetor - organismo capaz de transmitir uma doença de uma
Regiões tropicais - regiões onde não ocorre inverno e as planta a outra.
temperaturas médias são sempre superiores a 20°C. Vírus - agente infectante de dimensões ultramicroscópicas
Regurgitar - expelir, vomitar, lançar. que necessita de uma célula hospedeira para se reproduzir e
Rendilhado - que tem pequena renda. cujo componente genético é o DNA ( ácido
Resistência varietal - é a reação de defesa de uma planta, desoxirribonucleico) ou o RNA( ácido ribonucleico).
resultante da soma dos fatores que tendem a diminuir a Virulência (variabilidade) – capacidade de causar doença em
agressividade de uma praga ou doença; esta resistência é uma variedade específica.
transmitida aos descendentes. Volátil - diz-se de uma substância, geralmente um líquido,
Rija - que não é flexível; dura, rígida, resistente. que evapora à temperatura ambiente normal se exposta ao ar.
República Federativa do Brasil

Presidente
Fernando Henrique Cardoso

Ministério da Agricultura e do Abastecimento Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Ministro Ministro
Marcus Vinicius Pratini de Moraes Martus Tavares

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Diretor-Presidente
Alberto Duque Portugal

Diretores-Executivos
Elza Angela Battagia Brito da Cunha
Dante Daniel Giacomelli Scolari
José Roberto Rodrigues Peres

Embrapa Mandioca e Fruticultura

Chefe-Geral
Sizernando Luiz de Oliveira

Chefe-Adjunto de Comunicação, Negócios e Apoio


José Eduardo Borges de Carvalho

Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento


Domingo Haroldo Rudolfo Conrado Reinhardt

Chefe-Adjunto de Administração
Alberto Duarte Vilarinhos

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